O PECADO DA PREGUIÇA

Lição 12 Pv 6.6-11

Deus é um Deus de trabalho. A primeira descrição bíblica dele nos dá uma visão rápida de Deus no ato da criação. Ele é o produtor original e supremo. É o manancial de toda a produtividade.

A maldição da queda do homem salienta aspectos desagradáveis de trabalho; por isso, muitos têm saltado para a conclusão de que o próprio trabalho é parte da maldição do homem.

Porém, vemos que antes do pecado ter entrado no mundo, o homem e a mulher receberam de seu Criador uma tarefa para desempenhar ( Gn 2. 8 - 15).

Imagine tomar conta de um jardim em que não haja ervas daninhas. As tarefas de Adão eram do tipo agradável: podar, regar, colher os frutos e coisas semelhantes.

Ele podia cuidar das tarefas diárias, ter a certeza de uma produção repleta de frutos e nunca derramar uma gota de suor por causa da fadiga.

Antes da queda, Deus estava satisfeito de ter o homem trabalhando no jardim. Era um trabalho agradável; agradável para o homem fazer e agradável para o Criador olhar.

Uma vez que o pecado veio ao mundo, tudo mudou. Cuidar de um jardim tornou-se uma tarefa difícil (Gn 3.17-19).

Aqui estão os elementos da maldição: espinhos, cardos, suor e morte. Contudo, a maldição não consiste no trabalho em si. Depois da queda, como antes, o trabalho é uma ordem divina. Deus se agrada de ver ser humano trabalhando.

Devemos trabalhar para viver e, mais que apenas trabalhar, devemos apresentar um desempenho razoavelmente bom.

O trabalho, no entanto, deve ter um propósito maior do que a simples sobrevivência. Também com Adão, todos somos chamados por Deus a ser produtivos. Somos chamados para dar frutos. Para sermos pessoas produtivas e frutíferas, devemos estar dispostos a trabalhar com dedicação.

Recusar-se a trabalhar é recusar a participar de um dos deveres humanos mais fundamentais. Às vezes, gememos sob o fardo da maldição, mas os espinhos, os cardos e o suor não nos isentam de nossa vocação.

A preguiça é inimiga da produtividade. A pessoa preguiçosa não só prejudica a si mesma como também é um fardo para a sociedade. A responsabilidade da sociedade em relação ao deficiente físicos não se estende aos sãos.

A Bíblia tem muito a dizer sobre a pobreza e sobre a responsabilidade da igreja para com os pobres. Porém erramos gravemente se deixamos de distinguir entre os vários tipos de pessoas pobres mencionadas nas Escrituras.

A Bíblia menciona pelo menos quatro tipos de pobreza: 1 - Pobreza como resultado de calamidade: Existem pessoas que são pobres porque foram vítimas de alguma catástrofe. Para essas pessoas, o cristão é chamado a abrir o coração em uma assistência amorosa.

2 - Pobreza como resultado de opressão: Algumas pessoas experimentam a pobreza por serem vítimas de injustiças, roubo, extorsão ou brutalidade. Talvez tenham sido vendidas como escravas e sejam tratadas como animais. Talvez sejam órfãos e viúvas que estejam sendo explorados. Os opressores dessas pessoas provocam a ira de Deus.

3 - Pobreza por amor ao Reino: Há aqueles que são pobres porque escolheram ser pobres. Eles voluntariamente privam-se dos bens materiais. Embora esse estilo de vida não seja de maneira alguma exigido por Deus. Esse tipo de pobreza é nobre.

4 - Pobreza por causa de preguiça: Essa quarta categoria do pobre não desperta a compaixão de deus. Pelo contrário, a ira de Deus é despertada contra o indolente.

Pv 6. 6 - 11 ( Versão NTLH)

Preguiçoso, aprenda uma lição com as formigas! Elas não têm líder, nem chefe, nem governador, mas guardam comida no verão, preparando-se para o inverno. Preguiçoso, até quando você vai ficar deitado? Quando vai se levantar? Então o preguiçoso diz: “Eu vou dormir somente um pouquinho, vou cruzar os braços e descansar mais um pouco.” Mas, enquanto ele dorme, a pobreza o atacará como um ladrão armado.

“Só vou tirar uma soneca. Amanhã faço isso”. Divirta-se agora, trabalhe depois – esse é o credo do preguiçoso. A formiga, pelo contrário, já no verão se prepara para o inverno. Quando o frio chega, seu depósito de mantimentos está cheio.

Pv 10. 4,5 ( Versão NTLH)

O preguiçoso fica pobre, mas quem se esforça no trabalho enriquece. Quem tem juízo colhe no tempo certo, mas quem dorme na época da colheita passa vergonha.

( Versão NTLH)

Pv 18.9 “O trabalhador relaxado é companheiro daquele que desperdiça”. Pv 19. 24 “Existe gente que tem preguiça até de pôr a comida na própria boca”. Pv 21.25 ”O preguiçoso morre desejando muitas coisas porque se nega a trabalhar”. Pv 22.13 “O preguiçoso fica em casa e diz: “Se eu sair, o leão me pega.”

2 Ts 3.10,11

“Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia”.

O vício do trabalho

Em nossa cultura, o termo workaholic (viciado em trabalho) é usado de dois modos diferentes. No uso popular, descreve uma pessoa que trabalha duro, que dificilmente pára para descansar e tem pouco tempo disponível para recreação ou encontro sociais.

Um outro uso para a expressão, empregada no sentido técnico pelos psicólogos. Aqui o termo “viciado em trabalho” descreve uma pessoa improdutiva, que se preocupa com o trabalho dos outros, mas que realiza pouco ou nenhum trabalho.

O neurótico viciado em trabalho adora aparentar estar trabalhando duro. Frequentemente é o primeiro a chegar ao trabalho e o último a sair. Geralmente, cria conflitos e divisões no trabalho. Adora criticar os colegas pelas falhas deles. Cobre seus próprios erros eficientemente colocando a culpa nos outros.

Sempre parece ocupado, mas sua principal característica é que nunca produz. Está ocupado fazendo nada ou tarefas sem importância. Precisamos ter cuidado aqui. O workaholic improdutivo mostra muitas características de pessoas diligentes e produtivas. Esse tipo de “viciado em trabalho” é um preguiçoso disfarçado.

Geralmente engana os colegas de trabalhos, pode enganar até a si mesmo. Mas eles não engana a Deus, que certamente não tem prazer em ver trabalhadores improdutivos encobrindo sua falta de produtividade.

O doce sono do trabalhador

Devemos trabalhar porque é um mandamento divino. O fato de que devemos trabalhar e não ser preguiçosos é uma questão moral. Onde vamos trabalhar é uma questão de prudência. A pessoa virtuosa é uma pessoa trabalhadora. A pessoa sábia une seu padrão de habilidade motivada ao seu trabalho.

Obviamente, nem sempre é possível acharmos um trabalho perfeito que se adapte às nossas habilidades. Mesmo nas situações em que não nos sentimos identificados com nossa função no trabalho, ainda estamos debaixo do mandamento divino de trabalhar bem.

A Bíblia diz que “doce é o sono do trabalhador” (Ec 5.12). O trabalho produtivo pode ser cansativo, mas é também altamente satisfatório. Ele possibilita um sono que não é perturbador por acessos de ansiedade e frustração.

Não consigo pensar em palavras mais doces para nossos ouvidos do que as palavras de Jesus : “ Muito bem, servo bom e fiel” (Mt 25.23). Espero ouvir essas palavras um dia. Estou certo de que todos queremos ouvi-las. Porém para recebemos essas bem-aventurança de Cristo, devemos ser diligentes agora e fiéis em fazer a obra que ele nos chamou para desempenhar. Com isso nós o agradamos.