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PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 19/2013 Altera, acresce e revoga dispositivos da Lei Complementar n o 082, de 24 de dezembro de 2003, que Institui o Código Tributário Municipal e estabelece Normas Gerais de Direito Tributário aplicáveis ao Município. Autor: Prefeito Municipal – Mensagem nº 088/2013. A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, Aprova: Art. 1 o Ficam alterados os arts. 104-A, 109, 166, 194, 308, 415, 420, 423 da Lei Complementar n o 082, de 24 de dezembro de 2003, que passam a vigorar com a seguinte redação: Art. 104-A. … II - A compensação somente será concedida caso o valor total do crédito tributário corresponda no mínimo 70% (setenta por cento) do valor resultante da conversão. III - Para apuração do valor total do crédito tributário para fins de compensação serão considerados somente os imóveis de propriedade do servidor público municipal.” (NR) “Art. 109. § 4 o Aplica-se também, a remissão prevista neste artigo, aos créditos relativos a diferença de recolhimento (recolhimento a menor) ou resultante de processos administrativos de restituição e/ou compensação, cujo valor seja igual ou inferior a 15% (quinze por cento) da Unidade Fiscal de Foz do Iguaçu – UFFI.” (NR) “Art. 166. ...

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PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 19/2013

Altera, acresce e revoga dispositivos da Lei Complementar no 082, de 24 de dezembro de 2003, que Institui o Código Tributário Municipal e estabelece Normas Gerais de Direito Tributário aplicáveis ao Município. Autor: Prefeito Municipal – Mensagem nº 088/2013.

A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, Aprova:

Art. 1o Ficam alterados os arts. 104-A, 109, 166, 194, 308, 415, 420, 423 da Lei

Complementar no 082, de 24 de dezembro de 2003, que passam a vigorar com a seguinte

redação:

“Art. 104-A. …

II - A compensação somente será concedida caso o valor total

do crédito tributário corresponda no mínimo 70% (setenta por cento)

do valor resultante da conversão.

III - Para apuração do valor total do crédito tributário para fins

de compensação serão considerados somente os imóveis de

propriedade do servidor público municipal.” (NR)

“Art. 109. …

§ 4o Aplica-se também, a remissão prevista neste artigo, aos

créditos relativos a diferença de recolhimento (recolhimento a menor)

ou resultante de processos administrativos de restituição e/ou

compensação, cujo valor seja igual ou inferior a 15% (quinze por cento)

da Unidade Fiscal de Foz do Iguaçu – UFFI.” (NR)

“Art. 166. …

...

§ 2o A adesão ao parcelamento dos créditos tributários será

formalizada através de Termo de Acordo de Parcelamento – TAP

–, que implica

comprometimento com o pagamento integral das custas judiciais e dos honorários advocatícios, no caso de débitos objetos de execução fiscal.

...” (NR)

“Art. 194. …

IV - …

a) não se encontra sob procedimento fiscal iniciado ou já

instaurado para apurar fatos que se relacionem com a matéria objeto

da consulta;

...” (NR)

“Art. 308. … ... § 3o As áreas de preservação ambiental permanentes,

devidamente registradas na matrícula, somente serão beneficiadas pela desoneração tributária prevista no caput, se comprovada a efetiva preservação ambiental através de vistoria in loco.” (NR)

“Art. 415. …

§ 4o A base de cálculo terá validade de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias a contar do lançamento do imposto.” (NR)

“Art. 420. …

...

§ 5o A notificação de lançamento poderá ser incluída na Guia de Recolhimento do Imposto sobre a Transmissão de Propriedade Inter Vivos, ficando dispensadas as assinaturas previstas nos incisos VI e VIII deste artigo.” (NR)

“Art. 423. …

§ 3o …

… I - em parcela única, a ser paga dentro do prazo de validade da

base de cálculo definida no art. 415 desta Lei Complementar. ...” (NR)

Art. 2o Acresce o art. 333-A, na Lei Complementar no 082, de 24 de dezembro de 2003, com a seguinte redação:

“Art. 333-A. Ficam isentos do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU, os imóveis utilizados pelas entidades religiosas, locados ou cedidos, desde que utilizados para a prática religiosa, incluídos os anexos e acessórios ao templo, e desde que os contratos de cessão, locação ou comodato, contenham reconhecimento de firma das assinaturas.

§ 1o São considerados como anexos ou acessórios aos templos

os imóveis relacionados diretamente com atividades religiosas, tais como os seminários, conventos, as sacristias, casas paroquiais ou pastorais, o salão paroquial, ou aqueles entendidos como essenciais à atividade religiosa, desde que não empregados em fins econômicos.

§ 2o A isenção a que alude o caput se estende às taxas

decorrentes de serviços públicos lançadas juntamente com o Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU.

§ 3o A isenção deverá ser solicitada mediante requerimento

protocolizado anualmente até o encerramento do exercício que tenha sido efetuado o lançamento, utilizando-se o Modelo constante do

Anexo XI desta Lei Complementar e instruído com os documentos relacionados no referido anexo.

§ 4o Não se enquadram no disposto deste artigo os imóveis

vagos e sem qualquer destinação permanente para as atividades religiosas.

§ 5o Os requerimentos protocolizados fora do prazo previsto

no § 3o deste artigo serão indeferidos por decurso de prazo.” (NR)

Art. 3o Ficam revogadas a Instrução Normativa no 013/2004–SMFA, de 7 de junho

de 2004, a Lei Complementar no 197, de 10 de dezembro de 2012, e demais disposições em contrário.

Art. 4o Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXO XI – LEI COMPLEMENTAR No 082/2003

MODELO PADRÃO DE REQUERIMENTO ISENÇÃO IPTU E TAXAS DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO – ART. 333-A

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PREFEITO MUNICIPAL DE FOZ DO IGUAÇU

Razão Social:

CNPJ: CMC:

Endereço: Nº

Complemento: CEP:

Bairro: Fone:

Cidade: UF:

A entidade acima qualificada, por intermédio de seu presidente ou representante legal abaixo assinado

e devidamente identificado, vem mui respeitosamente REQUERER, na forma do art. 333-A, da Lei Complementar

082/2003-CTM, a ISENÇÃO do IPTU e Taxas decorrentes dos serviços públicos lançadas juntamente com o

imposto, do(s) imóvel(is), abaixo identificados:

INSCRIÇÃO

EXERCÍCIO(s)

IMÓVEL PROPRIEDADE DA ENTIDADE (Sim/Não)

USO DESTINADO AO IMÓVEL

Havendo mais imóveis ou qualquer outra observação, utilizar uma folha em separado

Nestes termos pede deferimento.

Local e data

Assinatura do Presidente ou Representante Legal

NOME:________________________________________________________________

COMPROVANTES EXIGIDOS

( )

Carnê(s) de IPTU;

( )

Prova de domínio do imóvel devidamente registrada em cartório, devendo conter o período de solicitação da isenção;

( )

Cópia do estatuto;

( )

Cópia da ata de posse da atual diretoria;

( )

Cópia de documento de identidade e CPF do presidente legal da entidade, ou do Procurador, quando for o caso.

( )

Prova de domínio do imóvel, com reconhecimento de firma das assinaturas;

J U S T I F I C A T I V A

MENSAGEM No 088/2013

Encaminhamos para apreciação e aprovação dessa Casa Legislativa o Projeto de Lei Complementar que “Altera, acresce e revoga dispositivos da Lei Complementar no 082, de 24 de dezembro de 2003, que Institui o Código Tributário Municipal e estabelece Normas Gerais de Direito Tributário aplicáveis ao Município.” O presente Projeto de Lei Complementar tem por objeto atualizar e alterar as disposições dos arts. 104-A, 109, 166, 194, 308, 415, 420, 423, e acrescentar o art. 333-A, na Lei Complementar no 082, de 24 de dezembro de 2003 – Código Tributário Municipal, bem como revogar dispositivos conflitantes com a nova redação em especial a Lei Complementar Municipal no 197/2012, de 10 de dezembro de 2012 que Dispõe sobre a imunidade de pagamento do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana dos templos de qualquer culto, acessórios ou anexos, e dá outras providências – consoante justificativas a seguir apresentadas:

Artigo 104-A Redação vigente: Art. 104-A. Fica a autoridade administrativa competente autorizada a proceder à compensação de créditos tributários referentes ao Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU com crédito de servidor público municipal, resultante da conversão em pecúnia da licença prêmio, quando já implementado o seu direito, observado o seguinte: … II - A compensação fica limitada a 70% (setenta por cento) do valor resultante da conversão. (redação dada pela LC 204, de 06/06/2013). Redação proposta: Art. 104-A. …

… II - A compensação somente será concedida caso o valor total do crédito tributário corresponda no mínimo 70% (setenta por cento) do valor resultante da conversão.

III - Para apuração do valor total do crédito tributário para fins de compensação serão considerados somente os imóveis de propriedade do servidor público municipal.

Justificativa: A nova redação visa apenas adequar o texto para torná-lo exequível uma vez que a redação anterior não exprimia a real intenção da Administração.

Artigo 109 Redação proposta: Art. 109. … … § 4o Aplica-se também, a remissão prevista neste artigo, aos créditos relativos à diferença de recolhimento (recolhimento a menor) ou resultante de processos administrativos de restituição e/ou compensação, cujo valor seja igual ou inferior a 15% (quinze por cento) da Unidade Fiscal de Foz do Iguaçu – UFFI. Justificativa: A inclusão do § 4o no art. 109 visa a dar tratamento correto ao dispositivo o qual constava da Instrução Normativa no 013/2004-SMFA, de 7 de junho de 2004, que autorizava a remissão da diferença dos créditos tributários gerados por ocasião da baixa por pagamento ou compensação.

Artigo 166 Redação vigente: Art. 166. Os créditos tributários inscritos em dívida ativa poderão ser parcelados em até 36 (trinta e seis) vezes para pessoa física e 24 (vinte e quatro) vezes para pessoa jurídica, tendo em vista a capacidade contributiva dos sujeitos passivos e o montante dos débitos, desde que o valor de cada parcela não seja inferior a: (redação dada pela LC 105, de 26/12/2005) … § 2o O parcelamento dos créditos tributários será formalizado por meio de Termo de Acordo de Parcelamento – TAP – cuja adesão fica condicionada à comprovação do pagamento

integral das custas judiciais e dos honorários advocatícios, no caso de débitos objetos de execução fiscal. (redação dada pela LC 143, de 25/08/2009) Redação proposta: Art. 166. … … § 2o A adesão ao parcelamento dos créditos tributários será formalizada através de Termo de Acordo de Parcelamento – TAP –, que implica comprometimento com o pagamento integral das custas judiciais e dos honorários advocatícios, no caso de débitos objetos de execução fiscal. ... Justificativa: A alteração prevista no § 2o visa formalizar os parcelamentos das dívidas tributárias sem exigência prévia dos comprovantes de pagamentos das custas judiciais e honorários advocatícios, que poderão ser recolhidos durante o pagamento do parcelamento. Ressalvando que para o pagamento à vista das dívidas em processo de cobrança judicial, as custas e honorários não são exigidos previamente considerando que as guias para pagamento estão disponíveis em meio eletrônico. Bem como, essa alteração almeja propiciar os procedimentos para disponibilização do parcelamento das empresas, como serviço em meio eletrônico no Módulo Contador, onde o responsável técnico pela empresa com senha de acesso aos serviços da Secretaria Municipal da Fazenda poderá efetuar o parcelamento através da internet.

Artigo 194 Redação vigente: Art. 194. A consulta será formulada por escrito, contendo, além da qualificação do consulente, os seguintes elementos:

… IV - declaração, sob a responsabilidade do consulente, de que: a) não se encontra sobre procedimento fiscal iniciado ou já instaurado para apurar fatos que se relacionem com a matéria objeto da consulta;

...

Redação proposta: Art. 194. …

… IV - … a) não se encontra sob procedimento fiscal iniciado ou já instaurado para apurar fatos que se relacionem com a matéria objeto da consulta;

... Justificativa: A presente alteração visa apenas a corrigir erro semântico com a substituição da palavra “sobre” pela correta “sob”.

Artigo 308 Redação proposta: Art. 308. …

... § 3o As áreas de preservação ambiental permanentes, devidamente registradas na matrícula, somente serão beneficiadas pela desoneração tributária prevista no caput, se comprovada a efetiva preservação ambiental através de vistoria in loco. Justificativa: A inclusão do § 3o ao art. 308, primeiramente tem objetivo de regulamentar o tema e dar mais consistência à legislação municipal, uma vez que trata de desoneração tributária e maior segurança jurídica à administração tributária. Visa também se adequar à legislação federal principalmente a legislação do ITR – Imposto Territorial Rural – tendo em vista decisões do Superior Tribunal de Justiça – STJ – sobre o assunto. Se faz mister que legislação municipal esteja uniforme e se coadune com a federal e estadual visando à homogeneidade em matérias idênticas. Abaixo colacionamos decisão do STJ EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP No 1.027.051 – SC (2011/0231280-0):

Superior Tribunal de Justiça EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP Nº 1.027.051 – SC (2011/0231280-0)

RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES

EMBARGANTE : FISCHER S A COMERCIO INDUSTRIA E AGRICULTURA

ADVOGADO : SILVIO LUIZ DE COSTA E OUTRO(S)

EMBARGADO : FAZENDA NACIONAL

PROCURADOR : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO

Trata-se de embargos de divergência interpostos por Fischer S.A. Comércio Indústria e Agricultura contra acórdão proferido pela Segunda Turma desta Corte, assim ementado (fls. 281-282):

TRIBUTÁRIO E AMBIENTAL. ITR. ISENÇÃO. RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO. IMPRESCINDIBILIDADE. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO EXTRAFISCAL DA RENÚNCIA DE RECEITA.

1. A controvérsia sob análise versa sobre a (im)prescindibilidade da averbação da reserva legal para fins de gozo da isenção fiscal prevista no art. 10, inc. II, alínea "a", da Lei n. 9.393/96.

2. O único bônus individual resultante da imposição da reserva legal ao contribuinte é a isenção no ITR. Ao mesmo tempo, a averbação da reserva funciona como garantia do meio ambiente.

3. Desta forma, a imposição da averbação para fins de concessão do benefício fiscal deve funcionar a favor do meio ambiente, ou seja, como mecanismo de incentivo à averbação e, via transversa, impedimento à degradação ambiental. Em outras palavras: condicionando a isenção à averbação atingir- se-ia o escopo fundamental dos arts. 16, § 2º, do Código Florestal e 10, inc. II, alínea "a", da Lei n. 9.393/96.

4. Esta linha de argumentação é corroborada pelo que determina o art. 111 do Código Tributário Nacional – CTN (interpretação restritiva da outorga de isenção), em especial pelo fato de que o ITR, como imposto sujeito a lançamento por homologação, e em razão da parca arrecadação que proporciona (como se sabe, os valores referentes a todo o ITR arrecadado é substancialmente menor ao que o Município de São Paulo arrecada, por exemplo, a título de IPTU), vê a efetividade da fiscalização no combate da fraude tributária reduzida. 5. Apenas a determinação prévia da averbação (e não da prévia comprovação, friso e repito) seria útil aos fins da lei tributária e da lei ambiental. Caso contrário, a União e os Municípios não terão condições de bem auditar a declaração dos contribuintes e, indiretamente, de promover a preservação ambiental. 6. A redação do § 7º do art. 10 da Lei n. 9.393/96 é inservível para afastar tais premissas, porque, tal como ocorre com qualquer outro tributo sujeito a lançamento por homologação, o contribuinte jamais junta a prova da sua glosa – no imposto de renda, por exemplo, junto com a declaração anual de ajuste, o contribuinte que alega ter tido despesas médicas, na entrega da declaração, não precisa juntar comprovante de despesa. Existe uma diferença entre a existência do fato jurígeno e sua prova. 7. A prova da averbação da reserva legal é dispensada no momento da declaração tributária, mas não a existência da averbação em si. 8. Mais um argumento de reforço neste sentido: suponha-se uma situação em que o contribuinte declare a existência de uma reserva legal que, em verdade, não existe (hipótese de área tributável declarada a menor); na suspeita de fraude, o Fisco decide levar a cabo uma fiscalização, o que, a seu turno, dá origem a um lançamento de ofício (art. 14 da Lei n. 9.393/96). Qual será, neste caso, o objeto de exame por parte da Administração tributária? Obviamente será o registro do imóvel, de modo que, não havendo a averbação da reserva legal à época do período-base, o tributo será lançado sobre toda a área do imóvel (admitindo inexistirem outros descontos legais). Pergunta-se: a mudança da modalidade de lançamento é suficiente para alterar os requisitos da isenção? Lógico que não. E se não é assim, em qualquer caso, será preciso a preexistência da averbação da reserva no registro. 9. É de afastar, ainda, argumento no sentido de que a averbação é ato meramente declaratório, e não constitutivo, da reserva legal. Sem dúvida, é assim: a existência da reserva legal não depende da averbação para os fins do Código Florestal e da legislação ambiental. Mas isto nada tem a ver com o sistema tributário nacional. Para fins tributários, a averbação deve ser condicionante da isenção, tendo eficácia constitutiva. 10. A questão ora se enfrenta é bem diferente daquela relacionada à necessidade de ato declaratório do Ibama relacionado à área de preservação permanente, pois, a toda evidência, impossível condicionar um benefício fiscal nestes termos à expedição de um ato de entidade estatal.

11. No entanto, o Código Florestal, em matéria de reserva ambiental, comete a averbação ao próprio contribuinte proprietário ou possuidor, e isto com o objetivo de viabilizar todo o rol de obrigações propter rem previstas no art. 44 daquele diploma normativo. 12. Recurso especial provido. Os embargos declaratórios opostos em face do mencionado aresto foram rejeitados (fls. 299-300). Em suas razões, a embargante alega que a tese encartada no acórdão embargado diverge do entendimento fixado pela Primeira Turma a respeito da possibilidade de condicionamento da isenção do ITR, prevista no artigo 10, II, da Lei 9.393/96 à prévia averbação da área equivalente à reserva legal no registro do imóvel. Eis a ementa do acórdão apontado como paradigma: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ITR. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVA LEGAL. ISENÇÃO. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA. LEI N.º 9.393/96. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A área de reserva legal é isenta do ITR, consoante o disposto no art. 10, § 1º, II, "a", da Lei 9.393, de 19 de dezembro de 1996, por isso que ilegítimo o condicionamento do reconhecimento do referido benefício à prévia averbação dessa área no Registro de Imóveis. (Precedentes: REsp 998.727/TO, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/04/2010, DJe 16/04/2010; REsp 1060886/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/12/2009, DJe 18/12/2009; REsp 665.123/PR, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/12/2006, DJ 05/02/2007) 2. O ITR é tributo sujeito à homologação, porquanto o § 7º, do art. 10, daquele diploma normativo dispõe que: "Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior. (...) § 7o A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, § 1o, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis." (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 3. A isenção não pode ser conjurada por força de interpretação ou integração analógica, máxime quando a lei tributária especial reafirmou o benefício através da Lei n.º 11.428/2006, reiterando a exclusão da área de reserva legal de incidência da exação (art. 10, II, "a" e IV, "b"), verbis: "Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior. (...) II – área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; V – área aproveitável, a que for passível de exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, excluídas as áreas: a) ocupadas por benfeitorias úteis e necessárias; b) de que tratam as alíneas do inciso II deste parágrafo; 4. A imposição fiscal obedece ao princípio da legalidade estrita, impondo ao julgador, na apreciação da lide, ater-se aos critérios estabelecidos em lei. 5. Consectariamente, decidiu com acerto o acórdão a quo ao firmar entendimento no sentido de que, litteris: "Assim, entendo que deve ser promovida a subtração da área de reserva legal. Embora não houvesse a averbação da área demarcada como reserva legal na época do fato gerador (1998), o que só ocorreu em 2002, entendo que deve haver a subtração de 20% da área do imóvel. Deve-se considerar como área de reserva apenas o limite mínimo de 20% estabelecido pelo art. 16 da Lei nº 4771/65, e é o caso dos autos. Mesmo enquanto não averbada, havia a proteção legal sobre o mínimo de 20% da área rural. Convém lembrar que a imposição fiscal obedece ao princípio da legalidade estrita, o que impõe ao julgador na apreciação da lide ater-se aos critérios estabelecidos em lei e ao conteúdo da prova produzida, quando existente. Se é verdadeira a assertiva de que a "Administração Pública" não pode ir contra fato que ela mesmo deu origem, também o é que o juiz não está adstrito às alegações das partes, devendo aplicar, em matéria tributária, as disposições legais pertinentes. No que tange ao imposto referente ao exercício de 1998, à época já se encontrava em vigor a Lei nº 9.393/96, que, inovando o regramento legal até então existente, promoveu alteração

significativa na sistemática de lançamento do ITR – abandonou o lançamento de ofício (art. 6º da Lei nº 8847/94) para adotar o lançamento por homologação (art. 10 da Lei 9393/96). Mero ato administrativo de averbação não pode ilidir a prova material da existência da área de reserva legal, consubstanciada em ato de vistoria e/ou prova pericial, esta rejeitada de plano." 6. Os embargos de declaração que enfrentam explicitamente a questão embargada não ensejam recurso especial pela violação do artigo 535, II, do CPC. 7. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 8. Recurso especial a que se nega provimento (REsp 969091/SC, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 01/07/2010). Para demonstrar a divergência alegada a embargante aduz que os acórdãos confrontados tratam de situações idênticas, tanto que a parte recorrente é a mesma em ambos os recursos e os arestos recorridos, oriundos do Tribunal Regional da Quarta Região, têm o mesmo teor. Assevera que, apesar disso, a Primeira Turma, diferentemente do que foi decidido no presente caso pela Segunda Turma, fixou entendimento segundo o qual é ilegítimo o condicionamento da isenção do ITR referente à área de reserva legal, concedida pelo artigo 10, § 1º, inciso II, alínea "a", da Lei 9.393/96, à averbação da mencionada área no Registro de Imóveis. Diante da demonstrada divergência, requer a embargante, ao final, a admissão e provimento do presente recurso, para que prevaleça o entendimento perfilhado pela Primeira Turma desta Corte sobre o tema em debate, por ocasião do julgamento do Recurso Especial de n. 969.091/SC. É o relatório. Passo a decidir. Como cediço, os embargos de divergência têm por escopo uniformizar a jurisprudência do Tribunal ante a adoção de teses conflitantes pelos seus órgãos fracionários, cabendo ao embargante a comprovação do dissídio pretoriano nos moldes estabelecidos no art. 266, § 1º, combinado com art. 225, §§ 1º e 2º, do RISTJ. Na espécie, em juízo perfunctório e provisório, constato que o acórdão embargado e o aresto paradigma, de fato, apresentam conclusões dissonantes quanto à questão da possibilidade de condicionamento do gozo da isenção do ITR referente à área equivalente à reserva legal à prévia averbação de tal área no registro do imóvel. Admito, pois, os presentes embargos de divergência para discussão. À parte embargada para, querendo, no prazo legal, responder o presente recurso. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 22 de novembro de 2011. MINISTRO BENEDITO GONÇALVES Relator

Artigo 415 Redação proposta: Art. 415. ...

...

§ 4o A base de cálculo terá validade de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias a contar do lançamento do imposto. Justificativa: A inclusão do § 4o ao art. 415 visa se adequar ao prazo de validade da guia de ITBI, tendo em vista que o referido prazo já é concedido para avaliação do imóvel objeto da transferência conforme avaliação técnica realizada pela Secretaria Municipal da Fazenda. Esta proposta tem por objeto também a redução de atendimentos de contribuintes para abertura de

prazos para as guias não recolhidas em 30 dias – prazo de demais receitas. Considerando que o prazo da avaliação não sofrerá alterações no decorrer de 365 dias, o prazo para pagamento também será validado para o mesmo tempo.

Artigo 420 Redação vigente: Art. 420. ...

... § 5o A notificação de lançamento poderá ser incluída na Guia de Recolhimento do Imposto sobre a Transmissão de Propriedade Inter Vivos, ficando dispensadas as assinaturas previstas nos incisos VI e VII deste artigo. (incluído pela LC 204, de 06/06/2013) Redação proposta: Art. 420. ...

... § 5o A notificação de lançamento poderá ser incluída na Guia de Recolhimento do Imposto sobre a Transmissão de Propriedade Inter Vivos, ficando dispensadas as assinaturas previstas nos incisos VI e VIII deste artigo. Justificativa: A alteração do § 5o do art. 420 visa apenas corrigir erro na redação anterior, substituindo o inciso VII pelo inciso correto VIII, do mesmo artigo.

Artigo 423 Redação vigente: Art. 423. O Imposto Sobre a Transmissão de Propriedade Inter Vivos será recolhido mediante guia preenchida pela repartição fazendária ao erário, devendo ser apresentada a guia de recolhimento do imposto por ocasião da lavratura do instrumento público de transmissão de propriedade ou direitos reais.

… § 3o O Imposto sobre a Transmissão de Propriedade Inter Vivos poderá ser pago da seguinte forma: (redação dada pela LC 091, de 13/09/2004).

I - em parcela única, a ser paga dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da emissão da guia de recolhimento; (redação dada pela LC 091, de 13/09/2004).

... Redação proposta: Art. 423. …

… § 3o … I - em parcela única, a ser paga dentro do prazo de validade da base de cálculo definida no art. 415 desta Lei Complementar.

... Justificativa A presente alteração do inciso I do § 3o do art. 423 visa à adequação resultante da proposta de alteração do inciso I, do § 3o do art. 415, do presente projeto de Lei Complementar.

Artigo 333-A Redação proposta: Art. 333-A. Ficam isentos do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU –, os imóveis utilizados pelas entidades religiosas, locados ou cedidos, desde que utilizados para a prática religiosa, incluídos os anexos e acessórios ao templo, e desde que os contratos de cessão, locação ou comodato, contenham reconhecimento de firma das assinaturas. § 1o São considerados como anexos ou acessórios aos templos os imóveis relacionados diretamente com atividades religiosas, tais como os seminários, conventos, as sacristias , casas paroquiais ou pastorais, o salão paroquial, ou aqueles entendidos como essenciais à atividade religiosa, desde que não empregados em fins econômicos.

§ 2o A isenção a que alude o caput se estende às taxas decorrentes de serviços públicos lançadas juntamente com o Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU.

§ 3o A isenção deverá ser solicitada mediante requerimento protocolizado anualmente até o encerramento do exercício que tenha sido efetuado o lançamento, utilizando-se o Modelo

constante do Anexo XI desta Lei Complementar e instruído com os documentos relacionados no referido anexo. § 4o Não se enquadram no disposto deste artigo os imóveis vagos e sem qualquer destinação permanente para as atividades religiosas. § 5o Os requerimentos protocolizados fora do prazo previsto no § 3o deste artigo serão indeferidos por decurso de prazo. Justificativa: O acréscimo do art. 333-A tem por objetivo regulamentar a isenção do IPTU e das taxas decorrentes de serviços públicos, lançadas conjuntamente com o imposto, dos imóveis locados ou cedidos, para uso exclusivo em atividades relacionadas com culto religioso, desde que o contrato de cessão ou locação ou comodato, possua reconhecimento de firma das assinaturas. O presente Projeto de Lei Complementar propõe também a revogação da Lei Complementar no 197/2012 (promulgada), que Dispõe sobre a imunidade de pagamento do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana dos templos de qualquer culto, acessórios ou anexos, e dá outras providências, por conter vício de origem, e ainda por não prever o impacto orçamentário, e não ter sido regulamentada no prazo, fatos estes que impediram a aplicação da referida norma. Cabe destacar que a referida Lei Complementar produziu celeuma, uma vez que trata de matéria eminentemente constitucional ao dispor sobre a imunidade tributária, bem como sobre dispor sobre a criação de tipo jurídico inexistente imunidade de taxas, conforme decisões do Supremo Tribunal Federal – STF (vide resumo das decisões abaixo colacionadas), bem como por tratar de assunto que já estava disposto no CTM, ora revisto com o acréscimo do art. 333-A.

"A criação de imunidade tributária é matéria típica do texto constitucional enquanto a de isenção é versada na lei ordinária; não há, pois, invasão da área reservada à emenda constitucional quando a lei ordinária cria isenção. O Poder Público tem legitimidade para isentar contribuições por ele instituídas, nos limites das suas atribuições (art. 149 da Constituição)." (ADI 2.006-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 1-7-1999, Plenário, DJ de 24-9-1999.)

"A imunidade tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições." (RE 378.144-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 30-11-2004, Primeira Turma, DJ de 22-4-2005.)

"A imunidade tributária recíproca – CF, art. 150, VI, a – somente é aplicável a impostos, não alcançando as taxas." (RE 364.202, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 3-10-2004, Segunda Turma, DJ de 28-10-2004.)

“A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer religião.” (RE

562.351, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 4-9-2012, Primeira Turma, DJE de 14-12-2012.)

“Recurso extraordinário. Constitucional. Imunidade Tributária. IPTU. Art. 150, VI, b, CF/1988. Cemitério. Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no art. 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos arts. 5º, VI, 19, I, e 150, VI, b. As áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas.” (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-2008, Plenário, DJE de 12-9-2008.)

“Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. A imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços ‘relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas’. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da CF. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas." (RE 325.822, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18-12-2002, Plenário, DJ de 14-5-2004.) No mesmo sentido: ARE 658.080-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 13-12-2011, Primeira Turma, DJE de 15-2-2012; AI 690.712-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 23-6-2009, Primeira Turma, DJE de 14-8-2009; AI 651.138-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 26-6-2007, Segunda Turma, DJ de 17-8-2007.

“Contribuição sindical. Imunidade. CF, 1967, art. 21, § 2º, I, art. 19, III, b, CF, 1988, art. 149, art. 150, VI, b. A imunidade do art. 19, III, da CF/1967, (CF/1988, art. 150, VI) diz respeito apenas a impostos. A contribuição é espécie tributária distinta, que não se confunde com o imposto. É o caso da contribuição sindical, instituída no interesse de categoria profissional (CF/1967, art. 21, § 2º, I; CF/1988, art. 149), assim não abrangida pela imunidade do art. 19, III, CF/1967, ou art. 150, VI, CF/1988.” (RE 129.930, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 7-5-1991, Segunda Turma, DJ de 16-8-1991.)

“O reconhecimento da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da CF exige o cumprimento dos requisitos estabelecidos em lei. Assim, para se chegar à conclusão se o recorrente atende aos requisitos da lei para fazer jus à imunidade prevista neste dispositivo, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. Incide, na espécie, o teor da Súmula 279 do STF. (...) A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer religião.” (RE 562.351, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 4-9-2012, Primeira Turma, DJE de 14-12-2012.)

Segue em apenso a Estimativa de Impacto Orçamentário e Financeiro – RIOF no 040/2013, elaborado para subsidiar a presente matéria. Pelo exposto, submetemos o presente Projeto de Lei Complementar para apreciação dos Nobres Vereadores dessa Casa de Leis. LJ/