o lado negativo da globalização: o recente ataque cibernético · profissões que foram extintas....

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O Lado Negativo da Globalização: O Recente Ataque Cibernético Fonte: Pixabay De acordo com Carlos Drummond de Andrade, "Cada nova geração de computadores desmoraliza as antecedentes e seus criadores." Sob este mesmo pensamento, atrela-se também que, cada novo ataque cibernético desfaz os antecedentes e seus criminosos... E essa situação de insegurança no mundo virtual, seja por um ataque por vírus seja por invasão de hackers na rede de computadores ou por outro aspecto imprime a faceta negativa da Globalização. O que o mundo assistiu, desde a 6ª retrasada (12/5), estando ainda sob risco eminente de novas vítimas, se refere a um ataque cibernético de grande escala, do software malicioso (vírus)WannaCrypt, do tipo ransomware (seu nome técnico), que sequestra dados, ameaça e pede resgate às vítimas. A maioria dos ransomware vem escondido dentro de documentos do Word, Excel, PDFs e outros arquivos, enviados em anexos aos e-mails ou por meio de arquivos armazenados em outros computadores (compartilhamento), já infectados, obtidos por pen drives, CDs, DVDs etc. O ransomware invadiu os computadores e, através da criptografia, ele conseguiu “sequestrar” os arquivos digitais das vítimas, as impedindo de acessá-los. Os hackers, logo depois, exigiram um resgate às mesmas, a fim destes obtê-los, novamente. O valor do “resgate” é pago em “ bitcoins”, que é uma moeda digital de difícil rastreamento. No entanto, alguns especialistas alertam que nem sempre – mesmo pagando o resgate – a vítima obtém seus arquivos sequestrados. Segundo fontes de pesquisa, em geral, o resgate é cobrado – por máquina - algo em torno de US$ 300. Segundo as mídias foram mais de 200 mil computadores afetados, distribuídos em cerca de 150 países, inclusive, o Brasil. O malware (“software malicioso”) se espalhou de forma rápida afetando diretamente computadores sobre o sistema Windows(Microsoft), o mais usado no mundo. Com isso, além de pessoas civis, grandes empresas e portais de serviços (como por exemplo, de hospitais e da Previdência Social, entre outros) sofreram o ataque do último dia 12 de maio. Todavia, os riscos ainda vigoram, podendo gerar mais vítimas no mundo todo. Daí o alerta global sobre os riscos eminentes de contaminação de outros computadores. Os computadores afetados pelo ransomware foram aqueles que ainda não haviam sido atualizados, expondo-se graças a uma vulnerabilidade das plataformas Windows, sobretudo, o Windows 7, o Windows 8, Windows XP e Windows Server 2003. Os computadores que utilizam o Windows 10 não sofreram ataque. Entre as grandes empresas e serviços afetados estão, a Telefônica (gigante de telecomunicações espanhola), a empresa FedEx (serviço de entregas estadunidense), o serviço de Saúde da Inglaterra; as redes elétricas na Índia; assim como o sistema ferroviário, o Banco Central e o Ministério do Interior da Rússia. No Brasil, o ataque afetou o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), o Ministério Público de São Paulo, o INSS, a Petrobrás e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A fim de evitar a contaminação, diversas empresas desligaram os seus computadores, fazendo o mesmo os Tribunais de Justiça de diferentes estados.

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Page 1: O Lado Negativo da Globalização: O Recente Ataque Cibernético · profissões que foram extintas. e/ou se encontram . em processo de extinção. ou, ainda, que apresentam uma redução

O Lado Negativo da Globalização: O Recente Ataque Cibernético

Fonte: Pixabay

De acordo com Carlos Drummond de Andrade, "Cada nova geração de computadores desmoraliza as

antecedentes e seus criadores." Sob este mesmo pensamento, atrela-se também que, cada novo ataque

cibernético desfaz os antecedentes e seus criminosos...

E essa situação de insegurança no mundo virtual, seja por um ataque por vírus seja por invasão de hackers

na rede de computadores ou por outro aspecto imprime a faceta negativa da Globalização.

O que o mundo assistiu, desde a 6ª retrasada (12/5), estando ainda sob risco eminente de novas vítimas, se

refere a um ataque cibernético de grande escala, do software malicioso (vírus)WannaCrypt, do

tipo ransomware (seu nome técnico), que sequestra dados, ameaça e pede resgate às vítimas.

A maioria dos ransomware vem escondido dentro de documentos do Word, Excel, PDFs e outros arquivos,

enviados em anexos aos e-mails ou por meio de arquivos armazenados em outros computadores

(compartilhamento), já infectados, obtidos por pen drives, CDs, DVDs etc.

O ransomware invadiu os computadores e, através da criptografia, ele conseguiu “sequestrar” os arquivos

digitais das vítimas, as impedindo de acessá-los. Os hackers, logo depois, exigiram um resgate às mesmas, a

fim destes obtê-los, novamente. O valor do “resgate” é pago em “bitcoins”, que é uma moeda digital de

difícil rastreamento. No entanto, alguns especialistas alertam que nem sempre – mesmo pagando o resgate

– a vítima obtém seus arquivos sequestrados.

Segundo fontes de pesquisa, em geral, o resgate é cobrado – por máquina - algo em torno de US$ 300.

Segundo as mídias foram mais de 200 mil computadores afetados, distribuídos em cerca de 150 países,

inclusive, o Brasil.

O malware (“software malicioso”) se espalhou de forma rápida afetando diretamente computadores

sobre o sistema Windows(Microsoft), o mais usado no mundo. Com isso, além de pessoas civis, grandes

empresas e portais de serviços (como por exemplo, de hospitais e da Previdência Social, entre outros)

sofreram o ataque do último dia 12 de maio. Todavia, os riscos ainda vigoram, podendo gerar mais vítimas

no mundo todo. Daí o alerta global sobre os riscos eminentes de contaminação de outros computadores.

Os computadores afetados pelo ransomware foram aqueles que ainda não haviam sido atualizados,

expondo-se graças a uma vulnerabilidade das plataformas Windows, sobretudo, o Windows 7, o

Windows 8, Windows XP e Windows Server 2003. Os computadores que utilizam o Windows 10

não sofreram ataque.

Entre as grandes empresas e serviços afetados estão, a Telefônica (gigante de telecomunicações espanhola),

a empresa FedEx (serviço de entregas estadunidense), o serviço de Saúde da Inglaterra; as redes elétricas

na Índia; assim como o sistema ferroviário, o Banco Central e o Ministério do Interior da Rússia.

No Brasil, o ataque afetou o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), o Ministério Público de São

Paulo, o INSS, a Petrobrás e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A fim de evitar a

contaminação, diversas empresas desligaram os seus computadores, fazendo o mesmo os Tribunais de

Justiça de diferentes estados.

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O último caso que eu tomei conhecimento foi a Disney, que sofreu sequestro de um dos seus lançamentos

de cinema, com estreia marcada para o próximo dia 25. Trata-se do filme “Piratas do Caribe: A

Vingança do Salazar”.

Sob ameaça de divulgar (vazar) o longa-metragem na Internet, os hackers pediram o resgate em

pagamento em Bitcoin, mas a Disney já anunciou que não vai pagar. A polícia federal dos EUA está

investigando o caso.

1º de maio: Dia do Trabalho

Imagem capturada na Internet (Google - Fonte: desconhecida)

Hoje, dia 1º de maio, é feriado nacional: Dia do Trabalho. Na verdade é feriado também em outros países do

mundo. No Brasil, a data só se tornou oficial (feriado nacional) com a publicação do Decreto, instituído pelo então

presidente Artur Bernardes, em 26 setembro de 1925.

E, sob esta perspectiva, o tema trabalho deve ser focado sob o contexto da Globalização, pois foi através deste

processo - inserido na atual fase do Capitalismo (Capitalismo Financeiro) - que se verificaram grandes mudanças no

modo de produção, nas relações de trabalho.

As inovações tecnológicas que marcam, entre outras características, o processo da Globalização, vão

engendrar mudanças significativas, também, nas empresas, na oferta de emprego, na criação de novas

profissões e, ao mesmo tempo, na extinção de outras, nos níveis de desemprego e na necessidade

do aperfeiçoamento dos indivíduos às novas tecnologias (qualificação).

Como exemplos de profissões que foram extintas e/ou se encontram em processo de extinção ou, ainda, que

apresentam uma redução significativa, têm-se: o instrutor (ou professor) de datilografia (de máquinas manual, elétrica

e eletrônica), cobrador de ônibus, caixa de agência bancária, o fotógrafo lambe-lambe (aquele que fica na praça), entre

outros.

Entre as novas profissões que surgiram face às inovações tecnológicas, pode-se citar: o programador,

o web designer, operador de telemarketing, técnico em manutenção de computadores, designer gráfico etc.

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Além da inserção das TICs (Tecnologias de Informação e de Comunicação) nas diferentes esferas de atuação da

sociedade, presenciamos mudanças significativas no que diz respeito à automação ou robotização nas

indústrias, com a introdução de tecnologias robóticas substituindo a mão de obra humana.

Sendo assim, o desemprego ganha espacialidade e passa a ser um fenômeno mundial e não apenas predominante nos

países subdesenvolvidos. Os fatores também são ampliados, pois a própria tecnologia passa a ser um fator do

desemprego, mas o desemprego pode envolver um ou mais fatores.

Principais fatores do desemprego:

- Fatores Conjunturais: resultam de uma situação temporária (ou não) mediante, por exemplo, a uma crise

econômica ou decorrente de uma guerra, dos danos causados por desastres naturais, entre outros;

- Fatores Estruturais ou Tecnológicos: resultam da modernização das estruturas produtivas e de trabalho,

sobretudo, com a automação ou robotização das empresas em substituição à mão de obra humana (a máquina

substituindo o homem).

Outro fator que contribuiu bastante e ainda contribui para o desemprego, sobretudo, nos países ricos e pode ser

considerado como fator conjuntural é a transferência das empresas dos países desenvolvidos para os países

subdesenvolvidos, as chamadas multinacionais ou transnacionais.

Neste processo de expansão e internacionalização das empresas, no sentido de saída de um país desenvolvido e o

ingresso em um país subdesenvolvido e/ou emergente teve início nas décadas de 50 e 60, com as multinacionais

norte-americanas. Nas décadas de 60 e 70, as empresas europeias também se lançaram aos países subdesenvolvidos,

enquanto, nas décadas subsequentes (décadas de 70 e 80) foi a vez das empresas japonesas.

Hoje, muitos países emergentes (países subdesenvolvidos industrializados) participam do mesmo processo com

suas grandes empresas, como é o caso do Brasil que, durante o governo de Juscelino Kubitschek, abriu a economia

para o capital internacional, atraindo grandes empresas estrangeiras, em especial, montadoras de automóveis (Ford,

Volkswagen e General Motors) e, hoje, participa com suas multinacionais brasileiras em outros países (Petrobrás,

Sadia, a Vale do Rio Doce, a Embraer , a Gerdau , a Natura etc.).

Em geral, os países subdesenvolvidos ofereciam e, ainda, oferecem diversos fatores atrativos à transferência e

instalação de empresas estrangeiras em seu território, tais como: mão-de-obra barata (baixa escolaridade); oferta de

energia e baixo custo das matérias-primas em razão da proximidade às fontes. Além disso, a legislação ambiental –

muitas das vezes – se mostrou não muito rigorosa (até hoje), apresentando-se falha em termos de maior controle,

inclusive, com registro de corrupção (suborno em ações) favorável à empresa estrangeira, poluidora.

Além destes atrativos peculiares aos países subdesenvolvidos, os governos locais, comumente, ofereciam grandes

vantagens aos empresários a fim de consolidar a instalação de suas respectivas empresas em seus territórios, tais

como: isenção fiscal, doação de terrenos para a instalação das indústrias; construção de uma infraestrutura capaz de

assegurar o transporte, o escoamento e a distribuição da matéria-prima e dos produtos (ferrovias, rodovias, portos,

viadutos etc.).

Embora, os fatores Estruturais ou Tecnológicos sejam majoritários nos países desenvolvidos, eles também são

verificáveis em nações subdesenvolvidas, sobretudo, nos países emergentes.

A substituição do homem pela máquina requer um alto investimento, contudo, a médio e longo prazo, os lucros são

garantidos, pois as máquinas não têm salário mensal, nem o 13º salário no final do ano, não tiram férias, nem licença

médica ou de maternidade, não sofrem acidente de trabalho e, melhor, não protestam, entram em greve.

O problema mais agravante é o quê vai ser feito com os desempregados? Pois, os fatores estruturais ou tecnológicos

não são cíclicos, temporários, eles são permanentes, duradouros.

O que fazer nos países subdesenvolvidos, onde a maior parte dos governos não oferece programas de assistência social

e aos desempregados (como por exemplo, o seguro-desemprego que fornece assistência financeira temporária)?

Ainda sob este contexto da Globalização com as inovações tecnológicas, mas, sobretudo, com a inserção das TICs

(Tecnologias de Informação e de Comunicação) nos diferentes ramos do setor terciário (comércio e de serviços), os

países subdesenvolvidos também ficam na desvantagem e, a maioria, à margem do processo em razão ao acesso

restrito das populações a estes recursos tecnológicos modernos.

Para minimizar os efeitos deste desenvolvimento desigual e da consequente exclusão digital, os governos adotam

medidas e programas de incentivo à inserção e uso das TICs, como a implantação e a reativação de Laboratórios de

Informática nas Unidades Escolares, oferta de cursos de aperfeiçoamento na área de informática e de mídias na

Educação aos professores das redes públicas e privada, acesso a crédito para compra de equipamentos, a implantação

de programas de Internet gratuita a comunidades carentes, entre outros.

Não resta dúvida que a data de hoje é de comemoração, pelo menos, para aqueles que podem se sentir seguros em seus

empregos, enquanto que os desempregados... Só Deus sabe como estão driblando a vida, sobrevivendo. E, até

quando...

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De acordo com os dados do IBGE, nas seis maiores regiões metropolitanas do país (onde é medido o índice nacional de

desemprego), no ano passado, o número de desempregados apresentou uma queda e estava na ordem de 1,48 milhão

de pessoas.

As causas são diversas, não resta dúvida! Mas, não esqueçamos que, como país emergente, o Brasil é afetado por

múltiplos fatores de desemprego.

Com tudo isso, pode-se concluir duas coisas:

- A Educação – em seus diferentes níveis de escolaridades - deve, necessariamente, acompanhar e inserir tais

inovações tecnológicas em suas práticas escolares a fim de promover a inclusão digital e atender a demanda do

mercado de trabalho;

- O indivíduo deve, sempre, investir em si mesmo, qualificando-se em prol de uma ocupação que esteja em alta no

mercado de trabalho, de padrões concernentes às tecnologias modernas, a fim de não sofrer ameaças de desemprego

ou demissão devido a substituição por máquinas.

O Poder da Mídia na Globalização

Uma das características do processo da Globalização é a integração dos mercados com a expansão de

grandes multinacionais. Inclusive, no post anterior foi mencionado os problemas gerados na matriz de

determinadas empresas japonesas, como a Toyota, Honda e Nissan - em consequência do terremoto seguido por

tsunami - e os efeitos nas suas respectivas filiais, sobretudo, aquelas localizadas na América Latina.

Neste post, o foco é a propaganda, o marketing, estratégia bastante utilizada pelas grandes empresas face à

concorrência no mercado e a política visando o aumento das vendas dos produtos. A respeito do marketing

(propaganda), dos altos investimentos aplicados e da força de convencimento que esta adquire nas mídias sobre os

consumidores.

O Poder da Mídia na Globalização

Todos os homens são iguais perante Deus

E sem uma boa agência de propaganda,

todas as margarinas também.

As duas marcas de margarina mais vendidas no Brasil são praticamente idênticas no sabor e na cremosidade. Só que,

curiosamente, uma delas vende quase o dobro da outra.

Como se leva o consumidor a preferir uma margarina, um shampoo, uma cerveja, ou qualquer outro produto, entre

tantos tão iguais?

Sim, porque por mais dinheiro que se invista, nenhum laboratório de pesquisas do mundo seria capaz de criar

diariamente um novo diferencial para a margarina.

Acontece que a comunicação pode.

Ela é, aliás, a maneira mais eficaz e poderosa de se criar o desejo de compra nas pessoas. E com uma enorme vantagem

de custo.

É por isso que comunicação e marketing se transformaram nas atividades mais importantes de uma empresa.

Mais importantes que o produto, preço, distribuição, que, sozinhos, seriam incapazes de gerar volume de vendas. Mais

importantes que a fábrica. (Nike é líder mundial e não possui uma fábrica).

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Mais importantes até que a própria empresa. (O Laboratório Fontoura fechou há uma década, mas suas marcas

Biotônico Fontoura e Detefon continuam sendo vendidas até hoje.)

Só que quem pode entender de óleos vegetais e hidrogenados e, ao mesmo tempo, cuidar da comunicação de uma

marca? Qual a empresa que pode pensar criativamente o seu próprio produto, pensar nele conceitualmente, com uma

visão menos afetiva e incestuosa, e muito mais realista?

É aí que nasce a relação entre uma empresa e uma boa agência de propaganda, talvez a parceria mais importante na

história de qualquer produto vitorioso, de qualquer companhia de sucesso.

Se uma marca só pode acontecer através de uma boa comunicação, uma boa comunicação só pode ser produzida por

uma boa agência e uma boa equipe.

Afinal, são essas pessoas que passaram dezenas de anos lidando com o marketing de grandes empresas. Aprenderam

com a experiência o que funciona ou não. Já gastaram milhões de dólares testando novas idéias. E é por isso que

ninguém como eles consegue fazer duas margarinas parecerem tão diferentes.

Talvez isso explique o respeito e o forte relacionamento de anos de uma Gessy Lever — fabricante da líder Doriana —

com a sua agência de propaganda. Bem como tantos outros exemplos que se vêem no mercado.

Se você tem uma boa agência de propaganda, aprenda a utilizá-la. Tente extrair o máximo que ela pode oferecer.

Divida com ela dúvidas, temores, alegrias, erros e acertos. Mas, acima de tudo, valorize sua agência.

Você não calcula quanto uma equipe dessas, estimulada, é capaz de fazer pela sua empresa.

Sem esse tipo de parceria, entretanto, talvez seja melhor nem tentar. A cada 10 novos produtos lançados, 7 deles

fracassam porque, por uma razão ou outra, não conseguem sobressair junto ao consumidor.

O mercado, ao contrário de Deus, é bem exigente, seletivo e impiedoso.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGÊNCIAS DE PROPAGANDA

(20º Anuário do Clube de Criação de São Paulo)

Aldeia Global e seu Efeito em Cascata

Carregamento de carros para exportação atingido pela tsunami em Hitachinaka

Imagem capturada na Internet (Fonte: Autonews Notícias - Foto: AFP)

O processo de transformações econômicas, políticas, sociais e, também, culturais que se verifica no mundo todo é

denominado de Globalização e, como muitos sabem, os seus efeitos podem ser tanto positivos quanto negativos.

Sob o aspecto negativo estamos presenciando, mais uma vez, o efeito dominó que é desencadeado após um país ser

afetado, economicamente, por algum problema, o qual vai intervir direto e/ou indiretamente nos demais países inter-

relacionados e integrados na rede de mercados comerciais e, sobretudo, de atuação de multinacionais (filiais de

empresas estrangeiras).

O fato o qual me refiro não se trata de uma crise, mas de um desastre natural, capaz de gerar uma grande instabilidade

econômica e financeira (sem falar das perdas humanas). Estou falando do terremoto seguido por tsunami que ocorreu

no Japão, em março deste ano.

Em 2001, presenciamos os efeitos imediatos do ataque terrorista nos EUA, nos sistemas eco-nômico e financeiro em

território estadunidense e em diversos países espalhados no mundo todo.

Na época, a Bolsa de Nova Iorque (EUA) ficou interrompida por quatro dias e, imediatamente, o impacto do ataque

terrorista e a insegurança se alastrou no mundo, fazendo com que muitos investidores vendessem suas ações,

sobretudo, as de companhias aéreas e seguradoras. Sob o mesmo efeito seguiram as bolsas de valores de Tóquio, Paris,

Londres e Frankfurt, consideradas as mais importantes do mundo, assim como a de São Paulo e de outros países da

América Latina, como a do México, Venezuela, Chile e Argentina.

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Sem falar dos riscos e das ocorrências de falências de empresas, da implantação de planos de redução de custos,

sobretudo, na indústria aeronáutica mundial, como em outros ramos inter-relacionados, os quais geraram -

consequentemente - o desemprego.

São os efeitos em cascata na chamada Aldeia Global.

Pois bem, em razão do forte terremoto (8,9 na escala Richter) que ocorreu no Japão, no dia 11 de março, as grandes

montadoras japonesas Toyota, Honda e Nissan foram obrigadas a suspender as atividades nas fábricas do país. Até

porque todas elas sofreram diretamente os efeitos dos sismos, com registro de uma morte e de 30 feridos na Honda e

de incêndios em duas unidades da Nissan.

Em consequência das interrupções em território japonês, além dos prejuízos locais, na produção de peças e,

sobretudo, em termos de exportação, principalmente, para os Estados Unidos, a Toyota anunciou a parada temporária

de sua produção no Brasil e na Argentina.

Pela primeira vez, a produção de veículos da Toyota é afetada na América latina por efeito de um desastre natural.

A produção do carro Corolla, em Indaiatuba (SP), foi suspensa no dia 25 de março e a previsão é que seja novamente

interrompida nos próximos dias 06 e 20 de maio.

Está também prevista que a produção argentina da picape Hilux e do utilitário esportivo SW4, em Zárate, será

paralisada nos dias 13, 20 e 27 de maio.

A Toyota, por sua vez, garantiu que as suspensões não causarão desemprego em suas fábricas em ambos os países.

Assim esperamos..

Tráfico de Órgãos: Brasil - África do Sul - Israel

Imagem capturada na Internet (Fonte: Revista Galileu) Com o advento das novas tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs), da fusão e incorporação de empresas, bem como a expansão das grandes multinacionais, entre outros aspectos ligados à área econômica, comercial, social, ambiental e política sob a égide do fenômeno da Globalização torna-se inquestionável os ganhos que a população mundial obteve em face da transformação do mundo sob uma “Aldeia Global”. No entanto, diante do distanciamento gradativo existente entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, o mesmo fenômeno ao estimular a cobiça pode, na maioria dos casos, instigar atividades ilegais. Assinalando assim, um dos aspectos negativos da Globalização. Nesta perspectiva de cobiça, ilegalidade e de globalização é possível compreender a integração e o caráter transnacional de atividades criminosas como o comércio ilegal e o tráfico de órgãos (como também a de drogas, de armas, de mulheres, crianças etc.), que envolvem a participação de pessoas de diferentes países, cujo principal objetivo é ganhar dinheiro. E não é pouca quantia, não! O comércio ilegal é estabelecido justamente obedecendo esta rota, isto é, de um ponto, os países do Sul (subdesenvolvidos) que vendem os seus órgãos e, na outra ponta, os países do Norte (desenvolvidos), onde se encontram os pacientes ricos que pagam fortunas pelos transplantes. Apesar de já ser fato antigo, o comércio ilegal de rins envolvendo o Brasil (em destaque o estado de Pernambuco), África do Sul e Israel voltou a ser noticiado nos principais meios de comunicação. De acordo com o que foi publicado nos principais jornais do país (impresso e online), cinco médicos sul-africanos foram acusados de realizar 109 transplantes ilegais de rim em israelenses com órgãos comprados de brasileiros e romenos, entre 2001 e 2003.

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As intervenções cirúrgicas, tanto as de extração dos rins (doadores) quanto as de transplante (doentes renais israelenses) foram realizadas no St Augustine Hospital, principal unidade hospitalar do grupo Netcare, em Durban (África do Sul). Além dos doadores brasileiros e romenos também estariam envolvidos, como doadores, neste esquema de comércio ilegal de rins. A Romênia, país integrante da União Europeia (desde 2007), representa uma das economias frágeis da Europa Oriental (atraso econômico). Antes destes, os próprios israelenses serviam-se como principais doadores, mas o valor da venda dos rins era bem superior (US$ 20 mil) à importância paga aos doadores brasileiros e romenos (US$ 6 mil). Esta prática que, a princípio possa parecer algo legal, pois o doador está ciente de seus atos e de acordo com a venda, não é exatamente, pois a venda de órgãos humanos é crime. De acordo com a Lei 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, que dispõe sobre a Remoção de Órgãos, Tecidos e Partes do Corpo Humano para fins de Transplante e Tratamento, em seu Artigo 15 (Capítulo V das Sanções Penais e Administrativas) estabelece como crime “comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humanos (...)" e em seu parágrafo único afirma: "Incorre na mesma pena quem promove, intermedeia, facilita ou aufere qualquer vantagem com a transação”. O grupo ligado ao esquema da NetCare e o St Augustine Hospital, ainda, falsificou documentos para constar que os doadores eram familiares dos doentes renais, que seriam submetidos ao transplante. Segundo os dados divulgados, a NetCare faturou o equivalente a R$ 5,4 milhões com os 109 transplantes. As audiências para o julgamento do caso estão agendadas para o mês de novembro. O NetCare negou ter atuado de forma ilegal e assegurou que se defenderá das acusações no tribunal. Mas, o caso é sério e dificilmente este e as pessoas envolvidas, direta e/ou indiretamente, sairão ilesas. Além do comércio ilegal, os envolvidos poderão responder por formação de quadrilha, fraude, falsificação e lesão corporal grave. No Brasil, de acordo com a antropóloga e pesquisadora da Universidade de Berkeley (Califórnia, EUA), Nancy Scheper-Hughes, desde o período do regime militar (1964 a 1985), tem-se registro de roubo de órgãos e de tecidos de cadáveres (Revista Galileu). Segundo a referida revista, os especialistas acreditam que a lei 9.434, acima citada, tenha provocado um certo boom no mercado ilegal de compra e venda de rins, ao liberar o grau de parentesco entre o doador e o receptor (doente renal).

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A Geografia da obesidade GEOGRAFIA

Com os hábitos da sociedade globalizada, casos de obesidade tem se tornado cada

vez mais frequentes em diversos países.

A obesidade atinge milhões de pessoas no mundo

A humanidade sempre se preocupou com a alimentação da população, pois a fome e a subnutrição

sempre estiveram presentes na sociedade.

Em tempos passados a sociedade não tinha como problema a obesidade, mas sim a subnutrição.

Após o desenvolvimento das técnicas e da tecnologia (década de 70), a produção de alimentos teve um

aumento muito grande e propiciou acessibilidade maior aos alimentos, além disso, as indústrias

diversificaram os tipos de alimentos, apresentando vários atrativos de cores e sabores.

Atualmente o percentual de pessoas obesas igualou e/ou superou o percentual de pessoas

subnutridas, fato que ocorreu pela primeira vez na história da humanidade.

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura, que aumenta a massa corpórea, assim, o peso

fica acima do ideal. O estado patológico provoca uma predisposição maior a doenças, como problemas

de coração, diabetes, sem contar que pessoas obesas têm uma expectativa de vida menor do que um

indivíduo de peso normal.

A obesidade no mundo

Na China, o país mais populoso do mundo, estimativas revelam que o percentual de obesos já atingiu

15% da população, enquanto que o percentual de subnutridos é de 11%. O agravante é que à medida

que diminui o percentual de subnutridos, aumenta o de obesos.

Nos EUA, pesquisas mostram que 30% dos americanos são obesos, mas esse número provavelmente

deve ser maior, cerca de 50%, isso porque os americanos têm critérios avaliativos não muito rígidos,

diferente dos critérios mais rígidos dos europeus.

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- Na Europa e Japão a obesidade atinge 20% da população.

- No Brasil a porcentagem de obesos atinge 11% da população adulta, número bastante superior de

subnutridos, que é de 4%.

As principais causas da obesidade é o alto consumo de alimentos não saudáveis, sedentarismo e

consumo de alimentos industrializados.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) criou um termo chamado “globesidade” decorrente das

mudanças ocorridas no processo de globalização. Mas esse problema não se restringe aos ricos e à

classe média, é também problema dos pobres.

Nas duas últimas décadas os brasileiros transformaram os modos alimentares, deixaram de lado o

tradicional arroz e feijão, para ingerir alimentos como cachorro quente, sanduíches e fast-food em

geral. Esse tipo de alimento é altamente prejudicial à saúde.

Os veículos de comunicação em massa alertam sobre os riscos da obesidade e recomendam uma

alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos.

O CONSUMO, O MEIO AMBIENTE E A VIOLÊNCIA

Você é um consumidor consciente ou um consumista? Esse artigo vem para tentar abrir um debate e criar a reflexão

sobre seus atos de consumo. Primeiramente é necessário diferenciar o consumo do consumismo. O consumo é

necessário para sobrevivermos, ou você vive sem se alimentar, sem se vestir, sem se deslocar? Claro que não! Agora

consumismo está associado a exagero, a supérfluo, ao perdulário. Pode pensar como exemplo de consumismo o

padrão ocidental, em especial o estadunidense, ou seja, vamos às compras baby, mesmo sem precisar de nada. Hoje

o mundo já sofre com as mazelas, as moléstias do consumismo, das compras impensadas e não sustentável. Isso

vem exaurindo os recursos naturais, em especial as matérias-primas e a energia. Estamos caminhando para um

colapso ambiental e prova disso são as mudanças climáticas que vem ocorrendo no Planeta Terra. A organização

não-governamental Instituto Akatu pelo Consumo Consciente que é uma organização reconhecida mundialmente

vem apresentando estudos que mostram a necessidade de se repensar o ato de consumir. Segundo o próprio

Instituto Akatu o Planeta Terra não conseguira suprir toda a demanda que cada vez é maior por matéria-prima e

energia da sociedade de consumo. Hoje com a chamada globalização difundi-se a ideia de que é necessário consumir

pra alcançar a felicidade. Parte da sociedade adquire muitos objetos supérfluos enquanto outra parte passa fome ou

sofre com doenças do início do século passado como a tuberculose. Há um consumo impensado desenfreado e isso

vem atingindo geração presente e as futuras. O consumismo não nos dá boas perspectivas sociais e ambientais. Hoje

estamos presenciando os altos níveis de obesidade, as dívidas pessoais crescentes, a infelicidade crescente, o menor

tempo livre para o lazer, o meio ambiente maltratado e por fim, o aumento da violência, para sustentar o

consumismo de quem não tem um bom nível de renda ou então de pessoas gananciosas que sempre querem mais.

Não há paz e felicidade na sociedade consumista, pois o capitalismo exclui grande uma parte da sociedade. No

entanto, para garantir o consumismo esses excluídos partem para a violência. Se analisarmos a violência no Brasil há

poucos casos que o indivíduo rouba, assalta, furta, mata para suprir as suas necessidades básicas, como comer,

vestir-se com roupas comuns ou mesmo comprar remédios. Hoje a violência existe para garantir o tênis importado, a

roupa de grife, o celular moderno, o aparelho de cd, o carro, a moto, os vícios e claro, as drogas. Em suma, o

consumismo, a ganância e a carência pelo supérfluo tira a paz da sociedade. Talvez se as penas por crimes que são

praticados para sustentar o supérfluo fossem diferenciadas (bem mais rígidas) os criminosos pensariam antes de

querer consumir exageradamente. O marketing também tem culpa disso, pois cria um apetite de consumo onde não

há poder aquisitivo pra tanto e diante disso vem à frustração de não poder consumir e consequentemente surge a

violência. No Brasil já há canais e programas de televisão que ficam vendendo porcarias supérfluas e infelizmente há

quem assiste, se interessa e adquire essas bugigangas inúteis. Também pudera estamos vivendo em um país que a

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qualidade da educação está decrescendo cada vez mais. Estamos criando consumistas e não cidadãos, já que hoje

quem não tem o poder de compra é um excluído dessa sociedade. É o ato de medir as pessoas pelo que tem e não

pelo que é! A sociedade ainda não se deu conta que o consumismo tem diminuído a qualidade de vida das pessoas.

Temos que parar de olhar e ter os Estados Unidos da América como um padrão de comparação de forma positiva,

pois o que vemos lá é uma sociedade doente, assassina, infeliz, exploradora e individualista, mas a mídia faz de tudo

pra mostrar que é o melhor país do mundo. Já existe toda a preocupação em produzir de forma sustentável,

diminuindo o consumo excessivo com água, com energia e outros recursos naturais. Entretanto do outro lado, há um

apelo à compra, ao consumismo o que acaba por neutralizar as ações positivas da produção. Não há possibilidade de

termos um Planeta Terra equilibrado sem nos educarmos para o consumo. Temos que estar “vacinados” contra a

busca da felicidade no bem material, como o banho de loja, ou a compra dos produtos supérfluos. É necessário não

poluir, não esbanjar água, energia entre outros recursos, mas principalmente e imprescindível racionalizar o

consumo e de preferência consumir produtos que poluam menos e que explorem menos a natureza. Vou terminar o

artigo com aos dizeres de Gandhi: “A terra pode oferecer o suficiente pra satisfazer as necessidades de todos os

homens, mas não a ganância de todos os homens”

Cultura e Globalização As relações entre cultura e globalização perpassam pela compreensão dos meios de comunicação e pela democratização em seus usos e acessos. Publicado por: Rodolfo F. Alves Pena em Geografia humana

Como as pessoas e suas práticas culturais comportam-se na Globalização?

O espaço geográfico encontra-se repleto de elementos próprios do processo de

globalização, como as antenas de TV e celular, os meios de transporte cada vez mais

modernizados, os cabos de fibra óptica, as redes (que nem sempre são visíveis, mas se

fazem presentes no espaço), entre outros elementos.

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Isso também acontece com a cultura. O espaço geográfico constrói suas bases em

inúmeros campos e configurações (economia, política, sociedade, educação), de modo

que a cultura encontra-se plenamente inserida nesse contexto. Assim, observam-se as

transformações das paisagens que variam do natural ao cultural, carregando ambientes

constitutivos de todas as sociedades capitalistas, mas com elementos culturais locais ou

regionais, que denotam a singularidade dos lugares.

Mas como podemos compreender o comportamento e as transformações da cultura na

era da globalização? Como elas se expressam em um espaço social cada vez mais

interligado com o global? É possível dizer que estamos passando por uma padronização

cultural?

Com a Globalização, ampliaram-se as facilidades de comunicação e, consequentemente,

a transmissão dos valores culturais. Assim, observa-se que as diferentes culturas e os

diferentes costumes podem se interagir sem a necessidade de uma integração territorial.

Entretanto, observa-se também que esse processo não se dissemina de forma igualitária,

de modo que alguns centros economicamente dominantes transmitem em maior número

os seus elementos culturais.

Um exemplo disso é a chamada Indústria cultural, termo criado por sociólogos no início do

século XX, mas que se mantém atual. Essa indústria é capaz de gerar e controlar os

padrões de comportamento e os costumes das pessoas, como as roupas, os padrões de

etiqueta e comportamento, as atividades de lazer que exercem etc.

Por esse motivo, muito se fala em uma homogeneização das culturas, isto é, a

padronização dos modos de ser e agir dos indivíduos com base em uma referência

dominante, fazendo sucumbir os valores locais e tradicionais. Nesse sentido, muitos

acusam o processo de globalização de ser um sistema perverso, uma vez que ele não se

democratiza inteiramente e só atinge os setores economicamente dominantes do mundo e

das sociedades.

Por outro lado, à medida que os sistemas de comunicação, informação e transporte vão

elevando a sua capacidade de disseminação, observamos também a possibilidade dos

costumes e valores locais se interporem aos elementos globais. Isso ocorre a partir do

momento em que comunidades tradicionais ou culturas regionais conseguem disseminar

e divulgar para além de suas fronteiras as suas características. Com base nessas

concepções, há quem diga que a Globalização, na verdade, promove

uma heterogeneização cultural.

Por fim, é necessário observar que há uma hierarquia nos sistemas de comunicação.

Apesar do advento da internet e da possibilidade de expressão por parte de inúmeras

pessoas, ainda algumas formas de pensamento e ideias socialmente dominantes

sobrepõem-se às demais, através do uso preferencial sobre os elementos midiáticos, a

exemplo do que ocorre com filmes e seriados, geralmente mantidos sob um padrão e

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influenciando os estereótipos comportamentais. Nesse sentido, muitos são os que

afirmam que, na verdade, o que ocorre é uma hegemonização cultural na globalização.

Mas antes de tirarmos uma conclusão definitiva sobre os elementos culturais e suas

transformações na mundialização das sociedades, é necessário estarmos sempre atentos

aos eventos e informações, sempre com a preocupação de compreender e assimilar os

fatores modernos da sociedade, sem negar ou sobrepor os valores tradicionais dela

constitutivos.

Desigualdade social: o que é, tipos, causas e consequências!

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Imagine um Brasil em que todos tenham acesso à educação, ao lazer, aos serviços de saúde e ainda à segurança? Parece um cenário de primeiro mundo, não é mesmo? Pois esses são alguns dos direitos básicos assegurados pela nossa Constituição Federal para todos os cidadãos do país. Entretanto, a desigualdade social gera um abismo que impede essa realização. Por esse motivo, a desigualdade social no Brasil é um tema que pode ser abordado de diversas formas no Enem. Afinal, além de ser um assunto muito importante por causa das dificuldades e injustiças que o abismo econômico pode provocar, é um processo que acontece no mundo inteiro (em maior ou menor grau). Confira nossas dicas e macetes para entender de vez esse conceito, conhecer as principais causas, consequências e tipos. Além disso, veja como desenvolver uma redação sobre desigualdade social e tenha uma boa argumentação para tratar sobre o tema.

O que é desigualdade social? Como já explicamos na introdução, a desigualdade social está presente no mundo inteiro, porém, só se torna um problema quando a diferença econômica entre a renda daqueles que estão na base social é muito distante da percebida pelos mais ricos da estratificação social. Ou seja, desigualdade social é a diferença que privilegia ou limita determinado grupo social. Este é um dos temas amplamente estudados pela Sociologia, que não pretende apenas entender o que é desigualdade social, mas também descobrir soluções para minimizar esse quadro — independentemente do sistema econômico, se capitalista ou socialista.

Exemplos de desigualdade social Mais acentuados durante as crises econômicas, políticas e sociais, existem muitos exemplos de desigualdade social.

Educação Podemos acompanhar um fenômeno na educação que, de fato, tende a acontecer na maior parte dos tipos de desigualdade social, que é um ciclo vicioso. Imagine que uma família possui excelentes condições financeiras e alto poder de consumo. Os filhos terão acesso ao melhor tipo de educação, mesmo que essa seja em instituições de ensino privadas. Essas pessoas, ao crescerem, terão, consequentemente, melhor formação educacional — o que aumentará as chances de ocuparem os melhores empregos. Na outra ponta dessa estrutura social, estão as classes menos favorecidas, que precisam contar apenas com o sistema público de ensino e muitas vezes não podem prosseguir com a formação, pois a família precisa de apoio econômico para se sustentar.

Emprego Apesar de o emprego ter ligação ao exemplo que acabamos de ilustrar sobre educação e a formação que cada um conquista, ainda é possível perceber outros fatores, como a influência da família para indicação de vagas em empresas de conhecidos.

Saúde Normalmente as pessoas com uma situação financeira precária dependem exclusivamente do sistema público de saúde. Entretanto, hospitais públicos também costumam sofrer com carência econômica, o que os impede de investir da forma adequada em estrutura física, medicamentos, tecnologias e até mesmo em profissionais.

Cultura A manifestação cultural é bastante diversificada, mas as pessoas com maior poder de consumo têm condições de participar amplamente de atividades culturais como:

• visitar museus e exposições artísticas;

• comprar livros, revistas e jornais;

• assistir a teatros, óperas e outros concertos musicais, cinema;

• viajar para outros lugares, conhecendo assim outros contextos históricos e culturas;

• ter ferramentas como internet e computador ou smartphone de boa qualidade, facilitando a

navegação mais dinâmica e acesso a conteúdos.

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Moradia São muitas as questões que envolvem moradia e servem como exemplo para perceber a diferença causada pela desigualdade social. Elas podem ser ligadas à qualidade de vida, como o fato de morar próximo a ambientes de estudo e trabalho, evitando o movimento pendular, ou mesmo ligados ao risco de vida como zonas sem segurança, abastecimento de água tratada e saneamento básico.

Tipos de desigualdade social Apesar de essa diferença se apresentar principalmente em relação às condições econômicas, existem muitos outros tipos de desigualdade.

Desigualdade de gênero

Ainda hoje, é comum que mulheres recebam um salário menor exercendo uma mesma função, pelo simples fato de serem mulheres. Esse dado não fica sozinho e é percebido em outros âmbitos ligados à ocupação de cargos superiores e de confiança e até mesmo na liberdade e direitos equivalentes aos dos homens. Outro exemplo da desigualdade de gênero são os homossexuais, que muitas vezes não conseguem ocupar determinado cargo somente por causa dessa orientação. Ainda nesse sentido, poderíamos inclusive apresentar questões como a homofobia e o não reconhecimento

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desse tipo de união, que, mesmo sendo legalmente aceito, não é bem visto dentro de diversos grupos religiosos.

Desigualdade racial Além da relação econômica que separa as raças em muitos países, como no Brasil, como herança do período de escravidão, há também uma dificuldade de oportunidades — um fenômeno que acontece tanto nas oportunidades de emprego quanto nas representações midiáticas, como em filmes e programas de TV, nos quais a representatividade das raças é diversa da realidade e ainda costuma acentuar esse preconceito.

Desigualdade econômica Resultado da má distribuição de renda e do privilégio de determinadas classes sociais, ela é responsável por proporcionar a uma parcela privilegiada uma excelente qualidade de vida, muitas oportunidades e acesso à culturas diversas. Por outro lado, as pessoas com baixo poder de consumo, além de não terem boas condições de vida, precisam conviver com situações de risco, como má alimentação, convívio em ambientes de alta violência e falta de perspectiva na vida.

Desigualdade regional O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um indicador para medir as condições de vida das pessoas de uma determinada localidade. Devido aos fatores históricos, é comum acontecer que pessoas de uma determinada localidade tenham mais privilégios do que em outra região. No Brasil, podemos ver essa diferença entre as condições da população do Nordeste em relação à população das regiões Sul ou Sudeste. Ainda é possível perceber essa faceta da desigualdade social no mundo observando o abismo existente entre as possibilidades de uma pessoa que vive em grandes centros urbanos, em relação a quem está na zona rural. Além das dificuldades de um sistema de saúde eficaz, as possibilidades de uma educação de qualidade que vá até formações superiores são, também, escassas.

Desigualdade social no Brasil Segundo um estudo realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil está entre os cinco países com maior desigualdade em sua distribuição de renda. Alguns estudiosos defendem que a desigualdade social no Brasil tem origem no Brasil Colônia. Contudo, existem diversos programas sociais, como o Bolsa Família, que serviram para reduzir a desigualdade social e ajudar milhões de pessoas a sair da pobreza absoluta.

Desigualdade social no Brasil: causas e consequências Confira agora as principais causas que levaram a desigualdade social no Brasil a se tornar uma das maiores e quais consequências isso gera para a nossa sociedade.

Causas da desigualdade social Vamos olhar para as principais causas da desigualdade social no nosso país desde a origem até problemas que mantêm ou até mesmo agravam esse quadro nos dias de hoje:

• o Brasil foi constituído como uma colônia de exploração e demorou a abolir a escravidão;

• a divisão de terras aconteceu de maneira desigual, concentrando grandes territórios nas

mãos de poucos;

• a desigualdade da qualidade da educação de acordo com as classes sociais;

• a evasão escolar e a dificuldade das classes mais baixas em conquistar boa formação

escolar e qualificação profissional;

• as diferenças salariais e de oportunidades de emprego de acordo com raça e gênero;

• a inflação e os altos impostos que diminuem o poder de consumo, principalmente das

classes menos favorecidas;

• a distribuição ineficiente da verba pública associada à corrupção;

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• o princípio capitalista do acúmulo de bens e da meritocracia;

• o falta de estímulo para programas nas áreas socioculturais, da saúde e da educação;

• a falta de melhor distribuição da renda. Consequências da desigualdade social Agora pense no quanto todas essas causas também geram consequências na desigualdade social no Brasil. Entre os efeitos da desigualdade social, identificamos:

• aumento da pobreza absoluta, miséria e má qualidade na alimentação;

• más condições de moradia, favelização e falta de saneamento básico;

• precariedade na saúde e alta taxa de mortalidade infantil;

• marginalização social, violência e falta de segurança pública;

• falta de oportunidades de emprego;

• má qualidade nos serviços públicos oferecidos.

Multinacionais - O papel das multinacionais na

globalização... –

A globalização produtiva ocorreu com o crescimento e a expansão das multinacionais. Elas estão

presentes em todos os países do mundo e atualmente passam por incorporações e fusões, com a

ampliação do seu ramo de atuação. Várias multinacionais industriais apresentam lucro maior no

setor financeiro que na produção industrial.

Muitas multinacionais já são mais ricas que países. Em 1999, as dez maiores corporações

mundiais (General Motors, Wal-Mart, Exxon Móbil, Ford, DaimlerChrysler, Mitsui, Mitsubishi,

Toyota, General Electric e Itochu) venderam US$ 1,4 trilhão. Essas empresas possuem 50% dos

seus ativos no exterior, mais de 60% das vendas são para o mercado internacional e 60% dos

empregados são mantidos fora do país sede.

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Mão-de-obra barata

A cadeia produtiva se fragmentou e as empresas dividem as etapas de produção em vários

países, de acordo com suas vantagens comparativas (mão-de-obra barata, localização mais

próxima da matéria-prima ou do mercado consumidor, leis ambientais brandas, disponibilidade de

energia barata etc).

As atividades mais criativas (como o desenvolvimento do projeto e da tecnologia e o marketing) e

de comando se concentram na matriz, geralmente em um país desenvolvido.

As atividades repetitivas de montagem, com baixo conteúdo tecnológico, se concentram em

países não desenvolvidos que oferecem incentivos fiscais, mão-de-obra barata e subsídios. Em

países que adotaram o neoliberalismo nas relações de trabalho (flexibilização e

desregulamentação), as vantagens são ainda maiores.

O caso Nike

Várias indústrias têxteis dos EUA não conseguiam concorrer com produtos similares produzidos

na Ásia, por causa do alto custo da mão-de-obra americana. Com a criação do Nafta, elas

transferiram a linha de produção para o norte do México, onde a mão-de-obra é muito mais

barata. Depois, o produto acabado é reexportado para os EUA.

A Nike americana não possui nenhuma fábrica nos EUA e mais de 90% da sua produção ocorre

no sul e sudeste da Ásia, cabendo à matriz o desenvolvimento do projeto e o marketing.

Fusões

As fusões e incorporações marcam este período de globalização. As grandes empresas estão se

associando para não quebrar ou para aumentar a sua competitividade.

A Mercedes Benz (alemã) comprou a Chrysler (americana), criando a DaimlerChrysler, que

exportava mais que a África do Sul. Em seguida, essa nova empresa comprou 34% da Mitsubishi

Motor Cars (japonesa). Essa é uma tendência generalizada. Em 1999, dos US$ 865 bilhões

investidos pelas multinacionais, 83% destinavam-se a compras e fusões.

As corporações financeiras também crescem e espalham seus investimentos especulativos pelo

globo. Os fundos de investimentos recebem bilhões de dólares de pequenos investidores. Por

exemplo, um especulador médio como Edward Jones maneja US$ 225 bilhões e a Merrill Lynch

algo como US$ 1 trilhão.

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As cinco atividades do crime organizado que rendem mais dinheiro no mundo

De acordo com dados do Escritório da ONU contra Drogas e Crimes o comércio ilegal do crime organizado registra ganhos anuais de mais de US$ 2 trilhões. O número é alto, porém é apenas uma estimativa dada a natureza ilegal do que está sendo analisado. Este número equivale a cerca de 3,6% de tudo o que se produz e é consumido no planeta em um ano, ou a quatro vezes o PIB da Argentina e quase dez vezes o da Colômbia. O último relatório do Fórum Econômico Mundial fez uma estimativa menor - mais de US$ 1 trilhão - com base em uma pesquisa de 2011 feita pelo Global Financial Integrity (GFI), um centro de estudos de Washington. O GFI elaborou seu relatório a partir de 12 atividades ilegais e as cinco primeiras são estas.

1º Narcotráfico: US$ 320 bilhões 2º Falsificação: US$ 250 bilhões

3º Tráfico humano: US$ 31,6 bilhões

4º Tráfico ilegal de petróleo: US$ 10,8 bilhões 5º Tráfico de vida selvagem: US$ 10 bilhões Se juntarmos a estas cifras os ganhos com outras atividades criminosas (desde o tráfico de órgãos até a venda de obras de arte) a soma chega a US$ 650 bilhões. E se levarmos em conta que a maioria das transações são feitas em dinheiro vivo, a lavagem de dinheiro se transforma em um grande negócio que explica a soma total de mais de US$ 1 trilhão citada pelo Fórum Econômico Mundial. A BBC Mundo analisou as cinco principais atividades do ranking do GFI.

1 - Narcotráfico Em 2003 os ganhos com narcotráfico chegavam perto dos US$ 320 bilhões, uma cifra equivalente a 1% do PIB mundial. A produção se concentra nos países em desenvolvimento e o principal destino são os mercados em países como Estados Unidos e países da União Europeia. Em 2008 o rendimento econômico do mercado americano de cocaína chegou a US$ 35 bilhões. O cultivo de coca nos países produtores recebeu cerca de US$ 500 milhões. Desde a grande explosão do tráfico de drogas no ocidente com as mudanças culturais da década de 1960, nenhuma estratégia conseguiu combater este crime.

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Mesmo que em muitos casos o combate mais severo ao tráfico não conseguiu deter o aumento de um comércio globalizado, a estratégia de legalização das drogas também tem muitos críticos que temem que a iniciativa incentive um consumo descontrolado. Parece ser mais fácil sufocar o narcotráfico financeiramente e, segundo Channing Sophia May, pesquisadora do tema para o GFI, esta seria uma boa medida. "A diferença do tráfico de diamantes, que é uma atividade que opera com muito escambo por armas em zonas de conflito, é que o tráfico de drogas se movimenta com dinheiro. Isto precisa da mecânica da lavagem de dinheiro feita em paraísos fiscais, o subfaturamento do comércio internacional e o mercado negro de divisas", disse à BBC Mundo.

2 - Falsificação Uma parte substancial do consumo e comércio mundial são transações de produtos falsificados. A estimativa é que este comércio chega a faturar US$ 250 bilhões. A Organização Mundial de Alfândegas estima que estes produtos equivalem a algo entre 5% e 7% do comércio global. Em 2009, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) calculou o impacto destes produtos de outra forma. Segundo a organização, que reúne 34 países desenvolvidos e em desenvolvimento, o comércio mundial no ano de 2009 teve um aumento de 2% graças ao impacto dos produtos falsificados. Uma das tendências mais preocupantes é o produto número um no mercado de falsificação: medicamentos. "Quando uma pessoa compra uma carteira falsa, sabe o que comprou. Com os medicamentos é diferente, principalmente com a venda pela internet. Um dos grandes perigos é o impacto não apenas na saúde individual mas também na saúde pública. Um tipo comum de falsificação é o antibiótico com dose menor do ingrediente ativo, o que gera tolerância aos vírus, algo que pode ativar o surgimento de variedades mais virulentas", disse Sophia May à BBC Mundo.

3 - Tráfico humano Estima-se que este ramo da economia clandestina chegue a faturar US$ 31,6 bilhões. Os especialistas tentam diferenciar entre o tráfico humano e de imigrantes mas, com frequência, a fronteira entre ambos é indefinida. Um imigrante que não pode pagar os custos da viagem e precisa trabalhar com frequência em condições de escravidão até pagar a dívida é um exemplo da dificuldade na hora de diferenciar estes fenômenos. Em todo caso, o tráfico humano circula em uma direção parecida com a do narcotráfico: do mundo em desenvolvimento para o mundo desenvolvido. Em seu último relatório publicado em 2014 a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que os lucros privados deste comércio ilegal são de US$ 150 bilhões, uma cifra que se multiplica em cinco vezes segundo as estimativas da GFI. De acordo com a OIT cerca de US$ 99 bilhões vêm de um dos grandes capítulos do tráfico humano: a exploração sexual. Os outros US$ 51 bilhões se devem à exploração econômica e incluem o trabalho doméstico, agrícola, construção, indústria etc. Segundo May a diferença em estimativas se deve fundamentalmente aos anos usados na comparação e a fatores circunstanciais como os eventos esportivos ocorridos no ano da medição. "O tráfico sexual gera mais dinheiro e muitas vezes cresce de forma exponencial antes de grandes eventos como podem ser uma Copa do Mundo de futebol ou Olimpíada", afirmou.

4 - Tráfico ilegal de petróleo O tráfico de petróleo gera uma quantia estimada em US$ 10,8 bilhões. Esta atividade tem figurado nas manchetes nos últimos anos devido a sua importância para o financiamento do grupo auto-denominado Estado Islâmico, que ganharia até US$ 500 milhões por ano, dinheiro indispensável para sua campanha militar.

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Esta atividade se expandiu muito. Uma das variantes é o aproveitamento do petróleo barato a preços subsidiados. O GFI cita as diferenças de preço entre o Iraque (US$ 0,05 por galão) e o Kuwait (US$ 0,79) em 2005, como um terreno fértil para contrabandistas. A Shell estima que, em 2014, mais de 100 mil barris de petróleo deixaram a Nigéria ilegalmente a cada dia enquanto que no México a Pemex afirma que perde cerca de US$ 700 milhões por ano. "Às vezes falamos de contrabando de petróleo cru, outras, do refinado. O Estado Islâmico vende o cru. No México é um bom negócio o roubo de petróleo porque é relativamente simples se extrair diretamente dos oleodutos da Pemex", afirmou May.

5 - Tráfico da vida selvagem Os casos mais conhecidos na imprensa desta atividade cujo valor global se estima em US$ 10 bilhões, são os de elefantes, rinocerontes e tigres, valiosos pelo marfim, os chifres e a pele.

O tráfico destes produtos entre a África e a Ásia produz cerca de US$ 75 milhões por ano em vendas ilegais e ameaça a existência de algumas espécies. Segundo o Fórum Mundial da Natureza, os traficantes comercializam por ano cerca de 100 milhões de toneladas de peixes, um milhão e meio de pássaros e 440 mil toneladas de plantas medicinais. "A venda de pássaros é particularmente importante na América Latina em países como a Costa Rica. E, muitas vezes, é a venda de espécies em perigo de extinção. Uma característica do comércio de vida selvagem é que o lucro vai aumentando à medida que avança pela cadeia criminosa", disse Sophia May. "No comércio do marfim quem caça não ganha muito, mas quanto mais perto (o produto) está do consumidor, mais dinheiro faz", acrescentou.