o mutirão 5 [jan-fev 1992]

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O periódico anarquista O Mutirão foi uma importante publicação libertária do Rio de Janeiro que circulou no início dos anos 90 e teve grande influência na retomada do anarquismo militante no país.

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  • IPELO FI[I DAS CADEIA$A Humanidade oprimida, a indivi-

    dualidade massacrada: a Nova Ordemcaptalista internacional (leia-se "paxamerikkkana") mostra a sua ace. Daluguslvia aos EUA, do Chile ao TimorLeste, todo o planeta esfacelado eminieirs esiaiii vive o aisoutiimo e

    ponsveis pela sade, pela educao ecuidado com as criansas. com a segu-rana coletiva e pelas questes ju-dicas. E comum a comunidade assumira produo agrcola de alguns mem-bros, "liberado6" pa as atividadesmais jurdicas e polticas, que envolvempernanentes idas cidade e a outi(isacampamentoS.

    Do lado contrrio, poderoso e mili-tarizado, mas tambm decrpito e ca-tico, esto o sistema capitalist, a pro-priedade, o Estado, as Fors Armadas,os Bancos etodas as demais instituiesautoritdas.

    Segundo as dealaraes de um buro-c.ata esttal, sobre a Usina de lcoolCachoea, "aquilo mais parece umcampo de concentmo", " trabalhoescravo mesmo. Uma coisa que erclodos os princpios do direito humano."

    . No dia 16 de outubro 350 cortadoresde cana entralam em greve contras aspssimas cordies em que vivm. O

    a tirania, na orma da arsa democrticaou em franca ditadura.

    N h nem mesmo padres sociaisde Humanidade. Embriagados no na-cionalismo, os povos "iustiicam" todasas violncias e atrocidades em prol dasegurana e da esiabitdade do Esiado.

    trabalhador Ccero Caetano da Silva,37 anos, levou um tiro na cabea emoreu.

    Os camponeses, na mais nua e crualuta pela sobevivncia

    - enquanto indi-vduos eenquanto segmento socialj seextinguindo nas regies mais "desen-volvidas", procumm se organizar nosimples e univcrsal estatuto da solida-riedade classista. Negam os valores eas leis da sociedade contempornea,sustentam, apesar de tudo, aliment-o dest sociedade, j que as maravi-lhas agroindustriais no produzem ar-roz e feijo, nem verduras ou legumes.Nm cotidiano revolucionrio, esteshomens vo dando a rcsposla para osmais complexos paradigmas desta so-ciedade ps: a sonhada e urgente soci-dade ecolgica, a desalienao do tra-blho, o socialisrno sem pamsitas, asuperao do darwinismo social.

    Os exrcitos de soldadosproissionais, ex-homenssem rosto, sem conscin-cia, adestrados no assas-sinato em massa, na tor-tur, na guerra, em nomede suas demncas patr-ticas, de suas ridculasbandeiras, dos seus se-nhores, marcham sobre adignidade e a vida de seusprprios povos.

    O capitalismo, nascidoda explorao e mantidopela ora, escancara de-bochadamente seus cri-mes, l sem maquiagensideolgicas ou populis-mos leninistas que o legi-time. O planeta agonlza,vtima da insanidade de-senvolvinista. A popula-o, literalmente faminta,vive acorrntada na alie-nao imposta, na misriacotidiana. Aos rebeldesrestam as prises, as gra-des sombrias, os ccers

    \superlotados, verdadeiroscemitrios de vivos, es-

    condidos nos pores dasociedade.

    O planeta se transor-mou numa grande cadeia.Acreditamos na liberdadee na igualdade social entrehomens. Contra as gra-des do capitalismo, peloim dos governos. oelo fim

    dos exrcitos,pelo im dascadeias quemantm o serhumano prisi-oneiro de to.das tira n ias.Pela Vida, pelaANAROUIA.

    Avro-qgsTfu ciR:LAApesar do apaente conformismo, a

    sociedade viv hoj, sobretudo nocam-po, uma

    _[oe e potencilmente explo- Movimento Campons em geal,

    masprincipalmenteos sem-terra, deumlado, procuram desenvolver uma tmns-fomao radical d atual gstflrtum eco-nmica, atavs da organizao e co-munidades coletivs e igualirs, apair da tomada dos latifndios porocupao di.et{.

    Na comuna onquista da Fronteira,inteior de Santa Caiaina, por exem-plo, todo o trabalho dividido porcomisss. inclusive a rea para morarno assentamento. O colevo define oriue vai ser plantdo, onde, em quequantidade, como ser utilizado o di-nheiro, horio de tbalho e programa-es de lazer.

    Mesmo nos imp6vi$ados e carentesactmpamentos a oaganizao a marcado movime o. Existm grupos es-

  • N(c'
  • OCU NAR, K.F; I ETTR. ?RO D U.ZI RAo DTRETA E, AUTocESToSAO A.S FORMA*S DE LT.ITA

    Nesteano, at setembro, cerca de55milcamponeses ealizaram 62 ocupaes deterras, em 19 estados do pas, segundo oMomento Sem Terra. Se compararmoscom os40 mil que participaram de ocupa-es durante o ano passado, podemos vercomo os trabalhadores esto prticando,cada vez mais, a ao dieta, na luta pelaterra.

    Em Monte Snto (BA),'grileiros tenta-am retirar carcade 500 pessoas do acam-pamento onde viviam. Dois pistoleirosmorreram, baleados por lawadores. Nes-te estado, 8 pessoas morreram em con-flitos de terra, envolvendo 7.700 cam-poneses.

    Em Alagoas, 1.2100 pessoas ocupaam aPraa dos Martrios, na capital Macei eforam levados pelo Govno para umafazenda, sendo expulsos dali logo depoispor,lOjagunos. Neste estado, 4.200 pes-soas participaram de 5 ocupaes de ter-as.

    No Par, os camponeses Expedito deSousa, Mauro Carneiro e Francisco deSousa foram assassinados a mando dosfazendeiros locais. Aprgximadamente3.750 trabalhadores realizaram duas ocu-paes no Par.

    Mil e quinhentos trabalhadoes rea-lizaram ocupaes no Acre, onde qui-nhentos deles foram expulsos de suas ter-ras por jagunos armados commoto-seras-

    Moacir e Carlos Alber-to Fmandes, seuestradosde casa no a 9 de abil de1990 pelo latifundirio J-lio Avelino, conhecido nomunicpio de Vassouraspor sua violncia. Os cor-pos dos dois irmos foramencontrados no dia 13.

    Sebastio 'Lan, morto1988, presidente do Sindi-cato dos TrabalhadorsRurais de Caho Frio. EmC ab o F rio'al iLs mo e rammais de dez ativstas ruraiss nos ltimos oito anos.

    No Mato Gosso doSul9.500 campone-ses coletizaram cinco latifndios. 3.000deles ocuparam a fazenda Itass, Itaqui-ra, Sendo expulsos em setembro, o grupobloqueou a rodoa MS-141 por mis de1.2 horas.

    Em So Paulo, 4.500 camponeses cole-livizaram 2 fazendas, na regio de Presi-dente Prudente.

    Nos estados do Sul, cerca de 23.000trabalhadores realizaram 20 ocupaesde terra, S no Paran 13 fazendas foramocupadas em 91, somndo-se s 22 outrasreas j em conflitos agrrios - fica claroque a to falada "Reforma Agrria" doGoverno no passa de demagogia e men-tira e que a ao dos parlamentares nadistribuio paternalista de pequenos lo-

    POR Ul,l |nOVIITIIENTO CAInPONEStI.IBERTARICDAs lutas pela Reforma Agria balham na terra e no tmso antgas no Brasi. No s- terra, avida terrvel. So atu-culo XIX quando se lutou para almente mais de '140 mil a-liquidar a escravido negra, mlias sem-terra s no Rioexigia-se tambm, a melhor Grande do Sul.distribuio de terras. No in-cio dos anos 60 apareceram Em muitos lugares, comofor-vrios movimenlos propondo ma de enrentara explorao,Beorma Agrria, como: as Li- pequenos produtores lor-gas Camponsas, Sindicatos mam associaes comuni-de Trabalhadores Rurais, trias, trabalham em mutiro,Movimentos de Agricultores compram mquinas e insu-SemTerra, ec. mos em conjunto e vendem

    seus produtos direlo para aEm 30 de Novembrode 1964, cidade.o governo militar outorgou oEsaruro da Terra. Este oi um A REFORMA AGRR|Ainstrumento de poltica agr- OUE QUEREMOScola que, desmobilizou osprincipais ocos do movi- A propriedade da terra no semento camponez. Atravs do justifica. Ela garante o mono-Estatuto oram feitas desa- plio de uma minoria sobre opropriaes de terras onde as uso da terra. Perptua a do-ocupaes s poderiam ser minao do homem pelo ho,delidas com o assassinato mem.em massa dos posseiros.Desta orma, o Estado pode Lutamos pela eliminao dareprimir a todo o restante do propriedade para que se ga-movimento no pas. ranta o direito social de ps-

    se. Propomos a organizaoNo 3a congresso Nacional de comunidades livres basea-dos Trabalhadores Rurais, as das na coletivizao dos mei-reivindicaes foram nova- os d produqo.mente, postas em questo ede l para c o movimento se A Reforma Agrria preci$r tereorou e avanou. No incio como meta:da dcada de 80. oganizou-se o Movimento dos Traba- - Socializar a terra.lhadores Sem Terra que deuum vigoroso impulso luta 2- Eliminar a fome e conquis-pela Reforma Agrria. taras melhores condie de

    vida possveis para todos.A situao dos pequenosprodulores verdadeiramen- 3- O im da propriedade Drfua-te tgica. Mais de cem mil da e esttai.perdeam suas terras no sul Bdo Basil, entre os anos 1986 4- Promover o im da orande .e 1987. Os baixos preos dos cidade e a povoaQo do dprodutos agrcolas e os altos campo. tjuros bancrios esto liqui- odando com os pequenos a- 5- Produzir de maneira eoul

    =gricultores. Para os que tra- librada e ecdgica.

    tes de tera nas reas de maior tensosocial, serve apenas para vender falsasiluses e desmobilizar o movimento cam-pons.

    O aumento da organizao e participa-o dos camponeses na luta pela ReformaAgrria atravs da ao direta uma res-posta popula contra as propostas eleito-reiras e reformistas dos partidos polticosde realiz-la atravs do Governo.

    Fica evidente que a realizao de umaprofunda transformao da atual socie-dade agrria capitalista numa sociedadelibertria, socialista e autogestionria responsabilidade exclusiva dos prpriostrabalhadores, utilizando-se da luta aul-noma, da ao diet, e baseando-se nasolidariedade rer olucionria.

    ASSAS$IIIIAOS POTITICOS lIO IIJTERIOR DO RIO DE JAIIEIROO nmero de assassina-

    tos de ativstas rurais noRio de Janeiro bemm(ior do que se esperariade um estado que, oficial-mente, no conhece can:flitos de tena.

    Para ilustrar esta pr-tica homicida, publica-mos alguns dos mais co-nhecidos casos:

    Geniveldo Gomes l-ves, 27 anos, diretor doSindicato dos Trabalha-dores Rurais de Nova

    Igua, assassinado em l4de janeiro de 1990.

    Joo Flix de Aquino,presidente do Sindicatodos Trabalhadores Ruraisde Nova lguaq, em abilde 1991.

    Adevanir Pinto Soares,ossassinado em Mag4 nodia 5 de fevereiro de 1990,por Belarmino Silva.

    Francisco In(tco Silva,56 anos, torturado ctntes de .ser assassinado no dia 18de tharo de 1990, em Te-respolis.

    ENTREVISTA -

    Dona |raciA agricultora Iraci Rodrigues de Lara, 38 anos,estava ente os 12 sem-terra presos pcla polciamilitar no confronto do dia 22 de outubro, nafazenda Carapatinho, municpio de Garuva (SC).Imagens da TV mostraram ela manejando a foicecontra PMs armados. Acabou presa trs dias emJoinville.Dona lraci viva h 15 anos. Tem duas filhas.Comeou a trabalhar na roa aos 5 anos, quandoo pai morreu. Estudou at a 7a srie. Sobre oconflito, diz que apanhou, sofrendo uma contusono olho esquerdocomo qual noest enxergando.J solta, concedeu uma entesta ao jornalistaDomingos Aquino, da qual retiramos estestrechos:

    DA - Como a vida do colono sm-terra?

    Iraci- luta, morte, mentira dos governantes.DA - Por que nvdirm a fazndaCarrapatinho?

    Iraci - Em junho deste ano ocupamos a azenda.Um fazendeiro chegou atirando e acaboumorrendo. Companheiros nossos ficaramferidos. Acabamos tendo de sair. Voltamos parapressionar o governo a nos assenta.

    DA - J pensou em desistir?Iraci - Nunca vamos desistir. Ir para a cidadepara qu? Para aumentar os ladres, as favelas eos iraficantes? No queremos nossas famiasncslc caminho.

    DA - normal uma mulher participar doconlito?Iraci - No s uma, mas todas.

    DA - O que sentiu naquel m0mnto?

    Iraci - Que podia morrcr, mas seria por um bommotivo. A Reforma Agria s tem sado na baseda morte, do sangue.

    DA - Como a sr. aprendeu a manejar a foice?Iraci - Na prtica. assim que a gente faz pararoar o pasto.

    DA - 0 que gosta d fazrr quando no eshtrabalhando?

    Iraci - (sorrindo) De conversar e ouvir msica.Costo de danar nas festas no acampameno.

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  • ^fBRITIINICOS LUTAM CONTRA IMPOSTO OBRIGATORIOA poll tax (taxa de votao)

    um imposto anual obrigatrio atoda a populaco adulta da Gr-Bretanha. Ofiialmente, aPenasdois teros da populao pagou oodiado imposto at iunho de 91.Na Esccia, o Estado havia recol-hido at o meio do ano ape-nasmetade do que gostaria ter ar-recadado. Os que se ecusam apagar so ameaados de Priso Porat 3 meses.

    At o meio de setembro, 70pessoas foram pesas. Mas a mai-oria dos no pagantes simPles-mente no comparece s audin-cias onde seia ordenada a Prisoe ento o Estado az mandatos dedeteno que se no forem entre-gues pessoalmnte aos indivdu-os estes se mantm livres.

    A resistnca anti poll tax esttinoind p.Jtencialmcnte o cor-o da lei capitalista. Esto sendofeitas vria s manifestaes pelalibertao dos no-pagantes da

    Este tipo de conflitoj es-t se tornando comum nosbairros operrios do Rio deJaneiro. Revotas espont-neas surgem como forma deresistncia contra a opres-so e tirania armada do Go-verno, atingindo s vezespessoas no envolvidas dire- .tamente com a questo.

    At quando o povo sofre-r submisso a violncia doEstado? Enquanto uma pro-posta clara de sociedadeigualitria e autogerida nofor popularizada e amadu-recida pelos movimentos so-ciais, atos de insurgncia co-letiva como este acabam seperdendo como oportlnida-de de prtica revolucionria.

    taxa e cresce o nmero dosque aderem ao movimento.A desigualdade e a explo-rao so mantidas somentepelo medo das foras poli-ciais e da priso. Mas quan-do resistimos juntos, as au-toridades nos temem...

    Junto com a luta contra ataxa de voto comeam a selevantadas outras bandeiras.A luta anti poll tax est sen-do bem sucedida por esta-rem as massas envolvidasem uma organizao descen-tralizada e solidria, por es-tar baseada na ao direta einde pendente de partidos po-lticos. A parti desta luta,comeam a surgir propostaspo uma auto-og anizao daclasse trabalhadora.

    Fsta hrt em andamento lno norte nos mostra o eeitopostivo da auto-organizao soli-dria e a atualdade da ptica

    da desobedincia civil. Pois so-mente quando nos,organizamosem igualdade e sem hierarquia que

    poderemos luta com eic ciacontra a desigualdade e a opes-so do Estado ca pitalista.

    onte: Counler Inlormalion, EscociaBARRICADAS INERROMPEMA\ZENIDA BRA,SIL

    No dia 13 de novembromoradores da margem direi-ta da Av. Brasil, na altura daRuaBela, So Cristvo Zo-na Norle do Rio, protesta-ram contra o assassinato deum operrio de 25 anos porpoliciais.

    Indignados, os morado-es responderam de imedia-to covardia policial: fecha-ram a estrada usando bar-ricadas, iniciando assim umaviolenta depredao deautomveis e nibus, comum saldo de 30 detidos, in-clusive o presidente da sso-ciao de moradores local.Seis policiais sairam feridos.O conflito foi dispersado atiros pela tropa de choque.

    tillPnt$Ail0e NAllfl[il fllA CUT ealizou no incio de setmbro, de91, em So Paulo, seu 4e Congresso, oCONCUT, evento que custou a ortuna dC$ 600 milhes.O empresrio Vgne. Canhedo, dono daVasp, doou alguns milhes de cuzeiros aMeneguelli, em descontos nas passagensareas e em lroca a empesa aea pdecoloca um teminl de emisso de reser-vas e passagens, no local de realizao docongresso, monopolizando o tanspotedos cutistas. Bom negcio.

    O aluguel do luxuoso Palcio das Con-vens do Anhembi, cerca de Cr$ 30milhes, oi bancado pela preleitura deSo Paulo, do PT, que ainda oereceu ocentro olmpico do lbiapuera, para aloja-menlo dos congressistas. Mas, clo, amilitncia culista no podeia icar em"simples" aloiamentos. A CUT irmou umacordo com o Sindicato Patonal dos Ho-lis de So Paulo, para eceber os .revo-lucionrios".

    Vrios govnantes lambm paticipaamda leira: Fleury (PMDB/SP) com Cr$ ismilhes, Auceu Colaes (PDT/RS) compa-eceu com Cr$ 12 milhes, Foberto Re-quio (PMDB/PF) com outos doze. OBANESPA - uma das empresas conron-tadas pelos cutistas bancrios na grev deselembro, tambm entrou com vio9 mi-lhes de cruzeiros (parte da veba des-

    tinada propaganda de boa imagem dobanco).Toda esta ria milhonria eita com o mo-vimento operio no impediu que a CUTcobrasse Cr$ 70 mil cruzeiros de inscriode cada um dos congressislas.

    O CONCUT em si loi aquela alcalrua desempre: sociais-democatas e ditadoesdo prolelariado se degladiando na arenapelo controle sobte os trabalhadores, in-dientes e alheios aos eais problemasde quem vive de salrio.

    No pretendemos entar em polmices deadministrao inanceira. Fazemos ape-nas um veemente proteslo contra a ra-gilidade e a humilhao eita com o movi-mento operrio, que precisa mendigaesmolas dos seus pprios e mais pode-rosos opressores paa ealizar um simplescongresso, e ainda censuram economica-mente a participao popular com umainscrio de mais de trs salios mni-nos, na poca,Fazemos esle protesto com a moral dequem i eelizou congressos operrios ex-plicitamenle revolucionrios, ainda no incio do sculo, quando no existiam a-vies, nem transpole desenvolvido, nemteleone acessvel, nem sindicatos milhGnrios, e quando a lula sindical era traladacomo um caso de polcia.

    @(!c'.cto.?(rtr:)zo

  • I}\TDI.]STRIA DE AR'MAS DITADOR GATOLIGO UISITAGERANDO FOME SUA PRINCIPAL GOL NIAoQuebrada com uma dvlda de 450milhes de dlares (cerca de 450 bi-lhes de cruzeiros) a Engesa - Enge-nheiros Especializados S.A. - inds-tria de armamentos aneatos deguerra, est para receber uma novainleo de recursos do Governo Fe-deral.

    Em 1985 a Engesa tenta, desastrosa-mente, entrar no mrcado de tanquespesados. O proJeto do Osrio consu-miu 50 milhes de dlares. Apenascom testos realizados nodserto sau-dita oram gastos 700 mil dlares, ou2.500 dlares portiro (mais ou menoso custo de uma casa). O proieto foiumracassoeo Osrio nunca chegoua se vndido a algum.Em 1986, j com dvidas de quaseUS$ 250 milhes, a empresa v suasvendas para o Oriente Mdio decli-narem bastante. Em 987 armadauma oprao de socorro no valor deUS$ 165 milhs, dos quais US$ 1OOmilhss vifiam do Banco do Brasil eUS$ 65 milhes do BNDES. Em 1988o Exrcio compra 52 helicpteros deu das empresas da Engesa, a He-libras, como forma de socorro, novalor astronmico de US$ 300 mi-lhes.

    Em 1989, sob a desculpa de "preser-var o patrimnio tecnolgico", a lm-bel, fbrica de materialblico do Exr-cito, comprou por US$ 5 milhes oacervo tscnolgico da Engesa, co-mo desenhos de lipes, baminhes eblindados, que hoie esto valendomenos quea metade do que oipago,engavetados sem qualquer ilidade.

    Em 1990, nova inio d ecursos eita pelo Exrcito Engequim, sub-sldiria da Engesa, abricante de mu-nio. A empresa vendeu ao Exrcitoquatro lornos por US$ 4 milhes. Emmaro de 990, a Engesa pede con-cordata, ainda atolada em dfuidas.

    Este ano o Governo monta uma gran-de operao de saneamento finan-ceiro no criminoso valo de US$ 450milhes e negocia a venda da Engesa@tn grupos internacionais.

    A emprsa deve, entre oras coisas,81 milhes de dlares ao Tesouro Na-cional, 80 milhes em imiostos a-trasdos Receita Federal, t0 mLlhes ao Banco do Brasil, 30 milhesao BNDES e 14 milhes a ex-empre-gados. Desde maro de 990 noproduz um nico parauso.Com a prpria Secretaria dAssuntosEstratgicos (antlgo SNI) mobilizadapara socorrer a empresa, o GovernoFederal pretende estatila parcial-mente, comprando-a para a lmbel,perdoando totalmente a dvida com oTesouro Nacional, para ainda tegue,i estatizada, saneJa financeira-menl.

    Assim, seu dono e presidente JosLuiz WhiAker Ribeiro sai de toda estapodrido como se nada tivesse acon-tecido, sem dvidas, pronto para ou-tras aventuIas.

    O Governo Federal, que privatizou alucrativa e il USIMINAS, estatiza es-te tenvel saco sem undo quel con-sumiu bahes de cruzeiros com suasexperincias irresponveis.

    A indstria blica um tumor social,uma parasita gue suga o fruto do nos-so trabalho, impondo-nos misria eome, enquanto produz (quando con-segue) arsenais gigantescos de des-truio que s servem paraampliarospoderes dos ditadores tiranos e enri-quecer os emprerios da guerra.

    Karol Wojtyla, wlgo Joo Paulo II, es-teve ecentemente no Brasil, preocupadocom os interesses do Vaticano e com apoltica interna da Igreja Catlica dididaentre uma maioria conservadora e uma pe-quena corente reformista, eunida em tor-no da Teologia da Libertao.

    A visita deste teocrata demagogo, queposa de "salvador" e de'cristo igualitrio',custou ao povo j carente a faranica for-tuna de 8 bilhes de cruzeiros. S em Ala-goas foram trs bilhes gastos numa visitade apenas trs horas. Um dinheiro rou-bado da populao sem o menor pudorpara financiar os espetculos arrogantes ea futilidade luxuosa do clero que humilhaas multides miserveis.

    Quantos benefcios sociais poderiam tersido realizadqs com esta fortuna? Quantascrianas que morreram desnutridas pode-riam ter sido salvas com o dinheiro gastopela populao para financiar os caprichosdo Papa e sua corja de parasitas? Mas nema lgreja, nem o Estado tm inieresse ecompetncia para satisfazer as necessida-des da populao.

    O QUE WOJTYLA VEIO PREGR?1. A indissolubilidade do casamento. Umcontrato oficial que submete a mulher aoautoritarismo machista do "chefe de famGlia". A unio entre seres humanos dvs servre, voluntria e dura o tempo que bementendeem.

    2. A auto-epresso sexual e o moralistrnohiperita e discriminatrio. Culpa a liber-tao sexual de proliferar a AIDS - naverdade uma consequncia trgica das mscondies sociais provocadas pelo capi-talismo. Condena os preservativos, o weplanejamento familiar e, sobretudo, o ho-mossexualismo. Em resposta o grupos ho.mossexuais de Salvador

    fetuaram potes-to pbco contra a sita indesejada doPapa distribuindo milhares de ncamisi-nhasn e celebrando o casamento de 12homossexuais,

    3. A subsmisso dos camponeses em pro-cisso cega sob a batina dos padres. Ditamonde, quando, como e o quanto lutar pelaterr4 regulando o movinento camponscom rdeas curtas. Administram a revoltae o mpeto popular dentro dos limites su-portveis e "democrticos' paa o capitalis-mo agrrio. A Igreja uma grande lati-fundiria, que possui - segundo o INCRA- L78 mil hectares de terra, em 128 imveisrurais de sua propriedade em todo o Brasil-

    4. A necessidade de mais padres a serviodo Vaticano. A concorrncia com as seitasevanglicas, em franca expanso, comea aabalar as arcaicas estruturas hierrquicasdo clero catlico.

    5. A evangelizao eurocntrica dos Povosindgenas - que possuem suas prpriasconcepes religiosas - dando prossegui-mento a um genocdio ininterrupto e a umconfism criminoso de suas riquezas.

    6- A beatificao da irmPaulina, primeirasan(a nacional, oque irenriquecera mito-logia catlica e ajudar a sugar o dinheirodos fiis.

    7. Finalmente, agradecer colaborao doarquileto Oscar Niemeyer, membro asei-La pag lerinista-stalinista, por ter proje-tado um altar-monunento d; msers i70milhes de cruzeiros - roubados novamen-te do povo. Isto que ncomunistan ...

    Por todas essa patifarias, obscurantis-mos e mediocridadeg denunciamos o im-prio clerical e propomos a sua derrubada.

    ijyi,

    G p&@M6S@ BNMDgWSmMe mM eBMMMk@Em nosso cotidiano de ao e debatem grupo, muitas vezes nos depara-mos com situaos desgstantes dedlscusso conflfiuosa. Por vezes che-gamos a questionar o carter de cama-radas de luta. Outras nos martirizamospor nossos prprios deslizes dos nos-sos c&igos de tica indMduais.

    O sistema nos impe e implanta umaegulao que no esponnea. Nobasta dizer que somos libertrios parao sermos totalmente de uma hoa paraoutra. Tomamos conscincia disto, oque nos leva a uma ao:. a aQo indi-

    vidual contra esta lei implantada pelosistema em ns atravs da educao,dos hbitos culturais, etc.

    umtrabalhode auto.disciplina e auto-crftica dirias e conscientes. E, ousa-mos airmar, um trabalho de libertaoque nunca se completa. um constan-te superar de emoes contraditrias,de atitudes assustadoras que temos. E lustamente nos pequenos conlitosverbais quetemos, ao ouvir com men-te aberta a crtica de camaradas ami-gos, que crescemos e nos damos opor-tunidade d nos conscientizar e partir

    para uma aodisciplina libetadora. ao compatilhar com aqueles em quemconfiamos intimamente as nossas ten-ses e angstias, nossos medos e im-pulsos nossl carga emocional. Com aaiuda mua crescemos iuntos. Com-preendendo o processo de libertaoindividual de cada um e solidariamentenos apoiando que multiplicamos nos-sas potencialidades.

    Da libertao individual depende a li-bertao coletiva e s h ieal libertaocoletva quando conseguimos, muitasvezes com dor (como quando expre-

    memos furnculos), expulsar de nos-sos corpos as mos pesadas do sis-lema que nos seguram, castm to-lhem.

    no trabalho coletivo aogestionioque o indivduo encontra possibilidadesde desenvolver ao mximo suas poten-cialidades. Vamos nos conscienizar epraticar a autodisciplina. Nossa liber- 'dade individual s depende de nosso 1trabalho de ajuda mtua e do nosso odesejo interno de libertao. A hora de 3comearagora. 5

    o

  • MENO9'TIERRA Y LIOERDA D'Em novembro de 91 o presi-

    dente do Mxico Carlos Salinasde Gortari, props ao Congres-so uma srie de reformas cons-titucionais que permitiro o des-mantelamento de uma das maisconsagradas instituies da Re-voluo Mexicana: as fazendascomunitrias ou "ejidos" (leia-seerridos), Estes ncleos comuna-is, tradio de origem indna eespanhola, so uma poo deterra de uso comum situada ge-ralmente ao redor dos povoa-dos e que, pelo menos teorica-mente, deveiam proporcionarsustento estes- Hoje no M-xico, metade das terras cultiv-veis pertencem a 28.000, ejidos,mas no passado, a coisa ra bemdiferente.

    At a metade do sculo XIX,o principal problema agrriomgxlsano onsBIIa nas glganles-cas extenses de teras perten-centes ao Clerq sem qualquertipo de aproveitamento. Consti-tuiam enorme riqueza estanca-da, sem nenhuma ou quase ne-nhuma circulao, exemplosclssicos de latifndios impro-dutivos.

    Em 1856, o governo liberal deBenito Juarez baixou uma leique obrigava a Igreja a arrendarsuas terras a teceiros, lei ratifi-cada pela Constituio de 1857.Daern dinte, oClero fomentoujunto aos conservadores, umaguerra civil que durante 11 anoscustco a da de milhares de pes-soas. Os berais saram torio-soq mas as leis aateriores a guer-raesubsequentesaela,inlluirarn de modo decisivo nu-ma tremenda concentraso te-ritorial nas mos dos poderosos"terratenientes", os gandes lati-fundirios-

    Muitos ejidose pequens Pro-priedades desa-Paeceram at oincio deste s-culo, fazendocom que milha-res de campone-ses se ofgreces-sem como peee

    . nas grandes fa-zendas, Como aoferta de mo-de-obra era e-norme, os peese suas famlias vi-viam em regimede semi-escra-do, ganhandoo suficiente parano morreremdefome,eacadadia se endividan-do mais nas o-olaoas -ttendasde raya" (arma-zns das fazen-das, que vendi-am os podutos apreos exorbitantes). Essas dvidas passavam de pai para filho,e prendiam os camponeses porgeraes ao mesmo latifndio.

    A situao aps 38 anos deditadura do general PorfrioDiaz ficou insustentvel, a mis-ria entre o povo e a acumulaode riquezas entre uns poucoschegou a nveis talvez nunca s-tos na histria humana. E explo-diu a Revoluo! O gito d,TERRA E LIBERDADE!"levantado primeiramente peloanarquista Ricardo FloresMagn e seus companheiros, eposto em prtica pelo der guer-rilheiro Emiliano Zapata e oscamponess do Estado de Mo-relos (sul do pas), foi oudo emtodo o mundo-

    Centenas de milhares de tra-balhadores rurais e urbanosmoreram em quase 10 anos deluta. As grandes fazendas foramexpropriadas "na marran duran-te o processo revolucionrio, e aConstituio de 1917 oficializoua Reforma Agrria.

    Hoje, setent anos aps o t-mino da maior e mais sangrentarevoluo ocorida na AmricaLatin4 a "Nova Ordem Econ-mica Mundial" ameaa uma desuas ma.is importantes conquis-tas. De acordo com as reformaspopostas pelo nCollor de som-brero", sero garantidos ttulosindiduais sobre as terras dosejidos, o que permitir aos cam-poneses fazer o que quiseremcom seus lotes - at mesmo ven-

    d-los. No sculo passado, nasinfelizes leis liberais, foram frac-cionados os ejidos ente os cam-poneses, e o resultado foi a com-pra destes pelos latifundirios.Em 1991 repete-se a histria!

    Estados Unidos, Canad eMxico esto negociando umtatado de livre comrcio, e aagricultura uma rea particu-larmente sensvsl. Ficaclaro queo Governo Mecano, para po-der competir com seus 'parcei-os', pretende entega a maiorparte das terras nas mos degrandes empresas agrcolas.

    E para onde iro os campo-neses? Para as j inchadas cida-des? E certo que a estrutura damaior parte dos ejidos arcaica,

    sando apenas uma subsistnciamnima (mas digna) de seus tra-balhadores. Mas as fazendas co-munitrias fixam as pessoas nocampo, e com um maior apoiotcnico e econmico poderiamgear um excedente de produ-o mnsidervel. O Capitalismomuda sua forma, mas seus prin-cpios de desrespeito a vida hu=mana continuam eternament osmesmos,

    GRUPO ANARQUISTAJOS OITICICA . GAJO

    "ri{ji;Rovoluclonrto. Msxlcangi: .A .voluo um momeito, o ravolucbnlo todo. ot momo.o...

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