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O INCENTIVO À LEITURA POR MEIO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E
TIRAS DE JORNAL
Jandira Sagionetti Nunes1
Lidia Maria Gonçalves2
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo descrever o Projeto de leitura, intitulado “O incentivo à leitura por meio das histórias em quadrinhos e tiras de jornal” e sua implementação com os educandos do Ensino Médio do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA), de Ivaiporã-Pr. Os alunos tiveram, assim, a oportunidade de estudar estes gêneros textuais e vivenciar momentos de entretenimento, por intermédio de leituras dinâmicas, prazerosas e capazes de despertar o gosto por ler. A partir dos quadrinhos impulsionamos a leitura dos textos que circulam em jornais e revistas.
Palavras-chave: Formação de leitores; Histórias em quadrinhos; Tiras de jornal.
Abstract:
This work has a objective to describe the Project of reading intitled, “The incentive to reading through comic books and newspapers strips” and his implementation with the students of Escola Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos – CEEBJA/Ivaiporã-PR. Studentsthus had the opportunity to study these kinds of texts and moments of entertainment experience, through dynamic readings, pleasant and able to arouse the taste of reading. From the comic we push reading of texts circulating in newspapers and magazine.
Key words: Formation of readrs; comic books; strips of newspaper.
11 A autora deste artigo é especialista em Língua Portuguesa e professora do quadro próprio do magistério do Estado do Paraná (e.mail: [email protected]).
22 A orientadora deste trabalho é professora do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas da UEL e tem pós-doutorado na área de Linguística aplicada (e.mail: [email protected])
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1 INTRODUÇÃO
Neste artigo, discutimos as experiências realizadas em sala de aula, com
alunos do Ensino Médio, do Centro Estadual de educação Básica para jovens e
adultos – CEEBJA, de Ivaiporã/PR, na busca por desenvolver o gosto pela leitura.
Para atingir este objetivo, foram utilizadas histórias em quadrinhos e tiras de jornal.
Por intermédio desses gêneros textuais, procuramos realizar diversas
atividades em sala de aula, tendo sempre como foco o desenvolvimento do gosto/do
prazer pela leitura entre os educandos, especialmente pela leitura de revistas e
jornais, suportes eleitos para a realização deste trabalho didático. Por meio dos
veículos de comunicação selecionados foi realizado um estudo sobre a estrutura e
as funções dos textos midiáticos em análise e também visualizamos o
entrecruzamento de gêneros discursivos em um mesmo suporte textual, pois uma
HQ pode veicular textos informativos, publicitários, culturais, de opinião e outros.
Nosso projeto de intervenção pedagógica intitula-se “O incentivo à leitura por
meio das histórias em quadrinhos e tiras de jornal”, e, como o próprio nome sugere,
a formação de leitores foi cultivada através de quadrinhos e tiras jornalísticas. Tal
escolha deve-se ao fato de serem textos que chamam a atenção visualmente,
possuem uma narrativa relativamente curta (em relação a outros gêneros textuais) e
costumam ser envolventes, por serem divertidos, além de, muitas vezes,
colaborarem para a reflexão dos costumes, ao retratarem conflitos de foro pessoal
ou vividos pelos mais diversos grupos sociais da atualidade. E, assim, permitem
uma leitura críticas dos comportamentos humanos, mesmo quando estes seres
estão representados por outros animais.
A importância da leitura na vida das pessoas é evidente nos dias atuais.
Esta habilidade é exigida nas mais diferentes atividades cotidianas. Há uma
multiplicidade de suportes textuais e de gêneros discursivos circulando nos centros
urbanos. No entanto, não basta ao homem contemporâneo ter acesso a objetos da
cultura letrada (revistas, jornais, avisos, anúncios, documentos diversos,
propagandas, entre outros), ele necessita ter habilidade de leitura para entender o
que lê relacionar informações, interpretar.
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A leitura não somente favorece a integração do indivíduo no seu contexto
socioeconômico e cultural, como também cria novas perspectivas no sujeito,
permitindo-lhe posicionar-se criticamente diante da realidade. Ler desenvolve
criticidade e criatividade, por isto “a atividade de leitura se faz presente em todos os
níveis educacionais das sociedades letradas. [...] seria difícil conceber a escola onde
o ato de ler não estivesse presente” (SILVA, 1996, p.31).
Cabe à escola investir na formação do leitor, pois ela é caminho para o
desenvolvimento individual e coletivo, é espaço apropriado para a formação de
cidadãos leitores mais dinâmicos e competentes. Para que cumpra o seu papel,
cada espaço escolar precisa encontrar e aplicar meios que auxiliem seus alunos a
desenvolver o gosto e o hábito pela leitura. No ambiente escolar, os alunos deverão
receber os mais diversos gêneros textuais para leitura e aprender a executar uma
leitura proficiente. Esta habilidade ora é desenvolvida por meio de materiais que
requerem esforço intelectual e ora é impulsionada por textos que despertam
ludicidade. O prazer que tal atividade pode lhes proporcionar incentiva a sua prática.
Assim,
[...] a prática de leitura patrocinada pela escola precisa ocorrer num espaço de maior liberdade possível. A leitura só se torna livre quando se respeita, ao menos em momentos iniciais do aprendizado, o prazer e a aversão de cada leitor em relação a cada livro. (LAJOLO, 2002, p.108).
Kleiman (2008) atesta a necessidade de conhecimento do professor na área
específica de leitura, além de sua formação linguística, a fim de se evitar
concepções ultrapassadas, mas legitimadas por falta de propostas alternativas. De
fato, o professor precisa ser um mediador capaz de fomentar o gosto pela leitura em
seus alunos, dando condições para que eles deem sentido ao lido.
Zilberman (1993, p.15) faz a seguinte colocação quanto à importância da
escola perante a sociedade:
[...] por desencadear um processo de democratização do saber e maior acesso aos bens culturais, a escola é um elemento de transformação que não pode ser negligenciado. E este fator relaciona-se especialmente com a leitura...
Acreditamos que a busca por métodos de incentivo à leitura possa ser o
grande diferencial para a formação de leitores que sintam prazer no ato de ler.
Reconhecemos a necessidade de incentivar a leitura e optamos neste sentido por
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meio das histórias em quadrinhos e tiras de jornal. Essa estratégia deu aos alunos a
oportunidade de conhecer mais aprofundadamente alguns veículos de comunicação
e de estudar gêneros textuais presentes nos meios de comunicação de massa.
Vivenciamos momentos de entretenimento, por intermédio de leituras prazerosas e,
simultaneamente, a partir da leitura dos quadrinhos impulsionamos a leitura da mídia
impressa, alargamos nosso universo cultural incorporando em sala de aula textos
que circulam em jornais e revistas. Enfim, todas as atividades aqui propostas foram
desenvolvidas com os nossos alunos e elas possibilitaram o desenvolvimento da
oralidade, favoreceram a análise lingüística e atividades de escrita. Divulgar esta
experiência é o objetivo deste artigo; ela foi enriquecedora para o nosso público,
mas como não há receita válida para todo e qualquer contexto, cabe ao nosso leitor
julgar o que pose ser adaptável á sua realidade.
1.1 PÚBLICO ALVO
O CEEBJA de Ivaiporã oferece Ensino Fundamental e Médio; conta com
uma clientela formada por adolescentes, adultos e idosos, pessoas com diferentes
experiências de vida e que, em algum momento, afastaram-se da escola, devido a
uma gama de fatores sociais, econômicos e até culturais. Ao longo de suas vidas,
esses cidadãos passaram por várias experiências de escolarização, sem obter
sucesso em seus estudos. Alguns membros deste grupo apresentam necessidades
educacionais especiais, o que demanda ações educacionais específicas para
oportunizar o acesso, a permanência e o êxito destes indivíduos no espaço escolar.
Também compõem o grupo muitas pessoas idosas, elas buscam a escola não só
para a ampliação de seus conhecimentos, mas também para ganhar oportunidades
de convivência, buscam ampliar o convívio social e obter a realização pessoal de
fazer parte de um grupo e de frequentar um ambiente estudantil.
Leitores não nascem feitos e nem estão prontos e acabados após a
alfabetização; eles se formam e se desenvolvem ao longo de suas existências, isto
caso sejam estimulados para desenvolver este hábito e orientados para ler além das
linhas. Cientes dessa realidade, surgiram nossas questões de pesquisa: o que fazer
para desenvolver em nossos alunos da EJA o gosto pela leitura e para torná-la um
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hábito prazeroso? A aproximação com o gênero quadrinhos não ajudaria neste
sentido?
Uma das principais finalidades da EJA é ofertar escolarização para jovens,
adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos, quer seja no Ensino
Fundamental ou no nível Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas de
desenvolvimento pessoal. Neste sentido, é essencial considerar suas
características, interesses, condições de vida e de trabalho. As ações didático-
pedagógicas pressupõem o conhecimento do grupo de pessoas com as quais
vamos interagir.
Há muitas mulheres frequentando a EJA, principalmente aquelas que
durante anos sofreram - e ainda sofrem - as consequências de uma sociedade
desigual, com predomínio de tradição patriarcal, o que as impediram de vivenciar
práticas educativas em algum momento de suas vidas, limitando o universo cultural
de cada uma.
Muitos de nossos alunos ainda não haviam desenvolvido o gosto pela
leitura, pois não tiveram oportunidade de participar de projetos voltados para este
fim e também em razão do pouco estímulo recebido de seus familiares. Enfim,
devido a problemas socioeconômicos das famílias e da comunidade local, nosso
público ainda é muito carente de atividades recreativas e culturais. Queremos
reverter este quadro e, para isto, buscamos aplicar medidas que estão ao nosso
alcance. Elas foram descritas no corpo deste artigo e estão em consonância com o
alicerce teórico aqui sintetizado.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A LEITURA PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Não podemos falar sobre a importância da leitura sem aludirmos ao mestre
Paulo Freire, o educador que tanto fez pela dignidade da pessoa humana, ao trazer
a proposta de uma leitura significativa para expandir o universo cultural de tantas
pessoas. Com seu projeto de Alfabetização de Adultos, ele procura resgatar aquilo
que o ser humano tem de mais precioso: sua dignidade e sua compreensão do
mundo sob o foco da palavra escrita. Além de identificar a realidade educacional de
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uma grande parcela da população brasileira, Freire convida-nos à não passividade
diante do diagnóstico. Ele expõe a sua indignação com estas palavras:
É um absurdo que estejamos chegando ao fim do século, fim de milênio, ostentando os índices dos que e das que, mal alfabetizadas, estão igualmente proibidos de ler e escrever, o número alarmante de crianças interditadas de ter escolarização e que com isso tudo convivamos quase como se estivéssemos anestesiados (FREIRE, 1983, p. 10).
Para ler a palavra escrita é necessário efetuar a “leitura do mundo”, isto
porque linguagem e realidade prendem-se dinamicamente. Assim, uma ampla
compreensão do texto só pode ser alcançada por uma leitura crítica, o que implica
na percepção das relações entre o texto e o contexto. Afinal, ler não é puro exercício
de percepção de uma página escrita, que deve ser cadenciada, mecânica e
enfadonhamente soletrada. Segundo Freire (1983, p. 11-12), “(...) a leitura envolve
uma compreensão crítica do ato de ler, que vai além da decodificação pura da
palavra escrita ou da linguagem escrita, ela se envolve na inteligência do mundo”.
Correa (2008, p. 38) destaca que “a criticidade da leitura da mídia é um dos
pontos altos da educação contemporânea”. O jornal traz fatos e informações que
propiciam reflexões importantes para a organização do conhecimento do aluno. Não
podemos permitir mais a formação de seres passivos e alienados com o que
acontece no meio em que vivem e no mundo. A leitura de textos da mídia impressa
pode contribuir muito na formação de cidadãos reflexivos e capazes de interagir de
forma positiva na sociedade.
A regência verbal, a sintaxe de concordância, o problema da crase, nada
disso deve ser reduzido a tabletes de conhecimento que devem ser engolidos pelos
alunos. Ao contrário, devem ser expostos a curiosidade dos alunos de maneira
dinâmica e viva, no corpo de textos (ora produzidos por outros autores, ora por eles
mesmos), como objetos a serem analisados e não como algo parado, cujo perfil
fosse descrito pelo professor e decorado pelos estudantes.
Os alunos não têm que memorizar mecanicamente a descrição do objeto,
mas aprender a sua significação, compreendendo o fenômeno. A memorização
mecânica da descrição do objeto não se constitui em conhecimento do objeto. Por
isso é que a leitura de um texto, tomado como pura descrição de um objeto e feita
no sentido de memorização, não é leitura real, nem dela, portanto, resulta o
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conhecimento do objeto de que o texto fala como orientam as Diretrizes Curriculares
da Educação Básica (PARANÁ, 2008).
O ato de ler é via de acesso para a apropriação dos bens culturais
registrados pela escrita e é um atributo única e exclusivamente humano. Portanto,
falar em condições para o desenvolvimento da leitura é, ao mesmo tempo, colocar o
problema das condições reais para o desenvolvimento do próprio cidadão dentro de
uma sociedade concreta
Esta vinculação revela o poder gerado pela capacidade do homem em ler os
dados da realidade, analisá-los, transformá-los e registrá-los a seu próprio benefício
cultural.. É claro que o exercício do pensamento e da ação sobre a natureza
somente é possível porque o homem possui linguagem, ela é o elemento essencial
para a produção, transmissão e recepção de conhecimentos, bem como para a
análise dos mesmos, ratificando-os ou retificando-os.
Sem dúvida, leitura é uma das conquistas da espécie humana, pois ela
influenciou de modo decisivo “seu processo evolutivo de hominização, mesmo
porque o nascimento e plenitude da razão estão condicionados pelos acúmulos de
observações de outras mentes que nos precederam e que é transmitido pela palavra
oral ou escrita” (MERANI, 1972, p. 40).
Orlandi (2006) afirma que uma leitura compreensiva depende da
historicidade do leitor, pois ele reproduz a mensagem recebida, relacionando-a com
outros discursos já existentes no momento histórico e no espaço geográfico pelo
qual o leitor circula. Cada leitor, ao ler um determinado texto pode dar significados
próprios, pessoais e ver o que o autor talvez não previu, pois visualiza o fato de
acordo com a sua ótica, a sua carga ideológica. Dessa maneira, torna-se coautor
deste texto, criando novos discursos. Isto é chamado pela autora de leitura
polissêmica. Em síntese, o estudo da linguagem não pode estar separado da
sociedade que a produz, pois os processos são histórico-sociais. E, ainda segundo
Orlandi (op. cit., p.10), como há diferentes maneiras de relacionamentos dos leitores
com o texto lido, devemos indagar:
• a relação do texto com o autor: o que o autor quis dizer?
• a relação dos textos com outros textos: em que este texto defere de outros textos?
• a relação do texto com seu referente: o que o texto diz de X?
• a relação do texto com o leitor: o que você entendeu?
• a relação do texto com o para quem se lê: (se for o professor).
• o que é mais significativo neste texto para o professor Z?
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• o que significa X para o professor Z?
Toda sociedade, nas suas diferentes etapas evolutivas, produz uma
memória cultural e a leitura vem a ser um dos instrumentos para o conhecimento e a
transformação dessa memória, isto é, uma ferramenta para reavaliação das ideias,
dos instrumentos e das técnicas produzidos e conservados pelo homem. E, por isso
mesmo, o processo de leitura apresenta-se como uma atividade que possibilita a
participação do homem na vida em sociedade, em termos de compreensão do
presente e do passado, e em termos de possibilidades de transformação cultural
futura.
É imprescindível construirmos condições didáticas favoráveis para a formação de sujeitos capazes de analisar criticamente não só o que leem e escrevem, mas também a realidade em que estão inseridos, sintetizando e divulgando experiências, portanto a formação de leitores, por meio do jornal no ensino de Língua Portuguesa, visa contribuir nesse sentido (GONÇALVES, 2010, p. 65).
A estudiosa recomenda o uso do jornal a serviço da educação, como uma
ferramenta útil na formação de leitores devido à atualidade das informações e à
linguagem padrão adotada. “O aluno que desenvolve o gosto pela leitura de jornais
e/ ou revistas tende a estar sempre atualizado nos registros de língua aceitáveis em
dado momento sócio histórico” (op. cit., p. 67).
São muitas as possibilidades didáticas a serem efetivadas por intermédio do
uso do jornal em sala de aula, pois trata-se de um instrumento valioso na formação
da opinião de seus leitores e que permite a interação viva e atual do leitor com a
língua materna, oportunizando a aprendizagem de novas palavras, novos sentidos,
novas estruturas frasais e estratégias argumentativas.
A leitura de jornal é um possível instrumento de abertura para outras leituras. Ao ler o jornal, cada um pode ser levado a ler mais, ler livros e ler a vida, ler e reler sempre. Ou não..O jornal ajuda a repartir a fala em sala de aula e é um material rico em situações extraídas da sociedade na qual vive o leitor...tem tudo a ver com o aprendizado da leitura que se processa na escola. Isso, claro, se os leitores- alunos e professores- forem além dele... É uma mercadoria especial, pois, ao mesmo tempo em que é noticioso, também dissemina ideias, valores, interpretação por meio das notícias que o compõem. (LOZZA, 2009, p. 29-30).
O jornalismo exerce uma força político-ideológica muito grande na
conjuntura social e isso motiva os alunos para a análise de textos provenientes
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desta esfera da circulação humana; tal análise oportuniza um conhecimento
linguístico-discursivo importante na produção e compreensão dos gêneros textuais
em estudo, como expõe Rodrigues (2001).
Faria (1997) diz que o jornal, principal veículo midiático das tiras, é um
suporte possível para a realização das atividades de Língua Portuguesa, onde a
leitura e a escrita agregam-se, formando uma relação dialética. O trabalho de leitura
possibilita o conhecimento dos recursos linguísticos que são utilizados pelos
jornalistas e favorece produções futuras.
Jornais e revistas podem ser suportes enriquecedores da aprendizagem
desenvolvida na sala de aula. Neles, temos o texto formado pela linguagem verbal e
pela não verbal; a imagem também gera comunicação. Estes suportes divulgam
informações diversas, veiculadas por gêneros distintos, dentre eles, as tiras. Elas
podem e devem gerar leituras, interpretações, produções e debates importantes
para o desenvolvimento do senso crítico e estético dos alunos.
2.2 AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E AS TIRAS DE JORNAL
No que diz respeito às histórias em quadrinhos, elas se disseminaram a
partir da simbiose entre a linguagem escrita e a visual, oferecendo ao leitor recursos
linguísticos e imaginários distintos dos encontrados em outras narrativas.
Segundo Luyten (1984, p. 44-45), o Tico-Tico foi a primeira revista em
quadrinhos publicada no Brasil; tinha como personagens os heróis Buster Brown e
seu cachorro Tige (Chiquinho e Jagunço, respectivamente), criados por Richard
Outcault, além de outras personagens como Zé Macaco, Faustina, Réco-Réco,
Bolão e Azeitona, estas últimas criadas por artistas nacionais.
Para Luyten (op.cit.), as histórias em quadrinhos podem ser um poderoso
auxílio pedagógico em sala de aula. A leitura e a reflexão sobre os conteúdos das
HQs podem estimular a consciência crítica da realidade e do meio em que se vive e
ainda despertar manifestações artísticas nos alunos.
De acordo com Vergueiro (2010), tanto o surgimento como o
desenvolvimento das histórias em quadrinhos ocorre no seio da comunicação de
massa. Para Vergueiro, as histórias em quadrinhos, indubitavelmente, são produtos
da Indústria Cultural e, como tal, carregam em si todos os aspectos correlacionados
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a este meio, portanto, nestes veículos podemos notar a pasteurização de conteúdos,
o imperialismo, a preocupação com a audiência e uma recepção passiva. Todos
esses fatores devem ser considerados ao elegermos esse “corpus” como objeto de
ensino e aprendizagem. A fim de desvelá-los.
Apesar de pertencerem ao universo da comunicação de massa, as histórias
em quadrinhos fazem um recorte da realidade e atuam a partir das condições de
produção históricas e sociais da sociedade que representam. Nesta ótica, propomos
sua inclusão no ambiente pedagógico, explorando-as como uma resistência à
massificação da linguagem e como um meio explorar conteúdos curriculares de
forma mais inovadora e ligada ao mundo existente além dos muros da escola..
Em geral, as HQs, de um lado não dão muitas informações, mas de outro permitem ao leitor preencher as lacunas, os silêncios de personagens com a sua própria percepção e imaginação; criar em cima das tiras. Além disso, elas permitem a construção de um novo conhecimento a respeito de vários fenômenos (GOTTIEB, 1999, p. 179).
De fato, as histórias em quadrinhos são meios capazes de informar
conteúdos e de formar valores de modo sutil. Nossa proposta é de levá-las para o
ambiente didático sem desprezar as suas características de humor ao explorarmos
os seus múltiplos recursos linguísticos.
As histórias em quadrinhos comunicam numa “linguagem” que se vale de experiência visual comum ao criador e ao público. Pode-se esperar dos leitores modernos uma compreensão fácil da mistura imagem-palavra e da tradicional decodificação do texto. A história em quadrinhos pode ser chamada "leitura" num sentido mais amplo que o comumente aplicado ao termo (EISNER, 1997, p. 7).
A linguagem dos quadrinhos utiliza os recursos da escrita e as imagens a fim
de entreter e informar. O leitor coopera para construir a ação, encaminhada por meio
da mistura da linguagem. Estes textos utilizam-se da narrativa com enredo e
personagens. Geralmente os diálogos são construídos em primeira pessoa e a
linguagem escrita aproxima-se da oralidade, fazendo com que o leitor sinta-se parte
do contexto narrativo. Estes recursos são muito importantes nas histórias em
quadrinhos e também nas tiras jornalísticas.
Nas histórias em quadrinhos e nas tiras de jornal temos um faz de conta
verossímil e levá-las para a sala de aula é buscar uma ferramenta para
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desenvolvermos capacidade de linguagem. Estamos cientes de que o processo de
letramento desenvolve-se a partir do meio social e cultural em que as pessoas estão
inseridas; tendo em vista essa situação, é que a seleção dos gêneros para o
enfoque didático foi pensada.
...o gênero de ficção da cultura midiática denominado histórias em quadrinhos (HQs) apresenta espécies diferenciadas segundo a época, nação ou veículo do qual sejam oriundas... As HQs norte-americanas surgem formatadas ao veículo jornal. São as tiras ou strip comics, anedotas contadas em dois ou três quadrinhos – daí o termo comics para designar tais histórias nos EUA. Este gênero de ficção é predominantemente humorístico e seu objetivo principal é divertir (CALAZANS, 1997, p.146).
Como educadores, podemos modificar as concepções da leitura do aluno,
proporcionando-lhes condições de vivenciar práticas de ler por prazer, além de ler
para estudar e para se informar. Para tanto, a leitura de histórias em quadrinhos e
tiras jornalísticas é um instrumento para fomentar o ler por prazer, para “trocar ideias
e privilegiar a construção de sentidos dos textos, estabelecendo relações com a
realidade dos alunos e com diversas artes” (Bencini, 2006, p.32).
Sabemos que, do ponto de vista linguístico, os textos típicos de
entretenimento têm organização sintático-semântica e lexical próximos do cotidiano,
como destaca Britto (2003). Mas sabemos também que podem constituir-se em
práticas significativas, por serem textos reais e que abordam situações presentes em
nosso dia a dia, o que dá ludicidade no processo de letramento. Ler tiras
jornalísticas e, depois, o jornal como um todo é apropriar-se de bens culturais.
3 ANÁLISE DO CORPUS
No primeiro momento da implementação pedagógica do projeto de leitura “O
incentivo à leitura por meio das histórias em quadrinhos e tiras de jornal”, apresentei-
o aos alunos do Ensino Médio do CEEBJA/Ivaiporã, destacando a importância do
desenvolvimento do gosto pela leitura e do material que seria utilizado para o
desenvolvimento do trabalho. Logo de início foi possível perceber o interesse e o
entusiasmo da turma em participar do projeto, nenhum dos envolvidos apresentou
resistência.
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Antes de iniciar as atividades propriamente ditas, pedi aos alunos que
respondessem a um questionário, este tinha como objetivo fazer um levantamento
de como a leitura de cada um vinha sendo desenvolvida, especialmente no âmbito
escolar. Todos os alunos propuseram-se a responder as questões e assim
procederam de forma atenciosa.
Após responderem ao questionário, forneci ao grupo diversas revistas em
quadrinhos e jornais que circulam no município e propus que ficassem à vontade
para ler o material exposto em sala de aula. Os alunos passaram a folhear o acervo
e a ler algumas revistas em quadrinhos e também observaram as tiras dos jornais.
Em seguida, passamos a comentar algumas histórias lidas, suas personagens,
temas e relações com a realidade atual. Pude constatar que foi um trabalho muito
positivo, pois houve a participação de todos os alunos, eles expuseram suas
opiniões sobre os assuntos ali tratados, especialmente focamos nosso olhar nos
textos em quadrinhos ali presentes.
Ainda no início dos trabalhos, foi levado para a sala de aula exemplares de
diferentes jornais para que os participantes do projeto tivessem a oportunidade de
analisar as características do jornal. Foi pedido aos alunos que lessem os jornais
calmamente e observassem a diversidade de textos ali presentes e que
comparacem as semelhanças e as diferenças entre um mesmo fato noticiado em
dois veículos quanto à forma, ao conteúdo, espaço dado à apresentação, etc. Em
outra oportunidade, estudamos as características de cada parte que compõe o
jornal. Novamente observamos que o jornal está dividido em vários cadernos e que
cada um apresenta textos com características, conteúdos e funções próprias. Desta
vez, os trabalhos foram realizados em cinco equipes, especialmente responsáveis
por um dos cadernos: esporte, cultura, economia, 1° caderno e classificados.
Assim, antes de fixarmos nosso estudo nos quadrinhos, realizamos um
valioso estudo sobre esta importante esfera da comunicação que é a jornalística;
desenvolvemos as seguintes atividades: 1° recorte de textos dos mais variados
gêneros textuais encontrados nos diversos cadernos de um jornal, agrupando-os,
conforme o gênero discursivo; 2° leitura / interpretação de textos presentes em
revistas e jornais; 3° produção de textos para um determinado caderno do jornal
(carta do leitor, texto publicitário, agenda cultural); e 4° a oralidade. Os alunos
participavam ativamente de todas as atividades propostas
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Sobre o uso de jornais e revistas a serviço do ensino da Língua Portuguesa,
testemunho que os alunos participavam ativamente de todas as atividades
propostas, empenhando-se muito para realizá-las, pois as consideraram
significativas para a vida.
Em certa ocasião, os alunos receberam recortes de vários jornais e, em
grupos, leram vários textos, todos versavam sobre a corrupção. Na sequência, eles
deveriam selecionar os textos mais impactantes para eles lê-los para a classe. Os
textos poderiam ser notícias, tiras, artigos de opinião, reportagem, carta do leitor,
editorial ou de outro gênero discursivo. Em seguida ao debate sobre o conteúdo das
matérias jornalísticas, ou seja, sobre as causas e as consequências da corrupção os
alunos fizeram o levantamento das principais características de cada gênero textual
recortado da esfera jornalística e os resultados foram socializados entre os grupos.
Obtivemos uma excelente participação de toda a classe nestes trabalhos. No
desenrolar do projeto, passamos a distribuir jornais entre os estudantes, pois eles
queriam continuar a leitura em casa, apreciando o suporte como um todo.
Em aulas seguintes também foram propostas diversas atividades orais e
escritas aos alunos, agora tendo como objetivo aprofundar conhecimentos sobre as
características dos quadrinhos tais como: as personagens, o texto, as
onomatopeias, os balões e demais recursos empregados em textos deste gênero.
Certa vez, os alunos deveriam realizar a leitura de um quadrinho e de um
poema, percebendo a relação existente, isto é, reconhecendo a intertextualidade
entre as duas produções, elas são distintas quanto à forma e semelhantes quanto ao
conteúdo, ambas enfocavam questões políticas e econômicas. Os alunos fizeram a
análise e expressaram diversos comentários sobre os assuntos abordados. Ao
findar-se o tempo estabelecido para o debate oral, cada aluno produziu um texto
escrito sobre a corrupção, onde pode registrar e, mais uma vez, expor suas
opiniões. Esta prática pedagógica resultou num sério e profícuo debate sobre as
consequências desastrosas e desumanas causadas pela corrupção política em
nosso país e no mundo.
Ao longo deste trabalho, também distribuímos diversas revistas de histórias
em quadrinhos para que os alunos pudessem criar o hábito de apreciar este suporte.
As pessoas interessadas nos quadrinhos podiam levá-los para casa e realizarem
sua leitura livremente, sem cobranças posteriores, bastando trazer o material para a
troca entre eles, num sistema de rodízio dos gibis
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A leitura do conto “Pai contra mãe” (produção de Machado de Assis,
elaborada em quadrinhos), foi realizada com os alunos em sala de aula. Logo após a
leitura, os alunos receberam este mesmo conto na forma escrita em parágrafos e
foram convidados a realizar também a sua leitura para observarem semelhanças e
diferenças. Ao terminarem a leitura, foi realizado um estudo sobre a estrutura dos
dois textos, destacamos as semelhanças e diferenças entre os dois gêneros
textuais, e a manutenção do mesmo tema foi apresentado de maneiras distintas.
Após a realização de atividades orais de interpretação e de reflexão sobre o assunto
ali tratado, foi proposto aos educandos a elaboração de um terceiro texto; eles
deveriam escrever esta mesma história, dando um novo desfecho. Foi uma oficina
de produção de texto bastante proveitosa, pois houve a participação ativa dos
alunos. Eles produziram ótimos textos e com desfechos muito criativos. Para
finalizar, os alunos realizaram a leitura dos seus textos para toda a classe, a qual
dava total atenção a cada final de história que ia sendo apresentado.
Vez ou outra, fazíamos uma revisão dos elementos presentes nos
quadrinhos como: os tipos de balões, onomatopeias, personagens, recursos
expressivos presentes no texto. Tudo isto era fixado por meio da observação
concreta, isto é, do reconhecimento dos fenômenos lingüísticos em textos
publicados em revistas e nos jornais. Assim, os alunos puderam constatar o efeito de
cada elemento estudado, identificando-os nas tiras de jornais e nas histórias em
quadrinhos tidas em mãos.
Durante este estudo, os alunos foram convidados a aplicar os
conhecimentos adquiridos, elaborando individualmente uma tira com tema livre.
Entretanto, nesta atividade, os alunos demonstraram insegurança para realizar a
tarefa. Então, eles foram convidados a elaborar coletivamente uma tira e expô-la no
quadro de giz da própria classe. Para esta primeira tira, foi eleito pela turma o tema
sobre a gripe H1N1, a idéia exposta na tira era o benefício de um amigo avisar o
outro sobre a vacinação que estava acontecendo no posto de saúde. Depois deste
planejamento sobre como proceder na redação, alunos e regente foram desenhando
as personagens e escrevendo as falas nos balões. Foram muitas as ideias
apresentadas pelos participantes, resultando numa tira caprichada.
Terminado este trabalho coletivo, os alunos, nesta altura, sentiam-se muito
mais preparados e aceitaram elaborar tiras individuais. Embora ainda alguns
apresentassem dificuldades para redigir e/ou desenhar, os alunos dedicaram-se
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incansavelmente nesta atividade, resultando em ótimas tiras. Tais produtos
comprovavam o sucesso do trabalho desenvolvido, os alunos haviam aprendido
muito bem os conteúdos trabalhados e tudo isso gerou reflexos positivos na
autoestima.
Outra atividade de elaboração de quadrinhos foi realizada após os alunos
terem assistido ao filme “2001-Uma odisseia no espaço” e terem debatido algumas
destas cenas apresentadas no filme. Ao final, os alunos fizeram a transposição de
cenas do filme para a linguagem dos quadrinhos.
Foram realizadas ainda outras oportunidades de leitura de quadrinhos,
destacando-se “As aventuras da família Brasil”, de Luiz Fernando Veríssimo. Esta
obra gerou a seguinte atividade pedagógica: no tempo destinado à aula de Língua
Portuguesa, os alunos foram convidados a ler livremente o texto em quadrinhos,
sem cobranças posteriores, apenas pelo prazer de ler. E eles adoraram o texto, o
ato de ler foi prazeroso, fomentando o gosto pela leitura e impulsionando o hábito de
ler.
Já no final da implementação do projeto de leitura, professora e alunos
fizeram uma visita de estudos na sede do jornal local, o Paraná Centro, um periódico
semanal, presente em praticamente todos os municípios da região central deste
Estado. Este evento precisou ocorreu no turno vespertino (contraturno), em razão de
agenda e, mesmo assim, teve a participação de grande parte dos alunos que
participaram do projeto. Lá, os educandos puderam conhecer os bastidores de um
jornal, ou seja, puderam ver de perto o funcionamento de um órgão de comunicação
impressa. Puderam também tirar dúvidas sobre a impressão de um jornal, com
profissionais que atuam naquela área. Em seguida, uma jornalista fez uma palestra,
enfocando a importância da mídia impressa para:
• dar informação e gerar conhecimentos, de uma maneira geral,
• desenvolver o senso crítico, saborear textos lúdicos e humorísticos, como os
quadrinhos,
• consultar os atos oficias de seu município,
• saber sobre as atividades artísticas e culturais,
• acompanhar os resultados de campeonatos esportivos,
• saber dos seus direitos e deveres como cidadãos.
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Em visita à sala da diretora do jornal, os alunos sugeriram que fossem
implantadas tiras no Jornal Paraná Centro. Após ouvir a sugestão dos alunos
visitantes, a diretora prometeu pensar seriamente no assunto. Esta visita foi um
trabalho de campo e revelou-se muito interessante tanto para a professora como
para os alunos, pois todos saíram satisfeitos e com uma visão mais ampla sobre os
serviços prestados por este órgão de comunicação.
A leitura de revistas em quadrinhos e jornais passou a ser prática diária na
vida da maioria dos alunos. No espaço escolar, alguns nem saíam da classe durante
o intervalo das aulas, de tão entretidos com as leituras. De fato, este projeto
desencadeou uma grande procura por revistas em quadrinhos e jornais.
Organizamos uma estante de leitura na sala de aula de Língua Portuguesa, onde
foram expostas diversas revistas, gibis e jornais para que os alunos realizassem
leituras de textos que circulam socialmente, o que resultou numa prática mantida até
os dias atuais e que, continuamente, iremos alimentar, pois colhemos seus
resultados.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho de pesquisa buscou fazer um estudo sobre a importância das
histórias em quadrinhos e das tiras de jornal no desenvolvimento do gosto pela
leitura. Por meio dele, nossos alunos adquiriram um habito saudável de leitura diária
nos mais variados veículos de comunicação escritos, especialmente de revistas e
jornais. Estes suportes são importantes canais de informação da sociedade, de uma
maneira geral, e de formação de opinião.
Por ser o CEEBJA uma instituição de ensino que tem como clientela alunos
pertencentes a distintos níveis socioculturais e econômicos, não foi possível
desenvolver o projeto linearmente com todos os alunos. A implementação deu-se
por meio de atendimentos individuais e em grupos, sendo necessárias várias
retomadas durante a sua execução.
Quanto à participação dos alunos nos trabalhos, estes demonstraram
grande empenho e entusiasmo durante todas as etapas de desenvolvimento do
projeto. Como resultado deste investimento pedagógico, vimos o desenvolvimento
da expressão oral, da habilidade em leitura e em análise linguística e de maior
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facilidade na escrita. Além disso, o trabalho favoreceu a conscientização sobre os
temas abordados.
Esta pesquisa não tem a pretensão de esgotar-se em si mesma, nem dá
todas as respostas necessárias às indagações que poderão surgir, porém tem o
propósito de ser mais um subsídio à disposição dos colegas professores para a
formação de novos leitores. Por intermédio deste estudo, foi possível constatar que
a maioria dos educandos precisam receber estímulos para que possam desenvolver
o prazer e o hábito da leitura. Se motivação não é sempre o suficiente, é sempre
indispensável.
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