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8º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEAMENTO URBANO, REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2018) Cidades e Territórios - Desenvolvimento, atratividade e novos desafios
Coimbra – Portugal, 24, 25 e 26 de outubro de 2018
O PATRIMÓNIO PAISAGÍSTICO NA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO
TURÍSTICO URBANO. O CASO DO PARQUE DE SERRALVES NO PORTO
RESUMO
Os jardins constituem uma das expressões mais ricas do património cultural e paisagístico
que, ao aliar a componente cultural e a natural, vem adquirindo protagonismo nos
consumos lúdicos e turísticos da contemporaneidade, em particular no espaço urbano.
O Porto é uma cidade com um vasto património paisagístico no qual se destaca o espólio
de jardins históricos que integra a matriz urbana. O parque de Serralves constitui um destes
espaços, uma das principais atrações da cidade com uma posição privilegiada no
desenvolvimento turístico urbano e na promoção da imagem da mesma a vários níveis.
Este artigo propõe analisar o perfil socioeconómico e demográfico do visitante deste
jardim histórico, assim como os seus interesses, motivações, hábitos de visita e
comportamentos, chamando a atenção para a importância deste conhecimento no desenho
de estratégias de desenvolvimento de turismo urbano.
1 INTRODUÇÃO
Os parques e os jardins (históricos) configuram elementos relevantes do património
cultural e paisagístico que assume grande expressão no contexto urbano, fruto da evolução
do espaço, das suas funções, da sociedade, das preocupações com o ambiente e por
conseguinte da evolução do próprio planeamento urbano. Este tipo de património, que
congrega em simultâneo a vertente cultural e natural, contribui para a atratividade das
cidades enquanto produto cultural, e assume, de forma crescente, protagonismo nos
consumos lúdicos e turísticos da contemporaneidade, um consumo que extravasa a mera
alternativa à diversidade das vivências urbanas e que motiva cada vez mais a inclusão deste
recurso nos roteiros oferecidos pelas cidades.
Enquanto uma das cidades mais antigas da Europa, palco de passagem e estabelecimento
de diversas civilizações que foram deixando as suas marcas no território e nas próprias
vivências, o Porto encerra, assim, um legado patrimonial combinado entre a vertente
cultural/histórica e natural que lhe confere identidade sobre a qual a cidade constrói a sua
imagem e que nela encontra um dos fatores de atração de visitantes. O Porto é por isso uma
cidade para descobrir, assumindo-se neste momento como destino turístico de excelência e
os números associados a esta dinâmica comprovam-no de forma inequívoca. Em 2017, o
aeroporto Sá Carneiro registou um fluxo de passageiros de 10,8 milhões, sendo 5,4 milhões
correspondentes a passageiros desembarcados (+15% e +16% em relação a 2016
respetivamente) (INE, 2018). Em 2016, o concelho do Porto acolheu 1,6 milhões de
hóspedes que originaram 3,3 milhões de dormidas nos seus 179 estabelecimentos
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hoteleiros, representando 7% e 9% respetivamente do total continental de hóspedes e
dormidas (INE, 2017). De tal forma tem sido galopante a sua ascensão como destino de
fluxos turísticos que o seu reconhecimento pelas mais altas instâncias ligadas à avaliação
da performance de destinos não demorou, tendo o Porto sido distinguido como European
Best Destination em 2012, 2014 e 2017.
No caso particular do património paisagístico, o Porto beneficia de uma rede de espaços
verdes públicos e privados, mormente jardins históricos, que têm ganho destaque como
fatores de interesse turístico. É o caso do parque de Serralves que, com mais de 150 mil
visitantes anuais, para além de possuir um valor intrínseco que o distingue por si só,
constitui uma das principais atrações da cidade, detendo uma posição privilegiada no
desenvolvimento turístico urbano, na promoção da imagem e identidade da mesma.
O conhecimento do perfil da atração e do seu visitante constitui uma ferramenta de grande
utilidade para os intervenientes nos processos de tomada de decisão no que à estratégia de
desenvolvimento turístico urbano diz respeito. Neste sentido, este artigo pretende por um
lado, analisar as características e a atratividade deste parque; por outro lado, identificar o
perfil socioeconómico e demográfico do seu visitante, assim como os seus interesses,
motivações, hábitos de visita e comportamentos para além do percurso de visita na cidade,
obtido através da aplicação de um inquérito por questionário a 333 visitantes do parque
durante o período de um ano (2013/2014).
2 PATRIMÓNIO PAISAGÍSTICO, ESPAÇO URBANO E TURISMO
O processo de distensão cronológica e tipológica do património na segunda metade do
século XX permitiu, por um lado, a inclusão na categoria de património elementos de
épocas cada vez mais próximas, e por outro, tipologias mais variadas da arquitetura
modernista, da arquitetura vernácula, assim como os sítios arqueológicos ou os espaços
envolventes dos monumentos, mormente os conjuntos históricos, rurais e urbanos, as
cercas monásticas e também os jardins históricos. O monumento deu lugar a uma dimensão
mais ampla, a paisagem cultural (Henriques, 2003a).
Embora o reconhecimento patrimonial dos parques e jardins históricos tenha sido um
processo lento e tardio, este formalizou-se com a publicação da Carta de Florença, no
início da década de 80, como uma adenda à Carta de Veneza. Mais tarde, no âmbito da
proteção do Património Mundial, os jardins e parques passam a integrar a categoria de
“paisagens culturais criadas intencionalmente pelo homem”.
Os jardins estão presentes nas diversas culturas, sociedades e civilizações, transcendendo o
próprio conceito de espaço e tempo. Atravessam épocas e absorvem as diferentes
tendências e influências funcionando como expressões do momento civilizacional de cada
cultura nos mais variados domínios, sejam eles sociais, culturais, estéticos, políticos,
religiosos ou económicos. Importantes documentos históricos, culturais e artísticos, são
representantes de cada tempo na história da Humanidade (Jong, 2001; Doolittle, 2004;
Weiss, 2011), essenciais na preservação e fortalecimento da memória cultural e da
identidade coletiva de uma sociedade, assim como na leitura e na qualificação de um
território, nomeadamente das cidades (Andrade, 2008). Neste sentido, Andresen e Marques
(2001) defendem que os jardins históricos constituem a memória de uma cidade, a história
dos seus percursos e acontecimentos. Na perspetiva de Andrade (2008), estes destacam-se
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das demais categorias do património cultural por apresentarem laços em comum com o
património natural e pela sua estreita ligação com a qualidade de vida numa cidade.
O património cultural, na sua amplitude global, foi e continua a ser um dos mais
importantes geradores de turismo. Um consumível que se vai desdobrando em modalidades
diversificadas à medida dos interesses dos turistas quando o abrangente turismo cultural é
demasiado redutor para as especificidades que se vão descobrindo no âmbito do património
cultural. Um dos grandes redutos do turismo cultural é o espaço urbano, são as cidades que
se consolidam como importantes destinos de atração de visitantes numa relação que se
densificou e complexificou nos últimos anos. Segundo Henriques (2003c), o turismo
cultural constitui-se fundamentalmente como segmento do turismo urbano, já que as
relações que se entretecem entre turismo e cultura têm uma maior expressividade no
espaço urbano. Ou seja, é na cidade que se avolumam elementos de arte, de criação
artística, de património(s), de equipamentos culturais e de vivências que contribuem para
que o turismo de dimensão cultural encontre nela um alvo privilegiado (Henriques, 2003c).
E é esta multiplicidade de recursos que confere originalidade aos destinos urbanos e a
cidade se assuma como um destino multivocação (Ashworth e Tunbridge, 2000;
Henriques, 2003b) e multi-atração (Hunt e Crompton, 2008). Num tempo e contexto
competitivo à escala global, as cidades procuram diferenciar-se apresentando argumentos
diferenciadores e o património tornou-se num elemento fundamental para definir uma
imagem de marca capaz de traduzir o seu valor concorrencial e comunicacional (Peixoto,
2003). Neste sentido, o autor defende que, atualmente, a identidade de uma cidade é
definida pela valorização ou invenção de um património.
O património paisagístico na vertente de jardins e parques, designadamente de carácter
histórico, constitui um desses patrimónios que vão desenhando, organizando, conferindo
sentido e acrescentando valor estético, ambiental, social, económico e cultural ao tecido e
dinâmica urbana. O património paisagístico desempenha um papel crucial na qualidade de
vida urbana mas de igual modo no processo de turistificação do espaço urbano, mormente
na formação de uma imagem da cidade que terá repercussões ao nível do marketing e
promoção do lugar. Veja-se o caso de Chandigarh, uma cidade indiana, mundialmente
conhecida pela sua urban greenery que atrai mais de meio milhão de turistas domésticos,
cujos parques e jardins, apuraram Chaudrhry e Tewari (2010), são os grandes responsáveis
pela sua atratividade turística, concluindo ainda que se estes fossem removidos o valor
turístico da cidade seria nulo. De acordo com Ramos (2010), a expressão territorial e a
qualidade paisagística e funcional da estrutura verde de uma cidade constituem uma
componente de relevo cada vez mais valorizada do conceito de qualidade de vida urbana e
um fator de interesse no domínio do turismo, sendo cada vez mais frequente estratégias de
desenvolvimento turístico alicerçadas neste património.
3 O PATRIMÓNIO PAISAGÍSTICO DA CIDADE DO PORTO
A história dos jardins do Porto é, também, a história da cidade e da sua gente. De acordo
com Andresen e Marques (2001), a cidade possui um conjunto significativo de jardins
históricos, com características próprias, que lhe confere uma identidade particular,
refletindo a evolução histórica da mesma e a ligação dos seus habitantes com a Natureza.
Os primeiros jardins do Porto estão relacionados com claustros, terreiros e cercas de
edifícios religiosos. No período de Setecentos emergem os passeios públicos voltados para
o rio Douro, que então dominava os interesses lúdicos da cidade. Os passeios das
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Fontainhas, Virtudes e Massarelos constituem assim os novos espaços de sociabilidade,
assinalando outra forma de estar na cidade. Ao longo do século XVIII as quintas de recreio
proliferavam nos arrabaldes com uma função dual marcada pela produção e pelo recreio e
lazer, sobretudo na época estival. O desenvolvimento da cidade, o gosto e sensibilidade
pela botânica, pelas plantas exóticas, pela jardinagem e arte dos jardins do período final de
Oitocentos ditou a multiplicação e distribuição expressiva de jardins privados pelo tecido
urbano. No século XIX o contexto urbano e industrial assim como o gosto pelo social e a
moda do passeio e da exibição pública determinou a inserção dos espaços de utilização
coletiva na malha urbana da cidade, surgindo gradualmente o conceito de jardim público
como meio de reforma social e espaço de recreio. O jardim de S. Lázaro (1834) foi o
primeiro jardim público, seguiu-se o jardim do Palácio de Cristal (1865) e o jardim da
Cordoaria (1866) (Araújo, 1979; Andresen e Marques, 2001). Esta época foi determinante
na difusão do gosto pela jardinagem e horticultura e na criação e consolidação de uma rede
de espaços verdes públicos e privados que permanecem, em parte, nos dias de hoje, como
preciosas joias no seio de uma urbanidade corrida e pouco atrativa em algumas frações
territoriais. Durante o século XX, para além de uma diminuição na construção de novos
jardins, regista-se uma redução na estrutura verde devido ao acentuado crescimento urbano
e aos sucessivos planos de ordenamento que não evitaram a sua acentuada fragmentação e
descontinuidade (Monteiro e Madureira, 2000; Andresen e Marques, 2001).
Fruto da evolução histórica, o Porto possui atualmente uma rede de espaços verdes (Figura
1), distribuídos por mais de 300 ha e abrangendo tipologias diversas, com um papel
essencial enquanto elementos promotores da qualidade de vida urbana, de encontro social e
cultural ou da evocação de memórias, mas também como fatores de interesse turístico, em
particular os jardins históricos que têm uma expressão considerável neste território.
Fig. 1 Carta Verde do concelho do Porto
Fonte: Quintas (2013)
Espaços como o parque da Cidade, as quintas de recreio, os jardins públicos e privados até
aos arruamentos densamente arborizados de reconhecido valor cultural e paisagístico
devem constituir um vetor de promoção da cidade a nível turístico numa base cooperativa e
integrativa. Ramos (2010) aponta em particular o parque da Cidade, os jardins do Palácio
de Cristal e os jardins de Serralves como áreas verdes que representam uma forte
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atratividade metropolitana associada ao seu valor patrimonial, histórico e paisagístico.
Neste momento, entre o vasto conjunto de circuitos turísticos recomendados pelo
VisitPorto, encontram-se os circuitos pedestres “Rota Romântica”, “Rota Histórica”, “Rota
Atlântica” e “Rota Botânica”, o circuito rodoviário “Parques & Jardins Tour em Segway” e
recomenda ainda o roteiro “Porto, cidade das camélias” realizado num período específico
do ano.
3.1 O Parque de Serralves
O Parque de Serralves, localizado na zona ocidental da cidade do Porto, é um exímio
exemplar do início do século XX com raízes no século XIX, constituindo o remate da
história das quintas de recreio no Porto. De linhas modernistas, este parque inclui também
alguns aspetos de características românticas, espelhando o gosto do final do século XIX,
eclético e pitoresco (Figuras 2 e 3), pelo que constitui desta forma uma ponte entre o
neoclassicismo e a modernidade, uma unidade temporal e espacialmente complexa (Segall,
1999; Andresen e Marques, 2001; FS, 2002). O projeto para o jardim da Casa de Serralves
foi encomendado pelo 2º Conde de Vizela ao arquiteto paisagista françês Jacques Gréber
em 1932 tendo sido concluído na década de 1940. A quinta foi adquirida pelo Estado em
1986 e restaurada sob direção da arquiteta paisagista Maria Teresa Andresen (1987/1988),
abrindo ao público e pertencendo à Fundação de Serralves desde 1989 (FS, 2002; Andrade,
2009). No final do século XX com a implantação do museu foi construído o jardim
adjacente e o jardim das aromáticas. Um valioso património histórico e cultural distribuído
por uma propriedade de 18 ha que engloba o Museu de Arte Contemporânea, a Casa de
Serralves, exemplar único de Art Déco, o Parque e a Quinta Pedagógica.
Fig. 2 e 3 Parque de Serralves – Parterre central e Bosque do lago
Fonte: Autores (2013)
Importante representante da arte paisagista em Portugal, o parque de Serralves figura na
restrita lista de jardins a visitar em Portugal (30 no total) do GardenVisit, o mais relevante
site internacional especializado em jardins e assuntos relacionados, e ainda na reputada
escolha de Madison Cox, no seu livro The Gardener’s Garden, como um dos 250 jardins
mais notáveis do mundo posicionando-se ao lado de nomes como o Taj Mahal, Kew
Gardens, Versailhes, Alhambra, High Line de Nova Iorque ou o Jardim de Burle Marx. O
seu valor excecional valeu-lhe a classificação de Imóvel de Interesse Público em 1996,
sendo-lhe reconhecido valor cultural, arquitetónico e paisagístico de importância nacional
com a reclassificação para Monumento Nacional em 2012 (Silva, 2016).
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Serralves possui um conjunto heterogéneo de argumentos (museu, casa, parque, quinta,
eventos diversos) que o colocam numa posição destacada no seio da oferta turística da
cidade do Porto e da própria região Norte, e capaz de ultrapassar recordes de visitação ano
após ano, sendo neste momento a atração mais visitada da cidade, seguida da Torre dos
Clérigos. A Fundação no seu todo ultrapassou a cifra dos 500 mil visitantes anuais em
2015, tendo registado quase 700 mil em 2016 (visitantes do museu e do parque,
espectadores de artes performativas, participantes do serviço educativo, participantes do
evento Serralves em Festa, participantes de eventos corporativos e os leitores da biblioteca)
(FS, 2017). Os dados de visitação disponibilizados para o Parque revelam uma média de
cerca de 160 mil visitantes anuais no período de 2003 a 2013 (Silva, 2016).
A repercussão da sua atratividade no território manifesta-se a vários níveis, nomeadamente
na imagem e na própria economia. As conclusões do estudo realizado pela Fundação
Serralves (2013) revelam que esta contribuiu para a transformação da imagem da cidade,
que passou a ser identificada com modernidade, vanguarda e criatividade, sendo Serralves
um símbolo da cidade que detém um papel relevante na internacionalização do Porto, do
mesmo modo que demonstrou o impacto da sua atividade cultural sobre a economia da
cidade e da região e o seu papel relevante enquanto agente económico já que em 2010, a
atividade de Serralves gerou um impacto global sobre o PIB de cerca de 40,6 milhões de
euros, tendo a sua notoriedade sido avaliada em 6,7 milhões de euros.
4 METODOLOGIA
Com o objetivo de conhecer o perfil sociodemográfico e económico dos visitantes assim
como as características da visita deste parque englobando aspetos tão importantes como
interesses, motivações, hábitos de visita e comportamentos, para além do percurso de visita
na cidade, foi aplicado um inquérito por questionário a 333 visitantes, de forma presencial
e disponibilizado ainda por via online, durante o período de um ano (março de 2013 a
fevereiro de 2014), tendo sido determinada uma amostra para cada mês a recolher com
base nos dados dos visitantes totais do parque correspondentes ao bilhete museu + parque
e bilhete parque para o período de 2005 a 2012, ao que se acrescenta um questionário
aplicado ao responsável pelo espaço. A informação foi tratada, inserida numa base de
dados e analisada com recurso ao programa de análise estatística SPSS.
5 OS VISITANTES E A VISITA AO PARQUE DE SERRALVES
5.1 O perfil geral do visitante e as especificidades entre grupos de visitantes
Em linhas gerais a amostra era composta sobretudo por visitantes de nacionalidade (62%) e
residência (60%) estrangeira distribuídos por mais de vinte nacionalidades e quase trinta
países de residência diferentes, com destaque absoluto para a França em ambos os casos,
assumindo posição destacada a área geográfica da Europa com mais de 50% do mercado
de origem dos visitantes, uma posição residual o continente americano e asiático, irrisória
o da Oceânia e nula o africano. Tal facto é revelador, por um lado, do elevado grau de
internacionalização de Serralves, por outro, dos mercados mais fortes e mais débeis. Os
visitantes de origem nacional representavam 38% da amostra, alcançando os 40% em
termos de residentes no país, em particular no Porto e em Lisboa, muito embora se registe
também uma dispersão da atratividade deste parque para lá destas duas cidades, ou seja, os
visitantes de Serralves deslocam-se de áreas difusas cobrindo todo o território nacional em
termos de NUTS II.
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O turista foi o tipo de visitante mais frequente (70%) sendo os restantes 30% da amostra
respeitantes a day-trippers. Regista-se ainda uma supremacia do público feminino (62%)
em relação ao masculino (38%); dos que se situam no escalão etário dos jovens-adultos
(18-39 anos) com 47% e no dos adultos (40-64 anos) com 43%, apresentando uma média
de idade a rondar os 43 anos; dos que apresentam habilitações académicas superiores
(84%) e com uma condição económica ativa/empregada (74%), em particular no grupo 2 –
especialistas das atividades intelectuais e científicas (50%), mormente o sub-grupo dos
arquitetos, dos especialistas em engenharia, dos professores do ensino básico/secundário e
superior e dos artistas, havendo ainda a destacar os cerca de 12% de
estudantes/investigadores que compõem a amostra.
Não obstante este perfil global traçado registam-se algumas diferenças entre por exemplo
turistas e day-trippers. No fluxo de turistas (70%), a maior parte com residência
internacional e alegando estar de férias de cariz cultural, a percentagem mais expressiva
proveio de França (26%), Espanha (10%), Reino Unido e Holanda (9% cada um). Os
turistas com residência nacional representavam 15% dos inquiridos, mais de metade
residente na Área Metropolitana de Lisboa. Já o fluxo de day-trippers (30%) detém quase
em exclusivo residência nacional, a grande maioria na própria cidade do Porto (39%) e
mais de metade na área metropolitana, justificando-se, portanto, o simples passeio
recreativo (66%) como o principal motivo da saída de casa apontado por este grupo de
inquiridos. Estes dados revelam que o parque, embora de acesso pago, faz parte da
vivência social da população deste território. Acrescenta-se ainda a prevalência de público
das faixas etárias adulta/idosa e consequentemente mais reformados em termos relativos,
com qualificações mais elevadas (cerca de 90% com ensino superior, dos quais 40% com
mestrado e 8% com doutoramento) entre os turistas; e mais jovem e menos qualificado
(73% no ensino superior, destacando-se 44% com licenciatura) entre os day-trippers.
Verifica-se uma representatividade relativa maior de arquitetos, professores e artistas entre
os turistas comparativamente com os day-trippers.
No que diz respeito aos hábitos gerais de lazer e turismo, os inquiridos assumem a leitura
(56%) e andar/caminhar (54%) como as principais atividades lúdicas praticadas, ocupando
a jardinagem uma posição diminuta no cômputo geral ao ser referenciada por apenas 17%
dos inquiridos. Os museus (75%) e o património construído (73%) constituem as atrações
turísticas que mais visitam, já os jardins e parques (históricos ou não) ocupam a 5ª posição
no seio do conjunto de atrações disponível tendo sido referidos por 38% dos visitantes. O
elevado nível intelectual assim como a alta sensibilidade e propensão cultural e natural
caracterizam esta amostra.
Em termos de práticas mais específicas sobre jardins é curioso notar que pouco mais de
metade da amostra (51%) referiu não possuir jardim em casa e nem ter o costume de
praticar jardinagem, não obstante cerca de 65% ter admitido o gosto por esta atividade e
quase 70% ser visitante habitual de jardins (31% pelo menos uma vez por mês). Desta
forma, não será estranho que o tipo de visitante não revele um interesse específico por
estes espaços e temáticas. Pelo contrário, mais de metade (55%) autodefiniu-se como
visitante que busca apenas um dia/tempo agradável e bem passado, a maior parte (61%)
proveniente do estrato etário dos jovens-adultos (18-39 anos), cerca de 34% revelou um
interesse geral por jardins, flores e plantas e apenas 17% um interesse mais específico por
botânica, jardins e o seu design, com uma representação superior entre os visitantes adultos
(40-64 anos).
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5.2 A visita: percursos, motivos, hábitos e comportamentos
A multifuncionalidade e a diversidade dos centros urbanos materializa-os enquanto
destinos privilegiados da experiência de visita multi-attraction (Hunt e Crompton, 2008). É
pois mais do que natural que o visitante, em particular o turista, limitado em tempo, inclua
várias atrações no seu itinerário, tal como defende Mansfeld (1990, citado em Koo et al.,
2012). O estudo feito em Serralves (Silva, 2016) mostrou esta mesma tendência, onde
56% da amostra declarou que este não fora a principal razão da saída de casa, embora seja
importante mencionar os cerca de 27% de visitantes cujo parque foi o único destino
daquele dia, grande parte day-trippers. São em número mais expressivo aqueles que
afirmaram visitar outros locais depois do parque (57%) do que aqueles que indicaram ter
visitado outras atrações antes do parque (38%), constatando-se que este faz parte de um
circuito de visitação condizente sobretudo com os turistas que se encontram de férias.
Serralves posiciona-se assim na rota após a visita à Casa da Música (28%), ao próprio
Museu/Fundação Serralves (14%), à Baixa/Centro Histórico no seu todo e à Sé/Catedral do
Porto em particular, cada um mencionado por 8% dos inquiridos. De entre o conjunto de
espaços referidos pelos visitantes surgem três jardins nos percursos anteriores ao parque –
os jardins do Palácio de Cristal (4%), o Botânico do Porto (3%) e o parque da Cidade
(2%). Depois do Parque de Serralves os inquiridos visitam com mais frequência a Casa da
Música (15%), a Baixa/Centro Histórico (13%) no geral, e em particular a Torre dos
Clérigos e a Sé (ambas com 7%), a Zona e Cais da Ribeira (12%) e ainda as Caves de
Vinho do Porto (11%) na margem de Gaia. No percurso posterior ao parque repetem-se os
mesmos jardins. Na Figura 4 desenharam-se os fluxos/movimentos dos visitantes sendo
possível individualizar no território quatro eixos principais, com densidades diferentes,
dentro dos quais circulam os visitantes: i) Serralves – Baixa/Centro Histórico/Ribeira –
Serralves; ii) Serralves – Boavista – Serralves; iii) Serralves – Gaia – Serralves e iv)
Serralves – Foz – Serralves (Silva, 2016).
Fig. 4 Atrações/Locais antes e depois da visita ao Parque de Serralves, no dia da
realização do questionário
Fonte: Silva (2016)
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Na perspetiva de Connell (2002), a matriz de motivações da visita a jardins é complexa e
fragmentada, resultante da combinação de um conjunto de fatores, uns de ordem mais
pessoal, outros relacionados com as características e gestão da atração. Na avaliação dos
motivos de visita ao parque de Serralves foi confirmada essa premissa, não obstante alguns
surgirem amplamente destacados. De acordo com a Tabela 1, foi pela paz, tranquilidade,
descanso que cerca de 49% dos inquiridos visitou o parque, 40% referiram o bom tempo
para passear e 35% foram motivados pelo ambiente natural. Reconhece-se, portanto, que
os visitantes procuram este espaço sobretudo porque lhes proporciona momentos de bem-
estar ao nível da tranquilidade, descanso e sossego e porque lhes permite estar em contacto
com a natureza, ou uma construção dela, o que é revelador de uma “busca pelo verde” e do
desejo de reforçar o vínculo com a natureza, em particular em ambiente urbano, onde este
“verde” vai escasseando. Na categoria Outro(s) há a realçar a razão relacionada com o(s)
elemento(s) associado(s) ao jardim, no caso destaca-se o museu, que foi mencionado por
13% da amostra total que, na perceção do seu gestor, é o motivo principal da visita ao
parque a par da sua fama e importância e do contacto com a natureza.
Vale a pena referir que, para além do motivo paz, tranquilidade, descanso que é
transversal aos diversos grupos de visitantes, no grupo dos turistas destaca-se também o
motivo admirar cenário e atmosfera que constitui, de igual modo, o principal motivo no
grupo dos visitantes com interesse específico; enquanto que no conjunto dos day-trippers e
dos visitantes que buscam apenas um dia/tempo agradável o bom tempo para passear
sobrepôs-se aos restantes, já no grupo dos visitantes com interesse geral é valorizado
sobretudo o ambiente natural. Refira-se que, não obstante terem um peso relativo bastante
baixo, os motivos relacionados com as diferentes espécies florísticas e arquitetura/design
do jardim detêm uma prevalência superior entre os turistas, os visitantes com interesse
específico e os estratos etários adulto/idoso, sendo que o primeiro tem maior
representatividade no grupo masculino e o segundo no grupo feminino.
Tabela 1 Motivos da visita ao Parque de Serralves (%) (total e por grupos de
visitantes)
Motivos Total
Grupos de Visitantes
Turistas Day-
trippers
Interesse
geral
Interesse
específico
Dia
agradável
Ocupação de tempos livres 25,8 22,3 34,0 20,0 13,2 33,5
Ambiente natural 35,4 35,2 36,0 39,0 28,9 35,3
Paz, tranquilidade, descanso 48,9 48,5 50,0 60,0 36,8 49,4
As diferentes espécies 7,2 8,2 5,0 8,0 13,2 4,1
Bom tempo para passear 39,6 35,6 49,0 38,0 26,3 46,5
Arquitetura/design 9,0 12,4 1,0 8,0 21,1 4,7
Fama do jardim 25,2 28,8 17,0 35,0 13,2 23,5
Admirar cenário e atmosfera 31,2 36,1 20,0 37,0 44,7 25,3
Passar tempo de qualidade 27,6 23,2 38,0 27,0 15,8 30,6
Simples curiosidade 24,0 30,9 8,0 27,0 15,8 21,8
Restantes motivos 24,9 21,0 34,0 23,0 21,1 27,1
Outros 25,5 26,2 24,0 22,0 31,6 25,3
No que diz respeito a hábitos, consumos e comportamentos trata-se de uma visita planeada
(76%) com alguma antecipação (43% esta semana), embora a decisão mais imediata
também seja frequente (35% no próprio dia); que o público que visita pela primeira vez
(69%) suplanta o público repetente (31%), correspondendo na sua grande maioria a day-
trippers/residentes nacionais (73%) que visita com uma frequência anual (46%) e
essencialmente ao fim de semana (45%); que a visita tem uma duração entre 1 a 2 horas
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(47%) sendo que as mais extensas têm uma representatividade superior entre os turistas;
que é realizada sobretudo na companhia do cônjuge (39%) e de amigos (26%), verificando-
se em particular a primeira situação também entre os turistas e a diminuta proporção de
solitários (10%); e ainda que fotografar (76%), conversar (61%) e observar plantas (52%)
são as principais atividades realizadas no parque pelos inquiridos, tendo a primeira e
terceira uma prevalência entre os turistas e a segunda entre os day-trippers. Acrescenta-se
que apenas 27% dos visitantes se ficou apenas pela visita ao jardim, a maior parte day-
trippers, já os restantes, para além do parque, usufruiram das outras atrações deste
complexo cultural, mormente o museu (56%), a Casa de Serralves (23%) e a quinta (21%).
Quase 60% da amostra utilizou algum dos equipamentos disponíveis no espaço,
destacando-se a casa de chá (49%) inserida no próprio parque sendo baixa a proporção de
visitantes que afirma conhecer o programa de atividades disponíveis (26%) e participar em
algumas delas (13%).
6 NOTAS FINAIS
Os parques e jardins localizados em meio urbano, considerados indispensáveis na
estruturação da cidade moderna, têm sido reconhecidos como meio essencial na
manutenção de ecossistemas saudáveis, no aumento da qualidade de vida, na promoção de
uma relação harmoniosa entre Homem e Natureza e, em última instância, no alcance da
desejada sustentabilidade urbana (Loboda e De Angelis, 2005). Mas não só. Os jardins
tornaram-se atrações turísticas cada vez mais populares e amplamente visitadas,
verdadeiros fenómenos de acordo com vários autores (Connell, 2002; Benfield, 2013) que,
com uma expressão significativa, integram cada vez mais as sugestões de visita dos
territórios numa lógica de diversificação da oferta e de procura de novas identidades.
O Porto é, nos dias que correm, uma cidade marcada pela multiplicidade, de consumos e de
ofertas. Embora seja notório que a imagem da cidade do Porto está fortemente alicerçada
na sua componente histórica e intimamente ligada a determinados ícones patrimoniais que
a tornam bastante atrativa do ponto de vista turístico, percebe-se que de forma crescente e
consistente, tem havido uma reconfiguração iconográfica marcada pelo desenvolvimento
de uma vertente mais plural, diversificada, criativa, contemporânea e cosmopolita, sem
contudo anular a vertente histórica, naturalmente dominante, que alimenta os fluxos
turísticos que o Porto vem acolhendo, cada vez mais densos e mais complexos.
O seu património paisagístico materializado na vasta rede parques e de jardins está bem
posicionado para integrar esta vertente mais pluralista e inovadora no sentido de
proporcionar experiências únicas no turismo urbano, no entanto é necessário reforçar esta
lógica de articulação no seio do próprio património paisagístico e entre os diversos
patrimónios. Serralves é um agente ativo do sistema urbano e no turismo da cidade
constituindo-se, na opinião de Ramos (2010), como fulcral para a imagem de um Porto
cosmopolita que extravasa os contornos do Centro Histórico, que não pode nem deve ser a
única bandeira da cidade.
A gestão estratégica do turismo no espaço urbano implica o conhecimento da realidade em
questão, pois só assim será possível intervir de forma adequada no espaço, potenciando os
benefícios do turismo e garantindo o aumento de competitividade, de resiliência e a
sustentabilidade futura. O conhecimento das características da procura do parque de
Serralves é um exercício de diagnóstico fundamental não só para o próprio enquanto
espaço individual, mas para o espaço urbano e turístico mais amplo do qual faz parte
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integrante, objetivando a implementação de estratégias e iniciativas de qualificação,
dinamização e promoção de propostas de valor assim como de captação de novos nichos,
assentes numa base de atuação organizada, coordenada, coerente e inclusiva.
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