o negro nos quadrinhos

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O negro nas Histórias em Quadrinhos Natania Nogueira [email protected] m Valéria Fernandes [email protected]

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Page 1: O negro nos quadrinhos

O negro nas Histórias em Quadrinhos

Natania Nogueira

[email protected]

Valéria Fernandes

[email protected]

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A representações do negro nos quadrinhosA representação do negro nos quadrinhos

vem sofrendo mudanças nas últimas décadas. Os primeiros personagens negros refletiam

estereótipos e discriminação. Nas publicações estavam sempre restritos a

coadjuvantes ou a personagens cômicos.Atualmente podem ser encontrados como

protagonistas de suas próprias revistas ou como personagens de destaque.

Mesmo assim, a presença do negro ainda é numericamente limitada dentro do universo dos personagens das HQs.

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Personagens negros estão presentes nos primeiros quadrinhos. Em várias histórias do Yellow Kid podem ser identificados personagens afro-americandos, ora do gênero feminino, ora do gênero Masculino.

Criado em 1895 por Richard Oultcault, o Menino Amarelo é considerado por muitos pesquisadores a primeira história em quadrinhos, por ter sido produzida de forma contínua, com personagem fixo e por ter introduzido o “balão”.

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Bilbolboul (1908), de Atílio Mussino foi publicado no Corrieri dei Piccoli. Visão caricata e surrealista da África.

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A primeira HQ feita por afro-americanos Criada pelo jornalista negro Orrin C. Evans

em junho de 1947, a All-Negro Comics, é considerada a primeira HQ a ser produzida por afro-americanos.

Evans era membro militante da histórica organização NAACP (Associação Nacional pelo Progresso das Pessoas de Cor) e foi um dos primeiros afro-americanos a obter destaque na imprensa americana, sendo considerado por isso até hoje o “patriarca dos jornalistas negros”.

Evans acreditava no potencial educativo dos quadrinhos. Achava que heróis negros poderiam ser uma referência positiva para todas as crianças afro-americanas.

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Capturado em http://hoodedutilitarian.com/2012/01/the-new-negro-as-comic-book-artist / , acesso em 02/06/2012.

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Nas suas páginas, dois personagens se destacavam: Ace Harlem e Lion Man

Ace Harlem foi criado pelo desenhista John Terrell, era um detetive particular negro que investigava crimes no bairro do Harlem, na cidade de Nova Iorque.

Lion Man, que foi criado por George J. Evans Jr., sendo um jovem cientista americano que é enviado pela ONU para investigar uma misteriosa “montanha mágica” na Costa do Ouro e descobre que ela é uma mina de urânio. Para proteger a reserva ele adota o nome de Lion Man e conta com a ajuda de um jovem parceiro, Bubba.

Problemas com fornecedores de papel fizeram com que somente a edição número 1 de All Negro Comics fosse publicada.

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Os primeiros heróis negrosEm 1941 a Marvel lançou revista Young ,

onde apareceu o primeiro personagem negro de destaque: Whitewash.

Ele fazia parte da equipe os heróis mirins formada por Bucky Barnes, Centelha e os garotos Knuckles e Jeff, Tubby. O roteiro das aventuras era de Stan Lee.

Withewash era o personagem cômico do grupo, sem poderes e sempre sendo salvo pelos colegas mais fortes (e brancos).

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O primeiro herói negro a ter sua própria revista foi o Lobo, em 1965. O título foi lançado pela Dell Comics.

Seus criadores foram Tony Tallarico e D.J. Arneson.

A revista foi um fracasso de vendas, devido aos conflitos raciais que marcaram a história dos Estados Unidos nos anos de 1960. Foi cancelada no seu segundo número.

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No ano do cancelamento da revista do Lobo, 1966, Stan Lee e Jack Kirby lançaram ao primeiro super-herói negro, O Pantera Negra, que estreou na Fantastic Four #52.

Em seguida vieram o Falcão (1969) e em Luke Cage (1972), que se tornou o primeiro super-herói afro-americano a ter a sua própria revista.

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E as mulheres?Zelda Jackson Ormes

conhecida como Jackie Ormes, afro-americana, começou a produzir em 1937 uma série conhecida como “Torchy Brown”.

Seus quadrinhos foram publicados entre 1937 e 1956 em jornais como o Correio Pittsburgh e Chicago Defender e falavam de temas como a segregação racial, política externa dos EUA, igualdade educacional, bomba atômica, e poluição ambiental.

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A tira Torchy Brown representa a primeira personagem negra independente.

Foram ao todo quatro histórias: “Torchy Brown in Dixie to Harlem“, “Candy“, “Touchy Brown heartbeats“, e “Patty Jo ‘N’ Ginger“, que virou boneca.  

A vida de Ormes rendeu três biografias: uma escrita pelo historiador Tim Jackson, outra pela quadrinista e afro-americana Cheryl Lynn Eaton e a última por Nancy Goldstein.

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A The Ormes Society é parte do legado de Jackie Ormes.

Trata-se de uma organização dedicada a apoiar mulheres afro-americanas que criam histórias em quadrinhos e que promovem a diversidade dentro da indústria e entre os leitores. http://theormessociety.com/

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As super-heroínas negrasEm 1975 Stan Lee criou aquela que seria uma

das super-heroínas mais populares do Mundo: Tempestade (Storn).

A personagem tornou-se membro da equipe mutante X-Men.

Filha de uma africana com um fotógrado norte-americano ela ficou órfã muito cedo.

Tornou-se menina de rua, foi explorada como ladra nas ruas do Cairo e adorada como deusa no interior da África.

Negra, mutante e mulher, ela é considerada uma das personagens femininas mais complexas da Marvel.

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Nos X-Men tornou-se uma líder e teve destaque na equipe em muitas sagas marcantes.

Atualmente encontra-se casada com o Pantera Negra.

Em suas aventuras solo, ou ao lado do Pantera Negra, temas como racismo, exploração infantil e preservação do meio ambiente costumam estar presentes.

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Casal negro mais poderoso dos quadrinhos de super-heróis na atualidade, o Pantera Negra e Tempestade são monarcas do reino fictício de Wakanda, nação tecnologicamente desenvolvida localizada no coração da África.

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Polêmicas sobre racismo nos quadrinhosMuitas publicações de meados do século XX

trazem representações negativas e estereotipadas dos negros e, em especial dos africanos.

Uma das polêmicas mais recentes envolvem a obra de Hergé, Tintin no Congo, que é um álbum da série de as Aventuras de Tintin, lançado no ano de 1931, quando ainda predominava a visão do branco civilizador sobre a África colonizada.

A Polêmica causada pela HQ atingiu ainda EUA, França, Suécia e Reino Unido, onde, por decisão judicial, inclui uma explicação do contexto histórico da obra.

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Tintin no Congo: Foi o segundo álbum da série. Hergé o classificou como um “pecado da juventude”.

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Bienvenu Mbutu Mondondo, que apresentou a queixa, considera que a obra de Hergé faz a apologia da colonização e constitui um insulto à população negra.

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Mas Hergé não foi o único a fazer este tipo de leitura.

O “negro africano selvagem” apareceu, também, em publicações da Disney, como nas aventuras do Tio Patinhas e sua família.

Nelas a África aparece como um continente povoado por selvagens, representados de forma caricata, cômica ou como canibais, comandados por bandidos.

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Donald na África (Voodoo Hoodoo, publicada pela primeira vez em 1949).

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Os quadrinhos na aula de históriaA história em quadrinhos pode ser

utilizada para trabalhar o conceito de tempo na História – sua duração, transformações, períodos históricos.

HQs produzido nas últimas três décadas oferecem material para ser trabalhado na sala de aula tanto como forma de enriquecer o conteúdo quanto como instrumento para a formação de habilidades e competências relacionadas à leitura crítica e contextualização histórica.

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Proposta de atividade: quadrinhos e relações raciaisPara alunos do fundamental II e

Ensino Médio: usar quadrinhos de super-heróis conhecidos como X-Men para introduzir questões relacionadas com a discriminação racial;

Estabelecer uma relação entre as representações do negro nos quadrinhos com o contexto social e político no qual o material foi produzido;

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Fontes utilizadasA influência nos quadrinhos. Revista Raça Brasil. Disponíoel em http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/140/artigo161056-2.asp , acesso em 04/06/2012.Falando em Quadrinhos! Negros, gays, casamentos e como as HQs devem ser um retrato da evolução da sociedade. Disponível em http://www.judao.com.br/livros-hqs/falando-em-quadrinhos-negros-gays-casamentos-e-como-as-hqs-devem-ser-um-retrato-da-evolucao-da-sociedade/, acesso em 04/06/2012.FEIJÓ, Mario. Quadrinhos em Ação: um século de história. – São Paulo: Ed. Moderna, 1997.HERGÉ. Les aventures de Tintin: Tintin au Congo. Paris: Casterman, 2006.Lobo, o primeiro herói negro ter revista própria nos EUA! Disponível em http://gibicomics.blogspot.com.br/2010/11/curiosidade-039-primeiro-heroi-negro.html, acesso em 03/06/2012.MOYA, Álvaro de. História da História em Quadrinhos. - 2ª Edição – São Paulo: Editora Brasiliense, 1996.Os negros nas histórias em quadrinhos. Disponível em http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=306 acesso em 03/06/2012Pato Donald. São Paulo: Editora abril, n. 01, 1950.Sim! Nós podemos fazer quadrinhos. Disponível em: http://ladyscomics.com.br/tag/dia-internacional-da-mulher acesso em 04/06/2012.WESCHENFELDER, Gelson Vanderlei, COLLONG, Ana. As revistas em quadrinhos de super-heroínas: do movimento feminista às questões do gênero. INTERteses, vol. 9, n. 01, 201, p. 200-218.