o jornal na sala de aula: prÁticas de ensino de histÓria … · 6 para questões do presente....

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O JORNAL NA SALA DE AULA: PRÁTICAS DE ENSINO DE HISTÓRIA E O ESTÍMULO A LEITURA

SALOMÃO, Samira.1 RAMOS, Odinei Fabiano (orientador).2

RESUMO

O presente artigo surgiu como resultante de uma pesquisa-ação implementada no Ensino Fundamental II do Colégio Estadual Paula Gomes, E. F. M. Curitiba, Paraná, como atividade integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, 2010. Objetivou usar o Jornal como ferramenta didática no ensino de História, para assim trabalhar com práticas metodológicas diferenciadas e sobretudo estimular o gosto pela leitura. Os textos jornalísticos são ótimos recursos didáticos uma vez que possibilitam a relação entre presente e passado, sendo utilizados na contextualização dos conteúdos escolares. Pensa-se que a utilização do jornal no ensino da disciplina de história pode ser de grande valia, pois explora variados gêneros textuais que podem estar relacionados aos conteúdos trabalhados em sala de aula. Dessa forma, os textos jornalísticos impressos podem ser utilizados para aprofundar um conceito já apresentado, contribuir na compreensão do “fato histórico” gerando discussões a respeito de um assunto, ou ainda ilustrar uma ideia e possibilitar o desenvolvimento de competências necessárias para uma leitura crítica. Neste contexto, neste artigo é demonstrada como foi desenvolvida a pesquisa-ação, com as propostas de intervenções e a implementação das ações e atividades elaboradas no caderno pedagógico que, além de ser utilizado na aplicação do PDE 2010, também foi abordado no Grupo de Trabalho em Rede – GTR, 2011, onde ficou a disposição para discussões e reflexões com outros professores de história da rede estadual de ensino do Paraná.

Palavras-Chave: Jornal; Leitura; Ensino fundamental.

APRESENTAÇÃO

Através do tema Didática do ensino de história, a pesquisa-ação aqui

apresentada objetivou proporcionar aos alunos a inclusão de processos de

mediação pedagógica que favorecem o ensino aprendizagem e que também

possibilitem o incentivo à leitura e a formação de leitores críticos nas aulas de

História. Dessa forma, o projeto de Intervenção pedagógica foi implementado no

1

1

Professora integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, do Paraná, 2010. Formada pela Universidade.................. Especialista.....

2

2

Professor Orientador, Dr. Vinculado a FAFIPAR.

2

Ensino Fundamental II do Colégio Estadual Paula Gomes Ensino Fundamental e

Médio, Curitiba em 2011, tendo como foco principal o incentivo à leitura por meio de

textos jornalísticos como fonte de relacionar presente/passado.

Considerando-se que o ensino de história tem a função de fazer com que o

aluno perceba-se como participante do processo histórico, ou seja, como sujeito

histórico, é fundamental que as práticas de ensino proporcionem essa reflexão. Uma

forma propícia para essa compreensão está na associação de suas vivencias e suas

inserções históricas, através do situar-se na sociedade contemporânea para então

melhor compreende-la.

Nesse sentido, a utilização do jornal em sala de aula demonstrou um

elemento importante para a contextualização dos conteúdos escolares, conectando

a escola com o que acontece no mundo, trazendo possibilidades de atualização de

conhecimentos, novos posicionamentos, análise, crítica, entre outras questões.

Dessa forma, os registros impressos trazem variados gêneros textuais, como

anúncios publicitários, classificados, artigos, cartas, charges, tiras, histórias em

quadrinhos, textos com características diversificadas, abordando um amplo leque de

assuntos, possibilitando assim, um maior envolvimento com questões da atualidade.

Outra questão importante quanto ao ensino de história e a utilização do

jornal é a possibilidade de se associar/relacionar acontecimentos do presente com

questões referentes ao passado, visto que o conhecimento histórico deve ser

contínuo e não fragmentado.

Enfim, além dessas questões significativas para o ensino de história é

importante destacar-se que a inserção do educando em um ambiente letrado, muitas

vezes é função apenas da escola, pois o contato com livros ou variados textos não

acontece em casa. Logo, a leitura deve ser estimulada onde e quando for possível.

Assim, entre os variados métodos de se ensinar a história, observa-se que a

inclusão de práticas associadas à leitura tem ocupado um espaço privilegiado. Onde

se utilizam registros verbais na transmissão de cultura e de valores, como também

em práticas de criação e recriação do conhecimento.

Entre as variadas práticas de ensino de história que têm valorizado a leitura,

estão: a leitura de documentos, imagens, livros de literatura, quadrinhos com

conteúdos históricos, charges, entre outras, não presentes somente em História, ou

português (disciplina que tem a leitura como foco). Pois a leitura tem sido e deve ser

favorecida em todas as disciplinas (HERNANDEZ, 1998).

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Nessa linha de raciocínio foi desenvolvido o projeto de intervenção, como

também o caderno pedagógico. A implementação aconteceu gradativamente, ou

seja, usando-se do jornal de maneira mais simples, aumentando o grau de

dificuldade e as exigências aos poucos.

Salienta-se que as etapas do PDE, 2010 foram: o projeto de intervenção

elaborado em 2010, em seguida o caderno pedagógico desenvolvendo-se as

atividades em 2011 e implementadas no mesmo ano, por fim o artigo, o resultado

das etapas e ações implementadas, descrito em 2012.

Portanto, este artigo é resultado de todo o processo investigativo. A

modalidade de pesquisa seguida, a pesquisa ação, é um método que possibilita a

atuação do pesquisador na própria pesquisa, avaliando os resultados e unindo a

teoria com a prática.

Para uma melhor apresentação de como foi esse processo percorrido pela

pesquisa-ação e os seus resultados, este artigo foi dividido em cinco partes.

Iniciando-se com a apresentação da pesquisa, colocando como foi

desenvolvida e organizada, juntamente aos objetivos, atividades e indicações do

público alvo.

Em seguida a fundamentação teórica que embasou o planejamento e a

implementação, com teóricos renomados da didática na disciplina de história, além

dos que orientam sobre a leitura, formação do leitor e sobre o uso do jornal impresso

na sala de aula. Assim todo o trabalho foi fundamentado em teóricos como: Cheida

(2006), Silva (2008), Yunes (2009), Schmidt e Cainelli (2004), entre outros.

A terceira parte corresponde a metodologia adotada, ou seja, é explicada a

pesquisa-ação com suas orientações e indicando-se como essa modalidade de

pesquisa é importante na área de educação. Descreve-se juntamente nessa parte

sobre a implementação da unidade didática no colégio com os seus resultados.

Dando continuidade, são demonstradas e discutidas contribuições do GTR

2011, com apreensões e trocas de experiências que aconteceram com outros

professores de história da rede estadual de ensino do Paraná.

As considerações finais, apresentam as conclusões do trabalho, desde o

projeto de intervenção, a implementação, os resultados das práticas de ensino e

leitura do jornal impresso, que proporcionaram melhoras no processo de ensino e

aprendizagem e principalmente porque compreenderam-se como sujeitos que fazem

parte da história.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 A LEITURA EM QUESTÃO DE ENSINO E FORMAÇÃO

De acordo com a LDB n 9.394, seção III, art.32, inciso I e II, o ensino

fundamental obrigatório, com duração de nove anos, gratuito na escola pública,

iniciando-se aos seis anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão,

mediante:

[...] o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, a compreensão do ambiente natural e social do sistema político, da tecnologia das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade (art. 32, LDB).

Desse modo, a leitura ocupa um espaço privilegiado não só no ensino de

língua portuguesa, mas também no de todas as disciplinas acadêmicas que

objetivam a transmissão de cultura e de valores para as novas gerações. Isso

porque a escola é hoje, e há muito tempo, a principal instituição responsável pela

preparação de pessoas para o adentramento e a participação no mundo da escrita,

utilizando primordialmente de registros verbais escritos (textos) em suas práticas de

criação e recriação de conhecimentos. Mais especificamente, a leitura, enquanto um

modo peculiar de interação entre os homens e as gerações, coloca-se no centro dos

espaços discursivos escolares, independentemente da disciplina ou área de

conteúdo (SILVA, 2005, p.16).

Diante disso, as indagações que impulsionaram a pesquisa foram: a escola

tem incentivado práticas pedagógicas fundamentadas ao incentivo à leitura? As

discussões dos conteúdos escolares na disciplina de história estão favorecendo a

formação de leitores?

Segundo Cortella, (2008, p.20) “um dos melhores caminhos para iniciar uma

viagem até a informação e ao conhecimento é o jornal”. Isso ocorre porque o jornal

fala do presente, daquilo que as pessoas vivem. Embora cada pessoa tenha

passado e futuro, esta só vive o presente; todos os seres humanos sempre vivem na

idade contemporânea, ainda que estudem a História dividida em fases. O jornal é

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uma das formas mais eficazes de fazer um convite aos alunos para que eles

transitem pela história, partindo-se do presente.

Conforme exemplifica Zanchetta Jr (2008, p. 58):

A informação jornalística passou a fazer parte do currículo escolar. Basta notar que boa parte do material pedagógico contemporâneo reproduz informações de imprensa, para o tratamento de temas sociais (vida urbana, juventude, problemas cotidianos, violência, meio ambiente, entre outros), principalmente. Os jornais passaram a ser vistos como uma espécie de ponte ou janela para o “mundo real”. As informações de imprensa serviriam para fazer com que a escola saísse do isolamento curricular convencional, fazendo transitar, se possível de maneira transversal, um conteúdo mais dinâmico, ligado ao dia-a-dia.

Cheida (2008, p. 47) afirma que a leitura dos jornais impressos é antes de

tudo um exercício intelectual. As crianças e os jovens submetidos à prática da leitura

de jornais em sala de aula são envolvidos numa teia de aprendizado crítico, por

meio do qual se constrói a capacidade de interpretação e compreensão racional dos

problemas e fatos sociais.

Logo, através desses recursos metodológicos o educando poderá ser capaz

de interpretar a realidade que está inserido, e construir o conhecimento histórico.

De acordo com as DCE (2008) da disciplina de História, a finalidade do

ensino de História é a formação do pensamento histórico dos alunos por meio da

consciência histórica. Através do processo pedagógico, busca-se construir uma

consciência histórica que possibilite compreender a realidade contemporânea e as

implicações do passado em sua constituição.

Consciência histórica é o conjunto “das operações mentais com as quais os

homens interpretam sua experiência” da mudança temporal “de seu mundo e de si

mesmo, de forma tal que possam orientar, intencionalmente, sua vida prática no

tempo”. É, portanto, a “a constituição do sentido da experiência do tempo”

expressada pela narrativa histórica (RUSEN, 2001, p.58).

Segundo Rusen (2001, p. 30-31) alguns elementos devem ser observados

na constituição do pensamento histórico:

- A observação de que as necessidades dos sujeitos na sua vida cotidiana em sua prática social estão ligadas com a orientação no tempo. Essas necessidades fazem com que os sujeitos busquem no passado respostas

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para questões do presente. Portanto fica claro que os sujeitos fazem relação passado/presente o tempo todo em sua vida cotidiana; - As teorias utilizadas pelo historiador instituem uma racionalidade para a relação passado/presente que os sujeitos já trazem na sua vida prática cotidiana. Essas teorias acabam estabelecendo critérios de sentido para essa prática social. Esses critérios de sentido são chamados de idéias históricas; - Os métodos e técnicas de investigação do historiador produzem fundamentações específicas relativas às pesquisas ligadas, ao modo como as idéias históricas são concebidas a partir de critérios de verificação, classificação e confrontação científica dos documentos; - As finalidades de orientação da prática social dos sujeitos retomam as interpretações das necessidades de orientação no tempo, a partir de teorias e métodos historiográficos apresentados; - Essas finalidades se expressam e realizam sob a forma de narrativas históricas.

O professor, ao entender como se dá esta organização do pensamento

histórico, poderá encaminhar suas aulas de maneira que o aprendizado seja

significativo aos estudantes. Portanto, é necessário possibilitar o aprender.

Aprender significativamente remete à percepção de sutilidades presentes

em textos, imagens, e artefatos, os quais estão sempre repletos de significações,

porque possuem seu tempo, seu lugar, seus valores e suas ideologias.

1.2 A CONSTITUIÇÃO DO SABER HISTÓRICO

De acordo com as Diretrizes Curriculares para o ensino de História:

[...] a aprendizagem histórica configura a capacidade dos jovens se orientarem na vida e constituírem uma identidade a partir da alteridade. A constituição desta identidade se dá na relação com os múltiplos sujeitos e suas respectivas visões de mundo e temporalidades em diversos contextos espaços temporais por meio da narrativa histórica (BRASIL, 2008, p. 57).

Dessa forma, a constituição do saber histórico acontece a partir das suas

visões de mundo em tempos e contextos diferentes. Tal compreensão está

relacionada com a percepção da aproximação entre presente e passado.

A narrativa histórica é a forma de apresentação do conhecimento e se refere

à comunicação entre os sujeitos. Narrar a História é compreender o outro no tempo,

construída por argumentos fundamentados em evidências, onde o aluno precisa de

um diálogo entre suas idéias históricas com as narrativas dos historiadores,

percebendo que a natureza da história é interpretativa.

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Portanto, a escola é o espaço de confronto e diálogo entre os

conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular. O aluno

deve se ver como um agente histórico, capaz de colocar questões e perceber

conhecimentos que a partir de suas experiências individuais, possam ser base de

discussão em sala de aula. O aluno deve entender que a história é uma construção,

e não um saber acabado e verdade absoluta.

Portanto, faz-se necessário que o educando compreenda que as verdades

são produzidas a partir de uma problematização, fundamentadas em fontes

diversas, promovendo uma necessidade de contextualização, social, política e

cultural.

Segundo Schmidt & Cainelli (2004, p. 52): problematizar o conhecimento

histórico ‟significa em primeiro lugar partir do pressuposto de que ensinar história é

construir um diálogo entre o presente e o passado, e não reproduzir conhecimentos

neutros e acabados sobre fatos que ocorrem em outras sociedades e outras épocas‟

No ensino de História, problematizar é também, construir uma problemática

relativa ao que se passou com base em um objeto ou um conteúdo que está sendo

estudado, tendo como referência o cotidiano e a realidade presentes dos alunos e

do professor.

Para a construção da problemática, é importante levar em consideração o

saber histórico já produzido e, também outras formas de saberes, como aquele

difundido pelos meios de comunicação. É nesse sentido que a escola deve

incentivar a prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias,

conforme as Diretrizes Curriculares para o ensino de História:

Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo contextualizado, estabelecendo-se, entre eles relações interdisciplinares e colocando sob suspeita tanto a rigidez com que tradicionalmente se apresentam quanto o estatuto de verdade atemporal dado a eles. Desta perspectiva, propõe-se que tais conhecimentos contribuam para a crítica as contradições sociais, políticas e econômicas presentes nas estruturas da sociedade contemporânea e propiciem compreender a produção científica, a reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em que elas discutem (BRASIL, 2008, p.14).

Neste sentido, a utilização do jornal em sala de aula poderá ser um

elemento importante para a contextualização dos conteúdos escolares, conectando

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a escola com o que acontece no mundo, trazendo possibilidades de atualização de

conhecimentos, novos posicionamentos, análise, crítica, entre outras.

Os registros impressos trazem variados gêneros textuais, como anúncios

publicitários, classificados, artigos, cartas, charges, tiras, histórias em quadrinhos,

textos com características diversificadas, abordando um amplo leque de assuntos,

possibilitando ao leitor um maior envolvimento com questões da atualidade. Dessa

forma, o ensino-aprendizagem na disciplina de História deve contribuir para a

formação de alunos dando condições de identificar-se nos processos históricos,

apropriando-se de formas eficientes de compreender a realidade atual e de

participarem da própria História.

2. O JORNAL IMPRESSO NO ENSINO DE HISTÓRIA: ESTRATÉGIAS DE

LEITURA

A pesquisa-ação foi o viés que delineou todo o processo de intervenção e

implementação do trabalho aqui demonstrado e desenvolvido em todas as partes

integrantes do Programa de desenvolvimento Educacional – PDE, 2010 do Paraná.

A pesquisa-ação enquadra-se em uma abordagem qualitativa das ciências

sociais, que tem seu conceito, justificativa e explicitação metodológica constituídos a

partir de distintas vinculações teórico metodológicas. Esses atém-se na incorporação

da ação como dimensão constitutiva, assim, o pesquisador em educação (área que

essa modalidade de pesquisa é bastante utilizada) não deixa dúvidas sobre a

relevância conferida à prática em seu processo de investigação (MIRANDA;

RESENDE, 2006).

Segundo Miranda e Resende (2006), desde os anos de 1940, que diversos

autores vêm descrevendo a trajetória da pesquisa-ação, entre os autores renomados

para uma melhor compreensão do seu conceito e abordagens metodológicas na

educação estão: Kurt Lewin que se destacou nos anos de 1960, e entre os estudos

mais recentes, René Barbier (2002), André Morin (2004).

Ambos autores exploram o sentido da pesquisa-ação como um sentido

integral, qual visa à mudança pela “transformação recíproca da ação e do discurso”.

Os mesmos autores, recorrem ainda, à teoria da complexidade, onde o ser humano

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é apreendido como “ uma totalidade dinâmica, biológica, psicológica, social, cultural,

cósmica, indissociável” (BARBIER, 2002, p. 87).

Assim, a partir de uma visão integral da pesquisa, buscou-se associar a

teoria e a prática, complementando-se a prática com as intenções e objetivos do

trabalho com jornal em sala de aula.

Logo, nas práticas de ensino, observou-se a partir do saber prévio dos

educandos, a aceitação e o progresso com as leituras, por exemplo: com a

identificação deles como sujeitos participantes da história, e principalmente leitores

críticos, com suas opiniões diante das leituras que foram propostas, entre outros.

O processo de implementação aconteceu por meio de 6 (seis) ações,

desenvolvidas cada uma num tempo de duas horas aulas. Também, com o plano de

aula definido anteriormente no caderno pedagógico, com os subtemas das

atividades, objetivos, desenvolvimento e a avaliação.

Inicialmente os alunos receberam questionários investigativos, sobre o ato

de ler e sobre o conhecimento referente à notícia. Na sequência, em duplas

receberam alguns jornais completos, para manusearem e observarem os diferentes

tipos de textos, como: artigo, manchete, notícia, índice, a divisão dos cadernos por

assuntos, entre outras questões específicas do jornal impresso. Após o período de

exploração houve uma discussão quanto a estrutura e organização dos jornais,

principalmente sobre a primeira página, comentando-se semelhanças e diferenças.

As respostas do questionário investigativo demonstraram que uma pequena

parcela destes alunos, costuma ler, mas jornais raramente, geralmente restringem-

se às manchetes, fotos, lazer e horóscopo. Conhecem também, particularidades do

gênero notícia, como onde costuma ser veiculado, a relação com fatos do presente e

a importância quanto a manterem-se atualizados com as informações de sua

comunidade e com o mundo.

Os professores, não podem limitar o aluno apenas a um tipo de linguagem,

isso é o mesmo que limitar sua visão crítica quanto ao mundo que está inserido,

inibindo sua reflexão. A inserção do jornal impresso na sala de aula, foi importante

pelo fato de que a maioria das pessoas têm sua formação crítica a partir de algo que

lê na mídia. É por esse motivo que os alunos devem começar a formar suas opiniões

a partir do que leem ou veem desde cedo na escola.

Para uma melhor compreensão do resultado dos questionários e do perfil do

leitor que se identificou é apresentado a seguir duas tabelas correspondentes ao

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questionário sobre o comportamento do educando diante do ato de ler e as

percepções que apresentou sobre o gênero notícia. Participaram no total 21 (vinte e

um) alunos.

Tabela 1 - Perguntas sobre o comportamento do educando diante do ato de ler.

Perguntas Número de alunos Respostas1. Você tem o hábito de

ler?

16 Sim

05 Não

2. O que você costuma

ler?

06 Livros

13 Revistas

01 Outros

01 Não respondeu

3. Você tem o hábito de

ler jornal?

03 Sim

18 Não

4. Com que frequência? 01 Sempre 18 Ás vezes

02 Raramente

5. Que jornal costuma ler? 10 Gazeta do Povo06 Jornal do Estado/Estadão

05 Outros/Jornais Locais

6. Quais seções você

prefere?

08 Esportes

09 Entretenimentos

04 Notícias e seções

variadas 7. Você já utilizou o jornal

em sala de aula?

20 Sim, aula de arte.

01 Não

Conforme as respostas do questionário percebe-se que os alunos têm um

contato superficial com o jornal, não têm o habito de ler jornais, entretanto citaram os

jornais de maior circulação em Curitiba e descreveram que há essa aproximação

com outra disciplina no colégio. O que é fundamental, para se pensar em ações

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futuras com este gênero impresso de maneira interdisciplinar, possibilitando outras

práticas a partir das práticas de leitura.

As respostas, também abriram espaço para a estimulação e motivação de

quanto o jornal impresso é importante para a comunicação, conscientização e

atualização, essas orientações foram passadas visando despertar a curiosidade dos

educandos.

Com relação ao conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero notícia,

obteve-se dados mais gerais, pois a intenção não era apenas coletar dados, mas

leva-los a refletir sobre este tipo de texto e de leitura. Nesse sentido, perguntou-se:

1. O que é uma notícia?

2. Onde encontramos a notícia?

3. Que fatos fazem parte da notícia?

4. Ë importante lermos as notícias?

As respostas não foram muito diferentes e entraram em conformidade, onde

os educandos descreveram a notícia como um texto que serve para informar e

alertar as pessoas sobre o que acontece no mundo, na sua cidade ou região. Os

fatos foram apontados como presentes ou atuais. Quanto à segunda pergunta,

citaram: revistas, jornais e internet. A importância da notícia restringe-se em informar

e alertar as pessoas sobre assuntos importantes e atuais.

Considerando-se este contexto, as atividades implementadas possibilitaram

desde o início que os alunos relacionassem passado/presente, favorecendo o gosto

pela leitura e a formação de leitores. Cabe utilizar uma citação referente ao ato de

ler:

Ler é, pois um ato de primeira instância no esboço da consciência de si mesmo e do outro e sua inscrição no mundo se dá como uma escrita de vida. Do ato de ler decorre o ato de escrever, de escrever a própria existência social com traços que podem, no entanto, guardar-se sob a forma das oralidades, tanto quanto ganhar volumes, cores e sinais (YUNES, 2009, p. 35).

Percebe-se, portanto, a importância do ato de ler na formação e constituição

do ser humano em sociedade. Visando estimular o interesse dos educandos perante

a leitura de jornal, na outra atividade trabalhou-se sobre o jornal e sua importância

como meio de comunicação com alguns vídeos sobre a “história do jornal impresso”.

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Nesse contexto, os vídeos trabalhados foram: História do jornalismo

impresso no Brasil; História do jornal Impresso e Johannes Gutemberg – o Pai da

imprensa. Esses vídeos apresentavam informações importantes, quanto ao público

que eram destinados os jornais, a época em que começaram a aparecer, os jornais

clandestinos e a questão da proibição de determinados textos que perpetuassem

ideias de igualdade, liberdade e fraternidade. Também, sobre como eram feitos os

jornais, a prensa, a fotocomposição e o Pai da imprensa, com suas ideias e a

presença significativa na história da comunicação.

Após a estimulação com os vídeos, buscou-se a sistematização e

discussão, aprofundando-se com um texto sobre a importância dos jornais como

meios de comunicação na sociedade, para que os alunos compreendessem que são

um meio interessante de leitura e informação. Nesta atividade, houve um debate

para uma melhor discussão e também para que fossem estimulados através da

curiosidade.

Após a compreensão sobre a história do jornal impresso e sua importância

para a sociedade, deu-se continuidade com a atividade intitulada Leitura, informação

e criação, trabalhando-se especificamente a questão da organização de um jornal de

acordo com os assuntos (esporte, economia, política, entretenimento, etc.) também

o público que é direcionado.

Dessa forma, os grupos organizados com até quatro alunos, com o material

pedido pelo professor montaram o jornal, organizando as notícias e textos por

assunto, dando título para todo o jornal criado, como também para os cadernos

específicos de cada assunto.

As atividades seguintes foram especificamente voltadas para o estudo da

notícia, onde trabalhou-se primeiramente sobre a estrutura, a interpretação dos

fatos, explicando o que é a lead.

Nesse sentido, a lead é um termo usado dentro do jornalismo, que

corresponde a respostas que aparecem no 1° (primeiro) parágrafo, indicando: O

que?; Quando?; Como? e Onde?. Diante da familiarização da estrutura e das

interpretações de algumas notícias, encaminhou-se uma interpretação mais

complexa a partir de um fato polêmico dentro da sociedade: “Dilma é eleita primeira

mulher presidente do Brasil”. A partir dessa notícia explicou-se o que vem a ser um

fato histórico, depois, foram divididos em grupos de até quatro educandos para uma

atividade de pesquisa, depois apresentaram a sistematização.

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Freire (2005) afirma que a compreensão do texto a ser alcançada por sua

leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Vale

lembrar que a História tem como objeto de estudo os processos históricos relativos

as ações e às relações praticadas no tempo, e tem como finalidade a busca da

superação das carências humanas fundamentadas por meio de um conhecimento

constituído por interpretação históricas (DCE, 2008, p.47). Cabe ao professor

introduzir métodos didáticos nas aulas de História, atualizados, inovadores através

da incorporação de diferentes fontes.

Seguindo essa linha de pensamento, trabalhou-se com o jornal como meio

para se orientar a compreensão do “fato histórico” e também de entender-se como

sujeitos participantes da história e da sociedade,

Por isso, segundo Freitas e Ortiz, (2009, p.26), desenvolver o hábito de

leitura de jornais em sala de aula é fundamental para familiarizar o aluno com os

gêneros textuais ali presentes e, assim desenvolver as competências necessárias

para fazer uma leitura crítica. Assim, ao trabalhar com o jornal nas práticas de

ensino de História, oportunizou-se uma estratégia pedagógica inovadora, com o

objetivo de contribuir para formação de leitores críticos conscientes, e para um

ensino-aprendizagem significativo.

Enfim, o jornal é um excelente recurso para se trabalhar em sala de aula,

nas mais variadas disciplinas. No caso dessa pesquisa, buscou-se verificar a sua

utilização como meio de estimular a leitura crítica para uma compreensão do

conhecimento histórico, da relação entre presente e passado e do fato histórico.

Os fatos históricos segundo Chesneaux (1995, p. 67):

[...] são cognoscíveis cientificamente, mas essa exigência deve levar em conta seus caracteres específicos. Por outro lado, os fatos históricos são contraditórios como o próprio decorrer da história; eles são percebidos diferentemente [...] segundo o tempo, o lugar, a classe, a ideologia. Por outro, escapam a experimentação direta por sua natureza passada; são suscetíveis apenas de aproximações progressivas, sempre mais próximas do real, nunca acabadas nem completas.

Portanto, a compreensão do fato histórico proporcionou aos educandos a

associação da história com a sociedade, direcionando-os também a perceberem que

a história estuda as transformações sociais, que existe uma determinada sociedade

em um determinado momento, apesar de relacionar-se sempre com o todo.

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Outro pensamento importante a complementar sobre o fato histórico, é de

Shimidt & Cainelli (2009), discutindo que a História se faz numa sequência lógica, é

factual, e por isso, deve-se dar ao aluno o conhecimento dos fatos históricos na

versão que se baseia nos documentos oficiais.

É importante considerar-se que não houve especificidade quanto aos jornais

utilizados, nem sempre os alunos contribuíam trazendo de casa, logo foi necessário

comprar algumas variedades, para que eles observassem as diferenças de um para

outro, como estrutura e organização, o que era priorizado em um ou outro, o público

que eram destinados, entre outros detalhes.

Enfim, as práticas de ensino por meio do jornal favoreceram na

aprendizagem dos educandos, intervindo nas suas realidades e, sobretudo

estimulando um novo olhar para o jornal impresso carregado pelo apresso e crítica

desta leitura.

3. GRUPO DE TRABALHO EM REDE: UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE COM

JORNAIS

No período em que estava acontecendo a implementação do caderno

pedagógico com os alunos, paralelamente acontecia no Portal do Dia-a-dia

Educação da Secretaria de Educação do Paraná, Educação a Distância – EAD, 2011

no ambiente online e-escola, o Grupo de Trabalho em Rede – GTR. Um curso onde

os professores participantes do PDE atuam como tutores propondo atividades e

discussões do material planejado, pesquisado e desenvolvido por eles em suas

disciplinas por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional.

É um momento muito rico, onde professores de toda a rede estadual de

ensino trocam experiências e informações conforme temáticas importantes conforme

a disciplina que lecionam. Logo, essa troca leva muitos a perceberem e

identificarem-se com anseios, dificuldades e até para testarem novas experiências

visando a melhoria das práticas de ensino e aprendizagem.

Durante o GTR, as discussões com relação à proposta de atividade com

jornais foi produtiva e percebeu-se que se trata de uma prática bastante utilizada,

logo alguns professores mantém-se comprometidos com a formação de leitores

críticos e concordam que acima de todas as vantagens desta proposta, tem-se que o

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jornal é um elemento importante para a contextualização dos conteúdos escolares,

conectando a escola com o que acontece no mundo, trazendo possibilidades de

atualização de acontecimentos, novos posicionamentos, análise e crítica.

Entre as mais variadas trocas de informações e experiências, selecionou-se

alguns depoimentos, para mostrar o perfil dos professores e suas opiniões:

A utilização do jornal em sala de aula, é sem dúvida um dos elementos mais importantes para a contextualização dos conteúdos escolares, eu como professor posso dizer que é um dos mais importantes meios de comunicação entre o professor e o aluno, é através deste precioso material que pude perceber o interesse por determinados conteúdos e outros não [...] (FORUM, GTR/2011).

Observa-se que desenvolver qualquer trabalho envolvendo a leitura de jornal

na sala de aula sem dar destaque ao papel do professor como mediador dessa

leitura. Portanto, como o depoimento anterior, considera-se que foram fundamentais

os questionamentos do professor ao longo do processo.

Uma contribuição interessante foi a de um professor que aplicou uma das

atividades do caderno pedagógico:

Achei muito interessante seu Projeto, e junto com mais alguns colegas historiadores da escola, fizemos esta experiência e foi bastante proveitosa, alguns alunos gostaram muito, passaram a ler jornais, dos quais não tinham hábito, sugeriram que mais vezes possamos fazer leituras de jornais, e deixamos o livro didático um pouco de lado. Pois as leituras são mais prazerosas, e as aulas mais interessante e motivadoras. Após as leituras, fizemos recortes de notícias e curiosidades, e montamos um mural. Foi bem válida a experiência (FORUM, GTR/2011).

Com este depoimento, verificou-se que as discussões estimularam também

os outros professores a colocarem e experimentarem a proposta, no entanto,

fizeram algumas modificações, demonstrando que o trabalho com o texto de jornal

pode ser complexo, no sentido de abrir espaço para diferentes tessituras que

ocorrem na partilha de saberes e fazeres.

Pra finalizar as representações dos professores que compartilharam

experiências tem-se o ultimo, onde são colocadas algumas das vantagens em se

trabalhar com esse recurso:

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O grande desafio para o ensino de História no século XXI é minimizar as desigualdades sociais presentes na sociedade contemporânea, não se prendendo ao estudo da história linear [...] Nessa perspectiva, a própria concepção de história e de conhecimento deve ser repensada. Para isso, é necessário que a compreensão dos acontecimentos sociais esteja voltada para a [...] formação de sujeitos conscientes e críticos, capazes de construir o conhecimento a partir das interpretações do processo histórico (FORUM, GTR/2011).

A influência positiva e os resultados significativos no desenvolvimento e

formação do leitor estão de acordo com as prescrições das Diretrizes Curriculares

da Educação Básica, de que ao final do trabalho na disciplina de História, os alunos

tenham condições de identificar processos históricos, reconhecer criticamente as

relações de poder neles existentes, bem como intervir no mundo histórico em que

vivem, de modo a se fazerem sujeitos da própria história.

4. CONCLUSÕES

Seguindo as indagações que problematizaram o planejamento das

atividades integrantes do Programa de Desenvolvimento Educacional como o projeto

de intervenção e o caderno pedagógico: A escola tem incentivado práticas

pedagógicas fundamentadas ao incentivo à leitura? As discussões dos conteúdos

escolares na disciplina de história estão favorecendo a formação de leitores? Como

desenvolver práticas de ensino de história por meio do jornal que estimulem o habito

de leitura e a compreensão do conhecimento histórico?

Conclui-se que há diferentes formas de incentivar a leitura na atualidade,

como também variadas práticas de ensino para se explorar o jornal em sala de aula.

Neste contexto, os objetivos foram alcançados e o que de início apresentava-se

como um desafio, acabou se desvendando. E o ponto inicial foi o saber prévio dos

alunos, suas realidades, o que no processo de implementação concretizou-se por

meio da ação de ler no acoplamento estrutural entre leitor e jornal.

A relação entre esses dois elementos, inicialmente, mostrava-se centrada

numa posição de certa passividade do leitor, e os encaminhamentos metodológicos

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possibilitaram a constituição do sujeito leitor juntamente a associação dos fatos

noticiados com fatos históricos, relacionando-se presente e passado. Enfim, os

educandos identificaram-se como sujeitos da própria história.

A melhora que a leitura possibilitou nos alunos foi percebida por meio das

discussões que no decorrer da implementação ficaram mais intensas e abertas. Os

diálogos no início das aulas também foram favorecidos, pois sempre antes de iniciar

uma atividade retomava-se a atividade anterior, assim percebia-se o crescimento por

meio das discussões, do ponto de vista mais crítico, inclusive melhoria na escrita e

vocabulário observado nas atividades de produção e criação, que envolviam a

escrita e a criatividade.

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