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  • O ORAMENTO PBLICO COMO FERRAMENTA EFETIVA PARA A GESTO E CONTROLE FINANCEIRO DA ADMINISTRAO PBLICA: UMA A NALISE DA PERCEPO DOS GESTORES MUNICIPAIS DA MICRORREGIO D E SOUSA/PB

    RESUMO A contabilidade auxilia os gestores na anlise financeira e econmica das empresas. Quando se fala de recurso pblico, a responsabilidade e cuidado com o errio se tornam maior, por se tratar de recursos cujo gasto regido por leis especficas. Nesse contexto, o Oramento pblico visa regular a previso de receita e despesa fixada, a fim de se ter uma correta utilizao dos recursos da azienda pblica. O objetivo da presente pesquisa consistiu em analisar a percepo dos gestores municipais da Microrregio de Sousa/PB, em relao utilizao do Oramento pblico, no processo de gesto e controle financeiro. Para tanto, fez-se necessrio utilizar-se da pesquisa descritiva e explicativa, bem como da elaborao aplicao de um questionrio, junto a vereadores, prefeitos, secretrios municipais de finanas e tesoureiros. Contudo, analisando os resultados encontrados, percebe-se que o grau de entendimento dos gestores pblicos (prefeitos e vereadores), sobre os conhecimentos de Oramento pblico insuficiente, ficando evidente a necessidade de treinamento e aperfeioamento dos conhecimentos destes agentes pblicos, tendo em vista que os mesmos so responsveis pela fiscalizao da execuo oramentria. O que se observa ainda, que no dada a devida ateno ao processo oramentrio, uma vez que se constatou que no h uma ligao coerente com a eficcia da gesto pblica, ou mesmo com o controle financeiro, para solucionar problemas recentes ou previso para cenrios futuros. 1 INTRODUO

    A evoluo da Contabilidade pblica traz o tema oramento, como uma ferramenta de gesto, o qual se torna norteador dos passos gerenciais, no sentido de prever as receitas e fixar despesas, provocando na Administrao pblica, um roteiro de como proceder com os gastos pblicos, de maneira a trazer credibilidade ao desempenho das atividades pblicas.

    Kohama (2006), destaca que a Administrao pblica representa todo o aparelhamento do Estado, visando satisfao das necessidades coletivas. Matias e Campello (2000) defende que a Administrao pblica uma organizao, e no apenas um amplo conjunto de funes.

    Ainda de acordo com Kohama (2006) a Administrao pblica trata da administrao e gerncia dos servios pblicos, o que significa no s prestar servio e execut-lo, mas dirigir, governar e exercer a vontade da sociedade, com o objetivo de obter um resultado til. Presume-se, portanto, que a administrao pblica seja o instrumental que dispe o Estado, para colocar em prtica as aes polticas de Governo.

    Assim, para que a Administrao pblica tenha oportunidade de estabelecer um bom servio, todo o processo administrativo deve possuir regras, limites e descriminao de suas atividades. Sendo assim, o oramento pblico, possui a misso de organizar as atividades econmicas e financeiras do aparelho pblico, a fim de prever receitas e fixar despesas, visando o desenvolvimento da sociedade.

    Ante ao exposto, o presente estudo tem como problema de pesquisa: Qual a percepo dos gestores municipais da Microrregio de Sousa/PB, em relao utilizao do Oramento pblico no processo de gesto e controle financeiro?

    No intuito de responder a problemtica exposta,o presente trabalho objetivou analisar a percepo dos gestores municipais da Microrregio de Sousa, PB, em relao utilizao do oramento pblico no processo de controle financeiro.

  • 2 FUNDAMENTAO TERICA

    A partir da dcada de 80, a administrao do setor pblico passou a buscar novas formas, papis e culturas organizacionais. Ferlie et. al. (1999) afirmam que, como reestruturaes semelhantes foram feitas em diferentes unidades do servio pblico, tornou-se claro que um fenmeno organizacional estava surgindo, denominado Administrao pblica e que se centra na abordagem de prticas gerenciais, como forma de aumentar a produtividade e diminuir custos.

    A partir da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a administrao do setor pblico efetivamente inaugurou um novo estgio no Brasil, conforme trata Meirelles (2004, p. 80), ao abordar que os fins da Administrao pblica resumem num nico objetivo: o bem comum da coletividade administrada, por sua vez, cabe administrao pblica atender aos princpios de bem comum, consagrados no art. 37 e no prembulo da Constituio Federal de 1988 (CF/1988), e que preconiza assegurar o exerccio dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurana, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justia.

    A Administrao pblica, no desempenho de suas funes, utiliza-se de unidades administrativas e oramentrias. A unidade administrativa, para a qual so consignadas dotaes prprias, responsvel pelas aplicaes dos recursos financeiros e difere da unidade oramentria.

    Desse modo, permite-se a descentralizao da execuo do oramento, e de acordo com Machado Jr. e Reis (2003, p. 58), a unidade oramentria se torna "o centro de planejamento; elaborao oramentria; execuo oramentria; controle interno; custos e de resultados, econmicos ou no; informaes". Para Oliveira (2006, p. 29) aqui, a contabilidade, valendo-se do sistema de informaes integradas, pode elaborar, dentre outros, relatrios circunstanciais sobre o andamento da execuo dos programas das unidades administrativas e oramentrias.

    Contudo, cabe destacar que os instrumentos preconizados pela LRF, para o planejamento do gasto pblico, so os mesmos j adotados na CF/1988, reforando apenas o papel da atividade de planejamento e de execuo, bem como o controle da dvida pblica.

    Nesse contexto, a gesto financeira da Administrao pblica se estrutura na direo de obter o mximo de recursos financeiros para que seja possvel alcanar a sua poltica de bem-estar da sociedade. No que consiste avaliao do desempenho da Administrao Pblica, o resultado econmico apresenta-se como sendo um importante indicador, porm no o melhor (GIACOMONI, 2003).

    2.1 Princpios Aplicveis Administrao Pblica

    A expresso Administrao Pblica utilizada mais comumente em dois sentidos: em sentido subjetivo, formal ou orgnico, ela designa os entes que exercem a atividade administrativa, e compreende pessoas jurdicas, rgos e agentes pblicos incumbidos de exercer uma das funes em que se triparte a atividade estatal; e em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administrao pblica a prpria funo administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder executivo (DI PIETRO, 1997).

    Conforme preceitua Medauar (1998), os rgos da Administrao Pblica, nas realizaes de suas atividades que lhes competem, so regidos por normas que abrangem

  • preceitos gerais, direcionando o vasto campo de atuao dos rgos da administrao. Sobre esse assunto, Reale (1974) enfatiza que os princpios constituem as bases nas quais assentam institutos e normas jurdicas:

    Princpio da legalidade: a vontade da Administrao pblica decorre de lei, dominando e orientando a atividade estatal.

    Princpio da isonomia: observa-se a proibio de prticas de discriminao imotivada. Princpio da igualdade: proibio de encargos, sacrifcios ou benefcios desiguais. Princpio da moralidade: no basta apenas cumprir o que determina a lei, pois se deve

    seguir aos preceitos ticos de conduta. Princpio da publicidade: propicia a maior transparncia possvel sobre os atos e fatos

    realizados. Princpio da eficincia: orienta a atividade administrativa em consonncia com a

    primazia de sua qualidade. Princpio da impessoalidade: neutraliza a atividade administrativa, com o propsito de

    no beneficiar e nem prejudicar o interesse pblico.

    2.2 Aspectos Destacados da Contabilidade Pblica

    Para Kohama (2006, p. 46), a contabilidade pblica possuidora de caractersticas especiais, uma vez que representa o ramo da contabilidade que estuda, orienta, controla e demonstra a organizao e execuo da Fazenda Pblica; o patrimnio e suas variaes. Nesse nterim, Oliveira (2006, p. 64) comenta que:

    Aplicando as normas da escriturao contbil, a contabilidade pblica define-se como cincia dos registros dos atos e fatos administrativos da administrao pblica, apurando resultados em harmonia com as normas gerais de Direito Financeiro (Lei n 4.320/64).

    Segundo Lima e Castro (2003, p. 14), os objetivos da contabilidade pblica so:

    a) Registrar a previso das receitas e a fixao das despesas constantes dos Oramentos Pblicos anuais;

    b) Escriturar e efetuar o acompanhamento da execuo oramentria e financeira das receitas e despesas;

    c) Controlar as operaes de crdito, a dvida ativa e as obrigaes do ente pblico; d) Apresentar as variaes patrimoniais, ressaltando o valor do patrimnio; e) Fornecer dados sobre os entes pblicos Contabilidade Nacional (estatsticas

    econmicas do pas). f) Disponibilizar informaes que auxiliem a medir o desempenho de estruturas e

    programas de governo; Contudo, atravs da contabilidade que se registram os recursos encontrados pelo

    sistema contbil, devendo a mesma ser organizada de forma a respeitar os princpios, informaes e as caractersticas inerentes. Segundo Gaspar (1998, p. 47):

    A funo da contabilidade como instrumento de controle hoje unanimemente reconhecida. Um sistema de contabilidade que no esteja apoiado num eficiente controle interno , at certo ponto, intil uma vez que no possvel confiar nas informaes contidas nos seus relatrios.

    Para Lima e Castro (2003, p. 14), a contabilidade pblica :

  • O ramo da Contabilidade que tem por objetivo aplicar os conceitos, Princpios e Normas Contbeis na gesto oramentria, financeira e patrimonial dos rgos e Entidades da Administrao Pblica e, como ramo da Contabilidade, oferecer sociedade, de maneira transparente e acessvel, o conhecimento amplo sobre a gesto da coisa pblica.