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783 O Museu da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro: um objeto para investigação em história (1968-1974). The Museum of the Defense Campaign of Brazilian Folklore: an object for investigation in history (1968-1974). Elaine Cristina Ventura Ferreira Resumo: Os museus têm sido usados pelo Estado para construção das identidades nacionais. Essas instituições, como lugares de memória, podem reatualizalizar o passado no presente e construir um discurso sobre a nação. Nas políticas em que o Estado pretende construir uma narrativa em torno das histórias nacionais, os museus reservam a sua museografia e ações para dialogar com a abordagem desta história. O objetivo do presente artigo foi traçar uma reflexão sobre o ensino do folclore propagado nas ações do Museu da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro (MCDFB), com a proposta de identificar a relação que a instituição estabeleceu entre o folclore e a nacionalidade. Tomamos por material de análise jornais, a Revista Brasileira de Folclore (RBF) e as atas de criação da instituição. Por meio da análise, verificamos a relevância dos museus para investigação histórica. Nessa proposta, o museu foi tomado como objeto de estudo, e foi identificado que essas instituições são resultados das ações de forças políticas e de interesses que se vinculam a um contexto social abrangente. Palavras-chave: Museu da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro; Ensino do folclore; Nacionalidade; Investigação histórica. Abstract: Museums have been used by the state to build national identities. These institutions, as places of memory, can re-actualize the past in the present and construct a discourse on the nation. In the policies in which the State intends to construct a narrative around the national histories, the museums reserve their museography and actions to dialogue with the approach of this history. The aim of the present article was to draw a reflection on the teaching of folklore propagated in the actions of the Museum of the Brazilian Folklore Defense Campaign (MCDFB), with the proposal to identify the relationship that the institution established between folklore and nationality. We take as material analysis newspapers, the Brazilian Journal of Folklore (RBF) and the institution's creation minutes. Through the analysis, we verified the relevance of museums for historical research. In this proposal, the museum was taken as an object of study, and it was identified that these institutions are results of the actions of political forces and interests that are linked to a comprehensive social context. Keywords: Museum of the Defense of Brazilian Folklore; Folklore teaching; Nationality; Historical research. Doutorado em andamento no Programa de pós graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRRJ, orientada pela Professora Dra: Adriana Barreto de Souza. Email: cristi- [email protected]

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Page 1: O Museu da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro: um … · 2018-12-29 · O objetivo do presente artigo foi traçar uma reflexão sobre o ensino do folclore propagado nas ações

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O Museu da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro: um objeto para

investigação em história (1968-1974).

The Museum of the Defense Campaign of Brazilian Folklore: an object for

investigation in history (1968-1974).

Elaine Cristina Ventura Ferreira

Resumo:

Os museus têm sido usados pelo Estado para construção das identidades nacionais.

Essas instituições, como lugares de memória, podem reatualizalizar o passado no

presente e construir um discurso sobre a nação. Nas políticas em que o Estado pretende

construir uma narrativa em torno das histórias nacionais, os museus reservam a sua

museografia e ações para dialogar com a abordagem desta história. O objetivo do

presente artigo foi traçar uma reflexão sobre o ensino do folclore propagado nas ações

do Museu da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro (MCDFB), com a proposta de

identificar a relação que a instituição estabeleceu entre o folclore e a nacionalidade.

Tomamos por material de análise jornais, a Revista Brasileira de Folclore (RBF) e as

atas de criação da instituição. Por meio da análise, verificamos a relevância dos museus

para investigação histórica. Nessa proposta, o museu foi tomado como objeto de estudo,

e foi identificado que essas instituições são resultados das ações de forças políticas e de

interesses que se vinculam a um contexto social abrangente.

Palavras-chave: Museu da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro; Ensino do

folclore; Nacionalidade; Investigação histórica.

Abstract:

Museums have been used by the state to build national identities. These institutions, as

places of memory, can re-actualize the past in the present and construct a discourse on

the nation. In the policies in which the State intends to construct a narrative around the

national histories, the museums reserve their museography and actions to dialogue with

the approach of this history. The aim of the present article was to draw a reflection on

the teaching of folklore propagated in the actions of the Museum of the Brazilian

Folklore Defense Campaign (MCDFB), with the proposal to identify the relationship

that the institution established between folklore and nationality. We take as material

analysis newspapers, the Brazilian Journal of Folklore (RBF) and the institution's

creation minutes. Through the analysis, we verified the relevance of museums for

historical research. In this proposal, the museum was taken as an object of study, and it

was identified that these institutions are results of the actions of political forces and

interests that are linked to a comprehensive social context.

Keywords: Museum of the Defense of Brazilian Folklore; Folklore teaching;

Nationality; Historical research.

Doutorado em andamento no Programa de pós – graduação em História da Universidade Federal Rural

do Rio de Janeiro – UFRRJ, orientada pela Professora Dra: Adriana Barreto de Souza. Email: cristi-

[email protected]

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Introdução

O Museu da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro (MCDFB) foi resultado

das ações do Movimento Folclórico Brasileiro que surgiu no Brasil no ano de 1947.

Com o fim da 2º Guerra Mundial foi criada a Organização das Nações Unidas para

Educação, Ciência e Cultura – (Unesco) que foi sediada em Paris. Segundo Lúcia Lippi

de Oliveira, a promulgação da valorização do folclore pela Unesco surgiu como

resposta às teorias raciais do século XIX que não deram conta de explicar a diversidade

cultural. O folclore servia como fundamento da construção de identidades nacionais e

como instrumento de compreensão das diferenças entre os povos. 1

Foi neste cenário que no Brasil foi formada uma “rede” de intelectuais

interessados em atuar na defesa do folclore. Chamamos de folclore neste estudo, um

campo do saber voltado para a investigação da cultura popular que na ocasião era

chamada de folclore2. Em 05 de fevereiro de 1958 na presidência de Juscelino

Kubistchek3, o Movimento Folclórico Brasileiro passou a ser chamado de Campanha de

Defesa do Folclore Brasileiro que na ocasião já reconhecia o folclore como um campo

do saber da cultura popular:

O estudo e a defesa de nosso folclore, tal como apelou o chefe da

nação, o Presidente Juscelino Kubitschek quanto, mais conhecermos,

em bases científicas, os dados culturais da nossa gente mais a

possibilidade de se fazer tranquilamente o planejamento do gênero, no

que tange ao levantamento dos níveis de civilização e coletividade. 4

1OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Cultura é patrimônio. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2008. 2O preâmbulo da Convenção de Londres, que instituiu a Unesco em 1946, determinou, em seu Artigo 07,

o estabelecimento em cada país, de organismos compostos de Delegados Governamentais e de grupos

interessados em educação, ciência e cultura, destinados a coordenar esforços nacionais, associá-los à

atividade daquela organização e assessorar os respectivos governos e delegados às Conferências e

Congressos, como agentes de ligação e informação.

3Às dezessete horas e trinta minutos do dia vinte seis de agosto de mil novecentos e cinquenta e oito, no

Salão nobre do Palácio da Educação, foi solenemente instalada, pelo Senhor Ministro da Educação e

Cultura, Professor Clóvis Salgado, a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, instituída pelo Decreto

de número 43.178 de 05 de fevereiro de 1958 com a posse de membros do Conselho técnico do folclore

órgão dirigente daquela Campanha, designados por portarias ministeriais publicadas no Diário Oficial de

cinco de agosto de mil novecentos e cinquenta e oito, a saber: Mozart de Araújo, membro e Diretor

Executivo da Campanha, Renato Almeida, membro nato, na qualidade de Secretário Geral da Comissão

Nacional de Folclore, Manoel Diegues Júnior, este ausente por doença, Édison Carneiro e Joaquim

Ribeiro. 4Diário de São Paulo, São Paulo, 21 de setembro de 1958. Defesa ao Folclore – Renato Almeida.

Biblioteca Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro.

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Em seus anos de existência, a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro

(CDFB) contou com a atuação dos seguintes gestores: Édison Carneiro (1961-1964),

Renato Almeida (1964-1974) quem criou e dirigiu o Museu da Campanha de Defesa do

Folclore Brasileiro; Bráulio do Nascimento (1975-1981) quem dirigiu o Museu da

Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, (desde 1976) Museu de Folclore Édison

Carneiro. A criação do MCDFB está relacionada com a direção de Renato Almeida na

CDFB, o recorte temporal deste estudo se inicia no ano de criação do Museu da

Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro e 1968 e termina com o fim da gestão de

Renato Almeida na instituição em 1974.

O Museu foi inaugurado em uma data emblemática para os estudos do folclore

no Brasil: o Dia do Folclore instituído pelo decreto 56.747 de 17 de agosto de 1965 na

presidência de Humberto de Alencar Castelo Branco5. No dia 22 de agosto de 1968, foi

realizado no Parque do Palácio do Catete, onde funciona o Museu da República, a

inauguração do Museu de Folclore do Rio de Janeiro, resultante de um Convênio com o

Museu Histórico Nacional e a CDFB. Coube a Campanha, a administração do novo

órgão e a sua organização, técnico- folclórica:

A seguir os presentes visitaram os vários mostruários do Museu, com

as suas coleções dispostas, conforme o gênero: instrumentos musicais,

cerâmica figurativa e utilitária, objetos de pano e madeira, cestaria e

esculturas etc, dentro do critério regional. Foi servida aos convidados

uma taça de Champanha6.

Como relatou em discurso, o diretor da instituição Renato Almeida: “a

inauguração deste Museu representa o cumprimento de um compromisso comigo

mesmo, desde que assumi faz quatro anos, a direção da Campanha de Defesa do

Folclore Brasileiro – dotar o Rio de Janeiro de um Museu de Folclore. Depois de

diversas tentativas, foi possível mercê da compreensão esclarecida do Comandante Léo

Fonseca e Silva, Diretor do Museu Histórico Nacional, estabelecer neste sítio

tradicional da cidade, um núcleo de um Museu de Artes e Técnicas Populares, que

instalamos hoje simbolicamente, porque foi escasso e não permitiu sua organização

perfeita. Antes cabe dizer o meu reconhecimento, em nome da Campanha de Defesa do

55Revista Brasileira de Folclore. Volume 05, número 11. Janeiro/ Abril de 1965. Biblioteca Amadeu

Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro.

6NOTICIÁRIO. In: Revista Brasileira de Folclore, volume 8, Número, 21. Maio/ agosto de 1968, pp.173 e

176.

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Folclore Brasileiro, à compreensão científica e cultural do comandante Léo Fonseca e

Silva, que abrangeu com clara inteligência, o sentido do folclore, como uma história

subjacente da nacionalidade, portanto, com lugar definido entre as mostras que dão

notícia da continuidade da vida nacional. E não posso deixar de evocar a figura de um

companheiro ilustre, cuja obra folclórica se conta em relevo, e foi Gustavo Barroso,

numa tutelar do Museu Histórico Nacional, que fundou e dirigiu com clarividência e

dedicação inexcedíveis. Este Museu será também um testemunho de nosso amor à sua

atividade de pesquisador e doutrinador erudito do folclore brasileiro. A Campanha que

colabora efetivamente com o Museu de Artes e Técnicas Populares, de São Paulo, sem

favor o mais completo gênero da América Latina, juntamente, com o Museu Histórico

Nacional, mais um serviço à cultura nacional, se não sou daqueles que consideram o

folclore um capítulo da história, sei as ligações íntimas entre as duas disciplinas e

sempre insisti que o folclore é um fator da persistência nacional, pois a estrutura da

sociedade não se pode fixar sem levar em conta a realidade popular”. 7

O Museu da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro serviu como elemento

para, através do folclore, reforçar os valores nacionais e construir a identidade. E com

isso, buscamos refletir sobre o ensino do folclore nas ações da instituição e a sua relação

com a construção da identidade nacional. Histórica e culturalmente, os museus foram

sendo usados pelas sociedades para reafirmar as identidades nacionais, legitimando um

discurso em torno das histórias ditas oficiais. O trabalho de Pierre Nora é emblemático

por refletir sobre as políticas construídas em torno dos lugares de memória em que o

museu é um dos exemplos. O historiador tratou exatamente da construção da memória

frente à necessidade do não esquecimento. Para o autor, tratar os lugares de memória do

ponto de vista de uma problemática ocorre pelo fato de que a memória narrada sobre

esses lugares se referem a uma construção social. Por essas razões, a memória dessas

instituições, se torna objeto para investigação histórica. Para se tornar um lugar de

memória é preciso que se construa uma narrativa sobre ele e neste caso, tanto a

abordagem, quanto a própria memória é inventada e, carregadas, de valores simbólicos:

São lugares, com efeito nos três sentidos da palavra, material,

simbólico e funcional. Simultaneamente, somente em graus diversos.

Mesmo um lugar de aparência puramente material, como um depósito

7Conferência da inauguração do Museu de Folclore. Fala do diretor do Museu Renato Almeida, Rio de

Janeiro de 1968. Biblioteca Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de

Janeiro.

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de arquivos, só é lugar de memória se a imaginação o investe de uma

aura simbólica8.

Na organização dos projetos para a criação do MCDFB fica evidente que a criação

de um museu expressava o desejo de memória dos estudiosos do folclore, tendo em

vista que seria por meio do museu que o folclore não seria esquecido. Foi também neste

projeto, que a relação folclore e nacionalidade se consolidaram o anseio de memória em

torno do folclore foi materializado na ideia de nação no projeto para criação do museu:

Como em História Natural, o jardim botânico ou o parque zoológico

mostram-se a síntese da natureza às grandes populações urbanas, o

folclore necessita também de museus para que a coletividade possa

melhor apreciar a cultura popular nacional. Sem museu não se estuda

folclore, sobretudo, num país de extensão continental como o nosso,

onde as áreas devem ser determinadas com atenção e o material

classificado detalhadamente e dividido em duas grandes seções:

artística e utilitária, envolvendo também cultura material e espiritual,

cada qual com suas subdivisões necessárias. A criação deste Museu

depende exclusivamente da Campanha e não de outros órgãos, deve

ser um dos nossos projetos prioritários9.

No Brasil alguns trabalhos realizados sobre os museus foram importantes pelas

reflexões sobre o papel desses lugares na construção da memória e da história nacional.

Foi assim que a socióloga Miryan Sepúlveda dos Santos investigou o conceito de

Museu na sociedade contemporânea em particular no Brasil com base nos conceitos

história e memória, tomando por objeto de estudos os Museus, Histórico Nacional e o

Museu Imperial, buscando entender como, ao longo do tempo, o uso do museu,

associado ao poder, conseguiu conviver com os padrões dominantes do mundo atual. Os

referenciais teóricos foram analisados para discutir o museu como espaço de

reafirmação de um tempo e de uma memória10.

O Museu Imperial foi revisitado na análise da historiadora Alda Lúcia Heizer

que teve como principal elemento de reflexão, as relações entre pedagogia, memória e

identidade por meio do estudo da exposição permanente do Museu Imperial de

Petrópolis. Em sua análise, percebeu que o Museu Imperial mediante sua exposição foi

um dos elementos de reafirmação do projeto cultural do Estado Novo, servindo para

8NORA, Pierre. Entre Memória e História. A problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo

(10), dez. 1993, pp. 07-28, p. 21.

9Projetos prioritários a organização do Museu de Folclore da Campanha de Defesa ao Folclore Brasileiro.

Biblioteca Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro. s/d. 10SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. História, Tempo e Memória: Um Estudo sobre Museus.

Dissertação de Mestrado. Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPERJ, 1989.

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reatualizar no imaginário dos visitantes o “sentimento aristocrático”, isto é, reforçando e

difundindo modelos das famílias tradicionais conhecidas como “boa sociedade” ainda

na época do Brasil Imperial11.

Trabalho emblemático sobre o Museu Histórico Nacional foi realizado pela

antropóloga Regina Abreu que fez uma investigação, tomando por objeto a formação da

coleção Miguel Calmon Du Pin e Almeida discutindo a intencionalidade da doação de

sua viúva Alice da Porciúncula Calmon Du Pin e Almeida ao Museu Histórico Nacional

e as estratégias de consagração no Brasil12. Já a historiadora Aline Montenegro

Magalhães ao estudar a Inspetoria de Monumentos do Museu Histórico Nacional

buscou compreender a inspetoria como produto de uma prática colecionista, voltada

para salvaguardar os vestígios do passado, a fim de legitimar um modelo historiográfico

propagado no Museu Histórico Nacional cuja referência foi o pensamento de Francisco

Adolfo de Varnhagen conhecido como primeiro historiador brasileiro13.

Os museus exerceram papéis centrais na construção das identidades nacionais,

fortalecendo os laços de pertencimento e reatualização do passado. Os museus neste

sentido, não estão à margem da realidade; ao contrário, é a representação dos interesses

de uma época, e possui funções específicas em que se destaca a construção das

identidades. Movido pelo interesse em preservar o folclore em museus foi que o

folclorista Édison Carneiro ainda em seus tempos de diretor – executivo da CDFB de

(1961 a 1964), buscava ampliar o estudo e as pesquisas de folclore, por meio de

exposições rotativas, com a promoção de cursos para aperfeiçoamento e conhecimento

do folclore, além de almejar criar o que chamou de “rede de museus”, revelando que o

projeto de estudos e pesquisas era muito mais abrangente, posto que, os museus

ocupariam um espaço relevante:

O senhor Édison Carneiro prometeu, ainda, a criação de cursos de

folclore e uma rede de museus de cultura popular, com exposições

11HEIZER, Alda Lúcia. Uma Casa Exemplar. Pedagogia, memória e identidade no Museu Imperial

de Petrópolis. Dissertação de Mestrado Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, abril de

1994.

12ABREU, Regina. A fabricação do Imortal memória, história e estratégias de consagração no

Brasil. Rio de Janeiro: Lapa/Rocco, 1996.

13MAGALHÃES, Aline Montenegro. Colecionando relíquias... Um estudo sobre a Inspetoria de

Monumentos Nacionais (1934-1937). Dissertação de Mestrado do Programa de Programa de pós-

graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro, 2004.

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rotativas e periódicas. A cerimônia da posse realizou-se na sede da

Campanha14.

A concepção de museu propagada na direção de Renato Almeida seguia uma

matriz de entendimento do museu como lugar de reafirmação da nacionalidade. Nesta

via, notamos que tanto a abordagem de museu quanto a de folclore seguiam a lógica da

nacionalidade:

Há duas faces predominantes no processo de uma cultura nacional.

Uma pátria, qualquer pátria, não será, nunca, só um nome, uma

bandeira. Uma frase, um país. Uma Pátria só existirá, de fato, no

limite em que houver uma continuidade de valores e de ideias,

marcando historicamente, a trajetória de um grupo humano sobre a

face da terra. Os museus integram justamente a infraestrutura a que

me referi, usada para retenção da experiência nacional. Os museus

fazem por assim dizer, a permanente captura das realidades

importantes da vida nacional, através do armazenamento de imagens e

coisas e promovem a verdade nacional junto às gerações que vão

chegando. Sem museu não se estuda folclore. Sem museus, as nações

acabariam por perderem o conhecimento da própria identidade15.

Não restam dúvidas de que o MCDFB propagou em torno do folclore um projeto

de nação idealizado em torno da cultura popular. No próximo item, procuraremos travar

um debate em torno do ensino do folclore, apontando mediante as ações da instituição

como o museu pode ser um instrumento importante para investigação histórica.

1. O ensino do folclore no Museu da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro:

apontamentos para investigação em história

O sociólogo Francisco Régis Lopes Ramos, em um exercício provocativo, lê os

objetos do museu como algo presente na vida social, isto porque, ao contrário de

entender a instituição como uma representação fixa no passado, identifica o museu com

base no conceito dialógico, instrumento de educação e relação. Para o autor, o museu é

um espaço de educação, pois o processo de ressignificação do objeto trás consigo uma

história. E o museu, ao narrar esta história, se torna o elemento transmissor. Segundo o

autor, ao sair de sua função cotidiana, o objeto, perde o sentido que antes possuía e

14O Estado de São Paulo. São Paulo, 22 de março de 1961. Novo diretor da Campanha do Folclore

Nacional. Biblioteca Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro. 15Projetos prioritários a organização do Museu de Folclore da Campanha de Defesa ao Folclore

Brasileiro. Biblioteca Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro.

s/d.

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passa a ter um valor simbólico, este processo também é conhecido por musealização16.

Quanto ao ato de ressignificação do objeto o autor enfatiza que:

Ninguém vai a uma exposição de relógios para saber as horas. Ao

entrar no espaço expositivo, o objeto perde seu valor de uso: a cadeira

não serve de assento, assim como a arma de fogo abandona sua

condição utilitária. Quando perdem suas funções originais, as vidas

que tinham mundo fora do museu, tais objetos passam a ter outros

valores, regidos pelos mais variados interesses17.

Para historiadora Maria Fernandes Circe Bittencourt, o objeto museológico pode

ser visto como documento, pois para ela, esses objetos compõem a cultura material e,

servem para nos informar sobre os costumes, os modos de ser e as práticas de um grupo

social. Neste sentido, os objetos museológicos são portadores de informações carregam

uma história que podem ser reinterpretadas dentro das propostas dos museus. E, ao

perceber que os museus podem reinterpretar a história de seus objetos, estes, já se

tornam instrumentos para construção do conhecimento histórico se, considerarmos que

a abordagem construída sobre o objeto pode reinventar o discurso da História, estando

carregado de intenções que devem ser questionadas. Com isso, a autora lançou uma

ferramenta metodológica fundamental para pesquisa histórica, posto que para ela, o

objeto museológico não pode ser estudado fora de seu contexto social. Neste momento

segundo a autora, cabe a pergunta: como e porque, o objeto chegou ao museu, quais os

critérios de seleção realizados? E como bem afirmou: “as explicações iniciam-se pela

trajetória do objeto lugar onde foi encontrado ou adquirido até como chegou ao museu,

tornando-se, então, “peça de museu” 18.

As discussões travadas pelos dois autores abrem “janelas” para incluirmos as

categorias teóricas “texto e contextos pertinentes” cunhada pelo historiador americano

Dominik LaCapra. O autor nos forneceu um instrumento importante para escrita

histórica por suas discussões em torno das fontes, mas também, por sua análise no

âmbito da interpretação e metodologia. Em seu artigo História Intelectual, ao questionar

a compreensão tradicional do contexto histórico, o autor apresentou-nos uma

16A passagem da função cotidiana de um objeto para o interior de um museu é conhecido como processo

de musealização. A expressão “patrimonialização” descreve melhor, este princípio, que repousa

essencialmente sobre a ideia de preservação de um objeto ou de um lugar, mas que não se aplica ao

conjunto do processo museológico. Ver: DESVALLÉES, Andre. MAIRESSE, François. Conceitos

chaves da museologia. Comitê Nacional Português do ICOM. São Paulo, 2013, pp. 56-57. 17RAMOS, Francisco Régis Lopes. A danação do objeto O museu no ensino de história. Santa

Catarina: Argós, 2004, p. 20. 18BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História fundamentos e métodos. São Paulo:

Cortez, 2009, p. 357.

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abordagem do próprio contexto como texto, como objeto pela sua relação com as várias

unidades pertinentes: a realidade cultural a social e a política e nesta esfera, sua

capacidade dialógica, proporciona a compreensão do mundo simbólico e semântico para

tomada de conhecimento de uma realidade19. Embora a preocupação deste autor tenha

sido com os domínios teóricos e metodológicos da história intelectual no âmbito da

historiografia europeia, seus conceitos são importantes para entendermos que: as ações

museológicas, as escolhas que marcam a musealização dos objetos e os processos

educativos de um museu estão “costurados”, em diferentes contextos e situações sociais

marcadas por interesses determinados.

E no que compete ao ensino do folclore pelas ações do MCDFB, a historiadora

Beatriz Muniz Freire realizou sua pesquisa de mestrado sobre a instituição aqui tratada.

Para autora, o museu e a escola foram protagonistas de um relacionamento que se

intensificou e o seu objeto de análise foi à realidade cotidiana do museu com o público

escolar. Em seu trabalho procurou entender como os estudantes se apropriavam dos

significados propagados nas ações e exposições da instituição. A pesquisa da autora

merece destaque, pois o seu interesse consistiu em identificar as ações educativas do

Museu de Folclore Édison Carneiro com o seu público por um lado, e por outro, ao

querer entender os significados construídos pelos visitantes na instituição, ao contrário

de anular, percebeu o papel ativo do público em seus processos de apropriação e

construção de novos significados em sua relação com o museu e segundo a autora:

É uma análise da relação museu/escola na sua aplicação, interpretando

os significados a ela atribuídos pelos sujeitos, nos seus próprios

termos e na sua racionalidade particular. Apreender os significados

implica penetrar o seu contexto gerador e atingir sua inteligibilidade

original20.

Levando em consideração as categorias “texto e contextos pertinentes”

verificamos que o MCDFB foi criado durante a experiência política autoritária brasileira

no ano de 1968 e como na tradição museológica, os museus vinham operando na

construção das identidades nacionais. Como apontou Beatriz Muniz Freire, as ações

desta instituição se voltaram para propagação dos valores nacionais em suas práticas

educativas. Identificamos que a própria ação museológica e o processo de musealização

19LACAPRA, Dominick. Historia intelectual. In: PALTI, Elías José. Giro linguístico e historia

intelectual. Bernal/Buenos Aires: Universidad Nacional de Quilmes, 2012, p. 237-293.

20FREIRE, Beatriz Muniz. O encontro museu/escola: o que se diz e o que se faz. Departamento de

Educação Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, abril de 1992, p. 10.

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dos objetos como atitudes políticas, porque não são aleatórios da realidade que o

circunda e, quanto às práticas educativas do Museu, Freire enfatizou que: “de acordo

com essa visão, fazia-se urgente fornecer aos educadores os instrumentos necessários à

ação nacionalizadora, de que se ocupou a Campanha21”.

O museu é definido como um lugar de memória, e o MCDFB foi construído para

ser um lugar de memória do folclore. Ao refletir sobre a relação memória e poder no

âmbito das instituições museológicas, o museólogo Mário Chagas, observou que dentro

dos museus existe uma disputa por memórias, tendo em vista que elas são políticas.

Construídas com intencionalidades e reproduzem os interesses de seu tempo que por sua

vez, envolvem o posicionamento de seus idealizadores. Mais uma vez, notamos que o

museu e as suas ações não podem ser estudadas fora das realidades políticas e sociais de

seu tempo e quanto a isso, o autor nos diz que:

Ao assentar a lupa sobre o tecido resultante da costura entre memória

e poder, o pesquisador coloca-se em condições de compreender a teia

de forças que lhe confere sentido, memória e poder exigem-se22.

As ações museológicas e a criação de museu estão vinculadas aos interesses

políticos de seu tempo e dentro de um museu, as práticas educativas expressam o

pensamento de seus agentes produtores. No processo de investigação realizado sobre o

MCDFB, notamos que Renato Almeida primeiro diretor da instituição, entendia o

folclore como uma ação cívica. Este entendimento explica o papel que a instituição

estabeleceu com a construção dos valores nacionais como retrado por Beatriz Muniz

Freire. A autora apontou que desde os primeiros anos da CDFB os folcloristas não

almejavam dissociar o folclore da educação. E em torno da relação entre educação e o

ensino do folclore a autora mencionou que o museu realizou suas atividades para

propagar uma harmonia cultural que não havia e utilizava o folclore para difundir os

valores de exaltação à pátria e diz que:

“Didática do Folclore”, da autoria de Corina Ruiz, teve sua primeira

edição em 1976. A autora é apresentada na introdução de Laura

Jacobina Lacombe como professora estudiosa do folclore. O folclore

tem um papel educativo: “ligar a criança à tradição da pátria, além de

representar um elo entre todos os países”23.

21FREIRE, Beatriz Muniz, op. cit, 1992, p. 38. 22CHAGAS, Mário de Souza. Memória política e política de memória. In: CHAGAS, Mário. ABREU,

Regina. Memória e Patrimônio ensaios contemporâneos (orgs). Rio de Janeiro: DP &A Editora, p. 141. 23FREIRE, Beatriz Muniz, op. cit, 1992, p. 42.

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E no que compete a concepção de folclore de Renato Almeida verificamos a

associação feita entre folclore e civismo:

Folclore é civismo na medida em que reafirma os valores da

nacionalidade. A Campanha realça, na defesa do patrimônio folclórico

elementos cívicos, com os quais o povo reafirma o caráter nacional de

sua cultura. Além das promoções do mês de agosto, e outras

eventuais, cabe-lhe promover atividades durante a Semana da Pátria,

em combinação com as Secretarias Estaduais de Educação. Para 1972,

a Campanha de Defesa ao Folclore Brasileiro instituiu através do

concurso entre escolas de nível médio de todo país, o prêmio sobre

“Folclore Cívico Brasileiro”24.

A dança de Pau de Fitas era apresentada em comemoração ao, 07 de setembro

em frente ao MCDFB25. Vale identificar o compromisso do museu durante a

propagação dos eventos cívicos nacionais. A Dança de Pau de Fitas, por exemplo, se

caracterizou por uma manifestação de origem popular e se diferenciou de uma região

para outra. Esta dança é celebrada em momentos culturais como a festa de Reis, do

Divino, do Natal e do Ano Bom. A representação da dança pelo museu representou o

reconhecimento que a instituição deu a cultura e as tradições populares por um lado, e

por outro, a realização desta dança no dia 07 de setembro consolida a relação entre

civismo e folclore utilizado para legitimar o patriotismo. Na mesma época foi criado por

Renato Almeida diretor do museu o concurso sobre o folclore cívico brasileiro

destinado aos estudantes dos primeiros e segundo graus, no qual, constava:

Estudantes de todo o país estão convidados a participar do concurso

sobre o Folclore Cívico Brasileiro, promovido pelo Ministério da

Educação e Cultura. Serão selecionados os melhores trabalhos sobre

temas folclóricos que exaltem a ideia de Pátria e as tradições

nacionais. As inscrições estão abertas até o dia 30 de junho do

corrente ano e os trabalhos, com o mínimo de 10 e um máximo de 20

folhas datilografadas, devem ser enviados à sede da Campanha de

Defesa do Folclore, à Rua da Imprensa, 16 sala, 604, no Estado da

Guanabara26.

24Promoções Cívicas in: Projetos de Reestruturação da Campanha de Defesa ao Folclore Brasileiro

Janeiro de 1972 – Equipe do diretor executivo Renato Almeida. Biblioteca Amadeu Amaral do Centro

Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro. 25Noticiário, 1970: p. 264. Biblioteca Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular,

Rio de Janeiro. 26Jornal. O Liberal. Belém, 16 de fevereiro de 1972. “Atenção Estudantes!”. Biblioteca Amadeu Amaral

do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro.

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A imagem abaixo expressa as ações cívicas realizadas pelo MCDFB, reforçando

o seu compromisso com a construção dos valores cívicos nacionais na experiência civil

militar:

Figura 1: Apresentação da Dança de Pau de Fitas em frente ao Museu da Campanha de Defesa do

Folclore Brasileiro em comemoração ao, 07 de setembro.

Fonte Noticiário, 1970: p. 264. Disponível em Revista Brasileira de Folclore Biblioteca

Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular.

Considerações Finais

Neste trabalho, tomamos por objeto de análise as ações educativas por meio do

ensino do folclore propagado no MCDFB, pois a nossa proposta consistiu em identificar

o museu como objeto para investigação histórica. Ao entendermos que o processo de

musealização, a criação de um museu e as práticas educativas estão comprometidas com

as questões políticas e culturais de seu tempo, temos razões para perceber que os

museus se constituem como ferramentas de análise histórica. Nesta via, a tomada de

conhecimento do museu como objeto de investigação nos conduz para outra dimensão,

a saber: a social e a política, proporcionando o conhecimento dos posicionamentos

ideológicos dos atores que estão presentes nas esferas institucionais do museu.

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Fontes

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Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro.

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Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro.

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pp.173 e 176.

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Rio de Janeiro de 1968. Biblioteca Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura

Popular, Rio de Janeiro.

Diário Oficial. Rio de Janeiro, 18 de julho de 1958. Biblioteca Amadeu Amaral do Centro

Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro.

O Estado de São Paulo. São Paulo, 22 de março de 1961. Novo diretor da Campanha do

Folclore Nacional. Biblioteca Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura

Popular, Rio de Janeiro.

Projetos prioritários a organização do Museu de Folclore da Campanha de Defesa ao Folclore

Brasileiro. Biblioteca Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio

de Janeiro. s/d.

O decreto 6353 de 1976 institui em forma de homenagem ao folclorista o nome de Museu de

Folclore Édison Carneiro. Projeto apresentado pelo Senador João Batista Vasconcelos Torres.

Biblioteca Amadeu Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro.

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Brasileiro Janeiro de 1972 – Equipe do diretor executivo Renato Almeida. Biblioteca Amadeu

Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro.

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Popular, Rio de Janeiro.

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Amaral do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro.

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