o que É a acade7? · É o fato de receber rosas. uma declaração de amor, deixar rosas nos...

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Edição I - Fevereiro de 2016 “Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come.” Victor Hugo O QUE É A ACADE7? O Colégio 7 de Setembro, funda- do em 1935 pelo professor Edilson Bra- sil Soárez, mestre de expoentes de nos- sa língua, tais como Manoelito Eduardo Campos, Artur Eduardo Benevides, Cid Carvalho, Paulo Elpídio de Menezes Neto, Adísia Sá, Giselda Medeiros, Natércia Cam- pos, dentre muitos outros, sempre colo- cou em destaque o ensino de Português. A preocupação do Colégio 7 de Se- tembro com o bom uso da língua mater- na por parte de seus jovens alunos é constante e busca mostrar-lhes a importância do domínio da norma culta, a língua prestigiada socialmente em todos os segmentos. Por essa razão, em 2009, o Comitê Pedagógico do Colégio aprovou a propos- ta do Dr. Ednilo Soárez, um dos diretores, para a fundação da Academia de Le- tras dos Estudantes do Colégio 7 de Setembro, a ACADE 7, que funciona sob a orientação da Academia Fortalezense de Letras e tem os seguintes objetivos: - Congregar estudantes, com destaque ou interesse em expressão oral, língua portugue- sa e literatura, sob a orientação de professores e dirigentes do Colégio, em torno da literatura; -Promover conferências literárias, de preferência com autores cearen- ses; desenvolver intercâmbio com outras entidades estudantis congêneres; - Participar, quando convidada, de atividades literárias nas academias de letras do Estado.

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Page 1: O QUE É A ACADE7? · É o fato de receber rosas. Uma declaração de amor, Deixar rosas nos túmulos silenciosos. Vive de esperança o botânico, Que pretende ter essa exuberância

Edição I - Fevereiro de 2016

“Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come.”

Victor Hugo

O QUE É A ACADE7?O Colégio 7 de Setembro, funda-

do em 1935 pelo professor Edilson Bra-

sil Soárez, mestre de expoentes de nos-

sa língua, tais como Manoelito Eduardo

Campos, Artur Eduardo Benevides, Cid

Carvalho, Paulo Elpídio de Menezes Neto,

Adísia Sá, Giselda Medeiros, Natércia Cam-

pos, dentre muitos outros, sempre colo-

cou em destaque o ensino de Português.

A preocupação do Colégio 7 de Se-

tembro com o bom uso da língua mater-

na por parte de seus jovens alunos é constante e busca mostrar-lhes a importância

do domínio da norma culta, a língua prestigiada socialmente em todos os segmentos.

Por essa razão, em 2009, o Comitê Pedagógico do Colégio aprovou a propos-

ta do Dr. Ednilo Soárez, um dos diretores, para a fundação da Academia de Le-

tras dos Estudantes do Colégio 7 de Setembro, a ACADE 7, que funciona sob a

orientação da Academia Fortalezense de Letras e tem os seguintes objetivos:

- Congregar estudantes, com destaque ou interesse em expressão oral, língua portugue-

sa e literatura, sob a orientação de professores e dirigentes do Colégio, em torno da literatura;

-Promover conferências literárias, de preferência com autores cearen-

ses; desenvolver intercâmbio com outras entidades estudantis congêneres;

- Participar, quando convidada, de atividades literárias nas academias de letras do Estado.

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PoemasNecessidade não aliviaFome de uma migalha, não Fome de muitos dias. Fome de alucinações, Fome do desespero, Fome das afeições. Fome do calor, Fome do sabor, Fome do amor.

Uma fome simples, duradoura. Que me ataca todas as manhãs. As horas que já não conto mais, Dizem-me que mais perto estou de me saciar,De acalmar-me. Antes uma última migalha, Do que uma última respirada.

Por Cecília Góis

Olha só, um poemaAqui estou eu sentado.Tento escrever um poema. Procuro, mas não acho um tema. Já estou desconfiado,Minha imaginação me deixou de lado. Meu Deus, que coisa chata,Não consigo pensar em nada. Já não posso imaginarNada mais para rimar.Chega, já desisti.Mas olha só Um poema eu escrevi.

Por João Matheus

JesusMuitos não sabem quem éMas é nele que deposito minha féSaiba que ele nos salvouE foi assim nosso Salvador.Jesus morreu numa cruzPorém não se apagou sua luzDepois de três diasEle voltou à vida.Ele tem incondicional amorSem nem mesmo pensar em nossa corJesus aceita brancos e negrosPorque ele não tem preconceito.Privilegiados são os que conhecem JesusPorque nele vivemos em plena luzJesus é paz para os cansadosE moradia para os desabrigados.Saiba que se você tem problemasNão abaixe essa cabeça Por Lara Maria

Esforço juvenilRosas vermelhas,Tão vermelhas e tão cheirosas, Tão simpáticas e tão sucintas,Que me fazem perceber Que essa tamanha beleza Precisa está ao lado de outra grande beleza. Um elogio materialÉ o fato de receber rosas.Uma declaração de amor,Deixar rosas nos túmulos silenciosos.Vive de esperança o botânico, Que pretende ter essa exuberância Em seu jardim.Vive de esperança a menina faceira Que se esforça para ver essa belezaRefletida em um rio cristalino. Que possui rosas vermelhas Tão vermelhas e tão cheirosas.

Por Cecília Góis

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Crônicas e ContosLoucura Crônica

Havia dois homens, nos seus 80 anos, dentro de um asilo. Pareciam loucos, estavam discutindo sobre coisas ilógicas. Em certo momento, um dos velhinhos se pronunciou:

- E se os cachorros andassem de skate, eles se-riam radicais?

- Ora! - Respondeu o outro - mas isso eles já são, afinal, eles não são animais?

- Tens razão, mas já ouviste falar em uma tal lin-guagem de sinais? - perguntava enquanto inclinava- -se na cadeira de balanço.

- Claro que sim! - afirmou com certeza - sou um homem vivido.

- Então do que se trata? - Isso é fácil, é quando dois semáforos estão con-

versando. De repente, uma enfermeira aproximou-se e indi-

cou para um dos velhinhos que deveria ir deitar-se. - E para onde eu vou? - perguntou o homem. - Para lá – respondeu, enquanto apontava para

uma rede. Quando o outro idoso disse: - Tenha cuidado, velho amigo... A rede pode estar

armada! Por Pedro Miguel

Aninha e o pé de feijão- Pobre do João. - Que João?- O João, da Vanda, rapaz. - Da Vanda, do Tomé? - Sim, dessa mesma. - O que que houve com ele? - A pior coisa que podia acontecer com um

moço. - Se meteu com o Antônio, do Geraldo? - Pior. - Valha, meu Cristo! Aproveitou-se da filha do

delegado? - Chega nem perto, Chico. - Rapaz, só pode ser uma coisa então.- O quê? - Matou alguém. - Não. - Então me conte o que ele fez, peste! - Trocou a Aninha, vaca da mãe dele, por três

feijões, Chico. É doido. Por Cibelly Holanda

O SujeitoDentro de um caderno de capa dura, na quarta matéria, na primeira linha, do lado de alguns rabiscos alea-

tórios, havia uma frase verbal. Quando um sujeito adentrou na oração, o Adjunto Adverbial se pronunciou: - Alto lá, quem é você? - Sou um sujeito. - Ora, identifique-se! - Tenha paciência, sou um simples sujeito. - O que veio fazer aqui, Senhor Sujeito? - Tenho assuntos a resolver com o Verbo. - Hum... Certo. Mas quem é esse cara aí do seu lado? - Opa, eu sou o Adjunto Adnominal - declarou, enquanto ficava de frente ao Adverbial. - Desculpe, mas somente esse sujeito poderá entrar - disse com a voz firme.

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Fuga do Admirável Mundo NovoMeu amigo, uma vez, foi abordado por uma repór-

ter de televisão. Era de uma emissora local, pouca au-diência. Ele ficou todo encabulado por saber que apa-receria na TV, realizaria um sonho de infância (que, venhamos e convenhamos, era um sonho banal). A matéria era sobre o que comprar para seu pai no Dia dos Pais, naquele estilo que tem uma repórter que sai filmando respostas de pessoas na rua. A moça, bem--educada e bonita, instruiu o cara sobre o que ele de-veria dizer: “calças e camisa social”. Nesse momento, meu amigo ficou transtornado. “Ela está combinan-do o que eu tenho que falar?!”, “Cadê a espontanei-dade do entrevistado?”, “Tudo na TV não passa de coisas programadas e ensaiadas?” e “Como pode ser que manipulem as pessoas assim?” eram indagações dele. Frustrado, ele afastou-se da repórter e negou-se a participar de tal “ato contra o patrimônio intelectual do cidadão”.

- Sabe o que é? É que estou aqui para indicar o Sujeito ao Verbo. - Bem, se isso é verdade, queiram entrar. Acompanho-os até o tribunal. - Não precisa se preocupar com isso - disse o sujeito. - É porque sou de companhia - afirmou o Adverbial. Logo no início se depararam com um hall gigantesco, com vários enfeites e quadros na parede. Haviam

chegado ao Predicado. No centro estava o Verbo; ao seu lado direito estava o Complemento Verbal, junto a alguns outros termos. Logo após, todos se posicionaram em seus respectivos lugares e deu-se início o julga-mento.

- Oh Sujeito, você foi acusado de traição contra a oração. - Falou o Vocativo. - Imagino que saiba o motivo de ter sido convocado até aqui, caro Senhor Sujeito - tomou a palavra o Verbo. - Sim, de fato. A verdade é que não concordo com nenhum de seus números, muito menos quanto ao gê-

nero! - Aposto que isso vai dar-me uma dor de cabeça depois - disse o Adnominal. - O que tenho eu, um termo acessório, nessa história toda? - indagou o Aposto. - Calem-se! - Exclamou o Verbo com uma expressão de raiva, enquanto apontava para o Adverbial, o Ad-

nominal, o Aposto e o Vocativo - Vocês não são essenciais aqui! Retirem-se agora!- Oh meu Deus, que vida a minha! - declarou o Vocativo.Logo após a saída desses quatro termos, o julgamento teve reinício e o Verbo começou a dizer:- Deves saber o quão grave é o crime que cometes. - É um crime bastante escandaloso, que possui uma das maiores sentenças de todas! - adicionou o Com-

plemento Verbal. - Tenho plena ciência do que faço, mas não posso sucumbir a ideais e princípios tão depreciativos quanto

os seus, e, se for preciso, irei usar a minha identidade para dar credibilidade às minhas opiniões! - Bem, se é assim, como responsável pela ordem dessa sentença, não posso permitir que isso continue.

Declaro o réu culpado e a sua pena será de, pelo resto da vida útil do caderno no qual estamos escritos, ser classificado como sujeito indeterminado.

Por João Matheus e Pedro Miguel

Sentindo-se realmente ofendido, ele chegou para mim e contou a história (ao menos a versão dele). Seguiu falando que nunca mais assistiria à televisão e que venderia seu aparelho o mais breve possível. Duvidei. Era convicto que ele não conseguiria passar uma semana sem ver TV.

Meses depois o reencontrei. Feliz e satisfeito, ele me disse que não havia assistido nada televisivo desde que havia me feito a promessa. Surpreso, per-guntei o que ele andava fazendo no tempo em que costumava ver programas. Orgulhoso, ele me disse: “Agora eu vejo todos eles pela internet!”. Não sabia se debochava ou dava a real... Preferi concordar e deixá-lo ser feliz em paz. Desde quando crianças, so-mos fascinados pela tecnologia, que nos surge quase como se fosse mágica. Antes de procurar entender como algo funciona, queremos saber o que nos pro-porciona. Assim minha geração foi com a televisão e assim a geração mais atual é com a internet. Quando há o amadurecimento do sentimento de consciência

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do ser, notamos uma relação óbvia: a manipulação é diretamente proporcional à comodidade.

Assim como meu amigo notou a farsa por trás da televisão, eu comecei a notar a farsa por trás de tudo. Vivia numa conspiração. Começava até a questionar se as pessoas que procuravam por seus familiares no quadro de desaparecidos do jornal local estavam realmente procurando por essas pessoas ou fazendo uma crítica subliminar às ações investigativas inefi-cazes da polícia em achar pessoas.

Assim fui vivendo. Eu e minhas paranoias. Decidi mudar tudo. Virei político. Com muito esforço e traba-lho duro fui eleito prefeito. Usei de toda a minha ha-bilidade administrativa e de liderança para melhorar o máximo que pude a vida dos meus cidadãos e sair com 93% de aprovação.

Anos depois fui eleito governador. Foi quando a mídia toda caiu sobre mim. Uma suposta denúncia anônima de corrupção estava manchando minha re-putação limpa.

Eu era inocente, mas não era isso que os docu-mentos falsos divulgados pelos jornais e pelas revis-tas diziam. Queriam-me fora do páreo. Estavam mani-pulando a população com mentiras. O que eu poderia fazer? Felizmente, consegui provar minha inocência e levei à falência um jornal do meu estado e duas revis-tas nacionais.

Eu estava destinado a acabar com a manipula-ção midiática do meu povo. Quem quer viver num país onde todos são gados marcados, achando-se felizes? Decidi entrar na corrida presidencial. Eu era muito po-pular, mas acabei perdendo a disputa no segundo tur-no para um cantor de 36 anos, que não tinha nada de universitário e muito menos de sertanejo.

E, pasmem, o vice dele era aquele amigo de quem falei. Ele acabou ficando famoso fazendo vídeos na internet.

Ao menos fiquei na frente de um que ainda era jogador de futebol...

Por Pedro Pompeu

O Amanhecer NegroAs trevas avançavam pela terra obscurecendo o

mundo. Ao mesmo tempo todas as pessoas se escon-diam em suas casas para se protegerem do escuro e do frio. Todos menos um. Nas montanhas sentava-se um homem que observava as fogueiras serem acen-didas por toda a terra. Era sua época favorita do ano, quando o céu se escurecia e os covardes procuravam abrigo, e só retornavam na Aurora Gloriosa. Por hora ele poderia desfrutar da sua solidão.

Esse período era geralmente marcado por três das coisas que ele mais apreciava e que eram geral-mente as três coisas que as pessoas mais temiam: o isolamento, a escuridão e o frio. Somente na pre-sença desses elementos ele sentia que conhecia a si mesmo. Ele se sentia… vivo.

Era hora do amanhecer, mas naquele dia o Sol não voltaria a surgir no horizonte. Quase todo o céu já estava coberto pelo véu negro que deslizava sobre ele, só restava um pequeno trecho de nuvens rosa-das, iluminadas pelos raios do Sol, que não renasceria.

Enquanto o mundo fazia seu caminho para as sombras, uma névoa se formava, tão espessa que tornava difícil ver os campos iluminados pelas foguei-ras das vilas.

Após alguns instantes de espera, o céu foi final-mente selado pelo breu diante dos olhos do especta-dor solitário. E logo pôde-se ouvir o bater dos sinos de todas as vilas próximas à montanha, anunciando a chegada do Amanhecer Negro.

Mesmo no pico da montanha, ele sentia a at-mosfera de medo que assolava os tolos. Mas ele não temia, sabia por experiência própria que as lendas a respeito de Monstros que surgiam na escuridão eram falsas. Os monstros de verdade surgiriam mais uma vez na Aurora Gloriosa. Afinal, o que diferencia um ho-mem de um monstro?

Para os inocentes e os tolos, a Manhã Negra re-presentava as dificuldades a serem enfrentadas na vida e que sempre seriam interrompidas pela glória de grandes conquistas, representada pela Aurora Gloriosa. Mas, para o homem sentado na montanha, o Amanhecer Negro representava o descanso e a paz recompensadora após as grandes batalhas e, se ele pudesse, faria ser eterno, mas sempre há o retorno dos Tiranos e dos Injustos, representado pela Aurora Gloriosa. Ainda assim valia a pena continuar lutando para que possa haver mais um Amanhecer Negro.

Por Renato Lima

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Membros Agraciados na XVI Expo7“Uma súplica sutil”

Preciso receber sorrisosTirar essa expressão das pessoas.Necessito de sorrisos.Muitos, o tempo todo.Eles me distraem.Esqueço da minha vida,Da monotonia de ter incômodosE das futilidades deles.Meus olhos suplicam atenção.Minha voz os convence do meu suposto bem estar.Por que tão fáceis?Que isto me faça esperar menos das pessoasE que eu sofra,Sofrer, porque exigi demais à toa.

Autora: Cecília de Gois Parente – EGSPrêmio – 3o Lugar

Consumismo, alienação e sustentabilidade: um novo desafio

Um dos assuntos de maior destaque é o consumismo. Trata-se de um consumo exponencialmente incontrolável em que a vítima compra produtos desnecessários para si. É considerado prejudicial à vítima e ao ambiente. En-tretanto, o consumo propaga-se cada vez mais devido à forte influência da tecnologia. Ambos interligam-se.

A tecologia é considerada a principal causa da pro-pagação do consumismo, pelo fato de as pessoas pas-sarem horas assistindo à televisão. Muitas sentem o desejo de comprar o produto oferecido nas propagan-das televisivas. Sabe-se também que grande parte da população manipulada acredita que a compra do pro-duto oferecido realmente é necessária e trará certo tipo de felicidade ao comprador, já que vive em um sistema capitalista, onde o “ter”, o acumular de bens materiais, tornou-se mais importante que o “ser”, o caráter do in-divíduo. Dessa forma, uma parcela da sociedade “entre-ga-se” a esse ciclo vicioso.

O consumismo faz com que as pessoas desenvol-vam doenças emocionais e psicológicas. Entende-se que também é prejudicial ao ambiente devido ao ex-cesso de produtos fabricados, o que pode ocasionar o esgotamento das matérias-primas e a insuficiência de produtos responsáveis por suprir as necessidades da população ou de parte dela. Quanto mais ocorrer a mo-dernização dos produtos, mais a sociedade será atraída.

Acredita-se que o consumismo deve ser controlado trabalhando com a conscientização da população. Essa solução deve ser realizada com o auxílio de palestras que busquem conscientizar as pessoas quanto à polui-ção do meio ambiente resultante do consumismo, ou até mesmo de palestras que busquem alertar a sociedade quanto à influência da mídia em sua vida. Essas palestras devem ser realizadas por educadores, ambientalistas e geógrafos. Outra solução é a construção de clínicas de reabilitação para consumistas viciados, as quais devem ser construídas com o auxílio do governo. Dessa forma, a população se conscientizará da gravidade dos proble-mas causados pelo consumismo, e a mídia se conscien-tizará de quão forte é a sua influência na sociedade, que, muitas vezes, afeta negativamente.

Autora: Sâmia Oliveira dos Santos – NGS Prêmio - 4o Lugar.

“A Sociedade está Morta”

A sociedade está morta,Com preconceito em todo lugarA sociedade está morta,Com corrupção espalhada pelo ar.As injustiças e as malíciasEstão espalhadas por sua hortaContaminando suas flores e hortaliças A sociedade está morta.Sempre indo, sempre andando,Sempre caindo, sempre voandoCrescemos tão rápido que esquecemos Do belíssimo lugar de onde viemos.Evoluindo pelo prazer e pelo conforto,Mas não se preocupe com o sofrimento, Pois ele eu também distorço.Mentiras salafrárias,Um palheiro sem palhaSonho com um mundo sem batalhasUm mundo que aceite as nossas falhas.A mídia nos engana e nos faz de bobos,Com essa grande mentira que nos é imposta, Mas não se preocupem em não serem tolos, Pois, afinal, a sociedade está morta.Autor: Luigi Francesco Pavanello – EBS Prêmio – 2o Lugar.

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Loucura CrônicaEra uma manhã ensolarada. Dois idosos esta-

vam em um asilo para loucos. O primeiro, denomi-nado Raimundo, estava sentado no banco central da área de convivência, quando o segundo senhor de idade se aproximou e disse:

- Olá! Meu nome é Hepaminondas, ao menos é o que diz a minha certidão de nascimento – dizia, enquanto se sentava no banco.

- Sabe, estou triste. Meu sobrinho sofreu um acidente enquanto trabalhava.

- E ele trabalhava no quê? - indagou Hepami-nondas.

- Ele é eletricista e levou uma descarga elétrica.- Logo no banheiro? - falava ao mesmo tempo

que coçava a cabeça - Talvez tenha usado um fio d’água.

- Tenho minhas dúvidas - disse Raimundo.- Mudando de assunto... Você leu o jornal de on-

Le Petit Caroussel— Sua mãe deixou isso pra você. Não é lindo?— São cavalinhos amarrados?— Não, não. É um carrossel.— Como um carro voador?— Não! Não carro-céu, CARROSSEL.— Mas, por que os cavalos estão presos?— Não são cavalos de verdade, filha.— Mas eles estão presos!— Pai?— Sim?— Para que serve esse carrossel?— Eles ficam nos parques de diversão, filha. Você

não sabe por que nunca foi em um. Neles, você senta em um dos cavalos, e eles ficam girando.

— Deve ser bonito.— É sim.— Pai?— Diz.— Por que eu nunca fui nesses parques?— Pai?— Oi, filha.— Se você pedir, eles trazem um carrossel pro hos-

pital?— Pai, tá tudo bem?—Está, filha. Desculpe. Eles trazem, sim. Trazem o

que você quiser meu amor.Autora: Cibelly Holanda Correia – EGS Prêmio – 1o Lugar

“Co-verso do Amor ou Versos para as Jadesção 15”

Num verso, Vós sois Universo. Noutros ver-sos, Nós paralelos.

Sem tangências nem secâncias.O verso expande-se Uni, Conquanto Uni re-

trocede-se verso.E, de um mesmo verso,Verbo fez-se carne para habitar,Entre outras essas,Céu e inferno, campina e mar, Virses e versas.Tais como palavras versadasPolem pedras lascadas,Vossas lascas ferem minha consciência,

Ninstante pulo Nossa indiferença.Pedras jades sem beleza,Sem mais o verde da natureza, Jogastes

fora minha decência.Mas, Uni é tudo E verso nem nada...Pode Uni ser verso, nada?Ah... Minha mente referta,De psicoses epifânicas e noites sem fim, Já

se vê enfastiada!Assim, dum verso tão profundo,Fez-se luta: Nós versus todo o mundo.Prendo-me no verso,Trabalhando ao inverso, Colhendo verso e

reverso.Com Deus sucintamente converso,E por sanidade peço,Enquanto talho, corto, meço E mensuro,

sem sucesso, O tamanho do Universo.Tantos e tão bem versados, estes versos

Tentam resumir em plural de versículos sem nexo.

O mistério contido em tudo, contido em um único verso. Apenas o Uni, coverso do amor.

Autor: Pedro Pompeu de Sousa Brasil Carneiro – EBS Prêmio – 3o Lugar

tem? Lá dizia que a água vinha de lençóis freáticos.- Uai! - respondeu surpreso - esses eu não co-

nhecia. E eles são usados nos carros para diminuir a velocidade?

- Talvez - respondeu Hepaminondas, pensativo.- Ah, sim, agora me lembro do jornal. Lá também

falava sobre igualdade de gênero.- Realmente as coisas estão desiguais. Existem

aqueles que são mais valorizados.- Pois é! Acho que atualmente as crônicas são

pouco apreciadas.Autor: Pedro Miguel Carneiro Jeronimo – EGS Prêmio – 4o Lugar

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Depoimentos

Fiz parte da Acade7 no momento em que ela começava a crescer. Cheguei à presidência e depois à vice-presidência, tendo lidado de perto com as dificuldades que uma Academia de Letras nova pos-sui. No entanto, essa fase já foi superada, tenho a Acade7 hoje um nome respeitado

ante as demais academias estudantis de Fortaleza. Desejo a todos os colegas agora participantes que aproveitem ao máximo os eventos, pois são estas experiências que en-riquecerão seus anos vindouros, afinal de contas, ler é se distrair no presente para melhorar o futuro!

Andressa Rocha Muniz Ex-aluna

A Acade7 foi uma parte muito importante e, sem dúvidas, marcante da minha vida! Pude desenvolver e descobrir novas habilidades, buscar novos horizontes e descobrir novas inspirações, amizades. Devo muito à Acade7 por todas as oportunidades que me foram dadas e tantas boas lem-branças que ficarão para sempre em minha memória.

Marjorie Melo Ex-aluna

Participar da Acade7 foi um experiência única, em que a cultura da nossa cidade e país foi valorizada, pela visita ao Theatro José de Alencar, por exemplo. A literatura foi muito destacada, com idas a eventos literários, como a bienal do livro e a FLI7, além de permitir um maior envolvimento entre livros e membros da academia, pelo grupo de teatro da Acade7, que interpretava algumas obras. A Acade7 tam-bém beneficia o caráter de seus membros, ao realizar campanhas sociais, como a da Casa da Criança no ano passado. As amizades adquiridas na Acade7 também são excepcionais, havendo grande ca-maradagem entre membros e ainda proporcionando a interação com outras academias. Em resumo, a Acade7 foi, com certeza, um momento muito importante de minha vida escolar.

Mariana Leal - 3o Ano EM (EGS)

A Academia de Letras dos Estudantes do Colégio 7 de Setembro. Academia de Letras. Título forte, hein. De peso.

Fazer parte de um gru-po como a Acade7 é, para

mim, uma grande honra. Um grupo no qual firmei novas amizades, no qual expandi meus conhecimentos culturais. Com diver-sos passeios e diversas atividades, a Aca-de7 me fez enxergar a Literatura de forma diferente. A Língua Portuguesa, essa arte, tudo ficou mais vivo.

Estou no meu terceiro ano como mem-bro e nunca me esquecerei como tudo co-meçou. Era eu o Correspondente O Povo do C7S. Tenho viva na memória a lembrança do primeiro encontro com o grupo, lá na Praia de Iracema. Foi uma visita ao Projeto Livro Urbano.

De lá para cá muita coisa aconteceu, muito aprendizado. Alegre em fazer parte dessa turma.

Pedro Pompeu – 2o Ano EM (EBS)

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Para contar sobre como conheci a Acade7, preciso contar como conheci algo ain-da mais importante, fundamental para gerar meu interesse na academia. Okay, va-mos voltar para os meus 5, 6 anos. Ainda não sabia ler (aprendi com 7) mas mesmo assim meu pai me pedia para ler documentos, placas, anúncios (eu fazia uma ten-tativa um tanto medíocre) e, o principal, me levava para livrarias (a minha favorita era uma que ficava no centro cultural Dragão do Mar, que tinha uma ilustração de globo terrestre na fachada, fiquei meio triste quando fechou, há alguns anos). Eu me apaixonei, como era esperado — os livros me alcançaram com as cores de suas capas, com a textura de suas lombadas, com aquele cheiro irresistível, com todas as histórias fantásticas que eu ainda nem sabia decodificar. E a paixão foi crescendo, mas se resguardou em sua timidez até meus doze, treze anos, quando, explorando a

biblioteca do NGS, conheci Austen e Brontë — mulheres fortes, que pensavam além de seu tempo e escreviam com delicadeza, sensibilidade, criticidade e sagacidade sobre mulheres igualmente fortes. Depois disso, não parei mais. De repente, me vi escrevendo meus próprios versos, meio desajeitados, encabulados. “Eu não sou escritora”, pensava. Mas, quanto mais eu lia, menos eu conseguia evitar: escrever era como gritar no papel tudo que minha alma só conseguia sussurrar. Dava uma paz. E então, cada vez mais, eu percebia uma coisa: todos nós somos meio escritores, sabe? A gente só escreve de formas diferentes: com poemas, com haicais, com fanfics (ei, parem de subestimar as fanfics), com romances, com desenhos, com grafite... E então chegamos no ponto crucial da história, que é quando eu descubro sobre a Acade7. Folheando a agenda, me deparei com uma página que falava desse grupo de nome engraçado do colégio que se dizia dedicado a alunos com interesses literários. Imaginem minha reação — eu instantaneamente quis participar! Demorou um pouco, porque a divul-gação no ensino fundamental ainda não era muito intensa (estamos tentando mudar isso) mas no 1o ano do ensino médio consegui entrar. E foi umas das melhores coisas que eu já fiz (frase cliché, porém verdadeira). Eu obviamente não fiz isso sozinha — arrastei meia dúzia (na verdade, acho que foi uma dúzia mesmo...) de amigos que também amavam a literatura comigo. Vou descrever alguns dos meus melhores momentos na Acade7: - O primeiro dia. Todo mundo tímido na sala 18, mas ganhamos uns livros e muitas fotos constrangedoras. - A eleição para a presidência de 2014. Usei meu conhecimento de “Game of Thrones” como argumento, foi baixo, mas consegui a vice-presidência. - a visita à Praia de Iracema, com o rolézinho na ponte metálica e a sorvete-ria - conhecer os mitos da outra geração da Acade7 (ou seja: Marjorie, Chococat, Isabele/Lorde, Raquel...) - O teatro. Nem preciso comentar, basta dizer que havia um jogador de vôlei chamado Erivelton, um dono de venda namorador também chamado Erivelton, Netinho era um boneco de cartolina igual ao do “Criança Esperança” e eu interpretei a morte. Também cantamos “um só”, da Clarice Falcão. - As vezes em que nos confundiram com um coral - Outras dezenas de passeios e encontros informais (99% literatura, mas aquele 1% é zoeira pura) - Acabar sendo presidente na eleição de 2015 da ACADE7 - O último, e meu favorito: a campanha de arrecadação de mantimentos/brinquedos para a Casa da Criança. O texto ficou grande, mas era impossível evitar — tenho muita coisa boa para falar sobre a Acade7. E muitas histórias engraçadas. O mais fascinante disso tudo foi ver pessoas que eu nunca imaginei entrarem na academia e ajudarem a montar a história desse grupo — é por isso que você, que acha que não gosta de ler, é tão importante. É como diz aquela frase “ninguém não gosta de ler, apenas não achou o livro certo ainda”. Não tenha medo, meu jovem setembrino. A Acade7 não é só para escritores (mas cuidado, você vai acabar se tornando um, e vai ser maravilhoso), não é só para admiradores dos clássicos, e inclusive não é só para quem gosta de literatura — tem cinema, arte, gastronomia, história... Tem um universo. E eu nunca vou me arrepender de ter entrado nesse universo.

Cibelly Holanda – 3o Ano EM (EGS)

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Colégio 7 de Setembro10

Desde pequeno vivia em um ambiente abraçado por livros e estantes empo-eiradas que murmuravam as histórias mais empolgantes horas antes da queda para um sono profundo. Acredito que o fato de ter me envolvido com literatura tão cedo me fez criar a vontade de querer escrever histórias e viver cada uma delas, em suas particularidades. Escrever é uma das ferramentas mais podero-sas que a humanidade desenvolveu e quem escreve, por mais que imagine para quem, nunca sabe exatamente qual indivíduo vai atingir e nem de que forma o vai. Não imagina qual será a interpretação de determinada mensagem, mesmo que pense em qual passar. Escrever é, portanto, um enigma interessante a ser desvendado, questionado e explorado.

E foi esse o principal motivo que fez crescer em mim um grande sentimento de felicidade por fazer parte de um grupo que via nos livros a possibilidade de construir uma sociedade diferente, com mais envolvi-mento e calor humano. Estar dentro da Acade7 e conviver com cada um dos membros da academia foram momentos singulares, de grande proveito e trocas de experiências. Até hoje, levo em minha bagagem o que vivi dentro da academia e tenho muito a agradecer pelo que pude amadurecer dentro dela, pelas amizades que fiz e pelas histórias que compartilhei.

Ainda recordo do primeiro dia que usei o fardão da Acade7. Os olhos sorriam mais que os lábios e o co-ração batia forte contra o peito, na expectativa de um novo mundo a ser desbravado.

Foi em um outubro de 2010.Hoje, sinto muita saudade dos meus anos de academia, todavia estou bastante orgulhoso – afinal fui um

dos primeiros membros e acompanhei parte do desenvolvimento dela – em ver como os novos integrantes têm estruturado a nova Acade7. Vejo em cada um deles a figura de um futuro promissor, além dos ritos sociais que costumam dominar a linha do sistema educacional brasileiro, construído por sonhos que se realizarão pouco a pouco. E sinto do grupo, uma energia intensa e contínua que instiga uns aos outros a se perguntarem qual o próximo passo e assim, irem crescendo juntos.

Enxergo na Acade7 uma grande porta para aqueles que sonham com livros e com seus universos. Por-tanto, ficam os meus mais sinceros votos: aos novos membros, desejo a sabedoria para tornar cada vez mais próspero o caminho que está sendo trilhado. Aos alunos que gostam de ler e escrever, desejo a ideia de entrar para um grupo que os fará indescritivelmente felizes. Aos leitores desse jornal, desejo os sonhos que possam ser compartilhados em páginas como essa. Que todos continuem sempre sonhando e nunca permitam que nenhum obstáculo destrua qualquer esperança, pois o impossível só precisa ser imaginado para que possa se tornar real.

A cada um de vocês, os melhores ventos daqui pra frente.E a Acade7, o meu muito e sincero obrigado, por cada momento, cada sorriso, cada amigo, cada palavra.

Que venham muitos anos de crescimento e entusiasmo, como sempre existiu.Mateus Lins

Ex-aluno

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Acade7 em fotos

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