o poder da palavra para a vida!

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O Caminho da Graça www.caiofabio.net | www.vemevetv.com.br Página1 O poder da Palavra para a vida! Caio Fábio Vamos ler em João 20. 30 – 31... “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” João nos dá conta de que os sinais que Jesus fez foram absolutamente para além da possibilidade de registro especialmente numa época em que todo e qualquer registro significava um trabalho penoso. Dois mil anos atrás não havia esses iPhones que nós usamos, as pessoas não ficavam como nós, lendo a bíblia num “iPhonezinho”, escrevendo mensagens de texto; para se mandar um bilhete era uma mão de obra, era quase como comprar um tablet, escrever uma mensagem e mandar. Pergaminhos de literatura eram difíceis, grandes, pesados, inadequados. Então, qualquer que fosse o trabalho literário, tinha que ser objetivo, não se podia dar-se ao luxo de escrever por escrever; o que se escrevia tinha de ser pensado, premeditado, repensado e escrito, porque a tecnologia das escritas era complexa – não o ato de escrever, mas os materiais para se escrever, para se registrar, os registros eram difíceis. E essa é uma realidade que não cabe na nossa mente, nesta época em que temos nanochips com capacidade de bilhões de registros, e cada dia eles ficam menores, com a capacidade de registro maior. Dois mil anos atrás seria magia do inferno, pensar-se em tal possibilidade. Então, muitos foram os sinais que Jesus fez, mas por essas razões de dificuldade de registro apenas alguns poucos foram selecionados. E no caso deste evangelho que nós lemos, João diz que conquanto ele estivesse presente desde os primeiros dias e que tivesse visto praticamente tudo e não perdido nada, ele foi absolutamente seletivo e criterioso na escolha dos sinais em razão dos quais ele construiria a arquitetura da sua mensagem (mensagem que nós chamamos de evangelho de João porque é a boa nova de Jesus segundo a pregação de João, mas que poderíamos perfeitamente chamar de mensagem de João sobre o Evangelho). João não está nem um pouco preocupado em fazer uma narrativa sequencial nem de acurácia histórica nos seus detalhes e sequencialidades. João está como eu estou diante de vocês hoje aqui: pregando. Só que ele está pregando de modo escrito. E pregando sem aquela preocupação de iniciar com um determinado fato histórico numa linha do tempo e seguir essa linha do tempo até o último fato histórico importante de Jesus entre nós neste Planeta. João é o último de todos a escrever. Já tinha vindo o evangelho de Marcos, surgira o de Mateus com acréscimos ao de Marcos, já surgira o de Lucas. E agora é João, o idoso, o velho, escrevendo; quando Pedro tinha

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Mensagem ministrada em 24/06/2012 Estação do Caminho - DF

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Page 1: O poder da Palavra para a vida!

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O poder da Palavra para a vida! Caio Fábio

Vamos ler em João 20. 30 – 31...

“Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram

registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.”

João nos dá conta de que os sinais que

Jesus fez foram absolutamente para além

da possibilidade de registro –

especialmente numa época em que todo e

qualquer registro significava um trabalho

penoso. Dois mil anos atrás não havia esses

iPhones que nós usamos, as pessoas não

ficavam como nós, lendo a bíblia num

“iPhonezinho”, escrevendo mensagens de

texto; para se mandar um bilhete era uma

mão de obra, era quase como comprar um

tablet, escrever uma mensagem e mandar.

Pergaminhos de literatura eram difíceis,

grandes, pesados, inadequados. Então,

qualquer que fosse o trabalho literário,

tinha que ser objetivo, não se podia dar-se

ao luxo de escrever por escrever; o que se

escrevia tinha de ser pensado,

premeditado, repensado e escrito, porque

a tecnologia das escritas era complexa –

não o ato de escrever, mas os materiais

para se escrever, para se registrar, os

registros eram difíceis. E essa é uma

realidade que não cabe na nossa mente,

nesta época em que temos nanochips com

capacidade de bilhões de registros, e cada

dia eles ficam menores, com a capacidade

de registro maior. Dois mil anos atrás seria

magia do inferno, pensar-se em tal

possibilidade. Então, muitos foram os sinais

que Jesus fez, mas por essas razões de

dificuldade de registro apenas alguns

poucos foram selecionados.

E no caso deste evangelho que nós lemos,

João diz que conquanto ele estivesse

presente desde os primeiros dias e que

tivesse visto praticamente tudo e não

perdido nada, ele foi absolutamente

seletivo e criterioso na escolha dos sinais

em razão dos quais ele construiria a

arquitetura da sua mensagem (mensagem

que nós chamamos de evangelho de João

porque é a boa nova de Jesus segundo a

pregação de João, mas que poderíamos

perfeitamente chamar de mensagem de

João sobre o Evangelho). João não está

nem um pouco preocupado em fazer uma

narrativa sequencial nem de acurácia

histórica nos seus detalhes e

sequencialidades. João está como eu estou

diante de vocês hoje aqui: pregando. Só

que ele está pregando de modo escrito. E

pregando sem aquela preocupação de

iniciar com um determinado fato histórico

numa linha do tempo e seguir essa linha do

tempo até o último fato histórico

importante de Jesus entre nós neste

Planeta. João é o último de todos a

escrever. Já tinha vindo o evangelho de

Marcos, já surgira o de Mateus com

acréscimos ao de Marcos, já surgira o de

Lucas. E agora é João, o idoso, o velho,

escrevendo; quando Pedro já tinha

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morrido, Paulo já tinha morrido,

provavelmente Lucas e Mateus já tivessem

morrido, a maioria dos seus

contemporâneos já se tinham ido – todos

os apóstolos, à exceção dele, João, haviam

morrido mortes de martírio. E ele estava aí

entre os oitenta e os noventa anos de idade

quando escreveu este evangelho que nós

temos nas mãos. Estava idoso e vivendo

uma vida totalmente carregada das

memórias de tudo o que ele

experimentara. E como todo homem idoso,

extremamente econômico no que ele

queria dizer e extremamente consciente de

que precisava dizer o que os outros não

tinham dito. Por isso ele jamais escreveria

um evangelho sinótico, um evangelho

como o de Marcos, que depois serve de

base para Mateus, o qual, depois, serve de

estruturação para Lucas. João, ao contrário,

olha para trás com a objetividade de um

ancião e diz: o que tinha que ser dito sobre

essas sequências já está bem dito; agora eu

tenho a dizer coisas que não foram ditas

ainda. E ele diz milhões de coisas,

literalmente: o texto é pequeno – o

evangelho de João tem 21 capítulos – mas

cada frase desse evangelho abre um

mundo de compreensões. Só que ele

estrutura tudo isso à volta de sete sinais.

Por isso, a ênfase dele no texto que lemos,

foi: Na verdade, Jesus fez muitos outros

sinais, que não estão registrados nesse

livro; mas esses que aqui eu registrei, eu o

fiz para que creiais que Jesus Cristo é o filho

de Deus, e para que, crendo, tenhais vida

em seu nome. Esse é o objetivo de João. E

entre esses sete sinais ele entremeia uma

quantidade enorme de afirmações de

Jesus, de frases de Jesus, de diálogos de

Jesus, de confrontos de Jesus, de

declarações de Jesus; algumas

completamente conectadas com esses

sinais descritos; outras vão sendo

subdiretórios dessas amarrações, desses

sete pilares principais do evangelho de

João, a saber:

O milagre da transformação de água em

vinho no casamento em Caná da Galileia.

Esse é o primeiro sinal, é o primeiro milagre

que João descreve. E por trás desse milagre

tem uma quantidade enorme de

implicações, de subimplicações, de

aplicativos diversos, a respeito dos quais eu

poderia passar a noite inteira falando e não

chegaria sequer a arranhá-los, de tantos

que são. E eu quero ser apenas tópico,

como tópico me insinuou João que fosse,

ao dizer: são sete, e em torno desses sete

eu construí tudo o que disse a vocês com

uma intenção objetiva: “para que creiais

que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para

que, crendo, tenhais vida em seu nome”. E

esse também é, absolutamente, o meu

objetivo aqui. O primeiro milagre, então,

acontece no casamento em Caná da

Galileia. É Jesus entrando na natureza, na

estrutura atômica da criação, e

transformando, a partir da dimensão

subatômica, moléculas de água em

moléculas de vinho; e de um vinho da

maior qualidade possível, como se tivesse

sido envelhecido durante anos para ganhar

aquele tempero do melhor vinho, que

deixou o mestre-sala estupefato, deixou

estupefatos os convidados, o noivo e todos

os que dele provaram. E as mensagens

implicadas, como eu disse, são diversas e

muitas.

A primeira é óbvia: tem a ver com a

declaração dessa capacidade de

intervenção de Jesus na natureza essencial

da matéria, na construção essencial dos

pilares, dos nanoplilares do Universo; de

mexer nisso, transformar a natureza

essencial da natureza, mexer nessas

realidades caracterizadoras do que se

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expresse aos nossos sentidos como tendo a

fisionomia disto ou daquilo: ou de água ou

de vinho. Jesus mexe na natureza

molecular dessas estruturas, mostrando

esse poder que visita os elementos

indisponíveis aos nossos sentidos e altera a

natureza essencial de todas as coisas nesta

vida. Esta é a primeira realidade.

Sobre esta, acrescente-se uma segunda: ele

altera não apenas a natureza essencial das

coisas, mas altera também a designação

das coisas. Aquilo que antes era uma coisa,

nas mãos dele, pela palavra dele, se

transforma numa outra. Aquilo que

carregava um significado – que era água –,

diante da palavra e da vontade dele se

transforma em outra coisa, se transforma

em vinho. Aquilo que era para matar a sede

se transforma em algo para gerar a euforia

da alegria.

A terceira implicação também é óbvia.

Aquilo que deveria produzir a euforia da

alegria em uma festa humana havia se

esgotado, acabado, mas pela intercessão

que a Jesus fizeram houve, da parte dele, o

desejo, a volição de fazer com que a alegria

humana não fosse interrompida por

nenhuma contingência de escassez. De

modo que em transformando água em

vinho, em solidarizando-se com a situação

do noivo e da noiva no casamento, e em

produzindo um milagre dessa natureza,

fazendo com que o vinho que acabara

surgisse de uma natureza dissimilar à sua e

aparecesse nas muitas talhas (que ficaram

lotadas do vinho bom e maravilhoso que

pela palavra do seu poder se criara), vem a

afirmação de Jesus sobre a solidariedade

dele para com as simplicidades da alegria

humana, vem a declaração dele do

empenho da sua vontade para que aquilo

que faça parte dos nossos sonhos de

alegria não seja estancado por nenhuma

escassez desnecessária. Ou seja, Jesus

declara que não é um capricho exagerado

do ser humano desejar alegria, felicidade,

gosto, sabor, beijo, bodas, encontro,

fraternidade. Essas coisas fazem parte da

constituição de todos nós, e existe uma

solidariedade divina nessa direção. Não em

relação a gerar uma tirania da

conjugalidade, mas, com certeza, a

possibilidade de que todos nós

experimentemos felicidade, bem-

aventuranças. Não necessariamente pela

via da conjugalidade, mas necessariamente

pela via da fraternidade, da amizade, do

encontro humano, de vínculos novos. Tudo

isso faz parte dessas bodas da existência

segundo Jesus, segundo o Evangelho. É

vontade de Deus, em Cristo Jesus, que esse

milagre aconteça na vida humana. E eu

paro aqui, para não dizer mais tantas outras

coisas a esse respeito.

O segundo milagre aparece em João 3,

naquela afirmação de Jesus de que o

homem pode nascer de novo. É um milagre

de natureza subjetiva: não é voltar ao

ventre materno e nascer segunda vez, é um

sinal que só pode ser verificado na

subjetividade, por quem o experimentou. É

possível a um homem velho nascer de

novo. É possível a um ser humano que já

tenha um arcabouço mental, intelectual,

acadêmico, religioso, formal – como

Nicodemos – pela fé nascer por um

processo de entrega a Deus, de abandono

em Deus, de abertura para Deus, de ser

invadido por Deus, de sofrer uma

metanoia, uma mudança de mente, uma

reviravolta nos pensamentos, um refazer

de todo o seu processo mental, uma

recriação supracerebral, uma regeneração

de mente, de pensamento, de estrutura de

interpretação, de entendimento, de

sentimento; nascendo, assim, do selo da

água, significando com isso, uma marca

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simbólica do arrependimento; e nascendo

do Espírito, significando, com isso, um

nascimento supracarnal, um nascimento

ultramaterial, um nascimento que acontece

pela via de que não o nosso corpo, não a

nossa carne, não os nossos cromossomos,

mas o DNA da nossa essência de

individuação, o nosso espírito, a nossa

singularidade total seja alterada por uma

intervenção de Deus, pela palavra de Deus,

pela emulação da fé, pelo tremular do

Espírito Santo em nós, por essa gestação

que a divina semente da palavra da vida

plantada em nós produz fazendo eclodir o

novo homem; por essa metamorfose divina

que o Evangelho diz que precisa acontecer

em todos nós. “Necessário vos é nascer de

novo”.

O terceiro milagre é aquele que aparece no

capítulo 4 de João, descrito no cenário de

Jesus com sede, ao meio dia, à beira de um

poço, e uma mulher que vem da cidade de

Siquém, hoje na Cisjordânia, pegar água.

Jesus pede a ela de beber e inicia-se um

diálogo. Como muitos já ouviram essa

história inúmeras vezes, vou sintetizá-la:

quando Jesus pede água, a mulher diz:

Como é que tu, sendo um judeu, me pedes

de beber? (pois os judeus não se dão com

os samaritanos, odeiam-nos). E Jesus

respondeu: Ó, mulher, se tu souberas quem

é que te pede de beber, tu lhe pedirias e ele

te daria água viva. E a mulher diz: Como é

que pode? Porventura tu és maior do que o

nosso pai Jacó, que cavou esse poço, para

que tu tenhas contigo a água viva? E Jesus,

olhando para o fundo do poço, respondeu

à mulher: Em verdade eu te digo que quem

beber desta água voltará a ter sede; aquele,

porém, que beber da água que eu lhe der

nunca mais terá sede. Aí, a mulher disse:

Senhor, me dá sempre dessa água, porque

eu não aguento mais vir aqui a esse poço,

desde pequenininha, pegar dessa água; eu

pego e eu bebo, e eu pego, e eu pego, e eu

bebo, e eu bebo, e a sede não vai embora

nunca, nem sede de água, nem sede de

amor, nem sede de afeto, nem sede de

homem, nem sede de abraço, nem sede de

religião; é uma sede enorme, me dá dessa

água viva para acabar com essa jornada na

minha vida! E Jesus disse: Vai, chama teu

marido e vem cá novamente. Respondeu a

mulher: Eu não tenho marido. E Jesus

replicou: Bem disseste: eu não tenho

marido; porque cinco marido já tiveste, e

este que agora tens não é teu marido; isso

tu disseste com verdade. Mas eu não sou

dono de cartório, então, não tem um

homem vivendo contigo, vocês não

dormem juntos, não partem o pão juntos,

não comem o pão juntos? Então: teu

marido; vai, chama-o e vem cá. Porque eu

não estou entrando nessas minúcias da lei,

eu estou tratando apenas da condição

humana em que tu vives. Chama o homem

com quem tu compartilhas a existência e

vem aqui. E ela foi e o chamou.

Esse mesmo tema da água vai ser

retomado por João no capítulo 7, lá no

templo de Jerusalém, no último dia da

Festa dos Tabernáculos, quando Jesus se

colocou em pé na esquina do altar depois

que o sumo sacerdote derramou ali, do

interior de um vaso de ouro, a água que

colhera num poço de Siloé. Jesus ficou em

pé na esquina molhada do altar e disse: “Se

alguém tem sede, venha a mim e beba.

Quem crer em mim, como diz a Escritura,

do seu interior fluirão rios de água viva”. De

modo que o terceiro sinal que João marca e

usa, a terceira analogia que haverá de

pervadir o significado de tudo o que ele diz

no seu evangelho é essa da água viva, que

trata dessa necessidade essencial do

homem de só encontrar satisfação, sentido,

significação, plenificação, realização, de só

encontrar a sua própria individuação

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satisfatória, só encontrar descanso, só

encontrar o seu dessedentamento, só

encontrar saciedade, só encontrar

plenitude de alegria, só encontrar a si

mesmo e a Deus, só beber dessa água da

vida se beber da fonte eterna de Jesus, pela

fé. E fora isso, e antes disso, e sem isso a

vida humana é uma existência de busca, de

sede e de insatisfação, diz João. Por isso ele

afirma: Eu tenho dito a vocês estas coisas

para que qualquer que creia tenha

saciedade em seu nome, tenha satisfação

em seu nome, seja dessedentado em seu

nome; e do seu interior fluam rios de água

viva.

O quarto sinal que João nos apresenta está

no capítulo 5 e acontece lá no poço de

Betesda. É o caso daquele homem que

havia trinta e oito anos estava esperando

que, conforme a expectativa religiosa do

judaísmo, a água do tanque fosse movida

por um anjo que lá descia uma vez ao ano,

quando o primeiro a conseguir se jogar

para dentro do tanque seria

imediatamente curado de toda e qualquer

doença ou enfermidade que tivesse.

Aquele homem estava ali havia trinta e oito

anos (talvez mais do que o tempo que você

tem de vida) esperando que mexessem a

água. O lugar estava cheio, e Jesus vai

direto em cima dele, e lhe pergunta: Tu

queres ser curado? O homem diz: Ah,

Senhor, eu não tenho quem me tire daqui e

me ponha nesse poço.

O que esse homem expressa, o que ele

caracteriza, o que ele define, o que ele

simboliza para nós é o ser viciado na sua

própria condição adoecida, é o ser humano

viciado na sua própria doença, é a doença

como duplamente enfermiça, não só

naquilo que ela produz como enfermidade,

mas também fazendo o indivíduo ficar

enfermo da condição mental da

enfermidade, fazendo o enfermo da

enfermidade ir aprofundando e

desenvolvendo um vício da doença no

próprio ser. Por isso Jesus lhe faz a

pergunta óbvia: Tu queres ser curado?

Porque àquela altura, o que um dia fora um

horroroso desconforto e conquanto

continuasse a ser o álibi dos discursos

daquele homem, inconscientemente já se

transformara, já se incrustara, já se

enraizara nele como a sua condição, como

o seu carma. É quando o Evangelho chega

para quebrar o nosso condicionamento

cármico, é quando o Evangelho chega para

desestruturar as nossas doenças viciosas,

os nossos vícios adoecidos, os nossos

condicionamentos e os nossos ciclos de

retroalimentação da morte, seja isso

emocional, seja isso afetivo, seja isso

mental, seja isso comportamental, seja isso

nos ciclos que haja em nós, seja isso

orgânico, seja nas dependências mais

variadas que a gente crie. É quando a vida

se fecha num ciclo de morte e Jesus

intervém para quebrar esse ciclo. E para

que aquele que crê tenha vida em seu

nome.

Outro sinal é aquele que aparece em João

6, quando Jesus está pregando e, depois de

dias anunciando a Palavra, ele vê que as

multidões diante dele estão com fome,

muita fome. E ele diz: Dai-lhes vós mesmos

de comer. E os discípulos perguntaram:

Mas onde é que a gente vai arranjar comida

para essa multidão tão grande?! Até que

aparece ali um menino que tinha no seu

farnelzinho cinco pães e dois peixinhos.

Cinco pães e dois peixinhos! E Jesus manda

que tragam o menino até ele. Imagine só:

havia ali uma multidão de cinco mil

homens, fora as mulheres e crianças, e aí

chega um carinha absolutamente

perturbado – graças a Deus – e diz: olha,

tem aí um menino com cinco pães e dois

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peixinhos. Eu queria saber o nome desse

cara! Quem era esse Raul Seixas, na

assembleia?! Uma das minhas curiosidades

na eternidade é conhecer esse cara, eu

gosto de gente assim. Vou dizer a ele: Meu

mano, valeu, que bom que você existiu!

Que maravilha, esse sujeito! Tem que ter

um maluco que olhe para cinco mil pessoas

e diga: tá faltando comida, é? Tem um

garoto aqui que tem cinco pães e dois

peixinhos. E Jesus diz: Oba! Melhor do que

cinco pães e dois peixinhos é um maluco

que acredita nisso; trazei-me o menino. Aí,

trouxeram o garotinho. E Jesus mandou

que os discípulos organizassem o povo em

grupos, fazendo-os assentarem-se na relva.

Depois pegou os cinco pães e dois

peixinhos e deu graças a Deus. Então a

matéria começou a se multiplicar a partir

da dimensão subatômica, quântica.

Ninguém via peixe pulando, era um

milagre em que simplesmente as coisas

iam aparecendo sem serem notadas:

quanto mais se pegava, mais havia para se

tirar, mais havia para se tirar, mais havia

para se tirar... E houve tanto para se tirar e

se retirar, que depois de comerem foram

muitos os cestos usados para recolherem

as sobras, para que nada se perdesse.

E a implicação disso é óbvia. Jesus está

dizendo, e vai dizer depois: Eu sou o pão

vivo que desceu do céu; aquele que comer

desse pão nunca mais terá fome, o que

beber dessa água nunca mais terá sede;

quem come desse pão experimenta essa

realidade de provimento interior constante,

essa multiplicação, essa saciedade eterna. E

mais do que isso, ele também está dizendo:

Creiam na minha provisão, creiam que

qualquer pouco, para mim é mais do que

suficiente; eu sou aquele que chamou do

nada a existência – todas as coisas ex nihilo

–, quanto mais a partir da própria matéria

prima que eu mesmo criei? Eu posso fazer

de cinco pães e dois peixinhos trilhões de

outros cosmos, quanto mais comida para

vocês! Creiam na minha graça, creiam na

minha provisão interior e exterior, creiam

na minha providência. Organizem a vida e

creiam na minha providência. Ofereçam a

mim o que vocês tenham e creiam na graça

da minha intervenção. E não haverá jamais

saciedade interior, não haverá jamais o

provimento exterior; tão somente tragam o

que vocês possuam, e ofereçam a mim,

com gratidão, o que quer que vocês já

tenham nas mãos, e creiam que o

provimento interior é incessante, que a

provisão exterior jamais faltará.

E essas coisas – João afirmou – eu vos disse

para que, crendo, tenhais vida interior, vida

exterior, descanso em todos os níveis, em

seu nome.

O outro sinal é aquele que acontece em

João 9, o caso do cego de nascença, do

homem que nunca vira. E Jesus chega e vai

ao encontro dele. O homem não pede

ajuda, não faz oração, não demanda nada,

o homem nem sabia que Jesus estava

passando. O homem não está fazendo

coisa alguma, ele simplesmente é – é cego.

E como cego, é alienado, não tem

percepção, não tem conexões. E diante

dessa desconexão do homem há uma

intervenção, um certo estupro do amor de

Deus, porque é Jesus que chega lá sem

pedir licença, abusivamente. Onde quer

que a consciência humana perceba, a

consciência humana tem que interagir com

Deus. Somente onde a consciência humana

não percebe é que Deus se permite fazer

intervenções de graça estuprante na

existência. Aquele que tem ouvidos para

ouvir, ouça; quem tem olhos para ver, veja;

quem tem como se manifestar, manifeste-

se; mas aqui no caso desse homem, ele é

alienado, se ele não fosse visto ele não

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veria. E porque ele não veria mas apenas

podia ser visto, o texto diz que Jesus,

vendo-o, foi diante dele e fez o que não fez

em mais ninguém: cospe no chão (que

coisa maravilhosa, Jesus dando aquela

cusparada no chão. Se eu fizesse isso aqui,

teria gente fazendo cara de nojo, todo

mundo politicamente correto), se abaixa,

pega terra, faz aquele emplastro, junta, e

emplastra tudo, enlameia a cara do sujeito

– a cena descrita é abusiva. Então Jesus diz

ao cego: Vai ao tanque de Siloé e te lava. E

o homem: É claro que eu vou! Iria eu ficar

melado o dia inteiro?! Me levem, por favor,

ao tanque de Siloé! E lá vai ele, do templo

até o tanque de Siloé, distância que dá uns

dois quilômetros de ladeira. Não era uma

decida fácil, não, mas lá chega o homem:

cadê a água, pelo amor de Deus? E ele se

abaixa, joga água no rosto, começa a se

lavar. Aí ele olha e a luz vai entrando...

Aquele que fez o olho começa a criar nele

um globo ocular, e todo o processo físico

de fótons vai penetrando por esse novo

órgão, por toda a estrutura ótica que vai

sendo criada, até que chega ao cérebro do

homem. E o cérebro, que nunca tinha feito

uma leitura sequer do ambiente exterior,

começa a ler: luz, silhuetas, formas,

definições, contornos, densidades, cores. E

o homem grita. E enxerga-se a si mesmo

pela primeira vez, identifica sua face no

reflexo da água, se percebe.

E é acerca desse episódio que Jesus virá a

dizer: Eu sou a luz do mundo. E eu vim a

este mundo para que aqueles que dizem

que veem tornem-se cegos, e para que

aqueles que não veem passem a ver. Para

que aqueles que têm a presunção da visão

fiquem cego, e para que aqueles que dizem

que não veem recebam a graça da

percepção e se enxerguem, se percebam; e

não somente percebam a vida, mas se

percebam na vida. Eu sou a luz do mundo.

E João disse: E ele fez isso para que todo

aquele que crer, crendo, tenha vida em seu

nome.

E, por último, nós chegamos ao capítulo 11,

onde é narrada a ressurreição do amigo

Lázaro. Lázaro morre, está há quatro dias

putrefato, malcheiroso, já sepultado, com

uma pedra à frente do túmulo, com todas

as situações rituais do sepultamento

consumadas. Jesus chega, intervém, tira a

pedra, chama o morto. E, de repente, nesse

corpo já apodrecido, já cheirando mal,

inchado, com o cérebro liquefeito, com o

sangue que era só salmoura, com os

pulmões em estado de liquefação, gases

para todos os lados, tudo nele em processo

de morte, vermes proliferando, bactérias

crescendo, micróbios de toda ordem

dentro dele, de repente, nesse corpo

apodrecido como um cavalo de quatro dias

na beira da estrada, penetra a voz do

Eterno: “Lázaro, vem para fora!”. E sai

aquele que estava morto.

E com isso Jesus estava ensinando uma

outra coisa: Eu sou a ressurreição e a vida.

Quem crê em mim, ainda que morra

fisicamente, viverá; e todo aquele que,

vivendo, creia em mim, nunca conhecerá a

realidade da morte, porque já carrega

dentro de si a projeção da eternidade;

jamais conhecerá nenhuma morte como

morte, a morte morreu para ele, porque eu

sou a ressurreição e a vida; quem crê em

mim carrega esse espírito da ressurreição. E

para ilustrar o poder dessa ressurreição,

para caracterizar definitivamente ante os

sentidos de vocês o poder da minha

palavra para realizar a vitória sobre a morte,

eu chamo de volta à vida esse ser

absolutamente apodrecido. E eu faço isso

ilustrando a partir da putrefação e da

condição da morte física, para iluminar os

sentidos de vocês sobre a reversão da

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morte espiritual, para que vocês entendam

que todo aquele que não crê em mim está

nesse estado de putrefação espiritual,

morto, inchado em delitos e pecados. Todo

aquele que for iluminado e crer em mim

receberá a reversão da própria morte na

dimensão espiritual, não importa quão

morto estivesse e quão caracterizada fosse

a morte instalada nele. Se pela graça eterna

ele ouvir a minha voz e se, ouvindo a minha

voz, crer na minha palavra, a vida eterna

reverterá a morte, reverterá a putrefação

dentro dele; e ele se levantará para ouvir a

garantia eterna de que eu sou a

ressurreição e a vida, e que todo aquele

que vive e crê em mim, morrendo

fisicamente não morrerá espiritualmente, e

todo aquele que, vivendo, vive crendo em

mim jamais conhecerá sequer a morte

como referência espiritual, porque já

passou da morte para a vida. Porque eu sou

a ressurreição plantada nele para sempre.

Eu sou a reversão absoluta da morte

instalada nele.

E João diz: Esses sinais foram registrados

para que creiais que Jesus é o Cristo, é o

Filho de Deus; e para que, crendo, tenhais

vida em seu nome. Vida afetiva, gosto,

sabor, alegria, relacionalidade, como num

casamento.

E também vida pela Palavra, conforme

outro sinal que está lá no capítulo 4 desse

evangelho de João: o caso do filho do

oficial do rei, que estava doente e Jesus o

curou à distância mandando uma palavra.

Mostrando, assim, que a vida que Deus

quer colocar e implantar dentro de nós é

essa vida que não depende de nada, a não

ser da ordem da palavra de Deus em nosso

favor e a nosso respeito. E essa palavra foi

ordenada e é ordenada em nosso favor e a

nosso respeito. E ela de si mesmo frutifica e

realiza em nós o bem para o qual ela foi

designada, pois a palavra de Deus não

volta para ele vazia; antes, cumpre tudo o

que lhe apraz. E a semente dessa palavra dá

o fruto do seu próprio plantio na nossa

vida.

É como a expressão da vontade de Deus,

da vida de Deus querendo operar em nós a

mutação e a regeneração de uma

existência que não importa a idade que

tenha, nem os condicionamentos que

possua, nem as barreiras acadêmicas, ou

intelectuais, ou morais, ou espirituais. A

qualquer momento, por um sopro do

Espírito, por um lampejo de Deus, por uma

metamorfose interior, todo homem,

qualquer um, qualquer pessoa pode nascer

de novo, basta não se fechar para esse

soprar da brisa da graça de Deus que lhe

chega ao coração.

Qualquer um pode experimentar na vida a

saciedade, a significação de ser, como

quem bebe da água da vida.

Qualquer um pode provar nesta vida a

multiplicação de provimento interior, de

recursos interiores, numa desproporção

extraordinária. Como cinco pães e dois

peixinhos que brotam de um para

alimentar milhares, ensinando Jesus que a

nossa vida pode ser potencializada a

milhões, a milhares. Hoje, quando eu

pensava nessa imagem de um garoto,

cinco pães e dois peixinhos, e comida para

milhares, eu fiz a inevitável viagem de me

sentir um menino de dezoito anos crendo

no Evangelho, em Julho de 1973, sem ter

nem cinco pães e dois peixinhos a oferecer,

sem ter nada. E, de repente, me passaram

os flashes desses quarenta anos e de como,

a partir daquele nada do meu ser, sem

sequer cinco pães e dois peixinhos a

oferecer, tantos milhões de seres humanos

comeram do pão da vida e beberam da

água da vida porque a graça de Deus é

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infinda, e a partir da minha vaziez, ou da

minha nulidade, ou da minha pequenez, ou

da minha escassez, pode produzir o

potencial que venha a atingir aqueles que

estão infinitamente para além de todo e

qualquer recurso pessoal que nós

tenhamos para beneficiar, alcançar ou

atingir. Pois a graça de Deus assim declara:

De você vai surgir provimento, não só para

a sua vida, mas para assistir a terra inteira,

se for o caso; basta você crer no meu nome.

Há um potencial de vida para brotar de

você, apenas traga quem você é para mim.

E para quem está alienado, para quem não

vê, para quem não enxerga, para quem não

percebe, para quem não discerne, para

quem está entupido, ele faz esse sinal da

invasão de amor. Ele cria circunstâncias,

pega pelo laço, emplastra a graça dele na

gente, sem pedir licença. Quem pode ver,

vê; quem não pode ver e é visto por ele,

frequentemente é invadido por ele, é

praticamente obrigado por ele a ficar

curado. E louvado seja o nome dele por

essa intervenção soberana na vida de

quem não pode, de quem não sabe, de

quem não enxerga, de quem não percebe.

E a quem está para além de toda

recuperação, a quem está todo apodrecido

vem essa palavra que chama o podre de

dentro da podridão, reverte o processo

inteiro de apodrecimento e coloca o

homem sentado com ele num banquete, à

noite, comendo pão e bebendo vinho. O

podre está saudável, processando o pão e

bebendo o vinho, assentado com Jesus

num banquete de vida.

Essas coisas eu vos tenho dito – escreveu

João –, com todas as metáforas, com todas

as imagens, para que, crendo, tenhais vida

em seu nome.

Só você sabe qual é a sua metáfora hoje. Só

você sabe se carrega dentro de si a

metáfora de uma boda que perdeu o sabor,

o vinho, se carrega a metáfora de

relacionamentos que morreram, de festas

que acabaram, de significados humanos

que feneceram, que faleceram, que faliram.

Ou se você é aquele que hoje está com

uma angústia em relação a quem está

distante, a um filho que não está aqui, a um

marido que não está aqui, a alguém

querido que não está aqui. Jesus realiza

esse sinal de atender à oração daquele que

intercedia por um filho que estava distante,

a vinte e quatro horas de caminhada,

dizendo: “vai, o teu filho vive”. Para que,

crendo, tenhais vida em seu nome. Como

João veio a dizer também: Se alguém vir a

seu irmão pecar um pecado que não seja

para morte e orar por ele, Deus lhe dará

vida, dará vida àqueles que não pecam

para morte. Para que, crendo, vocês

tenham a confiança de orar, de interceder,

de clamar, de designar com esperança a

palavra da fé em favor daqueles a quem

vocês amem, para que eles tenham vida

em nome de Jesus. Para que vocês creiam

na possibilidade de a vida se regenerar,

recomeçar a qualquer tempo, a qualquer

hora, em qualquer fase, em qualquer idade.

Para que a carência humana emocional,

afetiva experimente a saciedade da água

da vida. Para que o potencial de quem

julga que não tem nada ou quase nada, ou

que não é nada, colocado na mão de Deus

transforme-se em graça para atingir

milhares, milhões. Para que aquele que

nasceu numa situação totalmente

contrária, em prejuízo mental, em prejuízo

psicológico, em prejuízo físico, em prejuízo

social, em prejuízo familiar, com doenças

que são quase carmas de nascença,

recebam essa invasão da graça de Deus.

Para que aqueles que estão viciados na sua

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própria doença, no seu vício por causa de

anos e anos de repetição das mesmas

coisas, tenham esse ciclo quebrado pela

infusão da cura divina na existência da

gente. E para que aqueles que estão para

além de recuperação provem a

reversibilidade de tudo.

Essas coisas vos escrevi (e neste caso, hoje

à noite, essas coisas eu vos relembrei) para

que creiais que Jesus é o Cristo, e para que,

crendo, tenhais todo tipo de vida que o

coração precise ter e abraçar, em seu nome.

Em nome de Jesus.

Ele quer que você tenha vida – vida afetiva,

vida fraterna, relacionamentos. Ele se

importa se o vinho, se a alegria acabou ou

não. Ele se importa com aqueles a quem

você ama e que estão distantes, pelos quais

você intercede pedindo: manda uma

palavra e meu servo, ou meu filho, será

curado. Ele quer que você tenha certeza de

que outros podem ter vida pela sua fé nele.

Ele quer realizar o milagre da mitigação da

sua sede de afeto, das suas carências, da

sua falta de significado, do seu

esburacamento existencial, do seu cansaço

existencial. Ele quer dar a você a certeza de

que você pode se transformar numa

riqueza de graça divina, de milagre de dons

atingindo a milhares, a milhões. A sua vida

pode ganhar um significado para além de

tudo o que você pediu, pensou, imaginou,

assim como dois peixinhos e cinco pães

podem significar um milagre indizível nas

mãos dele, para uma multidão impensável.

Ele quer que você saiba que a sua

desvantagem física, mental, emocional,

social, econômica, que esse quase carma da

sua vida pode sofrer uma intervenção dele.

E não esperneie. Tenha certeza: ele vai criar

as circunstâncias para entrar na sua vida; e

você vai espernear, mas eu rogo que o

amor de Deus violente você – se você é

daqueles que não conseguem ver, nem

perceber, nem discernir, que Deus arrombe

você para o louvor da glória dele. E se você

é aquele que está podre, que diz: a minha

vida está para além de toda reversão, ah,

meu querido, Lázaro era como um cavalo

podre na estrada, quando a voz de Jesus

penetrou nele e ele veio para fora, redivivo.

Se você é daqueles viciados na própria

doença, trinta e oito anos no ciclo dos

vícios mentais, psicológicos, afetivos, ou

dos aleijões da sua vida, ou das doenças de

autointerpretação que não permitem você

jamais enxergar a vida de outra forma,

Jesus vem hoje e quer saber –

diferentemente do que fez ao cego de

nascença – se você, que enxerga e percebe,

quer ser curado; e ele demanda de você

uma decisão, pois se você expressar o

desejo de o ser, ele lhe diz hoje: Levanta,

toma o teu leito e anda, acabaram os dias

da tua paralisia, chega.

E eu digo essas coisas para que cada um se

identifique com o que quer que seja. E para

que, crendo, tenham vida em seu nome.

Mensagem ministrada em 24/06/2012

Estação do Caminho - DF