o mundo em que vivi
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Resumo do livro d mundo em que vive de ilse losaTRANSCRIPT
“E de novo queroAprender a chorarDesamparada e em silêncio,Como as
Só consegue melhorar as
coisas aquele que sabe
sentir «Isto
Escola E.B.2, 3 de Castro Marim
“Havia a rosa dum vermelho carregado no friso da
janela. Havia rosas distantes em terras distantes. Havia
vestidos de seda. E a miragem dum mundo desconhecido
tomou conta de mim.”
Professora: Rosa Nunes
Disciplina de Língua Portuguesa
Ano lectivo 2009/2010
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ÍndiceIntrodução....................................................................................................................................4
Biobibliografia da autora..............................................................................................................5
Capa.............................................................................................................................................7
Análise Geral da Obra..................................................................................................................8
Resumo da Obra...........................................................................................................................9
A minha opinião.........................................................................................................................11
Categorias da Narrativa..............................................................................................................12
Personagens............................................................................................................................12
Caracterização da Protagonista - Rose...................................................................................12
Narrador.................................................................................................................................12
Modo de Organização das Sequências...................................................................................12
Tempo Histórico.....................................................................................................................12
Conclusão...................................................................................................................................13
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Introdução
No âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, a professora Rosa Nunes
solicitou à turma um trabalho relativo a uma obra literária ao gosto de cada aluno. A
minha obra de eleição foi “O mundo em que vivi” de Ilse Losa, pois as maravilhosas
descrições presentes na acção conseguem encantar o mais desatento leitor.
Deste modo, efectuei um trabalho onde me debruçarei sobre a temática desta
mesma obra: uma menina frágil, indefesa e tão desprotegida que tenta perceber e olha o
mundo à sua volta com um toque de perfeição. É submetida aos costumes judeus, que
embora sejam muito pouco perspectiveis para Rose, são já uma tradição de família,
segundo a avó Ester. E desta forma, é o temível clima da Primeira Guerra Mundial que
vai definir a personalidade tão forte e ao mesmo tempo tão doce desta mesma menina.
Para uma melhor compreensão da história, ao longo do trabalho são
apresentados vários pequenos resumos e o resumo geral da mesma, como também a
biobibliografia da autora. Como também é feita uma apresentação geral da capa e uma
breve reflexão sobre a mesma.
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Biobibliografia da autora
Ilse Losa
"Os seus livros são uma só odisseia interior de uma demanda infindável da pátria, do lar, dos céus a que uma experiência vivida só responde com uma multiplicidade de mundos que tanto atraem como repelem e que todos entre si se repelem". (Óscar Lopes)
De origem judaica, a escritora portuguesa Ilse
Lieblich Losa nasceu a 20 de Março de 1913 e acabou por
falecer no Porto, no dia 6 de Janeiro de 2006. Nasceu na
Alemanha, frequentou o liceu liceu em Osnabrück e
Hildesheim e mais tarde um instituto comercial em
Hannover. Em 1930, foi ameaçada pela Gestapo pelo facto
de poder ir para um campo de concentração, o que a fez
abandonar o seu país natal. Foi para Inglaterra, onde teve a
oportunidade de ter os primeiros contactos com as crianças
e consequentemente com várias realidades e problemas das
mesmas. Em 1934, chegou a Portugal e fixou-se no Porto,
onde casou com o arquitecto Arménio Taveira Losa, e
adquiriu assim a nacionalidade portuguesa. Publicou o seu primeiro livro “O mundo em
que vivi” em 1943, e desde então dedicou o mundo da tradução e a literatura infanto-
juvenil começaram a dominar por completo a sua vida. Em 1984, e devido ao magnífico
trabalho desenvolvido para as crianças, nomeadamente as obras infantis, foi premiada
com o Grande Prémio Gulbenkian, e posteriormente, em 1998, recebeu o Grande
Prémio de Crónica, da Associação Portuguesa de Escritores, devido à sua obra “A Flor
do Tempo”. Depois, colaborou em diversos jornais e revistas, alemães e portugueses,
estando por isso também representada em várias antologias de autores portugueses.
Cooperou na organização e traduziu antologias de obras portuguesas publicadas na
Alemanha. Ilse Losa teve também oportunidade de traduzir do alemão para o português
alguns dos mais consagrados autores.
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Durante toda a sua vida, esta escritora publicou algumas das obras seguintes: “O mundo em que vivi” (1943), (1949), “Rio sem ponte” (1952), (1955), “Ida e volta” (1958), (1962), “Encontros no Outono” (1964), (1979), “ Na Quinta das Cerejeiras” (1984), “A visita do padrinho” (1989), “Um artista chamado duque” (1990), “Beatriz e o plátano”, “O Rei Rique e outras Histórias” e “O Senhor Pechincha e Outras Histórias”.
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“A flor azul”
“Faísca conta a sua história” “Sob céus estranhos”
“O barco afundado”
Capa
Título da Obra: “O mundo em que vivi”Autora: Ilse LosaEdições Afrontamento28ª EdiçãoDesenho de rosto: Gretchen Wohlwill (feito especialmente para a capa da primeira edição)Capa: Ângela Melo
Breve reflexão sobre a capa
Uma simples menina desenhada nesta capa remete-nos para uma história de vida
completamente encantadora. A sua simplicidade e as flores que seguram nas mãos
mostram-nos a forma como via o mundo à sua volta, pois uma mera flor que crescia na
Primavera fazia despertar um sorriso na sua cara. A cor verde utilizada mostra-nos a
esperança que existia no coração de Rose, a esperança por um mundo melhor. A
imagem das ruelas representada na capa espelha-nos a pequena aldeia onde foram
passados os tempos de infância, e que o avô Markus descrevia como “a nossa aldeia está
para Nova Iorque, como uma mosca está para um elefante”.
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Análise Geral da ObraO romance “O mundo em que vivi” é o retrato perfeito de uma vida humana. Ao
longo da obra temos a oportunidade de conhecer os vários momentos da vida de Rose,
que são assinalados através de algumas citações e imagens.
“E de novo quero aprender a chorar desamparada e em silêncio,
como as crianças.” (Alfred Becker), introduz o momento da sua
infância em que Rose vive com os seus avós e onde aprende a lidar
com os costumes religiosos e quotidianos do judaísmo a que é
submetida.
“Vem e revive comigo o sonho das
ruelas calmas” (Alfred Becker), neste período Rose vai viver com os
seus pais e dois irmãos, e relembra sempre com muita saudade os seus
tempos de menina e a sua pequena aldeia. Uma simples menina que
não sabia bem o que se passava à sua volta, é agora uma adolescente
que apaixona pela primeira vez.
“Só consegue melhorar as coisas aquele que sabe sentir «Isto
não está bem».” (Nietzsche), esta pode ser considerada uma das
etapas mais marcantes da vida de Rose, pois esta rapariga começa
a desenvolver-se cada vez mais e o mundo lá fora começa então a
ser bem mais claro e ao mesmo tempo assustador. Rose é obrigada
a enfrentar a morte de seu pai.
“Fizeste estremecer a terra, e a turvaste; sara as suas fendas, porque
está abalada.” (Psalmo 59), Rose torna-se então adulta e tudo começa
a complicar-se mais um bocadinho. A perseguição aos judeus é cada
vez mais intensa e Rose é obrigada então a mudar de cidade, onde
acaba por arranjar emprego. Há como um lento avançar da trovoada
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que acaba por estar “mesmo por cima dela”, pois Rose esteve mesmo da iminência de
um destino trágico num campo de concentração.
Resumo da Obra
Rose, era uma menina que, na infância, passara a viver com seus avós na
Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial e posteriormente com os seus pais. Uma
menina judia perante a contradição dos costumes alemães com a tradição no seio de
uma família judia a que pertence. É-nos relatado como, junto da avó, admirava as
reuniões aos sábados na Sinagoga, e perguntava porque as mulheres ficavam separadas
dos homens, nas cerimónias religiosas. E também sentia-se fascinada, quando liam o
rolo e desfraldavam a bandeira de David e como era atraída pelas letras hebraicas.
Nunca esquecida da casa dos avós que, por razão familiar, teve que deixar e ir viver
com os pais, os outros irmãos e o Avô Markus que ainda não conhecia. Com a visita dos
avós maternos, as crianças começaram e ser instruídas na religião judaica. Com a festa
de Passah, ficaram a saber porque todos os anos os judeus comem Pão ázimo e ervas
amargas, e preparam ovo e osso, e porque comem encostados. No Liceu, com outros
estudantes, compreendeu o significado do Sionismo, e o motivo pelo qual os judeus
começaram a imigrar para Israel. A Marie, mulher de Frans, tio de Rose, quando visitou
à casa dos pais, desvendou a Rose a forma como nascem as crianças, assunto que
despertava muita curiosidade a Rose. Com a visita do jovem Ernst Reif, à casa dos tios
de Rose, Rose sentiu-se, pela primeira vez, apaixonada. No dia da Barnuznoh de Bruno,
o Rabino Heim adoeceu, por o único filho ter desaparecido da casa. Este queria ir para
um Kibbutz, mas a mãe recusou em pagar as despesas da viagem. O rapaz suicidou-se e
o Pai morreu pouco tempo depois de desgosto. Com a festa do Tiro, por o pai de Rose
ser enxovalhado na presença dos participantes, Rose, a partir desse dia, saiu da sua
infância. E, por pressentimento, sentiu a desgraça da sua raça. O pai de Rose morre, e a
menina fica completamente destroçada. Depois da morte do pai, a mãe teve que vender
a casa e outros pertences, e decidiu ir para uma pensão numa cidade maior. Mas
infelizmente o anti-semitismo apregoava-se, e o nome de Adolfo Hitler estava cada vez
mais presente na vida dos judeus. Como tal, estes eram despedidos dos empregos. A
situação tornou-se precária para eles. Rose arranjou um noivo, mas devido a não
concordância da irmã do rapaz o casamento não foi possível. Rose foi então para Berlim
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à procura de trabalho. Por mera coincidência, Rose conseguia rapidamente um emprego
numa Agência de seguros. O salário era uma miséria. Nas ruas continuavam
perseguições contra os judeus. Por infelicidade, em 30 de Janeiro, Hitler foi declarado
Chanceler do Reich. As tropas marchavam em Berlim para festejar a vitória. Todas as
pessoas importantes e grandes comerciantes do conhecimento de Rose decidiram fugir e
refugiar-se em lugares bem distantes. Alguns dos seus familiares foram presos. Um dia
dois homens entraram no quarto de Rose e foi avisada para comparecer na Policia no
dia seguinte. Chegada à Policia, e após algumas perguntas, foi novamente solicitada a
sua presença nessa mesma esquadra dentro de cinco dias. E foi neste prazo, que Rose
Frankfurter teve mesmo que abandonar o seu país, a Alemanha.
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A minha opinião
Esta obra é absolutamente deliciosa, pois na minha opinião consegue tocar o
coração de qualquer pessoa. Remete-nos para uma realidade diferente, um tanto cruel
para uma simples menina que não tem a mínima culpa relativamente ao que o destino
lhe reservou. Para mim, é inacreditável a forma encantadora e mágica como Rose via a
sua própria vida, pois com tantos dissabores conseguia fazer com que um mero sorriso,
um mero abraço lhe enchesse o coração. Eu acredito que Rose, de forma geral,
conseguia absorver e aproveitar muito intensamente cada momento, e pela vida dela
passaram pessoas que a marcaram muito, umas por uns e outras pelos mais diversos
motivos, embora tivessem sempre um lugar muito especial na memória desta
menina/grande mulher, como é o exemplo do avô Markus, a pessoa que a tratava com
um infinito amor, o amor a uma autêntica princesinha. Enquanto adulta, Rose teve que
enfrentar muitos problemas ligados na sua maioria à perseguição dos Nazistas, e por
isso uma das coisas que mais me marcou foi a esperança que ela por muito pouca que
fosse guardava sempre dentro de si.
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Categorias da Narrativa
PersonagensA personagem principal da obra é Rose e as personagens secundárias e os
figurantes são as outras personagens, nomeadamente os pais de Rose, os avós maternos
e paternos, os tios e tias, as várias pessoas que rodeiam o seu meio habitacional, entre
outras.
Caracterização da Protagonista - RoseRose, é uma adulta que relata todas as memórias jamais esquecidas de uma vida,
a sua própria vida. Pode ser considerada uma pessoa realista, com esperança e que de
certo modo tenta sempre ver o lado menos mal dos acontecimentos. Rose dá grande
importância à sua infância e nomeadamente aos ensinamentos transmitidos neste
período de vida.
NarradorQuanto à presença podemos classificar o narrador como participante, pois este
participa na história que conta, uma vez que é a personagem principal e para tal a acção
é descrita na primeira pessoa.
Modo de Organização das SequênciasAs sequências estão organizadas por encadeamento, pois os acontecimentos são
narrados por ordem cronológica.
Tempo HistóricoRose, relata a sua vida em períodos diferentes, embora de modo geral se insira
nos finais da Primeira Guerra Mundial até ao avolumar de crises (inflação, desemprego,
assassínio de Rathenau, aumento da influência e vitória dos Nazistas).
Espaço
Rose, permaneceu sempre na Alemanha, embora fossem diferentes as cidades e
aldeias em que viveu.
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Conclusão
Para mim, a realização deste trabalho pode ser considerada quase como que uma
grande lição de vida. O conteúdo da obra é completamente fascinante, pois para além de
uma narração na primeira pessoa muito realista e sincera, podemos também aprender
como pode ser dura a realidade de uma menina judia nos finais da Primeira Guerra
Mundial, na Alemanha.
Durante o trabalho são apresentadas várias reflexões sobre aspectos diferentes da
obra, nomeadamente o resumo, a apresentação da capa, a biobibliografia da autora,
entre outras.
Muitos foram os ensinamentos da obra, mas também algumas foram as
dificuldades apresentadas na exploração da mesma, pois como é uma obra relativamente
extensa por vezes a realização do resumo foi um bocadinho complicado, uma vez que
Rose relata vários períodos da sua vida de forma diferente, nem sempre foi fácil a
selecção da informação mais importante.
Posso dizer que a citação que mais me marcou foi a esperança que sempre
existiu no coração de Rose, a esperança por um mundo melhor “Só consegue melhorar
as coisas aquele que sabe sentir «Isto não está bem».”.
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