o presente trabalho tem, como objeto de estudo, a ... · apossamos do futebol como talvez de...
TRANSCRIPT
RESUMO
O presente trabalho tem, como objeto de estudo, a cobertura que a mídia especializada
em esporte realizou na campanha do Sport Clube Corinthians Paulista no período em que a
equipe participou da segunda divisão do campeonato brasileiro de futebol no ano de 2008.
Baseando-se no comportamento da imprensa e do torcedor do clube no ano anterior, quando o
clube pertencia à primeira divisão do campeonato.
PALAVRAS-CHAVE: Corinthians – Série B – Esportes – Cobertura -Imprensa
1
ABSTRACTS
This work has as an object of study, the coverage that specializes in sports media campaign conducted in the Sport Club Corinthians Paulista in the period in which the team participated in the second division of Brazilian football championship in the year 2008. Based on the behavior of the press and the fan club of the year before, when the club belonged to the first division championship.
KEY WORDS: Corinthians - Série B - Sports – Press - Coverage
2
SUMÁRIO
1 O FUTEBOL NO BRASIL ...........................................................................................4
1.1 SURGIMENTO DO CORINTHIANS........................................................................4
1.1.2 A ORIGEM DO NOME CORINTHIANS...............................................................5
2 A IMPORTANCIA SOCIOLÓGICA DO FUTEBOL..................................................5
3 O CAMINHO DA SÉRIE B..........................................................................................6
3.1 FIM DA ERA DUALIB..............................................................................................7
4 A QUEDA E O APOIO DA TORCIDA.......................................................................8
5 CONTRATOS DE TELEVISÃO.................................................................................9
6 PLANOS DE MARKETING.......................................................................................11
7 A FORÇA DA TORCIDA...........................................................................................12
8 A IMPRENSA PASSIONAL.......................................................................................16
9 RIVALIDADE NO FUTEBOL...................................................................................17
10 A SAGA CORINTHIANA E O RETORNO À SÉRIE A.........................................18
CONCLUSÃO.................................................................................................................25
REFERÊNCIAS.............................................................................................................26
3
1 O FUTEBOL NO BRASIL
O futebol chegou ao Brasil em 1894. Trazido pelo descendente de ingleses, Charles
Miller, que após ter passado uma temporada estudando na Inglaterra, retornou ao país
trazendo uma bola de futebol.
A primeira partida de futebol em solo brasileiro ocorreu em 1895 entre
funcionários, também de origem inglesa, de uma fábrica em São Paulo. A novidade
despertou interesse nos brasileiros que desde o principio foram se familiarizando com o
esporte, fazendo dele um dos principais lazeres e tornando-o com o tempo uma paixão
nacional.
O futebol que jogamos aqui, hoje, já é um futebol de tal modo brasileiro que é uma expressão de temperamento, de caráter de cultura do Brasil. Nós nos apossamos do futebol como talvez de nenhuma outra coisa importada de uma cultura européia. (SIMÕES apud LOBO 1973, p. 193)
Contudo, neste início o esporte até então era apenas privilégio da elite, sendo que
os negros e pobres eram proibidos de praticá-lo.
Essa discriminação gerou desconforto e rivalidade entre a burguesia e o
proletariado na cidade de São Paulo. Os trabalhadores menos assalariados também
queriam seu espaço e resolveram montar um clube de futebol que fosse do povo e para o
povo.
1.1 SURGIMENTO DO CORINTHIANS
O Corinthians foi fundado por operários de uma fábrica no Bom Retiro, bairro à
época, industrial de São Paulo. A intenção era popularizar o esporte enquanto os outros
clubes surgiam com o auxilio dos imigrantes e da classe dominante assim
consecutivamente a população menos favorecida não teria acesso ao esporte.
Pensavam em levar o futebol para além dos redutos das fábricas, pois havia o
interesse de que a população além dos industriários e seus funcionários pudessem
praticar o esporte que tanto envolvia os homens da época.
Com este pensamento, os operários deram um importante passo em direção à
cultura que temos atualmente com relação ao futebol. Surgia não só um clube para o
proletariado como também a rivalidade entre alguns clubes de São Paulo.
4
Segundo Giulianotti (2002, p. 26) “Da mesma maneira, os clubes de futebol
estabelecem identidades culturais por meio da rivalidade e da oposição.”
Nascia então, no 1º dia do mês de setembro de 1910, o Sport Clube Corinthians
Paulista. Após algumas sugestões, o nome recebido foi uma homenagem ao Corinthian
Footbal Club, um clube de futebol inglês cujo jogadores haviam visitado e jogado
algumas partidas no Brasil dias anteriores ao da fundação.
1.1.2 A ORIGEM DO NOME CORINTHIANS
O Corinthian Football Club foi fundado em Londres no ano de 1882 e o nome foi
uma homenagem a cidade de Corinto, localizada na Grécia. Em 1939, fundiu-se com o
Casuals Football Club e passou desde então a se chamar Corinthian Casuals Footbal
Club..
Eles achavam que não existia um time que representasse todas as classes, principalmente as mais pobres. Era preciso criar um clube que não exigisse atestado de renda, nem que fizesse discriminação. Por isso somos o time do povo. (GROISMAN, 2008, p.7)
2 A IMPORTANCIA SOCIOLÓGICA DO FUTEBOL
O futebol desde o principio já levava seus praticantes a ter uma noção de
convivência em sociedade. Sociólogos acreditam que mesmo a longo prazo se desenvolve
maturidade no que diz relação ao cunho social do individuo, pois através de disputas
simples como cidade contra cidade, casado contra solteiro, empresa contra empresa,
escola contra escola, o cidadão vai adquirindo uma identidade com aquilo que ele
defende.
As pessoas perceberam logo o quanto poderiam se divertir com pouco dinheiro -
apesar de no principio ser um esporte elitizado - não necessitavam de gastos para
praticá-lo pois qualquer objeto poderia ser utilizado como as traves e um objeto
arredondado serviria como uma bola. Com a simplicidade necessária para sua prática, o
futebol se tornou rapidamente um dos esportes mais praticados no país.
5
Um terreno vago, dois pedaços de madeira servindo de balisa – às vezes nem isso, apenas duas pedras marcando os limites do gol – uma bola, arranjada como era possível, e longas horas de liberdade compunham a receita que ao correr do tempo ia preparando os futuros campeões. (PEDROSA apud VIANA, 2008, p. 36)
O poder que o futebol passou a ter na vida das pessoas no imaginário coletivo –
leva os estudiosos da sociologia do esporte a o comparem a uma religião. São instituições
que têm grande influência na vida das pessoas mesmo que em pequenas sociedades.
Para Durkheim, por exemplo, a religião envolve a adoração a símbolos sagrados
além de influenciar o comportamento coletivo o que não chega ser diferente no futebol,
pois o torcedor endeusa quase que da mesma forma um atleta ou o clube. Estes, por sua
vez, transferem aos torcedores suas crenças e bons pensamentos.
A fé adquirida nos dois segmentos pode ser constatada mais uma vez quando
citamos a fé religiosa em algo superior que tudo pode, como a crença depositada no bom
desempenho da equipe. Para o torcedor que acredita, nada como uma partida após a
outra, a vitória pode não ter ocorrido em determinado jogo, mas na próxima disputa
pode ser que ela venha.
Assim, o futebol pode ser considerado um fenômeno inclusive da comunicação de
massa e identificação nacional que aproxima pessoas e ganha um significado
representativo através de suas imagens e mensagens sociológicas.
3 O CAMINHO DA SÉRIE B
Para um time criado e instituído ao longo dos anos com a trajetória que adquiriu o
Corinthians, disputar a Série B do campeonato brasileiro de futebol não é coerente com
a história do clube e é visto por muitos como algo negativo.
Foi a primeira vez que o Corinthians foi rebaixado deixando de pertencer a divisão
dos melhores do Brasil. Este fato não ocorreu na vida do clube sequer em outro
campeonato.
Desde sua fundação disputa os principais títulos do futebol no país. Sua galeria de
troféus contabiliza uma média de cento e cinquenta títulos em diversos campeonatos,
sendo os mais importantes para o clube o 1º Mundial de clubes realizado em janeiro de
2.000 pela FIFA (Fédération Internationale de Football Association) considerada a
entidade máxima do futebol mundial, o título paulista de 1977 - quando na época
6
quebrava um tabú de vinte e dois anos sem um título - e os quatro títulos brasileiros nos
anos de 1.990, 1.998, 1.999 e 2.005.
Um time ao ser rebaixado deixa claro que não tem condições suficientes para
pertencer ao quadro dos vinte melhores clubes nacionais o que incita os adversários mas
acima de tudo obriga o time a mudar todo planejamento, pois existe a partir desse
momento a possibilidade de quebra de contratos televisivos, de patrocínios, de
diminuição na renda dos jogos e de público nos estádios, porém, para o Timão – apelido
carinhosamente utilizado pela imprensa paulista no ano de 1966 quando mesmo sem
ganhar títulos, a diretoria fez contratações de bons jogadores da época como por
exemplo o zagueiro Ditão, o volante Nair e o atacante Mané Garrincha sendo o plantel
considerado um timão - não foi necessariamente dessa forma que ocorreu, o clube teve
um bom desempenho na Série B e a torcida, sua maior aliada, esteve sempre ao seu lado.
O time superou os números que iam contra um bom desempenho da equipe e
atingiu vários recordes da Série B, encerrando sua participação com o título antecipado.
O rebaixamento não foi algo repentino e que causou surpresa aos que apreciam o
universo futebolístico, pois há alguns anos o clube vinha passando por crises de grande
exposição na mídia.
3.1 FIM DA ERA DUALIB
No fim do ano de 2004, o Corinthians, contra a vontade de parte da diretoria e da
torcida assinou uma parceria com a empresa internacional MSI (Media Soccer
Investments) que no início parecia agradar porque com ela chegaram jogadores
talentosos e que no ano seguinte deram á equipe o titulo do campeonato brasileiro. Após
a conquista, a parceria foi acusada de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Os
bens do então presidente Alberto Dualib foram confiscados e foi solicitada à Interpol, a
prisão de Boris Berezovski, controlador da empresa; Kia Joorabchian representante da
empresa no Brasil e Nojan Bedroud, o diretor financeiro da MSI. As notícias sobre o
Corinthians dividiam as páginas esportivas com as páginas policiais.
A torcida se uniu e mostrou seu poder ao conseguir a renuncia do presidente no
momento em que o clube passava pela pior crise da sua história.
Com tantos problemas fora de campo, o reflexo dentro das quatro linhas foi um
time apático e sem forças para lutar. O desempenho tornava-se cada vez pior no
campeonato brasileiro de 2007.
7
Com a saída de Dualib, Andrés Sanchez assumiu a presidência prometendo fazer
um trabalho digno e merecedor do amor e da admiração da torcida alvinegra.
4 A QUEDA E O APOIO DA TORCIDA
Após a queda do clube em 02 de dezembro de 2007, muitos acreditavam que a Fiel
– como é conhecida a torcida corintiana - abandonaria o clube ou compareceria em
menor número aos estádios no ano seguinte.
A propósito o apelido de Fiel nunca fez tanto jus a torcida corintiana como em
2008, após os vinte e dois anos que o time ficou na fila a espera de um título, a torcida
também esteve sempre ao lado do clube, e jornalistas esportivos da época chamavam a
torcida de Fiel, no sentido de que aparentemente jamais trairia o clube ou o
abandonaria, seria fiel a ele independente de títulos.
Durante o ano de 2007, o Corinthians passou por talvez o ano mais difícil de sua
história. Após os escândalos envolvendo a diretoria – e já citados acima -os torcedores
viam a cada rodada do campeonato brasileiro o time chegar mais perto da segunda
divisão.
Por quase todas as rodadas do campeonato a equipe ficou na zona de
rebaixamento onde os quatro últimos colocados disputam no ano seguinte a Série B.
Mesmo com todos os problemas extra campo, a pressão da torcida e cobertura da mídia
mostravam aos jogadores a força que o clube tem no cenário nacional do futebol mas a
cada rodada a esperança do elenco corintiano diminuía.
Passou a ser nítido o desespero que surgiu das arquibancadas para dentro do
campo. Em trinta e oito jogos disputados, o Corinthians ganhou apenas dez. O alto
número de empates impediu que o time somasse uma quantidade maior de pontos,
foram quatorze durante o campeonato, o mesmo número de derrotas.
Mesmo com o mal desempenho o Corinthians lutou para fugir do rebaixamento
até a última rodada, quando disputava com o Goiás a vaga para permanecer entre os 16
melhores. Do 17º ao 20º colocado seriam os clubes que disputariam a Série b do ano
seguinte.
Ao Corinthians, que enfrentava o Grêmio, bastava a vitória, ao Goiás que
enfrentava o Internacional de Porto Alegre era necessário vencer e o Corinthians
empatar ou perder a partida que disputava contra o tricolor gaúcho no Rio Grande do
Sul.
8
A torcida viajou com o time para dar apoio e no primeiro minuto de jogo a
confiança diminuiu com um gol do Grêmio, no final do primeiro tempo o Corinthians
empatou trazendo novamente a esperança á torcida.
Em Goiânia, o Goiás fez a sua parte, ganhou do Internacional. Com o placar de 2 x
1 para o Goiás e o empate de 1 x 1 entre Corinthians e Grêmio, o Timão passou pelo pior
momento da história entristecendo seus milhares torcedores espalhados pelo país ou
porque não arriscar em dizer, pelo mundo. Com quarenta e quatro pontos somados
durante toda a competição o Corinthians não conseguiu se manter na primeira divisão
do futebol brasileiro.
A tarde do domingo que encerrava o campeonato brasileiro de 2007 ficou triste
para os torcedores do clube e para a imprensa que noticiou durante toda a semana os
momentos da partida, o rebaixamento do clube, a opinião dos especialistas, o
depoimento de famosos corintianos.
As notícias tinham um tom emocional: era então noticiado mais o sentimento que
envolve o futebol do que a importância de seus resultados.
5 CONTRATOS DE TELEVISÃO
A diretoria sabia dos problemas que enfrentaria no ano por não estar entre os
melhores mas soube sair da situação com desenvoltura. Contratou o técnico Mano
Menezes que havia ganho o título da Série B em 2005 pelo Grêmio, considerado um
técnico experiente na competição, formou um time sem folha salarial elevada e com
jogadores de características apropriadas para disputar o campeonato que tem um tipo
de jogo diferente com o que o clube está acostumado a participar.
A receita repassada pelo Clube dos 13 (entidade criada pelos treze maiores clubes
do Brasil e da qual o Corinthians faz parte) caiu para a metade na Série B, de 18 para 9
milhões de reais, o que foi compensado com um contrato exclusivo com a Rede Globo de
Televisão- líder de audiência no Brasil - para exibição de determinados jogos. Vale
ressaltar que até o ano de 2007, o campeonato da Série B era transmitido somente pela
emissora Rede Tv, com um menor público telespectador.
Devemos notar, neste momento, mais uma evidência da força sociológica do
Corinthians: até o momento, a Rede Globo de Televisão não havia transmitido, em
nenhum momento de sua história, jogos consecutivos da série B do Campeonato
Brasileiro. Certamente, a força da audiência, o número de torcedores e a pujança e
9
retorno econômico que a fanática torcida do Corinthians constituiu ao longo dos anos,
foram decisivos na deliberação da emissora em transmitir os jogos.
Diante da discussão sobre o impacto recente da televisão sobre a economia política do futebol, é importante examinar a primeira onda de mercantilização moderna do futebol, especificamente o crescimento do patrocínio e da comercialização no clube (...) A experiência do futebol tornou-se cada vez mais sinônimo de placas de publicidade, patrocínio de camisas, comerciais de televisão, patrocínio de ligas e copas e a comercialização de parafernálias do clube. (GIULIANOTTI, 2002, p. 118)
Por ser um clube de grande popularidade, o Corinthians fez um acordo com a
FBA (Futebol Brasil Associados) - Gestora comercial do Campeonato Brasileiro da Série
B - para arrecadar um terço da bilheteria quando atuou fora de casa já que foi o maior
responsável pela lotação nos estádios em que jogou.
A torcida, fiel, lota as arquibancadas cantando hinos que fazem tremer os corações, fazendo de todos os estádios a nossa casa. Nunca somos estrangeiros. Em qualquer lugar, nossos jogadores ouvem nossas vozes e sentem uma força mágica que os motiva a ir em frente. (GROISMAN, 2008, p.21)
Podemos assim ressaltar que muitos clubes que disputam a Série B jamais
chegaram a disputar outros campeonatos e ter em seu estádio um clube grande como o
Corinthians, chama atenção de torcedores locais, além do número de torcedores
espalhados pelo Brasil. A torcida do Corinthians é nacional e onde o clube joga tem um
público interessado em assistir as partidas seja para torcer contra ou a favor.
Em competições coletivas e movimentadas, como o futebol, os participantes, quase sempre, conseguem rendimento muito maior quando os torcedores se externam ruidosamente. Nesses casos, os competidores, muitas vezes, não sabem se a gritaria é favorável ou não a eles. O simples barulho os incentiva, especialmente quando produzido por multidões. ( LOBO, 1972, p. 78)
A diretoria substituiu o patrocinador Samsung empresa multinacional de
eletroeletrônicos - pela Medial Saúde – cooperativa de plano de saúde, - assinando o
maior contrato de patrocínios de camisa no Brasil recebendo 16,5 milhões de reais por
ano, segundo a revista Placar de Outubro de 2008.
10
6 PLANOS DE MARKETING
Assim que foi confirmado o rebaixamento, o clube lançou a campanha : “Eu
nunca vou te abandonar”, refrão de uma música entoada pela torcida nas
arquibancadas. Camisetas e outros souvenirs com estes dizeres foram confeccionados e
bateram recordes de venda: os mil kits colocados a venda no site em apenas duas horas
foram esgotados.
Segundo a revista Veja de novembro de 2008, de janeiro a setembro deste ano,
70,7 milhões de reais entraram nos cofres do clube, cerce de 45% a mais que no mesmo
período no ano passado.
Além dos kits “Eu nunca vou te abandonar”, a diretoria de marketing do clube
ousou para poder também lucrar com o momento diferenciado que atravessou durante o
ano.
A polêmica começou na Copa do Brasil quando uma terceira camisa foi lançada
fugindo dos padrões tradicionais da equipe, o preto e branco. Uma camisa roxa com a
propaganda que dizia: “Só o corintiano é roxo”- uma alusão a expressão usada com
freqüência no mundo do futebol, de que quando dizemos que é um torcedor apaixonado
do clube é porque tratamos de um torcedor roxo – houve quem foi contra tanto por
parte da torcida como por parte da imprensa que diziam estar interrompendo uma
tradição de muitos anos com as cores do time. Tradição ou não, a verdade é que a
camisa foi bem recebida tendo um número de vendas maior que o esperado.
A próxima cartada foi a implantação de cartões de crédito para o Fiel torcedor,
onde existem facilidades nas compras de ingressos e outros produtos do clube. São três
tipos de categorias: Minha vida, Minha história, Meu amor – outro hino das
arquibancadas - cada um com um plano que o torcedor julga acessível de acordo com
seu orçamento.
A TV Timão é um canal direto com o torcedor, onde se tem acesso ás notícias do
clube, vídeos, depoimentos com exclusividade, somente para assinantes pelo valor de R$
10,00 mensais.
A Timão Tur é uma agência de turismo que leva o corintiano aos jogos pelo
Brasil juntamente com a delegação do clube. São pacotes para fora do estado que
incluem passagem aérea e hospedagem no mesmo hotel dos jogadores, além do ingresso
para o jogo.
11
Existem também pacotes para jogos no Pacaembu que incluem visita ao Parque
São Jorge e ao memorial do clube, almoço, transporte até o estádio, entrada nos
vestiários e o ingresso.
A última campanha do ano denominada de: “O Timão é a sua cara” em que pelo
valor de R$ 1.000,00 o torcedor poderia ter sua foto estampada na camisa do clube no
jogo da entrega da taça, (o jogo no caso foi Corinthians x Avaí no Estádio do Pacaembu
no dia 22 de novembro de 2008) o preço alto para um clube de torcida com raízes
humildes, vendeu rapidamente seissentos espaços e foi considerado um novo sucesso
realizado pelo departamento de marketing.
Não podemos deixar de mencionar que a média de público nos estádios no trajeto
de retorno a Série A aumentou com relação ao ano passado quando o clube lutava
contra o rebaixamento. Segundo o site: www.cbf.com.br/serieb do Campeonato
Brasileiro Série B, a média de público do Corinthians foi de 23.287 torcedores como
mandante (site acessado em 20/11) contra média de 19.000 no ano de 2007.
Mesmo o time já com vaga na Série A de 2009, os planos de explorar a fase em
que amargou na Série B não foram esquecidos.
Realizou projetos que este ano foram colocados em prática como o lançamento de
um livro intitulado de “Eu voltei”, um ensaio fotográfico de todas as partidas do clube.
O mais aguardado foi o lançamento de “Fiel”, um documentário longa-
metragem lançado em 10 de abril de 2009 com direção de Andréa Pasquini e roteiro de
Serinho Groisman e Marcelo Rubens Paiva, contou a história a partir do final de 2007.
O Corinthians vence uma partida por 1 x 0 de um de seus maiores rivais, o São Paulo. A
partir deste jogo, o martírio corintiano começa a ser narrado. Na seqüência das cenas, é
mostrada a partida contra o Vasco da Gama, no Pacaembu, quando perde de 1 x 0 e
após a última partida do campeonato de 2007 contra o Grêmio no Sul.
Em meio às cenas, torcedores-personagens do filme contam suas experiências de
onde e com quem assistiram a estas partidas. Na sala de cinema, muitos corintianos vão
às lágrimas enquanto o filme é exibido. Jogadores como Felipe e Dentinho dão seus
depoimentos, são eles os únicos atletas que compunham a equipe na temporada do
descenso, porém, festejam a volta do clube á primeira divisão.
12
7 A FORÇA DA TORCIDA
A torcida tem o poder de criar e destruir mitos por meio do endeusamento ou do
esquecimento. Sendo assim, a torcida organizada enaltece seu time através da idolatria.
O time, na verdade a marca, torna-se símbolo de paixão, de garra e, conseqüentemente,
gera uma motivação muitas vezes obsessiva na vida do torcedor que o leva a assumir
uma identidade coletiva e lutar para que o seu time seja reconhecido e respeitado.
A convicção e a fidelidade são elementos valorizados que estruturam a objetividade do torcedor. Para ele, a paixão clubística implica “vestir camisa”, assumir uma história, compartilhar ídolos e glórias passadas, suportando derrotas, traições por parte de dirigentes, de jogadores e, muitas vezes, inclusive, as gozações dos adversários. A paixão por um clube parece constituir-se, desse modo, na motivação básica do “ser torcedor”, cuja reação pode ir da simples irritação com o time adversário até a impaciência com o próprio time, quando ele não faz uma boa partida. ( TEIXEIRA, 2003, p. 108)
A partir desse momento, o time passa a ser visto como um ídolo, um mito. É
como se surgisse um feitiço em torno dele. Esta idolatria passa a ser fascinante e
obsessiva. Quando o time vai mal, ele se torna a frustração e agonia da massa,
desiludindo aqueles que nele confiam.
A torcida facilita ao torcedor um maior reconhecimento da sua importância nas
atividades do clube, ela tem o poder de engrandecer ou destruir partidas, jogadores,
técnicos e até mesmo a torcida rival.
O próprio objetivo da organização, “torcer” pelo Corinthians, já denuncia estes elementos de cordialidade: esse amor pelo Corinthians, dizem os torcedores, é de difícil explicação: é antes de tudo um sentimento que brota do fundo da alma, do coração. (COSTA, 1997, p. 232)
A torcida corintiana é considerada a que tem a maior identificação com o seu
time. Na realidade, é com a origem do clube. A paixão que envolve a torcida corintiana,
trás consigo uma grande multidão que segue o mesmo ideal. Isso dá à torcida um sentido
de comunhão, um sentimento comum que une os membros em um mesmo pensamento.
Quando me conscientizo de pertencer a uma nação, percebo que uma estreita comunhão de caráter me liga a ela, que seu destino me forma e sua cultura me define, que ela é, em si, uma força efetiva em meu caráter (...) Assim, a idéia de nação está ligada a idéia de meu eu. (BAUER, 2000, p.68)
13
As experiências e o sofrimento comuns, geram um contato maior e uma interação
de seus membros. Pertencer a uma nação deve ser algo interpretado e conscientizado
pelo próprio indivíduo. A nação seria uma fuga do Estado (exploração econômica,
dominação cultural e a pressão política).
Para isso, o povo se organiza em grupos num mecanismo de defesa nos quais se
identificam e se sentem reconhecidos. Mesmo com culturas e vidas distintas, elas se
unem através de vontades e necessidades semelhantes. E assim surgem as grandes
torcidas de futebol, onde o torcedor acredita ser responsável pelo bom desempenho de
sua equipe.
Ao torcedor, é importante pertencer a momentos históricos do time. Poder dizer
aos outros que esteve próximo, que viveu determinados momentos, faz com que ele se
sinta em parcela responsável pelo êxito alcançado, pois a torcida ganha destaque na
mídia após uma partida que o time obteve um bom desempenho.
A participação nos acontecimentos do futebol desperta o cidadão enquanto membro de determinada sociedade, desenvolve-lhe a sensibilidade social e a preocupação do bem comum em todos os setores. Tudo isto constitui um elemento importante e fundamental de um sadio patriotismo. (BERALDO apud LOBO, 1972, p.172)
O futebol é visto como um lazer que, de alguma maneira, estimula emoções e
tensões que podem ser até comparadas às lutas da vida cotidiana. O time precisa ganhar
para tornar seu torcedor mais confiante e seguro de que as coisas na vida dele também
terão bons resultados.
Muitos deles transportam as agonias do dia a dia (o desemprego, a fome, os
problemas familiares) para o momento de uma partida de futebol, é como se as vitórias
que não conseguem alcançar na vida particular, o time as conquistasse através da vitória
nos gramados e quando isso não ocorre, a frustração toma conta do grupo.
Se alguém desdenha a nação, desdenha também a mim;se ela é enaltecida, tenho minha parcela desse louvor. Pois a nação não está em parte alguma senão em mim e minha gente. (BAUER, 2000, p.68)
Essas emoções podem ser extravasadas de duas maneiras: o indivíduo pode ir ao
estádio torcer pelo seu time, xingar, gritar, entoar hinos de incentivo, vivendo todas
as suas emoções como se tivesse feito um trabalho terapêutico descarregando suas
14
tensões. Ou ainda, pode demonstrar suas emoções por meio de atos de rebeldia,
valendo-se do uso da violência. Esclarecendo que o time, o futebol ou qualquer tipo de
esporte não induz ninguém a atitudes violentas e sim, à valorização da saúde e da
vida.
E tudo se torna claro quando entendemos que o futebol trabalha com paixão e
vender um produto com este conteúdo é mais fácil, principalmente porque costuma-se
dizer que no sofrimento o amor sobressae, as pessoas se solidarizam ao problema e
querem de alguma forma fazer parte dele.
A palavra torcedor, é uma expressão derivada do verbo torcer, que significa,
retorcer, revirar, se virar sobre si mesmo, portanto, o ato de torcer por um clube chama
a atenção para o ato de sofrer pelo time, não apenas sofrer com suas derrotas, mas
também vibrar com suas vitórias, segui-lo, defende-lo, enfim, amá-lo. Segundo Filho;
Rodrigues (1987, p.27 ) “Escolhe-se um clube como se escolhe uma mulher. Para toda a
vida ou até que Deus separe. É mais difícil deixar de amar um clube do que a uma
mulher.”
As histórias vivenciadas por um torcedor são importantes nesse processo de
construção desde o momento de sua escolha pelo clube, é quando ouve contos familiares
ou recebe influencias de amigos nessa escolha.
Ídolos, títulos, campeonatos, determinados jogos são importantes assim como
quando ele freqüenta o ambiente futebolístico, é unânime entre os torcedores quem não
se emociona ao ver um gol bonito, um estádio cheio, uma torcida cantando durante toda
a partida, são estas as situações que fazem o torcedor querer sempre compartilhar
destes bons momentos ao lado de pessoas que muitas vezes conheceu por causa do time.
Ter estado lá, ter visto, significa fazer parte de uma história, elaborá-la do ponto de vista singular dessas experiências que incluem derrotas e vitórias compartilhadas com pais, parentes e amigos. É através dessas lembranças, que o futebol e a participação na torcida adquirem significado. (TEIXEIRA, 2004, p. 111)
Como citamos acima, no período de 1955 a 1977, o Corinthians passou por uma
crise que parecia não ter fim, onde nenhum título foi conquistado. Porém, foi neste
período que nasceu a mística corintiana, quando nenhum outro clube aumentou de
maneira surpreendente o número de seus torcedores. Os valores e os símbolos de
identificação da torcida aproximam cada vez mais uma cultura popular através deles.
15
Criou-se uma ligação entre Corinthians e o povo, um povo que luta tanto quanto
o time e que tem a esperança de que dias melhores virão. Estas características são fortes
na vida deste povo que encontra no time uma identificação da sua própria cultura.
O lado emocional sobressai e a paixão vem à tona, cada indivíduo acredita que a
sua escolha é a melhor e demonstra o orgulho que sente em fazer parte da história de
seu clube do coração. Motivo este que o faz querer comparecer a todos os jogos,
comprar todos os produtos da equipe e saber de todas as suas notícias. Aproveitando-se
dessa paixão a imprensa entra em campo como vermos a seguir.
8 A IMPRENSA PASSIONAL
O torcedor pode não se dar conta, mas está sendo induzido de maneira indireta a
consumir tais produtos oriundos de sua paixão. A partir do momento que se encontra
mais sensível, seu interesse a coisas que evidenciam sua paixão se tornam mais despertas
e muitos adquirem tais produtos por comprovarem sua admiração e amor pelo clube.
Indiretamente, a indução á compra dos produtos é um aproveitamento ao lado
emocional que fica de algum modo mais sensível.
Dessa forma todos têm sua parcela de benefícios, o torcedor que consome os
produtos que o faz sentir importante, o clube que vende seus produtos em maior
quantidade e a imprensa que atrai o interesse do público em obter notícias sobre o time.
O jornalismo em muitas áreas trabalha com o sensacionalismo para instigar o
público e no jornalismo esportivo não é diferente. O lado dramático foi explorado pela
imprensa na fase que levou o Corinthians ao rebaixamento, cenas da torcida com
músicas de cunho dramático, torcedores e jogadores chorando ou com cara de
desespero, funcionários do clube que não davam entrevistas, frases emocionadas de
torcedores no estádio e o hino onde os “fiéis” diziam nunca abandonar o time. Até o lado
humorístico da imprensa deixou de lado as piadas para se solidarizar com a torcida e a
delegação corintiana que naquele momento sofria.
Apesar da “pretensa” imparcialidade com que trabalha a imprensa, alguns
veículos se aproveitam de situações momentâneas para vender seus produtos e a queda
do Corinthians de certa forma foi benéfica àqueles que divulgavam notícias sobre o
assunto, fosse para lamentar a fase do time ou para brincar com os colegas adversários.
16
O jornalismo divide espaço com o entretenimento. O teor dramático se tornou
elevado para ganhar a identificação da nação corintiana que sofria naquele momento
com o time.
A primeira medida tomada foi com relação à tabela de jogos, o Corinthians não
jogou nenhuma vez na sexta-feira, dia destinado para jogos da Serie B, porém, dia
impróprio para transmissão televisiva.
Jogos da série B não acontecem às quartas-feiras, mas no jogo contra o
Bragantino no dia 24 de setembro pela 27º rodada, o jogo foi transferido de terça-feira
para quarta-feira a pedido da emissora Rede Globo de televisão. Neste mesmo dia o
Palmeiras jogava pela Copa Sulamericana contra o Sport Ancash e segundo o jornal O
Estado de S. Paulo o jogo do Corinthians alcançou 22 pontos no Ibope contra 06 do jogo
do Palmeiras pela Band.
Neste caso entramos em uma questão de culturas de campeonatos. A Copa
Sulamericana, competição que o Palmeiras disputava ainda não tem muita importância
no país, talvez desinteressando a própria torcida palmeirense a assistir o jogo. Somado a
diferença das emissoras, foi fator fundamental para o contraste dos números pois a Rede
Globo é líder de audiência no futebol com grande prestígio e credibilidade por parte de
seus narradores, repórteres e comentaristas, além da quantidade das câmeras globais
que facilita o telespectador a entender as jogadas e ter uma melhor visão do jogo.
E não foi apenas uma vez que o jogo foi excepcionalmente transmitido na quarta –
feira, no dia 12 de novembro pela 35º rodada, a Rede Globo novamente optou por exibir
ao vivo uma partida do Corinthians, desta vez, neste jogo supostamente seria declarado
matematicamente o campeão do torneio, onde se no caso houvesse vitória corintiana,
nenhum outro time o alcançaria na soma dos pontos. O jogo foi em Caxias do Sul, no
Rio Grande do Sul contra o Juventude.
9 RIVALIDADE NO FUTEBOL
O número da torcida pode ser um grande contribuinte para a boa audiência
destinada ao clube e além dos vinte e cinco milhões de torcedores alvinegros há aqueles
que sentem prazer em assistir para torcer contra. Muitos costumam dizer que o
Corinthians ou se ama ou se odeia, não existe um meio termo e assim o time multiplica o
número de pessoas interessadas em sua performance. Alguns jornalistas costumam dizer
17
“ Hoje joga o Corinthians contra Brasil” uma alusão de que todos os outros torcedores
dentro do país, torcem contra o clube do parque São Jorge.
A rivalidade que abrange o universo do futebol está presente dentro e fora dos
gramados. Os jogadores se enfrentam em um esporte de contato físico que gera maior
expectativa do que um esporte disputado individualmente, pois os esportes em geral
provocam um espírito de competição entre equipes e torcedores.
O torcedor passa a proteger e defender a imagem do clube. Com isso, ele se sente
protetor e, ao mesmo tempo, fortalecido. É a isso que se deve a relação de amor e ódio
dos torcedores, ele não apenas ama seu time como odeia o rival, não simplesmente por
ser o rival mas porque o mesmo em algumas ocasiões não o deixa vencer.
A questão de popularidade que tem o Corinthians o impede de ser bem aceito aos
olhos dos oponentes, onde quanto maior a exposição na mídia, mais faz os outros
interrogarem o porque de tal importância dada sendo que o clube não tem um estádio
próprio, não tem um título internacional importante como Libertadores ou Mundial de
Clubes – O Mundial de clubes ganho pelo Corinthians no ano de 2000, que já citado
anteriormente, foi o primeiro título desde que a FIFA passou a reconhece-lo, porém, a
única edição ocorreu neste ano o que gerou desconfiança nos adversários que insistem
em dizer que o título não teve importância porque atipicamente foi disputado no Brasil e
não no Japão como acontece no torneio tradicional - motivos esses de grandes gozações
dos adversários.
10 A SAGA CORINTHIANA E O RETORNO À SÉRIE A
A disputa da Série B foi inevitável e antes da competição iniciar, muitos ousavam
dizer que a equipe enfrentaria dificuldades para encontrar as vitórias e assim, logo no
primeiro jogo a equipe entrou em campo com o desafio não só de voltar á elite do
futebol, mas também o de fazer uma boa campanha já que além de ser uma nova fase na
história do clube, parte dos adversários que enfrentaria eram desconhecidos, nem todos
haviam feito parte do cenário nacional mais divulgado, portanto a cada partida o
Corinthians conhecia no gramado as características das equipes opostas.
Foi o ocorrido logo na primeira partida, em 10/05 o rival era o CRB de Alagoas no
Estádio do Pacaembu, a torcida lotava as arquibancadas na ansiedade de rever o
caminho das vitórias e dar o primeiro passo para voltar à Série A e logo no primeiro
minuto de jogo, a caminhada parecia ser mais difícil do que o esperado, gol do CRB.
18
Mas antes do desespero aparecer sobre o time e torcida, o Corinthians empatou a
partida e jogou melhor que o oponente durante todo o jogo.
O placar final foi 3 x 2 para o Corinthians.
Na semana seguinte no dia 17/05, foi até o Distrito Federal jogar contra o Gama, o
Corinthians saiu na frente, o time da casa empatou e em seguida o Timão fez mais dois
gols ganhando pelo placar de 3 x 1.
E seguindo viagem foi até Natal jogar contra o ABC no dia 24/05, diferente dos
outros jogos o placar foi de apenas 1 x 0 contra o time mandante com gol no final da
partida, mas para a equipe o importante era a vitória conquistada e os pontos que
viriam com ela.
No sábado do dia 31/05, o Corinthians recebeu o Fortaleza no Pacaembu e mais
uma vez a vitória veio com o apoio da torcida. Com o placar de 2 x 0, o time segue
invicto na competição.
No segundo mês da competição, o Corinthians vai a Barueri, cidade próxima da
capital paulista no dia 07/06 e surpreende com o placar de 4 x 1, pois o Barueri já estava
sendo considerado uma boa equipe no campeonato, como o Corinthians, ainda não havia
perdido nenhuma partida na competição.
Uma semana depois no dia 14/06, vai ao Pacaembu jogar contra o Brasiliense e
repetir o placar contra o Barueri. Novamente volta a vencer com o placar de 4 x 1 dessa
vez, próximo de seus torcedores.
Já na sétima rodada do campeonato no dia 21/06, o Corinthians relembrou o
“sabor” de um empate, o primeiro da Série B, em jogo disputado no estádio Moises
Lucarelli em Campinas contra a tradicional Ponte Preta. Mesmo com a defesa de um
pênalti do goleiro Julio César, o Corinthians não passou com vitória sobre a Ponte e o
placar foi de 1 x 1.
Na rodada seguinte o jogo foi contra o Bragantino na cidade de Ribeirão Preto e o
jogo já citado acima, teve sua data alterada por motivos de contrato televisivo e ocorreu
na noite de quarta-feira do dia 25/06, apesar do estádio cheio e da boa audiência
televisiva, o Corinthians repetiu o placar da semana anterior de 1 x 1.
Em 05/07 retornando ao Pacaembu, o time reencontrou-se com a vitória ao vencer
o São Caetano - considerado um rival difícil que geralmente sai vitorioso nos confrontos
– com o placar de 1 x 0 conquistou novamente a confiança da torcida que começava a se
preocupar com os empates da equipe.
19
Na rodada seguinte, aliviou os torcedores que ainda desconfiavam que seria
possível uma boa campanha, vencendo o Marilia por 5 x 0 diante de 21.000 torcedores
presentes no estádio do Pacaembu.
Após uma sequência de cinco partidas com clubes do estado de São Paulo –
chamado pela imprensa esportiva de mini paulista – encerra o ciclo contra o Santo
André, time respeitado pela torcida alvinegra já que atualmente nele atua um dos
jogadores mais importantes da história corintiana, Marcelinho Carioca.
A torcida estava em festa por ver o time e o ídolo em campo, mesmo ele sendo na
ocasião, o rival. Marcelinho mostrou rapidamente à torcida que apesar de ídolo é
também profissional, abrindo o placar do jogo com um gol para o Santo André.
O Corinthians jogou para evitar sua primeira derrota e apenas no segundo tempo
conseguiu empatar a partida. Voltou para a capital com o empate novamente de 1x1 e
encerrada a partida homenagens foram prestadas ao ídolo, que retribuiu com juras de
amor eterno ao clube.
O Corinthians evitou a derrota para o Santo André e a imprensa iniciou o
questionamento de quando a primeira derrota viria onde muitos profissionais diziam em
programas de mesa redonda que o Corinthians poderia encerrar sua participação na
Série B sem perder ao menos uma partida.
A partir daí a polêmica se espalhou para os outros veículos de comunicação e
chegou rapidamente aos jogadores e comissão técnica que se respaldavam dizendo que
em um campeonato de pontos corridos em algum momento a equipe perderia uma
partida e poderia o fato ser considerado normal.
E no sábado do dia 19/07, o Corinthians entrou em campo no Pacaembu para
defender a invencibilidade contra um clube de grande tradição e que há anos não
participavam de um confronto entre eles, o Bahia que veio até São Paulo com o intuito
de ganhar do líder da competição.
O resultado final mostrou isso, 33.205 foi o público pagante da partida que viu o
Bahia ganhar de 1 x 0 com um gol de falta no começo do primeiro tempo e que mesmo
com o grande número de torcedores presentes a favor, o time paulista não conseguiu
chegar ás redes adversárias, o Corinthians não superou a equipe baiana, conhecendo
então sua primeira derrota no campeonato.
Viajou após a partida para o Ceará onde na terça – feira dia 22/07 enfrentaria a
equipe que tem o mesmo nome do estado. O público pagante foi o recorde do
campeonato com 51.064 e ao contrário do que o Corinthians está acostumado, sua
20
torcida não era exatamente a maior no estádio. A torcida cearense compareceu em
grande número dividindo o espaço das arquibancadas com a torcida alvinegra paulista.
Com o estádio cheio, o placar do jogo deixou as duas equipes satisfeitas. Gols para
ambos os lados e o jogo encerrou 2x2.
Do Nordeste para o Sul. A próxima disputa é contra o Paraná no dia 26/07, o
Corinthians foi até o estádio Durival de Britto, em Curitiba garantir a vitória que não
obtinha a três rodadas. Ganhou dos paranaenses com o placar de 2 x 0.
A partida do dia 02/08 foi novamente no Pacaembu contra o Criciúma com um
placar sem gols que não deixou a torcida satisfeita, o jogo encerou 0 x 0.
O Corinthians continua jogando no Pacaembu em 05/08 e recebe dessa vez o
Juventude que nessa rodada estava na segunda posição na tabela, ou seja, atrás somente
do Corinthians. Apesar do jogo difícil, o Corinthians saiu vitorioso com o placar de 2x0.
Após dois jogos em casa, vai até Goiânia jogar contra o Vila Nova no dia 09/08,
começou o jogo ganhando, deixou o Vila Nova empatar e na seqüência alterar o
resultado da partida a seu favor. O placar encerrou 2 x 1 para o time de Goiás, deixando
para o Corinthians a segunda derrota na competição.
Com a derrota e alguns empates, o Corinthians disputa a próxima partida com o
risco de perder a liderança para o Avaí, o próximo oponente. O Avaí nesta rodada é o
segundo colocado que no caso de vitória passaria o número de pontos conquistados pelo
Corinthians que pela primeira vez perderia a liderança do campeonato.
A disputa foi em Santa Catarina no dia 12/08. O Corinthians começou marcando
no placar, porém não conseguiu obter o resultado favorável deixando o time catarinense
empatar no final da partida. O placar foi de 1 x 1 e com o empate o Corinthians
continua líder da competição.
O primeiro turno do campeonato chega a sua última rodada e o Corinthians
recebe a visita do América de Natal no Pacaembu. Em 16/08, diante de sua torcida
encerra a participação na rodada com uma vitória de 2 x 0, alegrando a torcida que
caminhou metade do “calvário” com a equipe no ano de 2008 e após os resultados
percebeu que o dever estava sendo cumprido.
No dia 23/08, o Corinthians inicia os jogos do segundo turno da competição, desta
vez o jogo é no Nordeste novamente contra o CRB. Como no primeiro turno, venceu a
equipe, desta vez por um placar menor de 2 x 1,
21
No jogo seguinte em 26/08, diante da torcida, o Corinthians jogou contra o Gama e
venceu por um placar de 5 x 0, onde mais uma vez ao lado de sua torcida conseguiu um
resultado favorável e que trouxe maior estabilidade para a equipe.
Na seqüência outro jogo no Pacaembu, em 30/08. Após novamente um placar
favorável, o time fez seu centésimo gol no ano, um pênalti cobrado pelo zagueiro Chicão
garantiu além do gol comemorativo o placar de 4 x 0 para o clube alvinegro contra o
ABC de Natal.
O retorno ao Nordeste aconteceu em 06/09, quando foi jogar contra o Fortaleza, na
cidade com o mesmo nome, este era o quarto confronto das duas equipes – já haviam se
enfrentado além do campeonato brasileiro, duas vezes pela Copa do Brasil – e como nas
outras partidas a vitória foi da equipe paulista, com o placar de 3 x 1.
De volta ao Pacaembu em 13/09, jogou contra o Barueri, que com nove jogadores
em campo conseguiu evitar que o Corinthians chegasse ao gol e ganhasse a partida.
Porém, a raça corintiana prevaleceu e o gol veio acontecer aos 47 minutos do segundo
tempo, dando ao Corinthians uma vitória considerada uma das mais difíceis da
competição pelos atletas. O placar foi de 1 x 0.
Contra o Brasiliense, em Brasília o jogo foi no dia 16/09 e o empate por 1 x 1 foi o
resultado que o Corinthians trouxe para São Paulo.
O rival novamente era a Ponte Preta, o primeiro time que impediu uma vitória
corintiana no primeiro turno. O jogo no Pacaembu em 20/09 parecia ser como o
primeiro onde o elenco encontraria grandes dificuldades, mas a equipe alvinegra foi
superior e venceu a partida com o placar de 3 x 0.
O jogo contra o Bragantino teve a data alterada para o dia 24/09 como já citado
acima, por motivos de interesse televisivo, que transmitiu o jogo mesmo ele sendo
realizado no estádio do Pacaembu, teve o placar de 2 x 0 para o Corinthians. As
emissoras televisivas geralmente transmitem o jogo quando realizado em outra cidade.
Podemos comprovar portanto, a força do Corinthians que não só conseguiu fazer a Rede
Globo de Televisão se interessar em transmitir um jogo como o fez em um dia de semana
a noite quando não existe transmissão da Série B.
Em seguida, em 27/09, a volta foi contra o São Caetano em que o Corinthians
conseguiu apenas um empate por 2 x 2 contra a equipe do ABC Paulista.
No jogo do dia 04/10 contra o Marilia, o Corinthians não conseguiu outra vitória
quando empatou por 1 x 1 no estádio do adversário.
22
A seqüência de empates incomodava os corintianos, porém, ela ainda não havia
acabado. Novamente contra o Santo André do Marcelinho Carioca, o empate foi
resultado da partida realizada em 11/10 no Pacaembu, o jogo acabou com o placar de 2
x 2.
Antes do início da próxima partida contra o Bahia, a imprensa criava polêmica
quando noticiava que o Bahia poderia ser um time a vencer duas vezes do Corinthians
na competição, a torcida ficou receosa mas os jogadores se diziam confiantes em obter
um bom resultado. E em 18/10 viajou até a Bahia para a realização da partida.
Contrário ao que ocorreu no primeiro turno o Corinthians venceu e com um bom
resultado como asseguravam seus atletas. O placar de 3 x 0 trouxe alívio para os
alvinegros que não gostariam de perder duas vezes para o mesmo clube durante o
campeonato.
Com uma combinação de resultados de vários jogos, o Corinthians joga no
estádio do Pacaembu aquele que poderia ser considerado o jogo mais importante do
campeonato, pois como diziam todos os corintianos o importante era voltar para a Série
A. O Corinthians dependia de uma vitória sobre o Ceará e uma derrota do Barueri – no
momento o quarto colocado da competição que não alcançaria mais o número de pontos
conquistados pela equipe da capital paulista.
E foi com esta confiança e esperança que o Corinthians entrou em campo no dia
25/10 com um público pagante de 35.426 que lotavam as arquibancadas do estádio para
incentivar o time a vencer e esperar o resultado da partida que ocorria em Barueri, onde
o time mandante jogava contra o Paraná.
No início da partida, logo aos oito minutos de jogo, o Timão abriu o placar com
um gol de Douglas e a partir daí a torcida cantava cada vez mais alto para empurrar a
equipe para a vitória. O jogo era clima de festa em todos os setores do estádio e
aumentou quando o sistema de som do estádio anunciou o gol do Paraná contra o
Barueri, com os resultados até o momento, o Corinthians estava de volta a primeira
divisão do futebol brasileiro.
O Barueri empatou seu jogo mas a torcida ainda estava confiante, e aos quatro
minutos do segundo tempo, Chicão aumenta o placar fazendo o segundo gol da equipe
que estava cada vez mais próxima do acesso. O Ceará não intimidou o time que já se
acostumava com o canto da torcida. O sistema de som anunciou o segundo gol do
Paraná contra o Barueri e então foi só esperar o encerramento das duas partidas.
23
Com o placar de 2 x 0 contra o Ceará e 2 x 1 do Paraná contra o Barueri, o
Corinthians garantia sua vaga na Série A para disputar o campeonato brasileiro de 2009
que com o apoio da torcida saiu de campo com a sensação de missão cumprida.
Acesso garantido, porém ainda restava alguns jogos a serem disputados e a
equipe continuaria com o mesmo empenho para conquistar o título.
Continuando os jogos do Pacaembu, recebe desta vez o Paraná – clube que
colaborou para a garantia da vaga na rodada anterior – no dia 01/11 vence o Paraná por
2 x 1 ficando a apenas três pontos do título de campeão da Série B.
E na busca dos três pontos que faltavam viaja em 08/11 para Santa Catarina para
jogar contra o Criciúma, e com a vitória de 2 x 0 garante longe da torcida o título que
nenhuma equipe deseja ter, pois não acreditam ser um titulo de grande valia.
De qualquer forma, o título foi timidamente comemorado e divulgado na
imprensa como um título qualquer. A missão estava cumprida, mas se enganou quem
pensou que o Corinthians encerraria sua participação na competição. Restavam ainda
quatro partidas a serem disputadas e o Corinthians continuou na competição com o
mesmo empenho.
A próxima disputa foi em Caxias do Sul contra o Juventude, jogo novamente com
data alterada para 12/11 para ser exibido pela Rede Globo de Televisão e o Corinthians
venceu por 2 x 1 somando pontos na competição.
No dia 15/11 enfrentou o Vila Nova, que o havia vencido no turno anterior e como
fez com o Bahia não perdeu duas partidas para a mesma equipe o placar foi de 3 x 1
alegrando a torcida no retorno ao Pacaembu – já que as duas partidas após o título
haviam sido longe de São Paulo.
Contra o Avaí, o elenco principal se despede da Série B após a partida do dia
22/11, os principais jogadores e alguns reservas iniciam as férias mas antes realizam
uma partida cheia de polemica. O Corinthians teve três jogadores expulsos durante o
embate. Briga dentro e fora de campo ofuscou a despedida do clube da Série B para
onde não deseja mais voltar. Apesar do jogo disputado o placar foi de 3 x 2 a favor do
Corinthians que se despediu da torcida, pois seria esta a última partida em São Paulo.
Enfim, no dia 29/11, os jogadores reservas e muitos deles desconhecidos, viajam
até Natal para encerrar a participação na Série B contra o América de Natal. Os garotos
mostraram ainda não ter preparo para jogar pelo Corinthians e perdeu o jogo por 2 x 0.
O que não importava mais para a torcida que já estava satisfeita com o desempenho da
equipe durante todo o ano.
24
O Corinthians somou oitenta e cinco pontos durante a competição tornando-se
até o momento, o maior pontuador desde que iniciou os pontos corridos. Em trinta e oito
jogos, obteve vinte e cinco vitórias, dez empates e apenas três derrotas. Marcou setenta e
nove gols e seu ataque foi o mais eficiente. Sofre vinte e nove gols e teve a defesa menos
vazada. Os números mostram que para o Corinthians a Série B não foi tão ruim quanto
esperavam e para a torcida resta saber se no próximo ano o desempenho da equipe
seguirá da mesma maneira.
O Corinthians cumpriu o que lhe foi oferecido diante às suas dificuldades e
mostrou que está pronto para o ano de 2009 novamente na primeira divisão do
campeonato brasileiro de futebol.
25
CONCLUSÃO
Antes mesmo de começar, o ano de 2008 já desejava ser esquecido por milhares de
corintianos, porém, no seu decorrer mostrou à Fiel torcida a importância que teve para
o clube que realizou uma excelente campanha na Série B, divisão do campeonato que
disputou.
Todo o planejamento do clube foi refeito. Surgiram novos ídolos como Herrera,
Dentinho e Douglas que ganharam o carinho e apoio da torcida pelo bom desempenho
durante o campeonato.
A diretoria se preocupou com o marketing e a boa imagem do clube, implantando
novos produtos e aumentando a renda mensal com a venda dos mesmos.
A imprensa noticiou sobre o clube com maior intensidade provando que o
Corinthians é um clube diferenciado com relação ao interesse da massa. Mesmo na
divisão em que estava conseguiu transmitir seus jogos mais do que no ano anterior e
mudou a programação da maior emissora de televisão do Brasil, a Rede Globo de
Televisão que transmitiu alguns jogos aos sábados pela tarde.
Perdeu apenas três partidas das trinta e oito disputadas e ganhou o título quando
ainda faltavam quatro rodadas para o fim da disputa do campeonato. Devido a esta
campanha, recebeu muitos elogios por parte da torcida e da imprensa onde encerrado o
campeonato já era considerado um dos favoritos ao próximo título a ser disputado, o do
Campeonato Paulista de 2009.
O retorno à elite do futebol nacional trouxe novamente a esperança ao clube que
soube aproveitar o momento para se reerguer. Mal saiu dos olhos da mídia com o
retorno a primeira divisão e ganhou as páginas dos principais jornais, desta vez não só
no Brasil, mas no mundo. Contratou Ronaldo, conhecido como Fenômeno, eleito pela
Fifa três vezes o melhor jogador do mundo, Ronaldo chega ao Corinthians para
acrtescentar o elenco e retornar ao futebol – está sem jogar desde fevereiro de 2008
devido uma contusão.
O Corinthians soube aproveitar o bom momento e continuar com grande
exposição na mídia do contrário que aconteceu anteriormente, pois a mais de um ano as
notícias sobre o clube são boas e agradam a Fiel torcida que pretende continuar em paz
com o Corinthians por um longo período.
26
REFERÊNCIAS
BAUER, Otto. Tradução RIBEIRO, Vera. Um mapa da questão nacional, Rio de Janeiro, Ed. Contraponto, 2000.
COSTA, André. Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo, Ed. Atlas, 1997.
FILHO, Mario; RODRIGUES, Nelson. Fla-Flu e as multidões despertam. Rio de Janeiro, Ed. Europa, 1987.
GIULIANOTTI, Richard. Tradução BRANT, Wanda Nogueira Caldeira; NUNES, Marcelo de Oliveira. Sociologia do futebol: Dimensões históricas e socioculturais do esporte das multidões, São Paulo, Ed. Nova Alexandria, 2002.
GROISMAN, Serginho. Meu pequeno corinthiano, São Paulo, Ed. Belas-Letras, 2008.
LOBO, R. Haddock. Psicologia dos esportes, São Paulo, ED. Atlas, 1973.
RIBEIRO, André. Os donos do espetáculo: Histórias da imprensa esportiva do Brasil, São Paulo, Ed. Terceiro Nome, 2007.
TEIXEIRA, Rosana da Câmara. Os perigos da paixão: visitando jovens torcidas cariocas, São Paulo, Ed. Annablume, 2003.
VIANA, Rodrigo Silva. Crônica de futebol: o drible entre a literatura e o jornalismo, Araraquara, Dissertação Mestrado em Estudos Literários, 2008.
www.cbf.com.br acessado a partir de outubro de 2008.
www.corinthians.com.br acessado a partir de outubro de 2008.
www.lancenet.com.br acessado a partir de outubro de 2008.
www.placar.com.br acessado a partir de outubro de 2008.
27