Edvan Barbosa de Sena

O NOVO NASCIMENTOColeção

Defensores 1

MACEIÓ2010

ColeçãoDefensores

1

Edvan Barbosa de Sena

O NOVO NASCIMENTO

MACEIÓ2010

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................41 – OS PRESENTES OFERECIDOS AO MENINO JESUS........................................02 - OS PRESENTES DE JESUS PARA A HUMANIDADE.........................................03 – OS PRESENTES DESEJADOS PELA SOCIEDADE............................................04 – O QUE PODEMOS OFERECER A JESUS...........................................................05 – CONCLUSÃO........................................................................................................0

O novo nascimento – Edvan Barbosa de Sena - 3

“... Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar

a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” (João 3,4).

INTRODUÇÃO

1. Adeus, homem velho

O fim de um ano é mais uma página virada na história de cada ser humano. Quantos sonhos puderam ser conquistados, tantos não puderam ser realizados, quantas promessas de mudanças que não foram cumpridas e, tantos planos que foram almejados, mas ainda não se realizaram. Há uma continuação da mesmice de sempre... Quando há uma parada para refletir sobre as palavras e atos colocados em prática, começa-se a perceber que ainda há necessidade de mudar se, existe um desejo para se alcançar o céu. A pergunta que se escuta em algumas ocasiões: “Você deseja o céu?”, força a reflexão nesse sentido. Muitos responderiam “sim”. Mas o que se faz para alcançar a alegria eterna? Observa-se, na realidade, o fato de que o homem está buscando em si, uma felicidade vazia, colocando seu coração nos bens materiais, tais como: carro novo, roupa nova, enfim, preocupam-se mais com a vida material, deixando de lado sua vida espiritual. Mudar essa realidade é uma necessidade urgente, para poder virar a página da própria história, e assim, seja transformada num envolvimento poderoso com a experiência viva de Deus na sua existência. A sobriedade nas decisões fará diferença para quem deseja alcançar a eternidade junto de Deus. Para trilhar esse caminho, é importante vivenciar o perdão, o amor fraterno, a reconciliação, encontrando dessa forma, Deus nas pessoas. Esse é um segredo que sábios e inteligentes deixam de compreender. O despertar para uma nova vida, exige luta diária. Essa luta exige manutenção da chama viva do Espírito Santo no coração. Estar em pleno uso pela ação do Espírito Santo, indica um adeus ao

homem velho, com suas concupiscências e desejos. Diante do abraço do novo homem, inicia-se uma existência em santidade proporcionada pelo renascer na sabedoria de Deus.

2. Sonhos – passado, presente e futuro

Toda a nossa vida é repleta de ações para a concretização de algum projeto pessoal ou coletivo. Lutamos constantemente para a realização desse projeto. Às vezes, essa realização enfrenta poucos obstáculos, mas, na maioria dos projetos, os obstáculos encontrados são em grandes quantidades. De certa forma, esses obstáculos são bons na concretização de um projeto, porém, algumas pessoas, ao se depararem com eles desanimam-se com facilidade. O desânimo diante de uma dificuldade para realizar determinada ação, talvez seja natural, mas, não se deve permanecer nele, pois, as dificuldades para a realização de um projeto nos tornam mais fortes e capacitados para resolver problemas semelhantes. As dificuldades trazem consigo a esperança de alcançar o sucesso e a disposição de continuar trabalhando pela prosperidade de seu projeto. Um dos projetos mais em evidência na sociedade é a mudança de vida. No passado éramos de um jeito; hoje somos de outro jeito; no futuro seremos diferentes. Como éramos no passado? Como somos hoje? Como seremos no futuro? A questão é que, se no passado tivemos uma vida obscura, em trevas, sem amor e sem esperança, no presente precisamos pensar a respeito do nosso passado, propondo-se melhorar, para um futuro mais santo, nascer para uma espiritualidade sustentada na fé em Cristo Jesus. Renascer da água e do Espírito Santo.

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PODE UM HOMEM VELHO RENASCER?

Como poderá alguém renascer?

“O novo nascimento virá a partir do momento em que o penitente oferece seu coração a Jesus como um presente, como os três reis magos que ofereceram ao menino Jesus ouro, incenso e mirra.”

Capítulo 1 OS PRESENTES OFERECIDOS AO MENINO JESUS

1. O ouro da divina realeza

Quando os três reis magos ofereceram a Jesus o ouro, traziam com esse sinal a consideração de que Jesus seria o Rei dos reis, embora, eles talvez não tivessem plena consciência disso. Segundo as religiões cristãs Jesus, além de ser Rei dos reis, também é Senhor dos senhores. Não existe ninguém acima dEle. Todos os reis da Terra se obrigam a reverenciá-lo. Todos possuem o dever de ajolhar-se em sua presença e adorá-Lo. A Palavra de Deus diz: “Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, e toda língua confessará a Deus” (Romanos 14 11). Ao nos ajoelharmos em adoração a Jesus, o aclamamos Rei dos reis e nosso Rei também. Assim fizeram os reis magos, o adoraram oferecendo-lhes os presentes. Eles foram os primeiros reis que se ajoelharam na presença de Jesus em adoração. Com esse gesto, se cumpriu o que dele seria dito: “que todo joelho se dobre em sua presença...”.

2. O incenso do eterno sacerdócio

Jesus é o Sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque. Essa qualificação atribuída a Ele, se evidencia quando da apresentação do incenso como presente. O incenso é uma resina aromática que perfuma o sacrifício que se oferece a Deus. Esse trabalho é realizado por um

sacerdote. Assim acontecia no passado com os judeus, quando se sacrificava animais, os cordeiros perfeitos que deveriam ser oferecidos a Deus. Assim acontece na atualidade, na celebração da Missa Católica do dia-a-dia, quando percebemos isso com frequência. Os padres incensam o altar, os objetos sagrados e o povo, os quais fazem reverência diante da ação. O gesto de presentear a Jesus com incenso, indicava que o próprio Jesus seria o Sacerdote eterno que realizaria todas as ações de purificação e salvação da humanidade. Esse ato aconteceria através do anúncio do Reino de Deus, da cura dos enfermos, da expulsão dos demônios, da multiplicação dos pães e peixes, da ressurreição dos mortos, do perdão dos pecados e da oferenda do sacrifício pelo perdão de todos.

3. A mirra do sagrado sacrifício

A mirra é uma planta medicinal odorífera da família das Burseráceas, também é uma resina extraída dessa planta magricela. Esse presente oferecido a Jesus indicava duas coisas: Ele seria o Médico dos médicos, curaria muita gente através dos tempos; Ele seria mirrado, isto é, se tornaria tão magro e seco, que ninguém o reconheceria como dantes. Suas forças seriam tiradas pouco a pouco, consumindo-o, fazendo-o humilhar-se, desaparecer da sociedade como um Zé ninguém, definhar. Isso tudo aconteceu quando Jesus foi preso e tornou-se um detento judeu, dependente de suas decisões, os quais não queriam o seu bem, pelo contrário, queriam castigá-lo com a morte dos piores criminosos daquela cidade naquele tempo, uma vergonha para a sociedade. Esse castigo lhe foi imputado e, Ele sofreu os piores sofrimentos que um homem poderia sofrer. Sua face ficou deformada, irreconhecível. Sua pele se encontrava em carne viva, quase que totalmente rasgada pelos instrumentos de tortura. Seu corpo ficou fraco, em razão da tortura e da pesada cruz que carregou. Tal como está escrito: “Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum (Isaías 53, 3)”.

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“O coração é o melhor presente que se pode oferecer a

Jesus, pois é nele que Jesus deseja nascer e nele

crescendo, fazer a vida do cristão mudar e transforma-

la em exemplo de santidade.”

Capítulo 2OS PRESENTE DE JESUS PARA A HUMANIDADE

1. Sua vida

A vida de Jesus é muita valiosa. É a vida do Filho de Deus. Ela traz consigo a divindade do Criador. Sua essência não é igual à de um homem comum. Ela pode ser frágil como a de todos os homens, fisicamente, mas, é forte em santidade e testemunho vivo. Jamais os seres conseguiram dobrá-la. Reis, Sacerdotes, Doutores da Lei, Criminosos, soldados, demônios, tentaram fazer isso, mas, não conseguiram. Conseguiram arrancar sua estrutura física, porque Ele o quis, mas, não conseguiram extrair sua essência vital. Jesus é Deus por natureza. Sua vida vai além das aspirações humanas. Sua aspiração natural é ser santa. Ela não é comparável a qualquer modelo de santidade. Profetas, patriarcas, juízes, apóstolos, sacerdotes, doutores estão a baixo do modelo de vida de Jesus. Apesar dessa preciosidade vital, Jesus a desprezou, entregando sua própria vida em troca de vidas que não mereciam tal privilégio. Uma vida santa foi trocada por vidas pecadoras. Isso é um grande presente para a humanidade. Esse presente começou a tomar forma a partir do momento em que Jesus decidiu vir ao mundo, nascendo como um ser humano, para viver e morrer como ser humano. Essa morte se caracterizou como troca, tal qual o exemplo dado por Deus no passado de Abraão com seu filho Isaac, quando, tendo sido pedido por Deus, seu único filho como sacrifício, ele não se recusou, levou até o fim sua lealdade e fidelidade para com Deus. Mas, no momento certo, Deus não deixou que Abraão matasse seu único, fez uma troca, enviando uma ovelha para ser sacrificada em seu lugar. Um inocente animal foi sacrificado no lugar de Isaac. Tal como esse

acontecimento, Jesus fez: entregou sua inocente vida para ser sacrificada no lugar de uma humanidade indigna de tal sacrifício. Isso é um grande presente.

2. A salvação

A salvação eterna estava reservada para todos aqueles que eram santos. No tempo de Jesus, ser santo significava cumprir todos os mandamentos da Lei de Deus. Quem transgredisse um só dos mandamentos seria culpado pelo descumprimento de toda a Lei. Não era considerado um santo, mas, um mero transgressor das leis de Deus. Diante disso, a salvação destinada somente aos santos se apresentava de forma não acessa, em razão da contínua prática do pecado. Os judeus ofereciam sacrifícios, para poder se livrar dos pecados, mas, tão logo voltavam a pecar, como diz a Santa Palavra de Deus: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3,23)”, “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só (Romanos 3,12)”. Ao vir ao mundo, Jesus foi pondo um fim nesse critério de salvação. Para alcançar a salvação, não era mais necessário cumprir toda a Lei de Deus, mas somente a dois mandamentos: “amar a Deus sobre todas as coisas” e “amar ao próximo como a nós mesmos”, pois quem vivia pela Lei morria, como diz São Paulo, na Carta aos Coríntios: “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica (II Coríntios 3,6)”. Isso não quer dizer que Jesus aboliu a Lei de Deus, pelo contrário, a aperfeiçoou, radicalizando-a. Assim, a salvação, que antes parecia impossível, foi beneficiando a muitos que se esforçavam por alcançá-la, graças a Jesus, pelos seus ensinamentos, sua morte e envio do Espírito santo. Agora, pela virtude da obediência proporcionada pela ação do Espírito de Deus que, controla todo o nosso ser, pensar, falar, sentir e agir, podemos ter acesso ao coração do Pai e, como consequência a salvação oferecida por Ele, uma salvação participada no poder eterno de Jesus.

3. Seu próprio corpo

Jesus se preocupa muito com seu povo. Em razão de sua preocupação, fazia milagres extras, como por exemplo: cura, expulsão de demônios, ressurreição, entre outros. Um dos milagres que caracterizou a paternidade de Deus e o amor infinito de Jesus foi o milagre da multiplicação dos pães. Com três pães e dois peixes Jesus alimentou cinco mil pessoas, sem contar as mulheres e as crianças. Foi uma ceia realizada ao ar livre, onde todos se admiravam do feito e em razão da fome, muitos talvez se quer, se deu conta de que os pães e peixes que eles pegavam para saciar sua fome, vieram de uma quantidade insignificante, impossível para alimentar tanta gente. Semelhante milagre aconteceu em Cana da Galileia, quando numa festa de casamento faltou vinho e, Jesus, a pedido de sua mãe mandou encher as talhas de água e as transformou no melhor vinho daquela festa. A festa foi salva e, os noivos não passaram vergonha. Vemos aí, o milagre do pão e do vinho: comida sólida e bebida, pão e vinho. Na última ceia, quando estava bem próximo a sua condenação e morte, Jesus celebrando disse: “Tomai e comei isto é meu corpo será derramado por vós” como nos fala sua Santa Palavra: “E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: tomai, comei, isto é o meu corpo (Mateus 26,26)”, “E, comendo eles, tomou Jesus pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lho, e disse: tomai, comei, isto é meu corpo (Marcos 14,22)”, “E, tendo dado graças, o, partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim (I Coríntios 11,24)”. Essa ação de Jesus, diante dos discípulos instituía a Eucaristia, Ela seria então, o próprio Corpo de Cristo, que seria entregue pela salvação de todos. Todo aquele que comesse desse corpo teria parte com Jesus. Quem não comesse desse corpo não teria parte com Ele. Aquele alimento era a última ceia realizada com os discípulos mas, a partir daquele momento, ela seria celebrada em todo o mundo em memória de Jesus. Jesus transformou o pão no seu próprio corpo e o vinho no seu próprio sangue. Essa ceia tomou melhor sentido, quando diante do julgamento injusto praticado por seus acusadores, foi condenado e morto numa cruz. Ele estava ali, dependurado numa cruz, concretizando o que tinha celebrado na última ceia. Jesus, o pão que alimentava, e que todos deveriam comer para ter parte com Ele e beber para poder participar de sua vida, cordeiro imolado como sacrifício de penitência pelos pecados de toda a humanidade, estava morrendo numa cruz, um cordeiro perfeito, sem mancha, sem pecado, sem defeito, estava sendo oferecido a Deus, não

queimado em brasas como faziam os judeus com seus animais mas, queimado no fogo sagrado de Deus, no seu sofrimento, dor e angústia. Ele entregou seu próprio corpo, sua própria vida como presente de vida para aqueles que aguardavam a morte eterna.

3. Sua mãe

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória,

como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1,14).”

Este verso bíblico nos deixa claro a respeito da natureza divina de

Jesus. Quando falamos de Verbo, nos referimos a ação ou fenômeno da natureza. Jesus não é fenômeno da natureza. Quem assim o considera descrer na sua existência e poder, pois se assim expressar considerará Jesus como uma força, energia cósmica, o que Ele não é. Ele é uma pessoa, não uma pessoa comum. Ele é Deus. Logo, existiu desde o princípio. É o Criador do céu e da Terra e tudo que existe. Sua divindade e poder não é individualista, relegada a sua própria pessoa. Seu poder e divindade é comungada, partilhada com outros de mesma natureza, seu Pai e seu Espírito. Portanto, ao se falar de Deus, nos referimos as três pessoas da Santíssima trindade:Pai, Filho e Espírito Santo. Eles são comuns no amor, no poder, na onipotência, na onisciência, na onipresença. Esse mesmo Deus, três pessoas distintas, iguais em poder, porém trino em divindade, tem se revelado ao seu povo. Essa revelação aconteceu de diversas maneiras, como está escrito: " Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação(Efésios 1:17)".

Essa revelações possuíam um só objetivo, a salvação da humanidade. Aquele que criou o universo e a Terra, tendo sido também responsável pela criação do ser humano, não quer que esse ser se perca. Por isso, Ele tem um projeto para a salvação desse ser. Esse projeto, foi bem elaborado e, é colocado em prática na liberdade de cada um. Apesar de sermos como barro nas mãos do oleiro, Deus nos deixou livres para decidirmos o que queremos e o que devemos fazer. Nessa liberdade, nosso Deus escolheu pessoas para consagrá-las e santificá-las no seu serviço, uma dessas pessoas é aquela de quem diz a palavra na profecia: "Sessenta são as

rainhas, e oitenta as concubinas, e as virgens sem número. Porém uma é a minha pomba, a minha imaculada, a única de sua mãe, e a mais querida daquela que a deu à luz; viram-na as filhas e chamaram-na bem-aventurada, as rainhas e as concubinas louvaram-na. Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, terrível como um exército com bandeiras? (Cântico dos Cânticos 6, 8-10)"

Essa Mulher, a Imaculada Mãe de Deus, foi escolhida para participar da encarnação do Verbo. Ele quis habitar no meio de nós mas, faria isso como um ser humano, morando nove meses no ventre de uma Mulher, nascendo como um simples mortal e, como um mortal vivendo e morrendo. A escolha da Mulher para realizar esse projeto de Salvação aconteceu de forma cuidadosa, preparando-a para esse fim. Assim, Deus preparou em santidade uma mulher e um homem para participarem nesse projeto, os quais tiveram uma filha, aquela que deveria ser a escolhida de Deus para carregar no seu ventre o próprio criador.

O Unigênito do Pai nasceu de uma virgem, como diz as Escrituras Sagradas em Isaías, capítulo 7, versículo 14: "Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco." Essa Virgem fora escolhida por Deus para ser a Mãe do Salvador. Essa escolha aconteceu antes de seu nascimento. Ela fora escolhida e preparada para receber Deus em seu ventre.

Ela não é uma mulher qualquer. É a escolhida para se tornar aquela que deveria ser envolvida pela "sombra do Altíssimo" e, conceber na sua virgindade. Aquele que é glorioso, cheio de graça e de verdade se formou em carne humana no ventre de um ser que não é Deus. Esse ser deu a luz ao seu próprio Deus. Cuidou dele, educou-o na fé, protegeu-o e o alimentou.

Maria, escolhida para ser a Mãe do Salvador, cumpriu seu papel de mãe até o fim da vida de seu filho e se estendeu por mais além. Essa maternidade de Maria, foi e é uma extraordinária missão concedida aquela que fora escolhida para exercer com eficacio sentimento materno o exercício de uma verdadeira mãe. De tal forma essa missão tomou efeito que o canal de passagem de Deus para o mundo, recebeu uma graça de ser a "cheia de graça", e de "verdade".

O plano de Deus é completo. Ele planejou que o seu próprio Filho nascesse de uma virgem, logo essa virgem estava incluída diretamente no seu plano de salvação para a humanidade. Maria deveria cuidar para que a

criança Deus se fizesse segura em toda sua existência para que se tornasse homem, capaz de exercer sua missão. A missão de Jesus exigia a participação daquela que aceitou ser sua Mãe.

Além de ser Mãe de Jesus, Maria deveria ser a Mãe de todos aqueles que cressem no seu Filho. Ela se tornou co-redentora da humanidade. Isso aconteceu diante da cruz, quando nos últimos momentos de vida Ele a entregou como nossa Mãe e nós como seus filhos, como diz as Escrituras: " Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa (João 19,26-27)." Este foi um momento sublime em que Jesus nos entregou Maria como nossa Mãe.

A princípio, Maria exerceu seu ministério materno para com os discípulos que sofriam a aparente perda de seu Mestre. Eles haviam esquecido das revelações acerca de sua morte e ressurreição. Maria, pelo contrário, tinha plena certeza que a ressurreição de seu Filho aconteceria. Apesar de tudo, ela não falava muito a respeito, respeitava a posição da mulher naquela época e naquele país, quando ela não deveria tomar parte nas conversas dos homens mas, mesmo assim, com o respeito devido, encorajava os discípulos de Cristo a permanecerem na fé. Isso aconteceu até mesmo depois que Jesus ressuscitou e quando subiu ao céu. A Igreja era perseguida, especial os apóstolos que por Jesus receberam a missão de cuidar de sua Igreja. Diante dessa perseguição, Maria encorajou seus filhos espirituais, cuidando de sua fé, de seus passos, de suas decisões.

5. Sua Igreja