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I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
O PERCURSO DO ENSINO DE AacuteLGEBRA NO ENSINO
FUNDAMENTAL UMA ANAacuteLISE A PARTIR DA TEORIA
ANTROPOLOacuteGICA DO DIDAacuteTICO
Marcia Aguiar
Universidade Federal do ABC-UFABC Brasil
marciaaguiarufabcedubr
Elio Carlos Ricardo
Universidade de Satildeo Paulo ndash USP Brasil
elioricardouspbr
Resumo Em pesquisas voltadas agrave formaccedilatildeo de professores de matemaacutetica encontramos relatos de professores
que natildeo se sentem seguros para ensinarem aacutelgebra Isso se deve agraves falhas na sua formaccedilatildeo tanto na
Escola Baacutesica quanto no Ensino Superior Acreditamos que isso pode prejudicar tanto a escolha do
material didaacutetico de apoio para as suas aulas quanto a sua reflexatildeo diante da sua praacutetica pedagoacutegica
Neste trabalho queremos apresentar como a Teoria Antropoloacutegica do Didaacutetico pode ser uma
ferramenta importante para esse professor analisar um livro didaacutetico e refletir sobre sua praacutetica
pedagoacutegica Para isso analisamos o percurso do ensino de aacutelgebra em um livro didaacutetico nos anos
finais do Ensino Fundamental agrave luz da Teoria Antropoloacutegica do Didaacutetico Com o auxiacutelio desta teoria
compreenderemos como o livro desenvolve o pensamento algeacutebrico Assim percebemos como a
coleccedilatildeo precisa da intervenccedilatildeo do professor para cumprir o objetivo de formaccedilatildeo a que se propocircs
Com este tipo de anaacutelise o professor pode compreender a proposta de ensino do livro didaacutetico e
perceber as lacunas existentes neste percurso Desta maneira conseguimos mostrar que ferramentas de
anaacutelise como esta satildeo importantes e necessaacuterias de serem estudadas na formaccedilatildeo inicial do professor
de matemaacutetica
Palavras-chave Ensino de Aacutelgebra Pensamento Algeacutebrico Teoria Antropoloacutegica do Didaacutetico Livro
Didaacutetico
Introduccedilatildeo
Encontramos na literatura pesquisas como Zazkis e Liljedahl (2002) Oliveira (2008) e
Santos (2007) que revelam que a formaccedilatildeo dos professores em aacutelgebra eacute deficitaacuteria O
trabalho de Zazkis e Liljedahl (2002) identificou que os professores conseguiam encontrar as
regularidades e discutir o problema algebricamente poreacutem tinham dificuldades de encontrar
uma expressatildeo algeacutebrica para representar o que eles estavam discutindo Oliveira (2008) ao
analisar o trabalho de professores em formaccedilatildeo destaca a dificuldade destes em ensinar como
se escreve uma expressatildeo algeacutebrica a partir de uma generalizaccedilatildeo
Ao entrevistar professores de matemaacutetica acerca de suas formaccedilotildees em aacutelgebra Santos
(2007) verificou que eles apresentavam uma insatisfaccedilatildeo com a sua formaccedilatildeo tanto na escola
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baacutesica quanto no Ensino Superior A partir dessas pesquisas acreditamos que o professor de
forma geral percebe quando sua formaccedilatildeo eacute insuficiente entatildeo muitas vezes prefere copiar e
aceitar sem discussatildeo a proposta de ensino estipulada no livro a usar seus conhecimentos
adquiridos nas suas praacuteticas Ao mesmo tempo sabemos que mesmo que exista essa
obediecircncia cega ao percurso proposto pelo livro didaacutetico o professor atua como mediador
entre o livro didaacutetico e o aluno entatildeo um novo processo de didatizaccedilatildeo sempre ocorre
Mas temos que aceitar que muitas vezes o livro didaacutetico eacute o mais proacuteximo ou o
uacutenico material de apoio para a preparaccedilatildeo das aulas da maioria dos professores
Consequentemente o livro didaacutetico acaba sendo um grande divulgador de ideias saberes
matemaacuteticos e concepccedilotildees Por isso analisar e refletir sobre a concepccedilatildeo de ensino de aacutelgebra
presente nos livros didaacuteticos pode auxiliar na formaccedilatildeo inicial e continuada do professor
Objetivo e problema
Em Aguiar (2014) analisamos o percurso de didatizaccedilatildeo da aacutelgebra nos livros
didaacuteticos nos anos finais do Ensino Fundamental a luz da Teoria Antropoloacutegica do Didaacutetico
(TAD) Como resultado encontramos distintas didatizaccedilotildees que buscavam desenvolver o
pensamento algeacutebrico Em cada coleccedilatildeo analisada ficou evidente a necessidade da atuaccedilatildeo do
professor sob o material didaacutetico para que o livro tivesse o seu objetivo alcanccedilado
Nogueira (2008) tambeacutem utilizou a TAD para questionar se uma das fontes das
dificuldades da aprendizagem em aacutelgebra natildeo seria fruto de como a aacutelgebra estaacute sendo
ensinada aos alunos A autora analisou o capiacutetulo de equaccedilatildeo de 1ordm grau do livro do 7ordm ano do
Ensino Fundamental de trecircs coleccedilotildees aprovadas no PNLD-2008 Ela observou as praxeologias
existentes em relaccedilatildeo agrave tarefa de resolver a equaccedilatildeo de 1ordm grau e levantou os momentos de
estudos apresentados nos livros Nas trecircs anaacutelises Nogueira (2008) verifica que os autores
natildeo completam as praxeologias da tarefa de resolver a equaccedilatildeo de 1ordm grau
Em outra pesquisa Bittar e Silva (2009) analisaram trecircs livros didaacuteticos do 9ordm ano do
Ensino Fundamental escolhidos entre os aprovados do PNLD-2006 e PNLD-2008 Com a
TAD eles verificaram que havia muitas similaridades no processo de didatizaccedilatildeo dos trecircs
livros didaacuteticos em relaccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo das raiacutezes (da soluccedilatildeo) de uma equaccedilatildeo de 2ordm grau
Os livros natildeo deixavam expliacutecito o discurso tecnoloacutegico-teoacuterico relativo agraves teacutecnicas utilizadas
Em Bittar Freitas e Pais (2014) encontramos outras pesquisas que utilizaram a TAD
para analisar tanto o material didaacutetico quanto as praacuteticas pedagoacutegicas Percebemos com esses
trabalhos o quanto essa teoria foi capaz de responder as perguntas destas pesquisas Entatildeo
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para analisar esse percurso utilizaremos a TAD pois acreditamos que esta teoria eacute uma
interessante ferramenta de anaacutelise de materiais didaacuteticos e de praacuteticas pedagoacutegicas
Assim pretendemos responder as seguintes perguntas Como o livro desenvolve o
pensamento algeacutebrico Quais satildeo as praxeologias existentes no percurso do ensino de
aacutelgebra Como podemos identifica-las Desta maneira teremos um conjunto de anaacutelises para
refletir sobre o quanto as praxeologias incompletas podem gerar problemas na aprendizagem
da aacutelgebra na formaccedilatildeo do aluno
Ensino de aacutelgebra e pensamento algeacutebrico
Barbosa e Borralho (2009) afirmam que o que ainda prevalece no ensino de aacutelgebra eacute
o desenvolvimento de um conjunto de teacutecnicas operatoacuterias que busca apenas resolver
equaccedilotildees Mas como disse Usiskin (1994) o ensino de aacutelgebra natildeo deve ser soacute isso e sim
deve estar pautado em algumas concepccedilotildees tais como a aacutelgebra deve ser ensinada como uma
aritmeacutetica generalizada e mais que isso como um meio para resolver problemas natildeo
esquecendo que o ensino de aacutelgebra eacute um estudo de relaccedilotildees e que na proacutepria aacutelgebra em si
existem estruturas e propriedades dessas estruturas
Para desenvolvermos esse ensino de aacutelgebra segundo Usiskin (1994) precisamos
construir o conhecimento algeacutebrico que vai aleacutem de estudar as regras e procedimentos de
resoluccedilatildeo Precisamos compreender a aacutelgebra e seus conceitos precisamos desenvolver o
conhecimento algeacutebrico Neves (1995) nos ajuda a entender o que estava chamando de
pensamento algeacutebrico ao afirmar que
Como toda forma de conhecimento o conhecimento algeacutebrico eacute tambeacutem um
produto cultural construiacutedo no processo de ensino e aprendizagem a partir
de um conhecimento humano jaacute existente Para se construir um
conhecimento deste tipo seraacute preciso pensar algebricamente Chamaremos de
pensamento algeacutebrico esta intenccedilatildeo ou forma de pensar que possibilite a
construccedilatildeo de um conhecimento algeacutebrico (NEVES 1995 p 1-2)
Ou seja para construir esse conhecimento algeacutebrico precisamos desenvolver uma
forma de pensar que favoreccedila essa construccedilatildeo Para essa forma de pensar usaremos a
expressatildeo pensamento algeacutebrico Pensando dessa maneira o ensino de aacutelgebra deveria ter
como objeto de estudo o pensamento algeacutebrico e entatildeo o desenvolvimento do uso da
linguagem algeacutebrica seria uma consequecircncia intencional desse estudo Como dizem
Fiorentini Miguel e Miorim (1993)
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Essa relaccedilatildeo de subordinaccedilatildeo do pensamento algeacutebrico agrave linguagem
desconsidera o fato de que tanto no plano histoacuterico quanto no pedagoacutegico a
linguagem eacute pelo menos em princiacutepio a expressatildeo de um pensamento
(FIORENTINI MIGUEL e MIORIM 1993 p 85)
Para Arcavi (2006) faz parte do pensamento algeacutebrico a conceitualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo
da generalidade a ideia de variabilidade e a estruturaccedilatildeo do pensamento algeacutebrico atraveacutes de
uma simbologia Na mesma direccedilatildeo para Barbosa e Borralho (2009) salientam que o
pensamento algeacutebrico
diz respeito agrave simbolizaccedilatildeo (representar e analisar situaccedilotildees matemaacuteticas
usando siacutembolos algeacutebricos) ao estudo de estruturas (compreender relaccedilotildees
e funccedilotildees) e agrave modelaccedilatildeo Implica conhecer compreender e usar os
instrumentos simboacutelicos para representar o problema matematicamente
aplicar procedimentos formais para obter um resultado e poder interpretar e
avaliar esse resultado (BARBOSA e BORRALHO 2009 p 1)
A importacircncia do desenvolvimento do pensamento algeacutebrico aparece tambeacutem nos
documentos oficiais Os PCN ressaltam que
Embora nas seacuteries iniciais jaacute se possa desenvolver alguns aspectos da
aacutelgebra eacute especialmente nas seacuteries finais do ensino fundamental que as
atividades algeacutebricas seratildeo ampliadas Pela exploraccedilatildeo de situaccedilotildees-
problema o aluno reconheceraacute diferentes funccedilotildees da aacutelgebra (generalizar
padrotildees aritmeacuteticos estabelecer relaccedilatildeo entre duas grandezas modelizar
resolver problemas aritmeticamente difiacuteceis) representaraacute problemas por
meio de equaccedilotildees e inequaccedilotildees (diferenciando paracircmetros variaacuteveis
incoacutegnitas tomando contato com foacutermulas) compreenderaacute a ldquosintaxerdquo
(regras para a resoluccedilatildeo) de uma equaccedilatildeo (BRASIL 1998 p 50-51)
Como percebemos tanto na literatura quanto nos documentos oficiais o ensino de
aacutelgebra deveria estar mais pautado na construccedilatildeo de um pensamento algeacutebrico Por isso
assumimos que o pensamento algeacutebrico deveria ser objeto de ensino da escola baacutesica e que as
atividades propostas nos materiais didaacuteticos deveriam ser meios para desenvolver uma forma
de pensar que desenvolva o conhecimento algeacutebrico Nesse sentido o pensamento algeacutebrico
deve se tornar uma orientaccedilatildeo transversal do curso de matemaacutetica (BARBOSA e
BORRALHO 2009) e natildeo somente um conteuacutedo especiacutefico de matemaacutetica do Ensino
Fundamental
A teoria antropoloacutegtica do didaacutetico
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A TAD nasce apoacutes algumas criacuteticas feitas agrave Transposiccedilatildeo Didaacutetica Uma das criacuteticas
que surgiram foi em relaccedilatildeo ao saber ensinado por estar somente associado ao saber saacutebio
mesmo sabendo que todo o processo de transposiccedilatildeo tem influecircncia de todos os entes
envolvidos no processo de ensino (a noosfera)
A TAD de Chevallard (1999) defende que a atividade matemaacutetica e por conseguinte
a atividade do estudo da matemaacutetica insere-se em um conjunto mais amplo de atividades
humanas e de instituiccedilotildees sociais A base da TAD admite que toda atividade humana realizada
pode descrever-se com um modelo que se resume aqui com a palavra praxeologia O
significado etimoloacutegico dessa palavra eacute o logos da praacutexis Para Chevallard (1999) a
praxeologia pode ser empregada para entender a atividade matemaacutetica e tambeacutem para
entender as accedilotildees humanas Chevallard (1999) estrutura a praxeologia em um conjunto
formado pela Tarefa T Teacutecnica τ Tecnologia θ e Teoria Θ ou seja o conjunto [ T τ θ Θ]
Essa praxeologia eacute uma ldquoorganizaccedilatildeordquo estruturada em dois blocos distintos o bloco
praacutetico-teacutecnico [ T τ] o qual pode ser entendido como o saber-fazer e o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico [θ Θ] relacionado ao saber ou melhor a um discurso loacutegico que permite justificar o
bloco praacutetico-teacutecnico Assim Chevallard (1999) declara que um saber para ser ensinado
precisa conter uma praxeologia ou seja todo saber para ser ensinado tem que ter um conjunto
de tarefas teacutecnicas tecnologias e teorias
Para Chevallard (1999) tudo o que eacute solicitado para uma pessoa fazer e mediado por
verbos seraacute uma tarefa [T] Assim tarefa evoca uma accedilatildeo determinada Para o autor tarefas
natildeo satildeo dadas pela natureza elas satildeo as construccedilotildees institucionais cuja reconstruccedilatildeo em tal
instituiccedilatildeo por exemplo em uma sala de aula eacute um problema em si o qual eacute objeto de estudo
da didaacutetica Para Chevallard (1999) uma instituiccedilatildeo I eacute um conjunto de sujeitos que ocupam
posiccedilotildees distintas Os sujeitos pertencentes a I acabam por ter as mesmas formas de fazer e
pensar Como exemplo de uma instituiccedilatildeo temos a sala de aula (as duas posiccedilotildees dentro de I
satildeo a de professor e a de aluno) Se um tipo de tarefa eacute dado entatildeo essa tarefa estaacute relacionada
com alguma maneira de realizaacute-la Essa maneira de fazer eacute o que Chevallard (1999) chamou
de teacutecnica [τ] Neste sentido a teacutecnica eacute o saber-fazer Em uma instituiccedilatildeo I Chevallard nos
diz que podem existir vaacuterias teacutecnicas relativas a um tipo de tarefa e todas aceitas por I mas
essas teacutecnicas podem ao mesmo tempo natildeo serem aceitas em outras instituiccedilotildees A junccedilatildeo de
[T] com [τ] constitui o bloco praacutetico-teacutecnico [Tτ] nesse caso um saber fazer
Para cada teacutecnica [τ] sempre podemos justificar racionalmente seu uso Essa
justificativa eacute chamada por Chevallard (1999) de tecnologia [θ] Na TAD o termo tecnologia
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[θ] tem o significado da proacutepria palavra ndash o logos da teacutecnica (tekhnecirc) pois aqui o termo
significa um discurso racional que busca esclarecer determinada teacutecnica justificar seu uso e
sua eficiecircncia A tecnologia [θ] serviraacute para justificar explicar tornar inteligiacutevel a teacutecnica [τ]
A tecnologia vai dizer porque a teacutecnica funciona Aleacutem disso a tecnologia de certa teacutecnica
poderaacute auxiliar a produzir novas teacutecnicas A tecnologia [θ] tambeacutem poderaacute exigir explicaccedilotildees
justificativas o que se poderia chamar de tecnologia da tecnologia A essas explicaccedilotildees e
justificativas da tecnologia Chevallard (1999) chamou de teoria [Θ]
A teoria [Θ] eacute um discurso mais amplo que serve para interpretar e justificar a
tecnologia Esse discurso possui alto niacutevel de abstraccedilatildeo e generalizaccedilatildeo Chevallard (1999)
ressalta que em alguns casos uma instituiccedilatildeo busca em outra instituiccedilatildeo a justificativa de
uma tecnologia supostamente a detentora da teoria [Θ] A tecnologia e a teoria formam o par
denominado bloco tecnoloacutegico-teoacuterico [θ Θ] estritamente ligado ao saber
A TAD tambeacutem traz uma leitura proacutepria para a palavra estudo e o processo que o
permeia O estudo aqui eacute caracterizado pela ldquoideia de fazer qualquer coisa com o fim de
aprender qualquer coisa (saber) ou de aprender a fazer qualquer coisa (saber-fazer)rdquo
(CHEVALLARD 1999 p 15) Esse processo de estudo pode ser modelado por uma
praxeologia ou por uma organizaccedilatildeo didaacutetica
Chevallard (1999) defende que toda organizaccedilatildeo praxeoloacutegica ou organizaccedilatildeo didaacutetica
articula-se em tipos de tarefas teacutecnicas tecnologias e teorias Esse processo de estudo de uma
organizaccedilatildeo didaacutetica ou matemaacutetica pode se estruturar de diferentes maneiras Mesmo assim
constata-se que em qualquer caminho que seja seguido sempre haveraacute certos tipos de
situaccedilotildees que estaratildeo necessariamente presentes Chevallard (1999) chama esses tipos de
situaccedilotildees de momentos de estudo ou momentos didaacuteticos
A atividade de estudo eacute descrita entatildeo pela teoria dos momentos didaacuteticos ou
momentos de estudos A TAD concebe o processo de estudo a partir de seis momentos que
natildeo necessariamente seguem determinada ordem podendo ocorrer ao mesmo tempo e em
diversos instantes do processo Os momentos satildeo
1ordm Momento primeiro encontro representa o primeiro contato que um grupo de
estudo (que pode ser uma uacutenica pessoa) tem com a organizaccedilatildeo em jogo
2ordm Momento exploratoacuterio a partir do tipo de problema ou tipo de tarefa que estaacute
sendo estudado vaacuterias tarefas (do problema em questatildeo) satildeo trabalhadas Esse momento
permite o surgimento de pelo menos uma teacutecnica para solucionar o problema proposto
3ordm Momento trabalho da teacutecnica marca o instante de trabalho da teacutecnica visa a
obter seu domiacutenio e a determinar sua precisatildeo validade e alcance Pode provocar
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modificaccedilotildees e ampliaccedilotildees da teacutecnica ou o surgimento de uma nova teacutecnica ou ainda
despertar a necessidade de explicaccedilotildees tecnoloacutegicas e teoacutericas sobre a teacutecnica
4ordm Momento tecnoloacutegico-teoacuterico quando eacute necessaacuterio explicar e justificar a(s)
teacutecnica(s) envolvida(s) no estudo do tipo de problema (tipo de tarefa) em questatildeo
5ordm Momento institucionalizaccedilatildeo quando a organizaccedilatildeo praxeoloacutegica e todos os
seus componentes satildeo oficializados de acordo com a instituiccedilatildeo em que se desenvolve a
atividade em questatildeo Passa-se de um estaacutegio ldquoinformalrdquo para um estaacutegio ldquoformalrdquo
6ordm Momento avaliaccedilatildeo momento em que se coloca agrave prova o domiacutenio que se tem de
determinada organizaccedilatildeo e que pode ser vivido de forma individual ou coletiva
Vale ressaltar que ao situar esses momentos de estudo no ambiente escolar estes natildeo
satildeo restritos ao trabalho do professor e nem ao trabalho realizado somente na sala de aula
pois eles podem acontecer com o professor antes e depois das aulas e com os alunos fora da
sala de aula (CHEVALLARD 1999)
Por fim destacamos que os momentos de estudos satildeo tratados como vivecircncias
necessaacuterias para que um indiviacuteduo consiga dominar determinado conhecimento De acordo
com a TAD a partir da vivecircncia desses seis momentos o indiviacuteduo consegue construir a
praacutexis e o logos sobre o conhecimento em questatildeo
Metodologia de trabalho
Para a escolha do material analisamos os dez livros de matemaacutetica aprovados no
Programa Nacional de Avaliaccedilatildeo de Livros Didaacuteticos de 2011 (PNLD-11) realizado pelo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Brasil Esse programa produz o Guia de Livros Didaacutetico PNLD-
2011 um material que apresenta as anaacutelises feitas por especialistas das aacutereas em relaccedilatildeo aos
livros aprovados Esse Guia eacute referecircncia para todos os professores do paiacutes escolherem seus
livros Os livros escolhidos pelos professores da rede puacuteblica satildeo comprados pelo governo
federal e distribuiacutedos nas escolas
Apoacutes analisarmos o Guia verificamos que poderiacuteamos separar os livros em duas
categorias segundo o nosso olhar diante da anaacutelise feita pelo Guia Na primeira selecionamos
seis livros que estavam mais voltados para o ensino de regras e procedimentos enquanto que
na segunda tiacutenhamos quatro livros que buscavam metodologias diferentes de ensino e que
privilegiavam a compreensatildeo dos conceitos e significados
Para este trabalho escolhemos o livro mais representativo dentro da segunda
categoria Isto porque esse livro proporciona um percurso de didatizaccedilatildeo um pouco diferente
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dos demais Ele estaacute mais voltado agrave compreensatildeo dos conceitos e se preocupa em desenvolver
o pensamento algeacutebrico Acreditamos que este seja o material mais adequado para evidenciar
o potencial da nossa ferramenta de anaacutelise a TAD Assim analisaremos o livro Matemaacutetica ndash
Imenes amp Lellis de Luiz Marcio Imenes e Marcelo Lellis Para isso vamos analisar os
capiacutetulos destinados ao ensino de aacutelgebra ao longo de toda a coleccedilatildeo
Com a TAD vamos esquematizar a praxeologia existente em cada grupo de tarefas
semelhantes e verificar como outros elementos como teacutecnica tecnologia e teoria satildeo
trabalhados no decorrer das atividades propostas Conjuntamente a essa analisaremos os
momentos de estudo de cada conjunto de tarefas Assim poderemos avaliar se as praxeologias
estatildeo sendo desenvolvidas de maneira completa ou natildeo sabendo-se que quando uma
praxeologia natildeo eacute completada isso pode ocasionar falhas no ensino resultando em falhas na
aprendizagem Com isso analisaremos o quanto o ensino de cada conceito favorece ou natildeo o
desenvolvimento do pensamento algeacutebrico
Anaacutelise dos Dados
O percurso do ensino de aacutelgebra dessa coleccedilatildeo se destaca por ter apostado em uma
organizaccedilatildeo diferente da proposta usual O ensino formal da aacutelgebra inicia-se no 6ordm ano com o
estudo dos padrotildees aritmeacuteticos e geomeacutetricos O trabalho com equaccedilotildees e sistemas de
equaccedilotildees de 1ordm grau eacute desenvolvido ao longo do 7ordm e 8ordm anos O caacutelculo algeacutebrico tatildeo
enfatizado no 8ordm ano estaacute dividido entre o 8ordm e o 9ordm anos Os autores acreditam que essas
mudanccedilas possam facilitar a aprendizagem dos alunos
Nesse trabalho apresentaremos o percurso do ensino de aacutelgebra por meio de
atividades que representam esse caminho Apresentaremos uma tabela com a praxeologia e os
momentos de estudos referentes agrave atividade citada
As tabelas satildeo formadas por quatro colunas A primeira eacute destinada agraves tarefas (T) a
segunda agraves teacutecnicas (τ) referentes agravequelas tarefas na terceira aparece as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) e na uacuteltima coluna aparece apenas o nuacutemero indicando o momento de estudo
referente agraves tarefas estipuladas na primeira coluna Na terceira coluna as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) estatildeo colocadas juntas apenas para facilitar a visualizaccedilatildeo o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico Pois nem sempre elas estaratildeo sendo desenvolvidas no mesmo conjunto de Tarefas
As tarefas satildeo numeradas Quando uma tarefa eacute repetida colocamos a mesma
numeraccedilatildeo (Ti) para enfatizar que ela estaacute sendo repetida As teacutecnicas seguem a numeraccedilatildeo da
tarefa ou seja quando uma teacutecnica estaacute relacionada com a tarefa ela possui o mesmo nuacutemero
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(τi) Quando aparece uma nova tarefa que seraacute resolvida por uma teacutecnica jaacute utilizada a tarefa
receberaacute a numeraccedilatildeo e no lugar da teacutecnica repetiremos a numeraccedilatildeo da teacutecnica jaacute
conhecida As tecnologias e teorias teratildeo uma numeraccedilatildeo proacutepria porque elas podem natildeo ser
desenvolvidas ou seratildeo desenvolvidas em um conjunto maior de tarefas e teacutecnicas A uacuteltima
coluna como jaacute mencionamos teraacute apenas o nuacutemero representando o momento de estudo
relacionado a cada tarefa As tabelas de cada capiacutetulo na iacutentegra estatildeo em Aguiar (2014)
Apresentaremos exemplos significativos que ilustram o percurso do ensino de aacutelgebra
da coleccedilatildeo A Figura 1 eacute uma atividade que caracteriza a proposta do livro do 6ordm ano na qual
haacute o desenvolvimento da observaccedilatildeo do padratildeo e da descoberta de uma generalizaccedilatildeo com o
apoio da discussatildeo e da escrita em liacutengua corrente dessa generalizaccedilatildeo Conjuntamente com
esse processo a escrita algeacutebrica vai se desenvolvendo Assim a linguagem algeacutebrica estaacute
sendo desenvolvida de acordo Fiorentini Miguel e Miorim (1993) como a expressatildeo de um
pensamento
Figura 1 Imenes amp Lellis 2010 6ordm ano p 260
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Quadro 1 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 1
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T3) Relacionar a
quantidade de cadeiras e
mesas quando essas
mesas estatildeo unidas
formando uma fila
(T5) Escrever em
linguagem matemaacutetica
as operaccedilotildees descritas
em liacutengua corrente
(metade dobro etc)
(τ2) Observar os desenhos para
estabelecer as relaccedilotildees
(τ5) Substituir os valores
desconhecidos e as operaccedilotildees
por letras e siacutembolos
respectivamente para escrever a
frase em linguagem algeacutebrica
(θ1) Percepccedilatildeo da
regularidade
(Θ1) Relaccedilatildeo entre duas
grandezas que variam
(θ2) Relaccedilatildeo da liacutengua
corrente com a linguagem
algeacutebrica
(Θ2) A aacutelgebra como
generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica
1ordm
e
2ordm
Com o estudo da praxeologia desta atividade percebemos que o objetivo do capiacutetulo eacute
observar o padratildeo existente em cada caso particular e iniciar o processo de percepccedilatildeo da
regularidade (θ1) e escrevecirc-la em linguagem algeacutebrica (θ2) Para alcanccedilar esse objetivo o
texto apresenta as tarefas como a (T3) que mostram casos nos quais existe um padratildeo
numeacuterico ou geomeacutetrico e que ele pode ser observado com a teacutecnica (τ2) Aqui temos o 1deg
momento de estudo com os padrotildees numeacutericos ou geomeacutetricos
Como um 2ordm momento de estudo o capiacutetulo apresenta tarefas como a (T5) na qual
auxilia o aluno a escrever as generalizaccedilotildees numeacutericas ou geomeacutetricas em linguagem
algeacutebrica usando a teacutecnica (τ5) Assim os alunos podem relacionar a linguagem algeacutebrica com
as outras linguagens percebendo como a expressatildeo algeacutebrica pode representar o contexto (θ2)
Ao longo desse capiacutetulo as tecnologias (θ1) e (θ2) e as teorias (Θ1) e (Θ2) estatildeo sendo
desenvolvidas de maneira impliacutecita Com o desenvolvimento intuitivo da teoria (Θ1)
conseguimos perceber que o conceito de variaacutevel tambeacutem estaacute sendo desenvolvido de maneira
intuitiva A aacutelgebra como generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica estaacute desenvolvida em casos particulares
e de maneira intuitiva essa relaccedilatildeo ainda natildeo estaacute sendo verbalizada nas atividades
Como representante do 7ordm ano temos a Figura 2 e as praxeologias no Quadro 2
Quadro 2 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 2
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T24) Escrever a expressatildeo
algeacutebrica de uma
sequecircncia de bolinhas
(τ20A) Estabelecer a relaccedilatildeo entre
duas grandezas
(τ20B) Usar a ideia de equivalecircncia
para escrever a generalizaccedilatildeo
(θ5) Conceito de
variaacutevel
3ordm
Com o objetivo de desenvolver a ideia de variaacutevel (θ5) o texto apresenta vaacuterias tarefas
como a (T24) na qual aparece contextos em que duas grandezas estatildeo sendo relacionadas As
teacutecnicas dessas tarefas compreendem em estabelecer a relaccedilatildeo entre essas grandezas (τ20A) e
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usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
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Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
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A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
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Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
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baacutesica quanto no Ensino Superior A partir dessas pesquisas acreditamos que o professor de
forma geral percebe quando sua formaccedilatildeo eacute insuficiente entatildeo muitas vezes prefere copiar e
aceitar sem discussatildeo a proposta de ensino estipulada no livro a usar seus conhecimentos
adquiridos nas suas praacuteticas Ao mesmo tempo sabemos que mesmo que exista essa
obediecircncia cega ao percurso proposto pelo livro didaacutetico o professor atua como mediador
entre o livro didaacutetico e o aluno entatildeo um novo processo de didatizaccedilatildeo sempre ocorre
Mas temos que aceitar que muitas vezes o livro didaacutetico eacute o mais proacuteximo ou o
uacutenico material de apoio para a preparaccedilatildeo das aulas da maioria dos professores
Consequentemente o livro didaacutetico acaba sendo um grande divulgador de ideias saberes
matemaacuteticos e concepccedilotildees Por isso analisar e refletir sobre a concepccedilatildeo de ensino de aacutelgebra
presente nos livros didaacuteticos pode auxiliar na formaccedilatildeo inicial e continuada do professor
Objetivo e problema
Em Aguiar (2014) analisamos o percurso de didatizaccedilatildeo da aacutelgebra nos livros
didaacuteticos nos anos finais do Ensino Fundamental a luz da Teoria Antropoloacutegica do Didaacutetico
(TAD) Como resultado encontramos distintas didatizaccedilotildees que buscavam desenvolver o
pensamento algeacutebrico Em cada coleccedilatildeo analisada ficou evidente a necessidade da atuaccedilatildeo do
professor sob o material didaacutetico para que o livro tivesse o seu objetivo alcanccedilado
Nogueira (2008) tambeacutem utilizou a TAD para questionar se uma das fontes das
dificuldades da aprendizagem em aacutelgebra natildeo seria fruto de como a aacutelgebra estaacute sendo
ensinada aos alunos A autora analisou o capiacutetulo de equaccedilatildeo de 1ordm grau do livro do 7ordm ano do
Ensino Fundamental de trecircs coleccedilotildees aprovadas no PNLD-2008 Ela observou as praxeologias
existentes em relaccedilatildeo agrave tarefa de resolver a equaccedilatildeo de 1ordm grau e levantou os momentos de
estudos apresentados nos livros Nas trecircs anaacutelises Nogueira (2008) verifica que os autores
natildeo completam as praxeologias da tarefa de resolver a equaccedilatildeo de 1ordm grau
Em outra pesquisa Bittar e Silva (2009) analisaram trecircs livros didaacuteticos do 9ordm ano do
Ensino Fundamental escolhidos entre os aprovados do PNLD-2006 e PNLD-2008 Com a
TAD eles verificaram que havia muitas similaridades no processo de didatizaccedilatildeo dos trecircs
livros didaacuteticos em relaccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo das raiacutezes (da soluccedilatildeo) de uma equaccedilatildeo de 2ordm grau
Os livros natildeo deixavam expliacutecito o discurso tecnoloacutegico-teoacuterico relativo agraves teacutecnicas utilizadas
Em Bittar Freitas e Pais (2014) encontramos outras pesquisas que utilizaram a TAD
para analisar tanto o material didaacutetico quanto as praacuteticas pedagoacutegicas Percebemos com esses
trabalhos o quanto essa teoria foi capaz de responder as perguntas destas pesquisas Entatildeo
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para analisar esse percurso utilizaremos a TAD pois acreditamos que esta teoria eacute uma
interessante ferramenta de anaacutelise de materiais didaacuteticos e de praacuteticas pedagoacutegicas
Assim pretendemos responder as seguintes perguntas Como o livro desenvolve o
pensamento algeacutebrico Quais satildeo as praxeologias existentes no percurso do ensino de
aacutelgebra Como podemos identifica-las Desta maneira teremos um conjunto de anaacutelises para
refletir sobre o quanto as praxeologias incompletas podem gerar problemas na aprendizagem
da aacutelgebra na formaccedilatildeo do aluno
Ensino de aacutelgebra e pensamento algeacutebrico
Barbosa e Borralho (2009) afirmam que o que ainda prevalece no ensino de aacutelgebra eacute
o desenvolvimento de um conjunto de teacutecnicas operatoacuterias que busca apenas resolver
equaccedilotildees Mas como disse Usiskin (1994) o ensino de aacutelgebra natildeo deve ser soacute isso e sim
deve estar pautado em algumas concepccedilotildees tais como a aacutelgebra deve ser ensinada como uma
aritmeacutetica generalizada e mais que isso como um meio para resolver problemas natildeo
esquecendo que o ensino de aacutelgebra eacute um estudo de relaccedilotildees e que na proacutepria aacutelgebra em si
existem estruturas e propriedades dessas estruturas
Para desenvolvermos esse ensino de aacutelgebra segundo Usiskin (1994) precisamos
construir o conhecimento algeacutebrico que vai aleacutem de estudar as regras e procedimentos de
resoluccedilatildeo Precisamos compreender a aacutelgebra e seus conceitos precisamos desenvolver o
conhecimento algeacutebrico Neves (1995) nos ajuda a entender o que estava chamando de
pensamento algeacutebrico ao afirmar que
Como toda forma de conhecimento o conhecimento algeacutebrico eacute tambeacutem um
produto cultural construiacutedo no processo de ensino e aprendizagem a partir
de um conhecimento humano jaacute existente Para se construir um
conhecimento deste tipo seraacute preciso pensar algebricamente Chamaremos de
pensamento algeacutebrico esta intenccedilatildeo ou forma de pensar que possibilite a
construccedilatildeo de um conhecimento algeacutebrico (NEVES 1995 p 1-2)
Ou seja para construir esse conhecimento algeacutebrico precisamos desenvolver uma
forma de pensar que favoreccedila essa construccedilatildeo Para essa forma de pensar usaremos a
expressatildeo pensamento algeacutebrico Pensando dessa maneira o ensino de aacutelgebra deveria ter
como objeto de estudo o pensamento algeacutebrico e entatildeo o desenvolvimento do uso da
linguagem algeacutebrica seria uma consequecircncia intencional desse estudo Como dizem
Fiorentini Miguel e Miorim (1993)
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Essa relaccedilatildeo de subordinaccedilatildeo do pensamento algeacutebrico agrave linguagem
desconsidera o fato de que tanto no plano histoacuterico quanto no pedagoacutegico a
linguagem eacute pelo menos em princiacutepio a expressatildeo de um pensamento
(FIORENTINI MIGUEL e MIORIM 1993 p 85)
Para Arcavi (2006) faz parte do pensamento algeacutebrico a conceitualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo
da generalidade a ideia de variabilidade e a estruturaccedilatildeo do pensamento algeacutebrico atraveacutes de
uma simbologia Na mesma direccedilatildeo para Barbosa e Borralho (2009) salientam que o
pensamento algeacutebrico
diz respeito agrave simbolizaccedilatildeo (representar e analisar situaccedilotildees matemaacuteticas
usando siacutembolos algeacutebricos) ao estudo de estruturas (compreender relaccedilotildees
e funccedilotildees) e agrave modelaccedilatildeo Implica conhecer compreender e usar os
instrumentos simboacutelicos para representar o problema matematicamente
aplicar procedimentos formais para obter um resultado e poder interpretar e
avaliar esse resultado (BARBOSA e BORRALHO 2009 p 1)
A importacircncia do desenvolvimento do pensamento algeacutebrico aparece tambeacutem nos
documentos oficiais Os PCN ressaltam que
Embora nas seacuteries iniciais jaacute se possa desenvolver alguns aspectos da
aacutelgebra eacute especialmente nas seacuteries finais do ensino fundamental que as
atividades algeacutebricas seratildeo ampliadas Pela exploraccedilatildeo de situaccedilotildees-
problema o aluno reconheceraacute diferentes funccedilotildees da aacutelgebra (generalizar
padrotildees aritmeacuteticos estabelecer relaccedilatildeo entre duas grandezas modelizar
resolver problemas aritmeticamente difiacuteceis) representaraacute problemas por
meio de equaccedilotildees e inequaccedilotildees (diferenciando paracircmetros variaacuteveis
incoacutegnitas tomando contato com foacutermulas) compreenderaacute a ldquosintaxerdquo
(regras para a resoluccedilatildeo) de uma equaccedilatildeo (BRASIL 1998 p 50-51)
Como percebemos tanto na literatura quanto nos documentos oficiais o ensino de
aacutelgebra deveria estar mais pautado na construccedilatildeo de um pensamento algeacutebrico Por isso
assumimos que o pensamento algeacutebrico deveria ser objeto de ensino da escola baacutesica e que as
atividades propostas nos materiais didaacuteticos deveriam ser meios para desenvolver uma forma
de pensar que desenvolva o conhecimento algeacutebrico Nesse sentido o pensamento algeacutebrico
deve se tornar uma orientaccedilatildeo transversal do curso de matemaacutetica (BARBOSA e
BORRALHO 2009) e natildeo somente um conteuacutedo especiacutefico de matemaacutetica do Ensino
Fundamental
A teoria antropoloacutegtica do didaacutetico
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A TAD nasce apoacutes algumas criacuteticas feitas agrave Transposiccedilatildeo Didaacutetica Uma das criacuteticas
que surgiram foi em relaccedilatildeo ao saber ensinado por estar somente associado ao saber saacutebio
mesmo sabendo que todo o processo de transposiccedilatildeo tem influecircncia de todos os entes
envolvidos no processo de ensino (a noosfera)
A TAD de Chevallard (1999) defende que a atividade matemaacutetica e por conseguinte
a atividade do estudo da matemaacutetica insere-se em um conjunto mais amplo de atividades
humanas e de instituiccedilotildees sociais A base da TAD admite que toda atividade humana realizada
pode descrever-se com um modelo que se resume aqui com a palavra praxeologia O
significado etimoloacutegico dessa palavra eacute o logos da praacutexis Para Chevallard (1999) a
praxeologia pode ser empregada para entender a atividade matemaacutetica e tambeacutem para
entender as accedilotildees humanas Chevallard (1999) estrutura a praxeologia em um conjunto
formado pela Tarefa T Teacutecnica τ Tecnologia θ e Teoria Θ ou seja o conjunto [ T τ θ Θ]
Essa praxeologia eacute uma ldquoorganizaccedilatildeordquo estruturada em dois blocos distintos o bloco
praacutetico-teacutecnico [ T τ] o qual pode ser entendido como o saber-fazer e o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico [θ Θ] relacionado ao saber ou melhor a um discurso loacutegico que permite justificar o
bloco praacutetico-teacutecnico Assim Chevallard (1999) declara que um saber para ser ensinado
precisa conter uma praxeologia ou seja todo saber para ser ensinado tem que ter um conjunto
de tarefas teacutecnicas tecnologias e teorias
Para Chevallard (1999) tudo o que eacute solicitado para uma pessoa fazer e mediado por
verbos seraacute uma tarefa [T] Assim tarefa evoca uma accedilatildeo determinada Para o autor tarefas
natildeo satildeo dadas pela natureza elas satildeo as construccedilotildees institucionais cuja reconstruccedilatildeo em tal
instituiccedilatildeo por exemplo em uma sala de aula eacute um problema em si o qual eacute objeto de estudo
da didaacutetica Para Chevallard (1999) uma instituiccedilatildeo I eacute um conjunto de sujeitos que ocupam
posiccedilotildees distintas Os sujeitos pertencentes a I acabam por ter as mesmas formas de fazer e
pensar Como exemplo de uma instituiccedilatildeo temos a sala de aula (as duas posiccedilotildees dentro de I
satildeo a de professor e a de aluno) Se um tipo de tarefa eacute dado entatildeo essa tarefa estaacute relacionada
com alguma maneira de realizaacute-la Essa maneira de fazer eacute o que Chevallard (1999) chamou
de teacutecnica [τ] Neste sentido a teacutecnica eacute o saber-fazer Em uma instituiccedilatildeo I Chevallard nos
diz que podem existir vaacuterias teacutecnicas relativas a um tipo de tarefa e todas aceitas por I mas
essas teacutecnicas podem ao mesmo tempo natildeo serem aceitas em outras instituiccedilotildees A junccedilatildeo de
[T] com [τ] constitui o bloco praacutetico-teacutecnico [Tτ] nesse caso um saber fazer
Para cada teacutecnica [τ] sempre podemos justificar racionalmente seu uso Essa
justificativa eacute chamada por Chevallard (1999) de tecnologia [θ] Na TAD o termo tecnologia
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[θ] tem o significado da proacutepria palavra ndash o logos da teacutecnica (tekhnecirc) pois aqui o termo
significa um discurso racional que busca esclarecer determinada teacutecnica justificar seu uso e
sua eficiecircncia A tecnologia [θ] serviraacute para justificar explicar tornar inteligiacutevel a teacutecnica [τ]
A tecnologia vai dizer porque a teacutecnica funciona Aleacutem disso a tecnologia de certa teacutecnica
poderaacute auxiliar a produzir novas teacutecnicas A tecnologia [θ] tambeacutem poderaacute exigir explicaccedilotildees
justificativas o que se poderia chamar de tecnologia da tecnologia A essas explicaccedilotildees e
justificativas da tecnologia Chevallard (1999) chamou de teoria [Θ]
A teoria [Θ] eacute um discurso mais amplo que serve para interpretar e justificar a
tecnologia Esse discurso possui alto niacutevel de abstraccedilatildeo e generalizaccedilatildeo Chevallard (1999)
ressalta que em alguns casos uma instituiccedilatildeo busca em outra instituiccedilatildeo a justificativa de
uma tecnologia supostamente a detentora da teoria [Θ] A tecnologia e a teoria formam o par
denominado bloco tecnoloacutegico-teoacuterico [θ Θ] estritamente ligado ao saber
A TAD tambeacutem traz uma leitura proacutepria para a palavra estudo e o processo que o
permeia O estudo aqui eacute caracterizado pela ldquoideia de fazer qualquer coisa com o fim de
aprender qualquer coisa (saber) ou de aprender a fazer qualquer coisa (saber-fazer)rdquo
(CHEVALLARD 1999 p 15) Esse processo de estudo pode ser modelado por uma
praxeologia ou por uma organizaccedilatildeo didaacutetica
Chevallard (1999) defende que toda organizaccedilatildeo praxeoloacutegica ou organizaccedilatildeo didaacutetica
articula-se em tipos de tarefas teacutecnicas tecnologias e teorias Esse processo de estudo de uma
organizaccedilatildeo didaacutetica ou matemaacutetica pode se estruturar de diferentes maneiras Mesmo assim
constata-se que em qualquer caminho que seja seguido sempre haveraacute certos tipos de
situaccedilotildees que estaratildeo necessariamente presentes Chevallard (1999) chama esses tipos de
situaccedilotildees de momentos de estudo ou momentos didaacuteticos
A atividade de estudo eacute descrita entatildeo pela teoria dos momentos didaacuteticos ou
momentos de estudos A TAD concebe o processo de estudo a partir de seis momentos que
natildeo necessariamente seguem determinada ordem podendo ocorrer ao mesmo tempo e em
diversos instantes do processo Os momentos satildeo
1ordm Momento primeiro encontro representa o primeiro contato que um grupo de
estudo (que pode ser uma uacutenica pessoa) tem com a organizaccedilatildeo em jogo
2ordm Momento exploratoacuterio a partir do tipo de problema ou tipo de tarefa que estaacute
sendo estudado vaacuterias tarefas (do problema em questatildeo) satildeo trabalhadas Esse momento
permite o surgimento de pelo menos uma teacutecnica para solucionar o problema proposto
3ordm Momento trabalho da teacutecnica marca o instante de trabalho da teacutecnica visa a
obter seu domiacutenio e a determinar sua precisatildeo validade e alcance Pode provocar
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modificaccedilotildees e ampliaccedilotildees da teacutecnica ou o surgimento de uma nova teacutecnica ou ainda
despertar a necessidade de explicaccedilotildees tecnoloacutegicas e teoacutericas sobre a teacutecnica
4ordm Momento tecnoloacutegico-teoacuterico quando eacute necessaacuterio explicar e justificar a(s)
teacutecnica(s) envolvida(s) no estudo do tipo de problema (tipo de tarefa) em questatildeo
5ordm Momento institucionalizaccedilatildeo quando a organizaccedilatildeo praxeoloacutegica e todos os
seus componentes satildeo oficializados de acordo com a instituiccedilatildeo em que se desenvolve a
atividade em questatildeo Passa-se de um estaacutegio ldquoinformalrdquo para um estaacutegio ldquoformalrdquo
6ordm Momento avaliaccedilatildeo momento em que se coloca agrave prova o domiacutenio que se tem de
determinada organizaccedilatildeo e que pode ser vivido de forma individual ou coletiva
Vale ressaltar que ao situar esses momentos de estudo no ambiente escolar estes natildeo
satildeo restritos ao trabalho do professor e nem ao trabalho realizado somente na sala de aula
pois eles podem acontecer com o professor antes e depois das aulas e com os alunos fora da
sala de aula (CHEVALLARD 1999)
Por fim destacamos que os momentos de estudos satildeo tratados como vivecircncias
necessaacuterias para que um indiviacuteduo consiga dominar determinado conhecimento De acordo
com a TAD a partir da vivecircncia desses seis momentos o indiviacuteduo consegue construir a
praacutexis e o logos sobre o conhecimento em questatildeo
Metodologia de trabalho
Para a escolha do material analisamos os dez livros de matemaacutetica aprovados no
Programa Nacional de Avaliaccedilatildeo de Livros Didaacuteticos de 2011 (PNLD-11) realizado pelo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Brasil Esse programa produz o Guia de Livros Didaacutetico PNLD-
2011 um material que apresenta as anaacutelises feitas por especialistas das aacutereas em relaccedilatildeo aos
livros aprovados Esse Guia eacute referecircncia para todos os professores do paiacutes escolherem seus
livros Os livros escolhidos pelos professores da rede puacuteblica satildeo comprados pelo governo
federal e distribuiacutedos nas escolas
Apoacutes analisarmos o Guia verificamos que poderiacuteamos separar os livros em duas
categorias segundo o nosso olhar diante da anaacutelise feita pelo Guia Na primeira selecionamos
seis livros que estavam mais voltados para o ensino de regras e procedimentos enquanto que
na segunda tiacutenhamos quatro livros que buscavam metodologias diferentes de ensino e que
privilegiavam a compreensatildeo dos conceitos e significados
Para este trabalho escolhemos o livro mais representativo dentro da segunda
categoria Isto porque esse livro proporciona um percurso de didatizaccedilatildeo um pouco diferente
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dos demais Ele estaacute mais voltado agrave compreensatildeo dos conceitos e se preocupa em desenvolver
o pensamento algeacutebrico Acreditamos que este seja o material mais adequado para evidenciar
o potencial da nossa ferramenta de anaacutelise a TAD Assim analisaremos o livro Matemaacutetica ndash
Imenes amp Lellis de Luiz Marcio Imenes e Marcelo Lellis Para isso vamos analisar os
capiacutetulos destinados ao ensino de aacutelgebra ao longo de toda a coleccedilatildeo
Com a TAD vamos esquematizar a praxeologia existente em cada grupo de tarefas
semelhantes e verificar como outros elementos como teacutecnica tecnologia e teoria satildeo
trabalhados no decorrer das atividades propostas Conjuntamente a essa analisaremos os
momentos de estudo de cada conjunto de tarefas Assim poderemos avaliar se as praxeologias
estatildeo sendo desenvolvidas de maneira completa ou natildeo sabendo-se que quando uma
praxeologia natildeo eacute completada isso pode ocasionar falhas no ensino resultando em falhas na
aprendizagem Com isso analisaremos o quanto o ensino de cada conceito favorece ou natildeo o
desenvolvimento do pensamento algeacutebrico
Anaacutelise dos Dados
O percurso do ensino de aacutelgebra dessa coleccedilatildeo se destaca por ter apostado em uma
organizaccedilatildeo diferente da proposta usual O ensino formal da aacutelgebra inicia-se no 6ordm ano com o
estudo dos padrotildees aritmeacuteticos e geomeacutetricos O trabalho com equaccedilotildees e sistemas de
equaccedilotildees de 1ordm grau eacute desenvolvido ao longo do 7ordm e 8ordm anos O caacutelculo algeacutebrico tatildeo
enfatizado no 8ordm ano estaacute dividido entre o 8ordm e o 9ordm anos Os autores acreditam que essas
mudanccedilas possam facilitar a aprendizagem dos alunos
Nesse trabalho apresentaremos o percurso do ensino de aacutelgebra por meio de
atividades que representam esse caminho Apresentaremos uma tabela com a praxeologia e os
momentos de estudos referentes agrave atividade citada
As tabelas satildeo formadas por quatro colunas A primeira eacute destinada agraves tarefas (T) a
segunda agraves teacutecnicas (τ) referentes agravequelas tarefas na terceira aparece as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) e na uacuteltima coluna aparece apenas o nuacutemero indicando o momento de estudo
referente agraves tarefas estipuladas na primeira coluna Na terceira coluna as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) estatildeo colocadas juntas apenas para facilitar a visualizaccedilatildeo o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico Pois nem sempre elas estaratildeo sendo desenvolvidas no mesmo conjunto de Tarefas
As tarefas satildeo numeradas Quando uma tarefa eacute repetida colocamos a mesma
numeraccedilatildeo (Ti) para enfatizar que ela estaacute sendo repetida As teacutecnicas seguem a numeraccedilatildeo da
tarefa ou seja quando uma teacutecnica estaacute relacionada com a tarefa ela possui o mesmo nuacutemero
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(τi) Quando aparece uma nova tarefa que seraacute resolvida por uma teacutecnica jaacute utilizada a tarefa
receberaacute a numeraccedilatildeo e no lugar da teacutecnica repetiremos a numeraccedilatildeo da teacutecnica jaacute
conhecida As tecnologias e teorias teratildeo uma numeraccedilatildeo proacutepria porque elas podem natildeo ser
desenvolvidas ou seratildeo desenvolvidas em um conjunto maior de tarefas e teacutecnicas A uacuteltima
coluna como jaacute mencionamos teraacute apenas o nuacutemero representando o momento de estudo
relacionado a cada tarefa As tabelas de cada capiacutetulo na iacutentegra estatildeo em Aguiar (2014)
Apresentaremos exemplos significativos que ilustram o percurso do ensino de aacutelgebra
da coleccedilatildeo A Figura 1 eacute uma atividade que caracteriza a proposta do livro do 6ordm ano na qual
haacute o desenvolvimento da observaccedilatildeo do padratildeo e da descoberta de uma generalizaccedilatildeo com o
apoio da discussatildeo e da escrita em liacutengua corrente dessa generalizaccedilatildeo Conjuntamente com
esse processo a escrita algeacutebrica vai se desenvolvendo Assim a linguagem algeacutebrica estaacute
sendo desenvolvida de acordo Fiorentini Miguel e Miorim (1993) como a expressatildeo de um
pensamento
Figura 1 Imenes amp Lellis 2010 6ordm ano p 260
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Quadro 1 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 1
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T3) Relacionar a
quantidade de cadeiras e
mesas quando essas
mesas estatildeo unidas
formando uma fila
(T5) Escrever em
linguagem matemaacutetica
as operaccedilotildees descritas
em liacutengua corrente
(metade dobro etc)
(τ2) Observar os desenhos para
estabelecer as relaccedilotildees
(τ5) Substituir os valores
desconhecidos e as operaccedilotildees
por letras e siacutembolos
respectivamente para escrever a
frase em linguagem algeacutebrica
(θ1) Percepccedilatildeo da
regularidade
(Θ1) Relaccedilatildeo entre duas
grandezas que variam
(θ2) Relaccedilatildeo da liacutengua
corrente com a linguagem
algeacutebrica
(Θ2) A aacutelgebra como
generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica
1ordm
e
2ordm
Com o estudo da praxeologia desta atividade percebemos que o objetivo do capiacutetulo eacute
observar o padratildeo existente em cada caso particular e iniciar o processo de percepccedilatildeo da
regularidade (θ1) e escrevecirc-la em linguagem algeacutebrica (θ2) Para alcanccedilar esse objetivo o
texto apresenta as tarefas como a (T3) que mostram casos nos quais existe um padratildeo
numeacuterico ou geomeacutetrico e que ele pode ser observado com a teacutecnica (τ2) Aqui temos o 1deg
momento de estudo com os padrotildees numeacutericos ou geomeacutetricos
Como um 2ordm momento de estudo o capiacutetulo apresenta tarefas como a (T5) na qual
auxilia o aluno a escrever as generalizaccedilotildees numeacutericas ou geomeacutetricas em linguagem
algeacutebrica usando a teacutecnica (τ5) Assim os alunos podem relacionar a linguagem algeacutebrica com
as outras linguagens percebendo como a expressatildeo algeacutebrica pode representar o contexto (θ2)
Ao longo desse capiacutetulo as tecnologias (θ1) e (θ2) e as teorias (Θ1) e (Θ2) estatildeo sendo
desenvolvidas de maneira impliacutecita Com o desenvolvimento intuitivo da teoria (Θ1)
conseguimos perceber que o conceito de variaacutevel tambeacutem estaacute sendo desenvolvido de maneira
intuitiva A aacutelgebra como generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica estaacute desenvolvida em casos particulares
e de maneira intuitiva essa relaccedilatildeo ainda natildeo estaacute sendo verbalizada nas atividades
Como representante do 7ordm ano temos a Figura 2 e as praxeologias no Quadro 2
Quadro 2 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 2
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T24) Escrever a expressatildeo
algeacutebrica de uma
sequecircncia de bolinhas
(τ20A) Estabelecer a relaccedilatildeo entre
duas grandezas
(τ20B) Usar a ideia de equivalecircncia
para escrever a generalizaccedilatildeo
(θ5) Conceito de
variaacutevel
3ordm
Com o objetivo de desenvolver a ideia de variaacutevel (θ5) o texto apresenta vaacuterias tarefas
como a (T24) na qual aparece contextos em que duas grandezas estatildeo sendo relacionadas As
teacutecnicas dessas tarefas compreendem em estabelecer a relaccedilatildeo entre essas grandezas (τ20A) e
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usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
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Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
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A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
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Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
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para analisar esse percurso utilizaremos a TAD pois acreditamos que esta teoria eacute uma
interessante ferramenta de anaacutelise de materiais didaacuteticos e de praacuteticas pedagoacutegicas
Assim pretendemos responder as seguintes perguntas Como o livro desenvolve o
pensamento algeacutebrico Quais satildeo as praxeologias existentes no percurso do ensino de
aacutelgebra Como podemos identifica-las Desta maneira teremos um conjunto de anaacutelises para
refletir sobre o quanto as praxeologias incompletas podem gerar problemas na aprendizagem
da aacutelgebra na formaccedilatildeo do aluno
Ensino de aacutelgebra e pensamento algeacutebrico
Barbosa e Borralho (2009) afirmam que o que ainda prevalece no ensino de aacutelgebra eacute
o desenvolvimento de um conjunto de teacutecnicas operatoacuterias que busca apenas resolver
equaccedilotildees Mas como disse Usiskin (1994) o ensino de aacutelgebra natildeo deve ser soacute isso e sim
deve estar pautado em algumas concepccedilotildees tais como a aacutelgebra deve ser ensinada como uma
aritmeacutetica generalizada e mais que isso como um meio para resolver problemas natildeo
esquecendo que o ensino de aacutelgebra eacute um estudo de relaccedilotildees e que na proacutepria aacutelgebra em si
existem estruturas e propriedades dessas estruturas
Para desenvolvermos esse ensino de aacutelgebra segundo Usiskin (1994) precisamos
construir o conhecimento algeacutebrico que vai aleacutem de estudar as regras e procedimentos de
resoluccedilatildeo Precisamos compreender a aacutelgebra e seus conceitos precisamos desenvolver o
conhecimento algeacutebrico Neves (1995) nos ajuda a entender o que estava chamando de
pensamento algeacutebrico ao afirmar que
Como toda forma de conhecimento o conhecimento algeacutebrico eacute tambeacutem um
produto cultural construiacutedo no processo de ensino e aprendizagem a partir
de um conhecimento humano jaacute existente Para se construir um
conhecimento deste tipo seraacute preciso pensar algebricamente Chamaremos de
pensamento algeacutebrico esta intenccedilatildeo ou forma de pensar que possibilite a
construccedilatildeo de um conhecimento algeacutebrico (NEVES 1995 p 1-2)
Ou seja para construir esse conhecimento algeacutebrico precisamos desenvolver uma
forma de pensar que favoreccedila essa construccedilatildeo Para essa forma de pensar usaremos a
expressatildeo pensamento algeacutebrico Pensando dessa maneira o ensino de aacutelgebra deveria ter
como objeto de estudo o pensamento algeacutebrico e entatildeo o desenvolvimento do uso da
linguagem algeacutebrica seria uma consequecircncia intencional desse estudo Como dizem
Fiorentini Miguel e Miorim (1993)
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Essa relaccedilatildeo de subordinaccedilatildeo do pensamento algeacutebrico agrave linguagem
desconsidera o fato de que tanto no plano histoacuterico quanto no pedagoacutegico a
linguagem eacute pelo menos em princiacutepio a expressatildeo de um pensamento
(FIORENTINI MIGUEL e MIORIM 1993 p 85)
Para Arcavi (2006) faz parte do pensamento algeacutebrico a conceitualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo
da generalidade a ideia de variabilidade e a estruturaccedilatildeo do pensamento algeacutebrico atraveacutes de
uma simbologia Na mesma direccedilatildeo para Barbosa e Borralho (2009) salientam que o
pensamento algeacutebrico
diz respeito agrave simbolizaccedilatildeo (representar e analisar situaccedilotildees matemaacuteticas
usando siacutembolos algeacutebricos) ao estudo de estruturas (compreender relaccedilotildees
e funccedilotildees) e agrave modelaccedilatildeo Implica conhecer compreender e usar os
instrumentos simboacutelicos para representar o problema matematicamente
aplicar procedimentos formais para obter um resultado e poder interpretar e
avaliar esse resultado (BARBOSA e BORRALHO 2009 p 1)
A importacircncia do desenvolvimento do pensamento algeacutebrico aparece tambeacutem nos
documentos oficiais Os PCN ressaltam que
Embora nas seacuteries iniciais jaacute se possa desenvolver alguns aspectos da
aacutelgebra eacute especialmente nas seacuteries finais do ensino fundamental que as
atividades algeacutebricas seratildeo ampliadas Pela exploraccedilatildeo de situaccedilotildees-
problema o aluno reconheceraacute diferentes funccedilotildees da aacutelgebra (generalizar
padrotildees aritmeacuteticos estabelecer relaccedilatildeo entre duas grandezas modelizar
resolver problemas aritmeticamente difiacuteceis) representaraacute problemas por
meio de equaccedilotildees e inequaccedilotildees (diferenciando paracircmetros variaacuteveis
incoacutegnitas tomando contato com foacutermulas) compreenderaacute a ldquosintaxerdquo
(regras para a resoluccedilatildeo) de uma equaccedilatildeo (BRASIL 1998 p 50-51)
Como percebemos tanto na literatura quanto nos documentos oficiais o ensino de
aacutelgebra deveria estar mais pautado na construccedilatildeo de um pensamento algeacutebrico Por isso
assumimos que o pensamento algeacutebrico deveria ser objeto de ensino da escola baacutesica e que as
atividades propostas nos materiais didaacuteticos deveriam ser meios para desenvolver uma forma
de pensar que desenvolva o conhecimento algeacutebrico Nesse sentido o pensamento algeacutebrico
deve se tornar uma orientaccedilatildeo transversal do curso de matemaacutetica (BARBOSA e
BORRALHO 2009) e natildeo somente um conteuacutedo especiacutefico de matemaacutetica do Ensino
Fundamental
A teoria antropoloacutegtica do didaacutetico
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A TAD nasce apoacutes algumas criacuteticas feitas agrave Transposiccedilatildeo Didaacutetica Uma das criacuteticas
que surgiram foi em relaccedilatildeo ao saber ensinado por estar somente associado ao saber saacutebio
mesmo sabendo que todo o processo de transposiccedilatildeo tem influecircncia de todos os entes
envolvidos no processo de ensino (a noosfera)
A TAD de Chevallard (1999) defende que a atividade matemaacutetica e por conseguinte
a atividade do estudo da matemaacutetica insere-se em um conjunto mais amplo de atividades
humanas e de instituiccedilotildees sociais A base da TAD admite que toda atividade humana realizada
pode descrever-se com um modelo que se resume aqui com a palavra praxeologia O
significado etimoloacutegico dessa palavra eacute o logos da praacutexis Para Chevallard (1999) a
praxeologia pode ser empregada para entender a atividade matemaacutetica e tambeacutem para
entender as accedilotildees humanas Chevallard (1999) estrutura a praxeologia em um conjunto
formado pela Tarefa T Teacutecnica τ Tecnologia θ e Teoria Θ ou seja o conjunto [ T τ θ Θ]
Essa praxeologia eacute uma ldquoorganizaccedilatildeordquo estruturada em dois blocos distintos o bloco
praacutetico-teacutecnico [ T τ] o qual pode ser entendido como o saber-fazer e o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico [θ Θ] relacionado ao saber ou melhor a um discurso loacutegico que permite justificar o
bloco praacutetico-teacutecnico Assim Chevallard (1999) declara que um saber para ser ensinado
precisa conter uma praxeologia ou seja todo saber para ser ensinado tem que ter um conjunto
de tarefas teacutecnicas tecnologias e teorias
Para Chevallard (1999) tudo o que eacute solicitado para uma pessoa fazer e mediado por
verbos seraacute uma tarefa [T] Assim tarefa evoca uma accedilatildeo determinada Para o autor tarefas
natildeo satildeo dadas pela natureza elas satildeo as construccedilotildees institucionais cuja reconstruccedilatildeo em tal
instituiccedilatildeo por exemplo em uma sala de aula eacute um problema em si o qual eacute objeto de estudo
da didaacutetica Para Chevallard (1999) uma instituiccedilatildeo I eacute um conjunto de sujeitos que ocupam
posiccedilotildees distintas Os sujeitos pertencentes a I acabam por ter as mesmas formas de fazer e
pensar Como exemplo de uma instituiccedilatildeo temos a sala de aula (as duas posiccedilotildees dentro de I
satildeo a de professor e a de aluno) Se um tipo de tarefa eacute dado entatildeo essa tarefa estaacute relacionada
com alguma maneira de realizaacute-la Essa maneira de fazer eacute o que Chevallard (1999) chamou
de teacutecnica [τ] Neste sentido a teacutecnica eacute o saber-fazer Em uma instituiccedilatildeo I Chevallard nos
diz que podem existir vaacuterias teacutecnicas relativas a um tipo de tarefa e todas aceitas por I mas
essas teacutecnicas podem ao mesmo tempo natildeo serem aceitas em outras instituiccedilotildees A junccedilatildeo de
[T] com [τ] constitui o bloco praacutetico-teacutecnico [Tτ] nesse caso um saber fazer
Para cada teacutecnica [τ] sempre podemos justificar racionalmente seu uso Essa
justificativa eacute chamada por Chevallard (1999) de tecnologia [θ] Na TAD o termo tecnologia
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[θ] tem o significado da proacutepria palavra ndash o logos da teacutecnica (tekhnecirc) pois aqui o termo
significa um discurso racional que busca esclarecer determinada teacutecnica justificar seu uso e
sua eficiecircncia A tecnologia [θ] serviraacute para justificar explicar tornar inteligiacutevel a teacutecnica [τ]
A tecnologia vai dizer porque a teacutecnica funciona Aleacutem disso a tecnologia de certa teacutecnica
poderaacute auxiliar a produzir novas teacutecnicas A tecnologia [θ] tambeacutem poderaacute exigir explicaccedilotildees
justificativas o que se poderia chamar de tecnologia da tecnologia A essas explicaccedilotildees e
justificativas da tecnologia Chevallard (1999) chamou de teoria [Θ]
A teoria [Θ] eacute um discurso mais amplo que serve para interpretar e justificar a
tecnologia Esse discurso possui alto niacutevel de abstraccedilatildeo e generalizaccedilatildeo Chevallard (1999)
ressalta que em alguns casos uma instituiccedilatildeo busca em outra instituiccedilatildeo a justificativa de
uma tecnologia supostamente a detentora da teoria [Θ] A tecnologia e a teoria formam o par
denominado bloco tecnoloacutegico-teoacuterico [θ Θ] estritamente ligado ao saber
A TAD tambeacutem traz uma leitura proacutepria para a palavra estudo e o processo que o
permeia O estudo aqui eacute caracterizado pela ldquoideia de fazer qualquer coisa com o fim de
aprender qualquer coisa (saber) ou de aprender a fazer qualquer coisa (saber-fazer)rdquo
(CHEVALLARD 1999 p 15) Esse processo de estudo pode ser modelado por uma
praxeologia ou por uma organizaccedilatildeo didaacutetica
Chevallard (1999) defende que toda organizaccedilatildeo praxeoloacutegica ou organizaccedilatildeo didaacutetica
articula-se em tipos de tarefas teacutecnicas tecnologias e teorias Esse processo de estudo de uma
organizaccedilatildeo didaacutetica ou matemaacutetica pode se estruturar de diferentes maneiras Mesmo assim
constata-se que em qualquer caminho que seja seguido sempre haveraacute certos tipos de
situaccedilotildees que estaratildeo necessariamente presentes Chevallard (1999) chama esses tipos de
situaccedilotildees de momentos de estudo ou momentos didaacuteticos
A atividade de estudo eacute descrita entatildeo pela teoria dos momentos didaacuteticos ou
momentos de estudos A TAD concebe o processo de estudo a partir de seis momentos que
natildeo necessariamente seguem determinada ordem podendo ocorrer ao mesmo tempo e em
diversos instantes do processo Os momentos satildeo
1ordm Momento primeiro encontro representa o primeiro contato que um grupo de
estudo (que pode ser uma uacutenica pessoa) tem com a organizaccedilatildeo em jogo
2ordm Momento exploratoacuterio a partir do tipo de problema ou tipo de tarefa que estaacute
sendo estudado vaacuterias tarefas (do problema em questatildeo) satildeo trabalhadas Esse momento
permite o surgimento de pelo menos uma teacutecnica para solucionar o problema proposto
3ordm Momento trabalho da teacutecnica marca o instante de trabalho da teacutecnica visa a
obter seu domiacutenio e a determinar sua precisatildeo validade e alcance Pode provocar
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modificaccedilotildees e ampliaccedilotildees da teacutecnica ou o surgimento de uma nova teacutecnica ou ainda
despertar a necessidade de explicaccedilotildees tecnoloacutegicas e teoacutericas sobre a teacutecnica
4ordm Momento tecnoloacutegico-teoacuterico quando eacute necessaacuterio explicar e justificar a(s)
teacutecnica(s) envolvida(s) no estudo do tipo de problema (tipo de tarefa) em questatildeo
5ordm Momento institucionalizaccedilatildeo quando a organizaccedilatildeo praxeoloacutegica e todos os
seus componentes satildeo oficializados de acordo com a instituiccedilatildeo em que se desenvolve a
atividade em questatildeo Passa-se de um estaacutegio ldquoinformalrdquo para um estaacutegio ldquoformalrdquo
6ordm Momento avaliaccedilatildeo momento em que se coloca agrave prova o domiacutenio que se tem de
determinada organizaccedilatildeo e que pode ser vivido de forma individual ou coletiva
Vale ressaltar que ao situar esses momentos de estudo no ambiente escolar estes natildeo
satildeo restritos ao trabalho do professor e nem ao trabalho realizado somente na sala de aula
pois eles podem acontecer com o professor antes e depois das aulas e com os alunos fora da
sala de aula (CHEVALLARD 1999)
Por fim destacamos que os momentos de estudos satildeo tratados como vivecircncias
necessaacuterias para que um indiviacuteduo consiga dominar determinado conhecimento De acordo
com a TAD a partir da vivecircncia desses seis momentos o indiviacuteduo consegue construir a
praacutexis e o logos sobre o conhecimento em questatildeo
Metodologia de trabalho
Para a escolha do material analisamos os dez livros de matemaacutetica aprovados no
Programa Nacional de Avaliaccedilatildeo de Livros Didaacuteticos de 2011 (PNLD-11) realizado pelo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Brasil Esse programa produz o Guia de Livros Didaacutetico PNLD-
2011 um material que apresenta as anaacutelises feitas por especialistas das aacutereas em relaccedilatildeo aos
livros aprovados Esse Guia eacute referecircncia para todos os professores do paiacutes escolherem seus
livros Os livros escolhidos pelos professores da rede puacuteblica satildeo comprados pelo governo
federal e distribuiacutedos nas escolas
Apoacutes analisarmos o Guia verificamos que poderiacuteamos separar os livros em duas
categorias segundo o nosso olhar diante da anaacutelise feita pelo Guia Na primeira selecionamos
seis livros que estavam mais voltados para o ensino de regras e procedimentos enquanto que
na segunda tiacutenhamos quatro livros que buscavam metodologias diferentes de ensino e que
privilegiavam a compreensatildeo dos conceitos e significados
Para este trabalho escolhemos o livro mais representativo dentro da segunda
categoria Isto porque esse livro proporciona um percurso de didatizaccedilatildeo um pouco diferente
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dos demais Ele estaacute mais voltado agrave compreensatildeo dos conceitos e se preocupa em desenvolver
o pensamento algeacutebrico Acreditamos que este seja o material mais adequado para evidenciar
o potencial da nossa ferramenta de anaacutelise a TAD Assim analisaremos o livro Matemaacutetica ndash
Imenes amp Lellis de Luiz Marcio Imenes e Marcelo Lellis Para isso vamos analisar os
capiacutetulos destinados ao ensino de aacutelgebra ao longo de toda a coleccedilatildeo
Com a TAD vamos esquematizar a praxeologia existente em cada grupo de tarefas
semelhantes e verificar como outros elementos como teacutecnica tecnologia e teoria satildeo
trabalhados no decorrer das atividades propostas Conjuntamente a essa analisaremos os
momentos de estudo de cada conjunto de tarefas Assim poderemos avaliar se as praxeologias
estatildeo sendo desenvolvidas de maneira completa ou natildeo sabendo-se que quando uma
praxeologia natildeo eacute completada isso pode ocasionar falhas no ensino resultando em falhas na
aprendizagem Com isso analisaremos o quanto o ensino de cada conceito favorece ou natildeo o
desenvolvimento do pensamento algeacutebrico
Anaacutelise dos Dados
O percurso do ensino de aacutelgebra dessa coleccedilatildeo se destaca por ter apostado em uma
organizaccedilatildeo diferente da proposta usual O ensino formal da aacutelgebra inicia-se no 6ordm ano com o
estudo dos padrotildees aritmeacuteticos e geomeacutetricos O trabalho com equaccedilotildees e sistemas de
equaccedilotildees de 1ordm grau eacute desenvolvido ao longo do 7ordm e 8ordm anos O caacutelculo algeacutebrico tatildeo
enfatizado no 8ordm ano estaacute dividido entre o 8ordm e o 9ordm anos Os autores acreditam que essas
mudanccedilas possam facilitar a aprendizagem dos alunos
Nesse trabalho apresentaremos o percurso do ensino de aacutelgebra por meio de
atividades que representam esse caminho Apresentaremos uma tabela com a praxeologia e os
momentos de estudos referentes agrave atividade citada
As tabelas satildeo formadas por quatro colunas A primeira eacute destinada agraves tarefas (T) a
segunda agraves teacutecnicas (τ) referentes agravequelas tarefas na terceira aparece as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) e na uacuteltima coluna aparece apenas o nuacutemero indicando o momento de estudo
referente agraves tarefas estipuladas na primeira coluna Na terceira coluna as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) estatildeo colocadas juntas apenas para facilitar a visualizaccedilatildeo o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico Pois nem sempre elas estaratildeo sendo desenvolvidas no mesmo conjunto de Tarefas
As tarefas satildeo numeradas Quando uma tarefa eacute repetida colocamos a mesma
numeraccedilatildeo (Ti) para enfatizar que ela estaacute sendo repetida As teacutecnicas seguem a numeraccedilatildeo da
tarefa ou seja quando uma teacutecnica estaacute relacionada com a tarefa ela possui o mesmo nuacutemero
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(τi) Quando aparece uma nova tarefa que seraacute resolvida por uma teacutecnica jaacute utilizada a tarefa
receberaacute a numeraccedilatildeo e no lugar da teacutecnica repetiremos a numeraccedilatildeo da teacutecnica jaacute
conhecida As tecnologias e teorias teratildeo uma numeraccedilatildeo proacutepria porque elas podem natildeo ser
desenvolvidas ou seratildeo desenvolvidas em um conjunto maior de tarefas e teacutecnicas A uacuteltima
coluna como jaacute mencionamos teraacute apenas o nuacutemero representando o momento de estudo
relacionado a cada tarefa As tabelas de cada capiacutetulo na iacutentegra estatildeo em Aguiar (2014)
Apresentaremos exemplos significativos que ilustram o percurso do ensino de aacutelgebra
da coleccedilatildeo A Figura 1 eacute uma atividade que caracteriza a proposta do livro do 6ordm ano na qual
haacute o desenvolvimento da observaccedilatildeo do padratildeo e da descoberta de uma generalizaccedilatildeo com o
apoio da discussatildeo e da escrita em liacutengua corrente dessa generalizaccedilatildeo Conjuntamente com
esse processo a escrita algeacutebrica vai se desenvolvendo Assim a linguagem algeacutebrica estaacute
sendo desenvolvida de acordo Fiorentini Miguel e Miorim (1993) como a expressatildeo de um
pensamento
Figura 1 Imenes amp Lellis 2010 6ordm ano p 260
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Quadro 1 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 1
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T3) Relacionar a
quantidade de cadeiras e
mesas quando essas
mesas estatildeo unidas
formando uma fila
(T5) Escrever em
linguagem matemaacutetica
as operaccedilotildees descritas
em liacutengua corrente
(metade dobro etc)
(τ2) Observar os desenhos para
estabelecer as relaccedilotildees
(τ5) Substituir os valores
desconhecidos e as operaccedilotildees
por letras e siacutembolos
respectivamente para escrever a
frase em linguagem algeacutebrica
(θ1) Percepccedilatildeo da
regularidade
(Θ1) Relaccedilatildeo entre duas
grandezas que variam
(θ2) Relaccedilatildeo da liacutengua
corrente com a linguagem
algeacutebrica
(Θ2) A aacutelgebra como
generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica
1ordm
e
2ordm
Com o estudo da praxeologia desta atividade percebemos que o objetivo do capiacutetulo eacute
observar o padratildeo existente em cada caso particular e iniciar o processo de percepccedilatildeo da
regularidade (θ1) e escrevecirc-la em linguagem algeacutebrica (θ2) Para alcanccedilar esse objetivo o
texto apresenta as tarefas como a (T3) que mostram casos nos quais existe um padratildeo
numeacuterico ou geomeacutetrico e que ele pode ser observado com a teacutecnica (τ2) Aqui temos o 1deg
momento de estudo com os padrotildees numeacutericos ou geomeacutetricos
Como um 2ordm momento de estudo o capiacutetulo apresenta tarefas como a (T5) na qual
auxilia o aluno a escrever as generalizaccedilotildees numeacutericas ou geomeacutetricas em linguagem
algeacutebrica usando a teacutecnica (τ5) Assim os alunos podem relacionar a linguagem algeacutebrica com
as outras linguagens percebendo como a expressatildeo algeacutebrica pode representar o contexto (θ2)
Ao longo desse capiacutetulo as tecnologias (θ1) e (θ2) e as teorias (Θ1) e (Θ2) estatildeo sendo
desenvolvidas de maneira impliacutecita Com o desenvolvimento intuitivo da teoria (Θ1)
conseguimos perceber que o conceito de variaacutevel tambeacutem estaacute sendo desenvolvido de maneira
intuitiva A aacutelgebra como generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica estaacute desenvolvida em casos particulares
e de maneira intuitiva essa relaccedilatildeo ainda natildeo estaacute sendo verbalizada nas atividades
Como representante do 7ordm ano temos a Figura 2 e as praxeologias no Quadro 2
Quadro 2 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 2
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T24) Escrever a expressatildeo
algeacutebrica de uma
sequecircncia de bolinhas
(τ20A) Estabelecer a relaccedilatildeo entre
duas grandezas
(τ20B) Usar a ideia de equivalecircncia
para escrever a generalizaccedilatildeo
(θ5) Conceito de
variaacutevel
3ordm
Com o objetivo de desenvolver a ideia de variaacutevel (θ5) o texto apresenta vaacuterias tarefas
como a (T24) na qual aparece contextos em que duas grandezas estatildeo sendo relacionadas As
teacutecnicas dessas tarefas compreendem em estabelecer a relaccedilatildeo entre essas grandezas (τ20A) e
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usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
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Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
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A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
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Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
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Essa relaccedilatildeo de subordinaccedilatildeo do pensamento algeacutebrico agrave linguagem
desconsidera o fato de que tanto no plano histoacuterico quanto no pedagoacutegico a
linguagem eacute pelo menos em princiacutepio a expressatildeo de um pensamento
(FIORENTINI MIGUEL e MIORIM 1993 p 85)
Para Arcavi (2006) faz parte do pensamento algeacutebrico a conceitualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo
da generalidade a ideia de variabilidade e a estruturaccedilatildeo do pensamento algeacutebrico atraveacutes de
uma simbologia Na mesma direccedilatildeo para Barbosa e Borralho (2009) salientam que o
pensamento algeacutebrico
diz respeito agrave simbolizaccedilatildeo (representar e analisar situaccedilotildees matemaacuteticas
usando siacutembolos algeacutebricos) ao estudo de estruturas (compreender relaccedilotildees
e funccedilotildees) e agrave modelaccedilatildeo Implica conhecer compreender e usar os
instrumentos simboacutelicos para representar o problema matematicamente
aplicar procedimentos formais para obter um resultado e poder interpretar e
avaliar esse resultado (BARBOSA e BORRALHO 2009 p 1)
A importacircncia do desenvolvimento do pensamento algeacutebrico aparece tambeacutem nos
documentos oficiais Os PCN ressaltam que
Embora nas seacuteries iniciais jaacute se possa desenvolver alguns aspectos da
aacutelgebra eacute especialmente nas seacuteries finais do ensino fundamental que as
atividades algeacutebricas seratildeo ampliadas Pela exploraccedilatildeo de situaccedilotildees-
problema o aluno reconheceraacute diferentes funccedilotildees da aacutelgebra (generalizar
padrotildees aritmeacuteticos estabelecer relaccedilatildeo entre duas grandezas modelizar
resolver problemas aritmeticamente difiacuteceis) representaraacute problemas por
meio de equaccedilotildees e inequaccedilotildees (diferenciando paracircmetros variaacuteveis
incoacutegnitas tomando contato com foacutermulas) compreenderaacute a ldquosintaxerdquo
(regras para a resoluccedilatildeo) de uma equaccedilatildeo (BRASIL 1998 p 50-51)
Como percebemos tanto na literatura quanto nos documentos oficiais o ensino de
aacutelgebra deveria estar mais pautado na construccedilatildeo de um pensamento algeacutebrico Por isso
assumimos que o pensamento algeacutebrico deveria ser objeto de ensino da escola baacutesica e que as
atividades propostas nos materiais didaacuteticos deveriam ser meios para desenvolver uma forma
de pensar que desenvolva o conhecimento algeacutebrico Nesse sentido o pensamento algeacutebrico
deve se tornar uma orientaccedilatildeo transversal do curso de matemaacutetica (BARBOSA e
BORRALHO 2009) e natildeo somente um conteuacutedo especiacutefico de matemaacutetica do Ensino
Fundamental
A teoria antropoloacutegtica do didaacutetico
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A TAD nasce apoacutes algumas criacuteticas feitas agrave Transposiccedilatildeo Didaacutetica Uma das criacuteticas
que surgiram foi em relaccedilatildeo ao saber ensinado por estar somente associado ao saber saacutebio
mesmo sabendo que todo o processo de transposiccedilatildeo tem influecircncia de todos os entes
envolvidos no processo de ensino (a noosfera)
A TAD de Chevallard (1999) defende que a atividade matemaacutetica e por conseguinte
a atividade do estudo da matemaacutetica insere-se em um conjunto mais amplo de atividades
humanas e de instituiccedilotildees sociais A base da TAD admite que toda atividade humana realizada
pode descrever-se com um modelo que se resume aqui com a palavra praxeologia O
significado etimoloacutegico dessa palavra eacute o logos da praacutexis Para Chevallard (1999) a
praxeologia pode ser empregada para entender a atividade matemaacutetica e tambeacutem para
entender as accedilotildees humanas Chevallard (1999) estrutura a praxeologia em um conjunto
formado pela Tarefa T Teacutecnica τ Tecnologia θ e Teoria Θ ou seja o conjunto [ T τ θ Θ]
Essa praxeologia eacute uma ldquoorganizaccedilatildeordquo estruturada em dois blocos distintos o bloco
praacutetico-teacutecnico [ T τ] o qual pode ser entendido como o saber-fazer e o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico [θ Θ] relacionado ao saber ou melhor a um discurso loacutegico que permite justificar o
bloco praacutetico-teacutecnico Assim Chevallard (1999) declara que um saber para ser ensinado
precisa conter uma praxeologia ou seja todo saber para ser ensinado tem que ter um conjunto
de tarefas teacutecnicas tecnologias e teorias
Para Chevallard (1999) tudo o que eacute solicitado para uma pessoa fazer e mediado por
verbos seraacute uma tarefa [T] Assim tarefa evoca uma accedilatildeo determinada Para o autor tarefas
natildeo satildeo dadas pela natureza elas satildeo as construccedilotildees institucionais cuja reconstruccedilatildeo em tal
instituiccedilatildeo por exemplo em uma sala de aula eacute um problema em si o qual eacute objeto de estudo
da didaacutetica Para Chevallard (1999) uma instituiccedilatildeo I eacute um conjunto de sujeitos que ocupam
posiccedilotildees distintas Os sujeitos pertencentes a I acabam por ter as mesmas formas de fazer e
pensar Como exemplo de uma instituiccedilatildeo temos a sala de aula (as duas posiccedilotildees dentro de I
satildeo a de professor e a de aluno) Se um tipo de tarefa eacute dado entatildeo essa tarefa estaacute relacionada
com alguma maneira de realizaacute-la Essa maneira de fazer eacute o que Chevallard (1999) chamou
de teacutecnica [τ] Neste sentido a teacutecnica eacute o saber-fazer Em uma instituiccedilatildeo I Chevallard nos
diz que podem existir vaacuterias teacutecnicas relativas a um tipo de tarefa e todas aceitas por I mas
essas teacutecnicas podem ao mesmo tempo natildeo serem aceitas em outras instituiccedilotildees A junccedilatildeo de
[T] com [τ] constitui o bloco praacutetico-teacutecnico [Tτ] nesse caso um saber fazer
Para cada teacutecnica [τ] sempre podemos justificar racionalmente seu uso Essa
justificativa eacute chamada por Chevallard (1999) de tecnologia [θ] Na TAD o termo tecnologia
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[θ] tem o significado da proacutepria palavra ndash o logos da teacutecnica (tekhnecirc) pois aqui o termo
significa um discurso racional que busca esclarecer determinada teacutecnica justificar seu uso e
sua eficiecircncia A tecnologia [θ] serviraacute para justificar explicar tornar inteligiacutevel a teacutecnica [τ]
A tecnologia vai dizer porque a teacutecnica funciona Aleacutem disso a tecnologia de certa teacutecnica
poderaacute auxiliar a produzir novas teacutecnicas A tecnologia [θ] tambeacutem poderaacute exigir explicaccedilotildees
justificativas o que se poderia chamar de tecnologia da tecnologia A essas explicaccedilotildees e
justificativas da tecnologia Chevallard (1999) chamou de teoria [Θ]
A teoria [Θ] eacute um discurso mais amplo que serve para interpretar e justificar a
tecnologia Esse discurso possui alto niacutevel de abstraccedilatildeo e generalizaccedilatildeo Chevallard (1999)
ressalta que em alguns casos uma instituiccedilatildeo busca em outra instituiccedilatildeo a justificativa de
uma tecnologia supostamente a detentora da teoria [Θ] A tecnologia e a teoria formam o par
denominado bloco tecnoloacutegico-teoacuterico [θ Θ] estritamente ligado ao saber
A TAD tambeacutem traz uma leitura proacutepria para a palavra estudo e o processo que o
permeia O estudo aqui eacute caracterizado pela ldquoideia de fazer qualquer coisa com o fim de
aprender qualquer coisa (saber) ou de aprender a fazer qualquer coisa (saber-fazer)rdquo
(CHEVALLARD 1999 p 15) Esse processo de estudo pode ser modelado por uma
praxeologia ou por uma organizaccedilatildeo didaacutetica
Chevallard (1999) defende que toda organizaccedilatildeo praxeoloacutegica ou organizaccedilatildeo didaacutetica
articula-se em tipos de tarefas teacutecnicas tecnologias e teorias Esse processo de estudo de uma
organizaccedilatildeo didaacutetica ou matemaacutetica pode se estruturar de diferentes maneiras Mesmo assim
constata-se que em qualquer caminho que seja seguido sempre haveraacute certos tipos de
situaccedilotildees que estaratildeo necessariamente presentes Chevallard (1999) chama esses tipos de
situaccedilotildees de momentos de estudo ou momentos didaacuteticos
A atividade de estudo eacute descrita entatildeo pela teoria dos momentos didaacuteticos ou
momentos de estudos A TAD concebe o processo de estudo a partir de seis momentos que
natildeo necessariamente seguem determinada ordem podendo ocorrer ao mesmo tempo e em
diversos instantes do processo Os momentos satildeo
1ordm Momento primeiro encontro representa o primeiro contato que um grupo de
estudo (que pode ser uma uacutenica pessoa) tem com a organizaccedilatildeo em jogo
2ordm Momento exploratoacuterio a partir do tipo de problema ou tipo de tarefa que estaacute
sendo estudado vaacuterias tarefas (do problema em questatildeo) satildeo trabalhadas Esse momento
permite o surgimento de pelo menos uma teacutecnica para solucionar o problema proposto
3ordm Momento trabalho da teacutecnica marca o instante de trabalho da teacutecnica visa a
obter seu domiacutenio e a determinar sua precisatildeo validade e alcance Pode provocar
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modificaccedilotildees e ampliaccedilotildees da teacutecnica ou o surgimento de uma nova teacutecnica ou ainda
despertar a necessidade de explicaccedilotildees tecnoloacutegicas e teoacutericas sobre a teacutecnica
4ordm Momento tecnoloacutegico-teoacuterico quando eacute necessaacuterio explicar e justificar a(s)
teacutecnica(s) envolvida(s) no estudo do tipo de problema (tipo de tarefa) em questatildeo
5ordm Momento institucionalizaccedilatildeo quando a organizaccedilatildeo praxeoloacutegica e todos os
seus componentes satildeo oficializados de acordo com a instituiccedilatildeo em que se desenvolve a
atividade em questatildeo Passa-se de um estaacutegio ldquoinformalrdquo para um estaacutegio ldquoformalrdquo
6ordm Momento avaliaccedilatildeo momento em que se coloca agrave prova o domiacutenio que se tem de
determinada organizaccedilatildeo e que pode ser vivido de forma individual ou coletiva
Vale ressaltar que ao situar esses momentos de estudo no ambiente escolar estes natildeo
satildeo restritos ao trabalho do professor e nem ao trabalho realizado somente na sala de aula
pois eles podem acontecer com o professor antes e depois das aulas e com os alunos fora da
sala de aula (CHEVALLARD 1999)
Por fim destacamos que os momentos de estudos satildeo tratados como vivecircncias
necessaacuterias para que um indiviacuteduo consiga dominar determinado conhecimento De acordo
com a TAD a partir da vivecircncia desses seis momentos o indiviacuteduo consegue construir a
praacutexis e o logos sobre o conhecimento em questatildeo
Metodologia de trabalho
Para a escolha do material analisamos os dez livros de matemaacutetica aprovados no
Programa Nacional de Avaliaccedilatildeo de Livros Didaacuteticos de 2011 (PNLD-11) realizado pelo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Brasil Esse programa produz o Guia de Livros Didaacutetico PNLD-
2011 um material que apresenta as anaacutelises feitas por especialistas das aacutereas em relaccedilatildeo aos
livros aprovados Esse Guia eacute referecircncia para todos os professores do paiacutes escolherem seus
livros Os livros escolhidos pelos professores da rede puacuteblica satildeo comprados pelo governo
federal e distribuiacutedos nas escolas
Apoacutes analisarmos o Guia verificamos que poderiacuteamos separar os livros em duas
categorias segundo o nosso olhar diante da anaacutelise feita pelo Guia Na primeira selecionamos
seis livros que estavam mais voltados para o ensino de regras e procedimentos enquanto que
na segunda tiacutenhamos quatro livros que buscavam metodologias diferentes de ensino e que
privilegiavam a compreensatildeo dos conceitos e significados
Para este trabalho escolhemos o livro mais representativo dentro da segunda
categoria Isto porque esse livro proporciona um percurso de didatizaccedilatildeo um pouco diferente
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dos demais Ele estaacute mais voltado agrave compreensatildeo dos conceitos e se preocupa em desenvolver
o pensamento algeacutebrico Acreditamos que este seja o material mais adequado para evidenciar
o potencial da nossa ferramenta de anaacutelise a TAD Assim analisaremos o livro Matemaacutetica ndash
Imenes amp Lellis de Luiz Marcio Imenes e Marcelo Lellis Para isso vamos analisar os
capiacutetulos destinados ao ensino de aacutelgebra ao longo de toda a coleccedilatildeo
Com a TAD vamos esquematizar a praxeologia existente em cada grupo de tarefas
semelhantes e verificar como outros elementos como teacutecnica tecnologia e teoria satildeo
trabalhados no decorrer das atividades propostas Conjuntamente a essa analisaremos os
momentos de estudo de cada conjunto de tarefas Assim poderemos avaliar se as praxeologias
estatildeo sendo desenvolvidas de maneira completa ou natildeo sabendo-se que quando uma
praxeologia natildeo eacute completada isso pode ocasionar falhas no ensino resultando em falhas na
aprendizagem Com isso analisaremos o quanto o ensino de cada conceito favorece ou natildeo o
desenvolvimento do pensamento algeacutebrico
Anaacutelise dos Dados
O percurso do ensino de aacutelgebra dessa coleccedilatildeo se destaca por ter apostado em uma
organizaccedilatildeo diferente da proposta usual O ensino formal da aacutelgebra inicia-se no 6ordm ano com o
estudo dos padrotildees aritmeacuteticos e geomeacutetricos O trabalho com equaccedilotildees e sistemas de
equaccedilotildees de 1ordm grau eacute desenvolvido ao longo do 7ordm e 8ordm anos O caacutelculo algeacutebrico tatildeo
enfatizado no 8ordm ano estaacute dividido entre o 8ordm e o 9ordm anos Os autores acreditam que essas
mudanccedilas possam facilitar a aprendizagem dos alunos
Nesse trabalho apresentaremos o percurso do ensino de aacutelgebra por meio de
atividades que representam esse caminho Apresentaremos uma tabela com a praxeologia e os
momentos de estudos referentes agrave atividade citada
As tabelas satildeo formadas por quatro colunas A primeira eacute destinada agraves tarefas (T) a
segunda agraves teacutecnicas (τ) referentes agravequelas tarefas na terceira aparece as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) e na uacuteltima coluna aparece apenas o nuacutemero indicando o momento de estudo
referente agraves tarefas estipuladas na primeira coluna Na terceira coluna as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) estatildeo colocadas juntas apenas para facilitar a visualizaccedilatildeo o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico Pois nem sempre elas estaratildeo sendo desenvolvidas no mesmo conjunto de Tarefas
As tarefas satildeo numeradas Quando uma tarefa eacute repetida colocamos a mesma
numeraccedilatildeo (Ti) para enfatizar que ela estaacute sendo repetida As teacutecnicas seguem a numeraccedilatildeo da
tarefa ou seja quando uma teacutecnica estaacute relacionada com a tarefa ela possui o mesmo nuacutemero
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(τi) Quando aparece uma nova tarefa que seraacute resolvida por uma teacutecnica jaacute utilizada a tarefa
receberaacute a numeraccedilatildeo e no lugar da teacutecnica repetiremos a numeraccedilatildeo da teacutecnica jaacute
conhecida As tecnologias e teorias teratildeo uma numeraccedilatildeo proacutepria porque elas podem natildeo ser
desenvolvidas ou seratildeo desenvolvidas em um conjunto maior de tarefas e teacutecnicas A uacuteltima
coluna como jaacute mencionamos teraacute apenas o nuacutemero representando o momento de estudo
relacionado a cada tarefa As tabelas de cada capiacutetulo na iacutentegra estatildeo em Aguiar (2014)
Apresentaremos exemplos significativos que ilustram o percurso do ensino de aacutelgebra
da coleccedilatildeo A Figura 1 eacute uma atividade que caracteriza a proposta do livro do 6ordm ano na qual
haacute o desenvolvimento da observaccedilatildeo do padratildeo e da descoberta de uma generalizaccedilatildeo com o
apoio da discussatildeo e da escrita em liacutengua corrente dessa generalizaccedilatildeo Conjuntamente com
esse processo a escrita algeacutebrica vai se desenvolvendo Assim a linguagem algeacutebrica estaacute
sendo desenvolvida de acordo Fiorentini Miguel e Miorim (1993) como a expressatildeo de um
pensamento
Figura 1 Imenes amp Lellis 2010 6ordm ano p 260
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Quadro 1 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 1
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T3) Relacionar a
quantidade de cadeiras e
mesas quando essas
mesas estatildeo unidas
formando uma fila
(T5) Escrever em
linguagem matemaacutetica
as operaccedilotildees descritas
em liacutengua corrente
(metade dobro etc)
(τ2) Observar os desenhos para
estabelecer as relaccedilotildees
(τ5) Substituir os valores
desconhecidos e as operaccedilotildees
por letras e siacutembolos
respectivamente para escrever a
frase em linguagem algeacutebrica
(θ1) Percepccedilatildeo da
regularidade
(Θ1) Relaccedilatildeo entre duas
grandezas que variam
(θ2) Relaccedilatildeo da liacutengua
corrente com a linguagem
algeacutebrica
(Θ2) A aacutelgebra como
generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica
1ordm
e
2ordm
Com o estudo da praxeologia desta atividade percebemos que o objetivo do capiacutetulo eacute
observar o padratildeo existente em cada caso particular e iniciar o processo de percepccedilatildeo da
regularidade (θ1) e escrevecirc-la em linguagem algeacutebrica (θ2) Para alcanccedilar esse objetivo o
texto apresenta as tarefas como a (T3) que mostram casos nos quais existe um padratildeo
numeacuterico ou geomeacutetrico e que ele pode ser observado com a teacutecnica (τ2) Aqui temos o 1deg
momento de estudo com os padrotildees numeacutericos ou geomeacutetricos
Como um 2ordm momento de estudo o capiacutetulo apresenta tarefas como a (T5) na qual
auxilia o aluno a escrever as generalizaccedilotildees numeacutericas ou geomeacutetricas em linguagem
algeacutebrica usando a teacutecnica (τ5) Assim os alunos podem relacionar a linguagem algeacutebrica com
as outras linguagens percebendo como a expressatildeo algeacutebrica pode representar o contexto (θ2)
Ao longo desse capiacutetulo as tecnologias (θ1) e (θ2) e as teorias (Θ1) e (Θ2) estatildeo sendo
desenvolvidas de maneira impliacutecita Com o desenvolvimento intuitivo da teoria (Θ1)
conseguimos perceber que o conceito de variaacutevel tambeacutem estaacute sendo desenvolvido de maneira
intuitiva A aacutelgebra como generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica estaacute desenvolvida em casos particulares
e de maneira intuitiva essa relaccedilatildeo ainda natildeo estaacute sendo verbalizada nas atividades
Como representante do 7ordm ano temos a Figura 2 e as praxeologias no Quadro 2
Quadro 2 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 2
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T24) Escrever a expressatildeo
algeacutebrica de uma
sequecircncia de bolinhas
(τ20A) Estabelecer a relaccedilatildeo entre
duas grandezas
(τ20B) Usar a ideia de equivalecircncia
para escrever a generalizaccedilatildeo
(θ5) Conceito de
variaacutevel
3ordm
Com o objetivo de desenvolver a ideia de variaacutevel (θ5) o texto apresenta vaacuterias tarefas
como a (T24) na qual aparece contextos em que duas grandezas estatildeo sendo relacionadas As
teacutecnicas dessas tarefas compreendem em estabelecer a relaccedilatildeo entre essas grandezas (τ20A) e
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usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
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Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
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A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
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Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
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A TAD nasce apoacutes algumas criacuteticas feitas agrave Transposiccedilatildeo Didaacutetica Uma das criacuteticas
que surgiram foi em relaccedilatildeo ao saber ensinado por estar somente associado ao saber saacutebio
mesmo sabendo que todo o processo de transposiccedilatildeo tem influecircncia de todos os entes
envolvidos no processo de ensino (a noosfera)
A TAD de Chevallard (1999) defende que a atividade matemaacutetica e por conseguinte
a atividade do estudo da matemaacutetica insere-se em um conjunto mais amplo de atividades
humanas e de instituiccedilotildees sociais A base da TAD admite que toda atividade humana realizada
pode descrever-se com um modelo que se resume aqui com a palavra praxeologia O
significado etimoloacutegico dessa palavra eacute o logos da praacutexis Para Chevallard (1999) a
praxeologia pode ser empregada para entender a atividade matemaacutetica e tambeacutem para
entender as accedilotildees humanas Chevallard (1999) estrutura a praxeologia em um conjunto
formado pela Tarefa T Teacutecnica τ Tecnologia θ e Teoria Θ ou seja o conjunto [ T τ θ Θ]
Essa praxeologia eacute uma ldquoorganizaccedilatildeordquo estruturada em dois blocos distintos o bloco
praacutetico-teacutecnico [ T τ] o qual pode ser entendido como o saber-fazer e o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico [θ Θ] relacionado ao saber ou melhor a um discurso loacutegico que permite justificar o
bloco praacutetico-teacutecnico Assim Chevallard (1999) declara que um saber para ser ensinado
precisa conter uma praxeologia ou seja todo saber para ser ensinado tem que ter um conjunto
de tarefas teacutecnicas tecnologias e teorias
Para Chevallard (1999) tudo o que eacute solicitado para uma pessoa fazer e mediado por
verbos seraacute uma tarefa [T] Assim tarefa evoca uma accedilatildeo determinada Para o autor tarefas
natildeo satildeo dadas pela natureza elas satildeo as construccedilotildees institucionais cuja reconstruccedilatildeo em tal
instituiccedilatildeo por exemplo em uma sala de aula eacute um problema em si o qual eacute objeto de estudo
da didaacutetica Para Chevallard (1999) uma instituiccedilatildeo I eacute um conjunto de sujeitos que ocupam
posiccedilotildees distintas Os sujeitos pertencentes a I acabam por ter as mesmas formas de fazer e
pensar Como exemplo de uma instituiccedilatildeo temos a sala de aula (as duas posiccedilotildees dentro de I
satildeo a de professor e a de aluno) Se um tipo de tarefa eacute dado entatildeo essa tarefa estaacute relacionada
com alguma maneira de realizaacute-la Essa maneira de fazer eacute o que Chevallard (1999) chamou
de teacutecnica [τ] Neste sentido a teacutecnica eacute o saber-fazer Em uma instituiccedilatildeo I Chevallard nos
diz que podem existir vaacuterias teacutecnicas relativas a um tipo de tarefa e todas aceitas por I mas
essas teacutecnicas podem ao mesmo tempo natildeo serem aceitas em outras instituiccedilotildees A junccedilatildeo de
[T] com [τ] constitui o bloco praacutetico-teacutecnico [Tτ] nesse caso um saber fazer
Para cada teacutecnica [τ] sempre podemos justificar racionalmente seu uso Essa
justificativa eacute chamada por Chevallard (1999) de tecnologia [θ] Na TAD o termo tecnologia
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[θ] tem o significado da proacutepria palavra ndash o logos da teacutecnica (tekhnecirc) pois aqui o termo
significa um discurso racional que busca esclarecer determinada teacutecnica justificar seu uso e
sua eficiecircncia A tecnologia [θ] serviraacute para justificar explicar tornar inteligiacutevel a teacutecnica [τ]
A tecnologia vai dizer porque a teacutecnica funciona Aleacutem disso a tecnologia de certa teacutecnica
poderaacute auxiliar a produzir novas teacutecnicas A tecnologia [θ] tambeacutem poderaacute exigir explicaccedilotildees
justificativas o que se poderia chamar de tecnologia da tecnologia A essas explicaccedilotildees e
justificativas da tecnologia Chevallard (1999) chamou de teoria [Θ]
A teoria [Θ] eacute um discurso mais amplo que serve para interpretar e justificar a
tecnologia Esse discurso possui alto niacutevel de abstraccedilatildeo e generalizaccedilatildeo Chevallard (1999)
ressalta que em alguns casos uma instituiccedilatildeo busca em outra instituiccedilatildeo a justificativa de
uma tecnologia supostamente a detentora da teoria [Θ] A tecnologia e a teoria formam o par
denominado bloco tecnoloacutegico-teoacuterico [θ Θ] estritamente ligado ao saber
A TAD tambeacutem traz uma leitura proacutepria para a palavra estudo e o processo que o
permeia O estudo aqui eacute caracterizado pela ldquoideia de fazer qualquer coisa com o fim de
aprender qualquer coisa (saber) ou de aprender a fazer qualquer coisa (saber-fazer)rdquo
(CHEVALLARD 1999 p 15) Esse processo de estudo pode ser modelado por uma
praxeologia ou por uma organizaccedilatildeo didaacutetica
Chevallard (1999) defende que toda organizaccedilatildeo praxeoloacutegica ou organizaccedilatildeo didaacutetica
articula-se em tipos de tarefas teacutecnicas tecnologias e teorias Esse processo de estudo de uma
organizaccedilatildeo didaacutetica ou matemaacutetica pode se estruturar de diferentes maneiras Mesmo assim
constata-se que em qualquer caminho que seja seguido sempre haveraacute certos tipos de
situaccedilotildees que estaratildeo necessariamente presentes Chevallard (1999) chama esses tipos de
situaccedilotildees de momentos de estudo ou momentos didaacuteticos
A atividade de estudo eacute descrita entatildeo pela teoria dos momentos didaacuteticos ou
momentos de estudos A TAD concebe o processo de estudo a partir de seis momentos que
natildeo necessariamente seguem determinada ordem podendo ocorrer ao mesmo tempo e em
diversos instantes do processo Os momentos satildeo
1ordm Momento primeiro encontro representa o primeiro contato que um grupo de
estudo (que pode ser uma uacutenica pessoa) tem com a organizaccedilatildeo em jogo
2ordm Momento exploratoacuterio a partir do tipo de problema ou tipo de tarefa que estaacute
sendo estudado vaacuterias tarefas (do problema em questatildeo) satildeo trabalhadas Esse momento
permite o surgimento de pelo menos uma teacutecnica para solucionar o problema proposto
3ordm Momento trabalho da teacutecnica marca o instante de trabalho da teacutecnica visa a
obter seu domiacutenio e a determinar sua precisatildeo validade e alcance Pode provocar
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modificaccedilotildees e ampliaccedilotildees da teacutecnica ou o surgimento de uma nova teacutecnica ou ainda
despertar a necessidade de explicaccedilotildees tecnoloacutegicas e teoacutericas sobre a teacutecnica
4ordm Momento tecnoloacutegico-teoacuterico quando eacute necessaacuterio explicar e justificar a(s)
teacutecnica(s) envolvida(s) no estudo do tipo de problema (tipo de tarefa) em questatildeo
5ordm Momento institucionalizaccedilatildeo quando a organizaccedilatildeo praxeoloacutegica e todos os
seus componentes satildeo oficializados de acordo com a instituiccedilatildeo em que se desenvolve a
atividade em questatildeo Passa-se de um estaacutegio ldquoinformalrdquo para um estaacutegio ldquoformalrdquo
6ordm Momento avaliaccedilatildeo momento em que se coloca agrave prova o domiacutenio que se tem de
determinada organizaccedilatildeo e que pode ser vivido de forma individual ou coletiva
Vale ressaltar que ao situar esses momentos de estudo no ambiente escolar estes natildeo
satildeo restritos ao trabalho do professor e nem ao trabalho realizado somente na sala de aula
pois eles podem acontecer com o professor antes e depois das aulas e com os alunos fora da
sala de aula (CHEVALLARD 1999)
Por fim destacamos que os momentos de estudos satildeo tratados como vivecircncias
necessaacuterias para que um indiviacuteduo consiga dominar determinado conhecimento De acordo
com a TAD a partir da vivecircncia desses seis momentos o indiviacuteduo consegue construir a
praacutexis e o logos sobre o conhecimento em questatildeo
Metodologia de trabalho
Para a escolha do material analisamos os dez livros de matemaacutetica aprovados no
Programa Nacional de Avaliaccedilatildeo de Livros Didaacuteticos de 2011 (PNLD-11) realizado pelo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Brasil Esse programa produz o Guia de Livros Didaacutetico PNLD-
2011 um material que apresenta as anaacutelises feitas por especialistas das aacutereas em relaccedilatildeo aos
livros aprovados Esse Guia eacute referecircncia para todos os professores do paiacutes escolherem seus
livros Os livros escolhidos pelos professores da rede puacuteblica satildeo comprados pelo governo
federal e distribuiacutedos nas escolas
Apoacutes analisarmos o Guia verificamos que poderiacuteamos separar os livros em duas
categorias segundo o nosso olhar diante da anaacutelise feita pelo Guia Na primeira selecionamos
seis livros que estavam mais voltados para o ensino de regras e procedimentos enquanto que
na segunda tiacutenhamos quatro livros que buscavam metodologias diferentes de ensino e que
privilegiavam a compreensatildeo dos conceitos e significados
Para este trabalho escolhemos o livro mais representativo dentro da segunda
categoria Isto porque esse livro proporciona um percurso de didatizaccedilatildeo um pouco diferente
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dos demais Ele estaacute mais voltado agrave compreensatildeo dos conceitos e se preocupa em desenvolver
o pensamento algeacutebrico Acreditamos que este seja o material mais adequado para evidenciar
o potencial da nossa ferramenta de anaacutelise a TAD Assim analisaremos o livro Matemaacutetica ndash
Imenes amp Lellis de Luiz Marcio Imenes e Marcelo Lellis Para isso vamos analisar os
capiacutetulos destinados ao ensino de aacutelgebra ao longo de toda a coleccedilatildeo
Com a TAD vamos esquematizar a praxeologia existente em cada grupo de tarefas
semelhantes e verificar como outros elementos como teacutecnica tecnologia e teoria satildeo
trabalhados no decorrer das atividades propostas Conjuntamente a essa analisaremos os
momentos de estudo de cada conjunto de tarefas Assim poderemos avaliar se as praxeologias
estatildeo sendo desenvolvidas de maneira completa ou natildeo sabendo-se que quando uma
praxeologia natildeo eacute completada isso pode ocasionar falhas no ensino resultando em falhas na
aprendizagem Com isso analisaremos o quanto o ensino de cada conceito favorece ou natildeo o
desenvolvimento do pensamento algeacutebrico
Anaacutelise dos Dados
O percurso do ensino de aacutelgebra dessa coleccedilatildeo se destaca por ter apostado em uma
organizaccedilatildeo diferente da proposta usual O ensino formal da aacutelgebra inicia-se no 6ordm ano com o
estudo dos padrotildees aritmeacuteticos e geomeacutetricos O trabalho com equaccedilotildees e sistemas de
equaccedilotildees de 1ordm grau eacute desenvolvido ao longo do 7ordm e 8ordm anos O caacutelculo algeacutebrico tatildeo
enfatizado no 8ordm ano estaacute dividido entre o 8ordm e o 9ordm anos Os autores acreditam que essas
mudanccedilas possam facilitar a aprendizagem dos alunos
Nesse trabalho apresentaremos o percurso do ensino de aacutelgebra por meio de
atividades que representam esse caminho Apresentaremos uma tabela com a praxeologia e os
momentos de estudos referentes agrave atividade citada
As tabelas satildeo formadas por quatro colunas A primeira eacute destinada agraves tarefas (T) a
segunda agraves teacutecnicas (τ) referentes agravequelas tarefas na terceira aparece as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) e na uacuteltima coluna aparece apenas o nuacutemero indicando o momento de estudo
referente agraves tarefas estipuladas na primeira coluna Na terceira coluna as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) estatildeo colocadas juntas apenas para facilitar a visualizaccedilatildeo o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico Pois nem sempre elas estaratildeo sendo desenvolvidas no mesmo conjunto de Tarefas
As tarefas satildeo numeradas Quando uma tarefa eacute repetida colocamos a mesma
numeraccedilatildeo (Ti) para enfatizar que ela estaacute sendo repetida As teacutecnicas seguem a numeraccedilatildeo da
tarefa ou seja quando uma teacutecnica estaacute relacionada com a tarefa ela possui o mesmo nuacutemero
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(τi) Quando aparece uma nova tarefa que seraacute resolvida por uma teacutecnica jaacute utilizada a tarefa
receberaacute a numeraccedilatildeo e no lugar da teacutecnica repetiremos a numeraccedilatildeo da teacutecnica jaacute
conhecida As tecnologias e teorias teratildeo uma numeraccedilatildeo proacutepria porque elas podem natildeo ser
desenvolvidas ou seratildeo desenvolvidas em um conjunto maior de tarefas e teacutecnicas A uacuteltima
coluna como jaacute mencionamos teraacute apenas o nuacutemero representando o momento de estudo
relacionado a cada tarefa As tabelas de cada capiacutetulo na iacutentegra estatildeo em Aguiar (2014)
Apresentaremos exemplos significativos que ilustram o percurso do ensino de aacutelgebra
da coleccedilatildeo A Figura 1 eacute uma atividade que caracteriza a proposta do livro do 6ordm ano na qual
haacute o desenvolvimento da observaccedilatildeo do padratildeo e da descoberta de uma generalizaccedilatildeo com o
apoio da discussatildeo e da escrita em liacutengua corrente dessa generalizaccedilatildeo Conjuntamente com
esse processo a escrita algeacutebrica vai se desenvolvendo Assim a linguagem algeacutebrica estaacute
sendo desenvolvida de acordo Fiorentini Miguel e Miorim (1993) como a expressatildeo de um
pensamento
Figura 1 Imenes amp Lellis 2010 6ordm ano p 260
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Quadro 1 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 1
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T3) Relacionar a
quantidade de cadeiras e
mesas quando essas
mesas estatildeo unidas
formando uma fila
(T5) Escrever em
linguagem matemaacutetica
as operaccedilotildees descritas
em liacutengua corrente
(metade dobro etc)
(τ2) Observar os desenhos para
estabelecer as relaccedilotildees
(τ5) Substituir os valores
desconhecidos e as operaccedilotildees
por letras e siacutembolos
respectivamente para escrever a
frase em linguagem algeacutebrica
(θ1) Percepccedilatildeo da
regularidade
(Θ1) Relaccedilatildeo entre duas
grandezas que variam
(θ2) Relaccedilatildeo da liacutengua
corrente com a linguagem
algeacutebrica
(Θ2) A aacutelgebra como
generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica
1ordm
e
2ordm
Com o estudo da praxeologia desta atividade percebemos que o objetivo do capiacutetulo eacute
observar o padratildeo existente em cada caso particular e iniciar o processo de percepccedilatildeo da
regularidade (θ1) e escrevecirc-la em linguagem algeacutebrica (θ2) Para alcanccedilar esse objetivo o
texto apresenta as tarefas como a (T3) que mostram casos nos quais existe um padratildeo
numeacuterico ou geomeacutetrico e que ele pode ser observado com a teacutecnica (τ2) Aqui temos o 1deg
momento de estudo com os padrotildees numeacutericos ou geomeacutetricos
Como um 2ordm momento de estudo o capiacutetulo apresenta tarefas como a (T5) na qual
auxilia o aluno a escrever as generalizaccedilotildees numeacutericas ou geomeacutetricas em linguagem
algeacutebrica usando a teacutecnica (τ5) Assim os alunos podem relacionar a linguagem algeacutebrica com
as outras linguagens percebendo como a expressatildeo algeacutebrica pode representar o contexto (θ2)
Ao longo desse capiacutetulo as tecnologias (θ1) e (θ2) e as teorias (Θ1) e (Θ2) estatildeo sendo
desenvolvidas de maneira impliacutecita Com o desenvolvimento intuitivo da teoria (Θ1)
conseguimos perceber que o conceito de variaacutevel tambeacutem estaacute sendo desenvolvido de maneira
intuitiva A aacutelgebra como generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica estaacute desenvolvida em casos particulares
e de maneira intuitiva essa relaccedilatildeo ainda natildeo estaacute sendo verbalizada nas atividades
Como representante do 7ordm ano temos a Figura 2 e as praxeologias no Quadro 2
Quadro 2 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 2
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T24) Escrever a expressatildeo
algeacutebrica de uma
sequecircncia de bolinhas
(τ20A) Estabelecer a relaccedilatildeo entre
duas grandezas
(τ20B) Usar a ideia de equivalecircncia
para escrever a generalizaccedilatildeo
(θ5) Conceito de
variaacutevel
3ordm
Com o objetivo de desenvolver a ideia de variaacutevel (θ5) o texto apresenta vaacuterias tarefas
como a (T24) na qual aparece contextos em que duas grandezas estatildeo sendo relacionadas As
teacutecnicas dessas tarefas compreendem em estabelecer a relaccedilatildeo entre essas grandezas (τ20A) e
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usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
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Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
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A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
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Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
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poderaacute auxiliar a produzir novas teacutecnicas A tecnologia [θ] tambeacutem poderaacute exigir explicaccedilotildees
justificativas o que se poderia chamar de tecnologia da tecnologia A essas explicaccedilotildees e
justificativas da tecnologia Chevallard (1999) chamou de teoria [Θ]
A teoria [Θ] eacute um discurso mais amplo que serve para interpretar e justificar a
tecnologia Esse discurso possui alto niacutevel de abstraccedilatildeo e generalizaccedilatildeo Chevallard (1999)
ressalta que em alguns casos uma instituiccedilatildeo busca em outra instituiccedilatildeo a justificativa de
uma tecnologia supostamente a detentora da teoria [Θ] A tecnologia e a teoria formam o par
denominado bloco tecnoloacutegico-teoacuterico [θ Θ] estritamente ligado ao saber
A TAD tambeacutem traz uma leitura proacutepria para a palavra estudo e o processo que o
permeia O estudo aqui eacute caracterizado pela ldquoideia de fazer qualquer coisa com o fim de
aprender qualquer coisa (saber) ou de aprender a fazer qualquer coisa (saber-fazer)rdquo
(CHEVALLARD 1999 p 15) Esse processo de estudo pode ser modelado por uma
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organizaccedilatildeo didaacutetica ou matemaacutetica pode se estruturar de diferentes maneiras Mesmo assim
constata-se que em qualquer caminho que seja seguido sempre haveraacute certos tipos de
situaccedilotildees que estaratildeo necessariamente presentes Chevallard (1999) chama esses tipos de
situaccedilotildees de momentos de estudo ou momentos didaacuteticos
A atividade de estudo eacute descrita entatildeo pela teoria dos momentos didaacuteticos ou
momentos de estudos A TAD concebe o processo de estudo a partir de seis momentos que
natildeo necessariamente seguem determinada ordem podendo ocorrer ao mesmo tempo e em
diversos instantes do processo Os momentos satildeo
1ordm Momento primeiro encontro representa o primeiro contato que um grupo de
estudo (que pode ser uma uacutenica pessoa) tem com a organizaccedilatildeo em jogo
2ordm Momento exploratoacuterio a partir do tipo de problema ou tipo de tarefa que estaacute
sendo estudado vaacuterias tarefas (do problema em questatildeo) satildeo trabalhadas Esse momento
permite o surgimento de pelo menos uma teacutecnica para solucionar o problema proposto
3ordm Momento trabalho da teacutecnica marca o instante de trabalho da teacutecnica visa a
obter seu domiacutenio e a determinar sua precisatildeo validade e alcance Pode provocar
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modificaccedilotildees e ampliaccedilotildees da teacutecnica ou o surgimento de uma nova teacutecnica ou ainda
despertar a necessidade de explicaccedilotildees tecnoloacutegicas e teoacutericas sobre a teacutecnica
4ordm Momento tecnoloacutegico-teoacuterico quando eacute necessaacuterio explicar e justificar a(s)
teacutecnica(s) envolvida(s) no estudo do tipo de problema (tipo de tarefa) em questatildeo
5ordm Momento institucionalizaccedilatildeo quando a organizaccedilatildeo praxeoloacutegica e todos os
seus componentes satildeo oficializados de acordo com a instituiccedilatildeo em que se desenvolve a
atividade em questatildeo Passa-se de um estaacutegio ldquoinformalrdquo para um estaacutegio ldquoformalrdquo
6ordm Momento avaliaccedilatildeo momento em que se coloca agrave prova o domiacutenio que se tem de
determinada organizaccedilatildeo e que pode ser vivido de forma individual ou coletiva
Vale ressaltar que ao situar esses momentos de estudo no ambiente escolar estes natildeo
satildeo restritos ao trabalho do professor e nem ao trabalho realizado somente na sala de aula
pois eles podem acontecer com o professor antes e depois das aulas e com os alunos fora da
sala de aula (CHEVALLARD 1999)
Por fim destacamos que os momentos de estudos satildeo tratados como vivecircncias
necessaacuterias para que um indiviacuteduo consiga dominar determinado conhecimento De acordo
com a TAD a partir da vivecircncia desses seis momentos o indiviacuteduo consegue construir a
praacutexis e o logos sobre o conhecimento em questatildeo
Metodologia de trabalho
Para a escolha do material analisamos os dez livros de matemaacutetica aprovados no
Programa Nacional de Avaliaccedilatildeo de Livros Didaacuteticos de 2011 (PNLD-11) realizado pelo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Brasil Esse programa produz o Guia de Livros Didaacutetico PNLD-
2011 um material que apresenta as anaacutelises feitas por especialistas das aacutereas em relaccedilatildeo aos
livros aprovados Esse Guia eacute referecircncia para todos os professores do paiacutes escolherem seus
livros Os livros escolhidos pelos professores da rede puacuteblica satildeo comprados pelo governo
federal e distribuiacutedos nas escolas
Apoacutes analisarmos o Guia verificamos que poderiacuteamos separar os livros em duas
categorias segundo o nosso olhar diante da anaacutelise feita pelo Guia Na primeira selecionamos
seis livros que estavam mais voltados para o ensino de regras e procedimentos enquanto que
na segunda tiacutenhamos quatro livros que buscavam metodologias diferentes de ensino e que
privilegiavam a compreensatildeo dos conceitos e significados
Para este trabalho escolhemos o livro mais representativo dentro da segunda
categoria Isto porque esse livro proporciona um percurso de didatizaccedilatildeo um pouco diferente
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dos demais Ele estaacute mais voltado agrave compreensatildeo dos conceitos e se preocupa em desenvolver
o pensamento algeacutebrico Acreditamos que este seja o material mais adequado para evidenciar
o potencial da nossa ferramenta de anaacutelise a TAD Assim analisaremos o livro Matemaacutetica ndash
Imenes amp Lellis de Luiz Marcio Imenes e Marcelo Lellis Para isso vamos analisar os
capiacutetulos destinados ao ensino de aacutelgebra ao longo de toda a coleccedilatildeo
Com a TAD vamos esquematizar a praxeologia existente em cada grupo de tarefas
semelhantes e verificar como outros elementos como teacutecnica tecnologia e teoria satildeo
trabalhados no decorrer das atividades propostas Conjuntamente a essa analisaremos os
momentos de estudo de cada conjunto de tarefas Assim poderemos avaliar se as praxeologias
estatildeo sendo desenvolvidas de maneira completa ou natildeo sabendo-se que quando uma
praxeologia natildeo eacute completada isso pode ocasionar falhas no ensino resultando em falhas na
aprendizagem Com isso analisaremos o quanto o ensino de cada conceito favorece ou natildeo o
desenvolvimento do pensamento algeacutebrico
Anaacutelise dos Dados
O percurso do ensino de aacutelgebra dessa coleccedilatildeo se destaca por ter apostado em uma
organizaccedilatildeo diferente da proposta usual O ensino formal da aacutelgebra inicia-se no 6ordm ano com o
estudo dos padrotildees aritmeacuteticos e geomeacutetricos O trabalho com equaccedilotildees e sistemas de
equaccedilotildees de 1ordm grau eacute desenvolvido ao longo do 7ordm e 8ordm anos O caacutelculo algeacutebrico tatildeo
enfatizado no 8ordm ano estaacute dividido entre o 8ordm e o 9ordm anos Os autores acreditam que essas
mudanccedilas possam facilitar a aprendizagem dos alunos
Nesse trabalho apresentaremos o percurso do ensino de aacutelgebra por meio de
atividades que representam esse caminho Apresentaremos uma tabela com a praxeologia e os
momentos de estudos referentes agrave atividade citada
As tabelas satildeo formadas por quatro colunas A primeira eacute destinada agraves tarefas (T) a
segunda agraves teacutecnicas (τ) referentes agravequelas tarefas na terceira aparece as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) e na uacuteltima coluna aparece apenas o nuacutemero indicando o momento de estudo
referente agraves tarefas estipuladas na primeira coluna Na terceira coluna as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) estatildeo colocadas juntas apenas para facilitar a visualizaccedilatildeo o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico Pois nem sempre elas estaratildeo sendo desenvolvidas no mesmo conjunto de Tarefas
As tarefas satildeo numeradas Quando uma tarefa eacute repetida colocamos a mesma
numeraccedilatildeo (Ti) para enfatizar que ela estaacute sendo repetida As teacutecnicas seguem a numeraccedilatildeo da
tarefa ou seja quando uma teacutecnica estaacute relacionada com a tarefa ela possui o mesmo nuacutemero
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(τi) Quando aparece uma nova tarefa que seraacute resolvida por uma teacutecnica jaacute utilizada a tarefa
receberaacute a numeraccedilatildeo e no lugar da teacutecnica repetiremos a numeraccedilatildeo da teacutecnica jaacute
conhecida As tecnologias e teorias teratildeo uma numeraccedilatildeo proacutepria porque elas podem natildeo ser
desenvolvidas ou seratildeo desenvolvidas em um conjunto maior de tarefas e teacutecnicas A uacuteltima
coluna como jaacute mencionamos teraacute apenas o nuacutemero representando o momento de estudo
relacionado a cada tarefa As tabelas de cada capiacutetulo na iacutentegra estatildeo em Aguiar (2014)
Apresentaremos exemplos significativos que ilustram o percurso do ensino de aacutelgebra
da coleccedilatildeo A Figura 1 eacute uma atividade que caracteriza a proposta do livro do 6ordm ano na qual
haacute o desenvolvimento da observaccedilatildeo do padratildeo e da descoberta de uma generalizaccedilatildeo com o
apoio da discussatildeo e da escrita em liacutengua corrente dessa generalizaccedilatildeo Conjuntamente com
esse processo a escrita algeacutebrica vai se desenvolvendo Assim a linguagem algeacutebrica estaacute
sendo desenvolvida de acordo Fiorentini Miguel e Miorim (1993) como a expressatildeo de um
pensamento
Figura 1 Imenes amp Lellis 2010 6ordm ano p 260
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Quadro 1 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 1
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T3) Relacionar a
quantidade de cadeiras e
mesas quando essas
mesas estatildeo unidas
formando uma fila
(T5) Escrever em
linguagem matemaacutetica
as operaccedilotildees descritas
em liacutengua corrente
(metade dobro etc)
(τ2) Observar os desenhos para
estabelecer as relaccedilotildees
(τ5) Substituir os valores
desconhecidos e as operaccedilotildees
por letras e siacutembolos
respectivamente para escrever a
frase em linguagem algeacutebrica
(θ1) Percepccedilatildeo da
regularidade
(Θ1) Relaccedilatildeo entre duas
grandezas que variam
(θ2) Relaccedilatildeo da liacutengua
corrente com a linguagem
algeacutebrica
(Θ2) A aacutelgebra como
generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica
1ordm
e
2ordm
Com o estudo da praxeologia desta atividade percebemos que o objetivo do capiacutetulo eacute
observar o padratildeo existente em cada caso particular e iniciar o processo de percepccedilatildeo da
regularidade (θ1) e escrevecirc-la em linguagem algeacutebrica (θ2) Para alcanccedilar esse objetivo o
texto apresenta as tarefas como a (T3) que mostram casos nos quais existe um padratildeo
numeacuterico ou geomeacutetrico e que ele pode ser observado com a teacutecnica (τ2) Aqui temos o 1deg
momento de estudo com os padrotildees numeacutericos ou geomeacutetricos
Como um 2ordm momento de estudo o capiacutetulo apresenta tarefas como a (T5) na qual
auxilia o aluno a escrever as generalizaccedilotildees numeacutericas ou geomeacutetricas em linguagem
algeacutebrica usando a teacutecnica (τ5) Assim os alunos podem relacionar a linguagem algeacutebrica com
as outras linguagens percebendo como a expressatildeo algeacutebrica pode representar o contexto (θ2)
Ao longo desse capiacutetulo as tecnologias (θ1) e (θ2) e as teorias (Θ1) e (Θ2) estatildeo sendo
desenvolvidas de maneira impliacutecita Com o desenvolvimento intuitivo da teoria (Θ1)
conseguimos perceber que o conceito de variaacutevel tambeacutem estaacute sendo desenvolvido de maneira
intuitiva A aacutelgebra como generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica estaacute desenvolvida em casos particulares
e de maneira intuitiva essa relaccedilatildeo ainda natildeo estaacute sendo verbalizada nas atividades
Como representante do 7ordm ano temos a Figura 2 e as praxeologias no Quadro 2
Quadro 2 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 2
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T24) Escrever a expressatildeo
algeacutebrica de uma
sequecircncia de bolinhas
(τ20A) Estabelecer a relaccedilatildeo entre
duas grandezas
(τ20B) Usar a ideia de equivalecircncia
para escrever a generalizaccedilatildeo
(θ5) Conceito de
variaacutevel
3ordm
Com o objetivo de desenvolver a ideia de variaacutevel (θ5) o texto apresenta vaacuterias tarefas
como a (T24) na qual aparece contextos em que duas grandezas estatildeo sendo relacionadas As
teacutecnicas dessas tarefas compreendem em estabelecer a relaccedilatildeo entre essas grandezas (τ20A) e
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usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
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Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
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A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
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Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
Referecircncias bibliograacuteficas
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teacutecnica(s) envolvida(s) no estudo do tipo de problema (tipo de tarefa) em questatildeo
5ordm Momento institucionalizaccedilatildeo quando a organizaccedilatildeo praxeoloacutegica e todos os
seus componentes satildeo oficializados de acordo com a instituiccedilatildeo em que se desenvolve a
atividade em questatildeo Passa-se de um estaacutegio ldquoinformalrdquo para um estaacutegio ldquoformalrdquo
6ordm Momento avaliaccedilatildeo momento em que se coloca agrave prova o domiacutenio que se tem de
determinada organizaccedilatildeo e que pode ser vivido de forma individual ou coletiva
Vale ressaltar que ao situar esses momentos de estudo no ambiente escolar estes natildeo
satildeo restritos ao trabalho do professor e nem ao trabalho realizado somente na sala de aula
pois eles podem acontecer com o professor antes e depois das aulas e com os alunos fora da
sala de aula (CHEVALLARD 1999)
Por fim destacamos que os momentos de estudos satildeo tratados como vivecircncias
necessaacuterias para que um indiviacuteduo consiga dominar determinado conhecimento De acordo
com a TAD a partir da vivecircncia desses seis momentos o indiviacuteduo consegue construir a
praacutexis e o logos sobre o conhecimento em questatildeo
Metodologia de trabalho
Para a escolha do material analisamos os dez livros de matemaacutetica aprovados no
Programa Nacional de Avaliaccedilatildeo de Livros Didaacuteticos de 2011 (PNLD-11) realizado pelo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Brasil Esse programa produz o Guia de Livros Didaacutetico PNLD-
2011 um material que apresenta as anaacutelises feitas por especialistas das aacutereas em relaccedilatildeo aos
livros aprovados Esse Guia eacute referecircncia para todos os professores do paiacutes escolherem seus
livros Os livros escolhidos pelos professores da rede puacuteblica satildeo comprados pelo governo
federal e distribuiacutedos nas escolas
Apoacutes analisarmos o Guia verificamos que poderiacuteamos separar os livros em duas
categorias segundo o nosso olhar diante da anaacutelise feita pelo Guia Na primeira selecionamos
seis livros que estavam mais voltados para o ensino de regras e procedimentos enquanto que
na segunda tiacutenhamos quatro livros que buscavam metodologias diferentes de ensino e que
privilegiavam a compreensatildeo dos conceitos e significados
Para este trabalho escolhemos o livro mais representativo dentro da segunda
categoria Isto porque esse livro proporciona um percurso de didatizaccedilatildeo um pouco diferente
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
dos demais Ele estaacute mais voltado agrave compreensatildeo dos conceitos e se preocupa em desenvolver
o pensamento algeacutebrico Acreditamos que este seja o material mais adequado para evidenciar
o potencial da nossa ferramenta de anaacutelise a TAD Assim analisaremos o livro Matemaacutetica ndash
Imenes amp Lellis de Luiz Marcio Imenes e Marcelo Lellis Para isso vamos analisar os
capiacutetulos destinados ao ensino de aacutelgebra ao longo de toda a coleccedilatildeo
Com a TAD vamos esquematizar a praxeologia existente em cada grupo de tarefas
semelhantes e verificar como outros elementos como teacutecnica tecnologia e teoria satildeo
trabalhados no decorrer das atividades propostas Conjuntamente a essa analisaremos os
momentos de estudo de cada conjunto de tarefas Assim poderemos avaliar se as praxeologias
estatildeo sendo desenvolvidas de maneira completa ou natildeo sabendo-se que quando uma
praxeologia natildeo eacute completada isso pode ocasionar falhas no ensino resultando em falhas na
aprendizagem Com isso analisaremos o quanto o ensino de cada conceito favorece ou natildeo o
desenvolvimento do pensamento algeacutebrico
Anaacutelise dos Dados
O percurso do ensino de aacutelgebra dessa coleccedilatildeo se destaca por ter apostado em uma
organizaccedilatildeo diferente da proposta usual O ensino formal da aacutelgebra inicia-se no 6ordm ano com o
estudo dos padrotildees aritmeacuteticos e geomeacutetricos O trabalho com equaccedilotildees e sistemas de
equaccedilotildees de 1ordm grau eacute desenvolvido ao longo do 7ordm e 8ordm anos O caacutelculo algeacutebrico tatildeo
enfatizado no 8ordm ano estaacute dividido entre o 8ordm e o 9ordm anos Os autores acreditam que essas
mudanccedilas possam facilitar a aprendizagem dos alunos
Nesse trabalho apresentaremos o percurso do ensino de aacutelgebra por meio de
atividades que representam esse caminho Apresentaremos uma tabela com a praxeologia e os
momentos de estudos referentes agrave atividade citada
As tabelas satildeo formadas por quatro colunas A primeira eacute destinada agraves tarefas (T) a
segunda agraves teacutecnicas (τ) referentes agravequelas tarefas na terceira aparece as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) e na uacuteltima coluna aparece apenas o nuacutemero indicando o momento de estudo
referente agraves tarefas estipuladas na primeira coluna Na terceira coluna as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) estatildeo colocadas juntas apenas para facilitar a visualizaccedilatildeo o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico Pois nem sempre elas estaratildeo sendo desenvolvidas no mesmo conjunto de Tarefas
As tarefas satildeo numeradas Quando uma tarefa eacute repetida colocamos a mesma
numeraccedilatildeo (Ti) para enfatizar que ela estaacute sendo repetida As teacutecnicas seguem a numeraccedilatildeo da
tarefa ou seja quando uma teacutecnica estaacute relacionada com a tarefa ela possui o mesmo nuacutemero
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
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(τi) Quando aparece uma nova tarefa que seraacute resolvida por uma teacutecnica jaacute utilizada a tarefa
receberaacute a numeraccedilatildeo e no lugar da teacutecnica repetiremos a numeraccedilatildeo da teacutecnica jaacute
conhecida As tecnologias e teorias teratildeo uma numeraccedilatildeo proacutepria porque elas podem natildeo ser
desenvolvidas ou seratildeo desenvolvidas em um conjunto maior de tarefas e teacutecnicas A uacuteltima
coluna como jaacute mencionamos teraacute apenas o nuacutemero representando o momento de estudo
relacionado a cada tarefa As tabelas de cada capiacutetulo na iacutentegra estatildeo em Aguiar (2014)
Apresentaremos exemplos significativos que ilustram o percurso do ensino de aacutelgebra
da coleccedilatildeo A Figura 1 eacute uma atividade que caracteriza a proposta do livro do 6ordm ano na qual
haacute o desenvolvimento da observaccedilatildeo do padratildeo e da descoberta de uma generalizaccedilatildeo com o
apoio da discussatildeo e da escrita em liacutengua corrente dessa generalizaccedilatildeo Conjuntamente com
esse processo a escrita algeacutebrica vai se desenvolvendo Assim a linguagem algeacutebrica estaacute
sendo desenvolvida de acordo Fiorentini Miguel e Miorim (1993) como a expressatildeo de um
pensamento
Figura 1 Imenes amp Lellis 2010 6ordm ano p 260
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Quadro 1 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 1
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T3) Relacionar a
quantidade de cadeiras e
mesas quando essas
mesas estatildeo unidas
formando uma fila
(T5) Escrever em
linguagem matemaacutetica
as operaccedilotildees descritas
em liacutengua corrente
(metade dobro etc)
(τ2) Observar os desenhos para
estabelecer as relaccedilotildees
(τ5) Substituir os valores
desconhecidos e as operaccedilotildees
por letras e siacutembolos
respectivamente para escrever a
frase em linguagem algeacutebrica
(θ1) Percepccedilatildeo da
regularidade
(Θ1) Relaccedilatildeo entre duas
grandezas que variam
(θ2) Relaccedilatildeo da liacutengua
corrente com a linguagem
algeacutebrica
(Θ2) A aacutelgebra como
generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica
1ordm
e
2ordm
Com o estudo da praxeologia desta atividade percebemos que o objetivo do capiacutetulo eacute
observar o padratildeo existente em cada caso particular e iniciar o processo de percepccedilatildeo da
regularidade (θ1) e escrevecirc-la em linguagem algeacutebrica (θ2) Para alcanccedilar esse objetivo o
texto apresenta as tarefas como a (T3) que mostram casos nos quais existe um padratildeo
numeacuterico ou geomeacutetrico e que ele pode ser observado com a teacutecnica (τ2) Aqui temos o 1deg
momento de estudo com os padrotildees numeacutericos ou geomeacutetricos
Como um 2ordm momento de estudo o capiacutetulo apresenta tarefas como a (T5) na qual
auxilia o aluno a escrever as generalizaccedilotildees numeacutericas ou geomeacutetricas em linguagem
algeacutebrica usando a teacutecnica (τ5) Assim os alunos podem relacionar a linguagem algeacutebrica com
as outras linguagens percebendo como a expressatildeo algeacutebrica pode representar o contexto (θ2)
Ao longo desse capiacutetulo as tecnologias (θ1) e (θ2) e as teorias (Θ1) e (Θ2) estatildeo sendo
desenvolvidas de maneira impliacutecita Com o desenvolvimento intuitivo da teoria (Θ1)
conseguimos perceber que o conceito de variaacutevel tambeacutem estaacute sendo desenvolvido de maneira
intuitiva A aacutelgebra como generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica estaacute desenvolvida em casos particulares
e de maneira intuitiva essa relaccedilatildeo ainda natildeo estaacute sendo verbalizada nas atividades
Como representante do 7ordm ano temos a Figura 2 e as praxeologias no Quadro 2
Quadro 2 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 2
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T24) Escrever a expressatildeo
algeacutebrica de uma
sequecircncia de bolinhas
(τ20A) Estabelecer a relaccedilatildeo entre
duas grandezas
(τ20B) Usar a ideia de equivalecircncia
para escrever a generalizaccedilatildeo
(θ5) Conceito de
variaacutevel
3ordm
Com o objetivo de desenvolver a ideia de variaacutevel (θ5) o texto apresenta vaacuterias tarefas
como a (T24) na qual aparece contextos em que duas grandezas estatildeo sendo relacionadas As
teacutecnicas dessas tarefas compreendem em estabelecer a relaccedilatildeo entre essas grandezas (τ20A) e
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usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
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Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
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A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
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Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
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IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 6ordm ano 1ed Satildeo Paulo
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IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 7ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 8ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 9ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
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dos demais Ele estaacute mais voltado agrave compreensatildeo dos conceitos e se preocupa em desenvolver
o pensamento algeacutebrico Acreditamos que este seja o material mais adequado para evidenciar
o potencial da nossa ferramenta de anaacutelise a TAD Assim analisaremos o livro Matemaacutetica ndash
Imenes amp Lellis de Luiz Marcio Imenes e Marcelo Lellis Para isso vamos analisar os
capiacutetulos destinados ao ensino de aacutelgebra ao longo de toda a coleccedilatildeo
Com a TAD vamos esquematizar a praxeologia existente em cada grupo de tarefas
semelhantes e verificar como outros elementos como teacutecnica tecnologia e teoria satildeo
trabalhados no decorrer das atividades propostas Conjuntamente a essa analisaremos os
momentos de estudo de cada conjunto de tarefas Assim poderemos avaliar se as praxeologias
estatildeo sendo desenvolvidas de maneira completa ou natildeo sabendo-se que quando uma
praxeologia natildeo eacute completada isso pode ocasionar falhas no ensino resultando em falhas na
aprendizagem Com isso analisaremos o quanto o ensino de cada conceito favorece ou natildeo o
desenvolvimento do pensamento algeacutebrico
Anaacutelise dos Dados
O percurso do ensino de aacutelgebra dessa coleccedilatildeo se destaca por ter apostado em uma
organizaccedilatildeo diferente da proposta usual O ensino formal da aacutelgebra inicia-se no 6ordm ano com o
estudo dos padrotildees aritmeacuteticos e geomeacutetricos O trabalho com equaccedilotildees e sistemas de
equaccedilotildees de 1ordm grau eacute desenvolvido ao longo do 7ordm e 8ordm anos O caacutelculo algeacutebrico tatildeo
enfatizado no 8ordm ano estaacute dividido entre o 8ordm e o 9ordm anos Os autores acreditam que essas
mudanccedilas possam facilitar a aprendizagem dos alunos
Nesse trabalho apresentaremos o percurso do ensino de aacutelgebra por meio de
atividades que representam esse caminho Apresentaremos uma tabela com a praxeologia e os
momentos de estudos referentes agrave atividade citada
As tabelas satildeo formadas por quatro colunas A primeira eacute destinada agraves tarefas (T) a
segunda agraves teacutecnicas (τ) referentes agravequelas tarefas na terceira aparece as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) e na uacuteltima coluna aparece apenas o nuacutemero indicando o momento de estudo
referente agraves tarefas estipuladas na primeira coluna Na terceira coluna as tecnologias (θ) e as
teorias (Θ) estatildeo colocadas juntas apenas para facilitar a visualizaccedilatildeo o bloco tecnoloacutegico-
teoacuterico Pois nem sempre elas estaratildeo sendo desenvolvidas no mesmo conjunto de Tarefas
As tarefas satildeo numeradas Quando uma tarefa eacute repetida colocamos a mesma
numeraccedilatildeo (Ti) para enfatizar que ela estaacute sendo repetida As teacutecnicas seguem a numeraccedilatildeo da
tarefa ou seja quando uma teacutecnica estaacute relacionada com a tarefa ela possui o mesmo nuacutemero
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(τi) Quando aparece uma nova tarefa que seraacute resolvida por uma teacutecnica jaacute utilizada a tarefa
receberaacute a numeraccedilatildeo e no lugar da teacutecnica repetiremos a numeraccedilatildeo da teacutecnica jaacute
conhecida As tecnologias e teorias teratildeo uma numeraccedilatildeo proacutepria porque elas podem natildeo ser
desenvolvidas ou seratildeo desenvolvidas em um conjunto maior de tarefas e teacutecnicas A uacuteltima
coluna como jaacute mencionamos teraacute apenas o nuacutemero representando o momento de estudo
relacionado a cada tarefa As tabelas de cada capiacutetulo na iacutentegra estatildeo em Aguiar (2014)
Apresentaremos exemplos significativos que ilustram o percurso do ensino de aacutelgebra
da coleccedilatildeo A Figura 1 eacute uma atividade que caracteriza a proposta do livro do 6ordm ano na qual
haacute o desenvolvimento da observaccedilatildeo do padratildeo e da descoberta de uma generalizaccedilatildeo com o
apoio da discussatildeo e da escrita em liacutengua corrente dessa generalizaccedilatildeo Conjuntamente com
esse processo a escrita algeacutebrica vai se desenvolvendo Assim a linguagem algeacutebrica estaacute
sendo desenvolvida de acordo Fiorentini Miguel e Miorim (1993) como a expressatildeo de um
pensamento
Figura 1 Imenes amp Lellis 2010 6ordm ano p 260
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Quadro 1 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 1
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T3) Relacionar a
quantidade de cadeiras e
mesas quando essas
mesas estatildeo unidas
formando uma fila
(T5) Escrever em
linguagem matemaacutetica
as operaccedilotildees descritas
em liacutengua corrente
(metade dobro etc)
(τ2) Observar os desenhos para
estabelecer as relaccedilotildees
(τ5) Substituir os valores
desconhecidos e as operaccedilotildees
por letras e siacutembolos
respectivamente para escrever a
frase em linguagem algeacutebrica
(θ1) Percepccedilatildeo da
regularidade
(Θ1) Relaccedilatildeo entre duas
grandezas que variam
(θ2) Relaccedilatildeo da liacutengua
corrente com a linguagem
algeacutebrica
(Θ2) A aacutelgebra como
generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica
1ordm
e
2ordm
Com o estudo da praxeologia desta atividade percebemos que o objetivo do capiacutetulo eacute
observar o padratildeo existente em cada caso particular e iniciar o processo de percepccedilatildeo da
regularidade (θ1) e escrevecirc-la em linguagem algeacutebrica (θ2) Para alcanccedilar esse objetivo o
texto apresenta as tarefas como a (T3) que mostram casos nos quais existe um padratildeo
numeacuterico ou geomeacutetrico e que ele pode ser observado com a teacutecnica (τ2) Aqui temos o 1deg
momento de estudo com os padrotildees numeacutericos ou geomeacutetricos
Como um 2ordm momento de estudo o capiacutetulo apresenta tarefas como a (T5) na qual
auxilia o aluno a escrever as generalizaccedilotildees numeacutericas ou geomeacutetricas em linguagem
algeacutebrica usando a teacutecnica (τ5) Assim os alunos podem relacionar a linguagem algeacutebrica com
as outras linguagens percebendo como a expressatildeo algeacutebrica pode representar o contexto (θ2)
Ao longo desse capiacutetulo as tecnologias (θ1) e (θ2) e as teorias (Θ1) e (Θ2) estatildeo sendo
desenvolvidas de maneira impliacutecita Com o desenvolvimento intuitivo da teoria (Θ1)
conseguimos perceber que o conceito de variaacutevel tambeacutem estaacute sendo desenvolvido de maneira
intuitiva A aacutelgebra como generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica estaacute desenvolvida em casos particulares
e de maneira intuitiva essa relaccedilatildeo ainda natildeo estaacute sendo verbalizada nas atividades
Como representante do 7ordm ano temos a Figura 2 e as praxeologias no Quadro 2
Quadro 2 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 2
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T24) Escrever a expressatildeo
algeacutebrica de uma
sequecircncia de bolinhas
(τ20A) Estabelecer a relaccedilatildeo entre
duas grandezas
(τ20B) Usar a ideia de equivalecircncia
para escrever a generalizaccedilatildeo
(θ5) Conceito de
variaacutevel
3ordm
Com o objetivo de desenvolver a ideia de variaacutevel (θ5) o texto apresenta vaacuterias tarefas
como a (T24) na qual aparece contextos em que duas grandezas estatildeo sendo relacionadas As
teacutecnicas dessas tarefas compreendem em estabelecer a relaccedilatildeo entre essas grandezas (τ20A) e
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usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
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Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
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A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
Referecircncias bibliograacuteficas
AGUIAR M O Percurso da Didatizaccedilatildeo do Pensamento Algeacutebrico no Ensino Fundamental
uma anaacutelise a partir da Transposiccedilatildeo Didaacutetica e da Teoria Antropoloacutegica do Didaacutetico Tese
de Doutorado Faculdade de Educaccedilatildeo da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2014
ARCAVI A El desarrolo y el uso del sentido de los siacutembolos In Vale T et al (org)
Nuacutemeros e Aacutelgebra na Aprendizagem da Matemaacutetica e na formaccedilatildeo de professores Lisboa
Secccedilatildeo de Educaccedilatildeo Matemaacutetica da Sociedade Portuguesa de Ciecircncias da Educaccedilatildeo paacuteg 29-
48 2006
BARBOSA E e BORRALHO A Pensamento Algeacutebrico e exploraccedilotildees de Padrotildees
Disponiacutevel em ltapmpt|files|_Cd_Borralho_Barbosa_4a5752d698ac2pdfgt Acessado em
08022009
BITTAR M FREITAS J L M e PAIS L C Reflexotildees sobre a orientaccedilatildeo de pesquisas de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Matemaacutetica com o suporte da Teoria Antropoloacutegica do
Didaacutetico In Perspectivas da Educaccedilatildeo Matemaacutetica ndash UFMS ndash v7 nuacutemero temaacutetico 2014
BITTAR M e SILVA G L Anaacutelise Praxeoloacutegica sobre resoluccedilatildeo de equaccedilotildees do 2ordm grau
nos livros didaacuteticos X Encontro de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul Campo GrandeMS 2009
BRASIL MEC SEF Guia de livros didaacuteticos PNLD 2011 Matemaacutetica - Anos Finais do
Ensino Fundamental Brasiacutelia MECSEF 2010
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ciclos do Ensino Fundamental Brasiacutelia MECSEF 1998
CHEVALLARD Y Analyse des Pratiques Enseignantes ET Didactique des Matheacutematiques
lrsquoapproche anthropologique Recherches en Didactique des Matheacutematiques v19 n 2 p
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I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
FIORENTINI D MIGUEL A e MIORIM M A Contribuiccedilatildeo para um Repensar a
Educaccedilatildeo Algeacutebrica Elementar In Pro-Posiccedilotildees Revista Quadrimestral da Faculdade de
Educaccedilatildeo ndash Unicamp v 4 n 1[10] Campinas Cortez Editora p 78-91 1993
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 6ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 7ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 8ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 9ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
KIERAN C Concepts associated with the equality symbol In Educational Studies in
Mathematics 12 paacuteg 317-326 1981
NEVES P S O Um estudo sobre o significado o ensino e a aprendizagem da Aacutelgebra
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Faculdade de Educaccedilatildeo da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
1995
NOGUEIRA R C S A aacutelgebra nos livros didaacuteticos do Ensino Fundamental uma anaacutelise
praxeoloacutegica Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campo
GrandeMS 2008
OLIVEIRA G P Generalizaccedilatildeo de padrotildees pensamento algeacutebrico e notaccedilotildees o paple das
estrateacutegias didaacuteticas com interfaces computacionais In Educaccedilatildeo Matemaacutetica Pesquisa
v10 n 2 Satildeo Paulo p 295-312 2008
RICARDO Elio Carlos Elementos Fiacutesicos e Matemaacuteticos da Mecacircnica Analiacutetica a Relaccedilatildeo
entre as Duas Ciecircncias e a Vigilacircncia Epistemoloacutegica Tese (Livre-Docecircncia) ndash Universidade
de Satildeo Paulo 2012
SANTOS L G Introduccedilatildeo do Pensamento Algeacutebrico um olhar sobre professores e livros
didaacuteticos de matemaacutetica Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal do Espiacuterito Santo
Vitoacuteria 2007
USISKIN Z Concepccedilotildees sobre a aacutelgebra da escola meacutedia e utilizaccedilotildees das variaacuteveis In
Coxford A F e Shulte A P As ideacuteias da aacutelgebra The National Council of Teachers of
Mathematics Traduccedilatildeo Hygino H Domingues Satildeo Paulo Atual 1994
ZAZKIS R e LILJEDAHAL P Generalization of patterns the tension between algebraic
thinking and algebraic notation In Educational Studies in Mathematics n 49 p 379-402
2002
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
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(τi) Quando aparece uma nova tarefa que seraacute resolvida por uma teacutecnica jaacute utilizada a tarefa
receberaacute a numeraccedilatildeo e no lugar da teacutecnica repetiremos a numeraccedilatildeo da teacutecnica jaacute
conhecida As tecnologias e teorias teratildeo uma numeraccedilatildeo proacutepria porque elas podem natildeo ser
desenvolvidas ou seratildeo desenvolvidas em um conjunto maior de tarefas e teacutecnicas A uacuteltima
coluna como jaacute mencionamos teraacute apenas o nuacutemero representando o momento de estudo
relacionado a cada tarefa As tabelas de cada capiacutetulo na iacutentegra estatildeo em Aguiar (2014)
Apresentaremos exemplos significativos que ilustram o percurso do ensino de aacutelgebra
da coleccedilatildeo A Figura 1 eacute uma atividade que caracteriza a proposta do livro do 6ordm ano na qual
haacute o desenvolvimento da observaccedilatildeo do padratildeo e da descoberta de uma generalizaccedilatildeo com o
apoio da discussatildeo e da escrita em liacutengua corrente dessa generalizaccedilatildeo Conjuntamente com
esse processo a escrita algeacutebrica vai se desenvolvendo Assim a linguagem algeacutebrica estaacute
sendo desenvolvida de acordo Fiorentini Miguel e Miorim (1993) como a expressatildeo de um
pensamento
Figura 1 Imenes amp Lellis 2010 6ordm ano p 260
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Quadro 1 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 1
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T3) Relacionar a
quantidade de cadeiras e
mesas quando essas
mesas estatildeo unidas
formando uma fila
(T5) Escrever em
linguagem matemaacutetica
as operaccedilotildees descritas
em liacutengua corrente
(metade dobro etc)
(τ2) Observar os desenhos para
estabelecer as relaccedilotildees
(τ5) Substituir os valores
desconhecidos e as operaccedilotildees
por letras e siacutembolos
respectivamente para escrever a
frase em linguagem algeacutebrica
(θ1) Percepccedilatildeo da
regularidade
(Θ1) Relaccedilatildeo entre duas
grandezas que variam
(θ2) Relaccedilatildeo da liacutengua
corrente com a linguagem
algeacutebrica
(Θ2) A aacutelgebra como
generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica
1ordm
e
2ordm
Com o estudo da praxeologia desta atividade percebemos que o objetivo do capiacutetulo eacute
observar o padratildeo existente em cada caso particular e iniciar o processo de percepccedilatildeo da
regularidade (θ1) e escrevecirc-la em linguagem algeacutebrica (θ2) Para alcanccedilar esse objetivo o
texto apresenta as tarefas como a (T3) que mostram casos nos quais existe um padratildeo
numeacuterico ou geomeacutetrico e que ele pode ser observado com a teacutecnica (τ2) Aqui temos o 1deg
momento de estudo com os padrotildees numeacutericos ou geomeacutetricos
Como um 2ordm momento de estudo o capiacutetulo apresenta tarefas como a (T5) na qual
auxilia o aluno a escrever as generalizaccedilotildees numeacutericas ou geomeacutetricas em linguagem
algeacutebrica usando a teacutecnica (τ5) Assim os alunos podem relacionar a linguagem algeacutebrica com
as outras linguagens percebendo como a expressatildeo algeacutebrica pode representar o contexto (θ2)
Ao longo desse capiacutetulo as tecnologias (θ1) e (θ2) e as teorias (Θ1) e (Θ2) estatildeo sendo
desenvolvidas de maneira impliacutecita Com o desenvolvimento intuitivo da teoria (Θ1)
conseguimos perceber que o conceito de variaacutevel tambeacutem estaacute sendo desenvolvido de maneira
intuitiva A aacutelgebra como generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica estaacute desenvolvida em casos particulares
e de maneira intuitiva essa relaccedilatildeo ainda natildeo estaacute sendo verbalizada nas atividades
Como representante do 7ordm ano temos a Figura 2 e as praxeologias no Quadro 2
Quadro 2 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 2
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T24) Escrever a expressatildeo
algeacutebrica de uma
sequecircncia de bolinhas
(τ20A) Estabelecer a relaccedilatildeo entre
duas grandezas
(τ20B) Usar a ideia de equivalecircncia
para escrever a generalizaccedilatildeo
(θ5) Conceito de
variaacutevel
3ordm
Com o objetivo de desenvolver a ideia de variaacutevel (θ5) o texto apresenta vaacuterias tarefas
como a (T24) na qual aparece contextos em que duas grandezas estatildeo sendo relacionadas As
teacutecnicas dessas tarefas compreendem em estabelecer a relaccedilatildeo entre essas grandezas (τ20A) e
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usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
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Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
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A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
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Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
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IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 7ordm ano 1ed Satildeo Paulo
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IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 8ordm ano 1ed Satildeo Paulo
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NEVES P S O Um estudo sobre o significado o ensino e a aprendizagem da Aacutelgebra
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praxeoloacutegica Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campo
GrandeMS 2008
OLIVEIRA G P Generalizaccedilatildeo de padrotildees pensamento algeacutebrico e notaccedilotildees o paple das
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entre as Duas Ciecircncias e a Vigilacircncia Epistemoloacutegica Tese (Livre-Docecircncia) ndash Universidade
de Satildeo Paulo 2012
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didaacuteticos de matemaacutetica Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal do Espiacuterito Santo
Vitoacuteria 2007
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Coxford A F e Shulte A P As ideacuteias da aacutelgebra The National Council of Teachers of
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thinking and algebraic notation In Educational Studies in Mathematics n 49 p 379-402
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Quadro 1 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 1
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T3) Relacionar a
quantidade de cadeiras e
mesas quando essas
mesas estatildeo unidas
formando uma fila
(T5) Escrever em
linguagem matemaacutetica
as operaccedilotildees descritas
em liacutengua corrente
(metade dobro etc)
(τ2) Observar os desenhos para
estabelecer as relaccedilotildees
(τ5) Substituir os valores
desconhecidos e as operaccedilotildees
por letras e siacutembolos
respectivamente para escrever a
frase em linguagem algeacutebrica
(θ1) Percepccedilatildeo da
regularidade
(Θ1) Relaccedilatildeo entre duas
grandezas que variam
(θ2) Relaccedilatildeo da liacutengua
corrente com a linguagem
algeacutebrica
(Θ2) A aacutelgebra como
generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica
1ordm
e
2ordm
Com o estudo da praxeologia desta atividade percebemos que o objetivo do capiacutetulo eacute
observar o padratildeo existente em cada caso particular e iniciar o processo de percepccedilatildeo da
regularidade (θ1) e escrevecirc-la em linguagem algeacutebrica (θ2) Para alcanccedilar esse objetivo o
texto apresenta as tarefas como a (T3) que mostram casos nos quais existe um padratildeo
numeacuterico ou geomeacutetrico e que ele pode ser observado com a teacutecnica (τ2) Aqui temos o 1deg
momento de estudo com os padrotildees numeacutericos ou geomeacutetricos
Como um 2ordm momento de estudo o capiacutetulo apresenta tarefas como a (T5) na qual
auxilia o aluno a escrever as generalizaccedilotildees numeacutericas ou geomeacutetricas em linguagem
algeacutebrica usando a teacutecnica (τ5) Assim os alunos podem relacionar a linguagem algeacutebrica com
as outras linguagens percebendo como a expressatildeo algeacutebrica pode representar o contexto (θ2)
Ao longo desse capiacutetulo as tecnologias (θ1) e (θ2) e as teorias (Θ1) e (Θ2) estatildeo sendo
desenvolvidas de maneira impliacutecita Com o desenvolvimento intuitivo da teoria (Θ1)
conseguimos perceber que o conceito de variaacutevel tambeacutem estaacute sendo desenvolvido de maneira
intuitiva A aacutelgebra como generalizaccedilatildeo da aritmeacutetica estaacute desenvolvida em casos particulares
e de maneira intuitiva essa relaccedilatildeo ainda natildeo estaacute sendo verbalizada nas atividades
Como representante do 7ordm ano temos a Figura 2 e as praxeologias no Quadro 2
Quadro 2 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 2
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T24) Escrever a expressatildeo
algeacutebrica de uma
sequecircncia de bolinhas
(τ20A) Estabelecer a relaccedilatildeo entre
duas grandezas
(τ20B) Usar a ideia de equivalecircncia
para escrever a generalizaccedilatildeo
(θ5) Conceito de
variaacutevel
3ordm
Com o objetivo de desenvolver a ideia de variaacutevel (θ5) o texto apresenta vaacuterias tarefas
como a (T24) na qual aparece contextos em que duas grandezas estatildeo sendo relacionadas As
teacutecnicas dessas tarefas compreendem em estabelecer a relaccedilatildeo entre essas grandezas (τ20A) e
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usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
Referecircncias bibliograacuteficas
AGUIAR M O Percurso da Didatizaccedilatildeo do Pensamento Algeacutebrico no Ensino Fundamental
uma anaacutelise a partir da Transposiccedilatildeo Didaacutetica e da Teoria Antropoloacutegica do Didaacutetico Tese
de Doutorado Faculdade de Educaccedilatildeo da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2014
ARCAVI A El desarrolo y el uso del sentido de los siacutembolos In Vale T et al (org)
Nuacutemeros e Aacutelgebra na Aprendizagem da Matemaacutetica e na formaccedilatildeo de professores Lisboa
Secccedilatildeo de Educaccedilatildeo Matemaacutetica da Sociedade Portuguesa de Ciecircncias da Educaccedilatildeo paacuteg 29-
48 2006
BARBOSA E e BORRALHO A Pensamento Algeacutebrico e exploraccedilotildees de Padrotildees
Disponiacutevel em ltapmpt|files|_Cd_Borralho_Barbosa_4a5752d698ac2pdfgt Acessado em
08022009
BITTAR M FREITAS J L M e PAIS L C Reflexotildees sobre a orientaccedilatildeo de pesquisas de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Matemaacutetica com o suporte da Teoria Antropoloacutegica do
Didaacutetico In Perspectivas da Educaccedilatildeo Matemaacutetica ndash UFMS ndash v7 nuacutemero temaacutetico 2014
BITTAR M e SILVA G L Anaacutelise Praxeoloacutegica sobre resoluccedilatildeo de equaccedilotildees do 2ordm grau
nos livros didaacuteticos X Encontro de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul Campo GrandeMS 2009
BRASIL MEC SEF Guia de livros didaacuteticos PNLD 2011 Matemaacutetica - Anos Finais do
Ensino Fundamental Brasiacutelia MECSEF 2010
BRASIL MEC SEF Paracircmetros Curriculares Nacionais - Matemaacutetica terceiro e quarto
ciclos do Ensino Fundamental Brasiacutelia MECSEF 1998
CHEVALLARD Y Analyse des Pratiques Enseignantes ET Didactique des Matheacutematiques
lrsquoapproche anthropologique Recherches en Didactique des Matheacutematiques v19 n 2 p
221-265 1999
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
FIORENTINI D MIGUEL A e MIORIM M A Contribuiccedilatildeo para um Repensar a
Educaccedilatildeo Algeacutebrica Elementar In Pro-Posiccedilotildees Revista Quadrimestral da Faculdade de
Educaccedilatildeo ndash Unicamp v 4 n 1[10] Campinas Cortez Editora p 78-91 1993
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 6ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 7ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 8ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 9ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
KIERAN C Concepts associated with the equality symbol In Educational Studies in
Mathematics 12 paacuteg 317-326 1981
NEVES P S O Um estudo sobre o significado o ensino e a aprendizagem da Aacutelgebra
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Faculdade de Educaccedilatildeo da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
1995
NOGUEIRA R C S A aacutelgebra nos livros didaacuteticos do Ensino Fundamental uma anaacutelise
praxeoloacutegica Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campo
GrandeMS 2008
OLIVEIRA G P Generalizaccedilatildeo de padrotildees pensamento algeacutebrico e notaccedilotildees o paple das
estrateacutegias didaacuteticas com interfaces computacionais In Educaccedilatildeo Matemaacutetica Pesquisa
v10 n 2 Satildeo Paulo p 295-312 2008
RICARDO Elio Carlos Elementos Fiacutesicos e Matemaacuteticos da Mecacircnica Analiacutetica a Relaccedilatildeo
entre as Duas Ciecircncias e a Vigilacircncia Epistemoloacutegica Tese (Livre-Docecircncia) ndash Universidade
de Satildeo Paulo 2012
SANTOS L G Introduccedilatildeo do Pensamento Algeacutebrico um olhar sobre professores e livros
didaacuteticos de matemaacutetica Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal do Espiacuterito Santo
Vitoacuteria 2007
USISKIN Z Concepccedilotildees sobre a aacutelgebra da escola meacutedia e utilizaccedilotildees das variaacuteveis In
Coxford A F e Shulte A P As ideacuteias da aacutelgebra The National Council of Teachers of
Mathematics Traduccedilatildeo Hygino H Domingues Satildeo Paulo Atual 1994
ZAZKIS R e LILJEDAHAL P Generalization of patterns the tension between algebraic
thinking and algebraic notation In Educational Studies in Mathematics n 49 p 379-402
2002
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
usa a ideia de equivalecircncia para escrever a generalizaccedilatildeo em linguagem algeacutebrica (τ20B) Aqui
se configura um 3ordm momento de estudo pois temos um aprofundamento para perceber na
escrita das tarefas a generalizaccedilatildeo e escrevecirc-la com a ideia de equivalecircncia
Assim a coleccedilatildeo retoma a ideia de padrotildees e comeccedila a generalizar as relaccedilotildees com
isso continua-se a desenvolver a ideia intuitiva de variaacutevel Por enquanto a programaccedilatildeo para
a aquisiccedilatildeo do conceito de variaacutevel eacute desenvolver a ideia somente intuitiva Podemos verificar
as anaacutelises observando a Figura 2
Figura 2 Imenes amp Lellis 2010 7ordm ano p217
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Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
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A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
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Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
Referecircncias bibliograacuteficas
AGUIAR M O Percurso da Didatizaccedilatildeo do Pensamento Algeacutebrico no Ensino Fundamental
uma anaacutelise a partir da Transposiccedilatildeo Didaacutetica e da Teoria Antropoloacutegica do Didaacutetico Tese
de Doutorado Faculdade de Educaccedilatildeo da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2014
ARCAVI A El desarrolo y el uso del sentido de los siacutembolos In Vale T et al (org)
Nuacutemeros e Aacutelgebra na Aprendizagem da Matemaacutetica e na formaccedilatildeo de professores Lisboa
Secccedilatildeo de Educaccedilatildeo Matemaacutetica da Sociedade Portuguesa de Ciecircncias da Educaccedilatildeo paacuteg 29-
48 2006
BARBOSA E e BORRALHO A Pensamento Algeacutebrico e exploraccedilotildees de Padrotildees
Disponiacutevel em ltapmpt|files|_Cd_Borralho_Barbosa_4a5752d698ac2pdfgt Acessado em
08022009
BITTAR M FREITAS J L M e PAIS L C Reflexotildees sobre a orientaccedilatildeo de pesquisas de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Matemaacutetica com o suporte da Teoria Antropoloacutegica do
Didaacutetico In Perspectivas da Educaccedilatildeo Matemaacutetica ndash UFMS ndash v7 nuacutemero temaacutetico 2014
BITTAR M e SILVA G L Anaacutelise Praxeoloacutegica sobre resoluccedilatildeo de equaccedilotildees do 2ordm grau
nos livros didaacuteticos X Encontro de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul Campo GrandeMS 2009
BRASIL MEC SEF Guia de livros didaacuteticos PNLD 2011 Matemaacutetica - Anos Finais do
Ensino Fundamental Brasiacutelia MECSEF 2010
BRASIL MEC SEF Paracircmetros Curriculares Nacionais - Matemaacutetica terceiro e quarto
ciclos do Ensino Fundamental Brasiacutelia MECSEF 1998
CHEVALLARD Y Analyse des Pratiques Enseignantes ET Didactique des Matheacutematiques
lrsquoapproche anthropologique Recherches en Didactique des Matheacutematiques v19 n 2 p
221-265 1999
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
FIORENTINI D MIGUEL A e MIORIM M A Contribuiccedilatildeo para um Repensar a
Educaccedilatildeo Algeacutebrica Elementar In Pro-Posiccedilotildees Revista Quadrimestral da Faculdade de
Educaccedilatildeo ndash Unicamp v 4 n 1[10] Campinas Cortez Editora p 78-91 1993
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 6ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 7ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 8ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 9ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
KIERAN C Concepts associated with the equality symbol In Educational Studies in
Mathematics 12 paacuteg 317-326 1981
NEVES P S O Um estudo sobre o significado o ensino e a aprendizagem da Aacutelgebra
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Faculdade de Educaccedilatildeo da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
1995
NOGUEIRA R C S A aacutelgebra nos livros didaacuteticos do Ensino Fundamental uma anaacutelise
praxeoloacutegica Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campo
GrandeMS 2008
OLIVEIRA G P Generalizaccedilatildeo de padrotildees pensamento algeacutebrico e notaccedilotildees o paple das
estrateacutegias didaacuteticas com interfaces computacionais In Educaccedilatildeo Matemaacutetica Pesquisa
v10 n 2 Satildeo Paulo p 295-312 2008
RICARDO Elio Carlos Elementos Fiacutesicos e Matemaacuteticos da Mecacircnica Analiacutetica a Relaccedilatildeo
entre as Duas Ciecircncias e a Vigilacircncia Epistemoloacutegica Tese (Livre-Docecircncia) ndash Universidade
de Satildeo Paulo 2012
SANTOS L G Introduccedilatildeo do Pensamento Algeacutebrico um olhar sobre professores e livros
didaacuteticos de matemaacutetica Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal do Espiacuterito Santo
Vitoacuteria 2007
USISKIN Z Concepccedilotildees sobre a aacutelgebra da escola meacutedia e utilizaccedilotildees das variaacuteveis In
Coxford A F e Shulte A P As ideacuteias da aacutelgebra The National Council of Teachers of
Mathematics Traduccedilatildeo Hygino H Domingues Satildeo Paulo Atual 1994
ZAZKIS R e LILJEDAHAL P Generalization of patterns the tension between algebraic
thinking and algebraic notation In Educational Studies in Mathematics n 49 p 379-402
2002
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
Paralelamente a esse trabalho o caacutelculo algeacutebrico tambeacutem vai sendo desenvolvido
como uma necessidade de operaccedilatildeo nas generalizaccedilotildees encontradas
A Figura 3 representa os problemas que satildeo apresentados nos livros do 8ordm e 9ordm anos
As atividades satildeo baseadas em resoluccedilotildees de problemas nas quais exigem a interpretaccedilatildeo de
textos e o uso da generalizaccedilatildeo para escrever a expressatildeo algeacutebrica Como vemos na Figura 3
Figura 3 Imenes amp Lellis 2010 8ordm ano p 192
Quadro 3 As praxeologias e os momentos de estudo da Figura 3
Tarefas Teacutecnicas Tecnologia e Teoria M E
(T54) Entender a deduccedilatildeo
da foacutermula do custo da
aacutegua consumida
(T55) Resolver problemas
(τ8) Escrever em linguagem algeacutebrica
relaccedilotildees geomeacutetricas
(τ55) Deduzir a foacutermula relacionando
com o que foi feito em (T54)
(θ9) Relaccedilatildeo da
liacutengua escrita com a
linguagem algeacutebrica
(para deduzir as
foacutermulas)
1ordm
3ordm
No problema da Figura 3 o contexto estaacute representado geometricamente para que a
relaccedilatildeo algeacutebrica possa ser encontrada assim pode-se deduzir a foacutermula que eacute escrever a
relaccedilatildeo entre o nuacutemero total T de plantas em um terreno retangular de m metros por n metros
Nesse problema (Figura 3) o exemplo pode nos remeter a foacutermula que resulte na operaccedilatildeo
o que natildeo resolve os itens a e b Isso pode se tornar um desafio e o professor
poderia aproveitaacute-lo como um momento de discussatildeo
Ao que nos parece o capiacutetulo tem o objetivo de mostrar que os caacutelculos algeacutebricos satildeo
ferramentas para resolver equaccedilotildees e foacutermulas Para isso o texto inicia apresentando a tarefa
(T54) que busca mostrar para o aluno como se deduz uma foacutermula e a resolver problemas (T55)
que tambeacutem precisem interpretar a situaccedilatildeo (τ8) para deduzir a foacutermula (τ55) ou seja escrever
a generalizaccedilatildeo daquela situaccedilatildeo
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
Referecircncias bibliograacuteficas
AGUIAR M O Percurso da Didatizaccedilatildeo do Pensamento Algeacutebrico no Ensino Fundamental
uma anaacutelise a partir da Transposiccedilatildeo Didaacutetica e da Teoria Antropoloacutegica do Didaacutetico Tese
de Doutorado Faculdade de Educaccedilatildeo da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2014
ARCAVI A El desarrolo y el uso del sentido de los siacutembolos In Vale T et al (org)
Nuacutemeros e Aacutelgebra na Aprendizagem da Matemaacutetica e na formaccedilatildeo de professores Lisboa
Secccedilatildeo de Educaccedilatildeo Matemaacutetica da Sociedade Portuguesa de Ciecircncias da Educaccedilatildeo paacuteg 29-
48 2006
BARBOSA E e BORRALHO A Pensamento Algeacutebrico e exploraccedilotildees de Padrotildees
Disponiacutevel em ltapmpt|files|_Cd_Borralho_Barbosa_4a5752d698ac2pdfgt Acessado em
08022009
BITTAR M FREITAS J L M e PAIS L C Reflexotildees sobre a orientaccedilatildeo de pesquisas de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Matemaacutetica com o suporte da Teoria Antropoloacutegica do
Didaacutetico In Perspectivas da Educaccedilatildeo Matemaacutetica ndash UFMS ndash v7 nuacutemero temaacutetico 2014
BITTAR M e SILVA G L Anaacutelise Praxeoloacutegica sobre resoluccedilatildeo de equaccedilotildees do 2ordm grau
nos livros didaacuteticos X Encontro de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul Campo GrandeMS 2009
BRASIL MEC SEF Guia de livros didaacuteticos PNLD 2011 Matemaacutetica - Anos Finais do
Ensino Fundamental Brasiacutelia MECSEF 2010
BRASIL MEC SEF Paracircmetros Curriculares Nacionais - Matemaacutetica terceiro e quarto
ciclos do Ensino Fundamental Brasiacutelia MECSEF 1998
CHEVALLARD Y Analyse des Pratiques Enseignantes ET Didactique des Matheacutematiques
lrsquoapproche anthropologique Recherches en Didactique des Matheacutematiques v19 n 2 p
221-265 1999
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
FIORENTINI D MIGUEL A e MIORIM M A Contribuiccedilatildeo para um Repensar a
Educaccedilatildeo Algeacutebrica Elementar In Pro-Posiccedilotildees Revista Quadrimestral da Faculdade de
Educaccedilatildeo ndash Unicamp v 4 n 1[10] Campinas Cortez Editora p 78-91 1993
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 6ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 7ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 8ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
IMENES L M e LELLIS M Matemaacutetica Imenes amp Lellis 9ordm ano 1ed Satildeo Paulo
Moderna 2010
KIERAN C Concepts associated with the equality symbol In Educational Studies in
Mathematics 12 paacuteg 317-326 1981
NEVES P S O Um estudo sobre o significado o ensino e a aprendizagem da Aacutelgebra
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Faculdade de Educaccedilatildeo da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
1995
NOGUEIRA R C S A aacutelgebra nos livros didaacuteticos do Ensino Fundamental uma anaacutelise
praxeoloacutegica Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campo
GrandeMS 2008
OLIVEIRA G P Generalizaccedilatildeo de padrotildees pensamento algeacutebrico e notaccedilotildees o paple das
estrateacutegias didaacuteticas com interfaces computacionais In Educaccedilatildeo Matemaacutetica Pesquisa
v10 n 2 Satildeo Paulo p 295-312 2008
RICARDO Elio Carlos Elementos Fiacutesicos e Matemaacuteticos da Mecacircnica Analiacutetica a Relaccedilatildeo
entre as Duas Ciecircncias e a Vigilacircncia Epistemoloacutegica Tese (Livre-Docecircncia) ndash Universidade
de Satildeo Paulo 2012
SANTOS L G Introduccedilatildeo do Pensamento Algeacutebrico um olhar sobre professores e livros
didaacuteticos de matemaacutetica Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal do Espiacuterito Santo
Vitoacuteria 2007
USISKIN Z Concepccedilotildees sobre a aacutelgebra da escola meacutedia e utilizaccedilotildees das variaacuteveis In
Coxford A F e Shulte A P As ideacuteias da aacutelgebra The National Council of Teachers of
Mathematics Traduccedilatildeo Hygino H Domingues Satildeo Paulo Atual 1994
ZAZKIS R e LILJEDAHAL P Generalization of patterns the tension between algebraic
thinking and algebraic notation In Educational Studies in Mathematics n 49 p 379-402
2002
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
A tarefa (T55) desenvolve o 3ordm momento de estudo pois ao desenvolver a teacutecnica de
deduzir a foacutermula (τ55) ou seja encontrar a generalizaccedilatildeo o texto estaacute aprofundando a
resoluccedilatildeo de problemas e ao mesmo tempo estaacute usando uma teacutecnica mais aprofundada para
encontrar generalizaccedilotildees proveniente da teacutecnica (τ2) que foi iniciada no livro do 6ordm ano Figura
1 e depois no livro do 7ordm ano Figura 2 foram desenvolvidas as teacutecnicas (τ20A) e (τ20B)
Ao analisarmos os livros do 8ordm e 9ordm anos percebemos que existiu um predomiacutenio dos
1ordm 2ordm e 5ordm momentos de estudos pois os livros estavam destinados ao ensino de
procedimentos de caacutelculos algeacutebricos ou resoluccedilatildeo de equaccedilotildees foacutermulas e sistemas de
equaccedilotildees Mas natildeo deixou de desenvolver a tecnologia em alguns momentos
Conclusotildees
Nessa anaacutelise percebemos que o percurso do ensino da aacutelgebra possui dois momentos
distintos o primeiro relativo aos livros do 6ordm e 7ordm anos e o segundo aos dois uacuteltimos livros da
coleccedilatildeo
No primeiro o objetivo eacute favorecer a percepccedilatildeo dos padrotildees em diferentes contextos
Vaacuterios tipos de tarefas foram desenvolvidos com teacutecnicas relacionadas agrave observaccedilatildeo dos
padrotildees Essas teacutecnicas sempre visavam agrave percepccedilatildeo das regularidades para encontrar as
generalizaccedilotildees desses padrotildees com o objetivo final de desenvolver a escrita algeacutebrica dessas
generalizaccedilotildees O percurso desses dois livros leva o aluno a pensar nas justificativas das
teacutecnicas utilizadas ou seja nas tecnologias
Existe nesse percurso uma intenccedilatildeo em desenvolver o bloco tecnoloacutegico-teoacuterico mas
isso ainda acontece de forma subentendida nas atividades sem uma formalizaccedilatildeo Isso ocorre
porque nesses livros haacute um predomiacutenio dos 1ordm 2ordm e 3ordm momentos de estudos
No segundo momento que satildeo os livros dos 8ordm e 9ordm anos comeccedila a aparecer agrave
institucionalizaccedilatildeo dos conceitos ou seja o 5ordm momento de estudos Os capiacutetulos contecircm
mais textos nos quais se apresentam as definiccedilotildees e os procedimentos de resoluccedilotildees das
equaccedilotildees sistemas e orientaccedilotildees para as resoluccedilotildees de problemas Em todos os textos
aparecem agraves justificativas e as explicaccedilotildees de cada resoluccedilatildeo (4ordm momento de estudos)
Assim a construccedilatildeo do pensamento algeacutebrico que estava mais voltada para a discussatildeo e
percepccedilatildeo sem ter uma formalizaccedilatildeo mais evidente encontra esse processo nos dois uacuteltimos
anos do Ensino Fundamental
I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
Bonito - Mato Grosso do Sul - Brasil
Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
com outros percursos de didatizaccedilotildees para o ensino formal de aacutelgebra
Se cada professor antes de escolher o seu material didaacutetico fizesse essa anaacutelise
poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
ensino e ao projeto social de sua escola
Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
professores de matemaacutetica oferecer instrumentos teoacutericos de anaacutelise dos materiais didaacuteticos
como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
Referecircncias bibliograacuteficas
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I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
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Percebemos que ao longo de todo o percurso as praxeologias satildeo construiacutedas e
desenvolvidas Com esse trabalho conseguimos vislumbrar alguns materiais pedagoacutegicos
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poderia ter mais paracircmetros para escolher o material que mais se adeacutequa a sua concepccedilatildeo de
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Mesmo esse trabalho natildeo tratar diretamente da formaccedilatildeo dos professores de
matemaacutetica permitimo-nos destacar que durante a formaccedilatildeo inicial ou continuada dos
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como a Transposiccedilatildeo Didaacutetica parece-nos de fundamental importacircncia
Referecircncias bibliograacuteficas
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uma anaacutelise a partir da Transposiccedilatildeo Didaacutetica e da Teoria Antropoloacutegica do Didaacutetico Tese
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ARCAVI A El desarrolo y el uso del sentido de los siacutembolos In Vale T et al (org)
Nuacutemeros e Aacutelgebra na Aprendizagem da Matemaacutetica e na formaccedilatildeo de professores Lisboa
Secccedilatildeo de Educaccedilatildeo Matemaacutetica da Sociedade Portuguesa de Ciecircncias da Educaccedilatildeo paacuteg 29-
48 2006
BARBOSA E e BORRALHO A Pensamento Algeacutebrico e exploraccedilotildees de Padrotildees
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BITTAR M FREITAS J L M e PAIS L C Reflexotildees sobre a orientaccedilatildeo de pesquisas de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Matemaacutetica com o suporte da Teoria Antropoloacutegica do
Didaacutetico In Perspectivas da Educaccedilatildeo Matemaacutetica ndash UFMS ndash v7 nuacutemero temaacutetico 2014
BITTAR M e SILVA G L Anaacutelise Praxeoloacutegica sobre resoluccedilatildeo de equaccedilotildees do 2ordm grau
nos livros didaacuteticos X Encontro de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul Campo GrandeMS 2009
BRASIL MEC SEF Guia de livros didaacuteticos PNLD 2011 Matemaacutetica - Anos Finais do
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ciclos do Ensino Fundamental Brasiacutelia MECSEF 1998
CHEVALLARD Y Analyse des Pratiques Enseignantes ET Didactique des Matheacutematiques
lrsquoapproche anthropologique Recherches en Didactique des Matheacutematiques v19 n 2 p
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I Simpoacutesio Latino-Americano de Didaacutetica da Matemaacutetica 01 a 06 de novembro de 2016
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Moderna 2010
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Vitoacuteria 2007
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