o novo distrito federal

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TERÇA-FEIRA 6 de dezembro de 2011 R$ 1,00 www.clicabrasilia.com.br Exemplar de assinante Assinaturas: 0800-612221 Ano 40 Temperatura de 18°C a 26°C O novo mapa do DF Governo e brasilienses discutem mudanças e até a criação de regiões administrativas. Saiba como sua cidade pode ficar. Cidades, páginas 8 e 9 V V e e l l o o z z e e s s e e i i r r r r e e g g u u l l a a r r e e s s Cerca de 28% da frota do DF não tem o Licenciamento 2011. São 360 mil veículos de um total de aproximadamente 1,3 milhão. Enquanto isso, fiscalização no Eixão é intensificada: oito pessoas perderam a vida na via este ano. Cidades, página 12 Licitação? Para quê? Só no Detran, contratos emer- genciais, entre janeiro e novem- bro, chegam a R$ 33,5 milhões. Política & Poder, página 21 Malha fina pega 28 mil brasilienses Economia, página 27 Santo de casa fez milagre Eliminado do Bola de Ouro da Fifa, Neymar foi eleito o craque do Bra- sileirão pela CBF. Cariocas dominaram a votação. Torcida, páginas 42 e 43 Focos de Aedes aegypti em dobro deixam Brasília em estado de alerta Cidades, páginas 4 e 5 Concurso aberto: R$ 5.485,24 Economia, página 28 Nº 13.065 PAULA CARVALHO BRUNO POLETTI/FRAME/AE

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Foi na Conferência Extraordinária das Cidades que a população votou propostas de políticas públicas que deverão interferir diretamente no modo de vida e no traçado da capital federal.

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Page 1: O novo Distrito Federal

TERÇA-FEIRA 6 de dezembro de 2011

R$ 1,00www.clicabrasilia.com.br Exemplar de assinante

Assinaturas: 0800-612221

Ano 40

Temperaturade 18°C a 26°C

O novo mapa do DFGoverno e brasilienses discutem mudanças e até a criação de regiõesadministrativas. Saiba como sua cidade pode ficar. Cidades, páginas 8 e 9

VVVVeeeelllloooozzzzeeeessss eeeeiiiirrrrrrrreeeegggguuuullllaaaarrrreeeessssCerca de 28% da frota do DF não tem o Licenciamento 2011. São 360 mil veículos de um total de aproximadamente 1,3 milhão.Enquanto isso, fiscalização no Eixão é intensificada: oito pessoas perderam a vida na via este ano. Cidades, página 12

Licitação?Para quê?

Só no Detran, contratos emer-genciais, entre janeiro e novem-bro, chegam a R$ 33,5 milhões.Política & Poder, página 21

Malha fina pega28 mil brasilienses

Economia, página 27

Santo de casafez milagre

Eliminado do Bola de Ouro da Fifa,Neymar foi eleito o craque do Bra-sileirão pela CBF. Cariocas dominarama votação. Torcida, páginas 42 e 43

Focos de Aedes aegypti em dobro deixam Brasília em estado de alertaCidades, páginas 4 e 5

Concurso aberto:R$ 5.485,24

Economia, página 28

Nº 13.065

PAULA CARVALHO

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Page 2: O novo Distrito Federal

8 Segunda-feira, 5 de dezembro de 2011CIDADES Jornal de Brasília

Onde antes terialugar para dezapartamentos,seriam 15 ou 20.Isso estáprevisto emcidades comoGama, Ceilândiae Sobradinho.

DESENVOLVIMENTO URBANO

Para qual sentido

l Uso do espaço diante do aumento populacional é tema da Conferência Distrital das Cidades

! Bruna Sensêveb r u n a . s e n s eve @ j o r n a l d e b ra s i l i a . c o m . b r

O adensamento populacional ea verticalização habitacionalsão dois conceitos urbanís-

ticos que o brasiliense tira do papel ecomeça a vivenciar na pele. As duasideias estão previstas nas legislaçõesem elaboração como uma forma deconter a ocupação horizontal irre-gular e preservar o pouco que restados recursos naturais do DistritoFederal. Seria essa a melhor solução?A Conferência Distrital das CidadesExtraordinária, que acontecerá em 9,10 e 11 de dezembro, abre espaçopara que a população debata e in-terfira nesse processo.

O Jornal de Brasília inicia hoje

uma série de matérias que podemajudar a sociedade a discutir os prin-cipais temas em debate na Con-ferência. Entre eles, a maneira comoas cidades deverão crescer, seus li-mites naturais e suas necessidadessocioeconômicas para esse adensa-mento. A atualização do Plano Di-retor de Ordenamento Territorial(PDOT) enviada este ano à CâmaraLegislativa prevê oferta de novasáreas e regulariza os parcelamentosilegalmente ocupados por morado-res de baixa a alta renda.

O Guará é uma das regiões ad-ministrativas mais impactadas poressa oferta, com oito novas áreas. SãoSebastião e Samambaia terão três,assim como o Lago Norte terá maisduas. Gama, Taguatinga, Sobradi-

nho, Lago Sul, Ceilândia, Recantodas Emas, Santa Maria e Brasíliacontarão, cada uma, com a oferta demais uma área urbana habitacional.

NÚCLEOSEntre as ofertas é importante

salientar as propostas de adensa-mento dos núcleos urbanos de Ta-guatinga, Ceilândia, Sobradinho eGama, por meio das ocupações deáreas intersticiais urbanas, ou seja,dos becos residenciais. Em Tagua-tinga e Sobradinho, onde se prevêmédia densidade, os índices serãosuperiores a 50 habitantes, e até 150,por hectare. Em Ceilândia e no Ga-ma, os índices corresponderão à altadensidade, portanto, superiores a150 habitantes por hectare.

A análise é da arquiteta HimaAmaral, que também reforça a aten-ção ao aumento dos coeficientes deaproveitamento, ou seja, quanto po-de ser utilizado dos lotes. Esse au-mento resulta no aumento da den-sidade populacional. Onde antes te-ria lugar para dez apartamentos,seriam 15 ou 20, pois aumenta olimite de área construída. Isso estáprevisto em cidades como Gama,Sobradinho, Guará e Ceilândia.

Ela chama atenção para um con-ceito urbanístico chamado EscalaHumana. “Diz respeito ao dimen-sionamento das edificações. Se elanos é confortável ou nos faz sentiresmagados. Precisamos de algo queo ser humano utiliza de forma con-fortável”, detalha.

vamos crescer?

Fique por dentro

No próximo fim de semana,

chega a reta final da

Conferência Distrital das

Cidades Extraordinária. Nela,

serão discutidos assuntos

importantes para o

planejamento territorial de

todo o Distrito Federal.

Decisões que deverão atingir

diretamente o residente e

comerciante brasiliense. Para

entender melhor os termos

utilizados e os temas em

discussão, o Jornal de Brasília

preparou um glossário com as

principais legislações e termos

da política habitacional.

Q Lei Orgânica do Distrito Federal –

Pode ser definida como a Constituição

do Distrito Federal, que estabelece desde

a organização dos poderes constituídos

no DF à política urbana e rural, além da

organização administrativa, atividades

econômicas e diretrizes sociais. Misto de

lei municipal e constituição estadual,

elaborada em 8 de junho de 1993.

Q PDOT – O Plano Diretor de

Ordenamento Territorial é

o instrumento básico da política

territorial e de orientação aos agentes

públicos e privados que atuam na

produção e gestão das localidades

urbanas, de expansão urbana e rural do

território do Distrito Federal. Ele deve

abranger todo o espaço físico do Distrito

Federal e regular, basicamente, a

localização dos assentamentos humanos

e das atividades econômicas e sociais da

população. O plano foi atualizado este

ano, a pedido do Ministério Público do

Distrito Federal e Territórios (MPDFT),

enviado à Câmara Legislativa e deverá

ser votado no ano que vem.

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Q LUOS – A Lei de Ocupação e Uso do

Solo estabelece os parâmetros e

diretrizes urbanísticas de uso e ocupação

do solo. Ou seja, constitui um dos

instrumentos urbanísticos que deverá

regular as categorias de usos e as

formas de ocupação dos lotes: como e o

quanto pode ser construído dentro de

cada lote – altura, afastamento e

tamanho da edificação. Terá vigência em

todo o território do Distrito Federal, com

exceção do quadrilátero tombado.

Também deverá substituir os PDLs de

todas as cidades. Ainda está em fase de

elaboração e deverá chegar à Câmara

Legislativa em maio de 2012.

Q PPCUB – O Plano de Preservação do

Conjunto Urbanístico de Brasília é

equivalente à Lei de Uso e Ocupação do

Solo, mas tem vigência apenas no

quadrilátero tombado do Distrito

Federal. Esse quadrilátero compreende

os limites do Plano Piloto,

Candangolândia, Cruzeiro, Sudoeste e

Octogonal. A lei está em elaboração e

ainda terá a última audiência para

apresentação da minuta do projeto de

lei.

Q PDL – O Plano Diretor Local é o

instrumento básico da política de

desenvolvimento das regiões

administrativas. A finalidade é orientar a

atuação do poder público e da iniciativa

privada na construção dos espaços

urbano e rural na oferta dos serviços

públicos essenciais, visando assegurar

melhores condições de vida para a

população. Atualmente, apenas sete

regiões administrativas possuem esse

plano: Gama, Taguatinga, Sobradinho,

Ceilândia, Guará, Samambaia e

Candangolândia. Eles serão extintos

assim que a LUOS for aprovada.

Q ZEE – O Zoneamento

Ecológico-Econômico é um instrumento

de gestão territorial que tem por

finalidade propiciar um diagnóstico

preciso sobre o meio físico-biótico,

socioeconômico e sobre sua organização

institucional e oferecer, ainda, diretrizes

de ação, as quais deverão refletir os

diferentes interesses dos cidadãos.

Deverá subsidiar e orientar a formulação

de políticas de planejamento, ordenação

e gerenciamento do território, voltadas

para a conciliação do desenvolvimento e

crescimento econômico e social com a

melhoria da qualidade de vida da

população e redução de perdas e danos

ao patrimônio natural e cultural.

Page 3: O novo Distrito Federal

9Segunda-feira, 5 de dezembro de 2011 CIDADESJornal de Brasília

Expansão sem complexidadeOs problemas decorrentes dessa

verticalização e adensamento popu-lacional levantam questões estrutu-rais. O professor Frederico Flósculo,da Faculdade de Arquitetura e Ur-banismo da Universidade de Brasília(UnB), aponta o abastecimento deágua, energia e o pleno tratamentodo esgoto produzido por essa po-pulação em expansão.

“Águas Claras começou com 12andares, subiu até chegar a 34 an-dares e agora está entre 30 ou 28.Qualquer coisa acima de 20 é muitopara Águas Claras. A cidade não foiplanejada para receber os carros,os prédios, a população”, exem-plifica Flósculo. Ele compara a

situação vivida por Brasília àquelade uma pessoa obesa, com excessode gordura, acúmulo de energiaque não é trabalhada.

INCHAÇO“Brasília está adquirindo cada

vez mais mercadoria imobiliáriaque não corresponde à atividadeeconômica nenhuma. São Paulo égigante, porque São Paulo é umgigante econômico, com indús-trias, serviços, maturidade, com-plexidade. Brasília não tem com-plexidade. Brasília é ainda o ser-viço público federal e um colarimenso de serviços de apoio a ele.Ela não tem sustentabilidade ain-

da. Então deve-se criar mais áreasde moradia? Não. Isso vai ser o fimde Brasília”, analisa.

Ele lembra da necessidade deconfecção do Zoneamento Ecologi-coeconômico (ZEE) previsto na LeiOrgânica do Distrito Federal, masque nunca foi produzido. “É com-parado ao registro civil de seu filho.Deveria ser pressuposto de qual-quer plano urbano. Precisamos deum estudo de ambiente que mos-tre os limites ecológicos, graus desensibilidade, lençóis freáticos eáreas para construção. Brasília nãotem. O ZEE vem sendo empurradohá 16 anos e vai fazer 17 ano quevem”, debate o arquiteto.

PAULA CARVALHO

Frederico Flósculo ressalta sobre as questões estruturais básicas

Planejamento é desafioO secretário-adjunto de Habi-

tação, Regularização e Desenvolvi-mento Urbano do Distrito Federal(Sedhab), Rafael Oliveira, concordaque o ZEE deveria ser preparadoantes das outras legislações, masafirma que ainda não foi possívelfinalizar sua elaboração. “Na rea-lidade, o ZEE deveria ser anterior aoPDOT. São as escolhas de Sofia.Estamos vivendo num mundo quenão é o ideal, mas o real, que estáacontecendo. Em um mundo ideal,dois anos depois da Lei Orgânica oZEE deveria estar pronto. O ZEE

continua em desenvolvimento e es-tará compatível com o PDOT, aLUOS e o PPCUB”, garante.

Ele afirma que não haverá con-tradições entre essas legislações. Des-de já seria analisado o que é passívelde reversão e o que é preciso reverterpara poder, do ponto de vista am-biental, garantir a sustentabilidade doDF. A elaboração, segundo o se-cretário-adjunto, deverá ser finaliza-da junto ao cronograma de elabo-ração da – Lei de Uso e Ocupação doSolo, na segunda quinzena de maio.

O tipo de adensamento e como

ele poderá ser feito estão entre osprincipais pontos dos debates pro-movidos pela Conferência das Ci-dades. Deverão entrar na discussão oque deverá vir junto a esse aden-samento. “Quais são os serviços pú-blicos e as melhorias de infraes-trutura que precisam ser promovidaspara que seja possível um cresci-mento que garanta a qualidade devida. Não adianta construir edifíciose não ter melhoria do sistema viário,nem capacidade de suporte da con-cessionária da rede de esgoto dee n e rg i a ”, define.Para Rafael Oliveira, crescimento deve garantir a qualidade de vida

Q EIV – O Estudo de Impacto de Vizinhança é um instrumento de gestão urbana que abre inúmeras possibilidades de assegurar ou incrementar a qualidade de vida de toda a população. Mais especificamente, os empreendimentos a serem implementados, a partir da edição da lei, deverão obedecer essa legislação que assegura a qualidade de vida das populações residentes e usuárias do entorno dos empreendimentos.

Q PLANDHIS – O Plano Distrital de Habitação de Interesse Social deverá definir quem faz parte da população de interesse social que vive em situação de moradia precária. Também fará um planejamento para aqueles incluídos no programa habitacional de interesse social. Envolverá a percepção da realidade dessa parcela da população, qual a situação atual e a ideal, quais recursos e estratégias poderão ser utilizados.

Q SISPLAN – O Sistema de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal é um instrumento de democratização da gestão urbana, com representação tanto do governo como de diversos segmentos da sociedade civil. É nesse ambiente em que órgãos e colegiados institucionais interagem no processo de planejamento e gestão do desenvolvimento do DF. A partir dele, a população terá acesso mais facilitado a participar ativamente do processo decisório sobre a política habitacional.

Q Adensamento populacional – É o aumento da densidade demográfica de um espaço em particular, o aumento do aglomerado populacional de uma região. Pode se dar de várias formas, uma delas sendo a verticalização das edificações, que possibilita a multiplicação da área do lote proporcionalmente ao número de andares.

Q Conplan – O Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal é um órgão auxiliar do governo na formulação, acompanhamento, aprovação e atualização das diretrizes e dos instrumentos de implementação da política territorial e urbana. É formado pelo poder público e sociedade civil.

Q Verticalização - É um processo urbanístico que ocorre em metrópoles e consiste na construção de grandes e inúmeros edifícios. Em algumas cidades, a verticalização pode ser notada por um projeto urbanístico, ou planejamento urbano, que muitas vezes auxilia na organização da cidade. Em outras, a verticalização retardadamente não ocorre acentuadamente em toda sua estrutura urbana, e sim em pontos característicos, como seria o caso da região central do Plano Piloto.

Q UPT – As Unidades de Planejamento Territorial são sete macrodivisões territoriais que englobam diversas cidades em uma só unidade. O objetivo é proporcionar discussões de temas que atingem não só o planejamento local da cidade, mas sua interação com as regiões vizinhas.

Q UPT Norte – Planaltina, Sobradinho I e Sobradinho II.

Q UPT Sul – Gama, Recanto das Emas, Riacho Fundo II e Santa Maria.

Q UPT Oeste – Brazlândia, Ceilândia, Samambaia e Taguatinga.

Q UPT Leste – Itapoã, Jardim Botânico, Paranoá e São Sebastião.

Q UPT Central Adjacente I – Lago Norte, Lago Sul, Park Way e Varjão.

Q UPT Central Adjacente II – Águas Claras, Guará, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I, Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA), Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e Vicente Pires.

Q UPT Central – Brasília, Candangolândia, Cruzeiro e Sudoeste/Octogonal.

Q Poligonal – São os limites territoriais legais de uma determinada região.

INFO JBr/Cícero

Page 4: O novo Distrito Federal

8 Terça-feira, 6 de dezembro de 2011CIDADES Jornal de Brasília

Entre os assuntos mais debatidos na Conferência Distrital das Cidades Extraordinária está a

definição das poligonais do DF. A proposta da Sedhab é tornar essa limitação mais

administrativa que política.

As regiões administrativas perderiam seus nomes e começariam a responder pelos números.

As cidades, no entanto, continuariam com os mesmos nomes e não haverá qualquer

mudança de endereçamento.

Veja abaixo a proposta da Sedhab para mudanças. Essa proposta é colocada junto às

propostas apresentadas pela comunidade durante os fóruns e está passível de mudanças

ainda na Conferência das Cidades e depois, antes da implementação final.

As áreas abaixo discriminadas podem sofrer alterações futuras.

POLIGONAIS

Águas Claras - RA XX

Estabelecimento do limite oeste,

seguindo o mesmo pelos canteiros

centrais do Pistão Sul, da EPNB

até EPTG. Os limites norte, leste e

sul, ficam conforme a proposta

apresentada pela Sedhab.

Guará - RA X

A primeira proposta de poligonal

retira a Colônia Agrícola Vicente

Pires. Já a segunda proposta inclui

CEB e CAESB.

Os participantes pediram ainda a

definição e publicação da poligonal

do Parque do Guará e da Reserva

do Guará.

Núcleo Bandeirante - RA VIII

A 1ª proposta pede a incorporação

da Placa das Mercedes até o

Ribeirão Riacho Fundo e a Ferrovia

; da área da TASA e, na porção

noroeste, incorporando o Lar dos

Velhinhos até a antiga Estação

Ferroviária . A 2ª proposta é

retornar ao limite da 8ª região,

constante dos limites das 19

regiões administrativas do DF.

Riacho Fundo - RA XVII

Em todas as propostas foi

proposto que a região de Placa das

Mercedes fosse incorporada de

formas diferentes.

SCIA - RA XXV

Criação da Poligonal da RA XXV

com limite da DF-095 ao sul, o

limite da DF-097 a leste, ao norte

com a DF-097 e o limite oeste até

a DF-001 (BR-251).

SIA - RA XXIX

A proposta apresentada pela

população busca a extensão do

limite da EPGU, englobando o

ParkShopping.

Vicente Pires - RA XXX

A primeira proposta de poligonal

busca o limite com o Pistão Norte,

no Taguapark. A segunda proposta

trata da Colônia Agrícola Vicente

Pires /EPTG, o limite seria pela Rua

02 ou pelo Córrego Samambaia. A

terceira proposta coloca como

limite a Jóquei Clube Via.

Gama - RA II

A população acorda a continuação dos limites

sul, oeste e norte, ampliando a leste até o

Córrego Monjolo. Outra proposta quer a

ampliação da área do Condomínio Paraíso,

contemplando os conjuntos K, L, M, N e O, no

PDOT. Redefinição também da poligonal da

Reserva Ecológica do Gama .

Recanto das Emas - XV

Proposta de criação de RA Água Quente e

definição da Poligonal do Parque Ecológico e

Vivencial do Recanto das Emas, cercamento e

sua implementação.

Riacho Fundo II - RA XXI

A primeira poligonal está delimitada pela

margem direita da via de terra da Granja

Modelo até o Riacho Fundo; deste ponto segue

até a confluência com o Córrego Açudinho;

deste segue a jusante do córrego até a

confluência com o Córrego Ipê Coqueiro; deste

segue a montante até o limite da antiga

chácara 54 do CAUB I até o eixo da via da DF-

065; deste ponto, segue pelo eixo da via

sentido sudoeste até a interseção com a

DF-001, seguindo até o ponto inicial. A

segunda sugestão segue igual a primeira mas

propõe que os limites sigam a montante até a

interseção com o Córrego Capão Preta; deste,

segue a jusante até a interseção com o

Córrego Ipê Coqueiros, em diante.

Santa Maria - RA XIII

Foram duas propostas para poligonais

sugeridas pelos delegados. A primeira visa a

manutenção da poligonal original,

incorporando a vila DVO e o Parque do Gama.

A segunda quer a manutenção da poligonal

original, incorporando a vila DVO e o Parque

do Gama e incorporação na porção nordeste

da área delimitada pela Vicinal 361 até a

DF-480 e desta até a DF-001 até o limite da

poligonal anterior.

UPT Central Adjacente II

Guará, Riacho Fundo, Águas Claras, SCIA, Núcleo Bandeirante, Vicente

Pires e SIA

UPT Sul

Gama, Santa Maria, Riacho Fundo II e Recanto das Emas

CONFERÊNCIA DAS CIDADES

Chance para redefinir o

mapa do DFl Encontro fixarálimitação das poligonais,incorporação de áreasrurais e criação de RAs

! Bruna Sensêvebruna .senseve@jornaldebrasilia .com.br

AConferência Distrital das Ci-dades Extraordinária traz aoportunidade de rediscutir e

redefinir o mapa do Distrito Fe-deral. No próximo fim de semana,as propostas enviadas pela comu-nidade de delegados eleitos emcada região administrativa, assimcomo a proposta elaborada pelaSecretaria de Regularização, Ha-bitação e Desenvolvimento Urba-no (Sedhab), deverão ser anali-sadas e discutidas pela sociedadecivil e órgãos estatais. As mudan-ças sugeridas variam da incorpo-ração de áreas rurais, readequaçãode limites e até a criação de novas

regiões administrativas.De acordo com o secretário ad-

junto da Sedhab, Rafael Oliveira, oprocesso de limitação das poligonaisnão será finalizado com a Con-ferência, promovida de 9 a 11 destemês. “Continuaremos com o projetodas poligonais. Ainda não é o final,é o momento de consulta mais am-pla à sociedade para o desenvol-vimento desses produtos, que con-tinuará num momento seguinte.”

A Sedhab divulgou uma pro-posta de poligonais feita por seucorpo técnico, sob a supervisão doscargos de gestão. “Acreditamos queessa divisão deverá ser mais técnicaque necessariamente política. Es-tamos falando da melhoria da ca-pacidade de gestão do governo na

oferta de serviços públicos” jus -tifica Rafael.

Segundo ele, a região admi-nistrativa não deverá estar dire-tamente ligada com a Lei de Uso eOcupação do Solo (LUOS) e asdiretrizes de desenvolvimento dedeterminada região. O objetivo éregulamentar e racionalizar a ofertade serviços públicos. Essa divisãoorienta, por exemplo, toda a basede dados e informações sociais eeconômicas do Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE).

INDEFINIÇÕESO Distrito Federal enfrentou

vários problemas com o registro damalha censitária, no ano passado,porque suas 30 regiões adminis-

trativas não são reconhecidas peloInstituto, apenas as primeiras 19.Isso porque as fronteiras das re-giões restantes não foram apro-vadas pela Câmara Legislativa doDF. Essa indefinição faz com quealgumas regiões corram o risco denão ter informações estatísticasapuradas que servem como ba-lizadoras e indicadores de políticaspúblicas.

No entanto, são muitos os con-flitos para a definição dessas áreas.Alguns administradores e líderescomunitários chegam a argumen-tar que certas mudanças, propostaspela Sedhab ou outras adminis-trações, poderiam acarretar na re-dução de arrecadação para sua re-gião. No entanto, Rafael Oliveira

garante que a distribuição de re-cursos do planejamento orçamen-tário do governo não segue a di-nâmica da divisão de recursos porarrecadação de cidade.

“Tudo é centralizado no Te-souro do DF. O planejamento or-çamentário segue o Plano Pluria-nual (PPA) do governo que, por suavez, segue o que os indicadoresapontam como necessidade de cadacidade”, explica. A partir do que foiproposto nas reuniões, um projetode lei complementar será encami-nhado à Câmara Legislativa no pri-meiro semestre de 2012, como umamédia da visão técnica da Sedhab,da visão política e social da cidade etambém do que os deputadosacham coerente.

Page 5: O novo Distrito Federal

9Terça-feira, 6 de dezembro de 2011 CIDADESJornal de Brasília

UPT Central

Brasilia, Cruzeiro, Sudoeste/Octogonal e Candangolândia

Brasília - RA I

Definição das poligonais dos parques, em especial a implementação imediata do Parque Burle Marx.

Cruzeiro - RA XI

Foi sugeriada a manutenção dos limites da poligonal atual.

Sudoeste/Octogonal - RA XXII

A proposta apresentada não foi aprovada na plenária, portanto fica mantida a poligonal da proposta da Sedhab.

Cadangolândia - RA XIX

O fórum levou a inclusão de todo o setor dos postos e motéis e garantia da existência do Parque Vivencial da Candangolândia, e a imediata publicação de sua poligonal.

UPT Central Adjacente I

Park Way, Lago Sul, Lago Norte e Varjão

Lago Norte - RA XVIII

Foi proposta a poligonal dos núcleos rurais, de acordo com o PDOT de 1997 e reestabelecimento no PDOT, do anexo 7, com inclusão de novas áreas rurais em enclaves urbanos,aplicando o estatuto da terra no que couber.

Lago Sul - RA XVI

Manutenção da atual poligonal.

Park Way - RA XXIV

Três propostas foram colocadas para a poligonal. A primeira delas busca manter a poligonal com o que existe hoje, incorporando a Fazenda Água Limpa e a Granja do Ipê. A segunda quer apenas manter como é definida a poligonal hoje e a terceira propõe unificar a RA XXIV com a VIII e o Catetinho.

Varjão - RA XXIII

Não prevê mudanças de poligonal.

Planaltina - RA VI

Ficou pactuado em plenário que a poligonal de Planaltina manteria a proposta da Conferência Local, à exceção da região do Córrego do Arrozal, que passaria a pertencer à Região Administrativa de Sobradinho. Também foi apresentada a reincorporação da parte Sudeste do Distrito Federal, que inclui o PADF e Jardim II, na RA VI.

Sobradinho I

Sugere como proposta de limite da poligonal da RA V a retirada da seguinte área: partindo do limite do Córrego Sobradinho, subindo pela DF- 420 sentido DF-150 e desta no sentido Fercal até o entroncamento da DF-205. Deste ponto até a cabeceira do Ribeirão Contagem. Dele até o paralelo 15º, 30’ Sul. A partir daqui, seguindo no sentido Oeste até a DF-205. Segue deste ponto

no sentido Sul pela referida rodovia, até o Ribeirão do Buraco. Segue rumo à montante do Ribeirão do Buraco até a DF-150. Vai até o limite norte do setor Habitacional Contagem até a Lagoa Canela de Ema, seguindo a jusante do afluente do Ribeirão Sobradinho até a confluência com o Ribeirão Sobradinho e deste ponto a montante pelo Ribeirão Sobradinho até a DF-420.

Sobradinho II

Quanto à definição da poligonal de Sobradinho, foi aprovada a proposta apresentada na Conferência Local, na qual já excluía a área de Sobradinho II. No entanto, devido à divergência com os delegados de Sobradinho II, foi apresentada moção solicitando o retorno da poligonal em que Sobradinho I e II retornariam à condição de uma RA.

Brazlândia - RA IV

Não houve propostas para mudança da poligonal, que deverá ser mantida assim como a proposta da Sedhab.

Samambaia RA XII

Ampliação da poligonal da RA XII, descendo pela DF-001 ate o Córrego Vargem da Benção, seguindo por esse córrego ate o limite do DF, subindo pelo limite até encontrar o córrego Melchior daí mantendo a poligonal da proposta da Sedhab.

Ceilândia - RA IX

Outras propostas convalidadas pelos delegados foi a incorporação da área do Incra 7 à Região Administrativa

de Ceilândia — antes pertencente a Brazlândia, e o Parque Boca da Mata, que passa ao norte, os delegados da Área Oeste passaram integralmente a área para a Região Administrativa de Samambaia. Antes a área estava dividida entre as Regiões Administrativas de Taguatinga e Samambaia.

Taguatinga - RA III

A incorporação da Colônia Agrícola Cana do Reino e a área rural 26 de Setembro à poligonal de Vicente Pires. Ambas pertenciam à Região Administrativa de Taguatinga.

UPT Leste

Paranoá, Itapoã, Jardim Botânico e São Sebastião

Itapoã - RA XXVIII

A proposta de poligonal inicia no entroncamento da DF-015 com a DF-005, por esta até a ponte sobre Córrego Tamanduá. Segue por este acima, até o Córrego Taquari, e por este acima até a Vicinal 263. Daí vai até a DF-440, e por esta dividindo com a RA-Sobradinho até o Rio São Bartolomeu . Deste segue abaixo até a ponte do BR-479 (DF- 250). Por esta até o entroncamento DF-001, seguindo pela DF-015 até o ponto inicial.

Jardim Botânico - RA XXVII

A primeira proposta estabelece limite norte com o Rio Paranoá, a DF-001 a oeste, delimitada com a DF-035 (EPCV), incluindo toda área do Instituto Jardim Botânico e a Reserva Ecológica do Jardim Botânico e reserva do IBGE. Ao sul, fica delimitada pelo Córrego Santana, aí incluindo o Setor Habitacional Tororó. A região administrativa deve ter a nomenclatura ora descrita: Região Administrativa Jardim Botânico. A segunda proposta coloca o limite norte com o altiplano leste DF, DF-001 a oeste, delimitada com a DF-035 (EPCV), incluindo toda área do Instituto Jardim Botânico e a Reserva Ecológica do Jardim Botânico e reserva do IBGE. Ao sul, delimitada pelo Córrego Santana, aí incluindo o Setor Habitacional Tororó.

Paranoá - RA VII

A primeira proposta busca a ampliação da poligonal do Parque Urbano e Vivencial do Paranoá até a beira do Lago Paranoá. Discutir com os técnicos da UNB, Sedhab e comunidade sobre a poligonal do Parque Vivencial. A segunda proposta traz a ampliação da poligonal do Paranoá, incluindo o trecho 7 do Lago Norte, DF-005, Córrego do Bálsamo até a DF-001 sentido Paranoá/Colorado. A terceira proposta quer a manutenção da poligonal do Paranoá como é no decreto de limites das 19 RAs no que diz respeito à parte sul, excetuando-se a RA do Jardim Botânico e mantendo o Altiplano Leste dentro do Paranoá.

São Sebastião - RA XIV

Inclusão das aréas do Tororó e parte norte da BR-251 na Região do PAA-DF, aumentando inclusive os recursos financeiros para a região administrativa, uma vez que aumenta sua demanda.

UPT Norte

Sobradinho I, Sobradinho II e Planaltina

UPT Oeste

Taguatinga, Brazlândia, Ceilândia e Samambaia

COMO É

COMO PODE FICAR

INFO JBr

Page 6: O novo Distrito Federal

CIDADES4lQuarta-feira, 7 de dezembro de 2011 l Jornal de Brasília

Editora: Nelza Cristina [[email protected]]. Subeditoras: Elza Troncoso e Roberta Luiza. Redatora: Carolina Tulim. Fone: 3343-8061 ou 3343-8097

Mande sua sugestão de pautapara o Jornal de Brasília:Nosso telefone é 3343-8051, ou mande para oe-mail [email protected].

Veja as principais propostas da população

aprovadas durante as plenárias dos fóruns da

Conferência Distrital das Cidades Extraordinária

para a Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS). É

importante frisar que a LUOS não incide sobre o

quadrilátero tombado do DF, que corresponde à

Unidade de Planejamento Territorial Central. Nela,

o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico

de Brasília (PPCUB) é a legislação equivalente.

� UPT Central

Brasília

Entre as propostas destinadas à LUOS para

Brasília está a destinação de áreas para

pousadas no Plano Piloto, preferencialmente

na RA I (500 SCRS e 700 SCRLN),

estabelecendo período de transição até 31 de

dezembro de 2014, além de prever uma área

para as pousadas no trecho 3 do SMAS.

Também foi trazido o pedido de alteração do

coeficiente de aproveitamento das quadras

700, de 1.8 para 2.5, e regularização do

cercamento das casas. A flexibilização do uso

e adequação de gabaritos de alguns setores

da área tombada (SIG, W3 Sul, 502 Norte e

Setor de Clubes) também foram trazidos.

Cruzeiro

Inclusão da proposta de lei que estabelece:

ocupação lateral de três metros; calçada frontal

1,60cm; calçada de fundo; transparência do muro

30% e cobertura 75% nas quadras 6, 8 e 10, com

ocupação de 35m nos fundos e margem de

tolerância para os recuos de 10 %; ratificação da

reafetação da área dos lotes criado pelo projeto de

urbanismo que criou a Avenida Comercial na

Avenida Mangueiras; regularização da titularidade

dos terrenos CCI e ARUC; ratificação das

propostas de revitalização do Cruzeiro Center e do

Centro Comercial; manutenção do cercamento

com grades no Cruzeiro Novo; cancelamento de

multas e autos e infração e de demolição

referentes à ocupação de área pública lindeira aos

lotes residenciais; permissão para ocupação de

área pública com elevadores nos blocos do

Cruzeiro Novo.Sudoeste/Octogonal

Essa RA pede a revisão de gabarito da

Octogonal AOS três, onde estão previstos sete

até 12 pavimentos, permitindo no máximo seis

pavimentos. A população da Octogonal

também pediu a revisão da legislação

existente no que diz respeito à acessibilidade

de veículos de grande porte (Emergência,

Bombeiros, Defesa Civil). Já no Sudoeste, a

preocupação está com o adensamento

populacional. Eles propuseram admissão, nas

quadras SQSW 500, apartamentos de no

mínimo 100m² de área privativa útil e no

mínimo duas vagas por unidade residencial em

subsolo, sendo construções de seis pavimentos.

Candangolândia

Criação e revisão da área de comércio, serviços e

institucionais visando aumento de potencial

construtivo e taxa de ocupação e também a

mudança de uso de acordo com o anseio da

comunidade, inclusive os grandes lotes voltados

para a Epia/SPM, com aumento de potencial

construtivo para hotéis. Combate à ocupação

comercial de área pública pelos comerciantes e

quiosqueiros. A população pede ainda a regular-

ização do Setor de Chácaras.

� UPT Central Adjacente I

Lago Norte

Debate ampliado de uso da terra, incluindo o

Zoneamento Ecológico-Econômico e a

importância de preservação das águas, com

dispensa de produção rural para os chaca-

reiros que zelem pela preservação desses

mananciais. Além disso, a população propõe

revisão e implementação do plano de acesso

viário ao Lago Norte, com implementação do

acesso exclusivo do Taquari, reforma

estrutural da Ponte do Bragueto e melhoria

das estradas rurais.

Lago Sul

Os delegados pedem a regulamentação da

instalação de guaritas em área pública e a

ocupação de áreas públicas e lindeiras aos

lotes residenciais. Atividades de prestação

de serviço em lotes residenciais devem

constar com no mínimo 60% de anuência

dos moradores da rua.

Park Way

Regularização fundiária da Vargem Bonita,

Córrego da Onça e Coqueiro, corrigidas as

distorções. Manutenção do gabarito atual

do Park Way. Criação de área agroindús-

trial não poluente dos núcleos rurais.

Varjão

Revisão das normas e gabarito da cidade:

três pavimentos nas áreas residenciais e

quatro pavimentos na área comercial;

regularização das edificações existentes

e quitinetes; revisão da localização dos

prédios das normas para construção de

subsolos, prioritariamente nas áreas

comerciais.

Fonte: Sedhab-DF

CONFERÊNCIA DAS CIDADES

Buscapor maiorocupaçãol Entre asdemandas maisfrequentes estãoo aumento daárea construída

! Bruna Sensêveb r u n a . s e n s eve @ j o r n a l d e b ra s i l i a . c o m . b r

G rande parte do que pode serconsiderado como adensa-mento das cidades é o aumento

da área construída e ocupada em umdeterminado terreno. Não por acaso,esse é o principal pedido dos de-legados da maioria das regiões ad-ministrativas participantes da Con-ferência Distrital das Cidades Extraor-dinária, que começa sexta-feira. Du-rante o evento, será finalizado o pro-cesso de diagnóstico para elaboraçãoda Lei de Uso e Ocupação do Solo(Luos), responsável por definir quantoé possível construir no lote e quais osusos e atividades em cada local.

Entre os principais exemplos estáa cidade de Águas Claras. Já comuma taxa de ocupação elevada, aproposta para a cidade é de aumentodo gabarito e do potencial cons-trutivo, de seis para 13 metros dealtura, sem que sejam levados emconsideração a cobertura, o telhado eas caixas d’água. O crescimento pen-sado pelos representantes da comu-nidade não será somente vertical,mas também horizontal, com a re-gularização fundiária de Arniquei-ras, Areal e Setor de Chácaras.

Os pedidos buscam também au-mentar a taxa de ocupação da região,restabelecendo o gabarito inicial doprojeto de Águas Claras para osterrenos não construídos e permi-tindo a execução da caixa de in-filtração de águas pluviais nos novosempreendimentos. A proposta subs-titui a área permeável da construção –diminui a quantidade de área que se

deve deixar dentro do lote sem cons-trução ou pavimentação, para que aágua das chuvas possa infiltrar nosolo e abasteça os lençóis freáticos.

Para evitar o problema já gravede alagamento no período de chu-vas, a proposta é que o poder públicoimplemente lagoas de infiltração nasáreas urbanas. As mudanças sãograndes e atingem diretamente todosos moradores daquela região ad-ministrativa. Propostas similares sur-giram para quase a totalidade dasregiões do DF (veja quadro).

Outro assunto bastante aborda-do nas reuniões – e que deverá serlevantado novamente nos dias 9, 10 e11 de dezembro, quando acontece aconferência – é a mudança para usomisto de muitos locais onde não épermitida a moradia ou o comércio.

USO MISTOO caso mais popular é o comércio

e as pousadas das quadras 700 daAsa Sul. No entanto, o secretário-ad-junto da Secretaria de Regularização,Habitação e Desenvolvimento Ur-bano do DF (Sedhab), Rafael Oli-veira, explica que esse não é um casoexclusivo do Plano Piloto.

“Essas propostas surgem prin-cipalmente do micro ou pequenoempreendedor que tem um bar, umapadaria ou uma mercearia, porexemplo. Foram questões muitoabordadas, pois hoje eles estão sem oalvará de funcionamento. Isso por-que suas atividades não podem serexercidas naquele local devido aouso e ocupação que aquele imóveltem hoje”, explica Oliveira.

O resultado das demandas dasociedade e das inconformidades dacidade junto aos parâmetros técnicosservirão de subsídio para a com-posição da lei. O prazo máximo paraa audiência final da Luos, quandohaverá apreciação do projeto de leicomplementar pela sociedade, é aprimeira quinzena de maio. O pro-jeto de lei deverá ser enviado àCâmara Legislativa para votação, nomáximo, até o fim do mesmo mês.

Page 7: O novo Distrito Federal

5Quarta-feira, 7 de dezembro de 2011 CIDADESJornal de Brasília

� UPT Central Adjacente II

Águas Claras

Aumento do gabarito da altura/potencial

construtivo de seis metros para 13 metros (já

autorizado pela Aeronáutica), com uso misto,

sem levar em consideração a cobertura,

telhado e caixas de água, da ADE, da Av.

Águas Claras, das QS, da Av. Brasília, da QS 11

e da Av. Comercial Arniqueira, sendo que na

ADE seja respeitado como prioritárias as

atividades empresariais do setor.

Regularização fundiária de Arniqueira, Areal

(incluindo as QS 05, 06, 07, 08, 09, 10 e 11) e

Chácaras, a partir da conclusão dos estudos

de regularização fundiária, que preveja o

remanejamento dos ocupantes das áreas de

APPs, sem prejuízo das condições atuais.

Possibilidade de contrato de concessão de

uso, nas antigas ARR, para aqueles que ainda

exercem atividade rural. Restabelecer o

gabarito inicial do projeto de Águas Claras

para os terrenos não construídos, permitindo

a execução da caixa de infiltração de águas

pluviais nos novos empreendimentos em

substituição ou complementação à área

permeável. O poder público deve implementar

lagoas de infiltração nas áreas urbanas.

Guará

Limitação de altura até seis andares no Guará

e regularização de áreas.

Núcleo Bandeirante

Aumento de gabarito de forma genérica em

todos os setores da cidade e maior

flexibilidade de uso, para que sejam possíveis

várias atividades num mesmo lote, que não

podem ser atividades conflitantes.

Riacho Fundo

Regularização dos lotes compartilhados e

condomínios; aprovação do 3º e 4º

pavimentos em área; recusa da usina de

resíduos de construção civil e destinação do

local para equipamento público e lazer.

Setor Complementar de Indústria e

Abastecimento (SCIA)

Proposta de aumento de gabarito para quatro

pavimentos e uso do subsolo. Regularização

conforme legislação vigente dos quiosques e

trailers em área pública. Remoção das

invasões de áreas públicas. Regularização dos

restaurantes na Cidade do Automóvel. Revisão

das áreas dos lotes no projeto de

regularização para adequar suas dimensões.

Afastamento dos lotes para ventilação e

iluminação. Adequação das dimensões das

vias para comportar transporte coletivo e

caminhões, além de calçadas.

Setor de Indústria e Abastecimento (SIA)

Ampliação para todas as áreas, exceto o Setor

de Inflamáveis. Deverão ser incluídas as novas

áreas da poligonal, sendo o uso para

habitação permitido somente em alguns

pontos, como as quadras 3C e o Centro de

Vivência STRC.

Vicente Pires

Previsão na LUOS do projeto de regularização

em estudo na Sedhab, visando entre outras

propostas: a destinação de áreas para

edificações acima de três

pavimentos fora da área de residências

unifamiliares e aumento do potencial

construtivo (adensamento) entre a via

Estrutural, Setor Cana do Reino e DF-001. O

perfil das edificações deve seguir o plano

urbanístico já existente.

� UPT Leste

Itapoã

Nenhuma proposta aprovada em plenária para a Lei de Uso e

Ocupação do Solo.

Jardim Botânico

Regularização do Jardim Botânico de forma que as novas leis

deverão orientar as novas construções, flexibilizando as normas para

as construções existentes, desde que não provoque risco à

população. Implementação de infraestrutura e equipamentos

públicos urbanos em todo o Jardim Botânico. Manter a

característica rural do Altiplano Leste.

Paranoá

Revitalização das avenidas do Paranoá, assegurando o espaço para a

Feira Permanente; Regularização do quarto pavimento e ampliação

para até seis pavimentos dos edifícios comerciais e residenciais.

São Sebastião

O gabarito da cidade deverá obedecer o crescimento desta. Também

é pedido que a região conhecida como Morro da Cruz seja área

urbana, porém os produtores rurais não têm o mesmo interesse.

Implementação de equipamento público.

� UPT Norte

Planaltina

Não houve propostas para a Lei de Uso e Ocupação do Solo nessa RA.

Sobradinho I

Revitalização das áreas verdes, mantendo a proibição da circulação de

veículos, com previsão de penalidades com valores elevados que inibam

a atividade irregular. Revisão da lei de ocupação do espaço público

devido ao impacto negativo nas cidades. Qualificação dos condomínios

instalados em áreas de proteção ambiental para que se tornem

ecologicamente sustentáveis, em contrapartida para sua regularização.

Sobradinho II

Trabalhar a LUOS de forma a estabelecer índices adequados para

enquadrar o que já está feito nos condomínios. Regularização fundiária

com clara definição de sistema viário e sistema de transportes e áreas

adequadas para equipamentos públicos.

� UPT Oeste

Brazlândia

Revisão dos usos contemplando outras áreas. Revisão geral com

aumento de gabaritos e de potencial construtivo. Revisão do plano

de manejo da APA do Descoberto.

Ceilândia

Reestudar e definir as áreas para equipamentos públicos e

imobiliários urbanos proporcionais às demandas da cidade, com

atenção especial à linha do metrô/VLT até Águas Lindas e a geração

de empregos. Redefinição de áreas e cinturões verdes,

estabelecendo regras de uso e ocupação, paralelamente aos

programas de educação e preservação ambiental, enfatizando a

coleta seletiva, depósitos de lixo e ações de reciclagem.

Samambaia

Manutenção e ampliação das áreas públicas, praças e espaços livres,

destinação de mais lotes para obras sociais e definição de 12

andares como número máximo de pavimentos em toda a cidade.

Taguatinga

Definição de uma nova área para uso industrial na região, destinação

de áreas para negócios e uso misto de interesse social, revisão das

normas de gabarito e criação da Vila Olímpica, na região do antigo

Clube Primavera.

� UPT Sul

Gama

Regularização e garantia da ocupação dos lotes dos espaços

intersticiais (becos) no âmbito da LUOS, implementação do Parque de

Exposições Agropecuária do Gama definitivamente em local já

demarcado. Estruturar a cidade do Gama, conforme impacto gerado

pelo adensamento do Setor de Indústria, garantindo a infraestrutura

dos demais setores da cidade e preservando as áreas verdes com

implementação de equipamentos públicos.

Recanto das Emas

Consolidação do avanço de 1,5 metro com grade nas residências e de

duas habitações por lote. Aumento do coeficiente de aproveitamento

de 1,8 para 2,5 e implementação de ciclovia e posto policial em

Água Quente.

Riacho Fundo II

Aumento do gabarito da cidade para quatro pavimentos em áreas de

habitação coletiva e comercial, reserva de 100 metros ao longo da

DF-001 para comércio e residências (uso misto) e locais para

entidades culturais e de educação.

Santa Maria

Flexibilização dos usos residenciais para uso misto nas principais vias

de circulação, com aumento de gabarito para três pavimentos e

aumento de gabaritos nas avenidas Alagados e Santa Maria, entre 10

e 20 pavimentos. Eliminação do afastamento de lotes de uso misto e

permissão 100% de ocupação do solo para lotes comerciais menores

de 200 m².

INFO/JBr

Legalizaçãodos becos

Um dos pontos polêmicos que aLei de Uso e Ocupação do Solo(Luos) pode contemplar é a ocu-pação dos becos entre residênciasunifamiliares, áreas intersticiais dasquadras residenciais, em cidades co-mo Gama, Planaltina, Brazlândia eCeilândia. São lotes com cerca de 200metros quadrados que constam nalegislação como área de uso comum,porém, foram doados, invadidos oucomprados pelos atuais moradores.

Nesta semana, a Sedhab levou àaudiência pública projeto de lei com-plementar que regulariza essa ocu-pação em Ceilândia. A aprovação delei específica poderá regular a si-tuação desses moradores sem ne-cessidade de esperar pela Luos.

São mais de 3.500 becos ocu-pados nos setores O e P Norte, P Sul,Ceilândia Norte e Ceilândia Sul. Osterrenos foram doados pelo Governodo Distrito Fedral, em 2002, por meiode um plano de moradia para bom-beiros e policias militares. Algunsservidores do Detran e policiais civistambém foram beneficiados. Porém,a situação hoje é bem diferente. Cercade 90% desses lotes foram vendidose a concessão de uso foi transferidaaos novos moradores. São eles osmais preocupados com o projeto delei complementar apresentado.

Joel Martinho de Oliveira, 34anos, é comerciante no Setor O eadquiriu, há nove anos, o lote ondevive com a família. Ele diz que faltaclareza e transparência no processode venda previsto pelo projeto. “Nãoestá explícito quem avaliará o imóvelnem como será avaliado. Além disso,queremos clareza na definição dequais serão as condições de paga-mento”, afirma Joel, que é vice-pre-sidente da Associação de Moradoresdos Becos de Ceilândia (Ambec).

O temor dos moradores é jus-tificado pela situação vivenciada atéhoje com a ilegalidade. James Cam-pos, 30 anos, já teve seu lote licitadoduas vezes pela Terracap. “Q u e rosegurança. Comprei de boa-fé minhamoradia e não consigo legalidade dasituação”, reclama.

OUTRAS CIDADESDiferentemente dos moradores

dos becos da Ceilândia, os residentesem outras cidades, na mesma si-tuação, terão de esperar mais tempopara a regularização. Segundo o se-cretário de Habitação, Geraldo Ma-gela, os processos caminharam demaneira separada e estão menosconsolidadas e tensionadas.

“No caso de Ceilândia, vamostratar em lei específica porque não dápara esperar a elaboração da Luos. Jápara o Gama, por exemplo, ela serátratada na conferência, e depois, seráanalisada tecnicamente. De toda for-ma, a Luos irá recepcionar toda alegislação consolidada”, explica. Eleinforma ainda que será necessárioum mapeamento qualitativo e quan-titativo dessas residências.

Page 8: O novo Distrito Federal

8 Quinta-feira, 8 de dezembro de 2011CIDADES Jornal de Brasília

Dados preliminares da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) realizada pela

Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) já mostram alguns detalhes

qualitativos da moradia em muitas cidades do Distrito Federal. A qualidade do material usado

nas paredes externas e internas, assim como do piso e da cobertura das residências mostram a

situação das habitações. Da mesma forma, o número de cômodos e banheiros das moradias em

determinada cidade pode ser indicativo dos locais onde as melhorias são necessárias.

É importante lembrar que Lago Norte, Lago Sul, Brasília, Cruzeiro, Sudoeste/Octogonal, Park

Way e Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) ainda não tiveram suas pesquisas divulgadas

e, por esse motivo, não estão representados nos dados abaixo.

Quanto ao material das paredes internas

610.667 domicílios de alvenaria.

903 domicílios de madeira aparelhada.

1.439 domicílios de material reaproveitado.

3.780 domicílios de madeirite.

497 domicílios de placas de cimento.

239 domicílios mistos.

Outros: 231 domicílios.

Quanto ao material das paredes externas

576.203 domicílios de alvenaria.

785 domicílios de madeira aparelhada.

1.570 domicílios de material reaproveitado.

2.304 domicílios de madeirite.

524 domicílios de placas de cimento.

219 domicílios mistos.

Outros: 120 domicílios.

Quanto ao material de cobertura

107.778 domicílios com telhado de cerâmica com laje.

83.926 domicílios com telhado de fibro aquecimento com laje.

65.329 domicílios com telha de cerâmica.

274.606 domicílios com fibroaquecimento/amianto.

80.085 domicílios com laje.

599 domicílios com materiais reaproveitados.

Outros: 5.788 domicílios.

Quanto ao material do piso

11.615 domicílios de contrapiso.

84.476 domicílios de cimento.

1.296 domicílios de terra batida.

508.042 domicílios de cerâmica.

3.843 domicílios de pedra.

1.919 domicílios de revestimento laminado.

7.054 domicílios de madeira.

177 domicílios de carpete.

Outros: 2.902 domicílios.

SAIBA +

CONFERÊNCIA DAS CIDADES

Identificada nova formade carência sociall Muitas famílias têm casa própria, mas não possuem recursos para ampliar ou melhorar o imóvel

120mil é o déficit de

habitações deinteresse social

! Bruna Sensêvebruna .senseve@jornaldebrasilia .com.br

O governo está identificandouma nova demanda para osmoradores de baixa renda

do Distrito Federal. Muitos pos-suem imóvel próprio, mas não têmcondições financeiras para melho-rar o ambiente onde vivem. Elesnão se enquadram exatamente naatual política habitacional para es-sa categoria, mas pedem atenção dogoverno, que sinaliza com a pos-sibilidade de desenvolvimento deuma ação específica para essa si-tuação. Esse fato foi constatado apartir das discussões sobre o Planode Habitação de Interesse Social(Plandhis), iniciadas nas primeirasetapas da Conferência Distrital dasCidades Extraordinária.

De acordo com informações daSecretaria de Regularização, Ha-

bitação e Desenvolvimento Urba-no do Distrito Federal (Sedhab),esse pedido vem de dois tipos decidadãos. Moradores de cidadesconstituídas no período da cons-trução de Brasília, como Candan-golândia e Núcleo Bandeirante, co-meçam a demandar por melhorias.São pessoas que construíram suascasas há muito tempo e não fi-zeram nenhuma reforma. Dessaforma, hoje, essas moradias po-deriam ser classificadas como ha-bitação precária. Essa situação, noentanto, é mais recorrente em es-tados e cidades com mais idadeque Brasília.

O maior volume de pedido pormelhorias na habitação é ouvidoem cidades do DF onde está apopulação de mais baixa renda,como Cidade Estrutural, Varjão,quadras QNR e condomínios Pôrdo Sol e Sol Nascente, em Cei-

lândia. Localidades como Samam-baia e Recanto das Emas, que sãocidades mais jovens, também de-mandam por melhoria habitacio-nal. No entanto, a dinâmica é outra.Nesse caso, a demanda é por ajudaao morador para construir sua re-sidência. Ele teve acesso ao terreno,mas não ao financiamento para

construção da moradia.“O cidadão, às vezes, mora nu-

ma casa que tem sala, cozinha, ba-nheiro, um quarto para o casal e osfilhos dormem todos no outro quar-to. Então, dentro de uma política demelhoria habitacional, apontada pe-los delegados, o governo tem deencontrar saídas para isso. Pode atéser construído mais um cômodo nacasa, para separar meninos de me-ninas”, explica Rafael Oliveira, se-cretário adjunto da Sedhab.

MELHORIASOliveira explica que essas pes-

soas têm um terreno próprio, in-clusive em cidades que foram cons-tituídas pelo próprio governo, masnão possuem capacidade de me-lhorar a condição de sua habitação.“Também falo de planejamento,porque isso pode garantir que aspessoas façam o projeto de expan-

são da casa respeitando os parâ-metros urbanísticos que estão co-locados para a região dele.” Oliveiraesclarece que essas demandas sur-giram durante os debates feitos naConferência Distrital das Cidades,cuja última etapa será realizada nosdias 9, 10 e 11 de dezembro.

O debate em torno do Plandhisna conferência, assim como a Lei deUso e Ocupação do Solo (Luos),deverá formar a fase de diagnóstico.A partir daí, deverá ser elaboradoum prognóstico para entender ademanda e a realidade descritas,possibilitando as soluções para asquestões identificadas. Com as so-luções, será possível elaborar o pla-no que ainda não teve formatodefinido, possivelmente como umprojeto de lei. O calendário, noentanto, está um pouco atrasado,com previsão para ser finalizado noprimeiro semestre de 2012.

SSSS

Page 9: O novo Distrito Federal

9Quinta-feira, 8 de dezembro de 2011 CIDADESJornal de Brasília

RA

Número de banheiros

Nenhum Um

Dois Três ou mais

Águas Claras

- 10.004

11.801

18.447

Brazlândia

69 9.781

3.636

529

Candangolândia

9 2.213

1.417

576

Ceilândia

637 70.610

28.812

5.978

Estrutural – SCIA

64 5.205

921

64

Gama

40 20.385

11.123

3.923

Guará

- 17.674

15.179

5.285

Itapoã

66 10.133

2.249

306

Jardim Botânico

- 549

1.137

4.626

Núcleo Bandeirante 26

3.790 2.381

1.710

Paranoá

59 8.406

2.365

665

Planaltina

52 30.571

11.562

2.500

Recanto das Emas

74 22.248

8.130

1.256

Riacho Fundo I

14 3.911

2.662

1.400

Riacho Fundo II

- 6.783

2.660

657

Samambaia

228 36.395

12.467

2.238

Santa Maria

107 19.635

8.273

2.450

São Sebastião

54 13.861

4.548

592

Sobradinho I

37 11.554

7.862

5.611

Sobradinho II

48 13.273

8.546

6.827

Taguatinga

91 32.360

22.319

9.904

Varjão

11 1.193

188

44

Vicente Pires

56 4.855

6.361

8.481

Total

1.742 355.389

176.599

84.069

RA

Número de cômodos

1 a 4 5 a 8 9 a 12 Mais de 12

Águas Claras 2.587

18.542 16.512

2.612

Brazlândia 1.450

10.839 1.657

69

Candangolândia 354

3.126 540

195

Ceilândia 12.838

79.234 12.691

1.274

Estrutural – SCIA 1.496 4.655

90 13

Gama

1.780 25.724

7.402 565

Guará

2.748 27.272

7.188 930

Itapoã

2.686 9.609

459

-

Jardim Botânico 91

1.451 3.071

1.699

Núcleo Bandeirante 1.197 4.473

2.013 224

Paranoá 2.365

8.133 821

176

Planaltina 4.427

36.195 3.698

365

Recanto das Emas 4.324 24.206

3.067 111

Riacho Fundo I 865

5.324 1.386

412

Riacho Fundo II 51

1.835 4.443

3.771

Samambaia 4.293

42.605 4.384

46

Santa Maria 3.196

23.540 3.480

249

São Sebastião 3.903

13.941 1.184

27

Sobradinho I 1.587

15.947 6.164

1.366

Sobradinho II 2.864

17.283 5.824

2.721

Taguatinga 4.473

45.824 12.095

2.282

Varjão

476 879

81

-

Vicente Pires 893

8.928 7.561

2.371

Total

60.944 429.565 105.811

21.478

INFO JBr/ Julio Lapagesse e Cícero

PAULA CARVALHO

Ivonete, Gabriela e mais três pessoas vivem na casa de dois quartos

Sem recursos para ampliarUma ação específica da Secre-

taria Habitação para promover me-lhoria das habitações precárias aten-deria à família de Ivonete Ferreirade Souza, 18 anos. Ela mora comdois irmãos adolescentes, a mãe e asobrinha de três anos de idade emum lote no Varjão. O espaço é muitopequeno para a família que dividedois pequenos quartos, uma sa-la/cozinha e um banheiro.

O lote onde a família mora foidoado pelo GDF em um dos pro-gramas de habitação de interessesocial. No entanto, como o lote foientregue vazio, a família precisou sevirar para construir a casa. A situaçãoficou ainda mais difícil quando ocasal se separou, há dois anos, e oterreno precisou ser dividido. O paificou com a parte da frente, que foivendida a outra pessoa, e a família se

apertou ainda mais nos fundos dolote. O desnível do terreno é o quemais atrapalha a reforma.

“Já conversamos sobre o ater-ramento, mas fica muito caro e nãotemos como pagar. Sem isso, nãoconseguimos avançar mais”, relataIvonete. O objetivo principal eraaumentar o espaço com pelo menosmais um cômodo, onde a filha maisvelha tivesse mais privacidade.

Foco no núcleo familiarDa mesma forma que todas as

discussões sobre moradia no Dis-trito Federal, o Plano de Habitaçãode Interesse Social (Plandhis) temdemanda e necessidade por am-pliação das áreas habitacionais. ASedhab calcula que o déficit ha-bitacional para essa classe gira en-tre 100 mil a 120 mil moradias. Noentanto, a lista para o programa dehabitação de interesse social daCompanhia de Desenvolvimento

Habitacional do Distrito Federal(Codhab) chega a mais de 300 milinscritos. Porém, segundo o se-cretário adjunto de habitação, Ra-fael Oliveira, o interesse socialcolocado na legislação para o DF éalto (até 12 salários-mínimos), oque provoca uma situação atípica.

A lista é essencialmente jovem.Quase 60% da lista da Codhab écomposta por jovem, solteiro, deaté 30 anos, que ainda mora na casa

dos pais. É alguém que, neces-sariamente, em curto prazo, de-manda da ação do Estado paragarantir a ele o acesso à mo-radia.” Entretanto, o foco da po-lítica habitacional é o núcleofamiliar já constituído, com ren-da menor de cinco salários-mí-nimos e que demanda urgen-temente por habitação, pois gas-ta mais de 30% do rendimentofamiliar com aluguel.