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Mónica Luísa Sousa da Silva O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso “Quintas da Madeira” Universidade Fernando Pessoa Novembro 2011

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I

Mónica Luísa Sousa da Silva

O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo:

O Caso “Quintas da Madeira”

Universidade Fernando Pessoa

Novembro 2011

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Mónica Luísa Sousa da Silva

O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo:

O Caso “Quintas da Madeira”

Universidade Fernando Pessoa

Novembro 2011

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Mónica Luísa Sousa da Silva

O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo:

O Caso “Quintas da Madeira”

Trabalho apresentado à Universidade Fernando Pessoa

como parte dos requisitos para obtenção do grau de

Mestre em Ciências Empresarias

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I

Resumo

O turismo é atualmente a principal atividade económica da Região Autónoma da

Madeira (RAM), sendo considerado um vetor estratégico para o desenvolvimento

económico da região. Dada a sua importância, torna-se essencial garantir um

crescimento sustentado do sector do turismo, que permita a sua manutenção a longo

prazo. Um dos meios de garantir a sustentabilidade do sector do turismo é através do

seu planeamento e gestão, monitorizando a situação, traçando objetivos, estratégias e

planos de ação que permitam o desenvolvimento sustentado do destino. Neste sentido,

esta dissertação aborda o processo de planeamento estratégico em turismo.

Os objetivos desta dissertação são:

1 – Dar a conhecer as fases, conceitos, modelos e ferramentas de um processo de

planeamento estratégico em turismo.

2 – No âmbito de um processo de planeamento estratégico aplicado, desenvolver

uma análise da situação do processo de planeamento estratégico do produto “Quintas da

Madeira”, relativamente à oferta e à procura, nomeadamente em termos de segmentação

e posicionamento.

3 - Propor recomendações para a implementação de um plano estratégico para o

produto turístico “Quintas da Madeira”, ao nível dos objetivos, estratégia de

desenvolvimento e programas.

A metodologia utilizada assenta no recurso:

a) à informação secundária disponível sobre os temas abordados;

b) a dados primários, resultantes da realização de questionários aos gestores das

“Quintas da Madeira”.

Palavras-chave: Produto Turístico, Planeamento Estratégico, Quintas da Madeira,

Turismo, Estratégia de Marketing

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II

Abstract

Tourism is now the main economic activity of Madeira (RAM), a vector is considered

strategic for the region's economic development. Given its importance, it is essential to

ensure sustained growth of the tourism sector, allowing for the long-term maintenance.

One way to ensure the sustainability of the tourism sector is through its planning and

management, monitoring the situation, outlining goals, strategies and action plans that

enable sustainable development of the destination. Thus, this paper discusses the

process of strategic planning in tourism.

The objectives of this thesis are:

1 - To publicize the steps, concepts, models and tools for a process of strategic planning

in tourism.

2 - As part of a strategic planning process used to develop a situation analysis of the

strategic planning process of the product "Quintas da Madeira", in relation to supply and

demand, particularly in terms of segmentation and positioning.

3 - Propose recommendations for implementing a strategic plan for tourism product

"Quintas da Madeira", in terms of objectives, development strategy and programs.

The methodology used is based on the resource:

a) the secondary information available about the topics covered;

b) the primary data, resulting from the completion of questionnaires to the managers of

the "Quintas da Madeira"

Keywords: Tourist Product, Strategic Planning, Quintas da Madeira, Tourism,

Marketing Strategy

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III

Dedicatória

Agradeço a todas as pessoas que têm contribuído para o desenvolvimento da minha vida

pessoal e profissional, em especial na realização deste trabalho:

- Ao meu marido Daniel, pela motivação, amor, paciência, ajuda e alegrias que me tem

dado durante estes anos.

- Aos meus pais, pelo apoio e motivação que me ofereceram desde sempre.

- Aos meus orientadores, Ana Salazar e Jorge Costa, pela ajuda, e em especial o apoio

incondicional, amizade, presença e disponibilidade na realização deste trabalho, o que

permitiu que esta investigação se tornasse muito mais fácil e clara. Muito obrigada pela

sua ajuda incondicional, Ana Salazar!

- Aos gestores das Quintas da Madeira, especialmente aos seis gestores respondentes

pela sua disponibilidade e interesse em colaborar nesta investigação, sem a qual a

recolha de dados secundários não teria sido possível.

- Ao meu superior hierárquico, José Jorge dos Santos F. Faria, um agradecimento

especial pela sua flexibilidade e compreensão durante toda a investigação. Obrigado!

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IV

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V

ÌNDICE GERAL

CAPÍTULO I – Introdução Geral

1.1 Tema ………………………………………………………………………………. 1

1.2 Justificação da escolha …………………………………………………………… 2

1.3 Problema e Objetivos …………………………………………………………….. 3

1.4 Metodologia ………………………………………………………………………. 5

1.5 Limitações/Restrições …………………………………………………………….. 5

1.6 Estrutura da Dissertação ………………………………………………………….. 6

CAPÍTULO II – O Processo de Planeamento Estratégico

2.1 Introdução ………………………………………………………………………… 7

2.2. Definição do processo de planeamento estratégico ……………………………. 7

2.2.1 Componentes e etapas do processo de planeamento estratégico …….. 14

2.3 O Processo de Planeamento Estratégico …………………………………………. 16

2.3.1 Definição de Missão ……………………………………………………. 17

2.3.2 Visão ……………………………………………………………………. 19

2.3.3. Análise Macro e Micro Ambiente ……………………………………... 19

2.3.3.1 Análise PEST-E ………………………………………………. 21

2.3.3.2 Análise Interna ………………………………………………... 23

2.3.3.2.1 Matriz BCG …………………………………………. 24

2.3.3.2.2 Matriz GE/McKinsey . ……………………………… 26

2.3.3.2.3 O Modelo dos 7’S da McKinsey …………………… 28

2.3.3.3 O Modelo das 5 Forças de Porter …………………………….. 30

2.3.3.4 Análise SWOT ………………………………………………... 31

2.3.4 Segmentação do Mercado ……………………………………………… 33

2.3.5 Posicionamento ………………………………………………………… 36

2.3.5.1 Diferenciação ………………………………………………… 38

2.3.6 Objetivos ……………………………………………………………….. 38

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VI

2.3.7 Estratégias ………………………………………………………………. 40

2.3.7.1 Estratégias Genéricas …………………………………………. 41

2.3.7.2 Estratégias de Desenvolvimento ……………………………… 45

2.3.7.3 Estratégicas de Marketing …………………………………….. 47

2.3.8 Marketing Mix ………………………………………………………….. 52

2.3.8.1 O Produto ……………………………………………………... 55

2.3.8.1.1 O Ciclo de Vida do produto ………………………... 55

2.3.8.1.2 Processo de Lançamento de Novos Produtos ……… 59

2.3.8.2 O Preço …………...…………………………………………… 60

2.3.8.3 A Distribuição ………………………………………………… 63

2.3.8.4 A Comunicação ………………………………………………. 64

2.3.8.5 As Pessoas …………………………………………………….. 64

2.3.8.6 Os Processos ………………………………………………….. 64

2.3.8.7 Serviços ao cliente ……………………………………………. 65

2.4 Implementação e Controlo ……………………………………………………….. 65

2.5 Conclusão e Implicações para o Estudo ………………………………………….. 66

CAPÍTULO III - Metodologia

3.1 Introdução ………………………………………………………………………… 67

3.2 Processo de Pesquisa ……………………………………………………………... 67

3.3 Fases do Processo de Pesquisa …………………………………………………… 68

3.4 Problema e Objetivos ……………………………………………………………... 69

3.5 Design da Pesquisa ……………………………………………………………….. 71

3.6 Processo de Amostragem …………………………………………………………. 73

3.7 Método de Recolha de Dados ……………………………………………………. 74

3.8 Análise de Dados …………………………………………………………………. 79

3.9 Conclusão ………………………………………………………………………… 85

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VII

CAPÍTULO IV – O Caso das “Quintas da Madeira”

4.1 Introdução ………………………………………………………………………… 87

4.2 Caracterização do Produto Turístico “ Quintas da Madeira” …………………… 87

4.2.1 Definição e conceito no âmbito histórico ……………………………… 87

4.2.2 Definição e conceito no âmbito patrimonial …………………………… 88

4.3 O processo de planeamento estratégico nas Quintas – Análise de Dados ……… 92

4.3.1 Visão e Missão ………………………………………………………….. 92

4.3.2 Análise / Auditoria ……………………………………………………… 93

4.3.2.1 Caraterização da Oferta ………………………………………. 93

4.3.2.2 Caraterização da Procura ……………………………………... 95

4.3.2.3 Análise de Concorrência ……………………………………… 98

4.3.3 Análise PEST-E ………………………………………………………… 99

4.3.4 Análise SWOT ………………………………………………………… 100

4.4 Modelo de Gestão integrado em redes empresariais das “Quintas da Madeira”:...101

4.4.1 Vantagens e Desvantagens ……………………………………………..101

4.4.2 Vantagens competitivas das Quintas ………………………………….. 102

4.4.3 Vantagens comparativas das Quintas …………………………………. 103

4.4.4 Posicionamento do Produto Turístico “Quintas da Madeira” ……….. 104

4.4.4.1 Fatores diferenciadores do Produto Turístico “Quintas da

Madeira” …………………………………………………………………….. 105

4.4.5 Objetivos ………………………………………………………………. 106

4.5 Estratégias de Marketing das “Quintas da Madeira” ……………………………. 107

4.6 Marketing Mix / Planos de Ação ………………………………………………... 109

4.6.1 Plano de Ação da Comunicação ……………………………………… 110

4.6.1.2 Plano de Ação da Promoção ………………………………… 111

4.6.2 Plano de Ação da Distribuição ………………………………………… 111

4.6.3 Plano de Ação do Preço ……………………………………………….. 112

4.6.4 Plano de Ação das Pessoas ………………………………………….... 112

4.6.5 Plano de Ação dos Processos ………………………………………… 113

4.6.6 Plano de Ação de Serviços de Cliente ………………………………… 113

4.6.7 Programas de fidelização ……………………………………………… 115

4.7 Discussão dos Resultados e Recomendações ………………………………….. 116

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VIII

4.7.1 Definição de missão …………………………………………………… 116

4.7.2 Análise interna e externa ………………………………………………. 117

4.7.3 Segmentação e Posicionamento ………………………………………. 117

4.7.4 Definição de objectivos ………………………………………………. 118

4.7.5 Definição de estratégia ………………………………………………… 119

4.7.6 Definição de planos de ação ………………………………………….. 120

4.8 Conclusão ……………………………………………………………………….. 121

CAPÍTULO V – Conclusão

5.1 Tema ………………………………………………………………………….…. 122

5.2 Problema e Objetivos ………………………………………………………….… 123

5.3 Contributo do estudo ……………………………………………………….…… 123

5.4 Recomendações …………………………………………………………….…… 124

5.5 Limitações do estudo ……………………………………………………………. 128

5.6 Orientação para pesquisas futuras ………………………………………………. 129

Índice de Figuras

Figura 2.1 Planeamento Estratégico de marketing para a indústria do turismo …….. 12

Figura 2.2 Processo de Planeamento Estratégico do negócio ……………………….. 14

Figura 2.3 Processo de Planeamento …………………………………………………. 15

Figura 2.4 Comunicação da Missão ………………………………………………….. 18

Figura 2.5 Planeamento Estratégico ………………………………………………….. 19

Figura 2.6 Análise PEST-E …………………………………………………………... 22

Figura 2.7 Análise Interna ……………………………………………………………. 23

Figura 2.8 Matriz BCG ……………………………………………………………….. 24

Figura 2.9 Matriz GE/McKinsey, orientações estratégicas ………………………….. 26

Figura 2.10 Modelo das 7S’s McKinsey ……………………………………………... 27

Figura 2.11 Critérios de avaliação do Modelo McKinsey …………………………… 29

Figura 2.12 Modelo das “cinco forças” de Porter …………………………………… 31

Figura 2.13 Análise SWOT …………………………………………………………... 32

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IX

Figura 2.14 Etapas na segmentação, no mercado alvo e o posicionamento ………… 37

Figura 2.15 Ações Estratégicas (produto/mercado) ………………………………….. 44

Figura 2.16 Estratégias genéricas …………………………………………………….. 46

Figura 2.17 Matriz produto/mercado ………………………………………………… 47

Figura 2.18 Tipos Básicos de Estratégia ……………………………………………... 49

Figura 2.19 “A Review of Marketing Mix: 4P’s or more?” Revisão da literatura de

marketing de serviços ………………………………………………………………… 54

Figura 3.1 Síntese do Processo de Pesquisa ………………………………………….. 68

Figura 3.2 Desenvolvimento de uma análise de conteúdo ………………………….. 83

Índice de Quadros

Quadro 2.1 Planeamento Estratégico de Negócios …………………………………… 14

Quadro 3.1 Comparação entre três tipos gerais de pesquisa ………………………… 72

Quadro 3.2 Ligação das perguntas do guião aos objetivos específicos …………….. 79

Quadro 3.3 - Domínios Possíveis da Adaptação da Análise de Conteúdo …………. 80

Quadro 3.4. Categorias de análise ……………………………………………………. 85

Quadro 4.1 Importância e existência de um Planeamento Estratégico ……………. 104

Quadro 4.2 Análise de concorrência (As 5 forças de Porter) ……………………….. 98

Quadro 4.3 Fatores diferenciadores do produto turístico …………………………… 105

Quadro 4.4 Objetivos Chave ………………………………………………………... 107

Quadro 4.5 Análise PEST-E …………………………………………………………. 99

Quadro 4.6 Análise SWOT ………………………………………………………….. 100

Quadro 4.7 Segmentação de mercado e o posicionamento ………………………….. 97

Quadro 4.8 Estratégias de Desenvolvimento ………………………………………… 95

Quadro 4.9 Estratégias de Marketing …………………………………………..…… 108

Quadro 4.10 Marketing Mix ………………………………………………………… 110

Quadro 4.11 Implementação e Controlo …………………………………………… 115

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1

CAPÍTULO I – Introdução Geral

1.1 Tema

O planeamento estratégico é uma metodologia que assegura mais respaldo à gestão

empresarial. Diz respeito aos elementos estruturais mais importantes da empresa e a sua

área de atuação, considerando os aspectos internos e principalmente o ambiente externo

no qual a empresa está inserida.

O planeamento estratégico visa à eficácia, estabelece bases e possibilita o diagnóstico

empresarial, sendo assim, uma técnica administrativa que ordena as ideias dos gestores,

fazendo com que criem uma visão do caminho que se deve seguir, ou seja, direcionar as

suas atividades para aquilo que traz resultados.

A importância da existência e elaboração do planeamento estratégico para o produto

turísticos das Quintas da Madeira, com o recurso a ferramentas de análise estratégica

fundamentais que aplicadas ao produto turístico, em particular, assumam um papel

preponderante, visando a antecipação, formalização e articulação das principais

decisões a serem tomadas para o produto “Quintas da Madeira”, constitui uma das bases

deste trabalho.

A Madeira, candidata a destino de excelência, com produtos turístico únicos, o caso das

“Quintas da Madeira” tem de ser valorizada para que seja um destino diferenciado. A

Madeira preserva hoje as belas Quintas, outrora residências de príncipes e aristocratas,

políticos e escritores que, pelo seu génio se imortalizaram, e que contribuíram para

enriquecer ainda mais o património cultural da ilha.

As Quintas da Madeira mostram um estilo de vida enraizado no sistema feudal. Cada

Quinta tem a sua história para contar. Os jardins e os interiores das casas são

fragmentos de uma vida, a eles se juntam outras histórias feitas de coisas novas. Para

conhecer tudo o que as Quintas da Madeira têm para lhe oferecer é preciso tempo.

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2

1.2 Justificação da escolha

De acordo com a Organização Mundial de Turismo (WTO, 1994a: 8), turismo de

qualidade não significa necessariamente turismo de preços elevados, mas refere-se antes

às atrações, facilidades e serviços turísticos que oferecem good value for money, que

protegem os recursos turísticos, e que atraem os tipos de turistas que respeitam o

ambiente e as sociedades locais.

Cada vez mais organizações turísticas recorrem a quatro estratégias de marketing

abrangentes para atrair visitantes. Estas estratégias focam a: imagem, atrações &

eventos, infra-estruturas e as pessoas. (Kotler, Haider, Rein 1993 – 311)

Partidário (2003: 117), menciona que se tem visto a consolidação de um novo segmento

de turistas na procura de um conceito de turismo diferente, associado à proximidade aos

recursos naturais, à cultura intrínseca das comunidades e das regiões e às atividades

próximas dos espaços naturais.

“De forma a otimizar os benefícios e prevenir, ou pelo menos minimizar, quaisquer

problemas que possam surgir, é essencial o bom planeamento e a gestão cuidada do

turismo” (Inskeep, 1991:16). De acordo com a OMT (WTO, 1994: 6, 7, 54), para que

um correcto planeamento do turismo possa ser levado a cabo, independentemente dos

métodos de planeamento utilizados, todo o processo deve ser desenvolvido com base

num conhecimento prévio da situação em que se encontra o setor, na área em avaliação.

O caso “Quintas da Madeira” é um tema diferenciado, interessante pelas caraterísticas

das Quintas, e pelo facto de ser ainda um produto em desenvolvimento mas ainda pouco

conhecido, havendo muito pouca informação acerca do produto. As “Quintas da

Madeira” foram recebidas pelas autoridades regionais como uma marca da Ilha, pela sua

força e distinção, tendo-se tornado uma marca oficial.

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3

O desconhecimento do aparecimento da sua história e dos seus valores é generalizado

pela população em geral. Esta tipologia de alojamento deve ser mantida nas tradições

madeirenses, e contribui para a recuperação de quintas madeirenses que fazem parte do

património classificado dos imóveis com interesse para o turismo.

De acordo com o Plano e Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento

da Região Autónoma da Madeira, existe a preocupação para a implementação do

planeamento turístico para o produto diferenciador “Quintas da Madeira”. As

afirmações seguintes demonstram a importância do produto, por parte das instituições

oficiais (PIDDAR, 2006):

Desenvolvimento da segmentação turística, através do reforço de produtos

turísticos já identificados – congressos e incentivos, golfe, turismo náutico,

Quintas da Madeira, passeios a pé, ecoturismo, wellness e luas-de-mel, para a

ilha da Madeira.”.

Implementação do plano de marketing da marca de prestígio “Quintas da

Madeira”, em parceria com a Associação de Promoção da RAM e os

empresários.”.

A manutenção do produto turístico “Quintas da Madeira” corresponde assim a um novo

produto da Madeira que poderá transformar-se num veículo importante para a

consolidação da imagem de qualidade da Madeira junto de um segmento alto,

informado e exigente.

1.3 Problema e Objetivos

A Região Autónoma da Madeira tem no Turismo uma das principais actividades

económicas sendo esta, uma actividade profundamente enraizada na cultura local e que

abrange, directa ou indirectamente, a grande maioria da população local.

O turismo pode ser o melhor amigo como o pior inimigo do desenvolvimento de uma

região, devendo por isso existir uma maior preocupação por parte dos privados e

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4

entidades competentes na preservação e manutenção das quintas madeirenses, deixando

as características tradicionais serem realçadas e não ignoradas, de modo a que esta

tipologia de alojamento continue a ser um factor de diferenciação em relação a outros

destinos. A recuperação deste tipo de imóveis tradicionais destinados ao alojamento,

deve ser considerado uma boa prática e uma alternativa à construção massificada das

grandes unidades hoteleiras, permitindo assim, que a história da cidade e por

consequência da região permaneça viva.

Com este trabalho pretende-se:

Analisar o caso das “Quintas da Madeira”, e transmitir a importância da

existência de um plano estratégico deste produto turístico.

Propor recomendações ao nível do planeamento estratégico das “Quintas

da Madeira”.

Lançar as bases de um plano estratégico atualizado das “Quintas da

Madeira”, para que assuma um papel preponderante, visando a

antecipação, formalização e articulação das principais decisões a serem

tomadas para o produto “Quintas da Madeira”.

No que diz respeito ao conhecimento da oferta turística do produto “Quintas da

Madeira”, desenvolvê-lo como forma de se manterem vivas as tradições e a gastronomia

local, de manter o património, pretende-se efectuar um levantamento dos elementos que

o constituem, de forma a caraterizar a situação actual e detetar eventuais falhas e pontos

fortes da mesma. Assim, são definidos os seguintes objetivos específicos:

- Caraterização da oferta.

- Caraterização da procura.

- Análise da concorrência.

- Definição de Objetivos.

- Definição de Estratégias

- Propor ações para a implementação.

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5

1.4. Metodologia

O trabalho será elaborado, numa primeira fase exploratória, com o recurso a informação

secundária disponível sobre os diversos temas abordados, quer seja através de

monografias, revistas, estudos, livros, manuais e jornais editados, como através de

pesquisas na internet. Na consulta de informação através da internet será tomado o

devido cuidado em consultar apenas as páginas Web oficiais das organizações ou de

publicações de reconhecida idoneidade, de forma a minimizar o risco de utilização de

informações erróneas, que se sabem estar igualmente disponíveis.

Na segunda parte do trabalho, o design da pesquisa será descritivo, uma vez que se

pretende analisar como, o quê, quem e quando, e propor recomendações para o produto.

A recolha de dados será feita através de questionários aos gestores do produto “Quintas

da Madeira”. Relativamente ao processo de amostragem, este será não probabilístico

por julgamento.

Quanto ao método de análise de dados, este será qualitativo, mais precisamente por

recurso à análise de conteúdo dos questionários realizadas aos gestores.

Objetiva-se obter informação e documentação que possibilite caraterizar e explicar os

dados do caso e, comparados com outros casos analisados e melhores práticas

identificadas em literatura sobre o planeamento estratégico de produtos turísticos.

1.5 Limitações / Restrições

Durante a investigação poderá ser notada a existência de alguma informação sobre o

sector do turismo, a qual se encontra dispersa e ainda por analisar. Poder-se-á considerar

fundamental a elaboração de um inventário do produto turístico, o qual permitirá um

melhor planeamento do sector e a detecção de eventuais necessidades.

Ainda, e devido ao tipo de amostra a usar, o grau de generalização dos resultados será

limitado.

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6

1.6 Estrutura da Dissertação

Este trabalho está dividido em 5 capítulos:

I – Introdução

II – O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo

III – Metodologia

IV – Estudo de Caso “Quintas da Madeira”

V – Conclusão e recomendações

O capítulo I, corresponde à introdução do trabalho. Seguidamente, no capítulo II, são

apresentados o processo de planeamento estratégico, as suas fases, conteúdos, modelos

e ferramentas.

No capítulo III apresenta-se toda a estrutura metodológica que serviu como base para a

construção deste trabalho, fazendo referência à adoção do estudo de caso, identificando

as suas vantagens e limitações, a escolha do questionário como elemento crucial na

recolha de informação primária e abordando a pertinência da pesquisa bibliográfica.

No capítulo IV, faz-se a apresentação dos dados, normalmente sintetizados em quadros,

para mais fácil compreensão, bem como a análise dos mesmos. No final existe a

discussão dos resultados, dando indicação de algumas vertentes para elaboração de um

planeamento estratégico para as quintas da madeira.

Finalmente, o capítulo V, correspondente às conclusões sobre o tema, objetivos e

problema, contributo do estudo, as recomendações, as limitações do estudo e

orientações para pesquisas futuras.

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7

CAPÍTULO II – O Processo de Planeamento Estratégico

2.1. Introdução

Neste capítulo são abordadas definições e interpretações sobre o processo do

planeamento estratégico. Como elaborar, como implementar, quais as suas etapas, a sua

importância para uma gestão adequada no setor de atividade do turismo, nomeadamente

no produto turístico, bem como os modelos e ferramentas para o seu desenvolvimento.

2.2. Definição do processo de planeamento estratégico

Para que se possa definir o processo de planeamento estratégico, investigaram-se

diferentes perspetivas.

Santos (2008:30), sintetiza o planeamento como sendo uma função da gestão que

clarifica a missão da empresa, defina os objetivos e formula a estratégia e as táticas mais

adequadas à consecução dos objetivos traçados.

Segundo Baptista (2003:127), no âmbito dos planos estratégicos de marketing ao nível

institucional, são diversas as políticas de intervenção direta do Estado no investimento e

na gestão operacional de estruturas turísticas, nomeadamente de alojamento.

Freire (cit in Santos (2008:330)), apõe à definição de planeamento estratégico como um

exequível processo sistemático, metódico e complementar de apoio, estímulo,

organização, estruturação e síntese da reflexão estratégica dos administradores.

De acordo com Teixeira, (2005:49), o planeamento compreende a definição de objetivos

e das vias de atuação para os atingir. São três os níveis de planeamento empresarial:

estratégico, tático e operacional – o planeamento estratégico, envolve de uma forma

global toda a organização, revestindo-se de particular importância. Visa antecipar o

futuro da empresa no longo prazo, envolve avultados ou mesmo a totalidade dos

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recursos disponíveis, apta todas as atividades da empresa e é crucial para o sucesso da

organização, sendo o planeamento estratégico uma atividade que cabe

fundamentalmente aos gestores de topo.

Também segundo o mesmo autor (2005:35), o planeamento consiste em determinar

antecipadamente o que deve ser feito para que se consigam os objetivos pretendidos, e

como fazê-lo. O processo do planeamento começa, assim, com a definição dos objetivos

que se pretenda atingir.

Já Kotler, Bowen e Makens, (cit. in Baptista 2003:407), definem um plano estratégico

de uma empresa hoteleira que integre os seguintes objetivos:

- proporcionar um mapa-guia para todas as atividades de marketing para o próximo

futuro;

- assegurar que as atividades de marketing sejam revistas e pensadas objetivamente em

todas as fases do processo estimulando os gestores de marketing a fazer;

- apoiar o processo de monitorização e confronto dos resultados reais com os previstos.

Em sinopse, segundo Kotler, Bowen e Makens, um plano estratégico deve conter as

seguintes dez intervenções:

- O sumário executivo,

- a conexão no seio da empresa,

- a análise ambiental e projeções,

- a segmentação e metas,

- os objetivos e quotas para o próximo ano,

- os planos de ação (estratégias e táticas),

- os recursos necessários para apoiar as estratégias e atingir os objetivos,

- o controlo de marketing,

- a apresentação e “venda” do plano e

- a preparação do futuro.

A título de breve comentário ao que é apresentado por Kotler, Bowen e Makens, (cit. in

Baptista, 2003:407-408), esclarecem que, na realidade, trata-se de um programa e não

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de um plano, pois este deve incidir sempre nos médio/longo prazos, enquanto a

abordagem por eles feita se refere apenas a um exercício económico. O mesmo não

acontece, contudo, na visão sumária e recapitulativa que se segue sobre o que os autores

entendem quanto ao plano de marketing em turismo, que pode ser apreciado segundo as

seguintes óticas:

1) Apoiar o plano estratégico da empresa, no que se refere a decisões a tomar no futuro

próximo nos domínios de estratégias e táticas, tais como objetivos da empresa quanto ao

lucro, crescimento, quotas de mercado pretendidas, posicionamento da empresa ou das

linhas de produtos, integração vertical ou horizontal, alianças estratégicas e dimensão

dos produtos:

2) Abranger as seguintes áreas: vendas, publicidade e promoção, relações públicas,

pesquisa de marketing, preços e serviços ao cliente;

3) Interpretar como uma ferramenta de crescimento das empresas e dos seus recursos

humanos considerando os seguintes critérios:

3.1) Um processo de planeamento participativo permite aos trabalhadores

compreender o processo de gestão;

3.2) Os trabalhadores aprendem a ser membros de equipa durante o processo;

3.3) Os trabalhadores aprendem a estabelecer objetivos e calendários de

execução para assegurar que sejam atingidos;

3.4) O processo de estabelecer estratégias e táticas realistas para atingir objetivos

é também apreendido;

3.5.) Os trabalhadores que abordam o processo de planeamento com uma mente

receptiva ao plano de marketing consideram-no como uma contribuição para os

seus planos de carreira;

4) A força de vendas deve considerar os seguintes objetivos estratégicos:

- prevenir a erosão de pontos-chave;

- aumentar contas marginais selecionadas;

- diminuir contas marginais selecionadas;

- reter contas marginais selecionadas mas providenciar a redução dos custos de

venda de suporte;

- obter novos negócios de clientes potenciais selecionados;

5) No que respeita aos objetivos de vendas, a gestão deve ter em conta o seguinte:

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5.1) Os membros da equipa de vendas anseiam proteção apresentando objetivos

inferiores aos efetivamente possíveis;

5.2) A empresa tem motivado objetivos baseados na previsão das suas

necessidades;

5.3) A gestão deve ter acesso a informações da pesquisa de marketing não

acessíveis à equipa de vendas;

5.4) A gestão deve dispor de informação histórica sobre a equipa de vendas para

avaliar se as projeções estão demasiado acima ou demasiado abaixo de uma

determinada percentagem;

5.5) A gestão pode querer habilitar o departamento de marketing/vendas com

recursos adicionais que eram desconhecidos dos membros da equipa de vendas.

O anteriormente relatado afirma-se pertinente, considerando que o plano em causa

manifesta a sua integração e a sua articulação com um plano estratégico previamente

estabelecido.

No planeamento estratégico, uma vez identificados os segmentos de mercado a tender

pelo esforço de marketing, os empreendimentos hoteleiros deverão adotar um

planeamento estratégico correto, compreendendo fundamentalmente um marketing mix

adequado ao serviço de objetivos específicos e apoiado em estratégias e táticas

suscetíveis de captar a atenção e preferência dos referidos segmentos. De acordo com

Quintas (2006:844-854), a utilização de um plano estratégico eficaz obriga a uma

compreensão perfeita dos instrumentos de marketing disponíveis e exige a aplicação

racional e conveniente dos recursos concedidos pela empresa para a gestão de

marketing, tendo em conta basicamente os objetivos fixados pelo plano de marketing e

a situação verificada no ambiente externo.

No plano de marketing, uma vez identificadas as componentes do seu marketing mix e

selecionados os instrumentos ou meios destinados a atingir os segmentos da procura

considerados de interesse, os empreendimentos hoteleiros deverão proceder à

elaboração criteriosa e fundamentada de um plano de marketing, independentemente da

sua natureza e capacidade, sem prejuízo do reconhecimento de que a dimensão do

referido plano depende, compreensivelmente, do tipo e complexidade dos

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empreendimentos hoteleiros e, em especial, da importância e número dos centros de

lucros que os integram.

O plano de marketing permitirá aos estabelecimentos hoteleiros adotarem a orientação

mais conveniente para o seu sucesso comercial, garantindo ao mesmo tempo o

aproveitamento superiormente eficaz do seu potencial económico e dos meios

disponíveis para a obtenção dos resultados pretendidos.

Com efeito, a existência de um plano de marketing permitirá à empresa organizar o

negócio de forma a assegurar a sua viabilidade e rentabilidade satisfatória,

independentemente das alterações e perturbações verificadas no mercado, apontando

ainda a orientação que o empreendimento deverá seguir de forma a concentrar todas as

suas capacidades e esforços na obtenção de objetivos específicos em cuja formulação,

aliás, não deverão deixar de participar os vários responsáveis do hotel e dos seus

departamentos procurando garantir-se, deste modo, a sua solidariedade e

comprometendo-os na realização dos objetivos fixados. Segundo Quintas (2006:844-

854), e de uma forma telegráfica, pode afirmar-se que um plano de marketing

compreende três componentes essenciais: a estratégia, a organização e o capital.

Uma nova abordagem é apresentada por Edgell et. al (1999) sobre o planeamento de

marketing estratégico para o setor do turismo. Realçam a qualidade, a eficiência e a

efetividade no processo de marketing. O modelo apresentado mostra como os

responsáveis de marketing devem analisar a sua posição no mercado e desenvolver um

plano de estratégia de marketing para incrementar as vendas nos segmentos alvos. Os

autores recomendam um sexto passo com um deparo ao planeamento de marketing

estratégico para o setor do turismo. Estes passos incluem como requisito a análise das

necessidades, a pesquisa e análise, a infusão criativa, a estratégia de posicionamento, o

desenvolvimento do plano de marketing, a preparação, a implementação, a avaliação e a

adaptação.

O modelo é concebido para proporcionar um roteiro para a maioria dos destinos

turísticos organizados e para ajudar a acentuar e melhorar o marketing. É um processo

estratégico de marketing que vai tentar exigir o máximo do planeamento, alargando as

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vendas através da monitorização e avaliação, mas também orientado para a ação das

estratégias de referência e contra os concorrentes construído em medidas de

desempenho e avaliações.

Figura 2.1 – Planeamento Estratégico de Marketing para a Indústria do Turismo

Fonte: Adaptado de Edgell et. al, (1999)

Análise das

necessidades

Pesquisa e

análise

Infusão

criativa

Estratégia de

posicionamento

Desenvolviment

o do plano de

marketing

Preparação,

implementação,

avaliação e adaptação

Grupo

stakeholder

do cliente

Objetivos

mais

amplos do

cliente

Perspectivas

de futuro

Análise

interna

Auditoria de

marketing

Avaliação da

Indústria e do

mercado

Análise

competitiva

Pesquisa do

cliente

Identificação

do cliente

segmentação

e mercado

alvo

Um exercício

prático para

os executivos

da

criatividade

do cliente.

Pretensão

global

Posiciona

mento

/Branding/

imagem

segmento

de

desenvolvi

mento de

plano de

marketing

Perspectiva

s

Repetir os

clientes

Objetivos

SMART

Posicionam

ento

/Branding/i

magem

Estratégia de

desenvolvimento

Identificação de

fatores críticos

de sucesso

Marketing Mix

marketing,

desenvolviment

o de sistema de

informação

Orçamentos

Produtos/novo

s produtos

Preço

Promoção

Canal de

vendas

Alianças

estratégicas

Ajuste de

avaliação

Implem

entação

vendas,

serviços e

treino da

liderança

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O modelo é desenhado para prover um roteiro para quase todas as organizações de

turismo e de destinos e para aumentar e melhorar as suas estratégias de marketing. Em

alguns casos, não será necessário utilizar todos os passos como apresentado no modelo.

Noutros casos, poderá haver a necessidade de modificar o modelo para se adaptar à

situação. Este modelo foi concebido pelos autores para estimular um pensamento

inovador sobre o marketing no turismo. Pelo facto do turismo ser tão dinâmico é

importante ser flexível e manter a recetividade sobre as ferramentas de marketing,

incluindo o modelo da figura 2.1.

De acordo com Edgell et. al (1999), o plano estratégico de turismo é prático, intensivo,

é um conjunto de ideias que abordam o marketing de turismo de destinos. É um sistema

de marketing estratégico que permite ofertar ao rendimento do marketing, no entanto, é

também um plano de marketing orientado para verificar e controlar as estratégias dos

concorrentes com medidas efetivas e de avaliação para medir a performance, ou seja,

uma forma de fazer a comparação nos concorrentes e verificar as boas práticas

utilizadas.

Segundo Kotler (1998:105), o planeamento estratégico orientado para o mercado é o

processo de gestão de desenvolver e manter um ajuste viável entre os objetivos,

habilidades e recursos da organização e as suas oportunidades de mercado mutantes. O

objetivo do planeamento estratégico é moldar e remoldar os negócios e produtos da

empresa de forma a alcançarem o lucro e o crescimento apreendidos.

Segundo Davidson and Maitland (1997:73-74) um planeamento estratégico é entendido

através do seguinte quadro 2.1:

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Quadro 2.1 – Planeamento Estratégico de Negócios

Planeamento estratégico de Negócios

1. Missão

2. Análise do Ambiente Externo a) Fatores macro ambientais

b) Fatores micro ambientais

c) Oportunidades

d) Ameaças

3.Análise do ambiente interno

(análise de pontos fortes e fracos)

4. Formulação de Metas a) Hierárquico

b) Quantitativo

c) Realístico

d) Consistente

5. Formulação da estratégia (Michael Porter) a) Liderança de custo total

b) Diferenciação

c) Foco

6. Formulação do programa

7. Implementação

8. Controlo

Fonte: Adaptado pelo próprio

2.2.1 Componentes e etapas do processo de planeamento estratégico

De acordo no que Kotler (1998:86) define, o processo de planeamento da figura 2.2 diz

respeito às tarefas desempenhadas pelos gestores das empresas. O processo de

planeamento estratégico da empresa consiste nas oito etapas da mesma figura.

Figura 2.2 – Processo de Planeamento Estratégico do negócio

Fonte: Adaptado de Kotler, (1998)

Missão do

Negócio

Análise do

ambiente

externo

(O/A)

Análise do

ambiente

interno

(F/F)

Swot Analysis

Formulação

de

Metas

Formulação

de Estratégia

Formulação

de Programa

Implemen

tação

Feedback

e

Controle

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Baptista (2003:179-181), identifica as fases do processo de planeamento aplicável ao

setor do turismo as ilustrações constantes na figura 2.3.

Figura 2.3 - Turismo Gestão Estratégica, Processo de Planeamento

PROCESSO DE PLANEAMENTO

Fonte: Adaptado de Baptista, (2003:181)

Começando pelo inventário no meio envolvente, a atmosfera política e social, como a

consciência e compreensão do processo turístico, os seus custos e benefícios, os

recursos humanos, a qualificação, as atitudes a incentivar e a mudar, e a atmosfera

económica, onde as tendências regionais e locais que afetam o turismo a enquadrar em

listas de controlo definindo os pontos fortes e os pontos fracos da comunidade.

As tendências previsíveis, que tipo de estruturas considerar, a capacidade técnica e

métodos para determinar a procura futura, em termos qualitativos e quantitativos;

desenvolvimento da missão definida, metas e objetivos; estudo de planos de ação

alternativos para atingir as metas e os objetivos, equacionar alternativas segundo o

método do brainstorming e as forças e fraquezas dos meios para os atingir, isto é, a sua

Inputs do cidadão 1: Inventário do Ambiente

Social, Político e Económico

2: Projecção das

Tendências

8: Avaliação

7: Implementação do

Plano

Inputs do

cidadão

6: Desenvolver a Estratégia para

alcançar os objetivos

5: Seleccionar a

alternativa possível

Inputs do

cidadão

4: Examinar as alternativas

para alcançar os objetivos

3: Definir metas e

objetivos

As condições alteraram-se?

Houve alteração das tendências?

Houve alteração dos objetivos da

comunidade?

Foi seleccionada a alternativa

apropriada?

O Plano cumpriu a missão?

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viabilidade, a inserir em critérios de prioridade para discussão crítica pública; seleção da

alternativa preferida fazendo uma análise das forças e das fraquezas.

No desenvolvimento da estratégia para atingir as metas, estipulando os prazos por tipo

de diligências a realizar; implementação do plano trata-se da fase da ação, sem parar ou

questionar a ideia, admitir que possam surgir contrariedades, desenvolvimentos não

previstos podem justificar mudanças de pensar com reflexos no plano, estando neste

caso sempre presentes, a missão e as metas estabelecidas; revisão da avaliação e

continuação dos planos, avaliar os fatores contributivos e prejudiciais com base nas

metas estabelecidas e nos meios planeados.

O processo de planeamento deve envolver o maior número possível de pessoas e

atividades comerciais da comunidade, incluindo líderes políticos, líderes da Câmara ou

Associação de Comércio e líderes de opinião, pois o plano permite que o turismo seja

uma força positiva e integradora da comunidade.

2.3. O Processo de Planeamento Estratégico

O processo de planeamento estratégico fixa as grandes orientações que permitem às

empresas modificar, melhorar ou consolidar a sua posição face à concorrência. É uma

ferramenta de apoio à gestão com vista ao desenvolvimento futuro da empresa,

especificando a forma e os timings de execução.

Segundo Kotler (1998:86), uma vez formulada a declaração de missão da empresa, o

gerente da empresa conhece as partes e o ambiente que precisa de monitorizar para

atingir as suas metas. Em geral, uma unidade de negócio necessita de instruções sobre

as forças macro ambientais (demográficas, económicas, tecnológicas, políticas, legais,

sociais e culturais) e os atores micro ambientais importantes (consumidores,

concorrentes canais de distribuição, fornecedores) que afetam a sua habilidade de obter

lucro. A unidade de negócio deve estabelecer um sistema de inteligência de marketing

para rastrear tendência ou desenvolvimento, e a administração precisa identificar as

oportunidades e ameaças associadas.

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Ainda segundo o mesmo autor, um importante propósito da análise ambiental é detetar

novas oportunidades de marketing. As oportunidades podem ser classificadas de acordo

com a atratividade e a probabilidade de sucesso. A probabilidade de sucesso da empresa

não depende apenas da força do seu negócio, das exigências básicas para ser bem

sucedida num mercado alvo, mas também das suas competências para superar os seus

concorrentes. A mera competência não constitui uma vantagem competitiva. A empresa

de menor desempenho será aquela que pode gerar o maior valor para o consumidor e

sustentá-lo ao longo do tempo.

2.3.1 Definição de Missão

A missão de uma organização corresponde ao que esta se propõe a fazer, e para quem. É

o propósito de sua existência. Segundo Teixeira (2005:34-36), a missão de uma

organização consiste na definição dos seus fins estratégicos gerais. É o enunciado dos

propósitos gerais e constantes que expressam as intenções fundamentais da gestão

global a nível superior da empresa, proporcionando orientações para o seu

desenvolvimento futuro. Traduz-se na prática uma filosofia básica de atuação da

empresa e é o ponto de partida para a definição dos outros objetivos que a ela estão,

portanto, subordinados.

A missão deve ser formalmente expressa, servindo de guia de orientação para as pessoas

que trabalham na empresa, nomeadamente os grupos que a constituem e os gestores nos

diversos níveis. Mas, expressa ou não formalmente através da definição dos fins

estratégicos gerais, a sua função é dar continuidade de orientação e uniformidade de

propósitos. A missão representa um vasto conceito de negócio que é essencialmente

prosseguido. A missão de uma determinada organização manifesta-se numa explícita

declaração ou num implícito entendimento de qual é a razão de ser da sua existência.

Quando se transforma numa declaração explícita, esta deve ser breve e simples para

mais fácil entendimento, flexível para durar mais tempo e distintiva para a diferenciar

das outras organizações similares. Habitualmente as informações contidas recaem sobre:

- O tipo de produtos ou serviços a que a empresa se dedica;

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- Os mercados a que se dirige;

- A sua filosofia de atuação;

- A visão que tem de si própria (auto conceito) e;

- A imagem pública que pretende transmitir.

Segundo Teixeira (2005:37), a figura 2.4 ilustra a missão de uma empresa.

Figura 2.4 - Comunicação da Missão

Fonte: Adaptado de Rue e Holland (cit in Teixeira, 2005:37)

Kotler (1998:86), afirma que cada empresa precisa definir a missão específica dentro da

missão mais ampla da empresa. Em conformidade com Maitland e Davidson (1997:63),

a missão do negócio tem que ser definida para cada negócio definindo a sua missão

específica dentro da missão da empresa. Assim, uma unidade de negócios deve definir

os seus vários âmbitos, mais especificamente: os seus produtos e aplicações,

competência, segmentos de mercado, posicionamento vertical e geográfico. Também

deve definir os seus objetivos e políticas específicas, como uma empresa separada.

COMUNICAÇÃO

DA MISSÃO

Percepção No exterior No interior Percepção

Investimento

Consumo

Filiação

Escolha de

Actividades

Ética

Nível de

empenhamento

Filosofia

Conceito

Próprio

Significado

Identificaç

ão

Imagem

Filiação

M

I

S

S

Ã

O

Nome

Declaração

Pública

Valores

Cultura

Declaração

Pública

Slogan

s

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2.3.2. Visão

A visão indica quais os princípios básicos que devem ser protegidos dentro da empresa

e para onde, com base em orientações futuras deverá seguir e realçar. De acordo com

Foley et. al (2006:59), a organização deve ter uma visão clara que explique a razão do

negócio e a direção do mesmo. Sem uma visão clara, não pode haver valores ou

procedimentos operacionais.

Segundo Teixeira (2005:51), e em conformidade com a figura 2.5, o planeamento

estratégico começa com a definição da missão, que é, em conformidade com o referido

anteriormente no ponto 2.3.1, a filosofia básica de alteração da empresa, a qual vai

determinar, portanto, os parâmetros de orientação dos esforços a depreender para atingir

os objetivos a que se pretendem. A segunda etapa consiste na análise do ambiente,

análise externa e na análise interna da própria empresa.

Figura 2.5 – Planeamento Estratégico

Fonte: Adaptado de Teixeira, (2005:50)

2.3.3. Análise Macro e Micro Ambiente

Uma empresa é constituída por fatores que estão fora do controle de marketing e afetam

a capacidade da administração da empresa em desenvolver e manter negociações bem

sucedidas com os consumidores que pretende atingir. Para ser bem-sucedida, uma

Definição de Missão

Análise do Ambiente

Externo

Análise Interna da

empresa Objetivos

Estratégia

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20

empresa deve adaptar as suas ações de marketing às tendências e desenvolvimentos

nesse ambiente. Algumas abordagens foram verificadas aquando desta investigação.

Segundo Davidson e Maitland (1997:63-64), na perspetiva da análise do ambiente

externo, o gestor de negócios reconhece as partes do ambiente para controlar no negócio

e alcançar os seus objetivos. Em geral, uma unidade de negócio tem de controlar as

forças macro ambiente chave (demografia, economia, tecnológicos, política/legal e

social/cultural) e significativos fatores micro ambiente (clientes, concorrentes, canais de

distribuição, fornecedores) que afetam a sua habilidade para ganhar lucros neste

mercado. A unidade de negócio deve estabelecer um sistema de inteligência de

marketing para acompanhar as tendências e desenvolvimentos importantes. Para cada

tendência ou desenvolvimento, a administração precisa identificar as oportunidades e

ameaças implícitas. A finalidade principal da análise do ambiente é discernir novas

oportunidades. Define-se uma oportunidade de marketing da seguinte forma: uma

oportunidade de marketing é uma área de necessidade em que uma empresa pode

realizar lucros. Oportunidades podem ser listadas e classificadas de acordo com a sua

atratividade e a probabilidade de sucesso. A probabilidade de sucesso da empresa

depende não das ameaças do seu negócio se acompanhar os requisitos de sucesso para a

operação no mercado alvo, mas também superiores aos dos seus concorrentes. A melhor

empresa será a peculiar que motiva o maior valor ao cliente e fideliza-o ao longo do

tempo.

Algum desenvolvimento no ambiente externo pode ser representativo de ameaças. Os

autores definem uma ameaça ambiental como sendo um desafio colocado pela evolução

ou desenvolvimento desfavorável que levaria na ausência de ação defensiva de

marketing, das vendas ou deterioração de lucro. As ameaças devem ser classificadas de

acordo com a sua gravidade e a probabilidade de ocorrência.

Kotler (1998:87) afirma que alguns desenvolvimentos do ambiente externo representam

ameaças. As ameaças devem ser classificadas conforme o grau de relevância e

probabilidade e ocorrência. Uma vez a administração ter identificado as principais

oportunidades e ameaças enfrentadas por uma unidade de negócio específica, é possível

caraterizar a sua atratividade global. Quatro resultados são possíveis:

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1- um negócio ideal é alto em termos de oportunidades e baixo em ameaças;

2- um negócio especulativo é alto tanto em termos de oportunidades como de

ameaças;

3- um negócio maduro é baixo em termos de oportunidades e baixo em ameaças;

4- um negócio arriscado é baixo em termos de oportunidades e alto em ameaças.

Ainda, segundo Davidson and Maitland (1997:65), mas na perspetiva micro ambiente, é

discernir as oportunidades atraentes do ambiente: ter as competências necessárias para

ter sucesso nessas oportunidades. Cada empresa precisa avaliar os seus pontos fortes e

os seus pontos fracos regularmente. Cada empresa deve controlar alguns processos

básicos, como o desenvolvimento de novos produtos, matérias-primas até aos produtos

acabados, as vendas levam às ordens, as ordens de clientes para o pagamento em

dinheiro, e assim por diante.

Após a unidade de negócios ter definido a sua missão, analisando com resistência os

seus pontos fracos, pontos fortes as suas oportunidades e ameaças, análise Swot, poderá

continuar a desenvolver os objetivos específicos e metas para o período de planeamento,

sendo esta a fase de formulação de metas. Os objetivos indicam o que uma unidade de

negócio pretende atingir, dando respostas como estratégia para chegar aos objetivos.

Cada empresa deve adequar uma estratégia para alcançar os seus objetivos através da

formulação de objetivos.

2.3.3.1 Análise PEST-E

A Análise PEST-E é um modelo de análise da envolvente externa macro-ambiental

da organização, cuja sigla corresponde às iniciais dos quatro grupos de fatores ou

variáveis ambientais a serem analisadas, nomeadamente:

- Variáveis Político-Legais: estabilidade governativa, legislação e regulamentação dos

mercados, política fiscal, legislação laboral,

- Variáveis Económicas: evolução do produto, taxas de juro, taxas de inflação, nível

de desemprego, níveis salariais, custo da energia e de outros fatores produtivos,

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- Variáveis Socioculturais: tendências demográficas, hábitos de consumo, estilos de

vida, distribuição do rendimento, sistema educativo,

- Variáveis Tecnológicas: investimentos públicos e privados em I&D, proteção de

patentes, velocidade de transferência de tecnologia.

Cada uma das variáveis apresentadas carateriza-se por estar fora do controlo direto da

empresa, podendo contudo representar ameaças ou oportunidades que a organização

deverá procurar evitar ou aproveitar.

A análise do ambiente geral é também conhecida por análise PEST-E, cuja sigla

corresponde às iniciais das principais variáveis dessa área do ambiente colocadas em

quatro categorias, ou seja, condicionantes políticas, económicas, sócio culturais e

tecnológicas. A figura 2.6 ilustra as componentes da análise PEST-E.

Figura 2.6 - Análise PEST-E

Análise PEST-E

Fonte. Adaptado de Teixeira (2005:51)

Variáveis

Político-Legais

Variáveis

Económicas

Variáveis Sócio-

Culturais

Variáveis

Tecnológicas

. Estabilidade do Governo

. Legislação Comercial

. Leis de Protecção Ambiental

. Legislação Fiscal

. Legislação Laboral

. Produto Nacional Bruto (tendência)

. Taxa de Juro

. Taxa de Inflação

. Nível de Desemprego

. Custo (e disponibilidade) de energia

. Distribuição do Rendimento

. Taxa de Crescimento da população

. Distribuição etária da população

. Estilo de Vida e (actuação)

. Tipo de Consumo

. Mobilidade Social

. Investimentos do Governo

. Foco no esforço tecnológico

. Velocidade de transferência de tecnologia

. Protecção de Patentes

. Aumento da Produtividade (através de automação)

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23

2.3.3.2 Análise Interna

A análise do ambiente operacional ou de tarefa consiste na análise do posicionamento

dos vários stakeholders da empresa, ou seja, da influência que exercem ou que sobre

eles é exercida. São eles os clientes, os fornecedores, os concorrentes, os grupos

regulamentadores e governo incluído.

De acordo com Teixeira (2005), a análise interna da empresa, também chamada de

análise do ambiente interno, consiste na identificação dos aspetos mais importantes que

caraterizam a empresa e lhe conferem uma situação de vantagem ou desvantagem em

relação aos seus concorrentes para a implementação de uma estratégia. Traduz-se na

análise dos vários aspetos relativos à estrutura organizacional, pessoal, de marketing, de

produção, na área financeira, entre outros.

Os pontos mais importantes a ter em conta na análise interna das empresas sintetizam-se

na Figura 2.7.

Figura 2.7 - Análise Interna

Inovação Produção Organização

Investigação

Tecnologias

Lançamento de novas tecnologias

Patentes

Estrutura de custo

Equipamento

Layout

Acesso à matérias-primas

Estrutura da organização

Rede de comunicação

Motivação pessoal

Gestão Marketing Finanças

Qualidade dos gestores

Lealdade/rotação

Qualidade das decisões

Linhas de produtos

Marcas e segmentação

Distribuição e força de vendas

Serviço

Liquidez

Solvibilidade

Autonomia financeira

Acesso a capitais

Fonte: Adaptado de Teixeira (2005:52)

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2.3.3.2.1 Matriz BCG

O modelo do Boston Consulting Group, conhecido como Matriz BCG, é o mais

divulgado e foi pioneiro na análise estratégica da bolsa de produtos. Foi desenvolvido

por Bruce Anderson, membro do grupo acima referido, no início da década de 70.

Para empregar este modelo, deve-se primeiro traçar uma matriz entre a participação dos

produtos no mercado e o crescimento deste mercado. Forma-se então os quatro

quadrantes onde os produtos podem estar, como se pode verificar na figura 2.8:

Oportunidade, Estrela, Vaca leiteira e Animal de estimação:

Figura 2.8 - Matriz BCG

Fonte: Adaptado de Santos (2008:230-234)

De acordo com a análise realizada e no que diz respeito a Santos (2008:230-234), na

oportunidade, têm um rápido crescimento e consequentemente um consumo monetário

excessivo, mas como possuem uma baixa participação no mercado, geram poucos

outputs. Podem ser ainda conhecidos como “question marks” (pontos de interrogação)

ou “problem child” (criança problemática) devido, às suas caraterísticas ambíguas. Têm

o potencial de ganhar participação no mercado, tornando-se estrelas, ou eventualmente

vacas leiteiras se o mercado tiver um crescimento lento. Se a oportunidade não se

Tax

a d

e cr

esci

men

to d

o s

egm

ento

Rentabilidade

Quota de Mercado Relativa

Necessid

ade d

e inv

estimen

to

BAIXAS

ELEVADAS

BAIXA ELEVADA

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conseguir tornar um líder de mercado, após anos de consumo monetário irá degenerar

num animal de estimação à medida que o mercado desce. Devido a todos estes fatores, o

ponto de interrogação representa a necessidade da empresa ter de refletir muito antes de

aplicar dinheiro num negócio que poderá ser positivo ou não.

As estrelas, são as oportunidades bem sucedidas. Geram grandes quantidades de capital

pois ocupam uma posição de elevada quota de mercado, contudo também consomem

elevados recursos devido ao seu constante crescimento e necessidade de defesa

relativamente a possíveis concorrentes. Desta maneira, o lucro destes produtos não é

elevado, contudo se conseguir manter a sua elevada participação no mercado

rapidamente se tornará uma vaca leiteira quando o crescimento do mercado parar. A

gama de produtos, portfolio de uma empresa deve sempre incluir uma ou mais estrelas,

as quais com o passar dos tempos se transformam em vacas leiteiras, assegurando assim

o futuro da empresa em causa. A vaca leiteira, como líder do mercado, apresenta uma

taxa de retorno de capital superior ao crescimento do mercado, sendo assim o elemento

mais rentável na medida em que produz mais capital do que consome.

Formam-se usualmente quando a taxa de crescimento cai e deverão ser “ordenhadas”,

extraindo os lucros e investindo o menos capital possível. Por sua vez este capital é

utilizado para diversos fins, entre eles a promoção de oportunidades para líderes de

mercado, cobrir despesas administrativas da empresa, subsidiar pesquisa e

desenvolvimento, pagar os dividendos dos acionistas, entre outros. Finalmente, no que

se refere ao animal de estimação, são negócios de baixa participação em mercados de

baixo crescimento. Geram pouco lucro ou dão prejuízo. Frequentemente são mantidos

por razões sentimentais, consumindo muito tempo da administração.

Contudo, esta matriz tem algumas limitações que importa referir como sendo:

- Apenas têm em conta a participação do produto no mercado e o crescimento deste

último, e com este existem outros fatores a ter em conta;

- Considera que cada produto é independente um do outro, podendo em alguns casos o

animal de estimação estar a auxiliar outro produto a ganhar vantagem competitiva;

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- A definição de mercado é relativa na medida em que um produto poderá dominar um

nicho de mercado e ter pouca aceitação no geral. Neste caso a definição de mercado faz

a diferença entre um animal de estimação e uma vaca leiteira.

Lendrevie et. al (1996) têm a mesma abordagem no que se refere à matriz BCG e

referem ainda que esta se aplica apenas a às atividades actuais de uma empresa e não às

atividades futuras para as quais, a empresa não possui ainda “quota de mercado

relativa”.

2.3.3.2.2 Matriz GE/McKinsey

A Matriz GE / McKinsey conforme representada na figura 2.9, é um modelo para a

análise de portfólio de unidades de negócios. O melhor portfólio de negócios é aquele

que se encaixa perfeitamente aos pontos fortes da empresa e ajuda a explorar as

indústrias e mercados mais atrativos. Os objetivos da análise do portfólio de negócios

terão a ver com a melhor decisão sobre o qual a unidade de negócios que deve receber

mais ou menos investimento, o desenvolvimento de estratégias de crescimento

incluindo novos produtos/serviços e negócios ao portfólio e a decisão de quais os

negócios ou produtos/serviços não deverão permanecer na empresa.

Figura 2.9 – Matriz GE/McKinsey, orientações estratégicas

Fonte: Adaptado de Teixeira (2005:65)

Atr

ativ

idad

e d

o d

esti

no

Pontos Fortes

ALTO

MÉDIO

BAIXO

ALTO MÉDIO BAIXO

Investir (crescer)

Investir seletivamente

Desinvestir (colher)

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Lendrevie et. al, (1996:439), defende como terceiro modelo de avaliação do interesse de

uma atividade, o modelo McKinsey que se apoia em dois critérios de avaliação dos

domínios de atividade: a atratividade do mercado e a posição competitiva da empresa,

os quais se decompõem nos seguintes fatores ilustrados na figura 2.10:

Figura 2.10 – Critérios de avaliação do modelo McKinsey

Fonte: Adaptado de Lendrevie et. al (1996:439)

Em resumo, na construção desta matriz a cada um destes critérios, fatores chave de

sucesso, deverá ser atribuída uma ponderação, sendo que os domínios de atividade são

classificados e quanto mais próximos estiverem do ângulo superior da matriz mais

interessantes se tornam para a empresa do ponto de vista da rentabilidade global.

Em relação ao modelo BCG, esta matriz apresenta duas vantagens importantes. Permite

avaliar não apenas os atuais domínios de atividade da empresa mas também os seus

potenciais domínios de atividade. Permite por outro lado, tendo em conta um grande

número de fatores, avaliar de uma forma mais precisa e mais válida o interesse de um

mercado e a competitividade da empresa.

- dimensão atual do mercado;

- taxa de crescimento do mercado;

-perspetivas de inovação tecnológica;

- vulnerabilidade à inflação;

- requisitos energéticos;

- impate do meio envolvente entre

outros

- quota de mercado;

- crescimento;

- qualidade dos produtos;

- reputação da marca;

- rede de distribuição;

- eficácia da promoção;

- capacidade de produção;

- eficiência da produção;

- custos unitários;

- matérias-primas;

- I&D;

- gestão de recursos humanos entre outros

Atratividade Posição competitiva

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Concluindo, a fraqueza do modelo McKinsey reside no caráter mais subjetivo de certas

apreciações sobre as quais se fundamenta, bem como as ponderações que é necessário

fazer entre os diferentes subcritérios que utiliza.

Para o efeito foram desenvolvidas várias ferramentas bastante úteis para organizar,

analisar e diagnosticar questões corporativas e, ainda, para planear intervenções e

mudanças na empresa. O modelo que será descrito no ponto seguinte tem sete fatores

necessários para uma empresa atuar mais eficientemente possível. O objectivo do

Modelo dos 7 S é que os gestores devem levar em consideração todos os sete fatores em

conjunto, para assim terem a certeza que a estratégia implementada com efeito.

2.3.3.2.3 O Modelo dos 7 S’s da McKinsey

O modelo dos 7 S’s da McKinsey foi desenvolvido por Tom Peters e Robert Waterman,

com o apoio de Anthony Athos e Richard Pascall e de acordo com Santos (2008:45) o

modelo considera que o desempenho organizacional depende de sete componentes

divididos em duas áreas: hardware (hard-s) e software (soft-s). Os componentes

chamados de “hard-s” são facilmente compreendidos e identificados dentro de uma

empresa, e são:

- Estratégia (Strategy),

- Estrutura (Structure) e

- Sistemas (Systems).

Já os elementos chamados de “soft-s” são mais difíceis de serem percebidos e

analisados. Porque tratam de capacidades e habilidades, valores e elementos da cultura

organizacional, torna-se difícil a sua descrição, uma vez que essas componentes estão

em contínua mudança e desenvolvimento. Essas componentes são determinadas pelas

pessoas que trabalham e influenciam a organização e, por isso, torna-se muito mais

complicado planear, influenciar e modificar essas componentes, que são:

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- Perícia ou competências distintivas (Skills)

- Cultura da organização ou valores partilhados (Shared values)

- Pessoas (Staff)

- Estilo (Style)

A figura 2.11 esquematiza o modelo que trata uma proposta integrada da percetibilidade

das organizações com a introdução de novas variáveis e com o aprofundamento das já

existentes. A estratégia esclarece a afetação dos seus recursos por vezes escassos ao

longo do tempo sempre com o objetivo da execução e conclusão dos objetivos

organizacionais.

Figura 2.11 – Modelo das 7 S’s McKinsey

Fonte: Adaptado de Peters e Waterman (cit in Santos ,2008:45)

As competências distintivas do pessoal - chave ou da empresa como um todo, ou seja,

em que área a organização tem mais competências. Na cultura da organização ou

valores partilhados, as políticas da organização adoptadas contribuem para tornar as

empresas mais competitivas, estimulando, assim, o crescimento económico e a criação

de mais postos de trabalho, as crenças e os valores partilhados por todos os

trabalhadores da organização.

As caraterísticas das pessoas em particular das pessoas – chave: aferindo o nível de

escolaridade, a formação, as qualificações técnicas, a idade, entre outros dados que

Estrutura

Sistemas Estratégia

Competência

Pessoas

Estilos

Valores

Partilhados

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sejam considerados como relevantes para a integração na empresa. Os sistemas e os

processos formais relacionados com as áreas funcionais, contabilidade e reporting, a

caraterização do estilo da organização, representado na forma como se comportam os

gestores na execução e conclusão dos objetivos organizacionais.

Finalmente, o tipo de estrutura e organigrama da organização e a forma como os vários

tipos de entidades se interligam.

2.3.3.3 O Modelo das 5 Forças de Porter

O modelo das Cinco Forças foi criado por Michael Porter em 1979 e destina-se à análise

da concorrência entre empresas. Considera cinco factores, as "forças" competitivas, que

devem ser estudadas para que se possa desenvolver uma estratégia empresarial eficiente.

Porter aponta cinco factores de competitividade determinantes da estrutura de uma

indústria e da forma como essa estrutura evolui. A forma como estas cinco variáveis

determinam a estrutura da organização pode ver-se, em síntese, na Figura 2.12.

São as “cinco forças competitivas”: a rivalidade entre empresas concorrentes, a ameaça

de novas entradas, o poder negocial dos fornecedores, o poder negocial dos clientes e a

ameaça do aparecimento de produtos ou serviços substitutos.

Porter, (cit. in Teixeira 2005:67), defende que uma empresa, para melhor competir num

determinado mercado, deve decidir a sua estratégia – liderança pelo custo, diferenciação

ou foco – com base no conhecimento da estrutura da indústria em que a empresa

compete bem como na perfeita identificação dos clientes - alvo.

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31

Figura 2.12 - Modelo das “cinco forças” de Porter

Fonte: Adaptado de Teixeira 2005

2.3.3.4 Análise SWOT

A Análise SWOT é uma ferramenta que ajuda a situar ou a verificar a posição

estratégica da empresa no ambiente em questão. A avaliação da posição competitiva é

efetuada através do recurso a uma matriz de dois eixos, o eixo das variáveis internas e o

Ameaça de novos concorrentes

(barreira à entrada)

Economia de escala

Diferenciação do produto

Imagem de marca

Necessidade de fundos

Custos de mudanças

Acesso aos canais de distribuição

Know-how (patentes,…)

Acesso favorável a matérias-primas

Curva de experiência

Política de governo

Retaliação esperada

Determinantes da rivalidade

Crescimento da indústria

N.º de concorrentes

Custos fixos elevados

Reduzida diferenciação

Custos de mudança

Sobrecapacidade intermitente

Diversidade de concorrentes

Importância estratégica do negócio

Barreiras à saída:

. Activos específicos

. Custos fixos de saída

. Relações estratégicas

. Barreiras Emocionais

. Restrições sociais/governamentais

Determinantes do poder dos

fornecedores

Concentração de fornecedores

(inexistência de) produtos substitutos

Diferenciação das entradas

Custos de mudança de fornecedores

Importância do volume do fornecedor

Custo em relação ao total comprado na

indústria

Riscos de integração a jusante

Determinantes do poder dos clientes

Concentração

Volume das suas compras

Inexistência de diferenciação

Custo de mudança:

. reduzidos (para o cliente)

. elevados (para a empresa)

Ameaça de integração a montante

Informações disponíveis (s/ preço,

procura, etc)

Produtos substitutos

RIVALIDADE

NA INDÚSTRIA Poder Negocial dos

Fornecedores

Ameaça

de novos

concorrentes

Poder Negocial

dos Fornecedores

Ameaça

de novos

produtos

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eixo das variáveis externas, cada um dos quais composto por duas variáveis: pontos

fortes (Strenghts) e pontos fracos (Weaknesses) da organização; oportunidades

(Opportunities) e ameaças (Threats) do meio envolvente.

Após a investigação realizada verificou-se que os vários autores concordam nas várias

abordagens.

Figura 2.13 – Análise SWOT

S (Strenghts)

Pontos Fortes

W (Weaknesses)

Pontos Fracos

O

(Opportunities)

Oportunidades

SO (maxi-maxi)

Tirar o máximo partido dos

pontos fortes para aproveitar

ao máximo as oportunidades

detectadas.

WO (mini-maxi)

Desenvolver as estratégias que

minimizem os efeitos

negativos dos pontos fracos e

simultaneamente aproveitem

as oportunidades emergentes.

T

(Threats)

Ameaças

ST (maxi-mini)

Tirar o máximo partido dos

pontos fortes para minimizar

os efeitos das ameaças

detetadas.

WT (mini-mini)

As estratégias a desenvolver

devem minimizar ou

ultrapassar os pontos fracos e,

tanto quanto possível, fazer

face às ameaças.

Fonte: Adaptado de Teixeira (2005:53)

Segundo Teixeira (2003:52), a análise SWOT deteta respetivamente as oportunidades e

as ameaças (no exterior), os pontos fortes e os pontos fracos (no interior), strenghts

(pontos fortes), weaknesses (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats

(ameaças).

A análise SWOT pode sintetizar uma matriz de quatro células, conforme figura 2.13, a

qual sugere a escolha óbvia das estratégias que conduzam à maximização das

oportunidades do ambiente e construídas sobre os pontos fortes da empresa e à

ANÁLISE

INTERNA

ANÁLISE

EXTERNA

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33

minimização das ameaças bem como à redução dos pontos dos efeitos dos pontos fracos

da empresa.

A análise SWOT deve ser tanto quanto possível, dinâmica e permanente. Além da

análise da situação atual, é importante confrontá-la com a situação no passado, a sua

evolução, a situação prevista e a sua evolução futura.

Santos (2008:212), invoca uma nova abordagem ao modelo clássico de análise SWOT,

surgindo com a substituição do fator ambiental externo tradicional “ameaça” pelo fator

“tempo” (time). Esta nova abordagem resulta da observação da maioria de vários casos

de que a diferença entre a ameaça e uma oportunidade não estabelece tanto na natureza

positiva ou negativa do fator ambiental externo em presença, mas na criatividade, visão

e discernimento dos gestores, nos recursos e competências internas da organização e,

muito, especialmente, no fator tempo, em que se entende como sendo a capacidade das

organizações para tirarem partido das oportunidades e ameaças do meio envolvente no

timing mais adequado.

Segundo Veal (2005:109, 110), como resultado da análise SWOT, hipotéticos planos de

acão começam a emergir, os quais podem construir ou reforçar forças, evitar ou

identificar fraquezas futuras, procurar explorar oportunidades, identificar ou tentar

neutralizar ameaças, sendo o resultado a identificação de potenciais políticas e ações

idealmente relacionadas com a missão e objetivos da empresa.

2.3.4. Segmentação do Mercado

Segmentar o mercado é o resultado da divisão de um mercado em pequenos grupos.

Este processo é decorrente do reconhecimento de que o mercado total representa o

conjunto de grupos com caraterísticas distintas, que são chamados de segmentos.

Cumprida a investigação apurou-se as seguintes inferências:

De acordo com Kotler et al. (1976), segmentar um mercado consiste em:

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34

“… subdividir o mercado potencial total de um produto ou de um serviço num

certo número de subconjuntos, tão homogéneos quanto possível, a fim de permitir à

empresa melhor adoptar a sua política de marketing a cada um desses

subconjuntos, ou alguns deles”.

Toften et. al (2009), verificaram que o modelo STP (processo de segmentação/mercado

- alvo/objetivo ou meta e posicionamento) nem sempre é seguido e as organizações

optam por basear a sua estratégia nas vantagens obtidas pelos seus recursos como

produto de elevada qualidade e relacionamento personalizado, para assim, competirem

no mercado.

Mahajan et. al (2008), afirmaram recentemente, que tem havido um prosseguimento de

críticas sobre a utilidade da segmentação como uma ferramenta de marketing. Muitos

autores têm sugerido que a forma como a segmentação é realizada pelos negociantes

nos dias de hoje não afiança ajuda nem é uma mais-valia para eles. Os critérios de

segmentação mais comuns utilizados pela maioria das empresas incluem a segmentação

geográfica, a segmentação da distribuição; quando diversos canais de distribuição

podem ser usados para atingir diferentes mercados e a segmentação de media, e quando

por vezes é possível o pensamento de diferentes meios de comunicação que tendem a

chegar a um público diferente. A segmentação do preço explora o conhecimento das

variações na receita disponível criando oportunidades para segmentar os mercados ao

longo da dimensão do preço. As variáveis de segmentação demográfica identificados

pelo sexo, pela idade, pelo rendimento mensal, pelo tipo de habitação e pelo nível de

ensino entre outros. A segmentação do tempo é menos comum mas altamente eficaz,

tendo em conta por exemplo a abertura e fecho de lojas em tempos diferentes ou a

venda de alguns produtos apenas em determinadas épocas do ano, sendo este um

segmento não direcionado para o turismo.

Concluíram Mahajan et. al (2008), que iniciativas tomadas para certos segmentos do

mercado têm sido geralmente enganadoras devido a várias razões, tais como, o interesse

excessivo na identidade do consumidor, a pouca ênfase no comportamento do

consumidor atual que pode revelar as suas atitudes e ajudar a prever os resultados de

negócios e de absorção indevidas nos detalhes técnicos da elaboração de segmentações.

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35

No entanto, referem que um estudo cauteloso da evolução da segmentação pode

consagrar conhecimentos aprofundados para os profissionais sobre o tipo de

segmentação mais adequada para as diferentes funções do marketing.

Segundo Firmino (2007:334), a identificação de segmentos de mercado no domínio da

promoção dos destinos requer também alguns cuidados, registando oito critérios para

uma segmentação de mercados eficazes; a homogeneidade, a mensurabilidade a

substancialidade, a acessibilidade, a defensibilidade, a competitividade, a

compatibilidade e a durabilidade. Esta perspetiva coloca a empresa e a marca numa

posição de vantagem face aos mercados estrangeiros e aos concorrentes, como sugere

Morrison (cit. in Firmino 2007:334). Para escolher a estratégia de segmentação, Kirdar

(cit. in Firmino, 2007:334), recomenda dever-se procurar segmentos não servidos sendo

que em cada segmento deve assegurar-se uma imagem apropriada do País, não se

posicionando entre segmentos, deve servir-se um segmento com uma única estratégia e

nunca adotar estratégias de marketing de massas.

Deste modo, a entidade que faz a promoção dos destinos terá de definir claramente os

segmentos que mais interessam ao destino promover. Provavelmente o critério

qualidade deve prevalecer sobre o critério quantidade, atraindo turistas com elevado

poder de compra, sendo a publicidade em si mesma insuficiente, se não for

complementada com medidas ao nível da oferta.

Ainda segundo Firmino (2007:134), a escolha de critérios para definir um segmento de

mercado, depende daquilo que se quer demonstrar e que levará a segmentar os clientes

ou os elementos de amostra. Uma classificação dos turistas em grupos homogéneos

obedece a diversos critérios, tais como: as razões da escolha de um destino, o

planeamento da viagem, o nível socioeconómico e cultural dos turistas, a experiência

dos turistas em viajar, o período do ano de visita, a duração e a estadia, a situação

familiar (idade do casal, com ou sem crianças), entre outros.

Cooper et al. (cit in Firmino, 2007:136), confrontam a situação de que enquanto no

passado a segmentação de mercados obedecia essencialmente a critérios geográficos e

demográficos, na atualidade é dada prioridade, na segmentação, a critérios psicográficos

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36

e comportamentais. Num contexto em que o cliente é mais exigente importa estudar as

necessidades de grupos restritos, que procuram satisfazer necessidades muito especiais,

que se prendem com novos estilos de vida e de valores, sendo que estas necessidades

poderão corresponder a uma maior exigência. Por outro lado, Middleton e Clarke (cit. in

Firmino, 2007;136), observam que os destinos percebidos pelos consumidores estão

associados aos preços, os quais são símbolos de estatuto social, o que nos remete para a

necessidade de diferenciar cada vez mais o nosso produto.

O estabelecimento de uma estratégia de marketing pressupõe, que uma empresa possua

um conhecimento perfeito do seu mercado de forma a poder adaptar os seus produtos e

as demais variáveis controláveis tendo em vista criar, conservar ou alargar a sua

clientela. Contudo, o mercado não é um todo homogéneo. O mercado é formado por um

elevado número de indivíduos com características muito diferentes; nomeadamente, os

seus hábitos, gostos e exigências. A segmentação surge, pois, numa tentativa de

adaptação da empresa a esse mercado heterogéneo. Existem duas maneiras extremas de

adaptação ao mercado, sendo que a primeira consiste em ignorar deliberadamente as

diferenças que possam existir entre os consumidores, preocupando-se apenas com o

“consumidor médio”, oferecendo a todos o mesmo produto, o mesmo preço com o

mesmo sistema de distribuição e a mesma estratégia de promoção. A segunda, em

oposição, consiste em analisar e ter em conta as caraterísticas de cada um dos seus

componentes e adaptar os produtos e serviços às necessidades de cada um dos clientes.

2.3.5. Posicionamento

Lendrevie (1996), defende que na definição de uma estratégica de marketing o conceito

chave é a escolha de um posicionamento. O posicionamento é o conjunto de traços

salientes e distintivos da imagem, tendo em conta que é através da imagem que se inicia

a definição de posicionamento, ou seja, é uma representação ou perceção simplificada,

redutora, comparativa e distintiva do produto.

Kotler (1996), define posicionamento como sendo o ato de desenvolver a oferta e a

imagem da empresa, de maneira que ocupem uma posição competitiva distinta e

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significativa nas mentes dos consumidores-alvo. O autor refere a existência de vários

tipos de posicionamento como sendo: posicionamento por atributo, que ocorre quando

uma empresa se posiciona num atributo como o tamanho, anos de existência e assim por

diante. Posicionamento por benefício, onde o produto é posicionar o produto como o

melhor para algum uso ou aplicação. Posicionamento por usuário, é a situação em que o

produto é posicionado como o melhor para algum grupo de usuários. Posicionamento

por concorrente, onde o produto é posicionado como o melhor em relação a

determinado concorrente. Posicionamento por qualidade/preço, situação em que o

produto é posicionado como oferecendo o maior valor.

A Figura 2.14 mostra os três passos importantes no marketing de destino. A primeira é a

segmentação do mercado de dividir um mercado em grupos distintos de compradores

que podem exigir produtos distintos e / ou comercialização de misturas. A empresa

identifica maneiras diferentes de segmentar o mercado e desenvolve perfis dos

segmentos resultantes.

A segunda etapa de segmentação de mercado é a avaliação de cada atração de

segmentos e selecionar um ou mais dos segmentos de mercado. O terceiro passo é o

posicionamento de mercado desenvolvendo um posicionamento competitivo para o

produto e um marketing mix adequado.

Figura 2.14 - Etapas na segmentação, no mercado alvo e posicionamento

Fonte: Adaptado de Kotler (1996:244)

Segmentação de Mercado Mercado Alvo Posicionamento do

Mercado

Identificar as bases para a

segmentação do mercado

Desenvolver perfis dos

segmentos resultantes

Desenvolver medidas de

atracção segmento

seleccionar segmentos

alvo

Desenvolver

posicionamento para cada

segmento alvo

Desenvolvimento de

marketing mix para cada

segmento alvo

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38

2.3.5.1 Diferenciação

Diferenciação é a ação de desenvolver um conjunto de diferenças significativas para

distinguir a oferta da empresa das ofertas concorrentes. O posicionamento é o ato de

desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de forma que ocupem uma posição

competitiva distinta e significativa no entendimento dos consumidores-alvo.

Toften et. al (2009), defendem que após a realização da segmentação e seleção dos

segmentos ou nichos mais atraentes na maioria dos autores de gestão de marketing

continuam sugerindo que o próximo passo é decidir sobre o aspeto de diferenciação.

A diferenciação é preferencialmente realizada com base nos pontos fortes da empresa

que são particularmente valorizadas e preferidas pelos clientes, que em seguida,

fornecem as bases para os reforços de posicionamento da empresa, a diferenciação é

criar algo ou propor algo que seja entendido como singular no mercado.

Em resumo, muitas empresas defendem a promoção de apenas um benefício do produto,

criando assim, uma proposta única de venda. As pessoas tendem a lembrar-se do

“número um”, mas o posicionamento de benefício duplo e triplo pode também ser bem

sucedido, desde que, as empresas adotem providências, para não subposicionar, super

posicionar ou criar posicionamento confuso ou duvidoso. Uma vez a empresa ter

desenvolvido uma estratégia de posicionamento clara, deve comunicar esse

posicionamento efetivo via composto de marketing.

2.3.6. Objetivos

Os objetivos têm como intuito tornar a missão mais concreta e alcançar a visão de

futuro da organização. Os objetivos devem ser quantificáveis, com uma conceção

temporal, passíveis de ser realizados, compreender a diversidade de interesses da

organização, minimizadores de conflitos, simplificadores de consequências indesejáveis

e facilitadores de compromisso.

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39

A terceira fase do processo de planeamento estratégico consiste na definição de

objetivos específicos. Comparados os pontos fortes e os fracos da nossa empresa com a

concorrência, há que quantificar a linha de rumo que começa a tomar forma. Os

objetivos estratégicos devem satisfazer os requisitos em termos genéricos, isto é, devem

tanto quanto possível ser estimulantes, traduzir um desafio mas sem deixarem de ser

realistas, atingíveis; devem ser mensuráveis, tanto quanto possível quantificados; quanto

mais específicos forem os objetivos com maior precisão e em termos mais definidos se

pode começar a delinear a estratégia.

Deve, no entanto, referir-se que, de modo geral, os gestores estrategos de nível mais

elevado se preocupam mais com a definição das grandes linhas de orientação do que

com a definição de objetivos bem específicos, sendo esta última tarefa provavelmente

aquela em que se verifica um maior apelo à colaboração dos gestores de nível

intermédio.

Definidas as linhas de orientação da empresa e estabelecidos os objetivos, há que

formular a estratégia de forma clara e precisa de modo a ser perfeitamente entendida por

todos os intervenientes, nomeadamente os que vão desempenhar um papel fundamental

na sua execução como sejam os gestores de nível intermédio e o seu pessoal. A

formulação da estratégia, que deve ser escrita e explicitamente comunicada constituiu a

última fase do planeamento estratégico passando então à fase da implementação.

De acordo com Cooper et al. (cit. in Firmino 2007:312), onde identificam os objetivos

ou metas que não devem ser conflituantes entre si para a estratégia. Estes objetivos

estão presentes nos planos de desenvolvimento de turismo, dos quais destacam-se: a alta

qualidade oferecida ao cliente; fomento da prática do turismo; distribuição dos

benefícios pela população recetora; desenvolvimento de projetos arquitetónicos e de

paisagismo como forma de preservação dos recursos culturais e naturais;

implementação de políticas e programas nos destinos capazes de atrair turistas de todo o

mundo; maximizar a entrada de divisas; atrair turistas com gasto médio diário elevado;

promoção do emprego no destino; e criar condições para que as regiões periféricas

interrompam o recurso à emigração elevem os seus níveis de rendimento e de emprego.

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40

Esta perspetiva pode ser recomendada aos responsáveis políticos dos países cujo

objetivo é a aposta no turismo, enquanto indústria estruturante para as suas economias.

Mas se a aposta assenta exclusivamente no mono produto Sol e Praia, alguns riscos se

colocam, como sugere Correia (cit. in Firmino 2007:312). A análise de Correia terá de

ser integrada numa perspetiva que não deixe o mercado entregue a si mesmo, numa

ótica de curto prazo, mas que assente um conceito de planeamento para o destino

turístico.

2.3.7. Estratégia

A estratégia pelo ponto de vista de plano serve como um guião para lidar com a

situação, uma espécie de ação intencional e consciente.

A estratégia como um padrão é uma corrente de ações intencional ou não, que devido à

sua consistência se transforma num padrão (Salazar, 2008).

Segundo Teixeira, (2005:117), a estrutura de uma organização é um meio para que a

gestão consiga atingir os objetivos propostos. Sendo os objetivos genéricos e globais de

uma organização – a partir dos quais se definem os objetivos específicos dos diferentes

departamentos – derivados da estratégia da empresa, é evidente que entre estratégia e

estrutura (tipo de organização) deve haver uma relação estreita. Chandler (cit in

Teixeira (2005:117)), nos anos 60, estipulava que a “estrutura segue a estratégia”, isto

é, que as alterações verificadas na estratégia das empresas precediam e implicavam

alterações na sua estrutura organizativa. Segundo as conclusões dos estudos de

Chandler (cit in Teixeira (2005:117)), as empresas, de modo geral, evoluíam em termos

estratégicos de unidades mono produto para uma integração vertical e posteriormente

para a diversificação, o que as forçava a desenvolver estruturas organizacionais mais

elaboradas a fim de manter a sua eficácia. Começando com estruturas orgânicas,

acabavam por evoluir, ao longo do tempo, e acompanhando a evolução da estratégia,

para estruturas mais mecanicistas. A tese de Chandler (cit in Teixeira (2005:117)) tem

sido posta em causa mais recentemente por vários autores por se considerar que muitas

vezes a estrutura organizacional existente condiciona a escolha da estratégia. Pretendem

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assim que a relação estratégia/estrutura atribuída a Chandler (cit in Teixeira

(2005:117)): ambiente – estratégia – estrutura, deva antes escrever-se: ambiente –

estrutura – estratégia, ou seja, acentuando embora que a estrutura também pode

influenciar, e muitas vezes influencia, as escolhas estratégicas (o que Chandler não

disse), mantêm no entanto como válida a influência da estratégia escolhida na estrutura

a adotar.

De acordo com Mintzberg (1994), existem cinco definições possíveis em que a

estratégia é encarada como um plano, um padrão, uma posição, uma ação e uma

perspetiva, encontrando-se relacionadas entre si.

2.3.7.1 Estratégias genéricas

As estratégias genéricas são métodos utilizados para reprimir os concorrentes. Dos

vários autores apresentados e investigados verifica-se que todos eles têm o mesmo

entendimento sobre as estratégias genéricas.

De acordo com Porter, (cit. in Firmino, 2007:292), nas estratégias genéricas, “(…) há,

potencialmente, três abordagens de estratégias genéricas de sucesso para

combater outras formas numa indústria: (1) Liderança global pelos custos; (2)

Diferenciação; e (3) enfoque. Por vezes uma firma pode, com sucesso, prosseguir

com mais do que uma abordagem como seu primeiro alvo, embora isto seja

raramente possível (…)”.

Porter interpreta que, para cada uma destas três estratégias são requeridas certas

“competências” e determinados “recursos” e “requisitos” organizacionais. Existem, no

entanto, riscos em cada uma das estratégias genéricas. A liderança pelos custos pode

levar à imitação pelos concorrentes, a tecnologia muda, há o risco de desgaste de alguns

fatores e os custos ainda podem baixar mais em determinados segmentos; na estratégia

de diferenciação os concorrentes podem igualmente imitar, impondo-se a necessidade

de diferenciar, segmentando o mercado; nas estratégias de enfoque, os concorrentes

poderão entrar nos nossos segmentos-alvo, também através da imitação.

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Campbell-Hunt (cit. in Firmino, 2007:292), faz o balanço do que foi aprendido com a

teoria das estratégias genéricas de Porter nos últimos vinte anos. Na essência esta teoria

contém dois elementos:

“Primeiro, um esquema para descrever as estratégias competitivas das empresas,

de acordo com o seu âmbito no mercado (focalizado ou amplo) e a sua fonte de

vantagem competitiva (custo ou diferenciação), e, segundo, uma proposição

teórica acerca dos resultados da performance deste desenhos estratégicos: essa

falha, ao escolher entre uma estratégia de custo ou de diferenciação-liderança,

resultará numa performance inferior, na tão chamada hipótese intermédia (stuck-

in-the-middle)” hypothesis), (cit. in Firmino, 2007:292).

Segundo Teixeira (2005:54), na seleção da estratégia a seguir, podem ser consideradas

várias hipóteses, quer se trate da definição de uma estratégia global para a organização

como um todo quer se trate da escolha de uma estratégia para uma determinada área de

negócios, na hipótese de se tratar de uma empresa diversificada.

O primeiro grupo refere-se à organização em termos globais (corporate level). Uma

estratégia de concentração consiste no crescimento, focalizando num número restrito de

produtos ou serviços altamente relacionados. Fala-se de integração vertical quando uma

empresa cresce, entrando em áreas que são próprias dos seus fornecedores (integração

vertical a montante) ou dos seus clientes (integração vertical a jusante) eventualmente

adquirindo as respetivas empresas. A diversificação consiste na entrada em novos

negócios, diferentes daqueles que constituem o seu habitual.

As estratégias de estabilidade consistem na atuação da empresa caraterizada por poucas

alterações nos produtos, nos mercados, ou nos métodos de produção.

O turnaround, que à letra significa “dar a volta”, ao problema, é o conjunto de ações

estratégicas definidas e levadas a efeito para inverter a tendência negativa do negócio;

habitualmente envolve redução da dimensão da atividade. O desinvestimento traduz-se,

naturalmente, pela venda de parte dos ativos do seu negócio e a liquidação ocorre

quando a empresa é totalmente vendida ou dissolvida.

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As estratégias combinadas resultam da combinação possível de algumas das estratégias

acabadas de referir.

Ao nível das áreas estratégicas de negócios, a classificação acima referenciada deve-se a

Porter onde Kotler, (1998:90) em concordância, mostram as diferentes vias porque as

empresas podem optar para tirar partido das vantagens competitivas sobre os

concorrentes em cada uma das áreas de negócios em que a empresa atua.

A liderança pelo custo é a estratégia definida pela empresa que compete no seu

mercado, produzindo e distribuindo os seus produtos ou serviços tirando partido dos

seus custos mais reduzidos do que os dos seus concorrentes.

A diferenciação, do produto ou serviço, consiste em concorrer no mercado, fazendo

com que o seu produto ou serviço seja percebido pelo cliente como sendo único,

diferente, portanto, dos seus concorrentes.

O foco é a estratégia desenvolvida dirigindo todos os esforços na direção de um

particular segmento de mercado que pode ser definido como um grupo de clientes com

caraterísticas próprias, uma área geográfica específica, entre outras.

Uma outra classificação das estratégias empresariais agrupa-as em quatro tipos -

defensiva, ofensiva, analítica e reativa – tendo em conta fundamentalmente a forma

como os gestores tentam adaptar-se ao ambiente e às suas alterações.

A estratégia defensiva é aquela em que a empresa, possuindo domínios definidos de

produtos e/ou mercados, procura mantê-los defendendo-se apenas da concorrência. É

uma estratégia que se ajusta a um ambiente estável, isto é, sem grandes nem rápidas

alterações.

A estratégia diz-se ofensiva quando a empresa, de maneira quase constante, correndo

riscos, procura novas oportunidades de mercado ou produto. Tipifica a resposta de

algumas empresas a um ambiente caraterizado por dinamismo e crescimento.

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Analítica é a estratégia conduzida pela empresa que, mantendo e defendendo um

domínio do produto/mercado já garantido, simultaneamente procura novas

oportunidades. É uma resposta ajustada a um ambiente em mutação moderada.

Estratégia reativa é aquela em que a empresa reage com atraso às ocorrências do

ambiente, de forma improvisada, sem preparação. É caraterística de empresas sem

dinamismo, eventualmente envelhecidas e a sua atuação é independente das

caraterísticas do ambiente.

Esta visão é também partilhada pelos autores Davidson and Maitland (1997:67).

A leitura apresenta várias abordagens sobre estratégicas genéricas, conforme figura

2.15:

Figura 2.15 – Estratégias Genéricas

ESTRATÉGIAS

Porter cit in Kotler (1998), Porter

(2001) cit in Davidson and Maitland

(1997)

- Liderança Global por custos

- Diferenciação

- Enfoque ou Foco

Campbel-Hunt (2000)

- Focalização ou amplo

- Custo ou diferenciação

- Diferenciação – liderança – “Stuck-in-the-

middle” hypothesis

Teixeira (2005)

Globais

- De crescimento

- De estabilidade

- Defensivas

- Combinadas

Áreas de Negócio

- Liderança por custo

- Diferenciação (do produto ou serviço)

- Foco (do produto ou serviço)

Fonte: Elaboração pelo próprio

AUTOR

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45

Campbell-Hunt (cit. in Firmino, 2007:292), seleciona os seguintes elementos da

estratégia competitiva como de importância relevante para concorrer no mercado. São

elas: a publicidade, a identificação da marca, a influência dos canais de distribuição, a

inovação de marketing, a promoção, a força de vendas, a reputação, os preços elevados,

os preços baixos, os novos produtos, os produtos especializados, a qualidade do

produto, o controlo de qualidade, a qualidade de serviço, as aquisições, a força de

trabalho qualificada, a inovação do processo de fabrico, a eficiência das operações, a

redução de custos unitários, as instalações modernas, a variedade de produtos, a

variedade de clientes, a focalização no produto e a focalização no cliente.

2.3.7.2 Estratégias de Desenvolvimento

Segundo Davidson e Maitland (1997:62), na estratégia de desenvolvimento do mercado,

a gestão deve também procurar novos mercados cujas necessidades podem ser

satisfeitas pelos seus produtos decorrentes. As ações a tomar em cada uma das

estratégicas por que se opte são explicitadas na figura 2.16.

A primeira tentativa é identificar os grupos de usuários potenciais nas áreas de vendas

actuais, cujo interesse no produto pode ser estimulada. Em segundo lugar, a empresa

poderá diligenciar canais de distribuição adicionais na sua localização actual.

Na estratégia de desenvolvimento do produto, a gestão deve considerar as

possibilidades de novos produtos.

Analisando as três estratégias de crescimento intenso na gestão espera-se descobrir

várias maneiras de crescer. Ainda assim, isso pode não ser suficiente caso em que a

gerência deve analisar também a oportunidade de crescimento integrativo.

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Figura 2.16 - Ações estratégicas (produto/mercado) MERCADO PRODUTOS ESTRATÉGIAS ACÇÕES

ACTUAIS

ACTUAIS

NOVOS

Penetração no mercado

Desenvolvimento do

produto

. Aumentar o consumo dos clientes

. Atrair clientes da concorrência

. Atrair novos clientes para o produto

. Desenvolver novas características

. Criar diversas versões de qualidade

. Desenvolver novos modelos e tamanhos

NOVOS

ACTUAIS

NOVOS

Desenvolvimento do

mercado

Integração vertical

Diversificação

. Expandir em novas áreas geográficas

. Atrair novos segmentos de mercado

. Integração a montante (controlo dos

fornecimentos)

. Integração a jusante (controlo dos

fornecimentos)

. Concêntrica

. Conglomerada

Fonte: Adaptado de Teixeira (2005:56)

Em relação às estratégias de crescimento, não pode deixar de referir-se a matriz

produto/mercado de Igor Ansoff, também conhecida como Matriz Produto/Mercado, é

um modelo utilizado para determinar oportunidades de crescimento de unidades de

negócio de uma organização, que sintetiza esquematicamente as opções possíveis e que

resultam da combinação de atuações em produtos e/ou mercados atuais ou novos.

As estratégias de crescimento, em termos genéricos, são quatro:

- penetração no mercado,

- desenvolvimento do mercado,

- desenvolvimento do produto,

- diversificação,

- e integração vertical, conforme sintetiza a referida matriz na figura 2.17.

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Figura 2.17 - Matriz produto/mercado PRODUTOS

ACTUAIS

NOVOS

PRODUTOS

Mercado

actual

Penetração no mercado

Desenvolvimento do

Produto

Novos

mercados

Desenvolvimento do mercado

Diversificação e integração

vertical

Fonte: Adaptado de Teixeira (2005:55)

2.3.7.3 Estratégias de Marketing

Guiltinan, Gordon e Madden (1996), defendem que as estratégias da procura primária

são projetadas para aumentar o nível de procura por tipo de produto. Empresas pioneiras

na comercialização de lançamento de novos produtos, têm como principal preocupação

a procura das estratégias a seguir. Além disso, empresas com quotas de mercado

elevadas em mercados estabelecidos, muitas vezes dedicam parte de seu esforço de

marketing para a expansão da procura principal, porque, como líderes de mercado, eles

têm mais a ganhar com a expansão do mercado. Basicamente, existem duas fontes de

nova procura para um tipo de produto: os não-consumidores e os consumidores que

podem ou não aumentar a sua taxa de uso. Estratégias de procura primária podem,

portanto, ser categorizadas em termos de como a estratégia é direcionada.

Para aumentar o número de consumidores, a empresa deve aumentar a capacidade dos

clientes com vontade de comprar o produto. A vontade de comprar pode ser estimulada

por uma das três abordagens. Demonstrando os benefícios já oferecidos por uma forma

de produtos, desenvolvendo novos produtos com benefícios que serão mais atraentes

para certos segmentos e demonstrando ou promover novos benefícios a partir de

produtos já existentes.

A importância deste tipo de estratégia é primordial quando um lançamento de um novo

produto é introduzido no mercado, pois novos produtos são mais difíceis de penetrarem

PRODUTOS

MERCADOS

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no mercado e serem vendidos. Esta estratégia pode não ser importante nas economias

avançadas se um produto é bem estabelecido, mas pode ser fundamental para trazer um

produto para um novo mercado numa cultura diferente.

Guiltinan et al. (1997), definem as diferenças entre programa estratégico onde a ação é

baixar o preço com várias razões:

Primeiro, poderiam esperar que isso implicasse um aumento das vendas,

pois só nessas circunstâncias, os potenciais consumidores comprariam o

produto ou serviço em causa.

Segundo, poderiam com essa ação aumentar a taxa de compra, ou seja, as

pessoas comprariam mais vezes ou em maior quantidade.

Terceiro, poderia servir para reter consumidores que mudariam de

fornecedor porque um concorrente estaria a praticar preços mais baixos.

Por último, a descida de preço poderia ter como objetivo surripilhar

clientes a um concorrente que pratica preços mais elevados.

Em qualquer dos casos, o preço foi usado para influenciar a procura, mas de diferentes

modos. Em cada um deles, o tipo de impacto sobre a procura não foi o mesmo. O preço

foi usado para implementar diferentes tipos de estratégias de marketing.

Em conciliação com o quadro da figura 2.18, os tipos básicos de estratégias passam

pelas seguintes situações:

1. estimular a procura primária por aumento do número de utilizadores;

2. estimular a procura primária por aumento da taxa de compra;

3. estimular a procura selectiva por retenção dos actuais consumidores;

4. estimular a procura selectiva por aquisição de novos consumidores.

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Figura 2.18 - Tipos Básicos de Estratégia

Procura

Primária

Aumentar n.º utilizadores

Aumentar taxa de compra

Aumentar a vontade de comprar

Aumentar a capacidade de comprar

Mais utilizações / ocasiões

Maior nível de consumo

Encorajar substituição

Procura

Selectiva

Reter actuais consumidores

Adquirir novos consumidores

Manter satisfação

Igualar concorrência

Relacionamento de Marketing

Posicionamento Frontal

Posicionamento Diferencial

Nicho de mercado

Linha de

Produtos

Produtos Substitutos

Produtos Complementares

Extensão de linha

Combinação de marcas

Fonte: Adaptado de Guiltiman, Paul e Maddon (1997)

Da análise feita ao quadro de tipos básicos de estratégia concluí-se que estimular o

aumento da vontade de comprar através da demonstração dos benefícios atualmente

oferecidos pelo produto, desenvolver novos produtos com benefícios mais atrativos para

certos segmentos e demonstrar ou promover novos benefícios em produtos existentes.

Para aumentar a capacidade de compra, os preços devem ser mais baixos ou existirem

condições de crédito ou ainda tornar o produto mais disponível através de mais

distribuidores, menos rupturas de stocks e maior frequência de entrega.

Para aumentar a taxa de compra, deverá proporcionar-se mais tipos de utilizações ou

ocasiões, aumentar o nível de consumo estimulando a substituição.

Nas estratégias de aquisição, é vital o posicionamento frontal, o posicionamento

diferenciado e o posicionamento orientado para o consumidor como nicho.

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50

Nas estratégias de retenção de consumidores, deverá ser mantido um alto nível de

satisfação dos consumidores, emparelhar a concorrência, e o relacionamento de

marketing que deve ser revisto sistematicamente.

Nas estratégias para produtos substitutos, deverá ser tido em atenção a extensão de

linha, uma nova marca para um novo segmento e a existência da combinação de marcas.

Nas estratégias para produtos complementares, há que promover um produto líder, e

fazer o bundling: combinação de produtos e ter o cuidado da existência da

compatibilidade entre produtos individuais.

Dacko (2004:8), que defende uma análise cuidadosa sobre estratégias de marketing e as

táticas destinadas a atender às necessidades de um segmento de mercado não

homogéneo, pode sugerir inúmeras maneiras para os gestores a possibilidade de

aumentar as receitas globais, entre outras abordagens de marketing, diligenciando meios

para insensibilizar os clientes a preços ou mesmo cobrando preços mais elevados. Na

combinação de uma perspetiva de gestão de receitas e estratégia de marketing, surge de

imediato uma questão indispensável: até que ponto existem oportunidades para

fortalecer a estratégia de marketing da empresa e melhorar o marketing mix para um

determinado serviço referindo-se à última viajante e com o mercado turístico com o

objetivo de aumentar a rentabilidade da empresa e as receitas. Afinal, nem todos os

últimos viajantes e turistas são iguais. Alguns podem ser viajantes de negócios,

enquanto outros podem ser chamados de "aventureiros jovens solteiros", por exemplo.

É possível a identificação e conhecimento das origens do consumidor e fornecer uma

base para as estratégias de segmentação que pode finalmente resultar em práticas de

gestão das receitas e abordagens para aumentar as vendas e o lucro de uma empresa de

serviços, podendo no entanto, ficar em causa a satisfação do cliente.

As estratégias de marketing e o marketing mix são avaliados primeiro, seguido por uma

discussão de estratégias de segmentação que pode ser empregue no último minuto de

mercado de turismo. Uma análise de mercado de última hora de turismo, é realizada e as

conclusões e recomendações, desde que possam servir de base para ações de indivíduos

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envolvidos nos processos de gestão de receitas e de marketing para as atividades de

última hora de turismo e afins.

De Costa e Bernardo, (cit. in Baptista 2003:129), propõem uma estratégia de marketing

para o turismo português, por produto segmento de mercado, retiveram-se, em síntese

seletiva, os seguintes parâmetros metodológicos:

1) Concentração dos esforços comerciais sobre os produtos mais desenvolvidos e

economicamente mais importantes, evoluindo gradualmente para novos produtos que

atinjam massa crítica;

2) Encerrar o conceito de produto turístico como a combinação da oferta local/regional

(o que tem determinado para a região oferecer ao turista) com uma motivação específica

da procura (o que procura o turista com a sua deslocação);

3) Identificar e sistematizar as motivações relevantes nos principais mercados

internacionais; estudar a oferta de Portugal, região a região, com uma crítica; avaliar

comparativamente as diferentes combinações que podem dar origem a produtos

turísticos em Portugal;

4) Com vista a uma estratégia integrada de comunicação, promoção e distribuição, o

primeiro parâmetro (comunicação) deve respeitar as seguintes regras básicas;

focalização nos produtos prioritários para garantir eficácia de serviço aos objetivos de

marketing; desenvolvimento de marcas internacionais, não se resumindo à marca

umbrella Portugal; adequação aos mercados seleccionados, nomeadamente através de

campanhas locais;

5) Segundo e terceiro parâmetros (promoção e distribuição), críticos para o sucesso da

estratégia global, devem contemplar os seguintes fatores: promove-se pacotes mais

complexos face aos mercados organizados, apoiando os operadores turísticos de forma a

provocar “saltos” qualitativos no valor médio; ganhar maior visibilidade nos canais;

selecionando parceiros importantes generalistas e especialistas, ganhasse mais

protagonismo junto dos operadores-chave da distribuição e revendo a presença em

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feiras; agir mercado a mercado, não obstante a globalização e a concentração em curso,

atendendo às caraterísticas específicas de funcionamento das respetivas cadeias de

valor.

As estratégias de marketing e o marketing mix são avaliados conjuntamente sendo os

componentes do marketing mix fatores para mudarem a posição de uma empresa para

uma posição competitiva. Segue-se a caraterização das variáveis do marketing mix

aplicados ao turismo.

2.3.8. Marketing Mix

Esta etapa da estratégia de marketing do processo de planeamento é fundamental, pois

será importante considerar a importância relativa, que terá que ser concedida a cada uma

das varáveis de marketing mix: produto, preço, distribuição, comunicação, pessoas,

processos e serviços ao cliente.

O marketing mix é proveniente do P único (preço) da teoria microeconómica, Chong cit

in (Goi, 2009:2). McCarthy cit in (Goi, 2009:2) consagrou o marketing mix, muitas

vezes referido como os 4P’s, como forma de traduzir o planeamento de marketing em

prática Bennett cit in (Goi, 2009:2).

O marketing mix não é uma teoria científica, mas sim um quadro concetual que

identifica a principal decisão tomada pelos gestores quando fazem na configuração das

suas ofertas para atender às necessidades dos consumidores.

Segundo Grönroos cit in (Goi, 2009:2), o paradigma de gestão de marketing mix tem

dominado o pensamento de marketing, na pesquisa e na prática, e tendo em conta

também a afirmação de Van Waterschoot, n.d. cit in (Goi, 2009:2), "como um criador

de diferenciação" desde que foi introduzida nos anos 40. Por outro lado, Kent cit in

(Goi, 2009:2), referia-se aos 4P’s do marketing mix como "o Santo... Quadruple da fé

marketing... escrito em tábuas de pedra".

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De acordo com Moller cit in (Goi, 2009:2), o marketing mix tem sido extremamente

influente na informação do desenvolvimento da teoria e da prática de comercialização.

As principais razões do marketing mix através do seu conceito poderoso, poderá

permitir a separação de marketing de outras atividades da empresa e a delegação de

tarefas de marketing para os especialistas, e os componentes do marketing mix podem

mudar a posição de uma empresa para uma posição competitiva, de acordo com

Grönroos cit in (Goi, 2009:2).

O conceito de marketing mix também tem duas vantagens importantes:

- Primeiro, é uma ferramenta importante usada para ativar o trabalho do gestor de

marketing em termos de objetivos, sendo em grande parte, uma questão de negociação

fora dos benefícios da sua força competitiva no marketing mix em relação aos

benefícios de outros.

- A segunda vantagem do marketing mix é que ele ajuda a revelar uma outra dimensão

do trabalho do gestor de marketing. Todos os gestores têm de alocar recursos entre as

diversas empresas, e o gestor de marketing, por sua vez alocar estes recursos

disponíveis entre os vários dispositivos competitivos do marketing mix. Ao fazê-lo, irá

ajudar a incutir a filosofia de marketing na organização, segundo Low e Tan cit in (Goi,

2009:2). Ainda que, Moller (cit in (Goi, 2009:2)), ao salientar que as deficiências dos

4P's de marketing mix, como pilares da gestão do marketing tradicional frequentemente

tornaram-se alvo de intensas críticas.

Alguns críticos até vão mais longe rejeitando por completo os 4P’s, propondo

alternativas em conformidade com a figura 2.19:

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54

Figura 2.19 - “A Review of Marketing Mix: 4P’s or More?”

Autores Argumentos Enunciação

Booms

And

Bitner

(1981)

Reconhecendo o carácter especial dos serviços como produtos, eles demonstraram a

importância dos factores ambientais (Provas Físicas) influenciam a percepção de

qualidade. Eles incluíam os participantes (funcionários e clientes) e o processo de

prestação de serviços como a outros factores de Marketing Mix.

Os serviços de Marketing Mix

incluem além dos 4P's mais P’s,

como os Participantes a Prova

Física e o Processo.

Cowell (1984)

Três aspectos que justificam a revisão do quadro original de Marketing Mix:

- A mistura original foi desenvolvida para empresas de fabricação;

- A evidência empírica sugere que os profissionais de marketing no sector de serviços

encontrem o marketing mix, inclusive não sendo suficiente para as suas necessidades

Adopta o quadro proposto por

Booms e Bitner

Brunner

(1989)

Os 4P’s, elementos do marketing mix devem ser estendidos para incluir mais factores

que afectam a comercialização de serviços tornando-se assim mais alargado.

Conceito mix de custos, canais e

Comunicações.

Ruston and

Carson (1989)

As características únicas dos serviços - intangibilidade, inseparabilidade,

perecibilidade e variabilidade - fazer o controlo do processo de marketing, usando as

ferramentas de marketing generalizada que são insuficientes.

Novos instrumentos e conceitos

devem ser desenvolvidos para

explicar e gerir a intangibilidade

dos serviços

Fryar

(1991)

Segmentação e diferenciação são a base do posicionamento de sucesso dos serviços.

Além disso, o relacionamento pessoal com o cliente e a qualidade do serviço são

elementos importantes do marketing de serviços.

O marketing de serviços requer:

- Diferenciação baseada na

segmentação e posicionamento

- Contacto com o cliente

- Visão única sobre a qualidade

Heuvel (1993)

Interacção entre a entrega de um serviço e o cliente é muito importante e tem efeito

directo sobre a qualidade do serviço e a percepção de qualidade. O elemento produto

pode ser melhor demonstrado como tendo dois componentes, o principal e o

secundário elemento serviço, bem como do processo.

O marketing mix de serviços:

- Pessoal

- Produto

- Localidade

- Preço

- Promoção

Doyle

(1994)

Ainda que reconhecendo que o conteúdo dos 4P's no sector dos serviços é de alguma

forma diferente daquela da tangibilidade, ele não aceita os 4P's como os elementos do

marketing mix de serviços. Ele identifica as dificuldades especiais na promoção e na

localidade preferindo substituí-los pelos termos de comunicação e distribuição.

O marketing mix de serviços:

- Produto

- Preço

- Comunicação

- Distribuição

Melewar and

Saunders

(2000)

O sistema de identidade visual corporativa é a base da diferenciação das empresas e do

núcleo da identidade visual da empresa.

Um novo P deve ser adicionado ao

4P's do Marketing Mix (e nos 3P's

dos serviços), nomeadamente as

publicações.

English

(2000)

O marketing tradicional não tem sido uma ferramenta eficaz para a comercialização de

serviços de saúde.

Um novo quadro surge, destacando

os 4R’ s: a pertinência, a resposta,

os relacionamentos e resultados.

Groove et. al

(2000)

O Marketing de serviços pode ser comparado a uma produção teatral. Como o serviço

é realizado é importante quanto o que é realizado. O factor crítico é, portanto, a

experiência do cliente. O marketing tradicional não captura adequadamente as

circunstâncias especiais que estão presentes quando é feita a comercialização de um

produto ou serviço.

Quatro elementos estratégicos

constituem a experiência teatral dos

serviços: os actores, a audiência, a

configuração e a performance.

Beckwith

(2001)

Os Serviços de marketing num mundo em mudança exige foco no aumento da

satisfação do cliente e rejeitando os paradigmas do produto antigo e as manigâncias do

marketing.

As quatro chaves do moderno

(serviços) marketing: preço, marca,

embalagem, e as relações

Fonte: Adaptado de Goi, C. (2009)

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55

Segue-se uma apresentação mais pormenorizada de cada um dos componentes do

marketing mix.

2.3.8.1. O Produto

Segundo Kotler (1998:28), um produto é algo que pode ser oferecido para satisfazer a

uma necessidade ou desejo. Ainda segundo o mesmo autor (1998:35) o conceito do

produto assume que os consumidores favorecerão aqueles produtos que oferecem mais

qualidade, desempenho ou características inovadoras. Os gerentes das organizações

orientadas para produto focam a sua energia em fazer produtos superiores, melhorando-

os ao longo do tempo.

Para Peter Drucker traduzido e adaptado de Kotler et. al (1976), “É o consumidor que

determina o que é uma empresa... que os responsáveis da empresa pensam

produzir não é de importância fundamental e não o é, particularmente, para o

futuro e o sucesso da empresa. O que é decisivo é o que o consumidor quer

comprar, é a sua própria concepção de “valor que atribui ao produto. É isso que

faz a alma da empresa, a realidade da sua produção e, daí, a sua prosperidade”.

Devido à importância dos novos produtos para a sobrevivência dum negócio, as

empresas necessitam de um processo organizado para os desenvolver. O fracasso destes

produtos poderá ser rendido pelas empresas mais bem geridas e que reconhecem o

desenvolvimento e a administração como processos vitais.

A concepção do produto e serviço turístico segundo Songshan et. al (2009: 287-295),

deverá ter-se em consideração as necessidades psicológicas internas dos turistas.

2.3.8.1.1 O Ciclo de Vida do Produto

O conceito de ciclo de vida de produto é especialmente importante para o planeamento

estratégico de marketing. Mostra que a empresa necessita de diferentes compostos de

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marketing e mesmo estratégias, à medida que um produto se movimenta durante o ciclo

de vida. Este constitui um ponto importante, pois o lucro altera-se durante o ciclo de

vida.

O ciclo de vida de um produto é o padrão de desenvolvimento de um produto,

geralmente medido em volume de vendas que por norma tem uma evolução que inclui

quatro fases, sendo esta a situação mais comum: introdução, crescimento, maturação e

declínio. Esta situação põe-se devido a nem todos os autores apontarem o mesmo

número de fases, não tendo no entanto diferenças acentuadas.

Para Teixeira (2005:57), o produto tem um ciclo de vida que é o padrão de

desenvolvimento do produto que incluí quatro fases: introdução, crescimento,

maturidade e declínio. Esta sequência aplica-se em todos os produtos com exceção de

bens essenciais.

A fase de introdução é caraterizada por ser um período de crescimento lento de vendas,

devido à demora da deslocação do produto para os diversos mercados e à demora da

contextualização com os distribuidores. Por consequência, é preciso uma visão a longo

prazo, pois o lucro é ainda inexistente nesta fase, já que são necessárias grandes

despesas de lançamento.

No caso de novos produtos cujo preço é elevado, o crescimento de vendas é retardado

ainda, pelo facto de um pequeno número de compradores o poder comprar. Nesta fase, o

lucro é negativo ou baixo em função do pequeno volume de vendas e das altas despesas

de distribuição e promoção, porque é necessário muito capital para atrair os

distribuidores e convencê-los a criar stocks do produto. Assim, a empresa focaliza a

venda naqueles compradores que estão dispostos a comprar, geralmente grupos de

rendimento mais alto. Nesta fase os preços tendem a ser mais elevados porque:

- Os custos são maiores devido ao baixo volume de produção;

- Os problemas tecnológicos de produção podem ainda não estar totalmente resolvidos;

- São necessárias margens altas para enfrentar as elevadas despesas de promoção

exigidas para o crescimento do produto no mercado.

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Na fase de crescimento pode verificar-se uma rápida aceitação do mercado e melhoria

significativa no lucro. Os consumidores começam a gostar do produto e a comprá-lo.

Novos concorrentes entram no mercado, atraídos pelas oportunidades decorrentes da

produção em larga escala e lucro, introduzem novas caraterísticas nos produtos e

expandem o número de canais de distribuição.

Os preços permanecem constantes ou caem lentamente, na medida em que a procura

aumenta rapidamente. As empresas mantêm os seus gastos promocionais ou aumentam-

nos lentamente para acompanhar a concorrência. As vendas crescem com muita rapidez,

causando uma redução na relação gastos promocionais/receita de vendas.

Durante esta fase, os lucros aumentam à medida que os custos promocionais se diluem

sobre o maior volume de vendas. Contingentemente, a taxa de crescimento passa a

desacelerar e as empresas têm que observar o início dessa queda para preparar novas

estratégias.

A fase de maturidade é o momento de redução no crescimento de vendas, porque o

produto já foi aceite pela maioria dos consumidores potenciais. Este público deve ser

mantido fiel. Geralmente, a duração desta fase é mais longa que a anterior e apresenta

grandes desafios para a administração de marketing. O lucro estabiliza-se até entrar em

declínio graças ao aumento das despesas de marketing em defendê-lo da concorrência.

A fase de maturidade pode ser dividida em três fases; a maturidade do crescimento, a

taxa de crescimento de vendas começa a declinar, onde não há novos canais de

distribuição para serem atendidos, a maturidade estabilizada, onde as vendas nivelam-se

numa base per capita devido à saturação do mercado, e a maturidade decadente onde o

nível absoluto de vendas começa a declinar e os consumidores começam a mudar para

outros produtos ou substitutos. A taxa de crescimento de vendas começa a ser lenta, os

concorrentes lutam entre si procurando encontrar nichos de mercado. Geram-se

frequentemente “guerras” de redução de preços, aumenta a publicidade, as negociações

com os intermediários e as concessões para os consumidores. Crescem também os

orçamentos de pesquisa e desenvolvimento para a promoção de melhorias nos produtos.

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Começa um período de movimentação intensa e os concorrentes mais fracos retiram-se

do mercado. Apenas permanecem as empresas bem implementadas cujo impulso básico

é conquistar vantagem competitiva.

Finalmente, a fase de declínio, período de forte queda nas vendas e no lucro. É o

momento de desaceleração, eliminação ou revitalização com a introdução de um novo

produto/serviço. A queda nas vendas ocorre por diversas razões, incluindo avanços

tecnológicos, mudanças nos gostos dos consumidores e aumento da competição

doméstica pela entrada de concorrentes estrangeiros. As empresas remanescentes podem

reduzir o número de produtos, podendo retirar-se dos segmentos menores e abandonar

os canais de distribuição mais fracos. Também podem reduzir o orçamento de promoção

e baixar os preços, sendo que por vezes, a administração acredita que as vendas do

produto melhorarão com a recuperação da economia, quando a estratégia de marketing

for revista ou o produto for melhorado. Havendo razões para a retenção dos produtos

fracos, a sua manutenção custará muito para a empresa e pode debilitar tempo

desproporcional à administração. Retirar-se à eliminação de produtos fracos pode

atrasar a busca agressiva por produtos substitutos. Os produtos fracos afetam

negativamente a rentabilidade atual da empresa e enfraquecem a sua posição futura.

Butler, cit in Costa et al., 2004, invoca que o ciclo de vida do produto turístico tem seis

fases: exploração, envolvimento, desenvolvimento, consolidação, estagnação e

estabilização, rejuvenescimento ou declínio, em que na fase de exploração surge um

novo produto, onde o número de turistas é reduzido com elevado poder de compra e

evitam situações standardizadas. A representação deste turista é baixa e são atraídos

pelos recursos básicos, como o património a natureza, são poucos os canais de

distribuição, sendo que o turista assume a organização deste tipo de viagens o que por

consequência não existe concorrência.

Na fase de envolvimento o número de turistas começa a aumentar, começando a haver o

envolvimento dos agentes locais, dando lugar a iniciativas locais para a satisfação dos

turistas. As entidades locais começam a ser pressionadas para o desenvolvimento de

infra-estruturas, dando início a uma época turística. Nesta fase os canais de distribuição

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ainda são poucos bem como as estruturas específicas do turismo onde o turista ainda

assume a organização das viagens, continuando a não existir concorrência.

Na fase de desenvolvimento, surgirá o maior crescimento da oferta e da procura, com

crescimento acentuado mas com redução associada ao poder de compra. Na época alta a

população residente é ultrapassada pelo número de turistas, o que fará com que a oferta

seja alargada e as caraterísticas do destino se alterem. Existirá uma passagem

progressiva da iniciativa local para agentes externos, fazendo com que o caráter

artesanal vá ficando sem impacto e com a intervenção dos operadores turísticos

tornando-se eles próprios indispensáveis para a colocação dos turistas. Nesta fase a

acessibilidade do destino é abrangente e por consequência a concorrência começa a ter

efeitos, com a pressão dos preços e a maior sofisticação.

Na fase final depois de um período elevado de crescimento surge a consolidação, fase

em que o crescimento diminui embora permaneça positiva, intervenção acentuada dos

agentes externos na oferta, fará com que a atividade turística assuma uma importância

vital para a economia local, criando-se riqueza e emprego local. Tal com na fase

anterior a concorrência começa a ser forte, com a pressão dos preços e a maior

sofisticação.

A partir da fase de estagnação virá a estabilização, rejuvenescimento ou declínio, onde a

incerteza imperará, o número máximo de turistas será atingido, e este terá um nível

sócio económico muito baixo o que fará e trará à população um sentimento de conflito e

repulsa. Pelo facto dos turistas apresentarem nesta fase uma alta taxa de repetição

existirá uma dificuldade em atrair novos turistas, com a consequência de danos em

termos ambientais, sociais e económicos. Os operadores turísticos nesta fase serão

indispensáveis para a colocação de turistas pois aumenta o poder de concorrência.

2.3.8.1.2 Processo de Lançamento de Novos Produtos

Uma vez desenvolvido o conceito de produto no ponto 2.3.8.1.1, do ponto de vista de

mercado um produto ou serviço é aquilo que o consumidor ou cliente percebe como

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60

capaz de satisfazer uma necessidade material ou não. Assim, a noção de novo produto

alterna conforme o critério que se utiliza na diferenciação do produto em relação aos

seus concorrentes, pois, mesmo sem que haja bens técnicos e objetivos, o novo produto

ou serviço pode ser percebido como tal pelo consumidor ou cliente, o que nos permite

afirmar que a inovação tem um caráter subjetivo e relativo. Podemos, portanto, ter

vários produtos novos sem grandes investimentos para a sua elaboração o que torna o

processo de geração de um novo produto, metodologicamente, fácil de ser seguido.

Lambin (2006:485), acrescenta que após o desenvolvimento do conceito do produto e

tomada a decisão de lançamento por parte dos gestores, o marketing deve organizar o

processo de lançamento do novo produto e formular as previsões sobre a curva de

penetração no mercado-alvo, assim como o prazo em que serão atingidos os objetivos

de rendibilidade, atendendo ao empenho do marketing realizado para apoiar o novo

produto. Na conceção do plano de lançamento do novo produto será de extrema

importância escolher os esforços de marketing em função das suas etapas e seguir a

evolução do alvo ao longo de todo este processo.

2.3.8.2 O Preço

O preço é uma variável particular no marketing mix que para além de contribuir para

a imagem e o posicionamento do produto, permite transformar esse valor em lucro

para a empresa. É uma variável abstrata por oposição aos outros elementos do

marketing mix e tem repercussões imediatas não sendo possível proteger a política de

preço dos concorrentes como importante para a estrutura de custos.

As decisões relacionadas com preços estão entre as mais importantes a serem

tomadas pelos gestores das empresas. A formação de preços é distinguida pela sua

importância tática e estratégica para a competitividade de uma empresa.

De acordo com Hudson (2008:196), no núcleo de preços é a perceção do consumidor do

preço em relação à qualidade do produto, e o valor do dinheiro pode ser influenciado

para a compra. Quando um novo produto entra no mercado, é vital para obter

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61

participação de mercado, criar a imagem desejada para o produto e ter o consumidor

interessado.

Os novos produtos enfrentam problemas específicos, como, quando o produto é

realmente novo, sem nunca ter estado disponível no mercado, será extremamente difícil

para o consumidor desenvolver uma perceção de que o preço é adequado. Se não há

produtos semelhantes com os quais compará-lo eles podem tanto subestimar a inovação

ou, talvez, sobrevalorizá-lo. Será de extrema importância que a pesquisa detalhada sobre

a sensibilidade ao preço, claramente delineando as caraterísticas originais do produto

novo e pesquisando a melhor maneira de comunicar essa informação aos consumidores.

Existem três estratégias conjuntamente usadas para a introdução de novos produtos. São

esses os preços de premium, paridade e de penetração.

Nos preços de premium define-se o preço elevado, para posicionar um produto na

extremidade superior ou de luxo no mercado. Por exemplo, o turismo e a hospitalidade,

os operadores que desejam ser vistos como topo de gama, os operadores ou

estabelecimentos devem entrar no mercado com preços elevados para refletir essa

imagem de qualidade. O produto em si terá de garantir este nível de qualidade (em

termos de decoração, menu, localização, instalações, entre outros). Se o consumidor

valoriza esses atributos, vão pagar o preço adicional.

Nos preços de paridade, exigem uma definição de preços altos na fase de lançamento e,

progressivamente, diminuindo-os como produto com regras mais estabelecidas e por

consequência progredindo por meio do seu ciclo de vida. Na desnatação de mercado

leva vantagens do facto de que a maioria dos produtos estão em alta procura na fase

inicial do ciclo de vida, quando eles são novos ou originais ou quando os suprimentos

são limitados. Nesta procura podem ser geridos inicialmente através de preços muito

altos para atrair aqueles preparados para enfrentá-los e, gradualmente, reduzir o preço

para atender diferentes segmentos de mercado, a chamada preço e elasticidade. O valor

específico desta política é que ela fornece um elevado afluxo de fundos para a empresa

quando os custos de marketing são mais elevados. Se o produto prevê um ciclo de vida

muito curto e os custos de organização e de marketing deve ser recuperado rapidamente,

o preço de paridade é uma política sensata a seguir.

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No preço de penetração é uma estratégia oposta de desnatação de mercado, como os

preços são fixados um nível inicial muito baixo. Se uma organização está a tentar

conseguir a distribuição máxima para o produto nos estágios iniciais, será

provavelmente o preço a um nível inferior para obter o máximo de vendas e a quota de

mercado. Este método é conjuntamente utilizado na comercialização de bens de grande

consumo, quando uma rápida distribuição essencial para o sucesso do produto. Se o

mercado é o preço de penetração sensível, de uma maneira eficiente de ganhar uma

posição rápida. A intenção é definir preços baixos somente até esta quota de mercado

foi estabelecido e, em seguida, para aumentar os preços gradualmente para níveis de

mercado.

De acordo com Sadjadi et. al (2009), regista-se um interesse na produção integrada de

planeamento e estratégias de marketing onde a procura e funções de custo, dependem

de parâmetros diferentes tais como o preço e as despesas de marketing. A principal

preocupação em todos os modelos é a dificuldade em estimar os parâmetros do

modelo de preços e de marketing para a elasticidade da procura. A mais recente

investigação relacionada com o preço e estratégias de marketing criaram uma grande

motivação na necessidade de haver estratégias mais realistas e otimizadas ao cliente.

Quintas (2006:790), afirma que no geral, conhece-se, razoavelmente, o produto,

menos bem o mercado e ignora-se com demasiada frequência o efeito da instabilidade

dos fatores económicos. Apesar de se viver num contexto socioeconómico, em que os

fenómenos políticos, económicos, sociais e culturais exercem forte influência sobre

os negócios, as decisões relacionadas com a fixação de preços hoteleiros são, muitas

vezes, tomadas, contra toda a influência, a partir dos fatores internos e baseadas,

sobretudo, nos custos, em vez de refletirem a situação do mercado e atenderem às

caraterísticas e potencial dos vários segmentos de procura.

A formação do preço deverá ter em consideração a concorrência no quadro da

estratégia, sendo esta, ainda, influenciada pelo poder de compra disponível, por um

lado, e pelo ciclo de vida do produto, por outro.

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63

Concluindo, o preço constitui um elemento de grande importância e ponderação na

definição de marketing mix dos estabelecimentos hoteleiros, dadas as variações

significativas que poderá apresentar, na prática, permitindo, graças à adequada

flexibilidade, a sua pronta adequação aos objetivos estratégicos próprios de cada fase

da vida do hotel e da situação do mercado.

2.3.8.3 A Distribuição

Preparado o produto para o seu lançamento, o passo imediato do processo de marketing

é determinar quais os métodos e caminhos a seguir para conduzir o produto ao mercado

a que se destina. Isto significa a definição de políticas e estratégias de distribuição,

incluindo a seleção dos canais a utilizar e a organização da distribuição física.

De acordo com Lendrevie et. al, 1996, na economia atual, a maior parte dos fabricantes

não vende os seus produtos diretamente ao consumidor final. Entre eles e o consumidor

existe um vasto número de pessoas ou de instituições exercendo atividades múltiplas,

sob denominações diversas.

A internet e outros recursos eletrónicos estão a facilitar uma inovadora e diferente

interface entre o cliente e a organização. Hymas (2001), finca que muitos profissionais

neste ambiente não conseguem reconhecer o seu papel primordial de canal e são

atraídos a acreditar, erroneamente, que o próprio meio é suficiente para criar uma

proposta motivacional dos clientes.

Resumindo, a função da distribuição numa economia de mercado é eliminar as

disparidades que existem entre o estado dos bens na fase da oferta e o estado dos bens

na fase da procura.

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64

2.3.8.4 A Comunicação

A comunicação compreende a propaganda, a publicidade, as relações públicas, a

assessoria de imprensa, o “boca-a-boca”, a venda pessoal e refere-se aos diferentes

métodos de promoção do produto, da marca ou da empresa. A comunicação fornece os

meios através dos quais os membros da organização podem ser induzidos a implementar

as ações planeadas, e a fazê-lo motivados e com entusiasmo.

De acordo com Churchill (2000):

“É pertinente destacar que a comunicação voltada para criar consciência é

muito importante para lançar novos produtos ou marcas. Por outro lado,

quando produtos ou marcas já possuem imagens claras, criar imagens positivas

pode criar valor acrescentando significado aos produtos”.

“A princípio a comunicação pode ser direccionada para identificar os

consumidores potenciais e assim formar um relacionamento com eles, logo

depois ela pode esclarecer o que estes consumidores desejam e como a

organização pode satisfazê-los”.

2.3.8.5. Pessoas

É o elemento mais importante de qualquer serviço ou experiência. Os serviços tendem a

ser produzidos e consumidos ao mesmo tempo, e aspetos da experiência do consumidor

são alterados para satisfazer as 'necessidades individuais' de uma pessoa consumindo

aquele serviço.

2.3.8.6. Processos

Existem várias perceções do conceito do processo dentro do mundo de negócios e da

literatura do marketing. Alguns autores vêem o processo como uma forma de atingir

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65

algum resultado, como por exemplo a quota de mercado. Outros são da opinião que o

marketing tem uma série de processos que integram o conjunto para criar um processo

global de marketing, por exemplo - telemarketing e marketing na Internet pode ser

integrado. Uma visão mais abrangente é que os processos de comercialização são

usados para controlar o marketing mix, ou seja, processos que medem a realização de

objetivos de marketing.

2.3.8.7. Serviço ao cliente

O serviço ao cliente possui caraterísticas de interesse para o marketing, como a

intangibilidade, onde o consumidor baseia-se no renome de uma marca ou de um

serviço; a perecibilidade: se não for utilizado, está isolado; a heterogeneidade, varia de

cliente para cliente, a atividade voltada para as pessoas, a simultaneidade, criados e

consumidos simultaneamente, não podendo ser armazenados e a participação do cliente

no processo que vai originar na experiência vivida.

2.4. Implementação e Controlo

A implementação atua nas estratégias desenvolvidas que ocorreram nas etapas

anteriores ao processo de planeamento estratégico. Sem a implementação efetiva da

estratégia, as organizações são ineptas de obter os benefícios da realização de uma

análise organizacional, do estabelecimento de uma diretriz organizacional e da

formulação da estratégia organizacional.

O controlo está concentrado na monitorização e avaliação do processo de administração

estratégica no sentido de melhorá-lo e certificar um bom funcionamento.

Segundo Kotler (1998:92), a implementação consiste numa estratégia clara e um

programa de apoio bem delineado podendo ser inútil se a empresa falhar na

implementação.

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66

Na fase de implementação a empresa define os timings, os orçamentos, as tarefas para

assegurar a operacionalidade das estratégias anteriormente definidas, no sentido de

atingir os objetivos propostos.

2.5. Conclusão e implicações para o estudo

Este capítulo constitui o ponto de ligação entre a revisão da literatura do capítulo II e a

aplicação da metodologia do capítulo III, tendo introduzido uma nova componente que

foi o produto turístico em estudo, As Quintas da Madeira.

Neste capítulo foram desenvolvidas várias definições do processo de planeamento

estratégico, as suas componentes e etapas. No planeamento estratégico a definição de

missão e visão, passando à análise macro e micro ambiente com o recurso às

ferramentas da PEST-E, o modelo das 5 Forças de Porter e a análise SWOT. No que se

refere à análise interna descreveu-se a Matriz BCG, a Matriz GE/McKinsey e o Modelo

dos 7’S da McKinsey.

Foi apresentada a segmentação do mercado, o posicionamento e os fatores de

diferenciação. Identificaram-se objetivos e estratégias genéricas, estratégias de

desenvolvimento e estratégicas de marketing.

Definiu-se o marketing mix para este estudo, com o produto e o seu ciclo de vida e o

processo de lançamento de novos produtos, o preço, a distribuição, a comunicação, as

pessoas, os processos e o serviço ao cliente. Finalmente, e para dar cumprimento a todos

os passos de um planeamento estratégico foi abordada a implementação e controlo.

No estudo de caso serão aplicadas para a parte de análise e caraterização do plano que

vai ser realizada através da análise estratégica por recurso às ferramentas PEST-E,

SWOT e ao Modelo das 5 Forças de Porter.

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67

CAPÍTULO III – Metodologia

3.1 Introdução

Este capítulo tem como objetivo apresentar a metodologia utilizada na execução do

presente estudo sobre o processo de planeamento estratégico do produto turístico

Quintas da Madeira.

Numa primeira fase é referida a metodologia seguida para a preparação de um trabalho

bem elaborado, tomando por base as sete etapas consideradas por Pizam (1994),

fazendo uma interligação entre estas e a aplicação efetuada ao longo do trabalho.

A utilização de um estudo de caso qualitativo e as razões que a justificam, bem como a

apresentação de algumas vantagens e limitações inerentes a este tipo de pesquisa

compõem a primeira fase deste capítulo destinado à metodologia.

Justifica-se, juntamente, através do ponto de vista de alguns autores, a escolha das

técnicas de amostragem e de recolha de dados, sobretudo, do questionário e a sua

utilização como fonte de pesquisa.

Finalmente, apresenta-se o modo de análise e interpretação dos dados adquiridos através

dos questionários.

3.2 Processo de Pesquisa

Segundo Pizam (1994), a investigação na área do turismo tem como objetivo principal

“fornecer informação que irá apoiar os gestores do sector do turismo a tomar decisões.

A investigação em turismo é um processo que se pode distinguir de outros pelos

seguintes aspetos: objetividade, reprodutibilidade e sistematização. Assim, a

objetividade obriga que o ponto de vista do investigador e a sua opinião pessoal sejam

excluídos da análise, para evitar que haja subjetividade na investigação. A

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reprodutibilidade implica que qualquer outro investigador, ao aplicar os mesmos

procedimentos nas mesmas condições de estudo, possa chegar ao mesmo resultado, isto

é, dado pela ausência de subjetividade. E, finalmente, a sistematização, isto é, o

processo de planeamento e organização pensado antes da investigação. Assim, é

fundamental realizar o planeamento da investigação, de forma a prever todas as fases da

investigação e assim alcançar os objetivos inicialmente definidos.

Na figura 3.1 encontra-se representado de uma forma sucinta o processo de pesquisa

aplicado a este trabalho e que será explicado nos pontos seguintes:

Figura 3.1 – Síntese do Processo de Pesquisa

Fonte: Adaptado de Pizam (1994)

3.3 Fases do processo de pesquisa

Pizam (1994) refere que o processo de investigação na área do turismo é constituído por

sete etapas:

Formulação problema Revisão literatura Clarificação de conceitos

Identificação das variáveis

Seleção Tipo

Pesquisa

Descritiva Estudo de

Caso

Seleção Técnica

Recolha de dados

Comunicação Direta

Dados Secundários

Questionário

Análise de Dados

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“a) Formulação do problema de investigação; b) revisão de literatura; c) definição de

conceitos, d) variáveis e hipótese; e) selecção do modelo de investigação; f) selecção da

técnica de recolha de dados e; g) selecção dos assuntos e planeamento do tratamento de

dados de análise”.

A OMT (cit. in Costa, 2005, p. 126) relata que a investigação em turismo deve ser

efetuada nas seguintes fases: “a) planeamento e justificação do problema; b) construção

do modelo teórico; c) determinação da população objeto do estudo e a amostra

correspondente; d) codificação e obtenção dos dados; e) análise dos resultados,

aplicação da investigação para os fins propostos e; f) as conclusões do estudo”.

Também Sancho et al (cit. in Costa, 2005), apresentam outra metodologia de

investigação em turismo, onde são referidas as fases de uma investigação. Segundo

estes autores, a investigação deve ser iniciada com a definição de objetivos, onde é feita

uma pesquisa na literatura, para se poderem definir a(s) hipótese(s) e a metodologia que

mais se adequa à investigação. Depois da escolha do método de investigação, este é

aplicado para depois se poderem analisar os resultados e estabelecer conclusões.

Assim, é possível verificar que existem vários modelos de investigação que são muito

semelhantes, tendo sido adotado neste trabalho o modelo de Pizam por ser o mais

orientado para o setor do turismo.

3.4 Problema e Objectivos

A Região Autónoma da Madeira tem no turismo uma das principais atividades

económicas, sendo esta uma atividade profundamente enraizada na cultura local e que

abrange, direta ou indiretamente, a grande maioria da população local.

O turismo pode ser o melhor amigo como o pior inimigo do desenvolvimento de uma

região, devendo por isso existir uma maior preocupação por parte dos privados e

entidades competentes na preservação e manutenção de um dos seus produtos turísticos,

as quintas madeirenses, deixando as características tradicionais serem realçadas e não

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ignoradas, de modo a que esta tipologia de alojamento continue a ser um fator de

diferenciação em relação a outros destinos (Quadro 3 do ponto 3.8). A recuperação

deste tipo de imóveis tradicionais destinados ao alojamento deve ser considerada uma

boa prática e alternativa à construção massificada das grandes unidades hoteleiras,

permitindo assim, que a história de uma cidade e por consequência da região,

permaneça viva.

Os planos estratégicos dos produtos turísticos devem ser elaborados tendo em vista o

apoio aos gestores das quintas da madeira. Seria uma mais-valia para este produto,

especificamente tendo em conta que é um produto novo que está em crescimento, e uma

vez que as tendências turísticas apontam para a personalização e individualização do

serviço. A manutenção do produto turístico “Quintas da Madeira” corresponde a um

novo produto da Madeira que poderá transformar-se num veículo importante para a

consolidação da imagem de qualidade da Madeira junto de um segmento alto,

informado e exigente.

Assim, pretende-se com este trabalho o desenvolvimento de um plano estratégico das

“Quintas da Madeira”, devido à importância deste produto na comunidade madeirense,

visando a antecipação, formalização e articulação das principais decisões a serem

tomadas para o produto “Quintas da Madeira”.

São definidos como objetivos específicos para a elaboração de um plano estratégico

para o produto “Quintas da Madeira”:

- Caraterização da oferta.

- Caraterização da procura.

- Análise da concorrência.

- Definição de objetivos

- Definição de estratégias.

- Definição de programas a implementar.

A análise estratégica será realizada por recurso às ferramentas PEST-E, SWOT e ao

Modelo das 5 Forças de Porter.

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71

3.5 Design da Pesquisa

Churchill (cit. in Maschieto, 2006,18) refere três tipos gerais de pesquisa em ciências

sociais, sendo estas abordagens as seguintes: a exploratória, a descritiva e a causal.

A classificação deste autor, partilhada por Malhotra (2006) e Mattar (1999), considera

quer o objetivo, quer o grau em que o problema da pesquisa se centra tal como se pode

verificar no quadro 3.1 que expõe a comparação entre os três tipos referidos de

pesquisa.

A grande maioria dos estudos qualitativos inicia-se com uma pesquisa exploratória

passível de várias interpretações e na qual se pede a pequenas ou a totalidade de

amostras de um grupo de indivíduos, devidamente selecionados, que expressem os seus

pontos de vista sobre determinada temática.

Refere Malhotra (cit. in Maschieto, 2006, 25) que cada um dos modelos ou design da

pesquisa: exploratório, descritivo ou causal – é aplicável a um problema em estudo. No

entanto, havendo insuficiente conhecimento sobre o problema, o design exploratório

será o ponto de partida podendo ser utilizado, a qualquer momento e como

complemento um design descritivo ou causal.

Na pesquisa exploratória o objetivo é descobrir ideias e perceções, com caraterísticas

flexíveis, versáteis, sendo muitas das vezes o ponto de partida de toda a conceção de

pesquisa, sendo utilizados os métodos dos questionários com especialistas,

levantamentos-piloto, dados secundários e pesquisa qualitativa. A pesquisa exploratória

baseia-se em dados primários e/ou secundários. Dados primários (quer quantitativos

quer qualitativos) são utilizados pelas organizações como coadjuvante à tomada de

decisões e requer a reunião de dados que não podem ser obtidos via outra fonte, ou seja,

via dados secundários. O modelo de pesquisa exploratória é utilizado para explorar a

situação do problema, ou seja, atendendo à obtenção de ideias e informações relevantes

em relação ao problema em estudo. O objetivo deste método de pesquisa é a descoberta

de ideias e levantamento de factos esclarecedores caraterizando-se por ser um modelo

flexível e versátil.

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Quadro 3.1: Comparação entre três tipos gerais de pesquisa

Pesquisa Exploratória Pesquisa Descritiva Pesquisa Causal

Ob

ject

ivo

s

Descobrir ideias e informações

relevantes

Descrever as caraterísticas e

funções

Determinar relações causa /

efeito

Ca

ract

erís

tica

s

Flexível e versátil

Informação a pesquisar é

definida apenas

superficialmente

Usualmente é a primeira

etapa de projectos

conclusivos

Análise qualitativa

Amostra pequena e não

representativa

estatisticamente

Resultados obtidos são

hipóteses formuladas

Definida pela prévia

formulação de hipóteses

Informação a pesquisar é

claramente definida e

formalmente estruturada

Análise quantitativa

Amostra grande e

representativa

Resultados conclusivos

Precedida por formulação

teórica robusta

Manipulação de variáveis

independentes medindo-se

efeitos sobre as variáveis

dependentes

Controlo de variáveis

externas ao problema

Análise quantitativa

conclusiva

Mét

od

os

Questionários /questionários

em profundidade

Grupos de foco

Análise dados secundários

Pesquisa de campo (surveys)

Painéis

Observação sistemática

Experiências

Fonte: Adaptado de Malhotra (cit in Maschieto, 2006)

Na pesquisa descritiva o objetivo é descrever caraterísticas ou funções de mercado com

caraterísticas marcadas pela formulação prévia de hipóteses específicas e conceção pré-

planeada e estruturada, sendo utilizados os métodos dos dados secundários,

levantamentos, painéis e dados de observação e outros dados.

Finalmente, a pesquisa causal tem como objetivo determinar relações de causa e efeito,

com caraterísticas de manipulação de uma ou mais variáveis independentes e com

controlo de outras e variáveis intermediárias com utilização do método experimental.

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No caso presente, um estudo exploratório constitui a primeira parte do modelo de

pesquisa aplicado, tendo sido feito um levantamento de dados secundários sobre a

marca e o produto “Quintas da Madeira”. Os estudos qualitativos partem do principio

que há atitudes e motivações a serem exploradas e para as quais podem não haver

respostas previstas. No caso específico “Quintas da Madeira” a pesquisa qualitativa é

essencial para entender o posicionamento, a comunicação e os valores deste alojamento

através dos seus gestores.

Na segunda parte deste estudo foi utilizado um design descritivo, através da aplicação

de questionários aos oito gestores das oito Quintas da Madeira que estão integradas na

marca.

3.6 Processo de Amostragem

Em conformidade com Malhotra (2006), a amostragem é um dos componentes de uma

conceção de pesquisa. A sua formulação é o terceiro passo de um processo de pesquisa

de marketing. Será nesta ocasião do processo, que a informação necessária para abordar

o problema da pesquisa de marketing já foi identificada bem como a natureza da

pesquisa: exploratória, descritiva ou causal.

O processo de elaboração da amostragem inclui cinco etapas; definição da população-

alvo, a composição da amostra, escolha da técnica de amostragem, determinar o

tamanho da amostra, e executar o processo de amostragem.

De acordo com Malhotra (2006:320-340), os métodos para selecionar uma amostra

podem ser agrupados em dois grupos seguintes: Amostras Casuais, Probabilísticas ou

Aleatórias e Amostras Não Casuais, Não Probabilísticas ou Não Aleatórias.

Os métodos de amostragem probabilísticos são preferíveis quando o investigador

pretende extrapolar com confiança para o universo os resultados obtidos a partir da

amostra. Neste tipo de amostragem é possível demonstrar a representatividade da

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amostra assim como calcular estatisticamente o grau de confiança com o qual as

conclusões tiradas da amostra se aplicam ao universo.

Os métodos de amostragem não probabilísticos não são aconselháveis quando se

pretende extrapolar para o universo os resultados e conclusões obtidos com a amostra,

contudo, poderão ser muito úteis no início de uma investigação, por exemplo, para

testar as primeiras versões de um questionário. Dentro destes métodos, os mais

vulgarmente utilizados são: a amostragem por conveniência e a amostragem por quotas.

A amostragem por conveniência é um tipo de amostragem não representativo da

população. Ocorre quando a participação é voluntária ou os elementos da amostra são

escolhidos por uma pergunta de conveniência do entrevistador. Deste modo, o processo

amostral não garante que a amostra seja representativa, pelo que os resultados desta só

se aplicam a ela própria.

Na amostragem por quotas pode ser realizada uma escolha de uma amostra não aleatória

de tamanho determinado pela fração de amostragem.

A escolha dos respondentes seguiu um método não probabilístico por julgamento,

incluindo assim, os oito gestores das oito quintas da Madeira que pertencem à

associação das “Quintas da Madeira”, ou seja, que se encontram integradas na marca do

produto turístico “Quintas da Madeira”, em função dos objetivos delineados para a

execução deste trabalho.

3.7 Método de Recolha de Dados

No desenvolvimento de uma investigação podem ser utilizadas várias metodologias,

sendo que o investigador deve escolher qual a mais indicada para o tipo de investigação

desejada. Antes de começar qualquer tipo de investigação é fundamental perceber quais

os objetivos de estudo, para depois definir os tipos de pesquisas que devem ser

efetuadas e quais os métodos mais corretos. Quando o objetivo da investigação inclui a

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recolha de dados primários, é essencial escolher o método de recolha de dados que mais

se adapte à investigação.

O questionário foi o método escolhido para a recolha dos dados primários. Segundo

Malhotra (2004) um questionário é uma técnica estruturada para a recolha de dados que

consiste numa série de perguntas, escritas ou verbais, que deverão ser consumadas pelo

respondente.

De acordo com Malhotra (2001), para a recolha de dados, no levantamento de

informações, são empregues as seguintes técnicas de interrogação: a entrevista, o

questionário e o formulário. Por questionário, entende-se um conjunto de perguntas, que

é respondido por escrito pelo respondente. A entrevista é uma técnica que envolve duas

pessoas nas quais uma delas formula perguntas e a outra responde. O formulário é

definido como a técnica de recolha de dados em que o entrevistador formula perguntas

previamente elaboradas e anota as respostas.

Analisando cada uma das três técnicas, pode verificar-se que o questionário constitui

uma excelente opção pelos inúmeros benefícios da sua utilização: é mais rápido, é mais

barato e não exige treino do pessoal e garante o anonimato do entrevistado.

Malhotra (2001), define o questionário como uma

“…técnica estruturada para a colecta de dados, que consiste numa série de

perguntas (escritas ou verbais) a que um entrevistado deve responder.”

O questionário de uma maneira geral possui três objetivos específicos, que são:

a) Traduzir a informação desejada num conjunto de perguntas específicas às

quais os respondentes tenham condições de responder. A elaboração das

perguntas é uma tarefa difícil, pois duas maneiras aparentemente

semelhantes, de formular uma pergunta podem gerar informações

divergentes, sendo este objetivo um desafio;

b) Motivar e incentivar os respondentes a envolverem-se no assunto, de forma a

cooperarem e colaborarem com a pesquisa. Ao projetar um questionário, o

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pesquisador necessita de minimizar o cansaço e o aborrecimento do

entrevistado, e igualmente esforça-se para atenuar as respostas incompletas e

a não resposta, fazendo com que o questionário não seja cansativo,

elaborando-o da forma mais coesa possível;

c) Minimizar o erro na resposta, que é aquela situação que surge quando os

entrevistados dão respostas imprecisas, ou quando as respostas são registadas

ou analisadas incorretamente. Um questionário pode ser uma fonte

importante de erros nas respostas. Minimizar esses erros deve ser

considerado como um objetivo importante no planeamento de um

questionário.

Comummente, podem detetar-se vários erros num questionário preparado ao acaso, sem

uma base teórica, ou quando este não tem um objetivo definido. Ao preparar um

questionário, o pesquisador deve escolher refletidamente as perguntas, a sua forma, o

tipo de redação e a sua sequência. Um erro comum é incluir perguntas que não podem

ou não precisam de ser respondidas e omitir outras que devem ser respondidas.

As perguntas menos interessantes devem ser eliminadas e também deve ser considerado

como a forma da pergunta pode induzir a resposta. As perguntas diferenciam-se entre

perguntas abertas, que permitem que os respondentes utilizem as suas próprias palavras

para definir as respostas e perguntas fechadas, que determinam todas as respostas

possíveis, e os respondentes escolhem entre elas.

Normalmente, as perguntas fechadas fornecem respostas de mais fácil interpretação

para tabelar, sendo estas particularmente úteis na fase exploratória da pesquisa, quando

o pesquisador está preocupado em saber como as pessoas pensam e não em medir

quantas pessoas pensam de determinada maneira.

Sekaran (2000) acrescenta que as respostas estão usualmente limitadas a um conjunto

fechado de alternativas. Segundo esta autora, um questionário é um meio eficiente de

recolha de dados quando o investigador sabe exactamente aquilo que é requerido e

como medir as variáveis de interesse.

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De acordo com Burns e Bush (1999) um questionário serve seis funções chave:

1. Exprime o objetivo da investigação em perguntas específicas que são aplicadas aos

respondentes.

2. Cria um padrão nas perguntas e categoriza as respostas de forma a todos os

respondentes receberem o mesmo estímulo.

3. Através da redação das perguntas, o seu fluxo e aparência, é estimulada a cooperação

e mantém os respondentes motivados ao longo de todo o processo de resposta do

questionário.

4. Servem como registos permanentes da pesquisa.

5. Tornam mais eficaz o processo de análise de dados.

6. Contêm a informação na qual recai a credibilidade aquando de eventuais testes de

validação à participação dos respondentes nos respetivos questionários.

Para cumprir com os objetivos desta investigação foi essencial fazer dois tipos de

pesquisa, primeiro foi efetuada a pesquisa de dados secundários, seguidamente foram

realizados questionários com perguntas abertas e fechadas com o objetivo de obter

dados primários.

O questionário, apresenta uma relação padronizada e fixa de perguntas (questionário ou

formulário), cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos os questionários,

que geralmente são em grande número.

O questionário é uma técnica de pesquisa que visa obter informações de interesse a uma

investigação, onde o pesquisador formula perguntas orientadas, com um objetivo

definido, frente a frente com o respondente e dentro de uma interação social.

Segundo Malhotra (2006), os questionários realizados com especialistas, os gestores,

são mais vantajosos em pesquisas de marketing realizadas para as empresas industriais e

para produtos de natureza técnica, quando é relativamente fácil de identificar os

especialistas e abordá-los. Este método é também muito útil em situações nas quais é

escassa a disponibilidade de informações de outras fontes, como no caso de produtos

novos.

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Para poder obter uma boa taxa de resposta foi essencial o investigador estabelecer

contatos, o mais direto possível, com os elementos da população a estudar, de forma a

explicar a sua importância para o sucesso do estudo. No caso desta investigação foi

estabelecido um contacto inicial por telefone de forma a explicar a importância da

investigação e a solicitar a participação no estudo. Nesta fase foi fundamental alguma

insistência na resposta ao e-mail com o questionário que fizeram parte do questionário,

por isso a flexibilidade e a insistência do investigador são fatores fundamentais para o

sucesso da investigação. Não foram agendadas reuniões, seis dos oito gestores

responderam ao questionário enviado por e-mail.

Foram formuladas por correio eletrónico através de e-mail quarenta e oito perguntas aos

oito gestores das Quintas da Madeira pertencentes ao produto turístico das “Quintas da

Madeira” que estão na marca e que pertencem à Associação das “Quintas da Madeira”.

No início desta investigação eram dez as quintas da madeira que pertenciam à

Associação, tendo-se alterado para oito Quintas da Madeira aquando da aplicação dos

questionários.

O guião dos questionários foi implementado atendendo ao processo da elaboração de

um planeamento estratégico em turismo, para o caso das Quintas da Madeira. Para isso,

a ligação das perguntas efetuadas nos questionários dizem respeito aos objetivos

específicos delineados para este trabalho e de acordo com o Apêndice I.1 (Guião de

questionário para os oito gestores das oito Quintas da Madeira), de acordo com o

apresentado no quadro 3.2 seguinte.

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Quadro 3.2 Ligação das perguntas do guião aos objetivos específicos

Perguntas Objetivos Específicos

1 e 2 Importância e Existência de um PE

3 e 29 Análise de concorrência

4, 5, 16 e 22 Fatores diferenciadores do produto QM

6 e 32 Objetivos chave para o PE

7 Análise PEST-E

8, 9, 10 e 11 Análise Swot

12, 13, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24 e 30 Segmentação de mercado e o posicionamento (Estratégias genéricas)

25, 26 e 27 Estratégias de Desenvolvimento

28, 31, 33, 33.1, 34, 35, 36, 37, 38 e 39 Estratégias de Marketing

40, 41, 42, 43, 44, 45, 46.1, 46.2, 46.3, 46.4, 46.5, 46.6 e 46.7 Marketing Mix

47.1, 47.2 e 48 Implementação e Controlo

Fonte: Elaboração pelo próprio

De seguida segue-se a descrição dos métodos de análise de dados, resultantes da ligação

das perguntas com os objetivos específicos delineados para a execução deste trabalho.

3.8 Análise de Dados

A finalidade da análise de conteúdo será pois efetuar inferências, com base numa lógica

explicitada, sobre as mensagens cujas caraterísticas foram inventariadas e

sistematizadas. A análise de conteúdo é uma técnica de tratamento da informação, não é

um método. Enquanto técnica de pesquisa, a análise de conteúdo exige a maior

explicitação de todos os procedimentos utilizados (Vala, 1986). A análise de conteúdo é

hoje uma das técnicas mais comuns na investigação empírica realizada pelas diferentes

ciências humanas e sociais.

No quadro 3.3 estão representados os possíveis domínios da análise de conteúdo.

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Quadro 3.3 – Domínios Possíveis da Adaptação da Análise de Conteúdo

Código e suporteUma pessoa

"monólogo"

Comunicação dual,

"diálogo"Grupo restrito Comunicação de massa

LINGUÍSTICO

Escrito Agendas, maus

pensamentos,

congeminações, diários

íntimos.

Cartas, respostas a

questionários, a testes

projectivos, trabalhos

escolares.

Ordens de serviço numa

empresa, todas as

comunicações escritas,

trocadas dentro de um

grupo.

Jornais, livros, anúncios

publicitários. Cartazes,

literatura, textos jurídicos,

panfletos.

Oral Delírio do doente

mental, sonhos.

Entrevistas e

conversações de

qualquer espécie.

Discussões, entrevistas,

conversações de grupo

de qualquer natureza.

Exposições, discursos,

rádio, televisão, cinema,

publicidade, discursos.

ICÓNICO (sinais, grafismos,

imagens. Fotografias, files, etc.)

Garatujas mais ou

menos automáticas,

grafitos, sonhos.

Respostas aos testes

projectivos, comunicação

entre duas pessoas

através da imagem.

Toda a comunicação

icónica num pequeno

grupo (por exemplo:

símbolos icónicos numa

sociedade secreta, numa

casta…).

Sinais de trânsito,

cinema, publicidade,

pintura, cartazes,

televisão.

OUTROS CÓDIGOS SEMIÓTICOS

(isto é, tudo o que não sendo

linguístico, pode ser portador de

significações; exemplo: música,

código olfactivo, objectos diversos,

comportamentos, espaço, tempo,

sinais patológicos, etc.).

Manifestações

histéricas da doença

mental, posturas,

gestos, tiques, dança,

colecções de objectos.

Meio físico e simbólico:

sinalização urbana,

monumentos, arte…;

mitos, estereótipos,

instituições, elementos

de cultura.

Número de pessoas implicadas na comunicação

Comunicação não verbal com destino a outrem

(posturas, gestos, distância espacial, sinais

olfactivos, manifestações emocionais, objectos

quotidianos, vestuário, alojamento…),

comportamentos diversos, tais como os ritos e as

regras de cortesia.

Fonte: Adaptado de Bardin (1977)

No presente trabalho, o suporte será escrito e a comunicação dual através da aplicação

de questionários aos oitos gestores das quintas da madeira.

As condições de produção de uma análise de conteúdo são: os dados de que dispõe o

analista encontram-se já dissociados da fonte e das condições gerais em que foram

produzidos; o analista coloca os dados num novo contexto que constrói com base nos

objetivos e no objeto da pesquisa; para proceder a inferências a partir dos dados, o

analista recorre a um sistema de conceitos analíticos cuja articulação permite formular

as regras da inferência.

Ao proceder à análise de conteúdo de um texto, um documento, uma entrevista ou

qualquer outro material, o investigador formula uma série de perguntas que se podem

sistematizar da seguinte forma (Vala, 1986):

- Com que frequência ocorrem determinados objetos (o que acontece e o que é

importante).

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- Quais as caraterísticas ou atributos que são associados aos diferentes objetos (o que é

avaliado e como).

- Qual a associação ou dissociação entre os objetos (a estrutura de relações entre

objetos).

A primeira questão pressupõe o recurso a uma quantificação simples. A análise de

frequência permite inventariar as palavras ou símbolos chave, os temas maiores, os

temas ignorados, os principais centros de interesse, entre outros. Esta análise de

ocorrências visa determinar o interesse da fonte por diferentes objetos ou conteúdos. A

hipótese implícita é a de que quanto maior for o interesse do emissor por um dado

objeto maior será a frequência de ocorrência, no discurso, dos indicadores relativos a

esse objeto.

A segunda questão liga-se ao estudo avaliativo dos objetos referidos pela fonte. Estão

neste caso em causa as atitudes favoráveis e desfavoráveis da fonte e o seu sistema de

valores. Esta análise avaliativa está assim relacionada com o estudo das atitudes da

fonte relativamente a determinados objectos.

A terceira questão sugere uma mudança de nível em relação às práticas dominantes em

análise de conteúdo: o material a analisar não é pensado como um conjunto informe mas

como uma estrutura; o analista procura passar do inventário dos referentes da fonte para

a análise do sistema de pensamento da fonte. Esta análise estrutural visa permitir

inferências sobre a organização do sistema de pensamento da fonte implicado no

discurso que se pretende estudar.

De acordo com Bardin (1977) a técnica da análise de conteúdo comporta as seguintes

fases:

1) Pré-análise.

2) Exploração do material.

3) O tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.

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A pré-análise tem três missões: escolha dos documentos a serem submetidos à análise, a

formulação das hipóteses e dos objectivos e a elaboração de indicadores que

fundamentem a interpretação final.

Nesta investigação, os documentos a analisar são as transcrições dos questionários

aplicados aos oito gestores das quintas da madeira, sendo o objetivo, conforme já

referido, a elaboração de um plano estratégico para que assuma um papel

preponderante, visando a antecipação, formalização e articulação das principais

decisões a serem tomadas para o produto “Quintas da Madeira”.

É necessário saber porque é que se analisa e explicitá-lo de modo a que se possa saber

como analisar. Tratar o material é codificá-lo. A codificação corresponde a uma

transformação – efetuada segundo regras precisas – de dados brutos de texto,

transformação esta que, por recorte, agregação e enumeração, permite atingir uma

representação do conteúdo, ou da sua expressão, susceptível de esclarecer o analista

acerca das caraterísticas do texto, que podem servir de índices: “a codificação é o

processo pelo qual os dados brutos são transformados sistematicamente e agregados em

unidades, as quais permitem uma descrição exata das caraterísticas pertinentes do

conteúdo”. Ainda segundo Bardin (1977) a organização da codificação compreende três

escolhas (no caso de uma análise quantitativa e categorial):

O recorte: escolha das unidades.

A enumeração: escolha das regras de contagem.

A classificação e agregação: escolha das categorias.

Na figura 3.2 estão representados os passos a seguir no desenvolvimento de uma análise

de conteúdo.

A categorização consiste na operação de classificação de elementos constitutivos de um

conjunto por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o género

(analogia), com os critérios previamente definidos (Bardin, 1977).

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83

Figura 3.2 – Desenvolvimento de uma análise de conteúdo

Leitura “flutuante”

Formulação das hipóteses e

dos objectivos

Dimensão e direcções de

análise

Referenciação dos índices

Elaboração dos indicadores

Regras de recorte, de

categorização, de codificação

“Texting” das técnicas

Escolha de documentos

Constituição do corpus

Preparação do material

Leitura “flutuante”

EXPLORAÇÃO DO MATERIAL

TRATAMENTO DOS RESULTADOS E

INTERPRETAÇÕES

Operações estatísticas

Síntese e selecção dos

resultados

Provas de validação

Inteferências

Interpretação

Utilização dos resultados de

análise com fins teóricos ou

pragmáticos

Outras orientações para um

nova análise

PRÉ-ANÁLISE

Fonte: Adaptado de Bradin (1977)

As categorias são rubricas ou classes, as quais reúnem um grupo de elementos

(unidades de registo) sob um título genérico, agrupamento esse afetado em razão dos

carateres comuns destes elementos. O critério de categorização pode ser semântico

(categorias temáticas) sintático (exemplo verbos), léxico (exemplo sentido) e

expressivo. Em análise de conteúdo, a mensagem pode ser submetida a uma ou várias

dimensões de análise.

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Segundo Bardin (1977), a categorização é um processo de tipo estruturalista e comporta

duas etapas:

O inventário: isolar os elementos.

A classificação: repartir os elementos, e portanto procurar ou impor uma certa

organização às mensagens.

E pode empregar dois processos inversos, de acordo com o apresentado anteriormente:

- é fornecido o sistema de categorias e repartem-se da melhor maneira possível os

elementos, à medida que vão sendo encontrados, ou

- o sistema de categorias não é fornecido, antes resulta da classificação analógica e

progressiva dos elementos. O título concetual de cada categoria, somente é definido no

final da operação.

A construção de um sistema de categorias pode ser feita a priori ou a posteriori, ou

ainda através da combinação destes dois processos. Se a interação entre o quadro teórico

de partida do analista, os problemas concretos que pretende estudar e o seu plano de

hipóteses permitem a formulação de um sistema de categorias e o que lhe importa é a

detecção da presença ou da ausência dessas categorias no corpus, então o analista optará

por categorias definidas a priori.

A definição de categorias a priori será a seguida na análise dos dados dos questionários

deste trabalho.

A homogeneidade: um único princípio de classificação deve governar a sua

organização. Num mesmo conjunto categorial só se pode funcionar com um

registo e com uma dimensão de análise. Ou seja, as categorias devem ser

homogéneas, não se misturar.

A exclusão mútua: cada elemento não pode existir em mais do que uma divisão.

Quer isto dizer que as categorias devem ser exaustivas: esgotar a totalidade do

texto, ou seja, que todas as unidades de registo possam ser colocadas numa das

categorias.

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Para a análise dos dados recolhidos nos questionários realizados aos gestores das

Quintas da Madeira, foi usado o método da análise de conteúdo. Em cada resposta

foram identificadas palavras ou frases que pertencem a cada uma das categorias de

análise, a saber:

Quadro 3.4. Categorias de análise

Perguntas Objetivos Específicos Categorias

1 e 2 Importância e Existência de um PE Planeamento estratégico

3 e 29 Análise de concorrência Vantagens competitivas das QM

4, 5, 16 e 22 Fatores diferenciadores do produto QM Diferenciação do produto QM

6 e 32 Objetivos chave para o PE Objetivos específicos e gerais

7 Análise PEST-E

Fatores económicos, tecnológicos, fiscais, laboral

e ambientais

8, 9, 10 e 11 Análise Swot Pontos Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades, Ameaças

12, 13, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24 e 30

Segmentação de mercado e o

posicionamento Estratégias Genéricas

25, 26 e 27

Novos Serviços, consolidação/procura

dos mercados Estratégias de Desenvolvimento

28, 31, 33, 33.1, 34, 35, 36, 37, 38 e 39 Estratégias de Marketing

Vantagens concorrentes, Tx repetição, Ciclo Vida produto,

Como é feita Promoção

40, 41, 42, 43, 44, 45, 46.1, 46.2,

46.3, 46.4, 46.5, 46.6 e 46.7 Marketing Mix

Comunicação, distribuição, preço, promoção/msg e

planos de ação para o mix

47.1, 47.2 e 48 Implementação e Controlo Sinergias, implementar

Fonte: Elaboração pelo próprio

3.9 Conclusão

Neste capítulo fundamentou-se a abordagem metodológica utilizada ao longo deste

trabalho de investigação. A utilização do método de pesquisa qualitativo, a escolha dos

dados secundários internos e externos, o questionário, são aspetos que foram

justificados ao longo deste capítulo.

Apresentou-se assim, a metodologia utilizada para o desenvolvimento desta

investigação, no respeitante à recolha de informação relevante para este estudo de caso e

o seu tratamento. De salientar que o questionário foi base fundamental para a obtenção

de dados reais e concretos sobre o posicionamento dos oito gestores das oito Quintas da

Madeira.

No desenvolvimento de uma investigação podem ser utilizadas várias metodologias, o

investigador deve escolher qual a mais indicada para o tipo de investigação desejada.

Antes de começar qualquer tipo de investigação é fundamental perceber quais os

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objetivos de estudo, para depois definir os tipos de pesquisas que devem ser efetuadas e

quais os métodos mais corretos. Quando o objetivo da investigação inclui a recolha de

dados primários, é essencial escolher o método de recolha de dados que mais se adapte à

investigação. Para cumprir com os objetivos desta investigação foi essencial fazer dois

tipos de pesquisa, primeiro foi efetuada a pesquisa de dados secundários, seguidamente

foram aplicados questionários com perguntas abertas e fechadas com o objetivo de obter

dados primários.

Para poder obter uma boa taxa de resposta foi essencial o investigador estabelecer

contatos, o mais diretos possíveis, com os elementos da população a estudar, de forma a

explicar a sua importância para o sucesso do estudo. No caso desta investigação foi

estabelecido um contato inicial por telefone de forma a explicar a importância da

investigação e a solicitar a participação no estudo através do envio das perguntas do

questionário por correio eletrónico através do e-mail. Nesta fase foi fundamental alguma

insistência, por isso a flexibilidade e a insistência do investigador foram fatores

fundamentais para o sucesso da investigação. Seguidamente, foi realizado novo contato

telefónico com o objetivo de confirmar e aprofundar algumas das perguntas constantes

do questionário.

Desta forma é possível concluir que cada fase da investigação é importante, por isso o

investigador deve ter sempre em atenção qual é a melhor metodologia a aplicar em cada

etapa, visto que um erro em qualquer das fases do estudo pode comprometer os

resultados.

No capítulo IV será abordada a caraterização das oito Quintas da Madeira em estudo, a

análise dos modelos utilizados, sendo também apresentados e discutidos os resultados

dos questionários.

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CAPÍTULO IV – O Caso das “Quintas da Madeira”

4.1 Introdução

Este capítulo tem como finalidade apresentar os resultados da investigação. No início é

feita uma caraterização das empresas e dos estabelecimentos de alojamento das

“Quintas da Madeira”, e seguidamente são apresentados os resultados da análise das

respostas dos questionários realizadas aos oito gestores das oito Quintas da Madeira,

relativa ao processo de planeamento estratégico sobre as “Quintas da Madeira”.

No último ponto são avançadas as contribuições e recomendações desta pesquisa,

através de propostas ao nível dos objectivos, estratégia e programas de ação a serem

implementados nas Quintas da Madeira.

4.2. Caraterização do Produto Turístico “Quintas da Madeira”

As Quintas da Madeira surgem da necessidade de preservar um interessante espólio da

história da ilha da Madeira. A sua génese está ligada à ideia de um grupo de

empresários que se reuniu sob uma marca distinta de oferta hoteleira da ilha da Madeira.

4.2.1 Definição e conceito no âmbito histórico

Segundo Meneses e Silva (1984), o termo e definição de Quinta na ilha da Madeira,

costuma designar uma propriedade rústica e urbana, de maior ou menor extensão,

murada em todo o seu perímetro ou ao menos numa parte considerável dele, contendo

sempre uma boa casa de habitação, rodeada de jardins e passeios com maciços de

árvores. Dá-lhe acesso uma porta gradeada de ferro, de certo aparato arquitetónico,

comunicando com um passeio que conduz diretamente à casa. Muitas Quintas abrangem

terrenos cultivados de vinha e cana-de-açúcar, hortas pomares e arvoredos. Algumas

delas possuem construções destinadas a diversos serviços agrícolas, estábulos e

habitações dos caseiros, tendo as mais antigas, além da casa nobre de moradia, uma

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capela adjunta, outrora para uso privativo dos seus proprietários. A Quinta é um tipo de

propriedade associada à aristocracia e evoca uma vivência de abundância. As Quintas

da Região Autónoma da Madeira estão geralmente associadas a membros influentes ou

abastados da sociedade, sendo a melhor definição para a palavra "Quinta" como uma

parte de terra para cultivar ou para semear. A definição inclui, ainda, diversas variações:

uma propriedade rústica com uma casa de campo, árvores e campos de cultivo, num

espaço definido e normalmente murado. As quintas possuem casa mãe com alguma

relevância histórica, na sua maioria têm amplos jardins com variedade mais ou menos

importante de flora endémica, e mais recentemente tornaram-se unidades hoteleiras com

grande atenção ao serviço e ao detalhe, aliando edifícios antigos e ofertas modernas

num agradável conjunto final.

São hotéis que contam um pouco da história da Madeira, cada uma à sua maneira. Umas

expondo espectaculares colecções de objectos de outros tempos, outras com escritos que

passam de geração para geração. O produto turístico das “Quintas da Madeira”, foi

abraçado pelas autoridades regionais como uma marca da Ilha, pela sua força e

distinção, tornando-se numa marca oficial.

4.2.2 Definição e Conceito no âmbito Patrimonial

Foi feita uma análise das dez quintas da Madeira integradas no produto turístico da

marca “Quintas da Madeira” e que segundo Meneses e Silva (1984) a mais importante e

sumptuosa quinta da Ilha da Madeira é a Quinta da Casa Velha do Palheiro Ferreiro.

A Quinta Casa Velha do Palheiro Ferreiro agora designada, que nasceu em 1804 como

pavilhão de caça e residência de Verão do 1º Conde de Carvalhal, João Esmeraldo. Nos

tempos primordiais da quinta, o Conde importou espécies de árvores do mundo inteiro e

consta que muitos exemplares de árvores raras foram oferecidos ao Conde por D. João

VI e também por comandantes de navios. Mais tarde, em 1885, John Burden Blandy

comprou a herdade que se mantém até hoje na posse da família Blandy. Em 1995

iniciou-se o restauro da Casa Velha e em 1997 foi inaugurada como estalagem. Valores

como a hospitalidade e o atendimento personalizado são algumas das caraterísticas que

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distinguem a Estalagem Casa Velha do Palheiro, para além da Casa de Chá, localizada

entre os famosos Jardins do Palheiro e o Palheiro Golf - com os greens mais famosos da

Madeira.

A Quinta do Albatroz Beach & Yacht Club, em Santa Cruz, foi construída em 1930 por

um empresário madeirense chamado Freitas Branco e vendida ao Dr. Américo Durão

em 1940, um conceituado cirurgião que chegou à Ilha da Madeira em 1929, decidiu

então ao longo dos anos ampliar a casa mãe e comprar todo o terreno envolvente

ficando no total com 14.000 metros. Faleceu em 1984 e a sua viúva decidiu dar

continuidade aos trabalhos decidindo então por remodelar a Quinta Madeirense, criando

espaços de lazer e deporto e os jardins foram também remodelados. A quinta com uma

frente mar privativa de 400 metros, localizado a menos de 10 minutos do Santo da Serra

Golfe, sede do Madeira Open e, a 15 minutos do Palheiro Golfe, reúne as condições

ideais tanto para os praticantes de Golfe como para os amantes do mar, inaugurada

como estalagem em 2002.

A Quinta da Bela Vista, uma casa luminosa de 1844 encontram-se três séculos em

antiguidades. Em 1864 a Quinta foi vendida e depois em 1873 foi cedida ao conhecido

político e Jurista Conselheiro José Dias Ferreira. Por volta do ano 1900 Manuel José

Perestrelo Favila Vieira compra a Quinta e morre em 1923 sem ter deixado filhos. O

Conde da Torre Bela aluga a Quinta nesta altura onde casa e tem duas filhas. Enquanto

viviam na Quinta toda o terreno envolvente estava cultivado com bananeiras, árvores de

frutos, cana-de-açúcar e vinha. Em 1972 o Dr. Roberto Favila Ornelas Monteiro como

descendente recupera a Quinta da Bela Vista. Foram necessários 10 anos para provar

que a Quinta é rentável. Em 1989, O Dr. Roberto Ornelas Monteiro e a família

conseguem a classificação da Quinta da Bela Vista como estalagem de 5 estrelas.

A Quinta da Casa Branca, pertence à família Leacock desde o século XVIII. A sua

abertura deu-se em 1998, como "boutique hotel" de 5 estrelas situado perto do centro da

cidade do Funchal, proporciona aos seus clientes um serviço personalizado, exclusivo e

de qualidade ímpar. Este arrojado projeto arquitetónico e a sua harmoniosa integração

dentro de uma vasta antiga quinta madeirense foi fortemente aclamado pela imprensa

especializada e galardoado com o Prémio de Arquitetura do Funchal em 1999. Em

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Agosto de 2002, após conclusão de uma ampliação e remodelação do Hotel, a

Estalagem Quinta da Casa Branca é admitida como único membro em Portugal da

prestigiada e exclusiva cadeia de hotéis e resorts independentes - "Small Luxury Hotels

of the World".

A Quinta Jardins do Lago, situada no Funchal, diz-se que a pequena "Achada" ou

planalto que pende sobre a ribeira de Santa Luzia foi adquirida por um rico mercador,

no século 16, edificada no século XVIII, em 1750, por um português e então tornou-se a

residência de verão dos bispos do Funchal, que a venderam no início do século 19 a

William Penfold. Este inglês viveu no Funchal desde cerca de 1803 e em 1813 em

parceria com Henry Veitch continuaram com a Quinta. A Quinta foi residência do

Major-General William Carr Beresford (mais tarde Lord Beresford), o comandante das

tropas inglesas que ocuparam a Ilha em 1807, tendo o mesmo ampliada a quinta. A

quinta sofreu um grave incêndio tendo ficado destruída. Em 1907 a Quinta foi dada

como prenda de um casamento Blandy. A Quinta já não pertence à família Blandy e foi

inaugurada como estalagem em 2000, está rodeada por um grande jardim botânico

composto por raros exemplares de árvores centenárias e belas flores exóticas,

originárias das mais diferentes latitudes do mundo.

A Quintinha de São João, também conhecida como a “Quinta dos herdeiros de São

João”, propriedade de Diogo Berenguer um sobrinho do Visconde de São João, título

este extinto em 1871. Ao longo dos anos a quinta foi deteriorando-se e por razões

complexas a propriedade foi dividida em duas partes. O australiano Maurice Faber

comprou uma parte e construí a Quintinha de São João numa pequena parte das terras.

A entrada da quinta foi distinguida com uma parede de azulejos. O Dr. Rui Bettencourt

da Câmara e a sua mulher Dona Margarida das Rocha Machado ampliaram a quinta e

nela construíram a capela dedicada a Nossa Senhora da Redenção e Mercês. O Dr. Rui

Bettencourt da Câmara faleceu na quinta e o funeral teve lugar na capela. Em 1982 o

Faber vendeu a quinta ao José Barreto atual dono, tendo tornado a quintinha de São

João numa estalagem de cinco estrelas.

A propriedade que hoje pertence à Quinta do Furão, pertenceu a Fernando Cunha a

maior parcela a Francisco Maria Jardim - um grande proprietário de terras, era inclusive

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dono da metade do Sítio da Achada do Gramacho. Era casado com uma Viscondessa; à

qual à sua ascendência (real) estava associado um animal e este era um Furão;

considerado pela realeza como um símbolo de status e de nobreza. Em virtude do

casamento entre os dois foi atribuído carinhosamente a Francisco Maria Jardim a

alcunha de 'Furão' e posteriormente ao único filho do casal Francisco Maria Jardim

Júnior que ‘herdou’ a respectiva alcunha. Dando assim origem ao nome da Quinta e ao

seu logótipo: a coroa (realeza) e o furão (animal). O terreno era coberto com árvores e

dividido pela pequena passagem transversal que atravessa a Quinta. Mais tarde as

árvores foram cortadas para se dar lugar a uma plantação de vinha.

Entretanto, Francisco Maria Jardim Júnior e a sua mulher Olga Isaura Gonçalves Eiras

procederam a algumas alterações na casa principal do terreno, nomeadamente a

mudança da sua cobertura de colmo para telha, com esta curiosidade, a sua estrutura

principal foi respeitosamente mantida nomeadamente a cozinha com o forno, os quartos

de dormir e a sala no piso térreo. Com a construção da Quinta deu lugar à 'casa do

director' tendo sido após alguns anos em 2007 transformada numa tipologia de

alojamento - as villas. Alguns anos mais tarde a Madeira Wine Co. adquire todo o

terreno, onde inclusive já estavam plantadas vinhas de castas europeias. Em 1991 a

Sociedade 'Quinta do Furão' compra o respetivo terreno para dar lugar um hotel

residencial e um empreendimento de animação turística; em 1993 - o Restaurante e em

1997 - o Hotel.

A Quinta da Rochinha, situado num rochedo sobranceiro à Vila da Ponta do Sol, a

Quinta da Rochinha – Estalagem da Ponta do Sol, distingue-se pela forma arrojada

como se impõe à paisagem, por ser um projeto inovador, e de certa forma pioneiro,

depressa captou as atenções das revistas da especialidade. A ousadia chamou a atenção

ao exigente grupo internacional “Design Hotels” que fez da Estalagem da Ponta do Sol

seu membro reconhecido.

De seguida será feita a análise de dados dos resultados dos questionários feitos aos seis

gestores das seis Quintas da Madeira pertencentes à Associação das Quintas da

Madeira.

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4.3 O processo de planeamento estratégico nas Quintas da Madeira – Análise de

dados dos resultados dos questionários

4.3.1. Visão e Missão

As Quintas da Madeira pertencentes à Associação das Quintas da Madeira,

nomeadamente seis respondentes, têm website e em nenhum deles constam a missão ou

a visão da empresa.

Será a exceção, a Quinta da Casa Branca que tem um texto no website sobre a quinta

dizendo o seguinte:

“A Quinta da Casa Branca, é um hotel na Madeira, que proporciona aos seus

clientes novas experiências de inovação, elegância, inspiração e autenticidade.

Estes são os ingredientes fundamentais que fazem deste recanto o refúgio

procurado pelos que nos visitam”.

Este texto não se encontra identificado como sendo a missão, mas pode ser adaptado

como tal. Será importante referir que quaisquer das seis quintas respondentes têm a

integridade e excelência em tudo aquilo que fazem, sendo o esforço constante, no

sentido de adotar as melhores inovações e implementar as novas tecnologias nas

operações, mantendo-se, todavia, sempre fiéis aos valores tradicionais. Propiciam aos

seus clientes novas experiências de inovação, elegância, inspiração e autenticidade.

Será importante complementar manifestando que a missão deve ser formalmente

expressa, servindo de guia de orientação para as pessoas que trabalham na empresa,

nomeadamente, os grupos que a constituem e os gestores nos diversos níveis, bem

como, a visão que indica quais os princípios básicos que devem ser protegidos dentro da

empresa e para onde, com base em orientações futuras que deverá seguir e realçar.

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4.3.2. Análise / Auditoria

4.3.2.1 Caraterização da Oferta

Caraterizar a oferta será indicar o que é disponibilizado aos mercados, pelas oito

Quintas da Madeira em estudo.

A Quintinha de São João tem trinta e quatro quartos, seis suites e três júnior suites, uma

piscina exterior e uma piscina interior, um restaurante, um spa com três salas de

tratamento e zona de água e um amplo jardim. Interrogado o gestor se pretendia

continuar com o mesmo tipo de serviços e consolidar mais os mercados existentes,

respondeu dizendo que era o principal objetivo com os mesmos serviços consolidar os

mercados existentes, não pretendendo para já desenvolver novos serviços para os

mercados existentes, a não ser algo seja exigido pelo mercado, fruto de pedidos

recorrentes dos clientes.

A Quinta da Casa Velha do Palheiro tem trinta e um quartos e seis suites e em termos de

instalações contempla uma pequena sala/biblioteca, um Lounge/Bar, uma sala de estar,

uma sala de jogos, sala de reunião/TV, serviço interno de lavandaria, equipa do hotel

multilingue, golfe adjacente ao campo Palheiro Golf, entrada livre nos amplos jardins

do Palheiro, pesca grossa, sauna, banho turco, ginásio, uma piscina exterior e uma

piscina interior aquecidas, spa, badminton, croqué, ténis de mesa, bilhar, mesa de cartas

e jogos de tabuleiro e finalmente campo de ténis. Interrogado o gestor se pretendia

continuar com o mesmo tipo de serviços e consolidar mais os mercados existentes, o

gestor respondeu que sim, com os mesmos serviços consolidar os mercados existentes, e

sim pretende desenvolver novos serviços para os mercados existentes.

A Quinta do Furão tem um total de quarenta e cinco quartos, sendo trinta e nove duplos,

quatro suites e duas villas, dispõe igualmente de uma piscina interior/exterior aquecida,

uma sauna, uma sala de fitness, uma sala de leitura, dois bares e uma adega onde é

possível inclusive provar e comprar os vários tipos de Vinho Madeira complementada

com dois lagares tradicionais e exploração agrícola rigorosamente biológica. O Hotel

tem ainda o privilégio de possuir uma casa típica de colmo; o ex-libris de Santana

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representando a Madeira além fronteiras como um dos mais importantes cartazes

turísticos da Região. Interrogado o gestor se pretendia continuar com o mesmo tipo de

serviços e consolidar mais os mercados existentes, o gestor respondeu que sim, com os

mesmos serviços consolidar os mercados existentes, e sim pretende desenvolver novos

serviços para os mercados existentes, dando como exemplo criar programas outdoor:

dando como exemplo o pequeno-almoço ser servido no pico ruivo.

A Estalagem da Quinta Albatroz tem ao dispor dezoito quartos e duas suites, com

instalações de restauração, dois bares, duas piscinas, amplo jardim, campo de ténis, e

uma sala com ampla biblioteca. Interrogado o gestor se pretendia continuar com o

mesmo tipo de serviços e consolidar mais os mercados existentes, o gestor respondeu

que sim que querem aumentar o leque de serviços agora prestados e com os mesmos

serviços consolidar os mercados existentes, e sim pretende desenvolver novos serviços

para os mercados existentes.

A Quinta da Bela Vista, dispõe de oitenta e nove quartos das quais seis suites, dois

restaurantes e um bar, uma piscina, três salas de banquetes, três salas de reuniões, amplo

jardim e alberga uma significativa colecção particular de antiguidades, catalogada pela

Christie’s - um verdadeiro museu - fruto de uma procura há muito iniciada. Interrogado

o gestor se pretendia continuar com o mesmo tipo de serviços e consolidar mais os

mercados existentes, o gestor respondeu que sim que querem aumentar o leque de

serviços agora prestados e com os mesmos serviços consolidar os mercados existentes, e

sim pretende desenvolver novos serviços para os mercados existentes.

A Estalagem Quinta da Casa Branca tem quarenta e um quartos e duas suites, dispõe de

dois restaurantes, uma sala/biblioteca, jogos de mesa e de cartas, uma piscina exterior

aquecida, um amplo jardim, o Health Club e Spa é composto por um ginásio equipado

com várias máquinas de manutenção e “fitness training” e um centro de estética.

Interrogado o gestor se pretendia continuar com o mesmo tipo de serviços e consolidar

mais os mercados existentes, respondeu dizendo que sim que com os mesmos serviços

consolidar os mercados existentes, não pretendendo para já desenvolver novos serviços

para os mercados existentes.

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O quadro 4.8 reflete as respostas dos seis respondentes acerca das estratégias de

desenvolvimento, já comentadas na caraterização da oferta das seis quintas

respondentes.

Quadro 4.8 - Análise de Dados das perguntas 25, 26 e 27 - Estratégias de Desenvolvimento

Mesmos serviços

consolidar mercados

Desenvolver

novos serviços

Mesmos serviços

procurar

novos mercados

Quintinha de São João É o principal objectivo

Não, a não ser algo que me

seja exigido pelo mercado,

fruto de pedidos recorrentes

dos nossos clientes

A estratégia passa

sobretudo por

consolidar mercados,

embora estejamos a

trabalhar especifica/

dois mercados que não

possuímos neste

momento

Quinta da Casa Velha

do Palheiro Sim Sim Sim

Quinta do Furão

Sim

Programas oudoor –

exemplo: pequeno almoço

no pico ruivo

Sim

Quinta Albatroz Sim. Pretendemos tanto quanto

possível aumentar o leque de

serviços agora prestados Sim

Sim

Quinta da Bela VistaSim

Estamos sempre atentos no

desenvolvimento de novos

serviços

Sim, porque devemos

consolidar os mercados

(alemão, francês, inglês)

e há ainda muito a fazer.

Existe um novo

potencial mercado, o

Brasil

Quinta da

Casa Branca Sim Não temos isso previsto. Sim

Quinta Jardins

do Lago Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Quinta da Rochinha Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

4.3.2.2 Caraterização da Procura

Caraterizada a oferta das seis quintas da madeira, passa-se à caraterização da procura

atendendo a que sem a oferta não existe a procura.

Nos quadros 4.7 e 4.8 podem ser examinadas as respostas dos seis gestores sobre a

caraterização da procura.

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A procura do mercado é a soma de todas as procuras individuais, sendo que os

mercados estratégicos do destino Madeira, são nomeadamente o Reino Unido,

Alemanha, França, Espanha, Itália, Escandinávia, Áustria, Suíça, Holanda e Bélgica, os

mesmos mercados apontados pelos seis gestores respondentes, mas com mais incidência

nos mercados do Reino Unido, Alemanha e França, sendo que duas das quintas,

apontam um mercado emergente com potencial, o Brasil.

As seis quintas definem os seus produtos concorrentes com base nas caraterísticas de

cada quinta, realçando sempre o fato de que os maiores produtos concorrentes são os

hotéis de cinco estrelas, e as próprias quintas da madeira.

Para a Quintinha de São João e Quinta da Casa Velha do Palheiro não existem mercados

concorrentes, enquanto, para a Quinta Albatroz os mercados concorrentes são o

mercado Europeu e o mercado de Leste.

A Quinta da Bela Vista e a Quinta da Casa Branca apontam como mercados

concorrentes, respetivamente, os que estão na Bacia Mediterrânica e os mercados

concorrentes do destino Madeira como sendo, Canárias, Córsega e Malta.

Os segmentos de mercado das seis quintas são o médio – alto tendencialmente, com

exceção da Quinta do Furão que determina o seu segmento de mercado como médio –

médio.

Para a maioria das quintas a procura de novos mercados é feita através de parcerias com

os tour operadores, com agentes de viagem, com empresas que vendem experiências,

como exemplo “ A vida é bela”, com companhias de seguros e empresas de outras

áreas, faz parte da atividade comercial, a procura permanente por novas parcerias, novos

mercados e novos clientes. Também têm parcerias com alguns hotéis e quintas, com

unidades de prestígio para promoção conjunta de referência no mercado do Brasil.

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97

Quadro 4.7- Análise de Dados das perguntas - Segmentação de mercado e o posicionamento

Produtos

concorrentes

Mercados

concorrentes

Segmentos

mercado Posicionamento

Parcerias/novos

mercados/

clientes

Estratégia Concorrentes

Quintinha de São João

- Os hotéis de 5 e 4 estrelas da

Madeira que são reconhecidos

pela sua qualidade; hotéis de

dimensão equivalente e com a

mesma componente cultural

- Sobretudo, as outras Quintas

da Madeira situadas no Funchal

e toda a hotelaria dita

tradicional de 5 estrelas desta

cidade

.

- Não consideramos

geograficamente nenhum

mercado como nosso

concorrente

- Médio alto. Pequena unidade de luxo de

5* - Existem parcerias

com os OT, com

agentes de viagem, com

empresas que vendem

experiências (tipo Vida

é Bela), com

companhias de seguros

e empresas de outras

áreas

- Faz parte da

actividade comercial, a

procura permanente por

novas parcerias, novos

mercados e novos

clientes

A estratégia

passa pela

aposta

permanente e

contínua na

qualidade do seu

produto e

serviços, na

capacidade de

inovar, estando

atento às

tendências do

mercado e

apostando cada

vez + nos meios

alternativos de

comércio,

nomeada/

através da

internet.

Os hotéis de 5 e 4

estrelas da

Madeira que são

reconhecidos pela

sua qualidade

Quinta da Casa

Velha do Palheiro

- As próprias quintas

Não existem mercados

geográficos concorrentes

para esta quinta

Media alta – Relais &

Chateaux - Resort com golfe,jardins e

spa., associado à cadeia

Relais & Chateaux

- Que a força da marca,

supere a do destino

- Sim. Com o Palheiro

Golf e a cadeia Relais

& Chateaux

- Vinho Madeira

Aproveitar todos

os canais de

distribuição (

Internet, tour-

operators,

R&C), dando

especial ênfase

às vendas

directas.

Os resort's ,

nomeadamente os

que incluem oferta

de golfe

Quinta

do Furão

- Quinta Spendida / Quinta

Estreito / Hotel Jardim do

Atlântico

- Hotel Reid’s

-Todos! Cada vez mais! O

turismo está cada vez mais

globalizado!

- Seria nenhum

Médio - médio - A melhor unidade “nature”

da Madeira - Sim, nomeada/ com

alguns hotéis e quintas

de referencia no

mercado brasil

- com outras unidades

de prestigio para

promoção conjunta

Implementar

táticas que

visem cada vez

+ a migração do

segmento “TO”

para o segmento

internet/extranet

aumentando

assim a

rentabilidade

Todas as unidades

hoteleiras

Quinta Albatroz

- Os hotéis de 5*

- As Quintas da Madeira

- Não sabe

- Mercado Europeu e de

Leste

- Médio alto com

elevado poder de

compra principalmente

mercado Europeu

- Segmento médio alto

com especial enfoque

numa faixa etária mais

elevada

- Hotel de charme para um

segmento superior - Sim, com as QM

- Sempre que se

justificar e numa

perspectiva profícua

para as partes

Consolidação da

carteira de

hóspedes já

existentes

potenciando as

vendas directas

a familiares e

amigos. Criar no

hóspede a

vontade de

regressar.

As Quintas da

Madeira e hotéis

de 5 estrelas

Quinta da Bela Vista - Todos os hotéis de 5* da

RAM e da bacia do

mediterrâneo

- Todas as unidades hoteleiras

da RAM

- Os mercados localizados

na Bacia do mediterrâneo

- Médio alto. - Pequeno Hotel de Charme

5*

- O Hotel Quinta da

Bela Vista é membro

do Great Hotels of the

World

- Sim existirão

Diferenciação

do produto,

Aumentar a

penetração nos

mercados

emissores de

turismo

As Quintas da

Madeira, todo o

produto turístico

que utiliza o nome

de Quinta da

Madeira

Quinta da Casa Branca

- Todos dentro da mesma gama

e localização. Nenhum, se tiver

em consideração o fator

“arquitectura” que tanto nos

diferencia.

- Todos os mercados

identificados como

concorrentes da Madeira

como destino – Canárias,

Corsega – Malta

- Casais jovens 30/40

anos para short stays

- Casais seniores todo o

ano à procura de

sossego, natureza e

clima ameno

- mercado gay que

procuram em regra

hotéis “fora do vulgar” e

considerados Hip

- Local calmo, que lhe

proporciona um olhar design,

um enquadramento histórico

e contemporâneo

- bom gosto informal e

depurado

- local bonito mas com

ambiente ligeiro

- Sim, através dos

planos de marketing

anuais que são muito

dinâmicos.

- Manter quota

de mercado

através da

consolidação

dos seus

principais

mercados, como

da entrada em

mercados

alternativos.

- Crescer nas

vendas directas

através do on-

line

Sendo as QM um

produto de

crescimento na

região, os

concorrentes são

todos e aparecem

a toda a hora. O

produto é

atractivo…e

muitas vezes a

gestão dos

empreendimentos

é feita de forma

muito doméstica.

Quinta Jardins

do Lago Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Quinta da

Rochinha Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Fonte: Elaboração pelo próprio

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98

4.3.2.3 Análise de Concorrência

Foram efetivadas duas perguntas aos seis respondentes, sobre as vantagens competitivas

de estar inserido no produto turístico “Quintas da Madeira”, e qual o grau de

competitividade e concorrência dentro deste setor.

Quadro 4.2 - Análise de Dados das perguntas 3 e 29 - Análise de Concorrência

Vantagens

competitivas de estar na

marca QM

Grau de

competitividade e

concorrência do setor

Quintinha de São João

Criação e divulgação da marca,

assim

como no projeto de

comunicação da marca nos

vários mercados

Tão grande ou tão pequena

quanto nos outros setores

Quinta da Casa

Velha do PalheiroMaior facilidade de exposição

no mercado;maior

comunicação; marca valorizada

Elevado

Quinta do FurãoExiste uma certa ideia de

qualidade e bom serviço

associado à marca

Elevado,

bastante competitivo

Quinta Albatroz

Desde logo a troca de

experiencias entre os membros.

Fazer parte de uma associação

deste tipo só faz sentido se

tivermos sempre presente que

«a união faz a força».

Elevado

Quinta da Bela Vista

Maior capacidade na área da

promoção

Marca diferenciadora na oferta

hoteleira regional

Elevado

Quinta da Casa Branca

A vantagem maior, é a de fazer

passar uma mensagem única e

diferenciadora dos produtos

hoteleiros da região e até do

pais

Elevado

Quinta Jardins do Lago Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Quinta da Rochinha Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Fonte: Elaboração pelo próprio

As respostas são todas unânimes no que se refere ao grau de competitividade e

concorrência como sendo elevado. Já no que se refere às vantagens competitivas todos

os seis gestores apontaram vantagens comuns como se pode verificar no quadro 4.2,

salientando, de facto a vantagem apontada pelo gestor da Quinta Albatroz, como sendo

a troca de experiências entre os membros da Associação das “Quintas da Madeira”e ter

a sensibilidade de que fazer parte de uma associação deste tipo só faz sentido se todos

tiverem presente que «a união faz a força».

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99

4.3.3. Análise PEST-E

A única pergunta feita sobre a existência de algum aspeto a nível ambiental, fiscal,

tecnológico, económico ou laboral, que afetasse particularmente o produto turístico das

“Quintas da Madeira”, aos seis gestores respondentes, originou uma resposta comum

como se pode constatar no quadro 4.5, que é o fato da Associação ser de pequena

dimensão, afetando assim todas as quintas ao nível económico.

Quadro 4.5 - Análise de Dados da pergunta 7 - Análise PEST-E

Quintinha de São João

Quinta da casa Velha do Palheiro

Quinta do Furão

Quinta Albatroz

Quinta da Bela Vista

Quinta da Casa Branca

Quinta Jardins do Lago

Quinta da Rochinha

Fonte: Elaboração pelo próprio

A nível laboral, cada unidade tem que ter uma carga de pessoal

muito superior a um hotel de maiores dimensões, e para obter

pessoal que preste um serviço cuidado, tem que ser mais bem

remunerado.

A nível económico a rentabilidade é mais fraca pela sua pequena

dimensão, sendo no entanto a sua estrutura de custos pouco

elástica, o que produz rácios por vezes difíceis de gerir. A gestão

tem que ser muito cuidada e o triangulo custos/lucro/qualidade de

serviço, tem que ser acompanhado de muito perto.

Todas as responsabilidades tecnológicas e ambientais, são por

vezes de dificil implementação pois os seus custos raramente são

proporcionais ao potencial de cada empresa.

Em termos fiscais não faço comentários, pois politicas públicas

são uma discussão que não caberia neste inquérito…

Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

PEST-E

A falta de dimensão, quando considerados separadamente, pois

somos todos unidades de pequena dimensão. De resto, somos

afectados da mesma forma que o resto do destino, relativamente

às variáveis que são referenciadas na pergunta.

Não existem

Ambiente / Tencologia – Pelas suas características, nem sempre é

fácil introduzir medidas “ecofriendly” nos edifícios que

constituem as Quintas

Fiscal – em igualdade de circunstancias com outras tipologias de

alojamento

Economico – a pequena dimensão das suas unidades afetam a sua

rentabilidade por comparação com outras tipologias, este fator

pode obviamente ser compensado por preços de venda mais

elevados

Laboral – uma vez mais a escala e os elevados padrões de serviço

chocam um com o outro – há perca de rentabilidade compensado

por bons preços de venda

Pelo facto de se tratar de unidade de pequenas dimensões existe

na maioria um cuidado especial com o meio ambiente

Todas as alterações positivas ou negativas, no meio ambiente

regional afetam este produto;

Não existe reconhecimento dos gastos envolvidos na manutenção

das áreas verdes, como exemplo o custo da água, para a

manutenção dos jardins;

Rigidez na Lei laboral, falta de polivalência;

Existe alguma legislação em termos de segurança que têm pouco

em linha de conta as edificações antigas e classificadas como

património.

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100

4.3.4. Análise SWOT

Sendo a análise SWOT uma ferramenta que ajuda a situar ou a verificar a posição

estratégica da empresa no ambiente do turismo foram efetuadas quatro perguntas aos

seis gestores respondentes, tendo-se conseguido construir uma análise SWOT, analisado

o quadro 4.6, em que como ameaça o gestor da Quinta da Bela vista destaca o fato das

Quintas serem um produto diferenciador.

Quadro 4.6 - Análise de Dados das perguntas 8, 9, 10 e 11 - Análise Swot

Pfortes Pfracos Oportunidades Ameaças

Quintinha de São João

O serviço, a dimensão, os jardins, o apelo à experiência genuína do que é verdadeiramente a riqueza cultural da Ilha. O fato de termos "nascido" por vontade própria, a independência de propriedade. As infraestruturas, quando comparadas com as dos hotéis tradicionais e a diversidade da oferta.

A dificuldade de gerir as diferentes sensibilidades inerentes às várias personalidades que estão à frente das unidades. A incapacidade, por ser um projeto movido por vontade própria, em agregar todas as Quintas, o que cria algum ruído no mercado. As diferentes perspetivas em relação ao tipo de atuação no mercado e a gestão, que a 8 é muito difícil de fazer de forma eficiente.

Sobretudo, o alargamento do âmbito de atividade, para áreas como a comercial, as compras ou a formação, só para citar as que me parecem as mais evidentes.

O tal ruído que é criado por quem não integra o projeto; a conjuntura internacional, que pode afetar os produtos menos baratos e de menor dimensão; a incapacidade de criar consensos em relação ao futuro do projecto

Quinta da Casa Velha do Palheiro

Personalização; produto único; qualidade da oferta.

Dimensão do grupo

Aumentar e diversificar a oferta; aproveitar as redes sociais e a Internet para incrementar as reservas diretas

A dimensão condiciona a politica de preços; custos elevados para a promoção junto dos canais tradicionais (tour operators)

Quinta do Furão

Diferenciação, Qualidade de serviço e Escala

Liderança multicefala = falta de liderança

Efeito de webler – segmento topo de gama, normalmente potencia a procura

Dumping, falta de escala

Quinta Albatroz

Tranquilidade, serviço personalizado, abundância de espaços verdes

Elevados custo de manutenção

Oferece a oportunidade de conhecer o destino ficando instalado em diferentes pontos da ilha

Não existem

Quinta da Bela Vista

Qualidade do serviço Qualidade das instalações Gastronomia

Dimensão do produto turístico “QM” Insuficiente conhecimento nos mercados geradores de clientes

Produto com caraterísticas diferenciadoras

As mesmas que ameaçam a Madeira enquanto destino turístico, no entanto aponto, a falta de clareza nos segmentos de público-alvo, custo elevado nos transportes e baixo preço praticado na hotelaria tradicional

Quinta da Casa Branca

Dimensão – enquadramento paisagístico – história - serviço

Dimensão (em termos de back office ) – falta de associativismo e visões diferentes – falta de uniformização em termos de qualidade de unidade para unidade – falta de dinâmica comercial

Profissionalização da associação – dinâmica comercial e marketing

As restrições financeiras publicas/privadas Os encargos fiscais e laborais que trazem constrangimentos ao nível da rentabilidade. A falta de pessoal com sólida formação,. A falta de entendimento interno entre os associados das QM

Quinta Jardins do Lago Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema Quinta da Rochinha Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Fonte: Elaboração pelo próprio

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101

4.4. Modelo de Gestão integrado em redes empresariais das “Quintas da Madeira”

Segundo Buhalis e Peters (2006), a ‘competição’ entre concorrentes pode acontecer para

aumentar a competitividade regional. Grande parte dos estabelecimentos de alojamento

estudados até à data referiu isto indiretamente, quando consideram que a existência de

redes de coperação entre organizações do setor pode ser importante para o

desenvolvimento turístico da região. Mais de metade dos estabelecimentos de

alojamento de categoria superior da Região Autónoma da Madeira, são da opinião que é

importante a existência de redes empresariais para poderem desenvolver o seu

estabelecimento de alojamento no mercado.

Segundo Buhalis e Peters (2006) a ‘coopetição’ entre concorrentes de mercado pode

trazer economias de escala e como consequência a redução de custos. Portanto, os

estabelecimentos de alojamento estão conscientes dos benefícios que a coperação lhes

pode trazer. As vantagens que possuem maior frequência de respostas são a atração de

clientes e o aumento do conhecimento por parte dos membros. Na literatura é referido

que as relações entre entidades podem trazer às organizações vantagens competitivas e o

sucesso empresarial. Na investigação verificaram que grande parte dos estabelecimentos

de alojamentos envolvidos numa rede formal que pertencem à mesma para usufruir de

vantagens competitivas relativamente aos concorrentes.

4.4.4.1 Vantagens e Desvantagens

De acordo com a investigação realizada por Reis (2009), onde foi possível observar

através de questionários, que grande maioria dos estabelecimentos de alojamento que

pertenciam à associação das Quintas da Madeira, concluiu que as mesmas quintas

enquadradas neste produto turístico tentaram atuar em conjunto para obter benefícios

gerais. Considerando as quintas que pertenciam à associação, em 2006, que eram 12,

afirmaram que pertencer à associação fez com que aumentassem o número de ligações

com outros estabelecimentos que promoviam o mesmo produto. No caso dos membros

do produto turístico em análise, apontaram como principais vantagens, a maior

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102

divulgação e visibilidade no mercado, o trabalho em grupo, maior competitividade no

mercado, possibilidade de iniciativas em projetos e diferenciação do produto.

No mesmo estudo e no que se expõe a desvantagens referidas pelos membros da

associação relacionam-se com o aumento de custos, a uniformização da oferta e a

incapacidade de trabalhar em conjunto com alguns dos membros. No entanto, a maior

parte das quintas da madeira referem que pertencer à associação Quintas da Madeira

não possui nenhuma desvantagem.

Fazendo aplicação aos questionários aplicados aos oito gestores das oito quintas da

madeira que fazem parte do produto turístico e consequentemente da associação, seis

gestores são da opinião ser uma mais-valia além das vantagens que podem ter todos por

estarem integrados numa rede empresarial.

4.4.2. Vantagens competitivas das “Quintas da Madeira”

De acordo com Firmino (2006), nos modelos de competitividade do turismo ressaltam

três ideias fundamentais, que se complementam entre si; a atratividade do destino, a

competitividade do destino e a sustentabilidade do modelo de crescimento e a definição

dos limites desse destino.

Em turismo, aos conceitos e definições dos modelos de competitividade são adicionados

outros conceitos-chave, a atratividade e a sustentabilidade. Referindo-se aos destinos

turísticos, Crouch e Kim et. al cit in Firmino (2006), propõe que sejam vantagens

competitivas a alocação de recursos, custos, preços, eficiência, eficácia, performance,

capacidade de organização, empreendedorismo, auditoria, manutenção e crescimento.

Ainda tendo em conta a investigação realizada por Reis (2009), algumas das quintas que

pertencem à associação seria para obtenção de vantagens competitivas relativamente aos

outros tipos de estabelecimentos de alojamento da RAM, isto é, estes estabelecimentos

decidem trabalhar em conjunto para poder diferenciar o seu produto em relação ao

oferecido pelos outros empreendimentos de alojamento que não possuem as

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103

caraterísticas de Quintas da Madeira. Alguns estabelecimentos de alojamento aderentes

à associação referiram que a razão para se terem tornado sócios prendia-se com as

seguintes vantagens competitivas: diferenciações do produto, reconhecimento do

produto, já outras das entidades referiram que pertenciam à associação para poder, obter

vantagens competitivas que lhes permitissem o aumento das taxas de ocupação.

4.4.3 Vantagens comparativas das “Quintas da Madeira”

Referindo-se aos destinos turísticos, Crouch e Kim et. al cit in Firmino (2006),

apresentam como vantagens comparativas a fisiografia, o clima, recursos históricos e

culturais, dimensão da economia, indústrias relacionadas e de suporte, infra-estrutura,

acessibilidades, transportes, voos diretos, tecnologia, recursos humanos, conhecimento,

capital financeiro, gestão da informação e da investigação e diagnóstico.

Os seis gestores apontam como vantagens comparativas dos concorrentes em relação às

quintas da madeira, o preço, a localização, o espaço de jardins ou de piscina, a grande

capacidade de comunicação com os mercados, quando integradas em grupos

empresariais de maior dimensão, ganham em massa crítica, em sinergias e em diluição

de custos. Ganham também na dispersão geográfica, que com unidades fora de região os

coloca em situações de desafogo financeiro.

Verificou-se que nos questionários aplicados, e em conformidade com o quadro 4.1, que

em relação às perguntas realizadas sobre a existência e importância de um planeamento

estratégico, os seis gestores respondentes, são unânimes no que se refere a não existir

nenhum planeamento estratégico, e que a existência de um planeamento estratégico

seria de extrema importância, fundamental para qualquer organização, e principalmente

para o produto turístico fixando as grandes orientações e permitindo às empresas

modificar, melhorar ou fortalecer a sua posição face à concorrência.

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104

Existência PE Importância PE

Quintinha de São João Não existe nenhum Plano

Estratégico

Será importante, se a marca

Madeira o tiver também.

Quinta da Casa Velha do Palheiro Não

É importante para o próprio

produto turístico

Quinta do Furão

Não. O que existe não constitui um

verdadeiro plano estratégico.

Sem duvida importante

Quinta Albatroz Não existe

Fundamental para qualquer

organização.

Quinta da Bela Vista Não existe nenhum documento escrito. Muito importante

Quinta da Casa Branca

Um plano estratégico nunca foi

considerado, atendendo à não

formalização deste projecto em

associação.

O plano estratégico faria todo o

sentido.

Quinta Jardins do Lago Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Quinta da Rochinha Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Fonte: Elaboração pelo próprio

Quadro 4.1 - Análise de Dados das perguntas 1 e 2 - Existência e importância de um

Planeamento Estratégico

4.4.4 Posicionamento do Produto Turístico “Quintas da Madeira”

O posicionamento das seis quintas é definido por cada gestor de uma forma muito

específica atendendo às caraterísticas de cada quinta, conforme se pode analisar no

quadro 4.8. Essas caraterísticas fazem parte dos fatores que vão desenvolver a oferta e a

imagem da empresa, de maneira que ocupem uma posição competitiva distinta e

significativa nas mentes dos consumidores-alvo.

A Quintinha de São João, a Quinta da Bela Vista, a Quinta da Casa Branca e a Quinta

Albatroz posicionam-se como pequenas unidades de luxo e charme de 5*, a Quinta da

Casa Velha do Palheiro, posiciona-se como um resort de golfe, jardins e spa associado à

cadeia Relais e & Chateaux, sendo esta associação uma forte promoção do restaurante

desta quinta madeirense. O gestor desta quinta tem a forte pretensão de que a marca das

quintas da madeira consiga ter tanta ou mais notoriedade que a do destino Madeira. A

Quinta do Furão posiciona-se no mercado como a melhor unidade “nature” da Madeira.

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105

4.4.4.1 Factores diferenciadores do Produto Turístico “Quintas da Madeira”

Os gestores das seis quintas apontam fatores diferenciadores das Quintas da Madeira

com diferenças significativas para distinguir a oferta da empresa das ofertas

concorrentes. No quadro 4.3 pode-se analisar e comparar os fatores diferenciadores de

cada quinta respondente.

Quadro 4.3 - Análise de Dados das perguntas 4, 5, 16 e 22 - Fatores diferenciadores do produto turístico

FDiferenciadores QM QM

é fator diferenciador

FDiferenciadores

atual

FDiferenciadores

futuro

Quintinha de São João

Sobretudo, a genuinidade. É um

produto turístico único, só

possível de encontrar na

Madeira, que pretende oferecer

a quem o visita uma experiência

que pretende ser diferente,

porque vai à raiz do destino e

passa a vivência das famílias

madeirenses de outros tempos.

bem como o serviço, que

pretendem mais personalizado e

próximo do cliente.

Este produto pode ser um factor

diferenciador, seja ele utilizado

dessa forma. Não sabe aferir se o

é.

Diferenciamo-nos pela

qualidade do nosso

serviço; pela genuinidade

do produto; pelas

infraestruturas, que hoje

oferecem tudo o que se

espera num tradicional

hotel de 5 estrelas de

dimensão superior; pela

dimensão dos jardins face

ao número de quartos;

pela experiência diferente

ao nível cultural.

Diferenciamo-nos pela

qualidade do nosso serviço;

pela genuinidade do produto;

pelas infraestruturas, que

hoje oferecem tudo o que se

espera num tradicional hotel

de 5 estrelas de dimensão

superior; pela dimensão dos

jardins face ao número de

quartos; pela experiência

diferente ao nível cultural.

Quinta da Casa Velha

do PalheiroAtendimento personalizado;

envolvente ambiental e cultural.

Actualmente, não Jardins, Golf e

Localização.

 Golf e Jardins

Quinta do Furão

Escala, serviço personalizado

Poderá ser, embora na maior

parte dos destinos existam

produtos bastante semelhantes –

julgo que mais importante do

que ser diferenciador em relação

a outras Ilhas, é o facto de

aumentar o leque de escolha e

puxar para cima o nível geral do

destino – tornando mais

provável a escolha da Madeira.

Localização e

serviço

Excelência de serviço;

Localização única

Quinta Albatrozum serviço personalizado, um

ambiente acolhedor e familiar,

um contacto de proximidade

com o visitante

Poderá ser, se for visto como um

produto único com

características específicas

O mar. A proximidade

com o aeroporto

proporcionando uma

chegada e/ou partida

mais confortável

O mar e a excelência do

serviço personalizado

Quinta da Bela VistaQualidade de serviço

Espaço físico

Autenticidade

Pode ser, por ser um produto

“regional”com caraterísticas

muito próprias

Serviço, área de jardim,

decoração e gastronomia

Serviço, área de jardim,

decoração e gastronomia

Quinta da

Casa Branca

jardins, recuperação de casas

antigas e de património

histórico da ilha, serviço

personalizado, pequena

dimensão, carácter único e forte

– design, arquitectura, clássicas,

botânicas, gourmets

Sim, se bem que noutros países,

existem produtos ou marcas

muito comparáveis – eg, Fincas

em Espanha – Relais& Châteaux

em França

local bonito mas com

ambientes

ligeiros , bom gosto

informal e depurado,

enquadramento histórico

e contemporâneo

local bonito mas com

ambientes

ligeiros , bom gosto informal

e depurado, enquadramento

histórico e contemporâneo

Quinta Jardins

do Lago Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Quinta da Rochinha Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Fonte: Elaboração pelo próprio

Page 122: O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso ...bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2952/3/DM_20767.pdf · O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso “Quintas

106

A genuinidade é apontada pela Quintinha de São João como maior fator diferenciador,

porque é um produto turístico único, só possível de encontrar na Madeira, que pretende

oferecer a quem o visita uma experiência que pretende ser diferente, porque vai à raiz

do destino e passa a vivência das famílias madeirenses de outros tempos, bem como o

serviço, que pretendem mais personalizado e próximo do cliente. Como fatores

diferenciadores apontam o atendimento personalizado, a envolvente ambiental e

cultural, qualidade de serviço, os espaços físicos, a autenticidade, a recuperação de

casas antigas e de património histórico da ilha, produto de pequena dimensão, carácter

único e forte.

4.4.5. Objetivos

A terceira fase do processo de planeamento estratégico consiste na definição de

objetivos específicos. Comparados os pontos fortes e os pontos fracos da SWOT

desenvolvida no ponto 4.3.4. das empresas com a concorrência, há que quantificar a

linha de rumo que começa a tomar forma.

Os objetivos apontados pelos seis gestores são passíveis de ser realizados, compreender

a diversidade de interesses da organização, minimizadores de conflitos, simplificadores

de consequências indesejáveis e facilitadores de compromisso.

Como se pode constatar da análise ao quadro 4.4 o objetivo comum mais relevante é o

de tornar o produto turístico “Quintas da Madeira” como diferenciador do destino

Madeira. Outro objetivo prende-se com a promoção do destino e existir uma maior

comunicação externa e uma maior facilidade de negociar o produto junto dos tour-

operadores e agentes de viagem.

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107

Quadro 4.4 - Análise de Dados das perguntas 6 e 32 - Objetivos Chave

Objetivos chave PE Objetivos específicos

Quintinha de São João

O objectivo chave deve ser o de

tornar este o produto turístico

diferenciador do destino; a sua

bandeira e o que o distingue (ao

destino) de toda a concorrência.

Manter o número de clientes

Quinta da Casa

Velha do Palheiro

Maior comunicação externa;

maior facilidade de negociar o

produto junto dos tour-

operators e agencias de viagem

Aumentar o número de clientes

Quinta do Furão Brand awareness / visibilidade

da marca / apetência Aumentar o número de clientes

Quinta AlbatrozA promoção do destino e a

diferenciação do produto

Quintas

Aumentar o número de clientes

Quinta da Bela VistaDiferenciação deste produto

relativamente ao resto da oferta

turística Aumentar o número de clientes

Quinta da Casa Branca

Dotar a Madeira como destino,

com oferta diferenciada única

da região. As Quintas da

Madeira podem ser uma marca

que pode trazer muito brand

awareness ao destino, para além

de dotar os seus associados do

mesmo.

Aumentar o número de clientes

Quinta Jardins do Lago Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Quinta da Rochinha Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Fonte: Elaboração pelo próprio

4.5 Estratégias de Marketing das “Quintas da Madeira”

De acordo com as respostas dos seis gestores, de acordo com o quadro 4.9, as quintas da

madeira em relação aos concorrentes ficam em desvantagem por várias razões

apontadas pelos gestores como sendo, o facto das outras unidades de alojamento quando

integradas em grupos empresariais de maior dimensão, ganharem em massa crítica, em

sinergias e em diluição de custos. Ganham também na dispersão geográfica, que com

unidades de alojamento fora de região os coloca em situações de conforto financeiro,

por vezes encontram-se em sítios muito mais acessíveis, o preço, a localização, espaço

de jardins ou de piscina.

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108

Quadro 4.9 - Análise de Dados das perguntas - Estratégias de Marketing

Vantagens dos

concorrentes versus QM

Recomendação/

Tx repetição/nível de

satisfação

Ciclo Vida Promovida como

Quintinha de São João

Vão desde o preço, à

localização, espaço de jardins

ou de piscina; enfim, há uma

série de fatores que influenciam

a escolha.

- Temos cerca de 20% de

clientes repetidos e de 10% de

clientes que vêem através de

recomendação de terceiros

- A recomendação é feita pelos

clientes que já cá estiveram ou

através da imprensa.

- 20%, ou, para ser mais exacto,

18%

- Os níveis de satisfação, em

todas as seções e relativa/ a

todos os serviços, estão acima

dos 90%, com exceção da

animação, onde a pontuação é

inferior

- 95%. No Trip Advisor, somos

o 5º melhor hotel e com a

pontuação máxima.

Estamos no segundo ciclo

de vida e diria que na fase

de crescimento, isto depois

dos investimentos recentes

que fizemos, que

terminaram em 2009.

- Sim, nomeadamente através

do projecto Quintas da

Madeira

- Também nos promovemos

individualmente, estando

presentes em feiras,

workshops e road-shows

vários e igualmente através

da internet

Quinta da Casa Velha

do Palheiro

Maior proximidade aos centros

- Cerca de 20%

- Através do Trip Advisor e por

contacto directo com os clientes.

- taxa de repetição cerca do

20%

- Pelo questionário, cerca de

95% de grau de satisfação.

- de 95% de grau satisfação

Crescimento Sim

Quinta do Furão

Por vezes encontram-se em

sítios muito mais acessíveis, por

terra, ar ou mar

- Temos comprovadamente cerca

de 20% de return guests;

- Elevado

- Nas redes sociais

especializadas – temos Trip

advisor com 96% de

recomendação, booking.com

com 93% e a HolidayCheck

(líder na Alemanha) com 100%

Neste momento, em virtude

de um processo de

remodelação que demorou

demasiado tempo, diria que

passamos da fase de

maturidade para uma nova

fase de crescimento (houve

no fundo, uma espécie de

renascimento)

Claramente, fazemos

promoção com e sem

parcerias – uma per si sem a

existência da outra não pode

funcionar

Quinta AlbatrozMaior poder promocional

- Cerca de 10% dos nossos

hóspedes regressam ou vieram

baseados em recomendação

- A recomendação é feita boca a

boca na sua maioria a familiares

e amigos.

– taxa de repetição 10%

- nível de satisfação / serviços

existentes-Elevado

– nível de satisfação / Quinta

Albatroz - Elevado

Certamente estamos num

padrão de crescimento.

Primeiro porque somos uma

unidade relativamente

recente – abertura em 2003

– segundo porque só a

partir de 2008 iniciamos a

promoção do alojamento.

Sim

Quinta da Bela Vista

A grande capacidade de

comunicação com os mercados

-Sim, através de Cliente -

amigos, Operadores / agentes -

clientes

-taxa de repetição 30% da

ocupação

– nível de satisfação / serviços

existentes - Excelente

- nível de satisfação / Quinta da

Bela Vista - Excelente Crescimento

- Sim. APM – Mercados

externos

SRTT – Mercado nacional.

- Faço também promoção

individual através Tv

estrangeira, revistas de

especialidade de gastronomia

e decoração.

Quinta da

Casa Branca

Quando integrado em grupos

empresariais de maior

dimensão, ganham em massa

critica, em sinergias e em

diluição de custos. Ganham

também na dispersão

geográfica, que com unidades

fora de região os coloca em

situações de desafogo

financeiro.

- verbal/, muitos clientes

expressam a vontade de

recomendar o nosso hotel aos

seus amigos.

- várias formas: conselho de

amigos, agências de viagens,

artigos de imprensa, sendo

também único hotel na Madeira

membro da cadeira de hotéis

“Small Luxury Hotels of the

World”.

- taxa de repetição, um número

entre 10 a 15%.

- nível de satisfação /serviços

existentes, 91.86% Bom/muito

bom

– nível de satisfação / Quinta da

Casa Branca, 91.86%

Bom/muito bom

A Quinta da Casa Branca

está neste momento a

chegar ao final da sua fase

de maturação. É um produto

que já teve um auge e

assistiu à sua queda

“forçada” pelo 20 de

Fevereiro, e neste momento

tem alguma dificuldade em

recuperar o sucesso de anos

anteriores, pela sua falta de

actualização

- Sim

- no entanto a Quinta da Casa

Branca investe forte/ na

promoção individual com

apresentações nos mercados

de origem do seu produto,

com participações em feiras

da especialidade, com

investimentos em brochuras

de operadores, com

investimentos em

ferramentas tecnológicas

diversas….

Quinta Jardins

do Lago Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Quinta da Rochinha Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Fonte: Elaboração pelo próprio

Page 125: O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso ...bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2952/3/DM_20767.pdf · O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso “Quintas

109

O facto é que as taxas de recomendação estão na ordem dos 20%, sendo esta

recomendação feita pelos clientes que já estiveram ou através da imprensa, o “boca-a-

boca” na sua maioria a familiares e amigos.

Os níveis de satisfação, em todos os inquéritos de satisfação e relativamente a todos os

serviços das quintas, estão acima dos 90%. Nas redes sociais especializadas, Trip

Advisor, a Quintinha de São João é o 5º melhor hotel e com a pontuação máxima, a

Quinta do Furão com 96% de recomendação, no booking.com com 93% e na Holiday

Check (líder na Alemanha) com 100%.

As Quintas da Madeira, promovem pacotes mais complexos face aos mercados

organizados, apoiando os operadores turísticos de forma a provocar aumentos

qualitativos no valor médio, ganhando maior visibilidade nos canais, selecionam

parceiros importantes generalistas e especialistas, ganhando mais protagonismo junto

dos operadores-chave da distribuição e revendo a presença em feiras, agindo no

mercado a mercado, não obstante a globalização e a concentração em curso, atendendo

às características específicas de funcionamento das respetivas cadeias de valor.

4.6 Marketing Mix / Planos de Ação

Neste estudo foram utilizados os 7P’s tendo em conta as características da atividade dos

serviços, o turismo. No quadro 4.10 encontram-se as respostas dos gestores das seis

quintas e a importância relativa que os mesmos concederam a cada uma das varáveis de

marketing mix: produto, preço, distribuição, comunicação, pessoas, processos e serviços

ao cliente.

No que diz respeito ao ciclo de vida do produto que é o padrão de desenvolvimento de

um produto, geralmente medido em volume de vendas que por norma tem uma

evolução que inclui quatro fases, sendo esta a situação mais comum: introdução,

crescimento, maturação e declínio.

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110

O ciclo de vida do produto é especialmente importante para o planeamento estratégico

de marketing. Das seis quintas cinco estão em fase de crescimento, onde se verifica

nesta fase, uma rápida aceitação dos mercados e uma melhoria significativa no lucro das

empresas. Os consumidores começam a gostar do produto e a comprá-lo. Novos

concorrentes entram no mercado, atraídos pelas oportunidades decorrentes da produção

em larga escala e lucro, introduzem novas caraterísticas nos produtos e expandem o

número de canais de distribuição.

A Quinta da Casa Branca está na fase de maturação, segundo o gestor, que disse ser um

produto que já teve um auge e assistiu à sua queda “forçada” pela intempérie do 20 de

Fevereiro, e que neste momento tem alguma dificuldade em recuperar o sucesso de anos

anteriores.

Digamos que a Quinta da Casa Branca encontra-se no momento de redução no

crescimento de vendas, porque o produto já foi aceite pela maioria dos consumidores

potenciais. Este público deve ser mantido fiel. Geralmente, a duração desta fase é mais

longa que a anterior e apresenta grandes desafios para a administração de marketing. O

lucro estabiliza-se até entrar em declínio graças ao aumento das despesas de marketing

em defendê-lo da concorrência.

4.6.1 Plano de Ação da Comunicação

A comunicação compreende a propaganda, a publicidade, as relações públicas, a

assessoria de imprensa, o “boca-a-boca”, a venda pessoal e refere-se aos diferentes

métodos de promoção do produto, da marca ou da empresa.

Os seis gestores têm previsto os planos de ação para a comunicação como têm vindo a

fazer, como sendo a publicidade e artigos de opinião em revistas, brochuras, ações

informativas via correio eletrónico (mailings), na internet, compra de espaço nas

brochuras dos tour operadores, anúncios nas revistas de especialidade e nos jornais,

anúncios publicitários na televisão, página oficial da instituição na internet, utilização

das redes sociais.

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111

4.6.1.1 Plano de Ação da Promoção

A promoção é uma técnica de marketing comercial. Os seis gestores utilizam diferentes

métodos de promoção do produto, tais como, ações na internet, brochuras, press e farm

trips, road-shows, presença em feiras e workshops e imprensa escrita. Recorrem aos

Public Relation´s, fazem publicidade e emitem artigos de opinião em revistas. A Quinta

da Casa Velha do Palheiro faz parcerias com o Palheiro Golf e o Palheiro Estate. A

Quinta da Casa Branca investe fortemente na promoção individual com apresentações

nos mercados de origem do seu produto, com participações em feiras da especialidade,

com investimentos em brochuras de operadores, com investimentos em ferramentas

tecnológicas diversas.

A mensagem da promoção que é passada prende-se com as seguintes situações:

- Fatores diferenciadores e mais-valias do produto.

- Relais & Chateaux.

- As mensagens promovidas pela Associação das “Quintas da Madeira”.

- Tranquilidade e excelência de serviço.

- Best Nature Hotel.

- Imagem do destino, seguida da imagem das Quintas da Madeira.

A Associação de Promoção da Madeira em parceria com as Quintas da Madeira apoia

viagens de alguns representantes de publicações, como por exemplo [email protected],

para elaboração de artigos no website das publicações, sobre as Quintas da Madeira da

marca.

4.6.2 Plano de Ação da Distribuição

Os gestores devem saber quais os métodos e caminhos a seguir para conduzir o produto

ao mercado a que se destina. Isto significa a definição de políticas e estratégias de

distribuição, incluindo a seleção dos canais a utilizar e a organização da distribuição

física.

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112

Os seis gestores como canais de distribuição utilizam a presença massiva dos

operadores turísticos que trabalham o destino Madeira, os agentes de viagem, os Public

Relations e através dos sites oficiais, a presença em feiras e workshops, as brochuras

dos operadores que são distribuídas por eles e os sites com contratos esporádicos mas

sistemáticos de pay per click e jornais e revistas – press trips.

4.6.3 Plano de Ação do Preço

As decisões relacionadas com preços estão entre as mais importantes a serem

tomadas pelos gestores das empresas. A formação de preços é distinguida pela sua

importância tática e estratégica para a competitividade de uma empresa, no entanto,

os gestores das seis quintas

Existem três estratégias conjuntamente usadas para a introdução de novos produtos. São

esses os preços de premium, paridade e de penetração. Foi colocada a questão sobre

qual a estratégia de preço que seguem.

Das seis quintas da madeira dois gestores utilizam a estratégia premium, dois gestores

utilizam a estratégia da paridade e os restantes dois gestores dizem não ter qualquer

estratégia, ou seja, calculam o preço através dos custos e a margem de lucro pretendida,

em função da procura e tendo em conta os critérios de qualidade de serviço, comparação

do valor internacional deste produto na Bacia Mediterrânica e os preços da concorrência

e determina o nível para a quinta.

4.6.4 Plano de Ação das Pessoas

A preocupação de grande parte dos gestores é a formação contínua com os

trabalhadores, consolidando e melhorando o nível de serviço existente.

Page 129: O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso ...bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2952/3/DM_20767.pdf · O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso “Quintas

113

4.6.5 Plano de Ação dos Processos

Algumas das seis quintas têm implementada a certificação Alimentar HACCP, tendo a

preocupação de a manter, porque dizem ser também uma forma de consolidar e

melhorar o nível de serviço existente e o que for criado. O gestor da Quinta do Furão

tem a pretensão de implementar uma certificação ambiental através da Norma 14001,

devido ao tipo de serviços da quinta.

4.6.6 Plano de Ação do Serviço ao Cliente

Os seis gestores querem um serviço ao cliente de excelência e com genuidade, sempre

atentos a abertos a alterações que vejam ser necessárias para o cliente se sentir bem

acomodado.

Na figura 1.10 são apresentadas as respostas dos gestores das quintas quanto ao

marketing mix seguido.

Page 130: O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso ...bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2952/3/DM_20767.pdf · O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso “Quintas

114

Quadro 4.10 - Análise de Dados das perguntas - Marketing Mix

Comunicação Distribuição Preço

Promoção/

mensagem

Ações a

implementar nos 7

P's

Quintinha de São JoãoInternet, sobretudo Através dos operadores

turísticos, dos agentes de viagem

e igualmente através do nosso

site

- Calculando os custos e a

margem de lucro pretendida

- Não há nenhuma

estratégia de preço

- Ações na internet, presença

em feiras e workshops e

imprensa escrita

- As relacionadas com os

fatores diferenciadores e

mais valias do produto

Preço - tentar ir

ganhando margem e,

no mínimo, aumentar

cobrindo o valor da

inflação

Pessoas - continuar a

apostar na formação

- Processos - trabalhar

na sua melhoria, com

utilização dos meios

informáticos mais

actuais

- manter os restantes

mix

Quinta da Casa Velha

do PalheiroPublicidade e artigos de opinião

em revistas, brochuras, mailngs

, Internet, parcerias com o

Palheiro Golf e Palheiro Estate.

Através de P.R´s , dos tour

operators, distribuição em feiras

e workshops

- Pela analise do mercado

- Paridade

- P.R´s , feiras e workshops,

publicidade e artigos de

opinião em revistas,

brochuras, mailngs , Internet,

parcerias com o Palheiro

Golf e Palheiro Estate.

- Somos associados da Relais

& Chateaux

-Intensificar as

parcerias

- Manter o mix

Quinta do Furão

Mailing, compra de espaço nas

brochuras dos TO Presença massiva nos TO’s que

trabalham o destino Madeira, E-

mais recentemente site e

extranets

- Bench Marking – nota

importante, o preço hoje em

dia é de uma volatilidade

vertiginosa – principio do

Best Available Rate

- flexibilidade

- Press e Fam Trips,

presenças em feiras, road-

shows

- Best Nature Hotel – líder de

mercado

- Comunicação,

Melhoria constante da

nossa presença nas

redes sociais e no nosso

site

- Distribuição,

Aumentar a venda

directa – através do site

e das redes socias

- Promoção nas redes

sociais especialistas.

- Pessoas

Formação

- Processos

Considerar uma

certificação ambiental –

14001

- Serviço ao cliente

Excelência de serviço

mas com genuidade

Quinta Albatroz

Revistas de especialidade e

meios on line

Através de parceiros on line

- Em função da procura e

tendo em conta os critérios

de qualidade de serviço

- Premium

- As promovidas pelas

Quinta da Madeira

- Tranquilidade e excelência

de serviço

-Distribuição,

Intensificar as parcerias

existentes e procurar

novos parceiros

-Preço e Pessoas e

Processos

Consolidar e melhorar

o nível de serviço e o

existente

- Serviço ao cliente

Criar novos serviços

atraindo novos

segmentos de mercado

Quinta da Bela Vista

Net, televisão e revistas Jornais, revistas e TO

- Comparo o valor

internacional deste produto

na Bacia mediterrânica e os

preços da concorrência e

determino o nível para a

minha quinta

- premium

- Porta a porta e feiras

- Imagem do destino, seguida

da imagem das quintas da

madeira

- Comunicação Net,

revistas, atualização

perma/ do site

- Distribuição,

Revistas, jornais e TO

- Promoção

Essencial/ através de

TO

- Preço Ajustar o preço

face à economia

-Pessoas

Formação sempre

- Processos,

Manutenção do

HACCP

- Serviço ao cliente

Sempre aberto aos

gostos dos clientes

Quinta da

Casa Branca

- Brochuras de operadores,

website próprio, redes sociais,

jornais e revistas

- as brochuras de operadores são

distribuídas pelos mesmos, o

website,c/ contratos esporádicos

mas sistemáticos de pay per

click e jornais e revistas – press

trips – através dos seus meios

próprios

- Calculando o custo de

quarto, o qual serve de base

mínima e de partida, para o

calculo do preço de venda.

- Paridade

investe fortemente na

promoção individual com

apresentações nos mercados

de origem do seu produto,

com participações em feiras

da especialidade, com

investimentos em brochuras

de operadores, com

investimentos em

ferramentas tecnológicas

diversas

- Manter todo o mix

Quinta Jardins

do Lago Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Quinta da Rochinha Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Fonte: Elaboração pelo próprio

Page 131: O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso ...bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2952/3/DM_20767.pdf · O Processo de Planeamento Estratégico em Turismo: O Caso “Quintas

115

4.6.7 Programas de fidelização

A implementação consiste numa estratégia clara e um programa de apoio bem

delineado, atuando nas estratégias desenvolvidas que ocorreram nas etapas anteriores ao

processo de planeamento estratégico.

O quadro 4.11 mostra claramente os vários programas que as quintas têm como sendo

exequíveis, bem como a pretensão que existe em criar sinergias.

Quadro 4.11 - Análise de Dados das perguntas 47.1, 47.2 e 48 - Controlo e Implementação

Criar sinergias?

Com quem? Como? Implementação

Quintinha de São João Não

Se está a pensar em pacotes do

produto QM, isso já foi

inclusivamente feito.

Quinta da Casa

Velha do Palheiro

- Sim

- com o Vinho da Madeira e golfe

- através de Semanas gastronómicas,

torneios de golfe,etc.

Promoção do Fly & Drive

Quinta do Furão

- Sim

-Existe a vontade de aumentar o

numero de camas sobre a nossa

gestão, não com ampliação nem

aquisição mas através de contratos de

gestão

Sim – embora a implementação das

mesmas seja difícil por não haver

um primus inter pares que tenha

capacidade e reconhecimento

suficiente dos restantes parceiros

para a implementar.

Quinta Albatroz

- Sim

- Com parcerias que potenciem as

vendas

- Nomeadamente com empresas que

prestem serviços ligados ao mar, aos

desportos náuticos e ao bem-estar

Já existe algo que pode ser

considerado dentro desse espírito:

as vindimas na Quinta do Furão

Quinta da Bela Vista - Sim

- Com as QM e outras cadeias

hoteleiras

- Gostaria que se implementasse uma

central de compras para as QM

Sim e neste momento existe um

pacote feito pela Blandy, que

consiste na visita a 3 quintas com

almoço ou lanche, e no site da

quinta da bela vista existe a

possibilidade de marcar as noites

nas várias quintas da marca.

Quinta da Casa Branca -Até à data não pensámos nisso. Não sugeriram

Quinta Jardins do Lago Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Quinta da Rochinha Não responderam à entrevista nem mostraram interesse no tema

Fonte: Elaboração pelo próprio

A Associação das Quintas da Madeira e as próprias Quintas têm programas

implementados que incluem pacotes de Golfe com a Quinta Jardins do Lago, Quinta

Casa Velha do Palheiro, com a Quinta da Casa Branca e com a Quintinha de São João,

que inclui o transfer de ida e volta para os campos de golfe, armazenamento de sacos de

golfe e limpeza de tacos gratuito. Outro pacote tem a ver com Pacotes de Saúde e Bem-

estar, com a Quinta da Casa Branca, Pacote gastronómico com a Quinta da Casa Branca

e a Quintinha de São João. A Quinta do Furão, em Setembro, na altura das vindimas

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116

tem um pacote que inclui o transfer de turistas do Funchal para Santana e vice-versa que

inclui a experiência do turista fazer a vindima, sendo este pacote sazonal.

4.7 Discussão dos Resultados e Recomendações

Neste ponto são discutidos os resultados obtidos. Retrocedendo até ao capítulo da

metodologia, recorda-se que foram definidas quarenta e oito perguntas para este estudo

as quais serão tratadas com base nos resultados apresentados neste capítulo.

Com base nos resultados das pesquisas exploratória e descritiva apresentados

anteriormente, foram definidas uma série de linhas de orientação para o

desenvolvimento de um plano estratégico para o produto “Quintas da Madeira”, que

inclui seis pontos, apresentados seguidamente.

4.7.1 Definição de missão

A definição da missão deve conter e realçar todos os fatores diferenciadores de cada

quinta e das quintas da Madeira, e para a definição de visão devem constar os princípios

básicos que devem ser protegidos dentro da empresa.

Propõe-se para o planeamento estratégico do produto turístico das Quintas da Madeira

que a missão consista em:

Fomentar que mais Quintas da Madeira entrem neste projeto da Associação das

Quintas da Madeira.

Ajudar a manter as infra-estruturas destas quintas.

Desenvolver a formação de recursos humanos.

Coordenar a promoção interna e externa do produto turístico “Quintas da

Madeira” como destino turístico diferenciador.

Aumentar planos de ação entre as Quintas e para as Quintas.

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117

A missão seria: A Associação das Quintas da Madeira, detém uma relação privilegiada

com as outras entidades públicas e os agentes económicos, a Associação está

empenhada em cumprir o desígnio de reforçar o turismo neste produto turístico.

4.7.2 Análise interna e externa

Os gestores deverão organizar as histórias de cada quinta e oficializar nas páginas da

internet, pois as suas histórias únicas fazem parte da cultura e património da Ilha da

Madeira.

Nas páginas de internet das Quintas da Madeira indigita-se que conste o logótipo da

Associação das Quintas da Madeira, seguindo o exemplo da Quinta Albatroz, pioneira

nesta medida.

4.7.3 Segmentação e Posicionamento

A criação da marca “Quintas da Madeira” corresponde a um produto da Madeira que

poderá transformar-se num veículo importante para a consolidação da imagem de

qualidade da Madeira junto de um segmento alto, informado e exigente.

Apesar dos segmentos de mercado estarem bem tratados por cada uma das quintas, estas

devem explorá-las em profundidade para conseguirem manter o segmento, e

consequentemente conseguirem aumentá-lo.

As quintas da madeira da marca devem assumir claramente o seu posicionamento. A

comunicação deve ser segmentada e coordenada para alcançar o público-alvo em

mercados já saturados de mensagens publicitárias.

Propõe-se para este planeamento estratégico a seguinte segmentação do mercado,

assente na diferenciação de cada quinta:

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118

- Turismo Familiar e Turismo Cultural – Todas as Quintas

- Turismo Saúde e Bem-Estar - Quinta Albatroz e Quinta da Casa Branca

- Turismo Natureza - Quinta do Furão e Quinta da Casa Velha do Palheiro

- Turismo Náutico – Quinta Albatroz

- Turismo Rural – Quinta do Furão

4.7.4 Definição de objectivos

Propõe-se como objetivos específicos para o planeamento estratégico das Quintas da

Madeira, tornar o produto turístico Quintas da Madeira, diferenciador do destino,

através da sua distinção em relação à marca do destino e de toda a concorrência.

Propõe-se ainda:

Reconhecimento da marca “Quintas da Madeira” e dos seus associados,

através da quantificação dos níveis e tendências do conhecimento e

sensibilização dos consumidores da existência deste produto turístico

único.

Avaliar a imagem percebida acerca do produto turístico as “Quintas da

Madeira”.

Prover ao turismo da Madeira as Quintas da Madeira como oferta

diferenciada única da região.

Promover maior comunicação externa, maior facilidade de negociar o

produto das quintas junto dos tour-operadores e agências de viagens.

Realizar mais captação de mercado interno, ou seja, os portugueses.

O gestor da Quinta da Casa Branca destacou que o projecto Quintas da

Madeira nasceu da associação informal de algumas empresas que se

enquadravam numa lista de estatutos e da Associação de Promoção da

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119

Madeira, e assente num plano de comunicação ao consumidor em

determinados mercados alvo. Este plano de comunicação por seu lado

obrigou à elaboração dum orçamento conjunto, e a evolução natural foi

para um plano de marketing e não um planeamento estratégico o qual

nunca foi considerado vista a não formalização deste projecto em

associação. Deverá ser repensado esta proposta avançando para a

implementação do planeamento estratégico das Quintas da Madeira.

4.7.5 Definição de estratégia

Propõe-se uma estratégia de diferenciação para as Quintas da Madeira, que passe pela

satisfação e fidelização dos hóspedes, pela implementação de táticas que visem cada vez

mais a migração do tour operador para o canal de comunicação internet, aumentando

assim a rentabilidade. Propõe-se ainda:

A aposta continua na qualidade do produto e serviço, a capacidade de

inovar, estar atento às tendências de mercado e apostar cada vez mais nos

meios alternativos de comércio, nomeadamente através da internet.

Consolidar a imagem, promover a marca, contratar “public

relationships”, atualizar as páginas da internet para que o canal de

comunicação seja claro, atual e credível.

Aderir às redes sociais como rede profissional, embora um dos princípios

da rede seja a sua abertura e porosidade, por ser uma ligação social, a

conexão fundamental entre as pessoas/entidades dá-se através da

identidade.

Reter os atuais mercados, através da manutenção da satisfação, adquirir

novos mercados através do posicionamento diferencial, com o turismo

natureza, património e cultura, naútico; a diferenciação do produto.

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120

4.7.6 Definição de planos de ação

As Quintas da Madeira com o apoio da Associação de Promoção da Madeira convidam

regularmente jornalistas à Madeira, sendo o resultado destes convites, a materialização

de variados artigos, num total de várias páginas, fomentando o turismo cultural, no

sentido em que os jornalistas durante a estadia têm atividades que pode incluir os

passeios a pé, uma visita ao Monte e ao centro da cidade do Funchal, entre outras, como

objetivo de lhes dar a conhecer locais e sensações que só poderão ser escritas por quem

já teve a experiência.

Propõe-se que a Associação das Quintas da Madeira, estimule este tipo de iniciativas

em parceria com a Associação de Promoção da Madeira, pois sendo uma entidade terá

mais força para divulgar as iniciativas. Devem as mesmas fazer divulgação destas

situações com maior enfoque.

Propõe-se ainda:

Conforme se pode verificar no quadro 4.11, a Quinta Albatroz pretende criar

mais sinergias com quem potencie as vendas, sendo que para isso pretende

implementar com empresas que prestem serviços ligados ao mar, aos desportos

náuticos e ao lazer e bem-estar, programas para captarem mercados com

interesse nestas atividades.

Procura de temas que permitam experiências únicas aos visitantes das “Quintas

da Madeira” e que tenham um âmago verdadeiramente ilhéu, atlântico,

madeirense.

Em Setembro, altura das vindimas, a Quinta do Furão, realiza as vindimas

convidando os seus hóspedes, e nos restantes meses pratica a agricultura

biológica também com a vivência e experiência dos hóspedes.

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121

Fomentar a realização de semanas gastronómicas das “Quintas da Madeira”,

insistir na preservação e valorização do património gastronómico,

apresentando-o na sua generosidade e divulgando-o como uma componente de

diversificação do produto turístico oferecido, de modo a torná-lo apelativo, quer

aos agentes do setor, quer aos inúmeros madeirenses e visitantes nacionais e

estrangeiros.

Procurar maiores sinergias e parcerias com o Vinho da Madeira e o Golfe.

4.8 Conclusão

Neste capítulo foram então apresentados os resultados do projeto de acordo com a

revisão de literatura definida no capítulo II e a metodologia proposta no capítulo III.

Como resultado, foram feitas algumas propostas como base de um plano estratégico

para o produto “Quintas da Madeira”, que inclui:

- Definição de missão

- Análise interna e externa

- Segmentação e Posicionamento

- Definição de objetivos

- Definição de estratégia

- Definição de planos de ação.

No capítulo seguinte é apresentada a conclusão da dissertação, referindo as principais

conclusões, as limitações encontradas e sugestões de pesquisas futuras.

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122

CAPÍTULO V – Conclusão

5.1 Tema

Este trabalho teve como objetivo geral compreender o desenvolvimento de um plano

estratégico actualizado das “Quintas da Madeira”, devido à importância deste produto

na comunidade madeirense, visando a antecipação, formalização e articulação das

principais decisões a serem tomadas para o produto “Quintas da Madeira”.

No capítulo I, fez-se uma introdução geral, identificou-se os problemas e delinearam-se

os objetivos específicos, sendo a pretensão com este trabalho o caso em análise das

“Quintas da Madeira”, a saber: transmitir a importância da existência de um

planeamento estratégico deste produto turístico, propor recomendações ao nível do

planeamento estratégico das “Quintas da Madeira”, o desenvolvimento de um

planeamento estratégico atualizado das “Quintas da Madeira”, devido à importância

deste produto na comunidade madeirense e elaborar um planeamento estratégico para

que assuma um papel preponderante, visando a antecipação, formalização e articulação

das principais decisões a serem tomadas para o produto “Quintas da Madeira”.

No capítulo II, fez-se uma explicação dos conceitos, procedimentos e modelos que

auxiliaram no estudo de caso “O processo de planeamento estratégico nas Quintas da

Madeira”. Foram caraterizadas e identificadas várias abordagens ao processo de

planeamento estratégico e todas as etapas nele contido.

No capítulo III apresentou-se toda a estrutura metodológica que serviu como base para a

construção deste trabalho, fazendo referência à adoção do estudo de caso, identificando

as suas vantagens e limitações, a escolha do questionário como elemento crucial na

recolha de informação primária e abordando a pertinência da pesquisa bibliográfica.

No capítulo IV, fez-se a apresentação dos dados, normalmente sintetizados em quadros,

para mais fácil compreensão, bem como a análise dos mesmos. No final consta a

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discussão dos resultados, propondo-se em algumas vertentes do planeamento estratégico

das Quintas da Madeira.

5.2 Problema e objectivo

Foi identificado como problema a inexistência de um planeamento estratégico para um

produto turístico único e diferenciador na marca do destino Madeira. Face a que cada

vez menos existem quintas na Associação das Quintas da Madeira, que já foram 16, há

que perceber quais são as motivações e limitações que os gestores têm para a

implementação de um processo de planeamento estratégico. Assim, o principal

objectivo deste trabalho passou pelo desenvolvimento de um plano estratégico para esse

produto turístico.

5.3 Contributo do estudo

Os resultados deste estudo apresentaram fatores importantes que não podem ser

descurados para uma melhor gestão da Associação das “Quintas da Madeira”.

Neste trabalho foram abordados temas de extrema importância para executar um

trabalho científico que permita servir de base à realização de outros trabalhos

académicos relevantes e cujo tema é de interesse para quem versa sobre esta temática,

nomeadamente, os gestores das quintas da madeira.

Os contributos do estudo prendem-se com algumas vertentes constituintes de um

planeamento estratégico, com recomendações para a implementação do planeamento

estratégico, O processo de planeamento estratégico, a definição da missão, a análise

interna da Associação das “Quintas da Madeira”, a análise SWOT, a segmentação do

mercado, o posicionamento e a sua diferenciação. Recomendações dadas para os

objetivos chave e as suas estratégias e ao nível de algumas componentes do marketing

mix, nomeadamente o preço, a distribuição, a comunicação, e por último a sobre

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124

implementação e controlo através de recomendações efetuadas ao nível de sinergias e

parcerias.

5.4 Recomendações

Considera-se que os dados obtidos resultantes da aplicação dos questionários são de

grande interesse quer para os agentes económicos do turismo, nomeadamente a

Associação de Promoção e a Secretaria Regional do Turismo, quer para os gestores das

Quintas da Madeira. Para além das conclusões tiradas no âmbito desta investigação

académica, os dados poderão servir a necessidade de informação focalizada, pelo que a

primeira orientação é para que a informação possa ser utilizada em função dos objetivos

e da estratégia da Associação das “Quintas da Madeira” e de cada Quinta.

A importância dada por parte das instituições oficiais ao produto, passa pelo

desenvolvimento da segmentação turística, através do reforço de produtos turísticos já

identificados, e a implementação do plano de marketing da marca de prestígio “Quintas

da Madeira”, em parceria com a Associação de Promoção da RAM, Associação das

Quintas da Madeira e os gestores.

O processo de planeamento deve envolver o maior número possível de pessoas e

atividades comerciais da comunidade, incluindo líderes políticos, líderes da Câmara ou

Associação de Comércio e líderes de opinião, pois o plano permite que o turismo seja

uma força positiva e integradora da comunidade.

A missão deve ser formalmente expressa, servindo de guia de orientação para as pessoas

que trabalham na empresa, nomeadamente os grupos que a constituem e os gestores nos

diversos níveis. Mas, expressa ou não formalmente através da definição dos fins

estratégicos gerais, a sua função é dar continuidade de orientação e uniformidade de

propósitos. A missão representa um vasto conceito de negócio que é essencialmente

prosseguido.

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125

Recomenda-se que as oito quintas da madeira que se encontram como associadas do

produto turístico, definam a sua missão e visão e que seja claramente evidenciada nas

suas páginas da internet.

Realizar uma análise interna do produto Quintas da Madeira, também chamada de

análise do ambiente interno, que consiste na identificação dos aspetos mais importantes

que caraterizam a empresa e lhe conferem uma situação de vantagem ou desvantagem

em relação aos seus concorrentes para a implementação de uma estratégia. Traduz-se na

análise dos vários aspetos relativos à estrutura organizacional, pessoal, de marketing, de

produção, na área financeira, entre outros.

A análise SWOT, são hipotéticos planos de acão que começam a emergir, os quais

podem construir ou reforçar forças, evitar ou identificar fraquezas futuras, procurar

explorar oportunidades, identificar ou tentar neutralizar ameaças, sendo o resultado a

identificação de potenciais políticas e ações idealmente relacionadas com a missão e

objetivos da empresa.

A Associação das “Quintas da Madeira” deve elaborar periodicamente questionários aos

gestores das Quintas, em que o resultado seja uma análise SWOT para que a mesma

possa ajudar a reforçar as forças e as oportunidades e a colmatar as fraquezas e as

ameaças.

Deve ainda ser aumentada a ligação entre os agentes económicos do turismo,

nomeadamente a Associação de Promoção e a Secretaria Regional do Turismo,

desenvolvendo mais projetos em parcerias, tendo em vista orientar a oferta por padrões

uniformes de qualidade, rentabilizar melhor os fluxos turísticos, desenvolvendo

sinergias, desenvolvendo a oferta no seu todo e aumentando a satisfação do visitante

para o produto “Quintas da Madeira”.

No que diz respeito ao marketing mix, há que manter e privilegiar a imagem quer na

comunicação e promoção, quer na organização da oferta, quer na prestação dos

serviços, pois a imagem influência a satisfação e a vontade de voltar e de recomendar.

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126

Comunicar convenientemente a identidade de cada quinta nos principais mercados

identificados associando os fatores diferenciadores apontados pelos seis gestores

respondentes das quintas da madeira, e explorar os principais segmentos de mercado

apontados.

Em termos de comunicação: (i) promover o produto turístico “Quintas da Madeira”,

através da internet; sites, blogs, e redes sociais de uma forma associativa, uma vez que

este meio já é o que mais influencia a decisão de viajar, sendo igualmente fundamental

na organização da viagem. A presença do produto turístico “Quintas da Madeira” na

web tem de ser implementada e desenvolvida por especialistas, visando o controlo dessa

mesma presença. (ii) privilegiar os pontos fortes da imagem do produto turístico

“Quintas da Madeira”, apostando em imagens e mensagens que identifiquem o produto

e afirmem a diferenciação.

Em termos de gestão do preço, estudar os mercados das “Quintas Madeira” e privilegiar

aqueles de maior rendimento. Adotar uma política de preços formada a partir do perfil

do cliente das Quintas e não das taxas de ocupação hoteleira madeirense.

O produto turístico “Quintas da Madeira” é um produto diferenciador por si só, mas

alguns dos gestores respondentes não conseguem aferir esta posição, bem como se o

mercado deste produto turístico é o mesmo para outro tipo de alojamento concorrente.

A Associação das “Quintas da Madeira” deve deter um papel mais interventivo na

divulgação e gestão do produto turístico, uma vez que é constatado um papel passivo.

Por isso, deve esta Associação ter um papel ainda mais congregador e preponderante

para os seus associados, porque a nível do planeamento e estratégia deve ser este o

caminho a seguir.

Apesar da sua atuação passiva, o “know how” gerado desde a sua existência é uma

ferramenta de extrema importância para o bom desenvolvimento deste produto turístico,

embora devamos considerar que não deve existir limites para a continuação da expansão

do know how adquirido.

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127

Esta Associação deverá ter uma gestão altamente qualificada e profissionalizada

permitindo o normal desenvolvimento, sem interrupções, de qualquer objetivo e

estratégia delineados no planeamento estratégico.

Os associados devem mostrar maior corporativismo através de uma maior participação

na Associação “Quintas da Madeira”, tendo um papel fundamental na prossecução dos

trabalhos propostos e a propor, ter um papel fiscalizador e regulador da gestão deste

produto turístico.

As pesquisas realizadas em diversos motores de busca, e.g google, yahoo, sapo,

netmadeira, por Quintas da Madeira, não existem com informação agrupada e

uniformizada.

O posicionamento constitui um atributo estável e durável de um produto, de tal forma

que, muitas vezes, permanecerá o mesmo durante toda a vida desse produto. É isto que

explica que por vezes se utilize, como sinónimo do termo posicionamento, termos

identidade ou personalidade da marca.

O processo de planeamento compreende a segmentação do mercado para identificar as

bases para a segmentação do mercado e desenvolver os perfis dos segmentos

resultantes, os mercados alvo para serem desenvolvidas medidas de atração para o

segmento e a sua seleção e o posicionamento do mercado, onde terá que ser

desenvolvido o posicionamento para cada segmento alvo e o desenvolvimento de

marketing mix para cada segmento alvo. No posicionamento a comunicação deve ser

segmentada e cordenada para alcançar o público-alvo em mercados saturados de

mensagens publicitárias.

Deve a Associação das “Quintas da Madeira” fomentar a consolidação dos novos

segmentos de turistas identificados pelos gestores das Quintas, na procura de um

conceito de turismo diferente, associado à proximidade aos recursos naturais e às

atividades próximas dos espaços naturais e à cultura intrínseca das comunidades locais.

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128

No que respeita a uma estratégia para o planeamento estratégico das “Quintas da

Madeira”, a concentração dos esforços promocionais, deve ter em conta as caraterísticas

de autenticidade das Quintas madeirenses, ou seja, uma estratégia de diferenciação deve

ser adotada.

A gestão da expetativa do turista para as Quintas da Madeira, ou seja, o confronto com

aquilo que é promovido e a realidade que ele encontra é determinante para a

sustentabilidade deste produto turístico.

Como recomendação primordial resultante deste estudo, sugere-se haver um maior

aproveitamento da sinergia e um maior consenso à volta da marca “umbrela” Quintas da

Madeira, devendo esta ser potenciada.

5.5 Limitações do estudo

Como limitações centrais à elaboração deste trabalho existiram alguns dos membros da

Associação das Quintas da Madeira, que se recusaram a participar no estudo, não

mostrando qualquer interesse neste tema. Após um grande esforço estabelecido no

sentido de conseguir a participação de todos, a taxa de resposta não foi de 100%. Isto

teve como consequência a impossibilidade de trabalhar com todos os gestores da marca

das “Quintas da Madeira”, o que fez com que não se conseguisse apurar na Quinta da

Rochinha e na Quinta Jardins do Lago, qual a importância que os respetivos gestores

dão ao processo de planeamento estratégico.

Outra das limitações, está relacionada com a ferramenta utilizada para a análise

estratégica, pois de acordo, com a revisão da literatura, existem outras ferramentas,

sendo assim legítimo pensar que uma outra ferramenta seria mais apropriada, mas

atendendo às caraterísticas do estudo de caso não se conseguiu aplicá-las.

Este trabalho apresenta um grau limitado de generalização das respostas a outros

produtos turísticos do género, devido ao tipo de amostra utilizada, bem como ao seu

tamanho.

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129

O esforço feito na obtenção de dados através dos gestores, poderia traduzir uma

quantidade e qualidade ainda maior, caso houvesse uma maior colaboração.

Há poucos ou nenhuns trabalhos sobre esta temática, a implementação do processo de

planeamento estratégico para um produto turístico tão importante e em crescimento.

5.6 Sugestões para pesquisas futuras

Como propostas de pesquisas para trabalhos futuros sugere-se a conclusão do processo

de planeamento estratégico aqui iniciado, através das fases de implementação e

controlo. Posteriormente, no espaço de 2 anos, realizar um estudo, com o objetivo de

aferir e avaliar se o planeamento estratégico foi implementado.

Sugere-se ainda a aplicação de outros modelos descritos no capítulo II, nomeadamente

os modelos de análise de portfolio e o modelo dos 7 S´s.

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136

Exmo. Senhor XX,

Pedimos a sua colaboração no preenchimento do inquérito que a seguir se apresenta.

Este inquérito é um instrumento para a realização de um diagnóstico que servirá de base para

a elaboração do Processo de Planeamento Estratégico das "Quintas da Madeira".

A sua colaboração e máxima sinceridade são cruciais para a definição de um retrato exato da

situação presente.

As suas respostas são fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa.

Agradecemos antecipadamente a sua colaboração.

Se pretender responder por e-mail, deve enviar as respostas para este mesmo e-mail, se não,

entrarei em contato para marcarmos reunião para responder pessoalmente.

1- Existe um Plano estratégico para este produto turístico “Quintas da Madeira”?

2- Se não, qual a sua opinião sobre a existência de um plano estratégico para o “produto

Quintas da Madeira”?

3– Quais as vantagens competitivas de estar inserido na marca “ Quintas da Madeira?

4- Da sua visão e experiência como gestor do produto turístico “Quintas da Madeira”, quais

são os fatores diferenciadores deste produto?

5- O produto “Quintas da Madeira” é fator diferenciador para a escolha da Madeira em

relação a outras ilhas?

6 – Quais os objectivos chave que apontaria para um planeamento estratégico do produto

turístico “Quintas da Madeira”?

7 – Existe algum aspeto a nível ambiental, fiscal, tecnológico, económico ou laboral que afete

particularmente o produto turístico das “Quintas da Madeira”?

8- Quais considera serem os pontos fortes do produto “Quintas da Madeira”?

9 – Quais considera serem os pontos fracos do produto “Quintas da Madeira”?

10– Quais considera serem as oportunidades do produto “Quintas da Madeira”?

11 – Quais considera serem as ameaças do produto “Quintas da Madeira”?

12 - Quais são os produtos concorrentes da Quinta XX?

13 - Quais são os mercados geográficos concorrentes da Quinta XX?

14- Caraterize os segmentos de mercado da Quinta XX, no que se refere à sua tipologia.

15 - Qual o posicionamento da Quinta XX, no mercado global?

16 - Qual é o(s) fator(es) diferenciador(es) da Quinta XX?

17 - Existem parcerias para angariarem novos mercados/clientes?

18 - Qual a estratégia da Quinta XX?

Perspetivas Futuras (o ideal) para a Quinta XX:

19 - Quais serão os produtos concorrentes?

20- Quais serão os mercados concorrentes?

21 - Quais os segmentos de mercado?

22 - Quais serão o(s) fator(es) diferenciador(es) da Quinta XX?

Entrevista ao 8 Gestores das 8 “Quintas da Madeira” integradas na Marca

como produto turístico estratégico

Apêndice I.1 – Guião do questionário para os oito gestores das oito Quintas da

Madeira

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23 – Existirão mais e novas parcerias para angariarem novos mercados/clientes?

24 - Qual o posicionamento que gostaria que a Quinta XX venha a ter?

25 – Pretende continuar com o mesmo tipo de serviços e consolidar mais os mercados

existentes?

26– Pretende desenvolver novos serviços para os mercados existentes?

27 – Pretende com os serviços existentes procurar novos mercados?

28 - Qual a estratégia que a Quinta XX vai seguir?

29– Qual o grau de competitividade e concorrência dentro deste setor?

30- Quem são os concorrentes?

31 - Quais são as vantagens desses concorrentes em relação às “Quintas da Madeira”?

32 – Em termos de objetivos, em relação ao número de clientes pretende manter ou

aumentar?

33 – Tem conhecimento de quantos clientes voltam com recomendação?

33.1 Como é feita a recomendação e por quem?

34 – Qual é a taxa de repetição?

35– Qual o nível de satisfação dos clientes em relação aos serviços existentes?

36 – Qual o nível de satisfação dos clientes em relação à Quinta XX?

37 – O produto tem um ciclo de vida que é o padrão de desenvolvimento do produto que inclui

quatro fases: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Identifique qual das quatro fases

se identificam à Quinta XX e porquê?

38 - A Quinta XX é promovida através de parcerias existentes com a Associação de Promoção

da Madeira e a Secretaria Regional dos Transportes e Turismo?

39 – Se respondeu não à pergunta 1, significa que a Quinta XX promove individualmente.

Como fazem essa promoção?

40 – Especifique os meios de comunicação mais utilizados nos últimos 5 anos?

41 - Especifique como fazem a distribuição?

42 – Como determinam o preço?

43 - Qual a estratégia do preço? Premium, Paridade ou Penetração?

44 – Quais as ações promocionais mais utilizadas nos últimos 5 anos?

45 - Qual a mensagem que é passada para a promoção?

46 – Que ações pretendem implementar para a Quinta XX?

46.1 Ao nível da Comunicação

46.2 Ao nível da Distribuição

46.3 Ao nível da Promoção

46.4 Ao nível do Preço

46.5 Ao nível das Pessoas

46.6 Ao nível dos Processos

46.7 Ao nível do Serviço ao cliente

47 – Pretendem criar sinergias?

47.1 Com quem?

47.2 E Como?

48 - Já alguma vez pensaram em conjunto na implementação de alguma atividade que consista

no alojamento das Quintas que estão na marca?