o processo licitatório e o pregão como forma de inovação no direito administrativo

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12 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo geral demonstrar como é feito o processo licitatório, e o desgaste burocrático que vem a existir mediante inúmeras fases e detalhes a serem observados para a criação deste ato administrativo. Quando vemos o tema “Licitação” em notícias e artigos, logo somos bombardeados com o clamor por “eficácia” e “celeridade”. Isso se dá porque a maior reclamação quanto a esse ato administrativo é exatamente a da demora em se obter o que é pedido na licitação, uma vez que o processo é tão complicado e trabalhoso, que acaba sendo exaustivo e que o que se almeja no ato nem sempre é atingido. Em meio a pesquisa ficou claro que ainda se é um tanto complexo falar em licitação. O tema parece difícil e maçante, mas quando se entra a fundo no assunto, vemos que nada mais é do que o cumprimento das disposições legais. A licitação é regida pela Constituição Federal, Lei 8.666/1993, Lei 10.520/02 e ainda a legislação relacionada por agentes públicos, para fins de aquisição de materiais ou equipamentos, e de contratação de serviços. Logo no art. 37 da Constituição Federal de 1988, mais exatamente no inciso XXI, existe a previsão de que as obras, serviços, compras e alienação deverão ser feitos mediante o processo licitatório, para que se assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, exceto se houver casos especificados na legislação.

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Trabalho de Conclusão de Curso na área de Direito Administrativo.

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1 INTRODUOO presente trabalho tem por objetivo geral demonstrar como feito o processo licitatrio, e o desgaste burocrtico que vem a existir mediante inmeras fases e detalhes a serem observados para a criao deste ato administrativo.Quando vemos o tema Licitao em notcias e artigos, logo somos bombardeados com o clamor por eficcia e celeridade. Isso se d porque a maior reclamao quanto a esse ato administrativo exatamente a da demora em se obter o que pedido na licitao, uma vez que o processo to complicado e trabalhoso, que acaba sendo exaustivo e que o que se almeja no ato nem sempre atingido. Em meio a pesquisa ficou claro que ainda se um tanto complexo falar em licitao. O tema parece difcil e maante, mas quando se entra a fundo no assunto, vemos que nada mais do que o cumprimento das disposies legais.A licitao regida pela Constituio Federal, Lei 8.666/1993, Lei 10.520/02 e ainda a legislao relacionada por agentes pblicos, para fins de aquisio de materiais ou equipamentos, e de contratao de servios.Logo no art. 37 da Constituio Federal de 1988, mais exatamente no inciso XXI, existe a previso de que as obras, servios, compras e alienao devero ser feitos mediante o processo licitatrio, para que se assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, exceto se houver casos especificados na legislao. Por ser comumente trazida a reclamao de burocracia e ineficincia, foi criada a Lei 10.520/02, que a Lei do Prego. Ele surgiu para oferecer maior eficcia nos processos de licitao pblica, a fim de torn-los rpidos, simples, econmicos e ainda mais competitivos, ento sendo satisfatrio ao interesse pblico, que deve ser garantido pelo Estado. Os objetivos principais do presente trabalho so: Conhecer e demonstrar como feito todo o processo licitatrio; Conhecer o instituto do prego e prego eletrnico; Avaliar se o prego realmente uma soluo para maior eficincia dos processos licitatrios.O trabalho foi dividido em captulos, a fim de se propiciar uma viso detalhada das licitaes, incluindo uma anlise das caractersticas das modalidades licitatrias previstas na Lei 8.666/1993, para dar base do assunto antes de adentrar no Prego.J falando de Prego, demonstrados os motivos de se ter ingressado com a Lei 10.520/2002 e analisadas as caractersticas e diferenas quanto s demais modalidades licitatrias.

2 HISTRICO Seguindo o estudo de Geraldo Luiz Viera Ribeiro, acredita-se que a primeira ideia de um modo de licitao tenha surgido na Europa Medieval, pois se tinha a necessidade de adquirir determinados bens, ou quando precisasse da execuo de uma obra ou servio, e que a administrao no tinha condies de obt-la. Existia um sistema chamado Vela e Prego, esse sistema conduzia as regras para o procedimento. Ele comeava com uma convocao, no lugar, data e horrio previsto, ento, eram reunidos um representante do Estado e os demais interessados. O costume era o de se acender uma vela, que representava o incio do procedimento, os participantes ento, dariam lances at que a vale apagasse, o vencedor era o que dava o ltimo lance de menor preo.A Administrao Pblica era Patrimonialista nesse perodo, o que significa que se tinha a figura de um monarca, que detinha o poder de tomar todas as decises tanto polticas quanto administrativas. Por esse motivo, o principal objetivo da gesto, era o de beneficiar o clero e a nobreza em vias econmicas e sociais, o que acarretava em corrupo e nepotismo.Com o intuito de proteger o Estado de tanta corrupo, foi instaurado no sculo XIX um Estado Liberal, e com ele a Administrao Pblica Burocrtica. Nele as decises eram centralizadas, pela hierarquia funcional, profissionalismo, formalismo e controle passo a passo dos processos, sempre com o intuito de substituir a Administrao Patriarcal. Foram ento aperfeioados os requisitos para realizao do certame, e foi-se verificado que essa administrao Burocrtica detinha regras que objetivavam a preveno da corrupo.Mesmo que o intuito de prevenir a corrupo fosse bom, a Administrao acabava no funcionando por conta de muitos vcios e entes pblicos desqualificados. Uma nova tentativa foi feita a partir da, com a criao da Administrao Gerencial, aliada a uma gesto melhorada.J no Brasil, a licitao teve incio com o Decreto n 2.926/1862, e veio sofrendo enormes transformaes desde ento. Esse Decreto regulamentava as compras e alienaes, e era complementado com por outras leis e se estruturava com o Decreto n 4.536/1922, e se sistematizava no Decreto-Lei n 200/1962 que estabelecia a reforma administrativa nacional e foi estendido administrao estadual e municipal com a Lei n 545/1968.Foi s com o Decreto-Lei n 2.300/86, que a licitao ganhou notoriedade. Antes desse decreto, o processo de licitao era confuso e contraditrio. Mais alm, foram institudos os Decretos-Lei 2.348 e 2.360, que criaram o Estatuto das Licitaes e Contratos Administrativos, onde se encontravam as normas gerais e especficas referentes s licitaes. Quando foi estabelecida a Constituio Federal em 1988, a licitao veio a ser vista como princpio, e sendo obrigatria a todos os entes da Federao:Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte:XXI - ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes.Ainda na Constituio, para se ressaltar o quo importante era a licitao, veio o artigo 22, inciso XXVII, estabelecer:Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:XXVII - normas gerais de licitao e contratao, em todas as modalidades, para as administraes pblicas diretas, autrquicas e fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas pblicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, 1, III;Juntamente com a Constituio, foi criada ento a Lei n 8.666/1993, que detinha as normas referentes as Licitaes e os Contratos Administrativos. Mesmo essa lei tendo sido bastante vantajosa ao processo licitatrio, algumas das modalidades ainda contm fragmentos da administrao burocrtica. Por conta dos prazos e todos os requisitos do procedimento, a administrao acabava perdendo celeridade no processo. Ento, com a Medida Provisria 2.026/2000, que mais alm virou a Medida Provisria 2.182, foi institudo o Prego, que n comeo era de uso exclusivo da Unio. Essa modalidade de licitao veio com o objetivo de agilizar o processo licitatrio. S mais alm, com a Lei Federal 10.520/2002, que o Prego passou a ser tambm passvel de utilizao dos Estados e Municpios.O Prego visto como um melhoramento da Licitao. Ele funciona como uma espcie de leilo ao contrrio, onde o licitante oferta lances menores, a fim de que a administrao possa escolher a melhor opo de compra. Essa modalidade visa moderao nos gastos, e garante economia, alm de agilizar o processo. 3 LICITAO3.1 CONCEITO DE LICITAO A administrao pblica se submete ao Regime Jurdico Administrativo, que uma srie de determinaes jurdicas que preveem prerrogativas Administrao que no diferentes daquelas estabelecidas no mbito civil. As mais importantes so o concurso pblico e a licitao.A licitao um processo administrativo que utilizado pela Administrao Pblica e demais pessoas indicadas pela lei em que se seleciona a proposta que oferea mais vantagens para o contrato de seu interesse, por meio de critrios objetivos e impessoais, para a celebrao de contrato. regida pela Lei n. 8666/93, de 21 de junho de 1993, que veio para regulamentar o art. 37, inciso XXI. No art. 3 dessa Lei, esto elencados os objetivos da licitao, que so: A) garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia; B) selecionar a proposta mais vantajosa para a Administrao e C) promover o desenvolvimento nacional sustentvel. No art. 37, XXI da CF/88, Ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes.Ou seja, a licitao uma regra constitucional que deve ser seguida para que sejam formalizados contratos pela Administrao Pblica. um procedimento administrativo instrumental, por servir de instrumento para um os fins de contratao pblica. Um dos fins da licitao garantir o tratamento isonmico, explicado na parte assegure igualdade de condies a todos os concorrentes. Por esse motivo, no podemos admitir que uma licitao seja direcionada a uma empresa ou licitante em especfico. Alm disso, a licitao tem que estabelecer exigncias de qualificao tcnica e econmica que sejam indispensveis ao cumprimento das obrigaes vinculadas ao objeto da licitao.3.2 Competncia LegislativaArt. 22, XXVII, da CF/88: Compete privativamente Unio legislar sobre:XXVII normas gerais de licitao e contratao, em todas as modalidades, para as administraes pblicas diretas, autrquicas e fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas pblicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, 1, III;Ento, cabe a Unio, privativamente, legislar sobre as normas gerais de licitaes e contratos administrativos. A competncia da Unio para legislar sobre a matria privativa, isso significa que ela pode ser transferida em casos estabelecidos pela prpria Constituio. No pargrafo nico est especificado que permitido aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre matrias especficas desde que mediante disposto em lei complementar da Unio. importante frisar que o texto constitucional diz que a competncia privativa apenas em relao s normas gerais, ento, possvel se concluir que os Entes Federados podem legislar sobre as normas especficas. Nesse caso, a Unio teria competncia privativa para elaborar normas gerais, nacionais, aplicveis a todos os Entes Federados; e a Unio, Estados, DF e Municpios, competncia autnoma para elaborar normas especficas federais, estaduais, distritais e municipais, com o objetivo de atenderem as peculiaridades socioeconmicas, respeitadas as normas gerais.Porm, as normas gerais so um tema tomentoso na doutrina, uma vez que se tratam de um conceito jurdico indeterminado que acarreta em dificuldades interpretativas. Elas seriam aquelas que estabelecem padres genricos, comandos bsicos do estatuto jurdico das licitaes e contratos. A Lei 8666/93, elencou em seu art. 6 que, enquanto o termo Administrao Pblica (art. 6, XI) possui carter geral, pois abrange a Administrao Direta e Indireta de todos os Entes Federados, o vocbulo Administrao (art. 6, XII) possui carter restritivo, alcanando apenas determinado Ente. Como cabe diretamente Unio legislar sobre esses tipos normas, em cumprimento ao mandamento constitucional, foi aprovada a Lei 8.666/93, de 21 de julho de 1993, que dispe em seu 1 art.: Esta lei estabelece normas gerais sobre licitaes e contratos administrativos pertinentes a obras, servios, inclusive de publicidade, compras, alienaes e locaes no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.Ento vale ressaltar que embora nesse artigo se afirme que todos os seus dispositivos so normas reais, isso no o praticado na realidade. Entre os dispositivos da lei, nem todos so essencialmente de aplicao para os Estados, Distrito Federal e Municpios. Devem-se interpretar quais destes dispositivos exibem comandos gerais e quais so de comandos especficos. Em seguida, no texto da mesma Lei 8.666/93: Art. 1, pargrafo nico- Subordinam-se ao regime desta Lei, alm dos rgos da administrao direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundaes pblicas, as empresas pblicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios.Pode-se notar que o dispositivo transcrito determina que os fundos especiais devem promover procedimentos licitatrios. Esses fundos correspondem produtos de receitas especificadas legalmente e que se vinculam realizao de determinados objetos e servios. A Lei 8.666/93 possui carter hibrido, da mesma forma que lei nacional no tocante s normas gerais; tambm, por outro lado, lei federal em relao s normas especficas. Em todo caso, a Constituio no exigiu em uma nica lei a concentrao das normas gerais, ento nada impede que outras normas possam ser consagradas em outros diplomas legislativos. importante destacar a Smula 222, to TCU, que diz que: As Decises do Tribunal de Contas da Unio, relativas aplicao de normas gerais de licitao, sobre as quais cabe privativamente Unio legislar, devem ser acatadas pelos administradores dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.O que podemos observar, em resumo, o seguinte: 1) Para contratar com a Administrao exige-se prvia Licitao Pblica; 2) As empresas pblicas e as sociedades de economia mista tambm devem licitar, mesmo que tenham regras especficas; 3) H previso em lei dos casos que no h licitao; 4) A licitao deve assegurar igualdade de condies para os participantes; 5) Para fins de cumprimento das obrigaes assumidas, devero ser exigidas qualificaes tcnicas e econmicas aos participantes; 6) Nos contratos devem ser respeitadas as propostas apresentadas pelos participantes; 7) Legislar sobre as normais gerais da licitao competncia privativa da Unio;8) Mediante autorizao por lei complementar, os Estados tero a possibilidade de legislar sobre questes especficas.3.3 Princpios da LicitaoAlm de princpios constitucionais, na lei n 8.666/93 encontra-se mencionado os seguintes princpios: legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculao ao instrumento convocatrio, julgamento objetivo, isonomia, e outros. Art. 3 - A licitao destina-se a garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administrao e ser processada e julgada em estrita conformidade com os princpios bsicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhe so correlatos.Dois princpios so mais claros no artigo, o da isonomia e da vantajosidade. Por isso, qualquer licitao que no mantenha a igualdade de participantes, nula.O principal princpio da licitao mesmo a vantajosidade, uma vez que a licitao no busca o servio mais barato, e sim a proposta mais vantajosa, que se vier a ser a mais barata, melhor ainda. Quando falamos em princpios j temos um prvio conhecimento de alguns deles, por serem princpios constitucionais, ento visa-se salientar os seguintes:1) Isonomia: ligado ao princpio da igualdade. A Administrao deve pautar suas licitaes dando as mesmas oportunidades para os participantes, sem preferncias ou subjetividades. Tambm ligado ao princpio da impessoalidade, j que a Administrao deve dispensar tratamento igualitrio. Inclusive est no art. 37, XXI, da CRFB, mencionado que a licitao deve assegurar igualdade de condies de todos os concorrentes. A Administrao no pode dar preferncia nem distino por motivos de naturalidade, da sede ou mesmo que do domiclio dos licitantes, ou mesmo de qualquer outra forma que no seja relevante para o objeto do contrato. Porm, a partir da redao da Lei 12.349/2010, existem excees onde se admitem o tratamento diverso relacionado aos bens e produtos que so produzidos no Brasil. Mais especificadamente, no art. 3, 5 ao 12, est determinado que d-se preferncia a produtos manufaturados e servios nacionais, que atendam normas tcnicas brasileiras, a serem especificadas pelo Poder Executivo Federal e limitada at vinte e cinco por centro acima dos produtos e servios estrangeiros. Mas cabe salientar, que existem previstos critrios de desempate, notadamente no art. 3, 2 da Lei 8.666/93, onde assegura-se, em igualdade de condies, a) produzidos no Pas; b) produzidos ou emprestados por empresas brasileiras; c) produzidos ou emprestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no Pas. Por fim, a isonomia implica em tratamento desigual quando as pessoas no esto em mesma condio ftico-jurdica, mas isso s ocorre se respeitando o princpio da proporcionalidade. Nesse escopo, encontramos na Constituio exemplos de tratamento diferenciado para s cooperativas (art. 5, XVIII; art. 146, III c; e art. 174, 2, da CRFB, Lei 5.764/1971), e para as microempresas e empresas de pequeno porte (art. 146, III, d, e art. 179 da CRFB; LC 123/2006). 2) Princpio da vinculao ao instrumento convocatrio: lei interna de licitao e deve ser respeitada pelo Poder Pblico e pelos licitantes. Ele o ato administrativo que fixa regras da licitao. Trata-se da aplicao especfica do princpio da legalidade, por esse motivo diz-se que as regras fixadas no instrumento convocatrio resultam em ilegalidade do certame. Sendo assim, a administrao deve cumprir as normas e condies previstas, j que se encontram vinculadas a ele.3) Princpio da competitividade: Deve-se ter o carter competitivo para se obter a proposta mais vantajosa para a Administrao. Por isso, veda-se que se admita prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocao, clusulas ou condies que restrinjam ou comprometam essa competitividade. Esse carter competitivo deve existir porque quanto maior competio tiver maior a chance de se ter uma melhor proposta.Art. 4, III, b, da Lei 4.717/65, estabelece a nulidade dos editais que contenham restries nas clusulas de competio: Art. 4 So tambm nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1.III - A empreitada, a tarefa e a concesso do servio pblico, quando: b) no edital de concorrncia forem includas clusulas ou condies, que comprometam o seu carter competitivo;

4) Probidade Administrativa: o dever de todo Administrador Pblico, esse dever inclui a honestidade e fidelidade ao Estado e populao no exerccio de sua funo. Ser probo referido no dicionrio Aurlio como ter carter ntegro, honesto, honrado, resto, justo. mais definido que o princpio da moralidade um aspecto particular da moralidade administrativa.5) Princpio do julgamento objetivo: O julgamento das propostas deve ser objetivo. Cabe ento Comisso ou ao responsvel pela licitao, o dever de realiz-lo conforme os tipos de licitao e os critrios definidos no ato convocatrio. O uso de critrios subjetivos para julgamento de propostas contraria o princpio da isonomia. No art. 45 da Lei 8.666/1993 aponta, logo aps dizer que o julgamento das propostas ser objetivo: (i) menor preo; (ii) melhor tcnica; (iii) tcnica e preo; e (iv) maior lance ou oferta. Inclusive, tanto h de se obedecer a objetividade, que em casos de empate entre propostas, desempata-se por meio de sorteio. Existem ainda outros Princpios, a enumerao destes depende do posicionamento do autor quanto a importncia do conhecimento destes. Em todo caso, pode-se concluir que os Princpios da Isonomia e da Escolha da Proposta Mais Vantajosa so os pilares que sustentam a licitao. O processo e julgamento da licitao devem sempre ser compatveis com os princpios constitucionais bsicos, que so: probidade administrativa; vinculao ao instrumento convocatrio, e julgamento objetivo. E que, vedado que existam clusulas que frustrem a competitividade ou acarretem em tratamento desigual entre os licitantes. 3.4 Vedaes e ImpedimentosEncontramos na Lei 8.666/93 ainda, as citadas vedaes e impedimentos. Essas vedaes existem com o intuito de tornar o processo mais competitivo e igualitrio. Primeiramente as vedaes aos agentes pblicos, que so encontradas no art. 3 1, e que incluem proibies quanto a admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocao, clusulas ou condies que comprometam, restrinjam ou frustrem o carter competitivo das licitaes, por meio de preferncia ou distino em razo da naturalidade, da sede ou do domiclio dos licitantes; ainda, o estabelecimento de tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciria ou qualquer outra entre empresas brasileiras e estrangeiras. Nesse mbito vemos que a o princpio da isonomia e da igualdade devem prevalecer em toda a atuao da administrao pblica.J no art. 7, 3, 4 e 5 est escrito: 3o vedado incluir no objeto da licitao a obteno de recursos financeiros para sua execuo, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concesso, nos termos da legislao especfica.4o vedada, ainda, a incluso, no objeto da licitao, de fornecimento de materiais e servios sem previso de quantidades ou cujos quantitativos no correspondam s previses reais do projeto bsico ou executivo.5o vedada a realizao de licitao cujo objeto inclua bens e servios sem similaridade ou de marcas, caractersticas e especificaes exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificvel, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e servios for feito sob o regime de administrao contratada, previsto e discriminado no ato convocatrio.Em seguida, no 6, explica-se o que incidir caso essas vedaes sejam desrespeitadas. De acordo com esse pargrafo, caso haja a infringncia de algum dos dispostos do artigo, ser implicada a nulidade dos atos e contratos realizados, e ainda a responsabilizao de quem tenha causado. E, alm dessas vedaes j mencionadas, temos ainda os impedimentos para participao direta ou indireta na licitao ou nas execues de obra a servio, encontradas no art. 9 da Lei 8.666/1993:Art.9oNo poder participar, direta ou indiretamente, da licitao ou da execuo de obra ou servio e do fornecimento de bens a eles necessrios:I-o autor do projeto, bsico ou executivo, pessoa fsica ou jurdica;II-empresa, isoladamente ou em consrcio, responsvel pela elaborao do projeto bsico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento)do capital com direito a voto ou controlador, responsvel tcnico ou subcontratado;III-servidor ou dirigente de rgo ou entidade contratante ou responsvel pela licitao.Esses impedimentos no afastam a possibilidade de que a licitao ou contratao de obra ou servio que vier a ter um projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preo que fora fixado pela Administrao previamente. Quando se fala de impedimento, deve-se considerar qualquer participao direta, indireta, exemplificativamente, a existncia de qualquer vnculo de natureza tcnica, comercial, econmica, financeira ou trabalhista entre o aturo do projeto, pessoa fsica ou jurdica, e o licitante ou responsvel pelos servios, fornecimentos e obras; inclusive os fornecimentos de bens e servios a estes necessrios.3.5 ModalidadesDe acordo com a Lei 8.666/93, temos cinco modalidades de licitao, isto est previsto no art. 22 desta lei:Art.22.So modalidades de licitao:I-concorrncia;II-tomada de preos;III-convite;IV-concurso;V-leilo.Nos primeiros cinco pargrafos deste artigo encontra-se a definio de cada uma dessas modalidades. J no 8, encontra-se as vedaes quanto a criao de outras modalidades de licitao ou a combinao das referidas neste artigo. Em todo caso, com a criao da Medida Provisria n 2.026, de 4 de maio de 2000, criou-se o prego, para ser utilizado exclusivamente pela Unio.Essa Medida Provisria acabou se transformando na Lei 10.520/2002, s que nesta j no contm a restrio quanto utilizao do prego pelos Estados, Distrito Federal e Municpios, motivo este que leva todos estes entes a utiliz-lo. Ainda temos o Regime Diferenciado de Contrataes Pblicas (RDC), que foi institudo em 2011 pela Lei n 12.462/2011, e que incita a aplicao deste regime a contratos e licitaes necessrios para a realizao das Paraolimpadas de 2016 e da Copa do Mundo de 2014. Ainda temos a consulta, que uma modalidade prevista no art. 37 da Lei 9.986/2000, mas que voltado s licitaes realizadas por agncias reguladoras.As trs licitaes que so previstas na Lei de Licitaes, que so: concorrncia, tomada de preos e convite, so exigidos conforme o vulto econmico previsto para o contrato futuro. Quanto maior for o valor do contrato, maior ser a formalidade existente nessas modalidades. Em questo de formalidade, a concorrncia a mais formal, enquanto a tomada de preos moderada e o convite o menos formal de todos. Porm, no art. 23 4, da Lei 8.666/1993 encontra-se admitido que seja utilizado a modalidade mais no formal no lugar da menos formal, j o contrrio proibido. 3.5.1 Concorrncia No primeiro pargrafo do art. 22, da Lei 8.666/1993, Concorrncia a modalidade de licitao entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitao preliminar, comprovem possuir os requisitos mnimos de qualificao exigidos no edital para execuo de seu objeto.A concorrncia a modalidade que tem a maior formalidade, isso porque geralmente exigido para contrataes de grande porte econmico. Podemos encontrar os valores exigidos para a formalizao da concorrncia, no art. 23, I, c e II, c, da Lei 8.666/1993. Art.23.As modalidades de licitao a que se referem os incisos I a III do artigo anterior sero determinadas em funo dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratao:I - para obras e servios de engenharia:c) concorrncia: acima de R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais);II-para compras e servios no referidos no inciso anterior:c)concorrncia-acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqenta mil reais).Por conta do porte do contrato, previsto no art. 22 1, da Lei 8.666/1993, que necessrio que seja permitido a participao de qualquer interessado preliminarmente, na fase de habilitao, com ampla divulgao da licitao. Por esse motivo, a concorrncia tem essa espcie de habilitao preliminar, prvia ao julgamento de propostas, para fins de garantir a qualificao e aptido das empresas para celebrao do contrato com o Poder Pblico. Nesta fase, a empresa deve comprovar os seguintes itens: habilitao jurdica; qualificao tcnica; qualificao econmica-financeira; regularidade fiscal; e cumprimento do disposto do inciso XXXIII, do art. 7 da CRFB.Existem casos em que a concorrncia exigida independentemente do valor, por conta da natureza contratual. No art. 23, 3, da Lei de 8.666/1993, citam-se as hipteses:Art.23.As modalidades de licitao a que se referem os incisos I a III do artigo anterior sero determinadas em funo dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratao:3oA concorrncia a modalidade de licitao cabvel, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienao de bens imveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concesses de direito real de uso e nas licitaes internacionais, admitindo-se neste ltimo caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preos, quando o rgo ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando no houver fornecedor do bem ou servio no Pas.3.5.2 Tomada de PreosNa Lei 8.666/1993: Art.22.So modalidades de licitao:2oTomada de preos a modalidade de licitao entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condies exigidas para cadastramento at o terceiro dia anterior data do recebimento das propostas, observada a necessria qualificao.Essa modalidade exigida para contrataes de mdio porte econmico. Est previsto no art. 23, I, b e II, b da mesma lei:Art.23.As modalidades de licitao a que se referem os incisos I a III do artigo anterior sero determinadas em funo dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratao:I - para obras e servios de engenharia:b)tomada de preos-at R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais);II-para compras e servios no referidos no inciso anterior:b)tomada de preos-at R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqenta mil reais);J em casos de consrcio pblico, o 8, da Lei 8.666/1993 diz que aplicam-se o dobro dos valores quando formado por at trs entes da Federao, e o triplo quando forem por mais. Segundo do art. 22 2, da Lei de Licitaes, essa modalidade restringe-se s pessoas previamente inscritas em cadastro administrativo, e aos que, atendendo s condies exigidas para o cadastramento, at o terceiro dia anterior data para recolhimento de propostas, tenham requerido e sejam qualificados (a qualificao encontra-se no art. 38 da mesma Lei).O registro cadastral tem caractersticas descritas entre os art. 34 a 36 da Lei 8.666/1993, e so elas: a) deve ser atualizado pelo menos uma vez por ano e deve estar permanentemente aberto aos interessados (art. 34, 1); b) facultativo s unidades administrativas que utilizem registros de outros rgos ou entidades da Administrao Pblica (art. 34, 2); c) os inscritos devem ser divididos por categorias, e para a subdiviso deve se ter em vista as especializaes, baseando-se na qualificao tcnica e econmica avaliada pelos elementos constantes da documentao relacionada nos arts. 30 e 31 da Lei de Licitaes (art. 36); d) ser emitido um Certificado de Registro Cadastral, que poder ser renovado sempre que atualizarem o registro (art. 36, 1).O certificado que a pessoa cadastrada recebe tem validade de um ano, e nele consta a categoria que se inclui, visando a especializao, baseando-se na qualificao tcnica e econmica avaliada pelos elementos constantes da documentao dispostos nos arts. 30 e 31. Como explica Di Pietro (2014), quando os participantes apresentarem esse certificado na tomada de preos, eles j tero habilitao prvia, porque ela feita no momento da inscrio do registro cadastral, mediante a comisso permanente ou especial, que contenha no mnimo 3 (trs) membros, e que pelo menos dois destes sejam servidores qualificados e permanentes dos rgos da Administrao responsvel pela licitao (art. 51 da Lei 8.666/1993).3.5.3 ConviteDefinio pela Lei 8.666/1993:Art.22.So modalidades de licitao:3oConvite a modalidade de licitao entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou no, escolhidos e convidados em nmero mnimo de 3 (trs)pela unidade administrativa, a qual afixar, em local apropriado, cpia do instrumento convocatrio e o estender aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedncia de at 24 (vinte e quatro)horas da apresentao das propostas. Dentre as modalidades, esta a menor formal, e usada para contrataes de menor porte econmico. O art. 23, I, a, da mesma lei diz: Art.23.As modalidades de licitao a que se referem os incisos I a III do artigo anterior sero determinadas em funo dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratao:I - para obras e servios de engenharia: a)convite-at R$ 150.000,00 (cento e cinqenta mil reais); b)tomada de preos-at R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais);Ou seja, para obras e servios de engenharia o valor de at R$ 150.000,00, mas para os demais servios, de at R$ 80.000,00. J se forem consrcios pblicos, podem se aplicar o dobro desses valores, se forem formados por at 3 (trs) entes da federao; e, o triplo se forem mais de 3 (trs).Por definio em lei, o convite deve ser enviado a pelo menos trs interessados. Porm, vale ressaltar que o prazo de cinco dias teis pequeno. Cabe aqui ento o uso dos prazos dilatrios regidos pelo Cdigo de Processo Civil, onde no se considera o dia inicial, mas se considera o dia final do prazo.3.5.4 Concurso Conceituado na Lei 8.666/1993:Art.22.So modalidades de licitao:4oConcurso a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para escolha de trabalho tcnico, cientfico ou artstico, mediante a instituio de prmios ou remunerao aos vencedores, conforme critrios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedncia mnima de 45 (quarenta e cinco)dias. Tem carter exclusivamente intelectual, voltado para quaisquer interessados para a escolha de trabalhos tcnicos, cientficos ou artsticos, mediante a instituio de prmios ou remunerao aos vencedores.Deve-se lembrar que o concurso como modalidade licitatria, no tem relao nenhuma com o concurso como forma de seleo para servio pblico. Ele difere totalmente das outras modalidades, regido pelos princpios da publicidade e igualdade, j que previsto em lei que o edital deve ser publicado na imprensa oficial com antecedncia mnima de 45 dias.Tem algumas particularidades,como por exemplo o prazo de publicidade que bastante vasto, para que haja tempo suficiente aos licitantes para produzirem o objeto a ser entregue para a analise de seleo. Essa uma das principais diferenas em relao as outras modalidades, o objeto e realizado antes do julgamento. Se finda quando o autor do projeto vencedor receber o prmio ou remunerao. Para isto, o autor deve ceder os direitos autorais da obra, para a Administrao usar da forma prevista no edital.3.5.5 LeiloNa Lei 8.666/1993: Art.22.So modalidades de licitao:5oLeilo a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para a venda de bens mveis inservveis para a administrao ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienao de bens imveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliaoEnto os objetivos do leilo esto:a) Venda de bens mveis inservveis para a administrao. Exemplo: quando a Administrao queira renovar frota de veculos, pode leiloar os automveis antigos;b) Venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados. Exemplo: bebidas, aparelhos eletrnicos, e outros, apreendidos pela Receita Federal;c) Alienao de bens imveis, quando a aquisio for originria de procedimento judicial ou de dao em paramento. Exemplo: leiles de imveis da Caixa Econmica Federal.O leilo pode tanto ser feito por leiloeiro oficial, quando por servidor pblico. A regra geral do arremate a de que o interessado que der o maior lance ter direito a compra. Deve ter duas caractersticas essenciais para estar dentro dos parmetros legais, estas so: a publicidade, ampla, que deve obedecer o art. 53, 4 da Lei 8.666/1993, e a preservao patrimonial, que tem o objetivo de ajustar o valor de mercado do bem, com avaliao preliminar a fim de se obter o valor mnimo para o arremate, conforme art. 53, 1.A regra geral de que o bem deve ser pago vista, em todo caso, se previsto no edital que o saldo poder ser depositado depois, poder ocorrer de pagamento posterior, mas pelo menos 5% do valor dever ser pago vista.3.5.6 PregoEsta modalidade ser mais aprofundada em captulo exclusivo adiante. 3.5.7 Regime Diferenciado de Contratao (RDC)O regime diferenciado de contratao foi institudo pela Lei 12.462/2011, advinda da Medida Provisria 527/2011, e no art. 1 da Lei, incisos I, II e III, descrito:I - dos Jogos Olmpicos e Paraolmpicos de 2016, constantes da Carteira de Projetos Olmpicos a ser definida pela Autoridade Pblica Olmpica (APO); eII - da Copa das Confederaes da Federao Internacional de Futebol Associao - Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014, definidos pelo Grupo Executivo - Gecopa 2014 do Comit Gestor institudo para definir, aprovar e supervisionar as aes previstas no Plano Estratgico das Aes do Governo Brasileiro para a realizao da Copa do Mundo Fifa 2014 - CGCOPA 2014, restringindo-se, no caso de obras pblicas, s constantes da matriz de responsabilidades celebrada entre a Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios;III - de obras de infraestrutura e de contratao de servios para os aeroportos das capitais dos Estados da Federao distantes at 350 km (trezentos e cinquenta quilmetros) das cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II., portanto um procedimento criado para se aplicar nessas situaes especficas e tem durao limitada ao termino dos eventos referidos no art. 1. Mesmo que inicialmente tenha sido criada para aplicao exclusiva nos casos desse artigo, o RDC ainda vem sendo usado para outros contratos. Foram includos os incisos: IV - das aes integrantes do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC)(Includo pela Lei n 12.688, de 2012)V - das obras e servios de engenharia no mbito do Sistema nico de Sade - SUS. (Includo pela Lei n 12.745, de 2012)VI - das obras e servios de engenharia para construo, ampliao e reforma de estabelecimentos penais e unidades de atendimento socioeducativo.(Includo pela Lei n 12.980, de 2014)E o pargrafo: 3o Alm das hipteses previstas nocaput, o RDC tambm aplicvel s licitaes e contratos necessrios realizao de obras e servios de engenharia no mbito dos sistemas pblicos de ensino.(Includo pela Lei n 12.722, de 2012)Os incisos IV, V e VI e o 3, foram includos para prever a aplicao do regime ao Programa de Acelerao do Crescimento (PAC); e dos servios de engenharia no mbito do Sistema nico de Sade (SUS), de estabelecimentos penais e unidades de atendimento socioeducativa, e dos sistemas pblicos de ensino. 3.6 PUBLICIDADEUm dos princpios mais importantes do direito administrativo j visto anteriormente a publicidade. Encontra-se expresso no art. 37 da Constituio Federal: Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia [...].J na lei 8.666/1993, encontram-se estabelecidas uma srie de regras referentes aos avisos que contenham o resumo dos editais das concorrncias, das tomadas de preos, dos concursos e dos leiles.Art.21.Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrncias, das tomadas de preos, dos concursos e dos leiles, embora realizados no local da repartio interessada, devero ser publicados com antecedncia, no mnimo, por uma vez;I-no Dirio Oficial da Unio, quando se tratar de licitao feita por rgo ou entidade da Administrao Pblica Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituies federais; II-no Dirio Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitao feita por rgo ou entidade da Administrao Pblica Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; III-em jornal dirio de grande circulao no Estado e tambm, se houver, em jornal de circulao no Municpio ou na regio onde ser realizada a obra, prestado o servio, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administrao, conforme o vulto da licitao, utilizar-se de outros meios de divulgao para ampliar a rea de competio.Nos 3 e 4 dito que os prazos sero contados a partir da ltima publicao do edital contendo resumo, ou da expedio de convite; e que qualquer modificao no edital exige divulgao pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceo a alterao no afetar a formulao das propostas. 3.7 ProcedimentoNo tem como definir um procedimento uniforme para as licitaes, uma vez que este varia de acordo com a modalidade e o objeto. Porm, alguns requisitos so comuns em todas elas. O procedimento de uma licitao deve ser feita por uma Comisso, permanente ou especial, e ela deve ser composta de pelo menos trs membros, sendo que pelo menos dois deles sejam servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos rgos da Administrao responsveis pela licitao. J me caso de convite, invs de Comisso poder ser feita por um servidor designado por autoridade competente, mas somente se for uma pequena unidade administrativa em que a escassez de pessoal justifique a medida. Na Lei 8.666/93:Art.51.A habilitao preliminar, a inscrio em registro cadastral, a sua alterao ou cancelamento, e as propostas sero processadas e julgadas por comisso permanente ou especial de, no mnimo, 3 (trs)membros, sendo pelo menos 2 (dois)deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos rgos da Administrao responsveis pela licitao.1oNo caso de convite, a Comisso de licitao, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exigidade de pessoal disponvel, poder ser substituda por servidor formalmente designado pela autoridade competente.Se for prego, em especfico realizada por um pregoeiro, que escolhido pela autoridade competente, e o seu cargo fica submetido a anlise da aceitao das propostas, lances, classificao, habilitao e a adjudicao do objeto do certame ao licitante que vencer. Na Lei 10.520/2002:Art. 3 A fase preparatria do prego observar o seguinte:IV - a autoridade competente designar, dentre os servidores do rgo ou entidade promotora da licitao, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuio inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a anlise de sua aceitabilidade e sua classificao, bem como a habilitao e a adjudicao do objeto do certame ao licitante vencedor.No caso do concurso, a Comisso ser integrada de pessoas com a moral ilibada e conhecimento pleno da matria, no h necessidade de serem servidores pblicos. No 5 do art. 51, da Lei de Licitaes: 5oNo caso de concurso, o julgamento ser feito por uma comisso especial integrada por pessoas de reputao ilibada e reconhecido conhecimento da matria em exame, servidores pblicos ou no. Isso justificvel j que o concurso a modalidade cabvel para a contratao de servios tcnicos, artsticos ou cientficos, o que exige que a Comisso tenha conhecimento especializado. De acordo com o art. 38 da Lei 8.666/1993, sobre o incio do procedimento:Art.38.O procedimento da licitao ser iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorizao respectiva, a indicao sucinta de seu objeto e do recurso prprio para a despesa, e ao qual sero juntados oportunamente:I-edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II-comprovante das publicaes do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;III-ato de designao da comisso de licitao, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsvel pelo convite;IV-original das propostas e dos documentos que as instrurem;V-atas, relatrios e deliberaes da Comisso Julgadora;VI-pareceres tcnicos ou jurdicos emitidos sobre a licitao, dispensa ou inexigibilidade;VII-atos de adjudicao do objeto da licitao e da sua homologao;VIII-recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestaes e decises;IX-despacho de anulao ou de revogao da licitao, quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente;X-termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;XI-outros comprovantes de publicaes;XII-demais documentos relativos licitao.3.7.1 Fases da Licitao: Interna e ExternaSeguindo o entendimento de Rafael Carvalho Rezende Oliveira, temos duas fases na licitao, a interna e a externa.A fase interna compreende os atos iniciais e preparatrios realizados por cara rgo e entidade administrativa para realizar a licitao. No se encontra detalhes desta fase na Lei de Licitaes, mas ela se encontra detalhada nas normas de cada Ente Federado. Os atos preparatrios so os seguintes:a) Requisio do objeto: d incio licitao. Visando a necessidade de contratao, o agente retrata o objeto e solicita a sua contratao. A solicitao do objeto e o ato que inicia a licitao e define qual modalidade ser usada.b) Estimativa do valor: a Administrao tem de checar os preos de mercado do objeto da contratao pretendida. No h um procedimento especfico para esse momento de consulta de preos. Mesmo a legislao sendo omissa, comum que se consulte, no mnimo, trs pessoas do ramo relativo ao objeto, para se tirar uma mdia de preos.c) Autorizao de despesa: quando a licitao envolve a criao, expanso ou aperfeioamento de ao governamental com consequncia de aumento de despesa dever conter: (i) estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; e (ii) declarao do ordenador da despesa de que o aumento tem adequao oramentria e financeira com a lei oramentria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias. d) Designao da comisso de licitao: na legislao encontramos o regramento para a designao da comisso de licitao, ela deve ser composta por, no mnimo trs membros, sendo pelo menos, dois servidores pblicos, e a comisso tem a funo de analisar todos os documentos e procedimentos relativos s licitaes. Tem duas excees: no caso do concurso, em que os membros da comisso no precisam ser servidores pblicos; e no caso do prego, que a comisso substituda por um sujeito chamado pregoeiro. e) Elaborao das minutas do instrumento convocatrio e do contrato: pode ser por edital ou por convite, as regras para a convocao sero verificadas pela Administrao e pelos licitantes. obrigatrio que a minuta do futuro contrato esteja no instrumento convocatrio. J as regras do edital e do contrato esto regidas nos artigos 40 e 55 da Lei de Licitaes. f) Anlise jurdica das minutas do instrumento convocatrio e do contrato: esse momento da fase interna encontra-se regido no pargrafo nico do art. 38, da Lei de Licitaes, e diz que as minutas de editais de licitao, bem como as dos contratos, acordos, convnios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurdica da Administrao.g) Outras exigncias da fase interna: em alguns casos, a legislao ir exigir que se adotem outros atos na fase interna, como nos casos: (i) audincia pblica: quando o valor estimado para uma licitao ou para um conjunto de licitaes simultneas ou sucessivas for superior a 100 vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alnea c, da Lei de Licitaes (art. 39 da mesma Lei); (ii) autorizao legislativa: alienao de bens imveis da Administrao (art. 17, I, da Lei de Licitaes); (iii) projeto bsico e executivo: necessrios para contratao de obras e servios (art. 7, I e II da Lei de Licitaes). J se baseando na classificao de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, juntamente com as ideias de Rafael Carvalho Rezende Oliveira, temos os seguintes procedimentos: 3.7.2 Edital o ato do qual se inicia a concorrncia. A partir do momento que se publica o instrumento convocatrio, d-se incio a fase externa da licitao, convocando os interessados para adentrarem o certame e apontarem suas propostas. Esse ato o ato do qual a Administrao utiliza para fazer uma oferta de contrato a todos os interessados que preencham os requisitos da demanda estabelecida. O instrumento convocatrio chamado de Lei interna da Licitao, e regido pela Lei 8.666/1993, nos artigos: Art. 3o A licitao destina-se a garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia, a seleo da proposta mais vantajosa para a administrao e a promoo do desenvolvimento nacional sustentvel e ser processada e julgada em estrita conformidade com os princpios bsicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhes so correlatos.Art.41.A Administrao no pode descumprir as normas e condies do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.Art.55.So clusulas necessrias em todo contrato as que estabeleam:IX-o reconhecimento dos direitos da Administrao, em caso de resciso administrativa prevista no art. 77 desta Lei;J os elementos obrigatrios que tem de se encontrar no edital esto previstos no art. 40 da mesma Lei: Art.40.O edital conter no prembulo o nmero de ordem em srie anual, o nome da repartio interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execuo e o tipo da licitao, a meno de que ser regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentao e proposta, bem como para incio da abertura dos envelopes, e indicar, obrigatoriamente, o seguinte:I-objeto da licitao, em descrio sucinta e clara;II-prazo e condies para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execuo do contrato e para entrega do objeto da licitao;III-sanes para o caso de inadimplemento;IV-local onde poder ser examinado e adquirido o projeto bsico;V-se h projeto executivo disponvel na data da publicao do edital de licitao e o local onde possa ser examinado e adquirido;VI-condies para participao na licitao, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentao das propostas;VII-critrio para julgamento, com disposies claras e parmetros objetivos;VIII-locais, horrios e cdigos de acesso dos meios de comunicao distncia em que sero fornecidos elementos, informaes e esclarecimentos relativos licitao e s condies para atendimento das obrigaes necessrias ao cumprimento de seu objeto;IX-condies equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitaes internacionais; X-o critrio de aceitabilidade dos preos unitrio e global, conforme o caso, permitida a fixao de preos mximos e vedados a fixao de preos mnimos, critrios estatsticos ou faixas de variao em relao a preos de referncia, ressalvado o disposto nos pargrafos 1 e 2 do art. 48;XI-critrio de reajuste, que dever retratar a variao efetiva do custo de produo, admitida a adoo de ndices especficos ou setoriais, desde a data prevista para apresentao da proposta, ou do oramento a que essa proposta se referir, at a data do adimplemento de cada parcela; XIII-limites para pagamento de instalao e mobilizao para execuo de obras ou servios que sero obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;XIV-condies de pagamento, prevendo:a)prazo de pagamento no superior a trintadias, contado a partir da data final do perodo de adimplemento de cada parcela; b)cronograma de desembolso mximo por perodo, em conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros;c)critrio de atualizao financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do perodo de adimplemento de cada parcela at a data do efetivo pagamento; d)compensaes financeiras e penalizaes, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipaes de pagamentos;e)exigncia de seguros, quando for o caso;XV-instrues e normas para os recursos previstos nesta Lei;XVI-condies de recebimento do objeto da licitao;XVII-outras indicaes especficas ou peculiares da licitao.1oO original do edital dever ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitao, e dele extraindo-se cpias integrais ou resumidas, para sua divulgao e fornecimento aos interessados.2oConstituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:I-o projeto bsico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificaes e outros complementos;II-oramento estimado em planilhas de quantitativos e preos unitrios; III-a minuta do contrato a ser firmado entre a Administrao e o licitante vencedor;IV-as especificaes complementares e as normas de execuo pertinentes licitao.3oPara efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da obrigao contratual a prestao do servio, a realizao da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrncia esteja vinculada a emisso de documento de cobrana.4oNas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de entrega at trinta dias da data prevista para apresentao da proposta, podero ser dispensadas: I-o disposto no inciso XI deste artigo; II-a atualizao financeira a que se refere a alnea "c" do inciso XIV deste artigo, correspondente ao perodo compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que no superior a quinze dias. Veja que neste art.40 deve-se ressaltar os seguintes requisitos: objeto da licitao, em descrio sucinta e clara; prazo e condies para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos para execuo do contrato e para entrega do objeto da licitao; sanes para o caso de inadimplemento; documentos necessrio habilitao; critrio de julgamento das propostas; etc.Depois da publicao do edital, observadas as normas de publicidade, os interessados que tenham alguma refutao devem argui-la at o momento da abertura dos envelopes na fase da habilitao. O interessado tambm tem o direito de impugnar o edital se estiver sendo irregular quanto a sua aplicao da lei, para isso deve protocolar o pedido at cinco dias uteis antes da dava prevista para abertura dos envelopes. A partir da cabe a Administrao julgar e replicar impugnao em at trs dias teis.3.7.3 HabilitaoEsta fase da licitao onde se verificam se os licitantes esto aptos para a celebrao do contrato. quando ocorre a abertura dos envelopes e a apreciao do contedo destes.Quando abertos os envelopes verificado se eles contm os documentos exigidos no edital, e estes documentos devero ser assinados pelos licitantes presentes e pela Comisso. Essa exigncia para segurana dos prprios licitantes, pois previne que mudanas ou substituies sejam feitas posteriormente.Porm, as exigncias devem ser proporcionais a complexidade do objeto a ser contratado. Nesse sentido o art. 37, inciso XXI, da Constituio Federal diz: Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte:XXI - ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes.Do mesmo modo, o licitante vencedor tem de manter o cumprimento das regras de habilitao durante toda a execuo do contrato (art. 55, XIII da Lei 8.666/1993).De acordo com oart. 32, 1, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para a pronta entrega e leilo, os documentos podem ser dispensados em parte ou no todo. Isso ocorre porque em qualquer modalidade licitatria, os documentos podem ser substitudos pelo certificado de registro cadastral. importante que pelo menos um dos licitantes esteja com os documentos em ordem, caso isso no ocorra o procedimento encerrado. J se um deles tiver a habilitao, o procedimento caminha normalmente, indo pra fase de classificao das propostas. Em todo caso, se for interposto um recurso, o procedimento focar suspenso (art. 109, I, a, e 2, da Lei de Licitaes).3.7.4 Classificao Nessa fase a Administrao julga as propostas e as classifica por ordem de predileo, porm seguindo os critrios objetivos do edital.Essa fase consta com duas etapas:1) Ocorre a abertura dos envelopes, e depois que tiver passado o prazo sem ocorrncia de recursos ou desistncias, ou depois que os recursos tenham sido julgados; So abertos os envelopes em ato administrativo pblico, ficado preliminarmente, onde dever ser lavrada ata e assinada por todos os licitantes presentes e pela Comisso; depois de abertos os envelopes, todos as propostas sero autenticadas tambm pelos licitantes e pela Comisso.2) Nessa segunda fase, ocorre o julgamento das propostas, e ele deve ser feito objetivamente, e realizado de acordo com os tipos de licitao e tambm, os critrios estabelecidos no ato convocatrio e em consentimento com os fatores referidos nele.Quanto aos tipos de licitao, para estes fins, encontram-se previstos noart, 45, 1: 1oPara os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitao, exceto na modalidade concurso:I-a de menor preo-quando o critrio de seleo da proposta mais vantajosa para a Administrao determinar que ser vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificaes do edital ou convite e ofertar o menor preo;II-a de melhor tcnica;III-a de tcnica e preo.IV-a de maior lance ou oferta-nos casos dealienaode bens ou concesso de direito real de uso.Deve conter no edital especificado que tipo de licitao ser adotado. Deve conter tambm, os motivos a serem levados em conta, para possibilitar que os licitantes e os rgos verifiquem; os critrios podem ser referentes a prazo, qualidade, rendimento, tipo de material, ou outros, contanto que previamente previstos.A Lei 8.666/1993 da preferncia ao menor preo, por ser a que permite a escolha mais objetiva e a apreciao menos discriminatria por parte da Comisso. Ento as hipteses de melhor tcnica ou tcnica e preo foram deixadas para casos de servios de natureza dominantemente intelectual. O legislador admite que a melhor tcnica seja descartada em benefcio do menor preo. Ento a Comisso tem obrigao de ser rgida na designao de requisitos de qualificao tcnica, para que se possam considerar inaptos os licitantes que no comprovem experincia, instalao, recursos humanos e materiais imprescindveis para a execuo do objeto desejado. Tambm deve ser rigorosa nos requesitos estabelecidos para a proposta, devem haver elementos para a desclassificao de propostas no condizentes com o pretendido. Pode-se dizer ento que esse ato tem o intuito de escolher a proposta com maior excelncia nos critrios para a realizao da obra ou servio.Se houver empate entre as propostas, aplica-se o art. 3, 2, da Lei 8.666/1993: 2oEm igualdade de condies, como critrio de desempate, ser assegurada preferncia, sucessivamente, aos bens e servios; a preferncia determinada ento : (i) produzidos no pas; (ii) produzidos ou prestados por empresas brasileiras; (iii) produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no pas. Se mesmo assim persistir o empate, ocorre um sorteio para a escolha.Se todas as propostas forem desclassificadas, pode-se fixar aos licitantes que apresentar outras propostas, no prazo de oito dias teis (em caso de convite esse prazo ser de trs dias). 3.7.5 HomologaoDe acordo com o art. 43, inciso VI, da Lei de Licitaes, a homologao ato final do procedimento, juntamente com a adjudicao. Antes dessa lei, a adjudicao era o ato final do procedimento, e era praticado pela prpria Comisso de licitao e aps esta, vinha a homologao. Com a instituio da Lei 8.666/1993, houve uma inverso. Atualmente, os dois atos so de competncia da autoridade superior, tirando a Comisso desse procedimento. Ela equivalente um aceite do procedimento; ela antecede o exame dos atos que o compuseram pela autoridade competente; neste se verifica a ocorrncia de ilegalidades, e se houver esse tipo de vcio, o procedimento ser anulado, ou se possvel, ocorrer a reparao. Quando o procedimento se encontrar nos conformes, ocorre a homologao. 3.7.6 AdjudicaoA mesma autoridade competente que anteriormente homologou a licitao, agora pratica o ato de adjudicao, onde confere ao vencedor o objeto da licitao.Com este ato de finda o procedimento. Este ato meramente declaratrio, ainda no h de se dizer em contrato, por meio dele s entregue o objeto da licitao ao vencedor. Depois deste ato que o vencedor chamado para firmar o contrato.As nicas hipteses deste ato no ocorrer, ser em casos de anulao ou revogao do processo. referido por Hely Lopes (2008, p.312), que os efeitos jurdicos da adjudicao so: a) a aquisio do direito de contratar com a Administrao nos termos em que o adjudicatrio venceu a licitao; b) a vinculao do adjudicatrio a todos os encargo estabelecidos no edital e aos prometidos na proposta; c) a sujeio do adjudicatrio s penalidades previstas no edital e normas legais pertinentes se no assinar o contrato no prazo e condies estabelecidas; d) o impedimento de a Administrao contratar o objeto licitado com outrem; e)a liberao dos licitantes vencidos de todos os encargos da licitao e o direito de retirarem os documentos e levantarem as garantias oferecidas, salvo se obrigados a aguardar a efetivao do contrato por disposio do edital ou norma legal.Depois de feita a adjudicao, o adjudicatrio ser convocado para assinar o contrato, e dever faz-lo em at 60 depois de entregue as propostas. Findo esse prazo, os licitantes ficam desobrigados dos encargos assumidos. 3.8 ANULAO E REVOGAOA anulao advm de uma ilegalidade, enquanto a revogao um ato facultativo para cancelar o procedimento, por motivos de interesse pblico, em razo de ocorrncias apropriadamente comprovadas. Na Lei de Licitaes:Art.49.A autoridade competente para a aprovao do procedimento somente poder revogar a licitao por razes de interesse pblico decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anul-la por ilegalidade, de ofcio ou por provocao de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.A anulao pode advir do Poder Executivo, tanto quanto pelos Poderes Judicirio ou Legislativo. J a revogao somente poder ser efetuada pelo Poder Pblico, j que ele quem promove as licitaes.Esses meios de desfazimento do processo licitatrio podem ocorrer em qualquer momento, at depois da adjudicao. Cabe ressaltar que quando considerada nula a licitao, automaticamente o contrato ser nulo tambm.

3.9 RECURSOS ADMINISTRATIVOSDesignao de todos os meios existentes para que os administrados possam reexaminar os atos da Administrao. No art. 109 da Lei 8.666/1993, esto previstos os recursos possveis contra os atos advindos da licitao e dos contratos administrativos:Art.109.Dos atos da Administrao decorrentes da aplicao desta Lei cabem:I-recurso, no prazo de 5 (cinco)dias teis a contar da intimao do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:a)habilitao ou inabilitao do licitante;b)julgamento das propostas;c)anulao ou revogao da licitao;d)indeferimento do pedido de inscrio em registro cadastral, sua alterao ou cancelamento;e)resciso do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; f)aplicao das penas de advertncia, suspenso temporria ou de multa;O efeito dos recursos contra atos administrao necessariamente suspensivo quando interposto contra deciso de habilitao ou inabilitao do licitante, assim como contra o julgamento de propostas. J os demais recursos, cabem s autoridades competentes, por meio de deciso motivada, atriburem ou no, efeito suspensivo. Encerrada a fase de recurso, os licitantes restantes tero o prazo de cinco dias para apresentarem contrarrazes contra os recursos apresentados. Pode ser pedida uma reconsiderao, que ser apresentada contra o ato de Ministro de Estado, Secretrio Estadual ou Municipal, quando aplicada medida de declarao de idoneidade para licitar ou contratar. O prazo para o pedido dez dias, exceto na modalidade convite, em que o prazo cai para dois dias.

4 PREGO4.1 ASPECTOS GERAISCriada pela Medida Provisria n 2.026/2000 e regulamentada pelo Decreto n 3.555/2000, o Prego visto como a mudana mais significativa no Direito Administrativo brasileiro, a instituio do prego como nova modalidade licitatria veio para bater de frente com reivindicaes h tempos existentes.A licitao de extrema importncia para os rgos da Administrao pblica e tambm para a sociedade em geral, pois utilizada para obter materiais ou contratar servios com os particulares. Se a licitao no for clere e eficaz, quem lesado a prpria sociedade, haja vista que a Administrao existe para servir a sociedade, proporcionando servios bsicos e essenciais.Essa medida destina-se a aquisio de bens e servios comuns, promovida unicamente pela Unio, qualquer que seja o valor previsto da contratao, onde se disputam as melhores propostas.Veio para se juntar as modalidades j existentes na Lei 8.666/1993, que so a concorrncia (contratos de grande valor), tomada de preos (contratos de mdio valor), convite (contratos de pequeno valor), concurso e leilo. Em meio a estes, o prego utilizado para qualquer valor estimado, sendo diverso tambm pelo fato de poder ser promovido no mbito da Administrao Pblica Federal.A sociedade vem suplicando por maior eficincia conjuntamente com mais qualidade na prestao de servios pblicos bsicos e essenciais, e o maior motivo para a falta da qualidade nesses servios era a enorme burocracia e, consequentemente, ineficcia nos meios usados para obteno do objeto usado para prestar esses servios.Ento podemos dizer que a eficincia da licitao est ligada ao avano da sociedade. E nesse sentido, essa nova modalidade trouxe mais eficincia nas licitaes para as contrataes da Administrao Pblica.

4.2 CONCEITOInstitudo pela Lei n 10.520/2002, o prego visa o aumento da transparncia e do controle da sociedade, sendo aberto ao pblico para que acompanhem todo o processo. Tendo isso em vista, o prego atende o que especificado em relao licitao, no art. 3 da Lei 8.666/1993: Art. 3o A licitao destina-se a garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia, a seleo da proposta mais vantajosa para a administrao e a promoo do desenvolvimento nacional sustentvel e ser processada e julgada em estrita conformidade com os princpios bsicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhes so correlatos.O prego o modo em que se realizam os leiles, modalidade esta direcionada venda de bens mveis inservveis para a Administrao, ou legalmente apreendidos ou penhorados e at mesmo a alienao de bens imveis que venham a integrar o patrimnio do ente pblico em funo da penhora ou dao em pagamento. Na CF/88:Art.22 Compete privativamente Unio legislar sobre:XXVII normas gerais de licitao e contratao, em todas as modalidades, para as administraes pblicas diretas, autrquicas e fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas pblicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, 1, III;Ento de se ver, que legislar sobre as normas gerais da licitao de competncia da Unio. Em todo caso, como dito no artigo, tambm cabe aos Estados e Distrito Federal, complementarem as normas dadas pela Unio. Prego a modalidade de licitao que tem o objetivo de aquisio de bens e servios comuns, por meio de sesso pblica, onde sero feitos lances e ofertas, sem levar em conta o valor estimado da contratao.J a definio de bens e servios comuns, de acordo com a Lei 10.520/02, aqueles cujos padres de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificaes usuais no mercado.O prego se destina a contratao de bens e servios comuns, constando no edital, preceitos de qualidade e desempenho. As frases do prego so idnticas s da Concorrncia, com uma exclusividade que a inverso das fases de classificao e inabilitao. Consoante Alexsandra Souza Santos (2014 apud DINIZ, 2006), a primeira fase a publicao do aviso do edital no Dirio Oficial da unio e em jornal de grande circulao, estabelecendo os critrios para a participao no certame. A segunda fase de julgamento e classificao das propostas, que feito pelo critrio de menor preo. Nessa fase, possvel combinar proposta escrita com lances verbais, algo no possvel em outras modalidades licitatrias. A terceira fase a habilitao do vencedor, que ocorre aps a classificao das propostas. A quarta fase a de adjudicao ao vencedor, feita logo aps os possveis recursos impetrados. E, por fim, a quinta fase a de homologao do procedimento pela autoridade competente, onde o vencedor ser convocado para assinar o contrato, no prazo previsto no art. 64, 3, da Lei 8.666/1993.Destoando das outras modalidades, o prego pode ser aplicado a qualquer valor estimado de contratao, a fim de ser uma alternativa s outras modalidades. Outra diferena que ele admite como critrio de julgamento da proposta, unicamente o menor preo. 4.3 LEGISLAOInicialmente foi institudo somente para o mbito da ANATEL, com a Lei n 9.472/1997. Depois, foi criada a Lei 9.986/2000, onde estendia a modalidade do prego a todas as agncias reguladores, comprovando que as resultados da instaurao do prego foram satisfatrios e traziam eficincia para as contrataes da ANATEL, e assim explicando a ampliao do uso para outros rgos.Veio ento a Medida Provisria n 2.026/2000, que designou o prego para toda a administrao federal. Em um primeiro momento, o prego era de uso exclusivo da Unio Federal.Por fim, foi criada a Medida Provisria n 2.108/2000, depois transformada em Medida Provisria n 2.182/2001, e finalmente convertida na Lei 10.520/2002, que determinou que o Prego seria de uso da Administrao Direta e Indireta, englobando a Unio, os Estados, o DF e Municpios, atendendo o reclamo dos entes, que atentos todos os benefcios dessa modalidade, ansiavam por poder us-la tambm. A regulamentao do uso do Prego ser de competncia de cada um dos entes federados. Temos ento o Decreto n 3.555/2000, que regulamente o uso do prego, e depois temos o Decreto especfico do prego eletrnico, que o Decreto n 5.040/2005. J se falando no Governo do Paran, temos o Decreto Estadual n 6.093, institudo em 16 de outubro de 2001, que estabelece os procedimentos para a realizao de licitaes na modalidade de prego, utilizando recursos tecnolgicos informativos (internet), chamando ento, de prego eletrnico, e destinado aquisio de bens e servios comuns, no mbito do Poder Executivo do Estado. Cabe ainda ressaltar, que em alguns casos ser aplicado ao prego, subsidiariamente, s disposies da Lei n 8.666/1993.4.4 PRINCPIOS DO PREGOAs licitaes feitas pela modalidade do prego devero respeitas os princpios bsicos da Administrao Pblica, que so: princpio da legalidade, igualdade, publicidade, impessoalidade, moralidade e eficincia. Porm, alm destes, dois outros princpios devero ser observados: o princpio da vinculao do instrumento convocatrio, e o do julgamento objetivo; estes so princpios especficos das licitaes, mas ainda temos os princpios especficos do prego, que no se encontram expressos em lei, mas que so aplicados: o princpio da oralidade, da padronizao e da concentrao de atos.Falando de princpios especficos do prego, podemos observar:a) Princpio da Oralidade: ligado principalmente fase dos lances, j que os licitantes apresentam oralmente os lances sucessivos e decrescentes. um princpio vital para o prego, j que essa caracterstica que trs grande economia, j que com esse mtodo possvel se reduzir significativamente o valor proposto inicialmente. ainda feito oralmente a manifestao do interesse de recorrer pelos licitantes. Caso seja aceito, a sim ele ter um prazo para apresentar o recurso de forma escrita.b) Princpio da Padronizao: est relacionado com os atributos observados no art. 1, 1, da Lei n 10.520, onde fala sobre bens e servios comuns, que so a destinao do prego. Por isto, esse princpio acaba sendo de extrema importncia e grande aplicabilidade, uma vez que, somente os bens e servios comuns podem ser objetos do Prego. c) Princpio da Concentrao dos Atos: novamente, um princpio extremamente importante, pois por meio dele que todo o procedimento se molda. Ele torna o procedimento mais rpido, o que beneficia a Administrao e os licitantes. nesta sesso em que ocorrem as anlises de propostas, a fase dos lances e o julgamento dos documentos. No fim desta sesso se d o momento de os licitantes apresentarem recurso.4.5 OBJETO DO PREGONas demais modalidades licitatrias, o objeto da licitao limitado na sua quantidade, e no prego, ele limitado na sua qualidade. Na Lei 10.520/2002, art 1:Art. 1 Para aquisio de bens e servios comuns, poder ser adotada a licitao na modalidade de prego, que ser regida por esta Lei.Pargrafo nico. Consideram-se bens e servios comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padres de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificaes usuais no mercado.Ocorre a uma problemtica na hora de se conceituar os bens e servios comuns, considerando que a definio dada pela lei ampla e difcil de definir. O uso do prego foi limitado a bens e servios comuns pelo legislador por causa da finalidade desta modalidade. Ela foi criada com o objetivo de aumentar a celeridade e ao mesmo tempo ser mais simples menos burocrtica e econmica, nas contrataes governamentais. Por este motivo possvel se entender porque dever ser usado somente para estes fins. difcil conceituar bens e servios comuns, mas pelas palavras de Marcelo Palavri (2005, p. 11): Comum a nosso ver, est na lei para caracterizar bens e servios conhecidos de forma inquestionvel e obtidos com facilidade pelo mercado, que sigam padres usuais de especificao e execuo. So bens e servios tambm, que j esto enraizados no hbito da administrao, fazendo parte do dia-a-dia dos rgos pbicos, podendo se dizer que assim se caracteriza a maioria dos objetos classificados como material de consumo.A Lei 10.5020/2002 no probe o uso de prego para obras e servios de engenharia, porm por serrem obras e servios complexos, destoam do objeto do prego, que como anteriormente mencionado, o de contratao de bens e servios comuns. Em todo caso, observando somente o disposto na norma, se houver algum caso em que a obra ou servio de engenharia possa ser considerada comum, poder ser licitada mediante prego.4.6 PROCEDIMENTOSIgualmente as outras modalidades de licitao, no caso de prego os procedimentos passam por duas fases, uma interna e uma externa. 4.6.1 Fase Interna ou PreparatriaEssa fase no destoa das demais fases internas em outras modalidades licitatrias, j que nela em que se fundamentam a necessidade de contratao e onde se define o objeto da licitao, faz-se a estimativa oramentria, se escolhe a modalidade de licitao, entre outros. As normas gerais quanto a fase interna do prego esto regidas pela Lei n 10.520/2002, no art. 3:Art. 3 A fase preparatria do prego observar o seguinte:I - a autoridade competente justificar a necessidade de contratao e definir o objeto do certame, as exigncias de habilitao, os critrios de aceitao das propostas, as sanes por inadimplemento e as clusulas do contrato, inclusive com fixao dos prazos para fornecimento;II - a definio do objeto dever ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificaes que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessrias, limitem a competio;III - dos autos do procedimento constaro a justificativa das definies referidas no inciso I deste artigo e os indispensveis elementos tcnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o oramento, elaborado pelo rgo ou entidade promotora da licitao, dos bens ou servios a serem licitados; eIV - a autoridade competente designar, dentre os servidores do rgo ou entidade promotora da licitao, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuio inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a anlise de sua aceitabilidade e sua classificao, bem como a habilitao e a adjudicao do objeto do certame ao licitante vencedor.D-se incio a esta fase interna do prego com o requerimento de algum dos setores de contratao do servio em especfico, ou da obteno de determinado bem. Depois de recebido o requerimento, j encontra-se detalhado o objeto da licitao, juntamente com um estudo dos preos, a fim de que se possa estimar o valor necessrio para a contratao, a partir de ento a autoridade competente pode iniciar o procedimento da licitao, fundamentando a necessidade com base no requerimento e tambm justificando a modalidade escolhida.Como exposto no inciso II, do art. 3 da Lei n 10.520/2002, a descrio do objeto deve ser precisa, isso de suma importncia nesta fase, j que o objeto deve ser considerado comum, ento esse detalhamento essencial, observando que a descrio no pode ser limitada, nem muito extensiva, para que no ocorra restrio na quantidade de licitantes que podero participar do certame. So importantes tambm os requisitos para a habilitao, previsto no inciso I, art. 3, da Lei do Prego, onde institui que a habilitao deve ser feita verificando-se a regularidade das certides da Fazenda Nacional, da Seguridade Social, do FGTS e das Fazendas Estaduais e Municipais, quando couberem. No obrigada a exigncia dos documentos apresentados nos arts. 28 a 32 da Lei 8.666/1993, a Administrao tem liberdade de solicitar os documentos que achar conveniente.Em se falando dos documentos que possam vir a ser requisitados, temos os exemplos: a) a fim de se verificar a regularidade fiscal, pode ser pedido documento o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurdicas), comprovante de inscrio no Cadastro de Contribuintes Estadual; b) para verificao de qualificao econmico-financeira: pode ser pedida a Certido Negativa de Falncia, recuperao judicial ou extrajudicial, entre outros; para se verificar a habilitao jurdica: documentos de eleio ou designao dos administradores, contrato social em vigor que esteja devidamente registrado na Junta Comercial, e outros. Existem muitas possibilidades de documentos que possam ser requisitados.Depois disto, vem a etapa de classificao de propostas, e um dos requisitos essenciais para esta classificao, a de que somente sero classificadas para a etapa de lances as propostas de menor valor, juntamente com as que estiverem com valor at 10% acima desta. Alm desses requisitos, cabe ainda salientar que sero usados aspectos para a escolha quanto as especificaes, prazos e condies a serem fixadas no edital etc.O prazo muito importante para esta etapa, j que a apresentao que detiver prazo inferior ao ordenado no edital fica automaticamente desclassificada. Por via de regra, esse prazo ditado pela Administrao, s em casos de omisso que dever ser seguido o disposto do art. 6 da Lei 10.520/2002: no caso, 60 dias.Na prxima etapa sero as definies quanto as sanes. No art. 7 da Lei 10.520/2002 diz: Art. 7 Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, no celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentao falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execuo de seu objeto, no mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execuo do contrato, comportar-se de modo inidneo ou cometer fraude fiscal, ficar impedido de licitar e contratar com a Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpios e, ser descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de at 5 (cinco) anos, sem prejuzo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominaes legais.Ento podemos notar que podem ser usadas duas espcies de sanes, o impedimento de licitar e contratar com a Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpios e ser descredenciado do Sicaf, que so os sistemas de cadastro de fornecedores da Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpios, pelo prazo de at cinco anos e multa. Ainda se falando do inciso I, do art. 3 da Lei 10.520/2002, temos a definio das clusulas do contrato. Etapa est de cumprimento mandatrio. Ocorre que a Administrao insere a minuta do contrato ensejado em anexo no edital, para que se integre nele, e no futuro contrato a ser assinado, esteja essa vinculao com o edital. Outra coisa fundamental para que o prego ocorra o pregoeiro. Ele tem, entre outras responsabilidades, a de analisar as propostas dadas pelos licitantes e classific-las, conduzir os lances, ponderar os requisitos do vencedor. Alm disso, responsvel pela adjudicao e tambm de receber e decidir as impugnaes pretendidas.Podemos ver ento que o cargo de pregoeiro incube muitas responsabilidades, e por conta disto, o legislador instituiu a criao de um grupo de apoio, com no mnimo duas pessoas, a fim de auxiliarem o pregoeiro nos atos do prego, isto est disposto no inciso IV, do art. 3, citado anteriormente.J no 1 deste artigo, dito que A equipe de apoio dever ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou empregado da administrao, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do rgo [...]. visto que esta fase interna do prego bem semelhante a fase interna das demais modalidades previstas na Lei 8.666/1993, mas deve-se salientar que o prego vem embasado nos princpios da celeridade e o da eficincia, e por isso ele acaba suprindo alguns defeitos encontrados nessas outras modalidades. 4.6.2 Fase externa ou licitatriaA publicao do edital d fim a fase interna, depois disto no se pode mais alterar o edital, j que ela j produz efeitos. Para que possam ser feitas modificaes no edital, necessrio que se republique o edital, e a se inicia a contagem do prazo entre publicao e sesso pblica.Essa fase a parte mais importante a ser apresentada neste trabalho, j que nela que ocorreram as maiores inovaes em relao as demais modalidades. Nesta fase os atos so concentrados, haja vista que o objetivo do prego justamente a celeridade a eficincia, alm de claro, economia, por isso, fcil entender que os procedimentos da sesso pblica foram mudados em relao aos modelos tradicionais de licitao a fim de buscar maior eficcia nas contrataes.Na Lei 10.520/2002 temos listado os procedimentos a serem seguidos no prego. Em suma: Art. 4 A fase externa do prego ser iniciada com a convocao dos interessados e observar as seguintes regras:I - a convocao dos interessados ser efetuada por meio de publicao de aviso em dirio oficial do respectivo ente federado ou, no existindo, em jornal de circulao local, e facultativamente, por meios eletrnicos e conforme o vulto da licitao, em jornal de grande circulao, nos termos do regulamento de que trata o art. 2;II - do aviso constaro a definio do objeto da licitao, a indicao do local, dias e horrios em que poder ser lida ou obtida a ntegra do edital;III - do edital constaro todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;IV - cpias do edital e do respectivo aviso sero colocadas disposio de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma daLei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;V - o prazo fixado para a apresentao das propostas, contado a partir da publicao do aviso, no ser inferior a 8 (oito) dias teis;VI - no dia, hora e local designados, ser realizada sesso pblica para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existncia dos necessrios poderes para formulao de propostas e para a prtica de todos os demais atos inerentes ao certame;VII - aberta a sesso, os interessados ou seus representantes, apresentaro declarao dando cincia de que cumprem plenamente os requisitos de habilitao e entregaro os envelopes contendo a indicao do objeto e do preo oferecidos, procedendo-se sua imediata abertura e verificao da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatrio;VIII - no curso da sesso, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preos at 10% (dez por cento) superiores quela podero fazer novos lances verbais e sucessivos, at a proclamao do vencedor;IX - no havendo pelo menos 3 (trs) ofertas nas condies definidas no inciso anterior, podero os autores das melhores propostas, at o mximo de 3 (trs), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preos oferecidos;X - para julgamento e classificao das propostas, ser adotado o critrio de menor preo, observados os prazos mximos para fornecimento, as especificaes tcnicas e parmetros mnimos de desempenho e qualidade definidos no edital;XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caber ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro proceder abertura do invlucro contendo os documentos de habilitao do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificao do atendimento das condies fixadas no edital;XIII - a habilitao far-se- com a verificao de que o licitante est em situao regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Servio - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovao de que atende s exigncias do edital quanto habilitao jurdica e qualificaes tcnica e econmico-financeira;XIV - os licitantes podero deixar de apresentar os documentos de habilitao que j constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municpios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;XV - verificado o atendimento das exigncias fixadas no edital, o licitante ser declarado vencedor;XVI - se a oferta no for aceitvel ou se o licitante desatender s exigncias habilitatrias, o pregoeiro examinar as ofertas subseqentes e a qualificao dos licitantes, na ordem de classificao, e assim sucessivamente, at a apurao de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;XVII - nas situaes previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poder negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preo melhor;XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poder manifestar imediata e motivadamente a inteno de recorrer, quando lhe ser concedido o prazo de 3 (trs) dias para apresentao das razes do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razes em igual nmero de dias, que comearo a correr do trmino do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;XIX - o acolhimento de recurso importar a invalidao apenas dos atos insuscetveis de aproveitamento;XX - a falta de manifestao imediata e motivada do licitante importar a decadncia do direito de recurso e a adjudicao do objeto da licitao pelo pregoeiro ao vencedor;XXI - decididos os recursos, a autoridade competente far a adjudicao do objeto da licitao ao licitante vencedor;XXII - homologada a licitao pela autoridade competente, o adjudicatrio ser convocado para assinar o contrato no prazo definido em edital; eXXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, no celebrar o contrato, aplicar-se- o disposto no inciso XVI. importante observar: A convocao dos interessados feita mediante publicao do edital, observadas as regras nos incisos I a V. obrigatrio que a publicao seja feita no Dirio Oficial da Unio, Estado ou Municpio, conforme o caso, com uma exceo no inciso I, se caso no houver dirio oficial no ente federado, a publicao poder ser feita no jornal local. J mediante o inciso II, deve constar no aviso a definio do objeto de forma resumida, a indicao do local, dias e horrio em que poder ser lida ou obtida a ntegra do edital. Previsto no inciso VII, outro documento que deve ser entregue nesse momento a declarao de que se cumpre os requisitos da habilitao.J nesse momento possvel observar uma das grandes inovaes trazidas pelo prego, a inverso das fases, que tambm, chamada de leilo ao contrrio. Ocorre dessa forma: o pregoeiro recebe os envelopes e os verifica. Sucede ento a abertura dos envelopes, e a partir desse momento, no se admite mais que novos interessados participem. As propostas devero ser analisadas seguindo os parmetros estabelecidos preliminarmente no edital, j que se um licitante der uma proposta de objeto diverso ao estabelecido no edital, e o outro apresentar uma proposta nos conformes do edital, quando ocorrer a prxima etapa eles estaro oferecendo lances para bens diferentes.Depois de verificadas as conformidades dos requisitos do edital, o pregoeiro pode dar seguimento ao processo, e ir para a etapa de lances. Uma das possibilidades que podem ocorrer, a de estar previsto no edital que os licitantes devem demonstrar o bem ou servio. Nessa ocorrncia, a analise dever ser feita de maneira rpida e superficial, a fim de se manter a celeridade do deste ato. Em todo caso, essa anlise importante para a verificao da genuinidade do bem apresentado. Voltando a se falar dos incisos do art. 4, da Lei 10.520/02, no VIII prevista a regra dos 10%, em que s sero classificados para a etapa dos lances, os licitantes que oferecerem proposta que tenha o valor at 10% superior ao menor valor oferecido na proposta inicial. J o inciso IX, diz que se no houver pelo menos trs ofertas nas condies do inciso anterior, os autores que das melhores propostas (no mximo trs), podero oferecer novos lances, com quaisquer preos oferecidos.Depois disso pode-se ento iniciar a etapa dos lances, que a caracterstica principal do prego, j que a difere das tradicionais. E o seu critrio para julgamento das propostas o de se conseguir o menor preo. Quando finalizar a etapa dos lances, o pregoeiro deve listar as propostas, classificando-as de acordo com as que estavam na regra dos 10%, de forma crescente. A que ficar que ficar em primeiro lugar ir para anlise do pregoeiro, para serem verificados as conformidades do objeto e valor, conforme o inciso XI, do art. 4, da Lei 10.520/02, j que a Administrao no visa to somente o menor valor, mas tambm a qualidade exigida.Encerrada a fase de lances, continuamos para a fase de habilitao, que tambm inovao no prego, j que invertida.Agora sero analisadas as condies indispensveis exigidas para firmao do contrato futuro. Como ocorre a inverso de fases, visando a celeridade e a eficincia, nesta fase sero verificados os documentos habilitatrios apenas do licitante vencedor. Mas por garantia, recomendada Administrao que guarda os outros envelopes at o firmamento do contrato, haja vista que se o vencedor no comparecer, o segundo colocado poder substitu-lo, e caso este no comparece, o terceiro o substituir, e assim por diante. Mas cabe lembrar que a ocorrncia de no comparecimento do licitante acarreta em sanes administrativas.Acerca dos benefcios trazidos pela inverso de fases, nas palavras de Joel de Menezes Niebuhr (2004, p.160/161):Salta aos olhos que a ordenao das fases disposta no prego implica resultados prticos altamente favorveis eficincia administrativa, mormente em relao celeridade na conduo do certame. E, alias,esta talvez seja a grande vantagem do prego em comparao com as demais, previstas na Lei n 8.666/93. Enquanto estas se arrastam por meses, perdendo-se em impugnaes, recursos e medidas judiciais provocadas pela habilitao ou inabilitao de licitantes, a do prego, concluda em uma ou duas semanas.Depo