o papel do orientador educacional na escola · pode-se dizer que a abordagem da cultura...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA ESCOLA Por: Itelvina Alves da Silva Paulo Orientadora: Geni Lima RIO DE JANEIRO 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA

ESCOLA

Por: Itelvina Alves da Silva Paulo

Orientadora: Geni Lima

RIO DE JANEIRO

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA

ESCOLA

Monografia apresentada por Itelvina Alves da Silva Paulo

como pré-requisito para obtenção do grau de Especialista

em Orientação Educacional e Pedagógica, no Curso de

Pós-graduação Lato sensu da Universidade Candido

Mendes, Instituto A Vez do Mestre. Orientada pela Profª

Geni Lima.

RIO DE JANEIRO

2012

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por ser sempre meu guia em

todos os momentos de minha vida. Agradeço à minha

mãe, Antonia, pela educação que me proporcionou em

toda a minha vida e pelo incentivo, pela força e pelos

exemplos que sempre me dá, os quais uso em todos os

segmentos de minha vida; e às minhas filhas Michele e

Pâmella, por estarem sempre ao meu lado me apoiando e

me ajudando.. Agradeço ao meu esposo, David, pelo

companheirismo e pelo incentivo, que me ajuda sempre a

superar os obstáculos e dificuldades. Agradeço aos

professores, funcionários e direção da Instituição “A Vez

do Mestre”, da Universidade Candido Mendes, do curso

de Pós Graduação Lato Sensu em Orientação

Educacional e Pedagógica, do campus Tijuca -. E

finalmente agradeço a todos que direta ou indiretamente

contribuíram para a realização deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico a todos os Orientadores Educacionais que

contribuíram e contribuem para a formação de cidadãos

mais críticos e conscientes da realidade na sociedade.

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RESUMO

O presente trabalho abordará o Papel do Orientador Educacional na

Escola, destacando a importância do profissional dentro das relações da

comunidade escolar. A função do Orientador Educacional vem sendo

questionada ultimamente, como resultado das transformações gradativas que

ocorrem na sociedade. O profissional desta área durante muito tempo atuou

somente no espaço escolar, onde lhe cabia a tarefa de ajustar o aluno à

escola, família ou sociedade. Mas atualmente, em sua nova visão, a orientação

educacional volta-se à construção do cidadão além dos espaços educativos.

Para melhor entendimento dessa trajetória, faz-se necessário um breve relato

da história, surgimento da orientação educacional.

Palavras-chaves: Orientação Educacional; funções do Orientador Educacional;

importância do Orientador Educacional; história da Orientação Educacional no

Brasil; atribuições e multifunções do Orientador Educacional.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada será a bibliográfica, podendo incluir

levantamento das principais funções exercidas pelo Orientador Educacional,

análise do papel do Orientador Educacional segundo alguns teóricos, leitura de

livros e artigos sobre o tema pesquisado, revisão bibliográficas de livros e ou

artigos sobre o tema, investigação histórica do Orientador Educacional.

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SUMÁRIO

FOLHA DE ROSTO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A CULTURA ORGANIZACIONAL E O COTIDIANO ESCOLAR

1.1- A cultura organizacional e o cotidiano Escolar 10

1.2- A estrutura escolar como organização 12

CAPÍTULO II - A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL: HISTORIA E SURGIMENTO

DA ORIENTAÇÃO NO BRASIL

2.1.- Breve histórico da Orientação Educacional 14

2.2.- A Orientação Educacional nos dias atuais 16

2.3 - A Orientação Educacional nos dias de hoje 21

CAPÍTULO III - A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL EM FACE A REALIDADE

3.1. - A Orientação Educacional e suas atribuições: teoria e a prática 23

3.2 - A Importância do Planejamento em Orientação Educacional 26

3.3 – O Orientador educacional frente à defasagem de aprendizagem 32

3.4- As multifunções e áreas de atuação do Orientador Educacional: o que nos

revela a prática na sociedade 35

CONCLUSÃO 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42

ÍNDICE 44

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INTRODUÇÃO

Essa monografia teve como objetivo investigar possibilidades e limites

da atuação de um Orientador Educacional. Entende-se aqui o campo da

Orientação Educacional como aquele que está, em especial, comprometido

com os alunos, e de modo geral, com toda a escola e a comunidade, sempre

tendo que “esclarecer” – principalmente, para aqueles que não acreditam no

seu papel dentro da escola -, qual sua intenção de trabalho e quais os

benefícios de sua atuação.

A escolha pelo tema surgiu desde o início do curso de pós-graduação

lato sensu de Orientação Educacional e Pedagógica, pois foi possível verificar

com mais profundidade as perspectivas teóricas e práticas que ressaltam a

importância da sua atuação na cultura organizacional da escola. Sabemos que

“alguém” tem que realizar este trabalho, por isso a relevância de um olhar mais

aprofundado com relação à ação desse profissional.

Após a leitura de alguns referenciais teóricos sobre a atuação do

Orientador Educacional, foi levado em consideração que as realidades

escolares se diferenciam – dependendo da época e/ou local. A intenção é a de

responder algumas questões, como: Quais são as possibilidades de trabalho

de um Orientador Educacional na prática cotidiana da escola? Como, hoje, o

Orientador Educacional está realizando seu trabalho na escola? Como a sua

atuação tem contribuído para uma educação de qualidade?

Como objetivo geral para essas hipóteses foi traçado Identificar quais

são as possibilidades de trabalho efetivo de um Orientador Educacional na

prática escolar, além de analisar e comparar a perspectiva teórica da função do

Orientador Educacional. E como objetivos específicos: Mostrar como é

relevante o trabalho do orientador Educacional junto a toda comunidade

escolar.

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Compreender como a atuação do orientador Educacional tem

contribuído para uma educação de qualidade.

Perceber o Orientador Educacional na administração e atuação como

mediador da escola. Entender como alguns autores descrevem a função do

Orientador Educacional.

.

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CAPÍTULO I - A CULTURA ORGANIZACIONAL E O

COTIDIANO ESCOLAR

1.1- A cultura organizacional e o cotidiano

Pode-se dizer que a cultura organizacional vai sendo construída por

cada um os personagens os quais fazem parte da escola. Dessa forma, a

contribuição dos professores seria a de maior tamanho, pois é este que está

em contato direto com os alunos, seus pares e outros membros da instituição,

concebendo valores, posturas e visões de mundo, influenciando assim a

cultura da escola, e participando da organização da mesma

No contexto das organizações públicas, a luta de forças se manifesta

entre o “novo e o velho”, isto é, as transformações e inovações das

organizações no mundo contemporâneo ante uma dinâmica e uma burocracia

arraigadas. As organizações públicas se deparam com a necessidade do novo

tanto em aspectos administrativos quanto políticos e educacionais .Mais que

isso necessitam criativamente interagir aspectos políticos e técnicos, sendo

essa junção inerente e fundamental para as ações nesse campo. Entretanto,

essa busca de forças torna-se necessária para se conduzir a uma reflexão,

onde se possa obter as melhores estratégias para descrever organizações

capazes de atingir seus objetivos, que consistem em serviços eficientes à

sociedade.

Uma das possibilidades para a compreensão e embasamento para

intervenções se constrói a partir da cultura organizacional, a cultura é um dos

pontos-chave na compreensão das ações humanas, funcionando como um

padrão coletivo que identifica os grupos, suas maneiras de perceber, pensar,

sentir e agir. Assim, mais que um conjunto de regras, de hábitos e de artefatos,

cultura significa construção de significados partilhados pelo conjunto de

pessoas pertencentes a um mesmo grupo social.

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À medida que um grupo de pessoas se reúne para desenvolver uma

determinada atividade, esse grupo inicia também a construção de seus hábitos,

sua linguagem e sua cultura. Falara em cultura implica falar sobre a

capacidade de adaptação do indivíduo à realidade do grupo no qual está

inserido.

Assim, pode-se dizer que por cultura entende-se aqui um conjunto

complexo e multidimensional de tudo o que constitui a vida em comuns nos

grupos sociais. Seria ainda um conjunto de pensar, de sentir e agir, mais ou

menos formalizados, os quais, tendo sidos aprendidos e sendo partilhados por

uma pluralidade de pessoas, servem de maneira ao mesmo tempo objetiva e

simbólica, e passa a integrar essas pessoas em uma coletividade distintas de

outras. É o resultado de ações cujos componentes e determinantes são

compartilhados e transmitidos pelos membros de um dado grupo.

As organizações estão inseridas dentro de um ambiente e interagem

com ele, recebendo dele influência e influenciando-o.As pessoas que atuam

nas organizações são agentes que contribuem para esse intercâmbio

constante,sendo seus valores componentes para a formação da organização.

Segundo Smircich apud Porto (2009) a organização se compreende

como um organismo adaptativo que existe por meio de processos de trocas

com o ambiente .Na visão da autora, a organização é também um sistema de

conhecimento. A noção de organização repousa sobre a rede de subjetivos que

os membros partilham e que parecem de uma maneira regular.

As organizações são realidades sociais construídas de forma

compartilhada.

De acordo com Morgam (1996, p. 36) a estrutura organizacional as

regras políticas, objetivos, missões, descrições de cargos e procedimentos

operacionais padronizados desempenham uma função interpretativa...atuam

como pontos primários de referencia para o modo pelo qual as pessoa pensam

e dão sentido aos contextos nos quais trabalham...

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1.2.- As influências da cultura organizacional

De acordo com Teixeira apud Porto (2009), nas influências exógenas, “a

cultura escolar é tomada como algo que se constrói no interior da instituição de

ensino- variável dependente, portanto, das condições físicas, sociais, políticas

e econômicas que entram em jogo na organização e no funcionamento interno

da escola”.

A cultura da organização escolar enquanto processo de construção

dinâmica e interativa, desenvolve-se historicamente por referência a fatores

multidimensionais cujo entendimento passa, em primeiro lugar, pela sua

articulação com as categorias sociológicas estrutura e ação. A escola ainda vai

sofrer influências internas e externas, sendo muito susceptível a mudanças.

Como influência interna terá a estrutura física e seus artefatos, a disciplina, os

símbolos, os processos administrativos e pedagógicos, a gestão escolar, etc.;

enquanto que como influência externa, teremos concepções educacionais

recentes, políticas públicas em educação, normas e determinações do sistema

de ensino e o contexto socioeconômico dos alunos (TEIXEIRA, 2000 apud

OLIVEIRA, 2005, p. 69).

O próprio dia-a-dia da escola, seu funcionamento, se institui como um

ritual incluindo: a forma de relações existentes, as punições, a burocracia, a

metodologia, a didática, etc. (OLIVEIRA, 2005).

Mas a escola pode resistir a mudança, a qual pode ser justificada pelo

costume que os professores têm de resistir sempre a novos governos e novas

políticas (OLIVEIRA, 2005, p. 70).

Pode-se dizer que a abordagem da cultura organizacional na escola é

importante para permitir seu conhecimento, numa perspectiva mais humana,

unificada e coletiva, a qual revela as tramas, as relações, as correlações de

força, que identificando a escola, podem contribuir para seu melhor

conhecimento e, assim, para uma gestão mais coletiva, transparente e

democrática da instituição. Mas é necessário que haja cautela para que a

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cultura organizacional não seja usada como meio de manipulação, fazendo

com que todos defendam os mesmos ideais, mesmo não acreditando neles

(ibid, 2005, p. 71).

A atuação da Orientação na Educação, por fazer parte do âmbito

escolar, através da observação, da análise de contextos que ocorrem no

espaço escolar, exige que este profissional conheça a cultura organizacional da

escola.

Para que o Orientador Educacional de uma escola possa realizar seu

trabalho em busca de uma educação de qualidade, deve conhecer com total

domínio a cultura a qual rege a organização da escola em que atua. Ou seja,

deve conhecer seus valores, suas crenças, sua história, seus heróis para que

possa da melhor maneira orientar os professores em seu trabalho e

dificuldades, assim como fornecer aporte para as necessidades dos alunos.

A conduta do Orientador Educacional pode ajudar no bom andamento da

cultura organizacional à medida que através de seu trabalho, busca o contato

constante entre escola, aluno e pais, resolvendo seus conflitos, temores,

inserindo-os cada vez mais na participação da realização do projeto político-

pedagógico da escola.

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CAPÍTULO II- A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL: HISTÓ

RIA E SURGIMENTO NO BRASIL

2.1.- SURGIMENTO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

. A Orientação Educacional surgiu no final do século XIX e início do

século XX, com o intuito primordial de orientar os estudantes para a escolha

profissional. Ela surgiu nos Estados Unidos com a filosofia de aconselhador

que marca toda sua trajetória, iniciada como Orientação Vocacional.

Logo no início do século XX, deu-se uma ampliação natural no

campo da Orientação, obedecendo à necessidade de assistir

o educando no desenvolvimento de todas as suas estruturas-

física, mental, moral, social, estética, científica, política e

religiosa. (SCHMIDT e PEREIRA, apud PORTO, 2009: 48)

De acordo com PORTO (2009) o desenvolvimento da ação notou-se a

necessidade de se ampliar sua atuação, pois diante das dificuldades e

inseguranças dos estudantes, ficou eminente a necessidade de orientá-lo, em

outros aspectos, a preparação para a vida pessoal e social. Portanto, a

orientação educacional surge não de uma necessidade da escola, mas, sim, se

desenvolve no sistema escolar. A preocupação não estava no desenvolvimento

do aluno, mas, sim a principio, na sua formação profissional. com um caráter

de aconselhador que marca toda sua trajetória. Movimentos da época teriam

feito desabrochar tal prática no mundo todo. O Brasil fez sua primeira tentativa

de inserir o Orientador Educacional em 1931, começando pelo Estado de São

Paulo, após a mudança na economia industrial e na exportação do café.

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Esse novo modelo de orientação educacional voltado para uma

orientação em sentido mais amplo surge no início do século XX, época em que

os ideais estão sendo difundido, assim como as teorias psicológicas e

cognitivas, o indivíduo é visto de outro prisma, sob um novo olhar, sua

formação se baseia em varias estruturas, suas dificuldades são vistas como tal,

necessitando de auxilio profissional. A orientação educacional impulsionou o

advento da orientação pedagógica que focaliza as necessidades dos

professores

A primeira tentativa de mudança no quadro educacional ocorreu no

século XVIII. Foi marcada pelo ciclo econômico da mineração, pelo surgimento

de uma camada média e de um mercado interno no Brasil, com isso a

necessidade de uma instrução primária na escola e não mais na família.

.

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2.2- Breve Histórico da Orientação Educacional

Segundo Giacaglia & Penteado, para suprir a necessidade de uma

adequação a nova forma de trabalho para a produção industrial, a forma de

viver da sociedade, e, acima de tudo mudar os valores e os paradigmas, surgiu

a orientação ordenada , como ferramenta necessária ao modo de produção

industrial emergente. A mão de obra é combustível essencial ao crescimento,

uma mão de obra com um mínimo de escolarização básica, para saber ler, e

fazer pequenos cálculos, necessidade pouco existente no sistema agrário,

percebe-se claramente que as classes populares continuam a limitar-se a uma

preparação para o trabalho sem a educação formal, e sim habilitados aos

trabalhos manuais.Quando o analfabetismo começou a aparecer (na falta)

para a base eleitoreira,os sistemas paralelos de educação surgiram em caráter

de urgência para ampliar e suprir a necessidade da sociedade com o

desenvolvimento urbano e votantes da época.

Ainda de acordo com as autoras acima citadas, somente a partir de

1940 a Orientação Educacional passa a ser conhecida em âmbito nacional,

quando foi citada e normatizada pelo decreto lei 4.073/42 , na lei Orgânica do

ensino industrial, e no Decreto 4;424/42 onde é contextualizada sua

importância para a escola e consequentemente toda a comunidade escolar.Sua

função teria caráter corretivo e atenderia aos alunos que apresentassem

problemas de conduta e aprendizagem defasada, prevenindo, identificando

aptidões e auxiliando na busca da profissão.

A Lei de Diretrizes e bases da educação de nº 4.024 de 1961 reafirma a

necessidade do Orientador educacional nas escolas, rever o perfil do

Orientador que foi “importado” e se depara com a falta de pessoal

habilitado.Para solucionar o problema fica estabelecida provisoriamente a

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prova de suficiência para os casos em que não havia pessoal habilitado,

especialista na área.

A Lei 5.564/71 tem um perfil disciplinador, tem o foco nas adaptações

sociais e formação do Orientador como o aconselhador vocacional,

abrangendo áreas humanas. a preocupação com a cooperação ao professor,

família, comunidade.O Orientador assume um papel fundamental, sendo

privilegiado por atender , na época, aos objetivos da Lei.

A regularização da profissão acontece no Decreto lei 7284/73, onde se

normaliza a formação em nível superior , embasados nos conceitos e teorias

da época, e se torna instrumento útil ao ideal tecnicista. Vale ressaltar que em

nenhuma das leis estabelecidas é mencionado a Orientação em nível superior,

a busca de aperfeiçoamento da profissão e dos ideais de orientação coerente

com as necessidades educacionais,acontece a fim de exercer sua função

educativa, e em constante transformação. tendo que atender ao regime elitista

da classe dominante que regem as leis, norteadas pelos ideais políticos,

ficando desde sempre, sem a identidade definida.

Na década de 1980, os Orientadores educacionais passam por um

período de questionamento, uma crise profissional, questionando suas teorias,

práticas, seus instrumentos que serviam de base para seu trabalho. Eles

pensam e discutem muito sobre seu trabalho, sua profissão e seu papel nas

escolas, mas acabam não alcançando nenhuma modificação ficando só na

teoria porque na prática o que acontece é o mesmo das décadas anteriores.

Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional, a LDBN

9.394/96,especificamente no art 64- evidencia a formação dos especialistas em

Educação, sua formação se dará através do curso de graduação em

Pedagogia ou em pós-graduação inclusive o Orientador educacional.Sai da

obrigatoriedade e ganha importância dentro dos estabelecimentos de ensino e

fora do ambiente escolar também, dada às diferentes formas de educação, ao

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trabalho, à ciência e à tecnologia,conduz ao desenvolvimento integral do

sujeito.

De acordo com Placco (1998, p.116), apud Grinspum (1995, p. 129),

cabe ao orientador formar o cidadão responsável e transformador.

O papel básico do Orientador educacional será o de

auxiliar o educando a tornar-se consciente, autônomo e

atuante nessa tarefa, auxiliando também o aluno, na

identificação de seu processo de consciência, dos fatores

sócio econômico político ideológico que o permeiam e

dos mecanismos que o possibilitem superar a alienação

decorrente desses processos, tornando-se assim, um

homem-coletivo, responsável e transformador.

Sobre o mesmo assunto, Grinspun apud Loi Olívia Porto sustenta que;

... é necessário que o orientador educacional seja capaz

de :

.discutir coma equipe e na equipe, o currículo e o

processo de ensino-aprendizagem frente à realidade

socioeconômica da clientela:

.analisar com a equipe as contradições da escola e as

diferentes relações que exerça influencia na

aprendizagem:

Contribuir efetivamente para a melhoria do ensino e das

condições de aprendizagem na escola:

.estruturar o seu trabalho a partir da análise e da crítica

da realidade social, política e econômica do país:

.fundamentar cientificamente sua ação, buscando novas

teorias a partir de sua prática.. (Grinspun. 1998).

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Diante disso, a Orientação Educacional passou por vários períodos em

sua trajetória, que resumidos assim:

• Período Implementador: os objetivos nesse período, que data de

1920 - 1941 eram associados à formação profissional e a

formação integrada da personalidade, o trabalho do Orientador

Educacional era pouco definido e a ênfase maior era na seleção e

escolha profissional.

• Período Institucional: 1942-1961-esse período era subdividido em

funcional-era o catalisador de conflito, tinha caráter corretivo para

resolver os “problemas”, enquadrar o aluno sem se preocupar

com a subjetividade, e instrumental onde era questionada as

contradições sociais, era assistencial e centrada no aluno. Nesse

período ocorre a exigência legal da Orientação Educacional nas

escolas e a preocupação para a formação dos profissionais para

a Orientação educacional.

• Período transformador: 1961- 1970: com a lei 4.024/61, a fica o

Orientador educacional caracterizada como educativa, se desloca

dos problemas para a escola e seu desenvolvimento e tem a

profissionalização dos atuam na área através da Lei 5.5540/48

.Na década de 60, os congressos de brasileiros de Orientação

Educacional ganharam destaque, abordavam os aspectos

psicológicos e a obrigatoriedade da educação básica.

• Período Disciplinador; 1971- 1980; a Orientação Educacional

passa a ser obrigatórias nas escolas, tem o foco nas adaptações

sociais e acompanhamento vocacional .

• Período Questionador; 1980=1990; início dos anos 80, a

Orientação educacional passa por um período questionador, ,

uma crise profissional onde se questiona suas práticas, funções,

teorias, tem o focalizado a prática e a realidade voltada para os

problemas emergentes.

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• Período Orientador; a partir de 1990; período voltado para a

subjetividade do aluno, a construção do cidadão comprometido

com o resgate de uma educação de qualidade, o orientador

Educacional tem caráter mediador junto aos demais profissionais

da Unidade escolar.

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2.3 - A orientação educacional nos dias de hoje

Segundo Grinspun (2002), a orientação educacional, hoje, possui caráter

mediador junto aos demais educadores dentro da escola, a fim de buscar o

resgate de uma educação de qualidade, de forma coletiva, sem no entanto

deixar de levar em conta que a comunidade na qual está inserida, é formada

por pessoas diferentes , pensamentos e contextos sociais diferentes e que os

levam a pensar de maneira individualizada sobre as questões que os cercam e

objetivando a realização bem sucedidas.

Hoje o profissional Orientador educacional não atua mais por ser

simplesmente obrigação.

“mas por efetiva consciência profissional, o orientador

educacional tem espaço próprio junto aos demais

protagonistas da escola para um trabalho pedagógico

integrado, compreendendo criticamente as relações que

se estabelecem no processo educacional”.(GRINSPUN,

2002.P.28)

A orientação educacional para Luck (2001)

“A orientação è um processo contínuo, dinâmico,

sistemático e integrado. È um processo cooperativo e

integrado. Vê o aluno como um ser global. È um processo

de assistência. Deve promover situações que favoreçam

o desenvolvimento do educando.” LUCK (2001).

As autoras relatam a importância da interdisciplinaridade dentro da

escola, de que a Orientação educacional deve se sentir fazendo parte da

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educação e que deve pensar nas dimensões sociais, culturais, políticas e que

sua tarefa precisa estar engajada com as transformações e que o profissional

Orientador Educacional está inserido neste contexto. Cabe ao Orientador

Educacional buscar os meios necessários para que a escola cumpra seu papel

de ensinar e educar com base na proposta do projeto-político-pedagógico da

escola, que discute e propõe estratégias e meios para promover as condições

básicas para a formação da cidadania, articular, orientar e explicar as

contradições, conflitos e confrontos estabelecidos pelas relações na sociedade.

O orientador hoje é um profissional de grande importância na escola, portanto

torna-se necessário que o mesmo tenha uma boa formação política-

pedagógica e cultural, pois sua atuação possibilita conhecimentos para uma

consciência crítica.

Cabe ao Orientador Educacional, devido às atribuições previstas na

lei, elaborar um cronograma para suas atividades de acordo com o Plano de

ação elaborado de forma a trabalhar integrando a Supervisão escolar e demais

da equipe técnica pedagógica na construção de uma prática consciente para a

melhoria de qualidade de vida a todos que convivem

O trabalho do Orientador Educacional deve ser atrelado ao Projeto

Político Pedagógico da escola, onde deve haver toda integração da equipe

escolar como direção, Supervisão, Docentes, Alunos, APM (Associação de

Pais e Mestres), Conselho Escolar etc.

.

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CAPÍTULO III- A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL EM

FASE À REALIDADE

3.1– A Orientação Educacional e suas atribuições

Segundo Giacaglia & Penteado, Orientador Educacional cumpre uma

função integradora, pois estão sempre em contato com os alunos, professores

e coordenadores conhecendo seus problemas, angustias e aflições, tentando

resolvê-los a fim de buscar uma harmonia na escola, permitindo um melhor

trabalho e, consequentemente, uma educação de qualidade. Outra questão é a

sua participação, também, na elaboração do Plano de Trabalho da escola e da

Proposta Pedagógica, com vistas ao cumprimento do que foi estabelecido da

melhor forma possível.

A profissão de Orientador Educacional, que antes era tida como a

responsável por encaminhar os estudantes considerados “problema” a

psicólogos, médicos, entre outros, ganhou uma nova função, trabalhar para

intermediar os conflitos escolares e ajudar os professores a lidar com alunos

com dificuldades, seja de aprendizagem, convivência e/ou sociabilidade,

perdeu o antigo e pejorativo rótulo de delegado da escola.Foi regulamentada

por decreto federal e o cargo pode ser desempenhado por um pedagogo

especializado. Nas redes públicas de ensino a presença deste profissional é

obrigatória de acordo com leis municipais e estaduais.

Ainda de acordo com as autoras,o Orientador Educacional trabalha em

conjunto com o coordenador pedagógico, profissional que garante o

cumprimento do planejamento e dá suporte formativo aos educadores,

enquanto o orientador Educacional faz a ponte entre os alunos, pais e

professores. Para atingir esses objetivos o orientador Educacional precisa

construir uma relação de confiança que permita administrar os diferentes

pontos de vista, ter a habilidade de negociar e prever ações, para evitar a

dedicação aos incêndios diários na escola.

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“A equipe técnico pedagógico que trabalha nas escolas é

constituída pelos especialistas em educação, egressos

das diferentes habilitações do curso de pedagogia (...) o

fato de terem formação acadêmica semelhante, de

atuarem no mesmo espaço físico e de visarem a

objetivos comuns, torna não só difícil como, sobretudo,

necessária a delimitação clara das atribuições de cada

profissional(...)Em contrapartida, o desconhecimento das

atribuições e de seus limites claros pode gerar

expectativas infundadas quanto ao desempenho de cada

especialista”.(GIACAGLIA e PENTEADO, 2010.p.65.)

Segundo Giacaglia e Penteado, pode-se dizer que a Orientação

Educacional esteve sempre pautada aos acontecimentos cotidianos, pois a ela

se confiava a resolução dos conflitos ou qualquer dificuldades que refletiam no

desenvolvimento dos educandos.

“Com o tempo, a educação passa a não ser mais

exclusividade da escola, estando presente, também, nos

meios de comunicação, por exemplo, ocorrendo

acidentalmente. Nesse contexto, o aluno passa a ser

sujeito, fazendo sua história, sua formação. E a

Orientação Educacional passa a ter uma amplitude de

ações nessa prática pedagógica, sendo um profissional

que respeita o senso comum, aprecia o conhecimento

científico, e está ciente de que seu exercício só é

possível porque existe uma teoria que lhe permite

desenvolver sua proposta pedagógica” (GRINSPUN,

2002, p. 48).

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De acordo com Grinspun, a Orientação Educacional não integrará mais

os planejamentos de forma desvinculada, isolada, nem se absterá das suas

intenções e possibilidades e sim a realização de seus objetivos.

Algumas das atribuições do Orientador Educacional segundo Grinspun:

• a Orientação trabalha na mobilização para o conhecimento,

• articulando realidade e objetivo;

• levantando as representações individuais e do grupo;

• discutindo as questões da intencionalidade, dos conflitos e da

diversidade;

• refletindo sobre o imaginário social;

• a Orientação Educacional em busca de uma cultura escolar;

• a Orientação educacional na construção de um individua mais

crítico, participativo e consciente de seus deveres:

• a Orientação educacional na promoção da linguagem através do

diálogo.

A prática do Orientador Educacional perpassa por todos esses

conhecimentos e ações, fundamentada nos teóricos que alicerçam a

construção do conhecimento, do pensamento e da linguagem do educando.

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3.2- A importância do planejamento em Orientação

Educacional

O planejamento deve ser entendido como principal ferramenta para base

e estrutura do trabalho pedagógico, sua função é determinar antecipadamente

as ações para a concretização de objetivos estabelecidos. Implica

fundamentalmente em traçar o futuro e alcançá-lo, é o fio condutor da ação do

educacional.

De acordo com Heloísa Lück (2008, p.23), ao planejamento são

atribuídos significados diversos, segundo o enfoque e a ênfase com que o

estudioso o aborda. Dessa forma, surgem diferentes conceitos que nos

orientam na abordagem à problemática do planejar.

Também sobre o mesmo assunto, Giacaglia & Penteado (2010.p.100), o

planejamento é uma tarefa de grande importância e responsabilidade, pois dele

deverá resultar um plano que norteará toda atividade daquela escola durante o

ano.

Planejar é fundamental para transformar sonho em realidade. Quando se

planeja de forma consciente e sistemática, são estabelecidas metas e

selecionadas ações para que se alcance os resultados desejados.

O planejamento das atividades é necessário em qualquer profissão, e na

educação é imprescindível esta etapa. È o planejamento que define as

prioridades e as competências a serem desenvolvidas ao longo do ano letivo. È

através do planejamento que o Orientador Educacional encontra espaço

adequado para registrar as atividades, as estratégias, as articulações

pedagógicas a fim de tornar o planejamento possível de realização.Para o

orientador Educacional ciente de sua responsabilidade e da importância do

planejamento aproveitará todo e qualquer momento para buscar a integração,

reflexão e intervenção , realizando o seu plano de ação em especial., suas

ações.

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27

O projeto pedagógico da escola está inserido num cenário marcado pela

diversidade cultural, hoje, cada escola é o resultado do processo de

desenvolvimento de suas próprias contradições. Por isso não deve existir um

padrão único que oriente a escolha do projeto das escolas. A escola deve ter

autonomia para estabelecer o seu projeto, seu planejamento, e autonomia para

executá-lo, avaliá-lo, e fazer as alterações cabíveis visando um desempenho

melhor de suas ações pedagógicas.

Segundo Moacir Gadotti, todo projeto político pedagógico apoia-se:

• No desenvolvimento de uma consciência crítica;

• No envolvimento das pessoas: a comunidade interna e externa à

escola:

• Na participação e na cooperação das várias esferas de governo:

O projeto político pedagógico da escola também se apoia na autonomia,

responsabilidade e criatividade como processo, e como produto do projeto,

depende, sobretudo da ousadia e vontade de cada membro da escola em

assumir-se como parte integrante, pronto para construir de forma

interdisciplinar, consciente da necessidade e importância do planejamento em

educação. Planejar implica acima de tudo, tempo, base teórica, credibilidade e

a integração de todos os envolvidos no processo.

De acordo Giacaglia & Penteado, (2010)

“Na condição de especialista em educação e de membro do

corpo de funcionários da escola, cabe ao Orientador

educacional, participar, assistindo à direção, do planejamento

escolar, da elaboração do plano da escola e da elaboração e

implementação do projeto pedagógico para ela, naquele

ano”.Giacaglia e Penteado.(2010.p.99)

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Também de acordo com Grinspun ipud Porto (1998),

“O orientador agiria, basicamente, em três grandes momentos: o

ponto de partida (a realidade), o processo (a orientação), o ponto

de chegada (a formação). Ora, como este último por si só é um

processo, (...) o trabalho do orientador é contínuo, dinâmico e

permanente.” (GRINSPUN, 1998)

Diante disso, o processo de planejamento, assim como seus

desdobramentos em orientar, vivenciar, acompanhar, elaborar é o espaço

prático do orientador, onde em primeiro lugar ele deve observar se o grupo de

educadores da escola assumem a responsabilidade de buscar transformar a

realidade da escola, de acordo com as necessidades de um bom trabalho

pedagógico, como um dos meios a serem utilizados para a efetivação do

projeto. Ações e reflexões devem ser vivenciadas pelo grupo, em especial pelo

Orientador educacional que é o profissional que precisa ter o conhecimento e

a percepção dos problemas básicos da escola, como disciplina, evasão,

retenção, desinteresse, faltas, além do conhecimento e a análise crítica do

contexto no qual o problema se manifesta.È muito importante para identificar as

causas , que muitas vezes podem ser encontradas no interior da própria escola

e/ou na comunidade na qual a escola está inserida .

Segundo Libanêo (2001, p.123), o planejamento escolar consiste numa

atividade de previsão da ação a ser realizada, implicando definição de

necessidade a atender, os objetivos a atingir dentro das possibilidades,

procedimentos e recursos a serem empregados, tempo de execução e formas

de avaliação. O processo e o exercício de planejar referem-se a uma

antecipação da pratica, de modo a prever e programar as ações e os

resultados desejados constituindo-se numa atividade necessária à tomada de

decisão.

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O planejamento é uma tarefa para todos, sob a direção da escola ou seu

representante. A caracterização, o conhecimento da escola e da comunidade

onde está inserida é necessário tanto para o projeto político pedagógico, como

para o plano de ação do Orientador educacional em especial, pois por meio do

PPP o Orientador Educacional busca a expectativa da clientela, os recursos

disponíveis ou existentes, ou seja, o conhecimento prévio da escola com os

quais os educadores de uma forma geral vão contar para a consecução dos

objetivos educacionais propostos no planejamento.

Algumas atribuições contribuem para um planejamento bem organizado,

como por exemplo, definir as metas do trabalho e dos objetivos gerais e

específicos,assim como também as ações a serem desenvolvidas por

determinados grupos, deixar claro o papel de cada um dentro do planejamento

evitando assim a omissão de outros profissionais, que devem ter o mesmo

comprometimento no processo de atuação e execução do plano. A falta de

planejamento para orientar uma ação pode gerar fatores que contribuem para a

descrença ou descompromisso do profissional Orientador Educacional.

Para Grinspun,

“Trabalho do orientador deve: Explicar as contradições a partir

de uma realidade concreta, promovendo as articulações

necessárias, as mediações possíveis, para que possamos ter

uma educação mais justa, mais solidária e democrática,”

(GRINSPUN, 2002, p.30):

De acordo com Giacaglia & Penteado o plano anual de ação do

Orientador Educacional, é essencial para nortear os seus trabalhos, além de

poder constituir fonte de consulta para demais membros da equipe, para que

possam relacionar, integrar à programação da unidade escolar.

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Ainda de acordo Giacaglia e Penteado, ibid, alguns itens são essenciais

para a elaboração do plano de ação do Orientador Educacional são subsídios

ou esclarecimentos , a seguir:

• Identificação e localização da escola: apresentação da escola,

localização e histórico. Direção e equipe Pedagógica, Pessoal de

Apoio, quantidade de alunos, formação de todos os atores

envolvidos; (segmentos, ciclos, etapas, etc.). Diagnosticar

mencionar salas e espaços de acordo com os segmentos

• Apresentar um breve levantamento de dados (empíricos-

desenvolvidos a partir das técnicas de diagnóstico) dos pontos

fracos e fortes da escola, identificar as principais necessidades e

expectativas da comunidade escolar:

• Justificar o que se pretende para o ano letivo corrente, a partir do

que foi diagnosticado e elencado como necessidade da

escola/comunidade.

• Especificar os objetivos gerais do projeto, elaborar planejamento

estratégico de longo e médio prazo.

• Fazer previsão orçamentária anual para distribuição de verbas

prioritárias;

• Rever os principais documentos da escola para atualizá-los às

novas exigências e necessidades a escola se necessário

• Criar instâncias de gestão participativa como grêmio estudantil,

associação de pais, de professores,funcionários, etc.

• Organizar um projeto de Formação Continuada para o corpo

docente e demais envolvidos no processo.

• Elaborar projeto específico para acompanhamento dos alunos com

desempenho insatisfatório ou dificuldades na aprendizagem, com

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monitorias, tutorias, recuperação paralela, atendimentos coletivos,

individuais, fóruns, etc.

• Dinamizar as ações da equipe pedagógica.

• Avaliar as ações desenvolvidas durante os bimestres que compõem

o ano letivo, com registros do processo para oportunizar melhoria

intervenções.

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3.3- O ORIENTADOR EDUCACIONAL FRENTE À DEFASAGEM DE APRENDIZAGEM

Segundo Piaget apud Porto, a aprendizagem depende do estágio de

desenvolvimento atingido pelo sujeito, para Vygotsky. a aprendizagem favorece

o desenvolvimento das funções mentais.

“O aprendizado adequadamente organizado resulta em

desenvolvimento mental e põe em movimento vários

processos de desenvolvimento que, de outra forma,

seriam impossíveis de acontecer.” (VYGOSTSKY, 1987,

p.101)

Segundo Grinspun,o papel do Orientador Educacional é que diante das

diferenças individuais, este profissional procura “identificar essas diferenças

através dos instrumentos de mensuração, como teste, escalas, provas e

questionários”. ibid, 2002, p.79

Quando um professor identifica que algum aluno está com dificuldades

de aprendizagem, a primeira coisa que faz é encaminhá-lo ao SOE (Serviço de

Orientação Educacional). Lá o Orientador faz um diagnóstico dos alunos e se

necessário solicita a ajuda de outros profissionais.

Depois desta avaliação, o Orientador realiza todo um trabalho,

juntamente, com a família desse aluno. Este aluno passará a frequentar as

aulas de reforço escolar oferecidas pela escola, ou deverá ser encaminhados

para professores particulares, psicólogos, psicopedagogos, etc. Conforme as

características do seu caso.

Ainda de acordo com Grinspun, o trabalho do Orientador Educacional

não deveria ser reduzido apenas a técnicas que favoreçam diagnosticar os

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alunos com dificuldade de aprendizagem, e sim refletir sobre soluções que

minimizem o fracasso escolar.

Segundo a autora (ibid, 2002, p. 107), o trabalho coletivo na escola deve

ser real, e a função da Orientação Educacional seria possibilitar esta

organização .

De acordo com LUck (2001) escrevendo sobre a integração da equipe

teórica administrativa destaca o fracionamento, a divisão do processo

educativo. O mesmo parece ajustar-se às atividades, as experiências, os as

diversas áreas de estudo , os conteúdos, mas não somam e não se integram.

Ainda segundo a autora, para que haja integração do processo educativo,

integração e a efetiva participação do Orientador, se faz necessárias a

compreensão dos papéis e a criação de mecanismo em comum dos diversos

setores da escola.

No trabalho do Orientador Educacional, é imprescindível uma formação

continuada em exercício, para que seu trabalho seja dinâmico e que seja ele,

o dinamizador da formação continuada, estimulando os professores a pensar

, refletir sobre suas funções.

Segundo Grinpun ( 2002 )

“ O profissional de sala de aula está voltado para o processo de

ensino-aprendizagem na especificidade de sua área de

conhecimento, como geografia ou matemática , (..) já o

orientador Educacional não tem currículo a seguir, seu

compromisso é com a formação permanente no que diz

respeito a valores, atitudes, emoções e sentimentos, sempre

discutindo, analisando e criticando”.( GRINSPUN, 2002 )

Portanto de acordo com a autora, o orientador deve pautar seu trabalho

na busca de compreender o desenvolvimento do grupo nos vários domínios e

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nas relações com o meio social da comunidade escolar, apontando para o

exercício da cidadania fazendo intervenções e inovando para atender os

educandos dentro das dificuldades apresentadas.Algumas estratégias que o

Orientador Educacional pode utilizar para atingir seus objetivos junto aos

educandos;

• Participar com a direção e a supervisão escolar da elaboração e

avaliação do plano global da escola, do conselho escolar.

• Assessorar nas reuniões pedagógicas, articulando entre os

diferentes níveis atendidos na escola;

• Acompanhar o rendimento das turmas através de relatórios,

assistir o educando individualmente ou em grupo:

• Acompanhar as turmas em atividades extraclasses junto com os

professores;

O Orientador Educacional deve ser o profissional para a resolução de

problemas mais sérios surgidos entre os alunos. Diante disso, é uma função

que deve ser exercida com base em dados suficientes para cada caso e cada

tipo de aconselhamento. Também é importante seu relacionamento pessoal

com os membros da equipe, favorecendo a sua intervenção para que haja

harmonia no ambiente de trabalho.

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3.4. AS MULTIFUNÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL: O QUE NOS REVELA A PRÁTICA COTIDIANA NA SOCIEDADE

Segundo Grinspun, o Orientador Educacional é o profissional

responsável pela formação escolar, pessoal e para a vida dos alunos, sendo

este o propósito da existência na escola. Tem uma diversidade de funções que

são determinadas através dos objetivos tornando viável sua atuação, se trata

de um mediador entre o meio social e o aluno, contribuindo para a realização

de projetos e auxiliando outros profissionais para a inserção do aluno nas

questões de atitudes, valores e desenvolvimento.

A orientação educacional desenvolvida na escola interfere na realidade

da comunidade escolar, torna-se um papel de mediador, sendo percebido

como articulação do que é real e desejado, contexto e cultura, concreto e

abstrato realidade e representações sociais que fazem parte da pratica

pedagógica. É fundamental que o orientador amplie sua visão sobre o trabalho

da escola é necessário um olhar critico e sensível diante desse processo o qual

estar inserido.

O dialogo aberto e permanente é necessário para uma boa atuação do

orientador com os alunos e com toda a equipe da comunidade escolar.

De acordo com a lei nº 5.564, de 21/12/ 68 regulamentada pelo Decreto nº

72.846, de 26/07/73, defini a função do Orientador Educacional.

Art. 8º- São atribuições do Orientador Educacional:

a) Planejar e coordenar a implantação e funcionalidade do Serviço

de Orientação Educacional em nível de:

1- Escola

2 - Comunidade.

b) Planejar e coordenar a implantação e funcionalidade do Serviço de

orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal,

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Municipal, e Autárquico; das sociedades de Economia Mista

Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.

c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o

ao processo educativo global.

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e

habilidades do educando.

e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional

com vista à orientação vocacional.

f) Sistematizar o processo de intercambio das informações

necessárias ao conhecimento global do educando.

g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos,

encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem

assistência especial.

h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.

i) Ministrar disciplinas de Teoria e Pratica da Orientação Educacional,

satisfeitas as exigências da legislação especificas do ensino.

j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.

l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação

Educacional.

Art.9º - Compete, ainda, ao Orientador Educacional:

a) Participar no processo de identificação das características básicas

da comunidade;

b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;

c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;

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d) Participar na composição caracterização e acompanhamento de

turmas e grupos;

e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;

f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários;

g) Participar no processo de integração escola-familia-comunidade;

h) Realizar estudos e pesquisas na área da orientação Educacional.

Segundo Porto (2009: 64,65), o orientador educacional é – entre os

profissionais da escola – um dos que deve estar mais atento e mais capacitado

a reconhecer e a proporcionar momentos que facilitem o sentir, o pensar e o

fazer consciente, a fim de que possam ser, simultaneamente, sentir-se, pensar-

se e fazer-se.

Hoje, não mais por imposição legal, mas por plena consciência

profissional, o Pedagogo habilitado em Orientação Educacional tem seu

espaço próprio para desenvolver um trabalho pedagógico integrado,

Em vista disso, a Orientação Educacional busca meios para atingir um

objetivo, meios não excludentes, mas emancipatórios. Assim, reverte a função

do Orientador centrado nos aspectos político e social, assumindo um

compromisso com o momento histórico e com a formação dos cidadãos,

tornando o tema do trabalho do Orientador Educacional relevante e

interessante para ser estudado e pesquisado, devido à necessidade e

complexidade no mundo do trabalho.

A atuação da Orientação Educacional passa a ultrapassar o domínio

escolar, contribuindo com outras funções condizentes com a sua formação. O

Orientador tem a possibilidade de trabalhar temas atuais em empresas,

solicitados conforme necessidade dos demais funcionários, usando a

criatividade para a realização de encontros, seminários, debates, palestras e

comemorações.

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Neste contexto, o Orientador Educacional passa a ser um profissional

colaborador nas organizações, em departamentos de Recursos Humanos,

auxiliando na construção e na formação de homens mais críticos, conscientes

e participativos na sociedade, em que estabelecem relações através do seu

desempenho pessoal.

O Orientador Educacional atua como um educador, investigando e

colaborando conforme as necessidades do grupo. É um líder que reconhece e

aceita as diferenças entre as pessoas, consegue vê-las em sua totalidade,

tenta oferecer um ambiente estimulante e confiável, une os vários segmentos

de uma organização, resultando em produtividade, pois despertou a

cooperação e a comunicação a partir dos relacionamentos interpessoais.

De acordo com Grinspun (ibid) como mediador na escola o Orientador

Educacional passa a discutir, analisar, refletir com todos que atuam no

ambiente em especial nas questões de valores emoções e atitudes.

O decreto nº 72.846 de 26 de setembro de 1973 que regulamenta a lei

nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968, citada no capítulo anterior, provê sobre

o exercício da profissão de Orientador educacional, no seu art. 8º registra as

atribuições privativas do Orientador Educacional.Na alínea “c” desse artigo

diz:coordenar a orientação educacional vocacional do educando, incorporando-

o ao processo educativo global.Sendo assim cabe ao Orientador cuidar do

processo de Orientação Profissional dos educandos para que eles possam ter

subsídios que sirvam de plataforma para a escolha da carreira que desejam

seguir.A alínea “e” também reforça ainda mais essa atribuição quando diz:

coordenar o processo de informação educacional e profissional com vistas à

orientação vocacional. Ou seja, o Orientador Educacional deve propiciar as

condições necessárias no espaço escolar, visando levar os alunos ao

conhecimentos das diversas carreiras profissionais para que façam a opção por

aquela que tenha algum significado para eles.

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Gicaglia & Penteado diz que vale ressaltar que a realidade de cada

escola é única e por isso não entendemos as funções de um orientador como

um livro de receitas pronto, mas algo que é construído conforme as questões

que aparecem no dia-a-dia, que são colocadas como desafios diários para este

profissional.

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CONCLUSÃO

A importância do trabalho do Pedagogo habilitado em Orientação

Educacional estende-se ao contexto social, pois o indivíduo necessita

conhecer-se como um agente transformador de seu meio, buscando ser

realizado em seu trabalho, desencadeando em melhor produtividade e

interação social. Poderá elaborar projetos de melhoria individual e coletiva para

suprir expectativas, identificando a realidade, os anseios e as limitações da

comunidade escolar como um todo.

Há algo de fundamental no trabalho do orientador educacional hoje,

além do comprometimento com os problemas de ensino aprendizagem, é

preciso lutar para que a escola não perca a dimensão humana. Devemos

cada vez criar oportunidades para alunos, pais e professores discutirem

questões presentes no dia-a-dia, com isso conseguirem soluções sobre as

consequências para buscarem o caminho consciente nessa ou naquela

direção.

Enfim, a Orientação Educacional é de muita importância no contexto

escolar, dinamiza o fenômeno educacional, abrindo os olhos para a verificação

do cotidiano para, assim, orientá-los para a realidade social, como fenômeno

educativo que acontece além da escola, compreendendo o processo de

formação de vivência, onde a individualidade tem valor, a partir da cultura,

autoestima, valores e crenças.

Conforme GRINSPUN (2002), o trabalho do Orientador Educacional não

deveria ser reduzido apenas a diagnosticar os alunos com dificuldade de

aprendizagem, e sim refletir sobre soluções que minimizem o fracasso escolar.

E para tanto, a construção do Projeto Político Pedagógico se faz importante.

O papel de o Orientador estar muito mais relacionado a promover

reflexões na escola a respeito de seus alunos e professores, das suas

relações, dos problemas encontrados na escola e no seu entorno

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(comunidade), do currículo e dos objetivos encontrados no Projeto Pedagógico

que, muitas vezes, não são nem do conhecimento dos que dela participam.

Portanto, o orientador educacional tem um papel fundamental na busca

por novos olhares e fazeres para construção de um cotidiano escolar que

compreende vários aspectos procurando se envolver com a comunidade, tendo

em vista seus interesses e necessidades, deve trabalhar com um planejamento

participativo tendo em vista a transformação da escola e da sociedade para

que haja uma escola de qualidade é para que preciso que a parceria realmente

aconteça.

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BIBLIOGRAFIA

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6ª ed. São Paulo: Cengage Learming, 2010.

GRISPUN, Mírian P. S Zippin. A Orientação Educacional: conflitos de

paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2001.

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LÜCK, Heloísa. Ação integrada – Administração, Supervisão e orientação

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WWW.webartigos.com. Acesso em 28/06/2012

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - CULTURA ORGANIZACIONAL E O COTIDIANO ESCOLAR

1,1- A estrutura escolar como organização

1.2 - As influências da cultura organizacional

CAPÍTULO II - A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL: HISTORIA E SURGIMENTO

DA ORIENTAÇÃO NO BRASIL

2.1.- Breve histórico da Orientação Educacional

2.2.- A Orientação Educacional nos dias atuais

2.3 - A Orientação Educacional nos dias de hoje

CAPÍTULO III - A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A REALIDADE

3.1. - A Orientação Educacional e suas atribuições: teoria e a prática

3.2 - A Importância do Planejamento em Orientação Educacional

3.3 – O Orientador educacional frente à defasagem de aprendizagem

3.4- As multifunções e áreas de atuação do Orientador Educacional: o que nos

revela a prática na sociedade

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÍNDICE