o instituto socioambiental (isa) · pdf file 2020. 9. 5. · campos filho, fernando...
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O Instituto Socioambiental (ISA) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), fundada em 22 de abril de 1994, por pessoas com formação e
experiência marcantes na luta por direitos sociais e ambientais. Tem como objetivo defender bens e direitos coletivos e difusos, relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos. O ISA produz estudos e pesquisas, implanta projetos e programas que promovam a sustentabilidade socioambiental, valorizando a diversidade cultural e biológica do país.
www.socioambiental.org
Conselho Diretor
Jurandir M. Craveiro Jr. (presidente), Tony Gross (vice-presidente), Geraldo Andrello, Marcio Santilli, Marina Kahn e Neide Esterci
Secretário executivo
André Villas-Bôas
Endereços do ISA
São Paulo (sede) Av. Higienópolis, 901 01238-001, São Paulo (SP) Tel: (11) 3515-8900 / fax: (11) 3515-8904 isa@socioambiental.org
Altamira R. dos Missionários, 2589 Esplanada do Xingu, 68372-030, Altamira (PA) Tel: (93) 3515-5749 isaterradomeio@socioambiental.org
Canarana Av. São Paulo, 202, Centro 78640-000, Canarana (MT) Tel/fax: (66) 3478-3491 isaxingu@socioambiental.org
Equipe do Programa Xingu
Coordenador: Rodrigo Gravina Prates Junqueira
Coordenador Adjunto/Terra do Meio – Altamira: Jeferson Straatmann (Camarão)
Coordenador Adjunto/Terra Indígena Xingu: Paulo Junqueira
Terra do Meio – Altamira:
Augusto Postigo, Edione de Sousa Goveia, Fabiola Andressa Moreira da Silva, Marcelo Salazar, Maria Augusta M. Rodrigues Torres (Guta), Roberto Rezende, Pedro Rocha, Victor Cabreira Lima
Terra Indígena Xingu (TIX):
Adryan Nascimento, Aline Ferragutti, André Villas-Bôas, Dannyel Sá, Fabio Moreira, Fabrício Amaral Rodrigues, Ivã Bocchini, Karina Araujo, Kátia Ono, Maria Beatriz Monteiro, Manuela Sturlini, Marcelo Martins, Renato Mendonça, Renato Nestlehner
Adequação Socioambiental:
Ângela Oster, Bruna Dayanna Ferreira, Cleiton Marcelino dos Santos (Neto), Daniela Jorge de Paula, Eduardo Malta Campos Filho, Fernando Schneider, Guilherme Henrique Pompiano do Carmo, Heber Querioz Alves, Junior Micolino da Veiga, Valter Hiron da Silva Junior
Monitoramento:
Biviany Rojas, Carolina Piwowarczyk Reis, Juan Doblas Prieto, Rafael Espindula Andrade
cleo administrativo, nanceiro e log stica
Altamira: Benedito Alzeni Bento (Nim), Luiz Augusto Nery Pessoa, Maria Euda de Andrade e Rita de Cássia Chagas da Silva
Canarana: Cleudemir Peixoto (Cleu), Erica Ieglli, Flavia Costa da Motta Nestlehner e Sadi Eisenbach
São Paulo: Eric Deblire e Tathiana Lopes
Comunicação:
Isabel Harari
ORGANIZAÇÃO
André Villas-Bôas, Natalia Ribas Guerrero, Rodrigo Gravina Prates Junqueira e Augusto Postigo
São Paulo, março de 2017
XINGU HISTÓRIAS DOS PRODUTOS DA FLORESTA
© XINGU Histórias dos produtos da fl oresta
Organização
André Villas-Bôas Natalia Ribas Guerrero Rodrigo Gravina Prates Junqueira Augusto Postigo
Textos
Parte I: André Villas-Bôas, Eduardo Malta Campos Filho, Jerônimo Kahn Villas-Bôas, Paulo Junqueira e Marcelo Martins
Parte II: Danilo Ignacio de Urzedo, Dannyel Sá Pereira da Silva, Rodrigo Gravina Prates Junqueira, Claudia Alves de Araújo e Bruna Dayanna Ferreira de Souza
Parte III: Augusto Postigo, Leonardo Moura, Marcelo Salazar, Jeferson Straatmann, Natalia Ribas Guerrero, Raquel Rodrigues dos Santos e Roberto Rezende
Edição dos textos
Natalia Ribas Guerrero
Edição técnica
André Villas-Bôas Natalia Ribas Guerrero Rodrigo Gravina Prates Junqueira
Revisão
Marina Kahn
Edição de imagens
André Villas-Bôas Claudio Tavares
Mapas
Juan Doblas Prieto Heber Queiroz Alves
ro e o gráfi co e diagra ação
Ana Cristina Silveira / Anacê Design
Impressão e tiragem
ráfi ca , mil exemplares
Xingu hist rias dos produtos da fl oresta organi a- ção ndré illas- as ... et al. . -- . ed. -- ão
aulo nstituto ocioambiental, .
utros organi adores Natalia ibas uerrero, odrigo ravina rates unqueira, ugusto
Postigo
N - - - -
. iodiversidade . esenvolvimento sustentá- vel . ovos ind genas - Xingu . roteção ambien- tal . ecursos naturais - onservação . eservas fl orestais - rasil . Xingu, io acia hidrográfi ca .
illas- as, ndré. . uerrero, Natalia ibas. . un- queira, odrigo ravina rates. . ostigo, ugusto.
- - .
ndices para catálogo sistemático . Xingu io ato rosso Economia ambiental
. . Xingu io ará Economia ambiental
.
Essa publicação foi produzida com apoio da União Europeia. Os conteúdos são de inteira responsabilidade
do Instituto Socioambiental e podem não refl etir a opinião da União Europeia (http://ec.europa.eu/world)
ados nternacionais de atalogação na ublicação
mara rasileira do ivro, , rasil
PARCERIA
APOIO
Prefácio ........................................................................................................................................................7
Apresentação ............................................................................................................................................ 13
PARTE 1. TERRA INDÍGENA XINGU ............................................................. 19
Capítulo 1. O TIX e o desa o de um ne cio dos ndios ............................................................... 21
Capítulo 2. picultura o primeiro ne cio dos ndios no T ....................................................... 57
Capítulo 3. s abel as nativas e a experiência da meliponicultura ............................................. 93
Capítulo 4. leo de pequi com os isêd ê do in u ......................................................................121
PARTE 2. REDE DE SEMENTES DO XINGU ................................................153
Capítulo 5. ementes de resistência e frutos de transformação ...............................................155
Capítulo 6. iversidade social e inte ração ....................................................................................173
Capítulo 7. esa os e oportunidades da RSX ................................................................................209
PARTE 3. TERRA DO MEIO .......................................................................... 221
Capítulo 8. reve ist rico da Terra do eio .................................................................................223
Capítulo 9. aviamento e o modo de vida beiradeiro ..................................................................235
Capítulo 10. on ecimentos tradicionais e extrativismo .............................................................261
Capítulo 11. criação das eservas xtrativistas ........................................................................277
Capítulo 12. rodutos os primeiros passos ..................................................................................301
Capítulo 13. omo aproximar as pontas de uma cadeia ............................................................317
Capítulo 14. antinas e capital de iro coletivo .............................................................................333
Capítulo 15. r anização de espaços de prota onismo .............................................................365
Capítulo 16. ol ticas para o extrativismo e os camin os da Terra do eio ...........................381
7
E
Por Ricardo Abramovay
O encontro entre comunidades indígenas e a racionalidade econômi-ca não está fadado a resultar em tragédia anunciada. É bem verdade que destruição, doenças e desagregação social são, de forma esma- gadoramente predominante (e não só no Brasil), os principais produtos, para as sociedades nativas, de sua relação com os mercados. Mas as coisas podem ser diferentes. É o que começam a demonstrar, na prática, comu- nidades indígenas do Alto Xingu e ribeirinhas da Terra do Meio. Ao fazê-lo, elas estão contribuindo a um conjunto de atividades que se contrapõem à violência e ao desmatamento na Amazônia. Mais que isso, elas convidam a uma reflexão inovadora sobre um tema clássico das ci ncias sociais, a relação entre economia e sociedade, entre mercados e vida comunitária.
Este é o duplo interesse deste livro. Por um lado, ele é escrito por ativistas, por pessoas que buscam recursos e soluções práticas para os desafios de quem vive em áreas dispersas, desprovidas dos serviços básicos constitu- tivos da cidadania. Mas ele é também um texto de caráter reflexivo a au- torreflexivo sobre o alcance e os riscos de fortalecer os valores tradicionais dos povos da floresta, não por alguma espécie de redoma que os isolasse do restante da vida social, mas, ao contrário, estimulando a emergência de mercados que reconheçam e desenvolvam as funções decisivas desses povos num dos maiores desafios de nosso tempo a transição do que tem sido até aqui uma economia da destruição para uma economia do conhe- cimento da natureza.
ão se trata de uma glorificação apologética da pure a arcadiana de quem está distante daquilo que convencionamos chamar de “civilização”. É na cultura material dos povos da floresta