o momento da verdade - stec · luxúria. as tribos sul-americanas e africanas faziam piercings e...

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1 Nº17 | MARÇO 2008 BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD Nº17 | MARÇO 2008 entrevista 5 Dr. ALCINO PINTO COUTO Economista, Professor Auxiliar da Universidade da Beira Interior 12 REVISÃO SALARIAL 2008 14 horas livres 2º CONCURSO DE FOTOGRAFIA DO STEC IV TORNEIO DE FUTSAL - STEC ROTA DO AZEITE II PRÉMIO LITERÁRIO DO STEC contratação o momento da verdade editorial 2

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1Nº17 | MARÇO 2008 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Nº17 | MARÇO 2008

entrevista5

Dr. ALCINO PINTO COUTOEconomista,Professor Auxiliar da Universidade da Beira Interior

12

REVISÃO SALARIAL 2008

14 horas livres2º CONCURSO DEFOTOGRAFIA DO STEC

IV TORNEIO DE FUTSAL - STEC

ROTA DO AZEITE

II PRÉMIO LITERÁRIO DO STEC

contratação

o momento da verdadeeditorial2

2 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Com a chegada de uma nova Administração à liderança do Grupo CGD, seria de esperar, igualmente, por uma nova atitude de gestão, que pudesse trazer aos milhares de trabalhadores do Grupo, o estímulo, o reconhecimento e o apoio concreto que estes há muito aguardam e de que até agora só conheceram palavras.

O Grupo CGD tem, inequivocamente, uma situação objectiva extremamente favorável. Acaba de obter os melhores resultados de sempre. Fortaleceu claramente a sua imagem de credibili-dade e rigor junto dos clientes e da população em geral. È, sem sombra de dúvida, o principal grupo financeiro do país e a grande referência do sistema bancário nacional.

Por conseguinte, nada pode justificar que a gestão não venha a aproveitar este quadro e não assuma as medidas de justiça social e de motivação que o capital humano do Grupo aguarda com legítima expectativa.

A revisão da Tabela Salarial e Cláusulas de Expressão Pecu-niária para 2008 é, desde já, um momento de verdade quanto ao que atrás dissemos – a nova gestão do Grupo CGD vai ter aqui que assumir, de forma inequívoca, se quer ou não apostar no capital humano do Grupo, sem discriminações. Esta questão tem de ser assim colocada, face à situação de ruptura que se sente latente na grande maioria dos trabalhadores. Falar de média de aumentos, quando uns ganham 1000 e ou-tros 10 000 €, não é justo. Confundir a taxa de inflacção com a percentagem de aumento da massa salarial, é iludir. Dizer que o capital humano do Grupo é o principal activo e depois dividi-lo, não é sério. Não vai ser possível continuar a acreditar em palavras bonitas mas sem conteúdo e em promessas aliciantes que depois não se cumprem. A gestão do Grupo CGD tem de distinguir entre as mentiras para iludir incautos e a verdade para conquistar vontades.

O STEC, como principal organização sindical dentro das Em-presas do Grupo CGD, vai, mais uma vez, optar pelo diálogo sério e construtivo e pela via de posições e acordos que visem os entendimentos e a dignificação das duas partes – trabalha-dores e gestão.

Mas se essa não for a perspectiva da Administração e o diá-logo passar a monólogo, se a busca de consensos passar a confronto de posições e o respeito dos interlocutores levar à inflexibilidade sem sentido, então o STEC saberá escolher o seu caminho. O STEC vai estar, sem equívocos e com firmeza, do lado dos trabalhadores, exigindo e lutando por aquilo que é justo e a que têm direito.

índice

CAIXA ABERTA Nº17MARÇO 2008

caixa sindical

editorial

O MOMENTO DA VERDADE

13 • STEC ASSINA PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO COM A CGTP• STEC EM FRANCO CRESCIMENTO !

caixa entrevista5 • Dr. ALCINO PINTO COUTO - ECONOMISTA, PROFESSOR AUXILIAR DA

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR, DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ECONOMIA – COVILHÃ

caixa com história3 • BREVE HISTÓRIA E ACTUALIDADE – PIERCINGS E TATUAGENS

caixa horas livres14 • 2º CONCURSO DE FOTOGRAFIA DO STEC• ALEGRIA E TRADIÇÃO NA ROTA DO AZEITE• II PRÉMIO LITERÁRIO DO STEC• IV TORNEIO NACIONAL DE FUTSAL

caixa protocolos17 • PROTOCOLOS

caixa protocolos20 • INSÓLITO• CONT(R)A-CORRENTE

destaque10 • DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 8 DE MARÇO

caixa com direitos9 • MATERNIDADE – ABONO DE FAMÍLIA PRÉ-NATAL

caixa contratação12 • REVISÃO SALARIAL 2008

caixa juris12 • STEC CONSEGUE REINTEGRAÇÃO DE TRABALHADORAS NA C.L.F.

CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

3Nº17 | MARÇO 2008 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Tudo começou nas primeiras tribos e clãs das mais antigas raças humanas. Nas tribos da América do sul, África, Indonésia, nas castas religiosas da Índia, nos faraós do Egipto e nos soldados de Roma. Depois, espalhou-se pela classe média e aristocracia do século XVIII e XIX, mas foi esquecida na Europa, no princípio do século XX. Em 1970 cresceu novamente nas mãos dos “gurus” da moda de Londres e artistas do “underground”. Em 1990, fi nalmente atingiu a atenção de todo o planeta fechando o elo entre o primitivo e o moderno. Existe uma longa história sobre o body piercing em rituais de passagens e em signifi cados diversos.

Alguns exemplos:

Lóbulo da orelha - Este é de longe o piercing mais comum na história. Antigamente distinguia uma pessoa rica de uma pobre. Os marinheiros colocavam piercings acreditando que estes lhes davam melhor vi-são. Os Romanos associavam o piercing na orelha à riqueza e à luxúria. As tribos Sul-Americanas e Africanas faziam piercings e alar-gavam o furo. Quanto maior o furo, maior era o seu status social.

Nariz – O nostril (aba do nariz) originou-se no oriente médio há 4.000 anos. Espalhou-se para a Índia no século XVI, quando foi rapidamente adoptado pe-las castas nobres. Cada tipo de jóias distinguia a casta e a posição social.Este piercing foi introduzido no oeste pela cultura “hippie” que viajou pela Índia nos anos 60 e 70, e foi também adoptado rapidamente pelos “Punks”, e outras culturas jovens dos anos 80 e 90.

Piercings - A arte do body piercing parece existir há mais de 5.000 anos. Tem vindo a ser usada como expressão pessoal, ritual espiritual, distinção de realeza e, mais recentemente, como moda. Em termos estéticos diz-se ajudar a pessoa a afi rmar a sua personalidade e a inserir-se num grupo. Colocar pequenas argolas, bolas de aço ou outras jóias, em diversas partes do corpo, como expressão de uma moda/estética, uma cultura alternativa e uma forma de viver, é um costume imparável que se estende por um ocidente que assegura viver uma nova cultura permissiva com o corpo.

BREVE HISTÓRIA E ACTUALIDADE- PIERCINGS E TATUAGENS

história

continua

Língua - Nos templos Astecas e Maias, os sacerdotes faziam piercings na língua como parte de um ritual de comunicação com os deuses.

Lábios - A boca e os lábios são partes sensuais do corpo e po-derosos afrodisíacos.Era, então, natural que as castas mais altas dos Astecas e Maias adornassem os seus lábios com labutes de puro ouro. Em Áfri-ca, as mulheres da tribo Makolo usam pratos chamados “Pelele” nos seus lábios superiores, para atrair os homens da sua tribo. Tribos indígenas da América Central e do Sul, incluindo os ín-dios brasileiros, fazem piercings nos lábios inferiores e alargam os furos para colocar pratos de madeira.

Mamilos – O piercing no ma-milo era considerado símbolo de força e virilidade. Os na-tivos da América Central fa-ziam piercings nos mamilos como marca de transição da masculinidade. Em 1890 hou-ve uma “coqueluche” de mu-lheres Vitorianas que faziam piercings nos seus mamilos com jóias vendidas por famo-sos joalheiros de Paris.

Umbigo - As primeiras aparições de piercings no umbigo vêm do Antigo Egipto onde apenas aos faraós e as famílias reais se per-mitiam fazer esse tipo de pier-cings . Hoje, é o piercing mais realizado em todo mundo.

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se tatuam para produzir temor aos adversários. Assim, é usada como sinal de identificação de tribos, inclusive as urbanas. Entre as pessoas que se tatuam, existem ainda as místicas, que acre-ditam que certos desenhos lhes conferem protecção mágica. Outras usam a tatuagem como forma de protesto, patriotismo, amizade ou amor. Há quem queira registar eventos importantes - agradáveis ou não - a data da morte de alguém querido, a realização de um sonho. Peregrinos de todas as crenças cos-tumam exibir no corpo lembranças de idas a cidades santas. Com excepção das populações negras, que para se embelezar produziam cicatrizes no corpo e no rosto, a tatuagem tem sido praticada em todo o planeta. “Não há nação que não conhe-ça esse fenômeno”, escreveu Charles Darwin, o pai da teoria evolucionista. Os nazis utilizaram a prática da tatuagem como castigo. Marcavam a pele dos judeus tanto para controlá-los como para ofender a crença judaica que proíbe a tatuagem.Escusado será lembrar que quer uma quer outra prática, re-querem cuidados de higiene especiais, além de uma cuidada escolha quanto ao profissionalismo de quem as executa/aplica, pois é possível, em muitos casos, graves problemas de irritação, rejeição, infecção, etc.

Deixamos aqui duas referências cinematográficas desta temáti-ca: o filme Amnésia, protagoni-zado por Guy Pearce, em que o personagem tatua todo o seu corpo para não se esquecer dos últimos factos que aconteciam na sua vida, já que sofria de perda de memória devido a um acidente e, mais recentemente, a popular série "Prison Break", outro forte exemplo da utilização da tatuagem.

Tatuagens - Perdem-se no tem-po as origens das tatuagens. Eram usadas para marcar os mo-mentos da vida biológica (nasci-mento, adolescência), registar factos da vida social (tornar-se guerreiro, sacerdote, casar-se...) e pedir proteção ao sobrenatural. Existem provas arqueológicas de tatuagens feitas no Egipto entre 4.000 e 2.000 A.C. Algumas mú-mias com sinais parecidos com tatuagens foram encontradas no Vale do Rio Nilo. A sacerdotisa Amunet, possuía vários traços e pontos gravados nas pernas, colo e braços, como símbolo de ferti-lidade e longevidade. Os nativos da Polinésia, Filipinas, Indonésia e Nova Zelândia (maori), tatua-vam-se, em rituais complexos, sempre ligados à religião. Os ma-ori destacaram-se pela criativida-de do Moko, tatuagem tradicional feita no rosto. Em 787 D.C, a Igreja Católica proibiu a tatuagem, alegando que a prática estava associada à superstição e ao paganismo. De lá, até o fim da Idade Média, a tatuagem tornou-se uma prática quase esquecida, até ao ínicio das grandes navegações e descobrimentos.Em 1691, um príncipe das Filipinas, feito escravo, foi trazido a Londres como uma atracção. Os seus donos exibiam-no como uma criatura exótica, tatuada da cabeça aos pés. O seu nome era Giolo e foi o primeiro contacto dos europeus com a tatua-gem depois de séculos de proibição.Em 1769, o navegador e explorador inglês James Cook e sua tripulação desembarcaram no Taiti, nas Ilhas Polinésias e vi-ram, estupefactos, que os habitantes da região usavam, em vez de roupas, o corpo coberto de desenhos feitos na própria pele. Nos seus relatos, registados no diário de bordo, Cook escreveu que os nativos injectavam tinta preta dentro da pele que ficava marcada para sempre e eles tinham isso como um motivo de grande orgulho. Ele utilizou a palavra “Tattoo” que no idioma do Taiti, significa “desenho no corpo”. No final do século XIX, a febre da tatuagem espalhou-se na Inglaterra como em nenhum outro país da Europa. Até mesmo o rei Edward VII tatuava o corpo com frequência, tendo deixa-do explícito, antes de morrer, o desejo de que os seus filhos também fossem tatuados. No início da sua vida, o filho de Edward, o rei George VII, ordenou ao seu tutor que o levasse a um estúdio no Japão, para ser tatuado pelo mestre Chiyo, a maior autoridade local.Na América, tanto as tribos indígenas dos Estados Unidos, quanto as civilizações Maias e Astecas, eram praticantes da tatuagem. Para os Índios Sioux, tatuar o corpo servia como uma expressão religiosa e mágica. Eles acreditavam que após a morte, uma divindade aguardava a chegada da alma e exigia ver as tatuagens do índio para lhe dar passagem ao paraíso. Para muitos, as tatuagens causam perplexidade, despertam admiração e consternação. Afinal, o que pode levar alguém a submeter-se à dor e a derramar um pouco do próprio sangue para gravar na pele desenhos dos quais jamais se livrará?Segundo especialistas em psicologia social “A tatuagem é uma forma de comunicação não verbal que oferece informação ins-tantânea. Quando é feita voluntariamente, é uma evidência físi-ca da lealdade do indivíduo a um grupo”. Existem pessoas que

história

continuação

Fontes:http://veja.abril.com.br http://www.fotosearch.com.br/thinkstock/tatuagens/THK177/http://www.terra.com.br/jovem/especiais/tatuagem/historia.htmhttp://joanario.no.sapo.pt/tatto_tempos.htmhttp://br.geocities.com/pri_ferraretti/tatuagens.htmlhttp://www.medicosdeportugal.iol.pt/action/2/cnt_id/915/

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5Nº17 | MARÇO 2008 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

entrevista

Por tudo isto, considero que hoje é im-possível, no caso das sociedades mais desenvolvidas, pensar numa política de sustentabilidade económica e de desen-volvimento social e humano, sem colocar na agenda a política demográfi ca de incre-mento da natalidade como uma prioridade muito importante para este século.

Como é possível incentivar a natalidade, quando as medidas legislativas na área do trabalho são todas no sentido da fl exibilização, tanto de horários como dos contratos de trabalho?Na sua opinião, esta situação é conciliável com as necessidades de uma vida familiar, nomeadamente com a educação dos fi lhos?AC: Se pretendemos a conciliação é

necessário reconhecer que o problema demográfico actual é um problema crí-tico. É evidente que a conciliação entre a vida laboral e a vida familiar é impor-tante, mas não é a única variável que pode explicar a queda da natalidade. Há variáveis económicas, sociológicas e culturais profundas. No pós-2ª Guerra Mundial observou-se que o incremento significativo das oportunidades económi-cas, decorrente de um elevado e prolon-gado dinamismo da economia, associa-do a mutações sociológicas importantes relacionadas com o acesso da mulher ao mercado de trabalho, o uso de contracep-tivos e a alterações culturais signifi cativas gerou um grande impacto na trajectória da natalidade. Mas se forem introduzidos problemas adicionais à vida familiar, no-meadamente questões que têm a ver com a flexibilidade/precariedade, obviamente que alguns aspectos que poderiam não constituir barreiras significativas, come-çam a ganhar ressonância e tornam-se num obstáculo muito importante. E se nós associarmos a questão da flexibili-dade dos horários de trabalho, um per-curso escolar longo, a precariedade do emprego, etc., significa que um projecto familiar com filhos tende ficar adiado.

Poder-se-á tentar minimizar este pro-blema, por exemplo, alongando o período de funcionamento das creches para que seja compatível com o horário laboral dos pais, mas creio não ser uma solução, pois o problema relevante que se coloca, do

Dr. ALCINO PINTO COUTOEconomista, Professor Auxiliar da Universidade da Beira Interior, Departamento de Gestão e Economia – Covilhã

Sabemos que se tem debruçado sobre a evolução demográfica em Portugal. Pode-nos falar acerca dessa sua análise?AC: Dado que não sou um especialista

na área, trato as questões demográficas no âmbito da sua proximidade com a análise económica, o que significa que, basicamente, trabalho com a informação demográfica que é relevante para a aná-lise económica. Tenho, por isso, que es-tar atento àquilo que são as tendências e os rumos que hoje se colocam às so-ciedades contemporâneas, em particular à sociedade portuguesa. Na realidade, a questão demográfica foi algo que esteve imerso no debate, apesar de hoje em dia ter já uma grande visibilidade em termos internacionais. Actualmente falamos mui-to em sustentabilidade, mas pouco em sustentabilidade demográfica e eu acho que é muito difícil nós conseguirmos algu-ma sustentabilidade sem população. Se a população desaparecer, o problema da sustentabilidade ficará radicalmente resol-vido e de uma forma drástica e dramática. A população é verdadeiramente o grande recurso e o seu bem-estar a finalidade do crescimento e do desenvolvimento económico. As tendências demográficas que se desenham trazem consigo profun-das implicações. Por exemplo, a taxa de natalidade em Portugal, que é um indi-cador importante da análise demográfica, decresceu para metade nos últimos vin-te cinco anos. Isto é, o número de filhos por mulher em idade fértil era, nos anos sessenta, de três filhos e hoje é de um e meio. Para substituir gerações nós preci-samos de uma taxa de 2,1 e estamos com 1,5%, Segundo dados de 2006, 60% dos casais em Portugal não têm filhos e 24% dos casais têm um filho.

Se associarmos outros factores como o aumento da esperança de vida, a maior extensão do percurso escolar e as difi-culdades de inserção na vida activa ob-temos a imagem de forças que muito têm contribuído para uma pirâmide envelhe-cida. O que nos conduz a uma estrutura demográfica que do ponto de vista da sustentabilidade da economia é compli-

cada, porque a taxa de dependência tem aumentado substancialmente, reflectindo uma situação em que a base dos activos é cada vez mais estreita e o número de dependentes é cada vez maior. Podemos compensar este défice de crescimento demográfico natural com o recurso a flu-xos imigratórios e isso poderá, em parte, reduzir o problema. No entanto, isso gera problemas adicionais para as sociedades de destino, que têm que ter capacidade de acolhimento desses fluxos, que trazem muitos benefícios, mas também proble-mas de integração.

Observa-se que a perda de efectivos populacionais jovens foi enorme nos últi-mos 25 anos e o tempo necessário para recuperar a perda destes efectivos é muito longo, vai exigir gerações, o que signifi ca que tem que haver uma política de incenti-vos que altere a situação actual. Conside-ro que as políticas que o governo adoptou em relação à natalidade são muito inci-pientes e nem sei se tocam na questão central. Partem do princípio que o apoio é para as famílias mais necessitadas (que é importante, claro). Mas, as famílias mais necessitadas são aquelas que têm taxas de natalidade superiores e portanto estes incentivos não vão necessariamente gerar um incremento da natalidade.

Portugal não se diferencia muito de outros países da União Europeia e as diferenças que existem são-lhe desfa-voráveis, pelo facto de termos uma taxa de natalidade abaixo da média da União Europeia.

Dr. ALCINO PINTO COUTOEconomista,

Professor Auxiliar de Economia

continua

Evolução demográfica e desenvolvimento.

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são economias com maior pobreza; as famílias pobres têm mais filhos. O que quer dizer que o problema da natalidade é um problema que se encontra mais re-lacionado com aspectos culturais e com condições materiais para realizar um projecto de vida com filhos, bem como com a sua conciliação com os projectos profissionais dos pais. O que significa que o desemprego, junto com outros factores, tais como a instabilidade e a precariedade, pode agravar esta ques-tão, podendo, contudo, não ser o factor determinante: eu posso estar desempre-gado, mas ter a expectativa de no futuro vir a ter um emprego mais estável.

Nesta perspectiva, eu considero mais importante, por exemplo, as questões da precariedade, que se mantém ao longo do tempo, pois tendem a gerar efeitos muito mais nefastos nas expectativas, do que propriamente o desemprego, que se pode traduzir uma situação circuns-tancial. Depende muito da situação da economia, mas eu não colocaria neces-sariamente o desemprego como o factor mais importante. Colocaria as condições em que funciona o desemprego e o nível de protecção social e, fundamentalmen-te, as expectativas que as pessoas têm quanto ao futuro.

Conhece, noutros países europeus, algumas políticas concretas, de curto ou médio prazo, de incentivo à natalidade, cujos resultados já se possam contabilizar? AC: Há respostas muito diferenciadas

para este tipo de questões. É justamente um domínio onde pode existir flexibilidade no sentido positivo, com a possibilidade de recurso à redução do horário laboral e até mesmo a uma licença parental por um período prolongado por parte de um dos cônjuges para acompanhamento dos filhos. Os países nórdicos recorrem a es-tes instrumentos no quadro de uma políti-ca de conciliação da maternidade e com a vida laboral assente na garantia do víncu-lo laboral e de níveis salariais que permi-tem poder abdicar do rendimento de um dos cônjuges, para além do período de apoio à maternidade, para ficar em casa a cuidar dos filhos nos primeiros anos de vida. É preciso uma maturidade do ponto de vista do desenvolvimento económico e social e uma vontade política para as-segurar tais direitos. As economias que não a tem dificilmente poderão recorrer a tais instrumentos. Em Portugal, dados os baixos níveis salariais, esta medida é impraticável. Grande parte das famílias portuguesas famílias têm um orçamento absorvido por despesas básicas, custos fixos muito elevados, sem margem para

ponto de vista familiar, é a necessidade de um espaço de socialização dos pais com os filhos. Esse espaço é fundamen-tal para o desenvolvimento afectivo, psi-cológico e cognitivo, uma boa inserção em termos sociais e educativos e para o próprio núcleo familiar. Portanto, eu não vejo que este problema da conciliação se possa abordar apenas do ponto de vista do primado do mercado. Há que, de certo modo, conseguir conciliar as vidas profissional e familiar de modo a blindar um espaço para os pais e filhos amadu-recerem a sua vida familiar.

Creio que as pessoas que estão envol-vidas num projecto familiar com filhos a muito custo poderão resistir a lógicas de flexibilidade absoluta, quer do ponto de vista de horário, quer do ponto de vista geográfico, porque isso potencia a de-sestruturação familiar. Problema acresci-do pelo facto da classe média portuguesa apresentar-se hoje muito frágil, pois tem sido tocada pelo desemprego e por situ-ações de precariedade: há o problema da prestação da casa e do carro, há um nível de endividamento elevado. A classe média é muito pouco robusta do ponto de vista económico e viu deteriorar-se a sua situação. No quadro actual, quanto maior for a flexibilidade/precariedade, mais di-fícil se torna a resolução do problema demográfico.

Entendo que o requisito fundamental para abordar esta questão é dar mais importância à natalidade e ao papel so-cial e económico que a família tem e não valorizar apressadamente apenas uma lógica de curto prazo, de ajustamento imediato do mercado laboral, sem aten-der aos efeitos colaterais potencialmente muito mais importantes a prazo do que os benefícios económicos imediatos. Este aspecto é tanto mais importante pelo facto da falta de flexibilidade labo-ral, entenda-se despedimento justificado por racionalidade de gestão, não ser um dado adquirido como factor mais pena-lizador da competitividade da economia portuguesa, de acordo com inquérito às empresas estrangeiras. Parece tratar-se de um problema mais ideológico do que económico.

Não acha que a existência de um grande número de desempregados pode ser um factor constrangedor para esta questão demográfica?AC: Pode ser. Mas pode haver meca-

nismos de protecção social susceptíveis de reduzir potenciais efeitos negativos. Muitas vezes pensamos que as ques-tões da natalidade estão positivamente relacionadas com o nível de rendimento, mas o que acontece é que os países que revelam maior taxa de natalidade

os poder reduzir, não dispondo, assim, de graus de liberdade para poderem tomar opções desta natureza.

Não acha que, até agora, os avós têm sido um pilar fundamental para as famílias e que, com o prolongamento da vida activa, essa situação poderá vir a ser afectada?AC: Verdadeiramente é uma rede.

Uma rede familiar pronta a acomodar os choques e a instabilidade dos ciclos económicos, tanto a nível material, como a nível do apoio à educação dos netos. De facto, com o prolongamento da vida activa esse apoio poder-se-á tornar mais problemático e incerto. Os avós do futuro poderão não partilhar das mesmas condi-ções dos actuais. Com o prolongamento da vida activa para além dos 65 anos, mesmo com um aumento da esperança de vida e melhoria dos cuidados de saú-de, não sabemos em que condições as gerações mais idosas poderão assegurar tal papel.

Não acha que esse aumento da esperança de vida, em condições de saúde por vezes complicadas e a requerer um acompanhamento dos filhos, pode vir a dificultar ainda mais a situação das famílias?AC: Sim, isso num contexto de precari-

zação é ainda mais difícil. O que significa que há aqui uma interligação muito forte entre a componente económica e a com-ponente social e familiar, com uma forte incidência económica. Isto é, a organiza-ção do mercado numa lógica estrita de que a flexibilidade pode ser boa para o crescimento económico, pode, a prazo, gerar efeitos que são bastante perversos do ponto de vista da organização social e da organização económica e ter custos muito substanciais.

Por um lado, temos uma população jo-vem que começa a estar pouco integra-da e a ter situações de desvio social. Se olharmos para as sociedades urbanas co-meçamos a ver comportamentos de muita frustração, as expectativas alteram-se, e, portanto, o contexto de desenvolvimento dos filhos não é o melhor.

Por outro, confrontamo-nos com um número crescente de idosos que vivem o seu ciclo final de vida fora do ambien-te familiar e sem acompanhamento próxi-mo dos filhos, deixando de existir, deste modo, uma das fortes justificação para o investimento realizado pelas gerações passadas na natalidade.

Podemos estar a criar patologias so-ciais que vão exigir medidas com grandes implicações orçamentais. Em termos de análise custo-benefício, é questionável

entrevista

continuação

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7Nº17 | MARÇO 2008 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

se o resultado líquido é positivo. É uma questão política.

Acha que por parte das empresas tem havido um decréscimo de apoio social? AC: Não sei se há um decréscimo. O

que sei é que existe um défi ce de dimen-são empresarial em Portugal, a muitos níveis e, nomeadamente, ao nível da res-ponsabilidade social das empresas. Te-mos um tecido empresarial de pequenas e médias empresas com difi culdades ma-nifestas em responderem positivamente a estes desafi os. Eu acredito que uma parte das grandes empresas tem uma cultura empresarial que pode entender que a pro-dutividade dos trabalhadores está muito dependente da ausência de problemas familiares e da existência de um contexto familiar sólido e que tal só vem favorecer o desempenho dos trabalhadores.

Tendo presente o tecido empresarial existente, de uma forma genérica, terei alguma difi culdade em ver se será capaz de responder a questões deste tipo. Creio que uma renovação do tecido empresarial pode trazer uma forma diferente de abor-dar estas questões. Acredito que não é totalmente inconciliável um bom desem-penho empresarial com uma boa política de conciliação entre as vidas laboral e familiar. Penso que as empresas poderão benefi ciar disso. Contudo, a mudança de trajectória dependerá em grande medida das políticas sociais do governo. Como se criam incentivos para as empresas inves-tirem, também se podem criar incentivos para as empresas responderem a proble-mas desta natureza. O percurso que te-mos é longo e difícil.

Até que ponto o crescente encerramento de serviços, nomeadamente nas áreas da saúde e educação, em vilas e cidades do interior, irá provocar, num futuro próximo, uma baixa drástica nos níveis de natalidade e, a ser assim, que consequências para a economia do nosso país?AC: Confesso que não sei se isso al-

tera de forma significativa os dados do problema, porque ele é muito comple-xo. Penso que a manutenção do dese-nho territorial da rede não tem grande impacto nas alterações das tendências demográficas. Eu não creio também que estas medidas de per si possam afectar o dinamismo demográfico dos territórios. Poderão ter implicações na qualidade da prestação de serviços, mas não sei se do ponto de vista demográfico irá alterar alguma coisa.

Será que a vida das famílias nas grandes cidades não é substancialmente diferente no interior do país?AC: Aquilo que observo quanto à

provisão de serviços públicos, como, por exemplo, o encerramento das es-colas, é que estamos num processo de mutação territorial muito forte, em que as pequenas aldeias estão a ficar de-sertificadas. Há um reordenamento ter-ritorial que tem uma marca de concen-tração das infra-estruturas e do apoio logístico que a população precisa, não só escolas, mas também cuidados de saúde, justiça segurança, etc. Penso não ser possível manter o desenho ter-ritorial que tínhamos nos anos sessenta. Provavelmente é irreversível uma certa concentração urbana. Agora, do ponto de vista da dicotomia litoral-interior, a situação pode ser efectivamente dramá-tica. Mas eu vejo isso como resultado do facto das oportunidades económicas no interior não terem surgido na intensi-dade desejada e de uma incapacidade de desenvolvimento no interior de uma rede qualificada de cidades de pequena e média dimensão.

A economia do interior esteve nas úl-timas décadas muito dependente da eco-nomia social pública, tem um défice de economia de mercado, de tecido empre-sarial. Isto significa que o domínio priva-do da economia é frágil. Contrariamente ao que acontece no litoral, faltam alguns projectos estruturantes, beneficiando de apoio público, para atrair e manter po-pulação e de certo modo garantir o di-namismo futuro. Por exemplo, olhando para a Universidade da Beira Interior, mais de 60% dos estudantes são exter-nos à Beira Interior e a maior parte dos licenciados não ficam na região. Os es-tágios não são maioritariamente realiza-

Dr. Alcino Pinto Couto

dos na região porque as oportunidades de emprego não ocorrem. Ora isso cria um problema muito dramático para o in-terior e limita a incidência territorial do projecto universitário.

Os grandes projectos tendem a lo-calizarem-se no litoral, não permitindo cobrir parte do défice de iniciativa e di-mensão empresarial. Défice que foi, de certo modo, disfarçado pelo dinamismo que teve o desenvolvimento dos servi-ços públicos. Contudo, o interior vive actualmente uma situação relativamente crítica. É importante que o investimento directo estrangeiro, aquele com maior capacidade para garantir sustentabilida-de e dinamização de actividades econó-micas a montante, deixe de estar apenas concentrado no litoral. Os apoios conce-didos e a orientação seguida correspon-dem a uma política de desenvolvimento que do ponto de vista territorial tem sido bastante desequilibrada.

Do ponto de vista histórico, é impor-tante que o poder político reconheça o contributo do interior para o desenvolvi-mento e financiamento das actividades económicas no litoral, através dos fluxos gerados pelas remessas dos emigrantes originários da região e pela exportação de recursos minerais, nomeadamente do volfrâmio. Existem, pois, razões não apenas económicas e de sustentabili-dade de desenvolvimento, mas também históricas para promover uma maior co-esão territorial. Aspecto normalmente esquecido pelos políticos e pelas elites do litoral. Tal política é fundamental para promover qualidade de vida não só no interior, mas também no litoral, aonde os problemas de congestionamento, cri-minalidade, de habitação e de desloca-ção para o emprego penalizam vida das famílias.

continua

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Até que ponto é que o encerramento das escolas, hospitais ou urgências e outro tipo de serviços não leva também a uma migração ainda maior para o litoral, aumentando os pólos já saturados das grandes cidades, com um crescimento brutal de problemas como a criminalidade e outros e que impacto é que isso poderá ter na questão demográfica? Há algum estudo que nos diga se há padrões diferentes quanto ao número de filhos das famílias que vivem no interior do país e das que vivem no litoral, nas grandes cidades?As populações do interior têm mais tendência para ter mais filhos, ou não?AC: Quanto à propensão para ter

filhos, creio não existirem diferenças significativas. Há uma certa padroniza-ção, porque é um problema de natureza multidimensional e transversal. Não está relacionado apenas com a organização territorial. O problema do reordenamento territorial dos serviços, nomeadamente dos básicos, como a saúde, a educação e a justiça, é que a qualidade na sua prestação implica uma relação de proxi-midade muito grande com a população. Na verdade temos uma malha de povo-amento muito dispersa sujeita, em algu-mas regiões, a forte erosão, o que torna difícil o bom funcionamento de algumas infra-estruturas e a sua provisão.

Mais uma vez o problema demográ-fico terá de ser abordado com políticas muito mais activas do que as que estão a ser desenhadas, bem como no seu relacionamento com outras políticas. No passado a ocupação do território do interior recorreu a políticas de coloniza-ção interna e à dinamização da activi-dade agrícola. O problema actual tem contornos muito diferentes. A questão prioritária é, no meu entender, investir no crescimento da população, não há outra hipótese para resolver a questão. Agora a forma como o território vai ser ocupado e como essa ocupação deve ser articulada com a política demográfi-ca é uma outra questão. Eu penso que deve existir uma abordagem integrada das políticas de desenvolvimento, con-siderando que a articulação entre as políticas demográfica e de ordenamento do território são cruciais para um desen-volvimento equilibrado e sustentável. Em particular para os territórios que estão a sentir uma forte pressão para a redução da sua população. Nestas situações, não há outra hipótese que não seja colocar lá os serviços públicos, pô-los a funcionar e completar tal política com políticas de

crescimento económico e emprego. Po-demos ter excelentes serviços públicos, mas se as oportunidades de emprego não surgirem, as pessoas em idade ac-tiva partem. Portanto, a questão passa sempre pelo dinamismo que a economia possa ter e eu não vejo nenhuma hipóte-se de alterar radicalmente o quadro ac-tual sem que haja novas políticas activas de crescimento económico e de criação de emprego no interior.

O modelo que nós temos desde os anos oitenta, ancorado no papel dos serviços públicos, está esgotado. A me-lhoria dos serviços de educação e de saúde fez-se com captação, para o inte-rior, de população qualificada. Todavia, o que se observa hoje é que os filhos dessas gerações, e das gerações que já cá viviam, estão a fazer o percurso contrário e estão a partir para o litoral à procura de oportunidades de emprego que aqui não existem ou são muito re-duzidas. Com eles partem capacidades fundamentais à sustentação de elites po-lítica, económica, social e culturalmente empreendedoras.

Qual é a alternativa?O Estado deveria tomar a iniciativa e investir na criação de empresas em áreas que considere prioritárias, ou isso iria aumentaro défice do orçamento e criaroutro tipo de problemas?AC: No que respeita ao défice, depen-

de. Se o investimento público for pro-dutivo, com taxas de retorno económico e social, retira pertinência ao problema do défice porque é autosustentado e baixa o desemprego. Não partilho dos argumentos que o investimento público é uma despesa. Por definição, o investi-mento implica a ocorrência de um retor-no. No meu entender, o problema encon-tra-se na composição do investimento e nos seus efeitos sobre o bem-estar. A grande dificuldade que eu tenho é em perceber se o país a duas ou a três ve-locidades, que temos procurado comba-ter com as políticas de desenvolvimento regional, foi bem sucedido na resolução das desigualdades territoriais.

A minha percepção é de que as as-simetrias se reforçaram. Apesar do in-vestimento realizado em infra-estruturas

entrevista

continuação

e serviços, esses investimentos revela-ram não serem suficientes para criar dinamismos económico, social, político e cultural suficientemente fortes para contrariar a erosão demográfica do in-terior, apenas contribuíram para que os efeitos da integração económica e do crescimento económico fossem menos dramáticos. Aquilo que constato é que não há uma nova geração de políticas de desenvolvimento regional que possa contrariar esta desertificação do interior e diminuir as assimetrias. As medidas tomadas pelo governo actual de incen-tivo fiscal à localização de empresas no interior e de não pagamento de porta-gens, ainda que positivas, gerarão, no meu entender, efeitos marginais quanto à coesão territorial.

Entendo que as medidas positivas de promoção da coesão são correntemente contrariadas pelos efeitos das políticas sectoriais. Por exemplo, quanto às po-líticas laborais, o modelo proposto de flexisegurança, irá, no meu entender, agravar as assimetrias regionais, em resultado das desigualdades territoriais existentes quanto ao dinamismo econó-mico. Por sua vez, os seus efeitos sobre a distribuição pessoal do rendimento, dificilmente deixarão de favorecer uma maior desigualdade social. Acresce ain-da que tornará mais difícil a conciliação trabalho-família, com efeitos potencial-mente penalizadores do ponto de vista do dinamismo demográfico desejado. Penso, tendo em conta o país em que o modelo emergiu, a Dinamarca, que tal política laboral apenas é possível em economias e sociedades com elevados níveis de coesão económica e social e uma forte organização sindical. Creio que os custos colaterais irão ser signi-ficativos para a sociedade portuguesa, duvidando que os ganhos de eficiência económica se traduzam, no quadro ac-tual, num aumento de bem-estar gene-ralizado.

Tem uma visão pessimista do futuro?AC: As situações não se combatem

com pessimismo, tem que se ser opti-mista para encontrar as forças e a ener-gia de que necessitamos. Nós estamos condenados a não poder ser pessimis-tas. Resistir é vencer, diz o José Mário Branco. Penso que estamos nessa fase. Temos que resistir e empenharmo-nos na construção de uma visão de futuro e ultrapassar estes problemas: fundamen-talmente para deixar um legado às gera-ções futuras que não lhes comprometa as suas legítimas aspirações a melhores níveis de bem-estar e ao exercício de uma cidadania plena.

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9Nº17 | MARÇO 2008 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

direitos

MATERNIDADE– ABONO DE FAMÍLIA PRÉ-NATAL

O Decreto-Lei nº 308-A/2007, de 5 de Setembro, veio estabelecer novas medidas de incentivo à natalidade e de apoio às famílias, salientando-se a atribuição de um Abono de Família Pré-natal à mulher grávida, que atinja a 13ª semana de gestação.

Quais as condições de acesso?A mulher grávida deve, para aceder a este subsídio:- Apresentar requerimento;- Fazer prova clínica do tempo de gravidez e do número de

nascituros;- Declarar e comprovar o rendimento do agregado familiar,

para apuramento do respectivo rendimento de referência que não pode ser superior a 5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS).

O valor do IAS para 2008 passa a ser de 407,41 €.

Como se apura o rendimento de referência?O valor do rendimento de referência resulta da soma do total de rendimentos de cada agregado familiar, a dividir pelo nú-mero de crianças e jovens deste agregado a receber abono de família, mais os nascituros, acrescido de um.

Os rendimentos do agregado familiar são declarados no acto do requerimento.

Qual é o montante?O montante do Abono de Família Pré-natal corresponde ao valor de Abono de Família para Crianças e Jovens no primeiro ano de vida e varia consoante o escalão de rendimentos de referência do agregado familiar.

(*) Estes valores foram calculados com base nos montantes do Abono de Família para Crianças e Jovens, fi xados para o ano de 2007, preven-do-se a respectiva actualização para 2008, até agora não efectuada.

Qual o período de atribuição?O Abono de Família Pré-natal é devido a partir do mês se-guinte àquele em que se atinge a 13.ª semana de gestação, sendo concedido mensalmente, até ao mês do nascimento, inclusive.

Se o período de gravidez for inferior a 40 semanas, no caso de nascimento prematuro, o Abono de Família Pré-natal é ga-rantido pelo período correspondente a 6 meses, podendo ser acumulado com o abono de família para crianças e jovens, devido após o nascimento.

Como requerer o Abono de Família Pré-natal?O requerimento deve ser apresentado:- Pela mulher grávida;- Durante o respectivo período de gravidez ou no prazo

de 6 meses, contados a partir do mês seguinte ao do nascimento;

- Em formulário de modelo próprio, acompanhado de certificação médica do tempo de gravidez e do número previsível de nascituros, de acordo com a comprovação ecográfica, ou de documento de identificação da criança, se esta já tiver nascido.

Se o requerimento não for apresentado durante o período de gravidez, considera-se válido o requerimento de Abono de Família para Crianças e Jovens, após o nascimento da criança, desde que este seja apresentado pela mãe, no prazo de 6 meses, a contar do mês seguinte ao do nascimento.

Nos casos em que foi requerido o Abono de FamíliaPré-natal, ainda é necessário requerer o abono de Família para Crianças e Jovens, após o nascimento?Não, desde que o Abono de Família Pré-natal tenha sido re-querido pela mãe, durante a gravidez e esta se mantenha no mesmo agregado familiar da criança. A atribuição do Abono de Família para Crianças e Jovens depende, apenas, da apresen-tação do documento de identificação da criança.

ESCALÃOESCALÕES DE RENDIMENTOS

DE REFERÊNCIADO AGREGADO FAMILIAR

1º Iguais ou inferiores a € 2.851,87 (0.5 x IAS x14)

2º Superiores a € 2.851,87 (0.5 x IAS x 14) eiguais ou inferiores a € 5.703,74 (1 x IAS x 14)

3º Superiores a € 5.703,74 (1 x IAS x 14) eiguais ou inferiores a € 8.555,61 (1.5 x IAS x 14)

4º Superiores a € 8.555,61 (1.5 x IAS x 14) eiguais ou inferiores a € 14.529,35 (2.5 x IAS x 14)

5º Superiores a € 14.529,35 (2.5 x IAS x 14) eiguais ou inferiores a € 28.518,70 (5 x IAS x 14)

ESCALÕES DE RENDIMENTOS

DE REFERÊNCIA1º 2º 3º 4º 5º

VALOR MENSAL € 130,62 € 108,85 € 87,08 € 53,79 € 32,28

* VALOR TOTAL(6 MESES) € 783,72 € 653,10 € 522,48 € 322,74 € 193,68

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 8 DE MARÇO

Como cidadã, me dirijo em Março aos homens do meu País, que este é o mês para celebrar as mulheres2 e os homens enquanto pais3. Aos homens do meu País me dirijo, 30 anos depois do Abril que trouxe para a lei, em Portugal, a igualdade de homens e mulheres.Aos homens do meu País me dirijo neste Março de 2004, em que nas Nações Unidas se debate o papel dos homens e dos rapazes na promoção da igualdade de homens e mulheres4.Dirijo-me aos homens livres, que prezam a liberdade e que sabem que é nas suas mãos que ela começa5.Dirijo-me aos homens democratas que sabem que a democra-cia é um bem precioso que é necessário preservar.Dirijo-me aos homens justos, para quem tem significado uma Constituição que se inicia a proclamar que a República Portu-guesa assenta na dignidade da pessoa humana6 e que atribui ao Estado, como tarefa fundamental, a promoção da igualdade entre as mulheres e os homens7.Dirijo-me aos homens cidadãos do meu País para lhes perguntar se acham bem que a organização social, em Portugal como em qualquer País do mundo, trate melhor os seus homens do que trata as suas mulheres8. Ou seja, se acham bem, que haja muito mais mulheres desempre-gadas do que homens9;— que o direito ao trabalho, que permite o direito à sobrevivência e à independên-cia, seja negado a uma rapariga porque o empregador sabe que ela tem ou po-derá ter filhos10;— que o desemprego das mulheres de-tentoras de diplomas do ensino superior seja quase o dobro do dos homens nes-sa situação11;— que as mulheres demorem muito mais tempo a progredir na carreira profissio-nal que os homens, apesar de terem qualificação, antiguidade e dedicação iguais ou superiores às deles12;— que todos os dias as mulheres trabalhem em média mais 2 horas do que os homens no conjunto do trabalho remunera-do e não remunerado13, e que, em grande parte por isso, os rendimentos do trabalho dos homens acabem por ser muito superiores aos do das mulheres14;— que a representação política do povo, que é composto por homens e por mulheres qualquer que seja o grupo social de que se trate, corresponda a cerca de 80% de homens e 20% de mulheres, como se ainda não fosse claro que não é o homem o representante da espécie humana porque esta se concretiza em homens e mulheres não hierarquizados em função do sexo e que o humano universal tem que se concretizar no conjunto das suas duas metades: os homens e as mulheres;— que se encoraje um tipo de masculinidade opressiva que condicione os homens à violência contra si próprios (em defesa da honra face aos outros homens), contra as mulheres (em defesa do controlo da sua imortalidade), contra quem é mais fraco (em defesa do auto-convencimento de uma superioridade em que só eles crêem);— que se encoraje um tipo de feminilidade sedutora que con-dicione as mulheres à justificação da sua utilidade ou do seu êxito social, principalmente à validação com que os homens as brindem.Dirijo-me aos homens cidadãos do meu País para lhes per-guntar se acham que esta é conversa fiada, que a igualdade está na lei, que não têm nada a ver com isto, que a culpa não é deles, que não devem nada às mulheres e que a elas cabe resolver os seus problemas.

Dirijo-me aos homens cidadãos do meu País para lhes per-guntar se acham, — que não podem trabalhar mais tempo na esfera privada, para que as mulheres possam trabalhar mais tempo na esfera pública;— que têm direito a ganhar mais dinheiro do que as mulheres, pelo que precisam que elas cuidem dos filhos e dos outros dependentes enquanto eles acumulam trabalho remunerado;— que ainda são os ‘chefes da família’ e que um tal estatuto implica autoridade e gera obediência;— que são incapazes de desenvolver novas competências de comunicação com as mulheres que evidenciem por elas o respeito que se oferece aos iguais, e novas competências de autonomia individual e de apoio à vida doméstica e familiar que evidenciem capacidade de viver numa sociedade demo-crática;— que têm mais direito a descansar do que as mulheres, quan-

do todos os dias em Portugal o conjunto dos homens tem mais uma hora de lazer do que o conjunto das mulheres15;— que o poder político, ao contrário do que a Constituição prevê16, lhes incumbe como que ‘por direito divino’ ou ‘pela or-dem natural das coisas’, ou porque é aos homens que o senso comum reconhece racionalidade e estatuto de ‘representan-tes da espécie humana’17, enquanto as mulheres têm que provar merecer esse poder.Dirijo-me aos homens cidadãos do meu País para lhes perguntar quando terão coragem de gozar as licenças de pater-nidade e as licenças parentais que lhes são integralmente pagas, sem receio de ficarem mal vistos, sem medo de não se-rem promovidos ou de ser despedidos, como se não vivessem num País cuja Constituição garante aos trabalhadores,

sem distinção de sexo, o direito à conciliação da actividade profissional e da vida familiar18 e reconhece que a paternidade, do mesmo modo que a maternidade, é um valor social eminen-te conferindo direito à protecção da sociedade e do Estado19. Para lhes perguntar se acham compensador o seu absentismo da vida familiar ou se ainda entendem que só as mulheres é que têm família, ou que a família é obrigação das mulheres, ou que é esse o poder que aceitam dar às mulheres, como se a divisão do trabalho de produção e de cuidado em função do sexo não fosse uma violação grosseira dos direitos humanos fundamentais dos homens e das mulheres, uma ineficiência óbvia da economia e um atraso estrutural de desenvolvimento. Para lhes perguntar também o que fazem para promover a igualdade de homens e mulheres na sua vida social, no exer-cício da sua actividade profissional, na sua vida cultural, na sua exigência cidadã?Não aceito sorrisos de ironia. Não vejo porque há-de merecer desdém a evidência dos factos e a reflexão sobre o óbvio.Não aceito que me digam que só o tempo transforma as men-talidades. Não é o tempo mas as pessoas que mudam, porque não estamos no campo da evolução biológica, mas no da evo-lução civilizacional.Não aceito o paternalismo condescendente, nem a pseudo cum-plicidade de um ‘faz de conta’ disfarçado de progressista que aceita mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma.Não aceito armadilhas, nem a hipocrisia dos presentes enve-nenados que manipulam as velhas culpas, que dividem para reinar, que jogam com os afectos e com a falta de capitais so-ciais, financeiros ou de conhecimento, e que a prazo só geram violência, anulação e revolta.

Aos homens do meu País 1Aos homens do meu País

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11Nº17 | MARÇO 2008 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

1 Alusão ao título do livro de Maria Lamas “As mulheres do meu País”2 8 de Março – Dia Internacional da Mulher3 19 de Março – Dia do Pai4 De 1 a 12 de Março decorrem em Nova Iorque os trabalhos da

Comissão do Estatuto da Mulher em que este tema é objecto de debate e deliberação. Informação detalhada em http://www.un.org/womenwatch/daw/csw/csw48/Thematic1.html

5 Alusão ao poema As mãos de Manuel ALEGRE, in O canto e as armas [1967] in Obra poética, Lisboa, Dom Quixote, 2000.

6 CRP art. 1º7 CRP art. 9º alínea h)8 Alusão aos Relatórios do Desenvolvimento Humano do

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, designadamente o de 1995 página 29.

www.undp.org 9 A taxa de desemprego das mulheres é de 7,3%, enquanto a

dos homens é de 5,6%. Fonte: INE, Inquérito ao Emprego média anual 2003 10 A taxa de desemprego das jovens (16,9%) é de mais do dobro

da taxa de desemprego global das mulheres (7,3%) e superior em quase um terço à dos jovens (12,6%).

Fonte: INE, Inquérito ao Emprego média anual 2003 11 Fonte: INE, Inquérito ao Emprego 2003. Destaque INE Dia

Internacional da Mulher, 4-3-200412 INE, Mulheres e homens em Portugal nos anos 90, Lisboa,

INE, 200213 INE, Inquérito à Ocupação do Tempo - 1999, Lisboa, INE, 200114 Com uma assimetria de 28,8%. Fonte: PERISTA, Heloísa O

contexto: Análise das desigualdades salariais de género em Portugal, 2002, (n. p.), indicando como fonte DETEFP/MSST, As mulheres no mercado de trabalho, 8 de Março de 2002

15 INE, Inquérito à Ocupação do Tempo - 1999, Lisboa, INE, 200116 “A participação directa e activa de homens e mulheres na

vida política constitui condição e instrumento fundamental de consolidação do sistema democrático, devendo a lei promover a igualdade no exercício dos direitos cívicos e políticos e a não discriminação em função do sexo no acesso a cargos políticos” - Constituição da República Portuguesa, art. 109º

17 “Homem, s. m. (do lat. homine-). Cada um dos representantes da espécie humana, animal racional, ...; O ser humano do sexo masculino (opõe-se a mulher)”. (in Grande Dicionário de Língua Portuguesa, coordenação de José Pedro Machado, para a Sociedade de Língua Portuguesa, 6 vol.s, Edição para o Círculo de Leitores, Lisboa, 1991, vol. III, p.254)

18 CRP art. 59º nº 1 alínea b)19 CRP art. 68º20 Alusão ao Relatórios do Desenvolvimento Humano de 2002,

do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, p. 23 - PNUD www.undp.org

21 “A maternidade e a paternidade são valores sociais eminentes” - Constituição da República Portuguesa, art. 68º nº 2

22 “Mulher, s.f. (do lat. muliere-). A fêmea da espécie humana; pessoa do sexo feminino, depois da puberdade.// .....” (in Grande Dicionário de Língua Portuguesa, coordenação de José Pedro Machado (para a Sociedade de Língua Portuguesa, 6 vol.s, Edição para o Círculo de Leitores, Lisboa, 1991, vol. IV, p.245)

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 8 DE MARÇO

Não aceito a sobranceria de quem diz ter assuntos mais impor-tantes de que se ocupar. Esses são os assuntos políticos ou de finança de que os homens se ocupam sozinhos ou quase e que moldam a vida das mulheres limitando o seu desenvol-vimento humano20,— quando umas vezes as encorajam a ir para casa porque é preciso poupar nas despesas sociais e se quer contar com elas para fazer o serviço invocando solidariedade e culpando-as se disserem que não;— quando outras vezes as encorajam a integrar ou reintegrar o mercado de trabalho, porque é preciso não ficar mal visto na Europa e não perder os fundos comunitários, porque é preciso cobrar impostos sobre o trabalho, garantir a sustentabilidade da segurança social e evitar quanto possível a entrada de novos imigrantes;— quando umas vezes lhes convém o menos que elas ganham e o mais que trabalham e outras vezes lhes convém despedi-las porque encontraram outras mais longe ainda mais baratas;— quando não suportam a perturbação de que as mulheres tenham passado a controlar a sua sexualidade, como eles sempre controlaram a deles e, por arrastamento, a dimensão populacional do país.Não aceito que os homens possam escolher a sua vida e que as mulheres tenham que se conformar com a que eles lhe des-tinarem, embora elas possam jogar toda a sua auto-estima ou toda a sua estratégia de manutenção de poder indirecto ou de competição, repetindo muito frescas ou muito doutorais ou mui-to compreensivas com ‘todas as coitadas deste mundo’, que ‘a escolha’ é delas, que não são nem nunca foram feministas, que não são nem nunca foram discriminadas, que o que elas são é femininas e que o que defendem é o direito à sua diferença. Diferença de quê? Qual é o padrão e porquê? Porque é que aos homens é então negado o direito de escolher ficar em casa ou ir trabalhar? Em nome de que privilégio se podem as mulheres arrogar o direito de ‘escolher’ serem apenas ‘sustentadas’? Não concerteza da maternidade que é tanto função social eminente sua como é para os homens a paternidade21. Ou essa não é afinal a forma encapotada e politicamente correcta de dizer que o que a sociedade ainda e só quer das mulheres é a sua ‘natureza’ enquanto ‘fêmeas da espécie humana’22?Não aceito que me digam que a culpa é das mulheres que educam as crianças para a desigualdade social em função do sexo, como se às mulheres fosse ainda exigível que expuses-sem os filhos e as filhas à condenação pública por violação das normas sociais, ainda que arcaicas, injustas e contrárias ao Estado de direito democrático.Dos homens do meu País, eu espero questionamento, bom senso, sentido da liberdade, da justiça e da cidadania. E espe-ro inteligência e bons sentimentos. Espero práticas que dêem coerência aos madrigais. Espero lucidez e competência. E a vontade sincera de contribuir com a sua parte, pequena ou grande em função do que possam, quer na sua vida privada quer na sua vida pública — na rua, nos locais de trabalho, nos sindicatos, nas empresas, nas escolas, nas universidades, nos tribunais, nos partidos, nas autarquias, nos órgãos de sobe-rania, nas ONG — para a prática quotidiana da igualdade de género. Ou seja, para que a vida das mulheres, dos homens, das crianças, das pessoas jovens e das pessoas idosas venha a ser muito mais feliz em Portugal.Trinta anos depois do 25 de Abril, ainda tenho esperança nos homens do meu País. Mas já não aceito que me desiludam.

Lisboa, 8 de Março de 2004Maria do Céu da Cunha Rêgo retirado de:

Notícias da Amadora - Artigos de Dossier“Mulher / Igualeza / 2004-03-11”

http://www.noticiasdaamadora.com.pt/nad/artigo.php?aid=5065&coddoss=13

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Numa altura em que é cada vez mais gri-tante a desigual distribuição da riqueza, que todos produzem mas de que apenas alguns aproveitam, a posição da Admi-nistração do Grupo CGD é uma ofensa a todos os trabalhadores, nomeadamen-te àqueles milhares que menos ganham. Uma ofensa que, pasme-se, parte de pessoas que acabaram de chegar e que não conhecem aqueles que ali trabalham, mas que entendem manifestar-lhes de imediato um sinal de hostilidade!

Isto é começar mal! Isto é semear a indig-nação, onde deveria lançar-se o estímu-lo! Isto é marginalizar aqueles que mais peso têm na imagem e funcionamento do Grupo! Isto é comprometer à partida os resultados financeiros do Grupo CGD para o ano de 2008!

ASSIM NÃO!

O STEC entregou, no passado dia 7 de Dezembro, à CGD e às diversas Empresas do Grupo, as suas propostas de revisão salarial e cláusulas de expressão pecuniária para o ano de 2008.

Invocando necessidade de uma melhor ponderação da sua resposta e argumen-tando com a mudança do Conselho de Administração da CGD, foi enviado ao STEC, nos primeiros dias de Janeiro, um pedido formal de prorrogação do prazo para essa resposta, por mais 30 dias! As várias Empresas do Grupo se-cundaram esse pedido, assumindo deste modo aquilo que sempre têm recusado – o Grupo CGD tem uma gestão única, que dá pelo nome de Conselho de Admi-nistração da CGD!

contratação

REVISÃO SALARIAL 2008

GRUPO CGD PROPÕE REDUÇÃO SALARIAL E APOSTA NO ATRASO DAS NEGOCIAÇÕES

Finalmente, em 29 de Janeiro – 53 dias após a recepção da proposta do STEC – a CGD e de imediato as outras Em-presas do Grupo entregaram ao STEC a sua resposta.

Seria de esperar que tanto tempo para reflexão produzisse algum resultado, mas não! Na sua resposta, o Grupo CGD avançou com uma contraproposta que é a negação de tudo aquilo que tem propa-lado e até mesmo escrito, sobre o papel ímpar que os trabalhadores têm desen-volvido para que os bons resultados do Grupo CGD fossem possíveis.

A contraproposta de 1,5% só pode ser entendida como uma atitude provocató-ria para com os trabalhadores do Grupo, que não se compreende e muito menos se aceita.

Os Serviços Jurídicos do STEC foram contactados por duas sócias, trabalhadoras da Caixa Leasing e Factoring, confrontadas com a cessação do seu contrato de trabalho, promovida pela sua entidade patronal, argumentando que as trabalhadoras ainda prestavam serviço ao abrigo de um contrato a termo, que atingiria o seu términus.

Analisando as situações, o STEC decidiu patrocinar duas ac-ções declarativas de condenação contra a C.L.F. S.A., por en-tender que, após a assinatura do contrato, as trabalhadoras passaram a exercer funções na Empresa, que caracterizavam um posto de trabalho permanente e efectivo.

Assim, foi pedida a declaração de ilicitude da cessação dos contratos de trabalho, tendo assim as trabalhadoras direito a

juris

STEC CONSEGUE REINTEGRAÇÃODE TRABALHADORAS NA C.L.F.

Os Serviços Jurídicos do STEC foram contactados por duas sócias, trabalhadoras da Caixa Leasing e Factoring, confrontadas com a cessação do seu contrato de trabalho, promovida pela sua entidade patronal, argumentando que as trabalhadoras ainda prestavam serviço ao abrigo de um contrato a termo, que atingiria o seu términus.

ser reintegradas ao serviço da empresa e a receber o valor de todas as remunerações vencidas e vincendas que lhe forem devidas, desde a data do despedimento até à data do trânsito em julgado da sentença.

Finalmente, no decurso dos processos, foi possível obter acordos jurídicos, nos quais ficou consagrado que as partes poriam termo às acções de condenação, sendo as trabalha-doras readmitidas na Caixa Leasing e Factoring.

Mais uma vez ficou patente a disponibilidade para acompa-nhamento, por parte do nosso Sindicato, dos problemas la-borais dos sócios, e a defesa intransigente dos seus direitos, enquanto trabalhadores das empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos.

STEC EM FRANCO CRESCIMENTO !

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13Nº17 | MARÇO 2008 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Encerrado o processo de revisão do AE com a Caixa Geral de Depósitos, informação dada no nosso comunicado nº1 de 2008, o STEC privilegiou no seu trabalho as visitas a várias Agências da Empresa para esclarecimento dos trabalhadores sobre as alterações introduzidas no Acordo de Empresa, dando continuidade ao programa de acção do STEC para o novo ano – 2008.

Contactámos dezenas de trabalhadores das Regiões de Aveiro, Aveiro Norte, Bra-ga Sul, Braga Norte, Caldas da Rainha, Santarém e Almada.

Do diálogo efectuado com os trabalhado-res registámos que o STEC é cada vez mais considerado como a única referên-cia sindical dentro da CGD, transmitindo-nos a sua confiança e o reconhecimento pelo nosso trabalho, sendo o aumen-to da sindicalização a prova real disso mesmo.

Só no mês de Janeiro aderiram ao nosso Sindicato 71 novos sócios, situação que nos regozija e nos dá mais força para o trabalho futuro e que coloca o STEC perante a Administração como uma or-ganização cada vez mais forte e incon-tornável.

É neste trabalho de continuidade, de es-clarecimento e de proximidade aos traba-lhadores, no levantamento, tratamento e resolução dos problemas dos locais de trabalho, que o STEC marca a diferença.

Queremos e vamos continuar a crescer, não nos damos por satisfeitos com o tra-balho já efectuado, para isso contamos com todos os trabalhadores, exortamos os colegas para nos fazerem chegar o maior número de informação possível sobre os seus problemas e dificuldades nos locais de trabalho, de forma a que o STEC deles tome conhecimento e inter-venha para a sua resolução.

sindical

STEC ASSINA PROTOCOLO DECOOPERAÇÃO COM A CGTP

STEC EM FRANCO CRESCIMENTO !

“….A CGTP-IN compromete-se a reconhecer o direito do STEC a:…b) Beneficiar do apoio institucional, da assessoria técnica, da formação sindical e

profissional e da acção desenvolvida pela CGTP-IN em defesa dos interesses comuns a todos os trabalhadores e dos seus interesses específicos;

c) Ser informado, regularmente, da actividade desenvolvida pela CGTP-IN;d) Participar nas actividades de toda a estrutura nacional e regional da CGTP-IN

e ainda nas organizações específicas dos jovens (Interjovem), da Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens (CIMH) e dos reformados (Inter-Reformados).

A CGTP-IN compromete-se ainda a:a) Garantir, em conjugação com o STEC, a designação de dirigentes representa-

tivos da sua estrutura, sempre que se trate da discussão de assuntos e funcio-namento de comissões que digam respeito específico ao sector financeiro;

b) Consultar o STEC em tudo o que diga respeito aos trabalhadores por este re-presentados e sempre que solicitada por instâncias em que participa, veiculando as reivindicações e assumindo a defesa dos seus interesses.

O STEC compromete-se a:a) Participar nas iniciativas da CGTP-IN e das Uniões Distritais e nomeadamente

a integrar as suas delegações ou a assumir a representação da central sempre que as matérias em causa se relacionem com o âmbito de representação deste Sindicato;

b) Informar regularmente a CGTP-IN e as Uniões Distritais das suas actividades, que sejam relevantes para a intervenção da CGTP-IN;

c) Participar com dirigentes seus nos órgãos dirigentes das Uniões Distritais e no Conselho Nacional da CGTP-IN;

d) Disponibilizar as suas instalações para acções da CGTP-IN ou de qualquer uma das suas estruturas intermédias, sempre que as mesmas o solicitem e tal não colida com a actividade própria do STEC. “

Na sequência de contactos entre o STEC e a CGTP-IN, visando uma melhor articulação e dinâmica de trabalho entre as duas organizações sindicais, designadamente quanto ao conhecimento dos problemas com que se confrontam, às formas de resposta para cada situação e às múltiplas experiências vividas, o STEC e a CGTP-IN deliberaram elaborar um Protocolo de Cooperação que veio a ser assinado no passado dia 7 de Fevereiro, nas instalações da Sede do STEC.

Com este Protocolo de Cooperação abrem-se ao STEC novas perspectivas de trabalho, designadamente, no campo da informação, acompanhamento de situ-ações, apoio técnico baseado em largos anos de experiência e ainda de partici-pação em iniciativas de âmbito sindical, nacionais e internacionais, que até agora não estavam ao nosso alcance.

Na era da globalização, onde o Sector Financeiro é talvez o mais avançado e de que o Grupo Caixa Geral de Depósi-tos é um exemplo, com implantação em praticamente todos os Continentes, este Protocolo conduzirá, certamente, a uma troca de informações e de experiências que permitirá ao Sindicato ter uma visão mais global dos problemas que se colo-cam aos trabalhadores.

Pela sua importância transcrevemos aqui excertos do Protocolo.

14 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Em apreciação estiveram 112 trabalhos, apresentados por 25 autores, o que demonstra um interesse crescente dos sócios por esta iniciativa.

Dos trabalhos apreciados o júri decidiu atribuir os seguintes prémios:

O Júri decidiu ainda atribuir 5 menções honrosas:

Ana Cristina Carreira - 2 menções Ana Isabel Biléu António Maria Sousa António Jorge Santos

Os prémios foram já entregues aos vencedores. A juntar aos trabalhos premiados, o Júri seleccionou um conjunto de outras fotos que serão expostas oportunamente.

2º Prémio

Ana Isabel Biléu

3º Prémio

Sandra Marisa Rocha

horas livres

1º Prémio

Ana Pinho Ferreira

2º CONCURSO DE FOTOGRAFIA DO STECO JÚRI DECIDIU...

O Júri, constituído por Vítor Garcia, Luís Nunes e Arnaldo Carvalho, reuniu em 21/11 para análise dos trabalhos e atribuição dos prémios.

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15Nº17 | MARÇO 2008 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

O Júri, constituído pelos escritores; Alice Vieira, José Jorge Letria e António Torrado, apreciou os trabalhos apresentados ao II Prémio Literário do STEC, tendo decidido atribuir o 1º Prémio ao trabalho intitulado “Fã...nático”, que aqui publicamos, da autoria do colega José Joaquim Vitorino Pedrosa, sócio nº 698, colocado na Agência de Atouguia da Baleia, a quem felicitamos. O Prémio, no valor de € 500,00, foi já entregue.

Agradecemos a todos os que apresentaram trabalhos a concurso e esperamos uma maior participação dos colegas em futuras edições.

José Joaquim Vitorino PedrosaSócio nº 698

Atouguia da Baleia

Logo de manhã bem cedinho, é preciso acender a lenha para pôr a água da enorme caldeira a ferver. De seguida, despejam-se as azeitonas para serem esmagadas pelas galgas.No meio do vapor criado pela água a ferver, lá estão o mestre e o moço, atarefados. A massa, carregada em baldes, é então metida nas ceiras, levantadas pelos frades e que são depois todas empilhadas. É então hora de rodar a vara para espremer aquela pasta.Começam a sair as águas ruças e as gotinhas de azeite vêem-se a flutuar naquele líquido escuro. E é assim que se dá início a mais um dia de tarefa árdua “…aqui, não se pode sofrer das costas, menina…” diz o mestre, o Sr. Laurindo. Quando, bem mais tarde, a tibornada foi servida, instalou-se subitamente o silêncio na sala. Talvez porque a refeição estava óptima, porque a hora era avançada, porque a companhia era boa ou por termos sido brindados com um belo dia de sol. A boa disposição imperou quando, depois do lanche, fomos todos “dar à perna” ao som de músicas regionais. E pronto, revisitados usos e costumes, cai a noite e é hora de ir embora. Partimos, com um misto de alegria e saúdade e uma enorme sensação de um dia muito bem passado.

Encontrar-nos-emos na próxima iniciativa do STEC.

ALEGRIA E TRADIÇÃONA ROTA DO AZEITE

Passeio realizado em 24 de Novembro - Góis.

II PRÉMIO LITERÁRIO DO STEC

POESIA – Tema “O Trabalho”

FÃ...NÁTICOAbres a porta: respiras fundo;

Acendes as luzes e ligas-te ao mundo.

Espreitas no siebel as ordens do dia,Já no workflow vais aos “banho-maria”...

Consultas as taxas, juntas-lhe o spreadE aí logo vês como o negócio fede.

Atendes mais um a quem deram cartão,Pra depois o rasgar e deitar no chão.

Conferes-lhe os movimentos na caderneta,Mesmo que a aches tão obsoleta.

Mais umas coisas, e tantas sem jeito...Mas enfim...é mais um cliente satisfeito!

Esqueces o que de mau teve o dia,E aproveitas o bom pra contar à chefia.

Lá vem aperto, e depois, o incentivo?Pois...é assim o fluxo directivo!

Já os alarmes tocam a preceito:O dos cofres, e o do peito.

Vá! Sai rápido, urgente!Antes que a porta se feche (à tua frente).

16 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

O torneio, que o STEC organiza pela 4ª vez, decorreu nos excelentes Pavilhões Municipais do Luso e da Pampilhosa, durante todo o dia 9 e a manhã do dia 10 de Fevereiro, havendo um total de 11 jogos para apuramento da classificação final.

Participaram as equipas: “Secadegas” de Guimarães; Piores, de Braga; Lamego; “Educa-con-dores”, “Tártaros” e “Mesmos”, todas de Lisboa. O grande vencedor foi a equipa dos “Educa-con-dores”, que venceu na final a equipa dos “Secadegas”, campeã da edição anterior, pelo resultado de 3 – 0. Num jogo muito equilibrado, o resultado peca por exagerado, dado que a vantagem de 1-0, se manteve até 2 minutos do final, com uma produção atacante da equipa vencida, que levou duas bolas ao poste, tornando o despique muito vivo e interessante até ao apito final do árbitro.

A Classificação final por equipas ficou assim ordenada:

Classificação Equipas

1.º Educa-con-dores - Lisboa

2.º Secadegas - Guimarães

3.º Tártaros - Lisboa

4.º Mesmos - Lisboa

5.º Piores - Braga

6º Lamego - Lamego

Guarda-redes menos batido:Sérgio Silva - Educa-con-dores

Melhor marcador:Fernando Carreira - Lamego O troféu de guarda-redes menos batido foi entregue a Sérgio

Silva, dos “Educa-con-dores”, e o de melhor marcador foi en-tregue a Fernando Carreira, de Lamego, que marcou 5 golos, em igualdade com Rui Sequeira, dos “Educa-con-dores”, mas com menos 1 jogo disputado.

Os participantes ficaram alojados no “Conjunto Turístico Quin-ta dos Três Pinheiros”, na Mealhada, local onde se efectuou o almoço de encerramento do Torneio, com a entrega de pré-mios e lembranças alusivas ao Torneio. A boa disposição e o convívio imperaram num almoço que reuniu mais de 100 participantes, unindo e fortalecendo os laços de amizade entre trabalhadores do mesmo grupo de empresas.

IV TORNEIO DE FUTSAL DO STECLuso e Pampilhosa

Na Região do Leitão, “EDUCA-CON-DORES”, recupera o título de Campeão.

1ª Classificada - “Educa-con-dores”

2ª Classificada - “Secadegas”

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17Nº17 | MARÇO 2008 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

protocolosApresentamos os novos protocolos estabelecidos entre o STEC e outras entidades.

Para qualquer esclarecimento complementar é favor contactar a Sede, em Lisboa, ou as

Delegações de Coimbra e Porto. DESCONTOS E CONDIÇÕES ESPECIAIS

PARA ASSOCIADOS DO STEC

ensino básico e secundário privado

ensino privado de informática

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A Fábulas de Encantar, Lda concede aos sócios/trabalhadores do STEC, os seguintes descontos: Desconto de 25% na inscrição. Desconto de 10% na mensalidade.

(No jardim de infância, este desconto não acumula ao desconto dado pela capitação de rendimentos do agregado familiar, ao abrigo do protocolo celebrado com a DREL ou Ministério da Educação).

CORREIA E GERALDES - Informática, LdaAv. República, 1336-S/L nº 2 4430-192 V. NOVA GAIATel. 223 722 844 / 46 www.cginfor.com

Empresa reconhecida pelo Conselho Directivo do ISP - Instituto de Seguros de Portugal, propõe-nos os seguintes descontos:

Sócios - 15% Agregado familiar - 10%.

No curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores, os descontos serão de 10 e 5%, respectivamente.

Pagamento: 50% no início da acção de formação. Restantes 50% a meio da acção de formação.

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HOTEL VILA PARK ***Av. de Sines 7501-909 V. N. SANTO ANDRÉTel. 269 750 100 Fax. 269 750 119E-mail. [email protected] www.vilapark.com

Esta Unidade Hoteleira dispõe-se a fazer aos sócios do STEC, os seguintes descontos, aplicados à sua Tabela de Balcão: - Desconto de 30% nas épocas baixa e média, de domingo a quinta-feira. - Desconto de 20% na época alta, para estadias mínimas de 5 noites e nas noites de sexta e sábados das épocas baixa e média.

18 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

HOTEL MONTECHORO ****Rua Alexandre O’Neil 8200-343 ALBUFEIRA Tel. 289 589 423 / 32 Fax. 289 589 947 E-mail. [email protected]

Desconto de 25% sobre Tabela de Balcão, mediante apre-sentação de cartão de sócio do STEC. Este desconto não é aplicável a Programas Especiais ou Promoções.

A. MONTESINHO, LDA – Turismo de HabitaçãoGimonde 5300-553 BRAGANÇA Tel. 273 302 510 Fax. 273 381 302 E-mail. [email protected] www.amontesinho.pt

Desconto em alojamento de 20%, em todas as unidades do grupo, a quem apresentar o cartão de sócio do STEC.: * Casa da Mestra * Quinta das Covas * Casa do Bísaro * Casa da Escola * Casa do Lúpulo

CASA DE S. TIAGO - Turismo de HabitaçãoLargo Alexandre Herculano, 2 7000-051 ÉVORA Tel. 266 702 686 Fax. 226 000 357 E-mail. [email protected]

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CASA DA EIRA DE LAÇOS - Turismo de HabitaçãoGondomil 4930-694 VALENÇA Tel. 251 921 905 Tm. 916 616 287 Fax. 251 921 904 E-mail. [email protected]

Desconto de 20% aos sócios/colaboradores sobre os preços da Tabela de Balcão.

HOTEL PRINCIPE DA BEIRA ****EN 18 - Km 63,5Sítio da Maria Negra, Donas 6230-172 FUNDÃOTel. 275 779 920 Fax. 275 779 929E-mail. [email protected]

Os associados e trabalhadores do STEC, benefi ciam dos seguintes descontos: • Alojamento - 20% sobre os preços de balcão. • Refeições (Restaurante a Cereja) - 10% desconto.

ADRIANA BEACH CLUB **** Apartado 6115 - Olhos d´Água 8200-379 ALBUFEIRATel. 289 540 100 Fax. 289 540 199E-mail. [email protected] www.terracodafalesia.com/pt/adriana_home.asp

Desconto de 10% sobre as tarifas de balcão, aos sócios do STEC. Os associados terão que, na altura da reserva e/ou check-in, mencionar que são sócios do STEC, identifi cando-se com o cartão de associado e/ou declaração.

HOTEL APARTAMENTO PANTANHA *** Av. Dr. Aurélio Gonçalves - Caldas da Felgueira3525-202 CANAS DE SENHORIMTel. 232 949 995 Fax. 232 949 999E-mail. [email protected] www.hotelpantanha.com

Desconto de 10% sobre preços de Balcão, aos sócios e trabalhadores do STEC.

HOTEL TRYP D.MARIA ***Alameda Pêro Covilhã 6200-507 COVILHÃTel. 275 310 000 Fax. 275 310 009E-mail. [email protected] www.trypdonamaria.solmelia.com

Desconto de 20% sobre a tarifa de balcão, para reservas que antecedem em mais de 14 dias a data de chegada. Ou, em alternativa, upgrade gratuito para o melhor quarto disponível em reservas efectuadas com base na tarifa BAR “Best Available Rate”. 10% de desconto nas modalidades de fitness da Nova Academia.

ESTALAGEM DE PENEDONOLargo do Pelourinho 3630-246 PENEDONO Tel. 254 509 050 Fax. 254 509 059 E-mail. [email protected]

Aos sócios do STEC, esta unidade hoteleira, oferece um desconto de 20% sobre os preços de balcão, na modalidade de Alojamento e Pequeno Almoço.

HOTEL SANTO ANTÓNIO Rua de Santo José, 10 2495-434 FÁTIMATel. 249 533 637 / 41 Fax. 249 533 634 E-mail. [email protected]

Os sócios do STEC beneficiam de um desconto de 15% sobre os preços da tabela de balcão.

CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

19Nº17 | MARÇO 2008 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Sede STEC - LISBOA Av. Guerra Junqueiro, nº 14 - 3º Dto, 1000-167 LISBOAtel 21 845 4970, 21 845 4970 - fax 21 845 4972

Delegação STEC - PORTOR. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTOtel 22 338 9076, 22 338 9128 - fax 22 338 9348

Delegação STEC - COIMBRAR. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRAtel 23 982 7686, 23 982 8554 - fax 23 982 6802

www.stec.pt e-mail : [email protected]

cultura e lazer

MUNDICLASSEAgência de Viagens e Turismo, LdaContactos da rede de lojas em: www.mundiclasse.ptNúmero verde: 707 200 979 (das 9.30h às 18.30h)- Sábados (das 9.30h às 13.00h)

A MUNDICLASSE compromete-se a conceder aos sócios e funcionários do STEC e respectivos cônjuges, os seguintes descontos: • Valor base de catálogo dos operadores turísticos - 5% • Campanhas especiais e preços promocionais - 3% • Auto-férias (Reservas simples de hotel) - 4% • Rent-a-car - 5%

BULHOSA LIVREIROSwww.bulhosa.pt

Campo Grande 10B Telf.: 21 799 41 94 Fax. 21 761 54 82

Oeiras Parque Telf.: 21 446 15 54 Fax. 21 446 01 52

Amoreiras Shopping Telf.: 21 381 22 54

Galerias Twin Towers Telf.: 21 722 10 74

Cascais Villa Telf.: 21 481 83 54

Central Parque (Linda-a-Velha) Telf.: 21 414 00 86

Odivelas Parque Telf.: 21 934 46 14

R. Tomás da Anunciação (Campo de Ourique) Telf.: 21 383 90 00

Desconto de 10%, excepto em cheques-brinde, revistas e livros escolares.

HOTEL NELAS PARQ ***Av. Prof. Dr. Fortunato de Almeida 3520-056 NELASTel. 232 941 470 Fax. 232 944 914E-mail. [email protected] www.hotelnelasparq.com

Os associados e trabalhadores do STEC beneficiam de um desconto de 15% sobre os preços de balcão.

CASA DO CONTADOR * CASA DO MERCADORTurismo de Habitação - Lugar de Real – GERÊSTel. 219 232 676 (das 10h-13h 15.30h-20h)Tel. 219 615 859 ou 912 353 232 (a partir das 21h)Fax. 219 615 416www.casadomercador.com

A Casa do Contador e Casa do Mercador incluídas num complexo habitacional, proporcionam aos sócios do STEC, um desconto de 20% sobre os preços de balcão. A unidade possui: • 18 camas• 2 casas com piscina • T0’s• T1’s• T2’s

APÚLIA PRAIA HOTEL *** Av. da Praia, 45 4740-033 APÚLIATel. 253 989 290 Fax. 253 989 299 E-mail. [email protected]

Desconto aos sócios do STEC de 20% sobre as tarifas de Balcão.Os associados terão que, na altura da reserva e/ou check-in, mencionar que são sócios do STEC, identificando-se, e que por isso usufruem do desconto mencionado.

HOTEL PENACOVA *** Av. Bissaya Barreto, 3 3360-191 PENACOVATel. 239 470 700 Fax. 239 470 701 E-mail. [email protected]

Desconto aos associados e colaboradores:- 20% sobre a Tabela de Balcão (Alojamento com pequeno almoço incluído)

CLUBE HUMBRIA - APARTAMENTOS TURÍSTICOS **** Estrada de Albufeira 8200-609 OLHOS D’ÁGUATel. 289 583 390 Fax. 289 583 399 E-mail. [email protected]

Desconto de 20% sobre o preço de balcão, aos sócios do STEC,mediante disponibilidade.

20 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Assistimos, estupefactos, a mais uma renovação na imagem da Caixa que, aparentemente, nada de significativo tem, para além da eliminação do nome do balcão.

Perante tal absurdo, fomos à procura das razões para a mu-dança e, afinal, depois de muita investigação, concluímos que as coisas afinal não são tão simples como parecem. Há razões de sobra para a mudança. Razões significativas… só que não são visíveis por todos! É uma alteração que foi objecto de aturados estudos de conceituados especialistas de imagem, estrangeiros, com o objectivo de atingir novos segmentos de mercado, de elevado QI, até agora pouco sensíveis aos ar-gumentos comerciais da empresa. Daí as alterações serem significativas, estarem lá, só que não são vistas pelo comum dos mortais!... É uma espécie de “o rei vai nu”, não vê quem quer, só quem pode! Por isso é que esses senhores têm que ser muito bem pagos!

Assim já se entende que se gastem uns largos milhares para mudar as “tabuletas”!... Poderiam, antecipadamente, ter expli-cado às pessoas e evitavam-se certos ditos de que a Caixa esbanja dinheiro nestas ninharias e até mesmo os trabalha-dores compreenderiam melhor o facto de terem aumentos tão curtos, de trabalharem para além da hora, à borla, de haver certas poupanças de papel e tantas coisas mais. Fosse tudo bem explicado e pronto… até mais ninguém perdia tempo a discutir se a diferença está na cor, nas letras, ou no tamanho.O que é certo é que uma pessoa normal não vê as verdadei-ras diferenças, mas elas estão lá e, a curto prazo, o efeito vai sentir-se no negócio. Só pode.Assim é que é!...

insólito

e-mail : [email protected]

Sede STEC - LISBOA Av. Guerra Junqueiro, nº 14 - 3º Dto, 1000-167 LISBOAtel 21 845 4970, 21 845 4971 - fax 21 845 4972

Delegação STEC - PORTOR. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTOtel 22 338 9076, 22 338 9128 - fax 22 338 9348

Delegação STEC - COIMBRAR. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRAtel 23 982 7686, 23 982 8554 - fax 23 982 6802

Boletim Informativo Caixa Aberta Nº 17 , Março de 2008 - Periodicidade: Trimestral - Tiragem: 6500 ExemplaresDirecção e Redacção: Departamento de Comunicação do STEC - Concepção Gráfica: Hardfolio - Impressão: M2-Artes Gráficas, Lda.

Nova imagem?!