o pre modernismo
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LITERATURA
VAMOS RELEMBRAR?
O PRÉ-MODERNISMO
O Pré-modernismo foi um período literário brasileiro, que marca a transição entre o parnasianismo e o movimento modernista seguinte.
Em Portugal, o pré-modernismo configura o movimento denominado saudosismo.
O termo pré-modernismo parece haver sido criado por Tristão de Athayde, para designar os "escritores contemporâneos do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920“.
CONTEXTO HISTÓRICO
Conflitos no Nordeste: fanatismo religioso do Padre Cícero e de Antônio Conselheiro e o Cangaço,
As revoltas da Vacina e da Chibata, no Rio de Janeiro,
As greves operárias em São Paulo e a Guerra do Contestado,
Oligarquia rural O nascimento da burguesia urbana, A industrialização, Segregação dos negros pós-abolição, O surgimento do proletariado, A imigração europeia.
CARACTERIZAÇÃO
Embora vários autores sejam classificados como pré-modernistas, este não se constituiu num estilo ou escola literária, dado a forte individualidade de suas obras, mas essencialmente eram marcados por duas características comuns:
conservadorismo - traziam na sua estética os valores parnasianos e naturalistas;
renovação - demonstravam íntima relação com a realidade brasileira e as tensões vividas pela sociedade do período.
Embora tenham rompido com a temática dos períodos anteriores, esses autores não avançaram o bastante para serem considerados modernos - notando-se, até, alguns casos, resistência às novas estéticas.
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS
Ruptura com o passado, com o academismo, com a Literatura Sorriso da Sociedade;
A linguagem de Augusto dos Anjos, ponteadas de palavras "não poéticas" como cuspe, vômito, escarro, vermes, era uma afronta à poesia parnasiana ainda em vigor;
A denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário herdado do Romantismo e Parnasianismo;
O Brasil não oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do Pré-Modernismo;
O regionalismo, montando-se um vasto painel brasileiro: o Norte e Nordeste com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito Santo com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto;
Os tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos;
Uma ligação com fatos políticos, econômicos e sociais contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a ficção.
EXCERTO
Num artigo publicado em 1917, Monteiro Lobato reagiu assim à exposição de Anita Malfatti, no jornal O Estado de São Paulo:
"Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas e em consequência fazem arte pura. (...) A outra espécie é formada dos que vêem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos da decadência(...)"
PRINCIPAIS AUTORES PRÉ-MODERNISTAS
Euclides da Cunha, com Os Sertões, onde aborda de forma jornalística a Guerra de Canudos;
A obra, dividida em três partes (A Terra, O Homem e A Luta), procura retratar um dos maiores conflitos do Brasil.
PRINCIPAIS AUTORES PRÉ-MODERNISTAS
Lima Barreto, que faz uma crítica da sociedade urbana da época, com Triste Fim de Policarpo Quaresma e Recordações do Escrivão Isaías Caminha; e O Homem Que Sabia Javanês.
PRINCIPAIS AUTORES PRÉ-MODERNISTAS
Monteiro Lobato, com Urupês e Cidades Mortas, retrata o homem simples do campo numa região de decadência econômica; Ele também foi um dos primeiros autores de literatura infantil, desses modos, transmitindo ao público infantil valores morais, conhecimentos do Brasil, tradições, nossa língua. Destaca-se no gênero conto. E foi, também, um dos escritores brasileiros de maiores prestígios.
PRINCIPAIS AUTORES PRÉ-MODERNISTAS
Augusto dos Anjos que, segundo alguns autores, trazia elementos pré-modernos, embora no aspecto linguístico tenda para o realismo-naturalismo, em seus Eu e Outras Poesias.
PRINCIPAIS AUTORES PRÉ-MODERNISTAS
Graça Aranha, com Canaã, retrata a imigração alemã para o Brasil.Nesse livro tinha o constante conflito entre dois imigrantes Milkau e Lentz que discutiam se o dinheiro era mais importante do que o amor.