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Revista Expansão Acadêmica. Ano 1, n. 1, jul./dez. 2015 23 O PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DAS EMPREENDEDORAS DA CIDADE DE JUAZEIRO- BAHIA Helga Carolina de O. dos Santos 1 Micaelle Eugenia Santos Pinheiro 2 Wellington Dantas de Sousa 3 RESUMO O Brasil é um país de mulheres empreendedoras, ao empreender a mulher torna-se agente de mudança cultural e comportamental. O tema empreendedorismo feminino com foco em empreendedoras que criam e dirigem seu próprio negócio, foi o escolhido para ser foco desse trabalho, pois representa a oportunidade de discutir e refletir sobre a importância da mulher empreendedora no desenvolvimento social e econômico da cidade de Juazeiro, estado da Bahia. Assim, o artigo apresenta como objetivo analisar o perfil das mulheres empreendedoras do município Juazeiro- BA e sua influência no sucesso dos micros e pequenas empresas criadas e administradas por elas. O presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa exploratória junto às empreendedoras da cidade de Juazeiro- BA. Como base teve uma amostra de 30 empreendedoras as quais responderam um questionário contendo 10 questões de multiplica escolha, fundamentadas por pesquisa bibliográfica e coletados por meio de um estudo de campo. Os principias achados da pesquisa evidenciaram que as mulheres não apenas são responsáveis pela administração de seus negócios, como empreende na busca de alternativa de renda, pois ficou evidente através da pesquisa citada que a mulher baiana responde por uma significante parcela da renda familiar independente de sua escolaridade. Palavras - chaves: Empreendedorismo. Mulher. Desenvolvimento. 1. INTRODUÇÃO Em ascensão no Brasil, o empreendedorismo feminino é visto como um fator de mudança cultural e comportamental, tornando-se importante para o crescimento econômico inclusivo. Considerando sua importância não apenas para o Brasil, como 1 Helga Carolina de Oliveira dos Santos (Graduando em Ciências Contábeis na Faculdade São Francisco de Juazeiro (FASJ), e-mail: [email protected]); 2 Micaelle Eugênia Santos Pinheiro (Graduando em Ciências Contábeis na Faculdade São Francisco de Juazeiro (FASJ), e-mail: [email protected]); 3 Wellington Dantas de Sousa (Especialista em Docência do Ensino Superior, Coordenador do curso de Administração e Ciências Contábeis da Faculdade São Francisco de Juazeiro (FASJ), e-mail: [email protected]).

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Revista Expansão Acadêmica. Ano 1, n. 1, jul./dez. 2015

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O PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DAS EMPREENDEDORAS DA CIDADE DE

JUAZEIRO- BAHIA

Helga Carolina de O. dos Santos1

Micaelle Eugenia Santos Pinheiro2

Wellington Dantas de Sousa3

RESUMO

O Brasil é um país de mulheres empreendedoras, ao empreender a mulher torna-se

agente de mudança cultural e comportamental. O tema empreendedorismo feminino

com foco em empreendedoras que criam e dirigem seu próprio negócio, foi o escolhido

para ser foco desse trabalho, pois representa a oportunidade de discutir e refletir sobre a

importância da mulher empreendedora no desenvolvimento social e econômico da

cidade de Juazeiro, estado da Bahia. Assim, o artigo apresenta como objetivo analisar o

perfil das mulheres empreendedoras do município Juazeiro- BA e sua influência no

sucesso dos micros e pequenas empresas criadas e administradas por elas. O presente

trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa exploratória junto às

empreendedoras da cidade de Juazeiro- BA. Como base teve uma amostra de 30

empreendedoras as quais responderam um questionário contendo 10 questões de

multiplica escolha, fundamentadas por pesquisa bibliográfica e coletados por meio de

um estudo de campo. Os principias achados da pesquisa evidenciaram que as mulheres

não apenas são responsáveis pela administração de seus negócios, como empreende na

busca de alternativa de renda, pois ficou evidente através da pesquisa citada que a

mulher baiana responde por uma significante parcela da renda familiar independente de

sua escolaridade.

Palavras - chaves: Empreendedorismo. Mulher. Desenvolvimento.

1. INTRODUÇÃO

Em ascensão no Brasil, o empreendedorismo feminino é visto como um fator de

mudança cultural e comportamental, tornando-se importante para o crescimento

econômico inclusivo. Considerando sua importância não apenas para o Brasil, como

1 Helga Carolina de Oliveira dos Santos (Graduando em Ciências Contábeis na Faculdade São Francisco

de Juazeiro (FASJ), e-mail: [email protected]); 2 Micaelle Eugênia Santos Pinheiro (Graduando em Ciências Contábeis na Faculdade São Francisco de

Juazeiro (FASJ), e-mail: [email protected]); 3 Wellington Dantas de Sousa (Especialista em Docência do Ensino Superior, Coordenador do curso de

Administração e Ciências Contábeis da Faculdade São Francisco de Juazeiro (FASJ), e-mail:

[email protected]).

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também para outros países, que tiveram suas economias afetadas pela concorrência

gerada pela abertura de mercado, levando as empresas a competirem em padrões

internacionais, obrigando-as a se adaptarem e buscarem tecnologias de ponta e

reformulação das estruturas organizacionais, exigindo mão de obra altamente

qualificada e acabando com milhares de vagas de trabalhos.

A nova ordem econômica e de trabalho levou desemprego a uma parcela da

população, que viu nesse novo cenário econômico a oportunidade de empreender. Esse

fenômeno foi inspiração para o presente trabalho, que é fruto do conhecimento

construído durante o período na graduação em Administração de Empresa, sempre

associado os conceitos da teoria vivencia profissional, tendo como objetivo verificar,

por meio de estudo de caso, as características no processo de empreender realizados

pelas mulheres da cidade de Juazeiro- Bahia, analisando suas principais dificuldades e

os benefícios sociais e econômicos gerados.

Segundo pesquisa SEBRAE (2004), a capacidade empreendedora, é formada por

atributos como criatividade, perseverança e coragem de assumir riscos no negócio,

tornando-se condição fundamental de sucesso para empresários e seus negócios. No

entanto, essa mesma pesquisa apresenta como pontos dificultadores para a manutenção

do empreendimento, fatores internos aos negócios, como falta de capacidade

empresarial, falta de capital de giro e a logística operacional, e causas externas, como a

conjuntura econômica do país e políticas públicas, como, a falta de crédito bancário.

Este trabalho tem como referencial teórico a pesquisa Global Entrepreneurship

Monitor (GEM), Idealizada pela London Busines Schol, e pelo Bobson College,

realizada em mais de 30 países, sobre o perfil da atividade empreendedora no mundo. A

pesquisa se baseia em dados de amostra de 197 mil adultos (entre 18 a 64 anos) e mais

de 3 mil especialistas de 70 economias, incluindo o Brasil, o que representa 75% da

população e 90% do PIB mundial.

Concluindo que a ambiência voltada para o desenvolvimento do

empreendedorismo depende de apoio financeiro, políticos governamentais, educação e

treinamento, pesquisa e desenvolvimento (transferência de tecnologia), infra-instrutora

comercial e profissional, abertura de mercado, acesso a infra-estrutura física, normas

culturais e sociais, capacidade para empreender, clima econômico, característica da

força de trabalho, composição da população, contexto político, institucional e social.

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Segundo pesquisa GEM, o Brasil tem ostentado altas taxas de atividades

empreendedoras e, com isso, se posiciona entre os países mais empreendedores no

universo pesquisado.

Isso leva a refletir sobre o papel da mulher baiana empreendedora em sua família

e os reflexos de sua atividade na economia da cidade de Juazeiro, analisando os motivos

que as levaram a abrir seus negócios. Diante desse contexto, questiona-se: qual o perfil

socioeconômico das empreendedoras da cidade de Juazeiro-BA. Desse modo, o objetivo

do presente trabalho é desenvolver um estudo para evidenciar o papel das

empreendedoras baianas frente às famílias e sociedade.

O estudo aborda como metodologia a pesquisa bibliográfica e de campo, com

aplicação de questionários de múltipla escolha. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida

com suporte de publicações cientificas já existentes (GIL, 2002). A pesquisa de campo

procura o aproveitamento de uma realidade específica pela qual serão coletados os

dados.

Justifica-se a pesquisa em um momento em que a mulher tem ocupado cada vez

mais seu espaço econômico e social no ambiente em que está inserida, além disso, o

pujante desenvolvimento econômico nos últimos anos no município de Juazeiro-Bahia.

A pesquisa está dividida em seções, inicia-se com está introdução, seguida da

fundamentação teórica, da metodologia utilizada no estudo, da descrição e da análise

dos dados, por fim, são postas as considerações finais.

2. DESENVOLVIMENTO DO TEMA

2.1 CONTEXTOS DO EMPREENDEDORISMO

O mundo tem passado por varias transformações proporcionado por invenções

que mudaram o estilo de vida das pessoas. Por trás destas invenções estão pessoas

visionárias, que questionam, arriscam, apaixonadas pelo que fazem, fazendo acontecer e

empreendendo (Dornelas, 2008). Os empreendedores estão revolucionando o mundo

com uma velocidade nunca vista e para manter ritmo é necessário que a economia e os

meios de produção se sofistiquem, de forma que hoje existe a necessidade de se

formalizarem conhecimentos, que eram apenas obtidos empiricamente no passado.

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A ênfase em empreendedorismo surge muito mais como

conseqüência das mudanças tecnológicas e sua rapidez, e não

apenas um modismo. A competição na economia também força

novos empresários a adotar paradigmas diferentes. Por isso o

momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo,

pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras

comerciais e culturais, encurtando distancia, globalizando e

renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de

trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas diferentes

(DORNELAS, 2008, p. 6).

O quadro abaixo demonstra algumas criações que revolucionaram o mundo e o

modo de vida. O empreendedor é capaz de mudar a ordem no mundo com suas

invenções, transformando economia e tornando necessário formalizar conhecimento.

Quadro 1 Algumas invenções e conquistas do século XX

1930 Avião motorizado

1915 Teoria geral da relatividade de Einstein

1923 Aparelho televisor

1928 Penicilina

1937 Náilon

1943 Computador

1945 Bomba atônica

Fonte: DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando idéias em

negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2008.p.6

Como demonstra o quadro acima o momento atual pode ser chamado de era do

empreendedorismo. Dornelas, 2008 afirma que são os empreendedores que estão

eliminando as barreiras comerciais e culturais, encurtando distancias, globalizando e

renovam os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos

1947 Descoberta da estrutura do DNA abre caminho para a engenharia

genética

1957 Sputnik, o primeiro satélite

1958 Laser

1961 O homem vai ao espaço

1967 Transplante de coração

1969 O homem chega á Lua; início da Internet, Boeing 747

1970 Microprocessador

1989 World Wide Web

1993 Clonagem de embriões humanos

1997 Primeiro animal clonado: a ovelha Dolly

2000 Seqüencia do genoma humano

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empregos, quebrando paradigmas e gerando riquezas para a sociedade com suas

criações.

Os empreendedores inovam não apenas pela identificação de

formas de usar as invenções, mas também pela introdução de novos

meios de produção, novos produtos e novas formas de organização.

Essas inovações precisam de tanta ousadia e habilidade como o

processo de invenção. O empreendedor promove a “distribuição

criativa”, tornando obsoletos os recursos existentes e necessários a

sua renovação. A questão não é a forma como o capitalismo

administra as estruturas existentes, mas como as cria e as destrói. A

“distribuição criativa” é a causa do programa e do contínuo

aprimoramento do padrão de vida coletividade (SCHUMPETER,

1961, p.15).

Diante da referência do Professor Bolson (2003), observa-se que o empreendedor

é responsável por grandes mudanças da historia do progresso da humanidade, então

segundo o mesmo o empreendedor é o revolucionário, é aquele que detecta uma

oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados.

Nos estudos sobre o empreendedorismo do professor encontram-se os seguintes

aspectos referentes ao empreendedor:

1. Tem iniciativa de criar um novo negócio e paixão pelo que faz.

2. Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente

social e econômico onde vive.

3. Aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar.

2.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Empreendedor é uma palavra que vem do latim imprendere, que dignifica

“decidir, realizar tarefas difícil e laboriosa” (Dicionário Houaiss da língua portuguesa),

“colocar em execução” (Dicionário Aurélio). A palavra empreendedorismo é de origem

francesa “entrepreneur” que em sua conotação prática, leva a onde implica atitudes e

idéias, sendo associada a pessoas que tem visão, realizadoras, que mobilizam recursos e

correm risco para iniciar seu próprio negócio, transformando o ambiente que atuam. De

acordo com Joseph Schumpeter (1961, p.20) importante estudioso do

empreendedorismo:

O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente

pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas

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formas de organização ou pela exploração de novos recursos e

materiais.

O empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrado uma posição clara

e positiva em um ambiente de caos e turbulento, ou seja, identifica oportunidade na

ordem presente. (Kiezner, 1973)

Porém são enfáticos em afirmar que o empreendedor é um exímio identificador

de oportunidades, sendo um individuo curioso e atento as informações, pois sabe que

suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta.

O estudo de Kirzner (1973) assegura que o empreendedor é uma pessoa com

criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações, pois ele é um indivíduo inovador

que decide colocar em prática novas combinações dos fatores de produção, abrindo

novos mercados e revolucionando os métodos de produção.

Buscando entender o comportamento empreendedor, Peter Drucker (1973),

conclui que o empreendedor cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e

positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na

ordem presente.

Afirmando que o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria

um negócio, assumido riscos calculados, sendo responsável pelo processo de criação ou

adaptação das empresas, sempre atendo ao mercado e inovando, tornando-se agente de

transformação econômico e social.

Ainda segundo Drucker (1973), o comportamento empreendedor e o

envolvimento das pessoas no processo de criação de algo novo, de valor, com

comprometimento de tempo e esforço necessário para a criação e desenvolvimento da

empresa, é possuidor do chamado espírito empreendedor.

Segundo Maximiano (2006), grande estudioso do empreendedorismo atual, a

idéia de um espírito empreendedor está de fato associada a pessoas realizadoras, que

mobilizam recursos e correm riscos para iniciar organizações de negócios, o autor

afirmando que:

Mesmo que o empreendedorismo tenha merecido maior destaque

somente nos últimos vinte anos, o espírito empreendedor sempre

esteve presente na historia da humanidade, fazendo com que a

cultura empreendedora, cada vez mais, se enraizasse na civilização.

No atual contexto de desafios e incertezas o desenvolvimento das

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organizações e, até mesmo, sua sobrevivência depende, em grande

parte, de indivíduos que conseguem identificar novas

oportunidades de negócios através de um processo visionário.

Depende, também de que estes indivíduos saibam combinar

recursos e habilidades de forma inovadora, para a concretização de

idéia e conduzir, de forma eficaz, o empreendimento, objetivando o

relacionamento amistoso entre empresa, seus membros e os

mercados (MAXIMIANO, 2006.p.40).

Diante dos conceitos dos autores citados, pode-se deduzir que ser empreendedor

é ser criativo e ao mesmo tempo prático, característica essencial para um gestor que visa

o nascimento, crescimento e sobrevivência de uma empresa, independente do ramo de

atuação em um mercado cada dia mais competitivo, pois a presença do espírito

empreendedor é condição comum para a criação e desenvolvimento de novos negócios.

Neste sentido, os autores tem se dedicado ao estudo sobre o empreendedorismo,

verifica-se a presença do empreendedor, como agente de transformação desde a

revolução industrial, no final do século XVIII, motivando estudiosos sociais a

desenvolverem teorias e conceitos que possa definir o empreendedor e o ato de

empreender, como ressalta Shumpeter,1949;Fiion 1991; Albagli Neto, 1998; Bolso

2003; Chiavenato, 2007; Doenelas, 2008, como pode ser visto no quadro abaixo.

Quadro 2 - Conceitos e entendimentos sobre empreendedor:

AUTOR CONCEITO/ DEFINIÇÃO

Joseph Alois

Schumpeter

(1949)

O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica

existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela

criação de novas formas de organizações ou pela exploração de

novos recursos e materiais.

Louis Jacques Filion

(1991)

O empreendedor e aquele que cria um equilíbrio, encontra uma

posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência,

ou seja, identifica oportunidade na ordem presente, é um

exímio identificador de oportunidades, sendo um individuo

curioso e atento ás informações, pois sabe suas chances

melhoram quando seu conhecimento aumenta.

Isaac Albagli Neto

(1998)

O empreendedor é quem e namora com a idéia dá o primeiro

empurrão no negócio, implementa-o e acompanha -o até

adquirir vida própria. Ele identifica-se emocionalmente e de

modo umbilical com a empresa, concentrando mais a sua

atenção durante as fases de nascimento e pré-infância.

Eder Luiz Bolso

(2003)

O conceito de empreendedor não serve apenas para pessoas que

quebram paradigmas, inovam ou revolucionam. Ele se aplica

também a qualquer pessoa que assume riscos e tenta adicionar

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valor a um negócio.

Idalberto Chiavenato

(2007)

O empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas

acontecerem, pois é dotado de sensibilidade financeira e

capacidade de identificar oportunidades para o negócio, tino

José Carlos Assis Dornelas

(2008)

O empreendedor é a pessoas que possui tem iniciativa para

criar um novo negócio, tendo paixão pelo o que faz, utilizando

recursos disponíveis de forma criativa,transformando o

ambiente social e econômico onde vive, aceitando assumir

riscos calculados e a possibilidade de fracassar.

FONTE: Elaboração Própria (2014)

2.3 EMPREENDEDORISMOS NO BRASIL

O surgimento dos primeiros empreendedores no Brasil foi devido a uma abertura

maior da economia na década de 90. Porém esses novos empreendedores não detinham

de conhecimentos suficientes para administrar seus negócios (SEBRAE, 2005.p 28).

Fernando Dolabela em seu livro Oficina do Empreendedor (2008), conclui

No Brasil, pode-se dizer que o empreendedorismo está apenas começando, mas

o resultado já alcançado no ensino indica que estamos no inicio de uma revolução

silenciosa, uma vez que o empreendedorismo é um fenômeno cultural (DOLABELA,

2008, p10).

A compreensão do empreendedorismo no contexto brasileiro depende da

referência à cultura educacional brasileira. Teorizar sobre o empreendedorismo no

contexto brasileiro implica o empenho por formular um saber situado, uma vez que os

empreendedores não agem e reagem de maneira idêntica em todos os lugares (SOUZA

NETO, 2003, p.18).

O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar

forma na década de 1990, quando entidades como SEBRAE

(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e

Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram

criadas. Antes disso, praticamente não se falava em

empreendedorismo e em criação de pequenas empresas

(DORNELAS, 2008, p.26).

Foi com base na criação de entidades como o SEBRAE e Softex citadas acima,

que o Brasil teve a real noção da importância das micros e pequenas empresas para a

geração de empregos e desenvolvimento da economia.

Quando 3- evolução do ensino do empreendedorismo no Brasil:

1981 Introdução da disciplina “Novos Negócios” no curso de

Especialização em Administração de Empresa - FGV.

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1984 Introdução da disciplina “Criação de Novos Negócios” no curso de

Graduação em Administração de Empresa - FGV.

1984 Introdução da disciplina empreendedorismo no curso de mestrado,

doutorado e MBA - FGV.

1984 Introdução da disciplina “Criação de Empresa” no curso de

graduação em Administração e Contabilidade - FEA/USP.

1984 Introdução da disciplina “Ensino de Criação de Empresa’’ no curso

de bacharelado em Ciências da Computação - UFRS.

Fonte: Elaboração Própria (2014)

O quadro acima demonstra a evolução do ensino do empreendedorismo no

Brasil segundo Dornelas. Todos os autores estudados são unânimes em afirma que o

sucesso dos negócios está intimamente ligado ao aprimoramento das técnicas de ensino

e programas de desenvolvimento do empreendedorismo aprimorados a partir de 1981,

com a introdução da disciplina “Novos Negócios” no curso de Administração da

Fundação Getulio Vargas e que hoje é uma trilha obrigatória percorrida pelos alunos de

graduação.

Através dos estudos dos grandes mestres citados conclui-se que não basta que

exista motivação para empreender, e necessário que o empreendedor esteja preparado

para isto, ou seja, que conheça formas de análise dos negócios, do mercado e de si

mesmo para conseguir o sucesso com passos firmes e saber colocar a sorte ao seu favor.

1990 Criação do GEPE (Grupo de Estudo da Pequena Empresa) - UFMG

1992 Oferecimento de Worcksshops ministrado pelo professor Louis

Jacques Filion,o qual se transformaram em núcleo de propagação de

seguidores da área - GEPE.

1992 Criação do ENE (Escola de Novos Empreendedores) - UFSC.

1992 Criação do CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançado do

Recife) - UFPE.

1993 Desenvolvimento de metodologia de ensino de empreendedorismo -

UFMG.

1995 Criação do GEFEI (Centro Empresarial de Formação

Empreendedora de Itajubá) - EFEI.

1995 Criação da Escola de Empreendedores - UNB

1996 Programa Softex- Softtart oferece em mais de 24 estados brasileiro a

disciplina “O Empreendedor de Informática” - UFMG

1997 Projeto Gênese, incubadora universitária

1997 Programa Reune - Rede de Ensino Universitário de

Empreendedorismo no Estado de Minas Gerais.

1998 Programa Reune Brasil - Rede de Ensino universitário de

Empreendedorismo no Brasil.

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2.4 CARACTERISTICAS DO EMPREENDEDOR DE SUCESSO

Muitos estudos e pesquisas já foram feitos na tentativa de identificar as

características e personalidade típicas dos empreendedores de sucesso. Em 1960, David

Meclelland, psicólogo da universidade de Harvard, identificou nos empreendedores bem

sucedidos características e habilidades em comum, também denominada por ele como

motivação realizadora.

O individuo portador das condições para empreender saberá

apreender o que for necessário para crias, desenvolver e realizar

sua visão. No empreendedorismo o ser é mais importante do que o

saber: este será conseqüência das características pessoais que

determinam a metodologia de aprendizagem do candidato a

empreendedor (DOLABELA, 1991, p.71)

A seguir estão relacionadas e descritas as principais características e habilidades

em comum em empreendedores de sucesso segundo Bolson Eder, 2003.

Quadro 4 - As principais características do empreendedor de sucesso

Características

Especificações

Necessidades

Aprovação

Independência

Desenvolvimento pessoal

Segurança

Auto-realização

Vinculo

Corre risco calculado

Conhecimento

Aspectos técnicos relacionados

com o negocio

Experiência na área comercial

Escolaridade

Experiência em empresas

Formação complementar

Vivencias em situações novas

Habilidade

Identificação de novas

oportunidades

Valoração de oportunidades e

passamentos criativos

Comunicação persuasiva

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Negociação

Aquisição de informação

Resolução de problemas

Alcançar metas

Motivação e obsessão

Valores

Existência

Estéticos

Intelectual

Morais

Religiosos

Qualidade

Fonte: Principais características do empreendedor. URIARTE, Luiz Ricardo (2000).

Dolabela afirma que o empreendedor tem necessidade que influenciam seu

comportamento. No entanto existem outros traços que variam de acordo com aspecto da

personalidade dos indivíduos e pode vim a ajudar ou não seu empreendimento.

2.5 EMPREENDEDORISMOS FEMININOS

Segundo dados do SEBRAE/ 2014 em cada 100 empreendedor individual 45

são mulheres, formando um batalhão de 45 mil empreendedoras, que se destacam na

área do comercio e serviço, ajudando o Brasil a criar emprego e renda em um mercado

competitivo e exigente, além de ajudar na mudança cultural.

A participação crescente de mulheres brasileiras no mercado de

trabalho é uma mudança social muito notável no país desde os

anos 60. Padrões e uma mudança social mais notável no papel

social da mulher têm passado por mudanças, ou seja,

reformulações de conceitos e atribuições tradicionalmente

instituídos pela sociedade. O trabalho feminino permite que a

mulher possa alcançar sua independência econômica, além de

contribui para o orçamento familiar, complementando a renda

familiar e aumentando suas expectativas de consumo (ROSSINI,

2002).

Ainda segundo o autor o empreendedorismo feminino tem crescido em todo o

mundo nas ultimas décadas. Toda essa evolução certamente está ligada ao aumento do

número de mulheres que investem na educação profissional.

A pesquisa GEM de 2013 demonstra que a mulher é metade dos

empreendedores brasileiros. Em 2012 o IBGE constatou que 51,3% da população

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brasileira é constituídas por mulheres. Em um total de 196,9 milhões de pessoas, ou

seja, existem 5,2 milhões a mais de mulheres do que homens no Brasil.

A presença de a mulher estar evoluindo nos pequenos negócios, nas empresas

em segmentos diversificados, o empreendedorismo tem sido uma alternativa para a

presença marcante das mulheres no mercado. Enfrentando desafios as mulheres

ousaram quebrar o paradigma historicamente machista ao assumir uma postura

empreendedora. (ANDREIOLI e BORGES, 2007, p.2).

Segundo Tom Peters (2004), a nova economia vem demandando atributos

femininos, como a capacidade de relacionamento e aprendizado, bem como a intuição

Wever (2003) complementa que a capacidade de realizar múltiplas tarefas e

funções, cuidando de vários assuntos ao mesmo tempo, e ainda, a habilidade de em

desempenhar diferentes papéis nas organizações.

De acordo com esses autores, as mulheres conquistaram seu lugar no mercado de

trabalho e cresceram em diversos segmentos, conseguindo conciliares as atividades

profissionais com as familiares.

3. PROCEDIMENTOS METOLÓGICOS

3.1 TIPOS DE PESQUISA

O presente estudo teve como foco mulheres que conduzem o seu próprio

negócio na cidade de Juazeiro - Bahia. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, pois

respaldados na literatura pertinente, buscou-se alguns conceitos sobre o tema em foco, o

perfil sócio - econômico das empreendedoras da cidade de Juazeiro - Bahia.

Para Santos (2001), a pesquisa bibliográfica é um levantamento das

características conhecidas, componentes do fato, fenômeno, problema. E normalmente

feita na forma de levantamento ou observação sistemática do fato, fenômeno ou

problemática escolhida.

A pesquisa bibliográfica tem como objetivo primordial a

descrição da característica de uma determinada população ou

fenômeno, e uma das suas características mais significativa está

na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados,

através da observação sistemática (GIL,2002).

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Quanto ao procedimento, são os que se referem á maneira pela qual se conduz o

estudo e, portanto, se obtêm os dados. (BEUREN, 2008). Nesse sentido, Gil (1999)

contribui informando que o elemento primordial para identificar é a coleta de dados.

Neste sentido, o procedimento adotado é o estudo de campo com apoio da

pesquisa bibliográfica, a qual é desenvolvida como base em dados já existente, ou seja,

em artigos e publicações, como exemplos de livros, revistas, teses, sites especializados

da internet.

3.2 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

A pesquisa de campo foi realizada junto a 30(trinta) mulheres empreendedoras

que estão a frente de seus negócios localizados no centro da cidade de Juazeiro/BA. A

escolha foi realizada pela atuação enquanto responsável pela criação e gerenciamento de

suas empresas.

3.3 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

Para realizar a pesquisa, população base de estudo foi às mulheres

empreendedoras da cidade de Juazeiro/BA, município situado no norte da Bahia, com

população estimada em 216.588 mil habitantes (IBGE, 2014).

No primeiro momento, o contato realizado in loco, através de visitas, teve por

objeto esclarecer a intenção da pesquisa e que não havia necessidade da empreendedora

se identificar.

O questionário foi formado por 30 (trinta) perguntas de múltipla escolha,

respondido imediato a visita. Para as proprietárias que não quiseram participar da

pesquisa ou não estavam presentes no momento da visita, a reposição foi feita de forma

aleatória simples até atingir a quantidade de questionários para amostra.

3.4 MÉTODOS DE COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados, foi aplicado as empreendedoras um questionário

contendo 10 (dez) questões de múltipla escolha. As questões foram formuladas de

forma sistemáticas e lógicas, fazendo com que o pesquisador obtenha respostas precisas,

o que possibilita a tabulação dos dados que fomentam a condição de um raciocínio

lógico.

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

O gráfico 1 a seguir evidencia que a maioria as empreendedoras baianas está na

faixa etária de 30 a 33anos, ou seja, 30% das mulheres da amostra possui idade média

de 31,5 anos. Seguindo pelas empreendedoras que estão na faixa etária de 34 a 37 anos

que representa 23,33% da amostra, logo após vem as empreendedoras de faixa etária de

22 a 25 anos, 26 a 29 anos e de 38 anos ou mais, todas representando 10% da amostra.

Com menos representatividade, apenas 6,67% da amostra estão as mulheres de 18 a

21anos.

Pode-se comparar o resultado obtido com a pesquisa realizada pelo SEBRAE

2013 onde se verificou que as idades médias das empreendedoras individuem no Brasil

é de 42,5 anos, ou seja, no estado baiano as empreendedoras são mais jovens do que no

resto do país.

Fonte: dados da pesquisa (2014)

Podem-se classificar as empreendedoras de acordo com o seu nível de

escolaridade, contata-se no gráfico abaixo que 50% das entrevistadas possuem nível

médio completo ou incompleto e apenas 2% possuem o nível superior completo ou

mais.

7% 10%

10%

30% 23%

20%

Qual a sua faixa etária?

18 anos-21 anos

22 anos-25 anos

26 anos-29 anos

30 anos-33 anos

34 anos-37 anos

38 anos - mais

13%

13%

50%

17%

7%

Qual a sua escolaridade? Ensino FundamentalIncompletoEnsino FundamentalCompletoEnsino Médio Incompletoou CompletoEnsino SuperiorIncompleto

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Fonte: dados da pesquisa (2014)

Quanto ao motivo que as levaram a abrir seu próprio negócio o gráfico 3 mostra

que 53,33% possuía experiência anterior e apenas 20% identificaram oportunidade de

negócio, pois a oportunidade e gerada pala identificação de uma chance de negócio pela

empreendedora as quais a levam a decidem empreender, mesmo possuindo alternativas

de emprego e renda.

Pode-se comparar com a pesquisa GEM 2013 realizada na região Centro- Oeste

e possível verificar uma expressiva diferença no número de empreendedores por

oportunidade, ou seja, 66% dos empreendedores da região Centro - Oeste são por

oportunidade, destes 52,2% são mulheres que empreender por oportunidade e não por

necessidade.

Fonte: dados da pesquisa (2014)

Dentro da amostra de representatividade com relação ao ramo de seu negócio,

composta por 30 mulheres, 10 destas empreendedoras, equivalente a 33,33% da

amostra, possui seus negócios no ramo de serviço; 12 mulheres que representam 40%

da amostra possuem seus negócios no ramo de comercio, 20% indústria e 6,67%

agrícola, nenhuma entrevistada tem negócio no ramo da construção, representada por

0% das respostas.

20%

54%

13%

13% 0%

Que Motivo a levaram a abrir seu próprio negócio? Identificação de uma oportunidade de

negócioExperiência anterior

Desemprego

Insatisfação com a empresa em quetrabalhava

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Fonte: dados da pesquisa (2014)

Dentro da amostra da amostragem de respondente com relação ao tempo de atividade de

seu negócio, composta por 30 empreendedoras, 10 dessas mulheres, equivalente á

33,33% da amostra, abriram seus negócios entre 1 e 2 anos; 20% abriram suas empresas

entre 3 e 4 anos e 30% a mais de 5 anos; a minoria da amostra; 5 mulheres que

representam 16,67% estão a menos de 1 ano no mercado.

Fonte: dados da pesquisa (2014)

Neste gráfico (6) questiona-se a origem do capital utilizado para a abertura do

negócio e dentre um universo de 30 questionários respondidos, 15, ou seja, 50% da

amostra confirmaram que o investimento inicial para a abertura do seu negócio foi

próprio; 4 questionário que representam 13,33% da amostra recorreram a sócios e 20%

a empréstimos com parentes; apenas 16,67%, representados por 5 questionário puderam

contar com o financiamentos de bancos ou financeiras.

36%

43%

21%

Qual o ramo de sua empresa?

Serviço

Comércio

Industria

17%

33% 20%

30%

Seu negócio tem quanto tempo de atividade?

Menos de 1 ano

1 ano - 2 anos

3 anos - 4 anos

mais de 5 anos

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Fonte: dados da pesquisa (2014)

Quando questionada as empreendedoras qual sua responsabilidade na renda

familiar descobriu-se que 46,67% da amostra são responsáveis por 50% a 60% da renda

total da família e 33,33% da amostra são responsável por 90% a 100% do sustento do

lar. Demonstrando a importância do empreendedorismo feminino para o crescimento

socioeconômico das famílias baianas. Segue gráfico a baixo:

Fonte: dados da pesquisa (2014)

Neste gráfico (10), buscaram-se descobrir quais são as características

reconhecidas como sendo do comportamento de cada entrevistada. 100% das

entrevistadas identificaram todas as características listadas em seu comportamento.

Algo descrito na literatura como comportamento empreendedor.

Fonte: dados da pesquisa (2014)

Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae do Rio de Janeiro no ano de 2013, há

um total de 5 milhões de empreendedores no Brasil Metropolitano, que empregam, ou

seja, geram empregos diretos com seus negócios, dos quais 37,7% são mulheres que

40%

33%

20%

7%

Quantos empregados sua empresa possui?

Apenas eu trabalho

1 - 2 empregados

3-4 empregados

mais de 5 empregados

0% 0% 0%

47%

20%

33%

Nenhuma10% - 20% da renda familiar30% - 40% da renda familiar50% - 60% da renda familiar70% - 80% da renda familiar

100%

Busca de oportunidade e iniciativa

Comprometimento

Correr risco calculados

Busca de informação

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criam e administram seus próprios negócio. A proporção de mulheres empreendedoras

que empregam em comparação ao total de empreendedores na região Metropolitana do

Rio de Janeiro é de 38,1% é muito próxima a média do Brasil Metropolitano que é de

40%.

Em comparação com a pesquisa realizada na cidade de Juazeiro da Bahia com as

empreendedoras da região Metropolitanas verifica-se que 60% das empreendedoras

baianas possuem empregados, sendo responsável pela geração de empregos diretos,

enquanto apenas 40% as mulheres que empreende na região Metropolitana do Brasil são

responsável pela geração de emprego.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ser empreendedora significa realizar coisas novas, pôr em prática ideias, assumir

riscos e estar presente nas atividades do negócio, não se cansando de observar a

empresa na constante procura de novas oportunidades, sendo importante além do

conhecimento técnico sobre o produto que pretende oferecer o estudo do mercado no

qual pretende atuar.

Tudo isso propicia a formação estratégias que com o apoio das ferramentas de

planejamento e controle possibilita a visão sobre a viabilidade ou não do seu

empreendimento.

O empreendedorismo está associado, também, á capacidade de produção de

riqueza. A riqueza de uma nação é medida por sua capacidade de produzir em

quantidade suficiente os bens e serviços necessários para o bem estar da população.

Por outro lado, o melhor recurso para solucionar problemas socioeconômicos é a

liberdade de criatividade dos empreendedores, por meio da livre iniciativa, para

produção de produtos e serviços.

Esse estudo conclui que a liberdade criativa unida com a necessidade,

conhecimento e habilidades leva a mulher baiana a empreender na busca não apenas da

sua independência financeira ou do sustento da sua família, mais também do

reconhecimento pessoal e profissional.

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O fator condicionante de sucesso para as micros e pequenas empresas criadas e

administrada por mulheres na cidade de Juazeiro-Ba é a criatividade, seguida pelo

aproveitamento da oportunidade de negócio, unida com características pessoais como

liderança, iniciativa, proatividade além do desejo de realização e mudança.

Tudo isso reforça ainda mais o resultado obtido por esta pesquisa, pois reforça

os resultados demonstrados nos gráfico de 1 a 10, estabelecendo uma ligação entre

empreendedorismo feminino e desenvolvimento socioeconômico da cidade de Juazeiro-

Ba.

As mulheres empreendedoras da cidade de Juazeiro transformaram não apenas

suas vidas mais geram emprego e representam uma parcela importante da economia.

Barreiras de preconceitos estão sendo quebradas, as mulheres são responsáveis

por empresas de sucesso, buscam o aprimoramento de suas habilidades e características

empreendedoras e transforma através do empreendedorismo a realidade de muitas

famílias.

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