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O IMPACTO DAS REDES EMPRESARIAIS NO DESEMPENHO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA CADEIA SUPRIMENTOS Herlane Suele Alves Martins (FMGR ) [email protected] Este artigo analisou o impacto das redes empresariais de micro e pequenas empresas na melhoria do seu desempenho na cadeia de suprimentos, em especial nas atividades de compras. Para atingir o objetivo proposto foram revisadas as teorias coonsolidadas, relacionadas a temática, através de uma pesquisa bibliográfica e realizado um estudo de caso de uma rede de supermercados. Os resultados apresentados mostraram que empresas pesquisadas tiveram melhorias das suas atividades depois da rede, com redução de custos na atividades de compras, maior poder de negociação e melhoria dos serviços dos fornecedores, o que sugere que a cooperação entre empresa é mais vantajosa do que se trabalhar isoladamente e que traz melhor desempenho das empresas de porte menor na cadeia de suprimentos. Palavras-chaves: Redes empresarias; Cadeia de Suprimentos; Desempenho XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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O IMPACTO DAS REDES

EMPRESARIAIS NO DESEMPENHO DE

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA

CADEIA SUPRIMENTOS

Herlane Suele Alves Martins (FMGR )

[email protected]

Este artigo analisou o impacto das redes empresariais de micro e

pequenas empresas na melhoria do seu desempenho na cadeia de

suprimentos, em especial nas atividades de compras. Para atingir o

objetivo proposto foram revisadas as teorias coonsolidadas,

relacionadas a temática, através de uma pesquisa bibliográfica e

realizado um estudo de caso de uma rede de supermercados. Os

resultados apresentados mostraram que empresas pesquisadas tiveram

melhorias das suas atividades depois da rede, com redução de custos

na atividades de compras, maior poder de negociação e melhoria dos

serviços dos fornecedores, o que sugere que a cooperação entre

empresa é mais vantajosa do que se trabalhar isoladamente e que traz

melhor desempenho das empresas de porte menor na cadeia de

suprimentos.

Palavras-chaves: Redes empresarias; Cadeia de Suprimentos;

Desempenho

XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos

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1. Introdução

O cenário empresarial mudou muito nas últimas décadas, a competição é cada vez mais

globalizada e em partes o que contribuiu para isso foi uma significativa melhoria da logística,

fazendo com as empresas consigam chegar em mercados locais com preços competitivos.

Além disto, as aquisições de empresas locais por grandes redes nacionais ou multinacionais

são cada vez mais comuns. Esses fatores multiplicam o número e o nível de concorrentes,

gerando dificuldade para empresas de portes menores, com poucos recursos sobreviverem no

mercado.

A historia das micro e pequenas empresas (MPE) tem sido marcada pela busca de soluções

criativas frente à supremacia de recursos, conhecimentos e poder de barganha das grandes

empresas, buscando formas de equilíbrio competitivo. As micro e pequenas empresas

contrabalançando a eficiências das escalas de produção e alavancagem operacional das

grandes empresas, se valem daquelas que podem ser chamadas suas vantagens mais modestas:

capacidade de reagir mais rapidamente, relações pessoais e engenhosidades superiores.

No entanto, embora a MPE tenha seus diferenciais relacionados a uma estrutura mais simples

e flexível ela acaba perdendo mercado para concorrentes que possuem maior poder de

negociação e economia de escala. Um dos modelos que surgiram na busca de aumentar a

competitividade de empresas de portes menores tem sido a cooperação entre si, através das

redes empresariais, compartilhando atividades estratégicas, como logística, marketing,

Treinamento, pesquisa, desenvolvimento de produtos, dentre outras.

Castells (2000) define rede como sendo um conjunto de nós interconectados, sendo o nó o

ponto no qual uma curva se entrecorta. No tecido empresarial, a conexão entre os nós,

realizada pelos fios, pode ser entendida como as relações entre os agentes envolvidos. No

entendimento de Balestrin e Werschoore (2008, p. 79), “... redes de cooperação constituem

grupos de empresas coesas e amplamente inter-relacionadas, orientadas a gerar e oferecer

soluções competitivas de maneira coletiva e ordenada”.

Nas redes empresariais os participantes são independentes, existe uma multiplicidade de

lideranças que se unem na busca de um objetivo comum. Ao mesmo tempo que cooperam as

empresas em rede competem entre si, essa união se justifica pelas vantagens obtidas. De

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acordo com Lipnack e Stamps (1994, p. 40) "os benefícios mútuos tornam tangíveis os

propósitos unificadores."

As vantagens das redes empresariais empresariais são muitas, de acordo com Martins (2012),

podem resolver deficiências de marketing, aumentar a qualidade dos serviços, diminuir

custos, melhorar a capacitação gerencial e dos funcionários, além de maior poder de compras

junto aos fornecedores.

As redes podem ajudar as empresas menores a aumentar o poder de barganha e negociação,

criando uma relação de cooperação entre agentes da cadeia de suprimentos, que pode ser

entendida como o conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor e

disponibilizar aos clientes e consumidores (BERTAGLIA, 2009). Diante da importância se

obter bons relacionamento e parcerias na cadeia de suprimentos, este estudo busca resolver o

seguinte problema: as redes empresariais podem melhorar o desempenho micro e pequenas

empresas na cadeia de suprimentos?

O objetivo deste trabalho é analisar o impacto das redes empresariais de micro e pequenas

empresas na melhoria do desempenho das atividades de compras na cadeia de suprimentos.

Para atingir o objetivo proposto artigo busca revisar as teorias consolidadas, relacionadas a

temática, e analisar o estudo de caso de uma rede de supermercados.

2. Metodologia

Esta pesquisa é caracterizada como descritiva, que de acordo Cervo, Bervian e da Silva (2007,

p. 62) "trata do estudo e da descrição das características, propriedades ou relações existentes

na comunidade, grupo ou realidade pesquisada." A pesquisa descritiva trata de dados ou fatos

colhidos da própria realidade. Ainda de acordo com os autores e com Leite (2008), a pesquisa

descritiva pode assumir diversas formas, uma delas é o estudo de caso.

O estudo de caso Para Gil (1999, p. 73) “é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de

um ou poucos objetos, de maneira a permitir conhecimentos amplos e detalhados dos

mesmos.” Para Leite (2008) este tipo de pesquisa pode ser auxiliar de outro tipo de pesquisa

ou tornar-se a pesquisa principal, como é o caso, por exemplo, do estudo descritivo de uma

pessoa, instituição ou organização empresarial. Assim esta pesquisa caracteriza-se

principalmente como um estudo de caso, por analisar o caso de uma rede de empresas.

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A pesquisa é caracterizada ainda como bibliográfica, por ser estudo sistematizado

desenvolvido com base em material publicado, tais como livros, dissertações, artigos e redes

eletrônicas (VERGARA, 2007).

Os dados foram obtidos através de questionário realizado com os gestores das empresas

participantes da rede e de uma entrevista com o gestor executivo da rede. O questionário é um

instrumento de coleta de dado constituido de uma série ordendas de perguntas, que devem ser

respondidas por escrito sem a presença do pesquisador (MARCONI E LAKATOS, 2007).

Também foi realizada uma entrevista com o gestor executivo da rede para obtenção de dados

gerais sobre a rede. Para Marconi e Lakatos (2007), a entrevista é uma serie de perguntas

ordenadas feitas com a presença do pesquisador.

3. Revisão bibliográfica

3.1 Contexto das micro, pequenas e médias empresas

As MPE’s apresentam uma estrutura adaptável e flexível, que são características essenciais

para a inovação em um ambiente de mudanças constantes. Cada dia mais cresce o número de

empresas destes portes, gerando emprego e renda. Apesar do potencial, estas empresas

enfrentam vários problemas no mercado competitivo, tais como baixa capacidade

competitiva, baixa produtividade, deficiências de marketing, baixa qualidade, tendência de

imitação entre os competidores, dificuldade de negociação, falta de controle financeiro e de

custos, entre outros problemas como à deficiência tecnológica e de capacitação (GOEDERT,

A. R., 1999).

Buscando alternativas que elevem as vantagens competitivas, pode-se perceber um

impressionante crescimento de parcerias estratégicas entre empresas, principalmente as de

micro, pequeno e médio porte, que individualmente tem dificuldade de enfrentar as barreiras

competitivas que o mercado impõe. As empresas se vêem compelidas a repensar internamente

seus processos de produção, organização e gestão do trabalho, em uma perspectiva externa a

vislumbrar novas alternativas de parcerias, uniões, alianças e coligações.

3.2 Cadeia de suprimentos

A logística por muito tempo foi vista como uma atividade de apoio dentro das empresas,

porém a logística moderna é vista como uma atividade que pode trazer vantagens

competitivas para empresa. Segundo Ballou (2010), a logística tem como meta providenciar

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bens ou serviços corretos, no lugar certo, no tempo certo e na condição desejada ao menor

custo possível. Essa visão envolve gerenciar todos os processos envolvidos com o fluxo de

bens e serviços, desde o fornecedor da matéria prima ao cliente final.

Para que uma empresa possa ter uma logística eficiente torna-se cada vez mais necessário se

relacionar melhor com os outros agentes da cadeia produtiva. Assim, é necessário pensar não

apenas no gerenciamento da empresa individualmente mas no gerenciamento da cadeia de

suprimentos (Suplply Chain Management), que segundo Meindl e Chopra (2011) consiste em

todas as partes envolvidas, direta ou indiretamente, na realização de um pedido de um cliente

(fabricante, fornecedores, transportadoras, armazéns, varejistas e os próprios clientes).

O gerenciamento da cadeia de suprimentos envolve uma mudança significativa nos

tradicionais relacionamentos distantes, mesmo antagônicos, que sempre caracterizaram as

relações entre comprador e fornecedor. A cooperação e a confiança entre as partes são

necessárias na cadeia de suprimentos, fazendo com que todos ganhem mais cooperando do

que agindo somente em busca do seu interesse individual (CHRISTOPHER, 2007).

A grande tendência é que os elementos da cadeia de suprimentos se integrem cada vez mais

na busca de redução de custos e agregação de valor. As redes de empresas tem apresentado

vantagens na cadeia de suprimentos, pois quando as atividades relacionadas a suprimento e

distribuição são compartilhadas entre as empresas que compõe a rede isso aumenta sua

capacidade de negociação. Em se tratando de redes de micro e pequenas empresas, que

possuem isoladamente baixo poder de barganha com fornecedores e limitações de recursos, a

integração com outros integrantes da cadeia de suprimentos pode ser muito vantajosa.

3.3 Redes empresariais

Redes vêm sendo entendidas como estruturas dinâmicas e indeterminadas, uma configuração

flexível e orientada por estratégias de auto-regulação (NEGRAES, 2002). De acordo com

Cândido (2000), as redes são formadas pôr uma estrutura celular não rigorosa e compostas de

atividades de valor agregado que, constantemente, introduzem novos materiais e elementos.

As redes constituem uma ferramenta poderosa para o aumento das capacidades de

transposição de fronteiras e melhoria de eficácia das partes envolvidas.

Ainda segundo Cândido (2000) as redes envolvem um amplo processo de atividades

conjuntas, podendo ter um grande conjunto de variações e aplicações no contexto

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organizacional desde as Redes flexíveis de Pequenas e Médias Empresas, Redes top-dow (ou

de subcontratação), redes de relacionamento, redes de informação, redes de comunicação,

redes de pesquisa, redes de inovação, etc. envolvendo empresas de diversos tamanhos e, que

atuem em diversos segmentos econômicos.

Para Casarotto Filho e Pires (2001), existem duas estruturas de redes de empresas que podem

ser aplicáveis as PME’s, que são: As redes topdown, que acontece quando empresas de menor

porte fornecem direta e indiretamente sua produção a uma empresa-mãe, através de

terceirização, subcontratação e parcerias. E as redes flexíveis de PME’s que são aquelas em

que as PME’s reúnem-se através da formação de um consórcio em objetivos comuns, em que

cada empresa é responsável por uma parte do processo de produção. Neste caso o conjunto

das atividades faz com que elas atuem como grandes empresas.

Para Lipnack e Stamps (1994) empresas que participam de redes empresariais flexíveis fazem

negócio em conjunto. Porém em vez de fundirem-se, tais empresas permanecem

independentes, com suas próprias finanças, funcionários e áreas de especialização. E ao

mesmo tempo tais empresas atuam como se fosse uma só, somando recursos e fazendo

intercambio técnicos e complementares.

As classificações de redes empresariais na literatura são extensas, e em glumas nomenclaturas

de diferentes autores encontramos semelhanças nas características, como por exemplo, na

classificação de estrutura modular de Wood Jr. e Zuffo (1998), que se assemelha a de

Casarotto Filho e Pires (2001) de redes topdown, ou mesmo a estrutura livre com as redes

flexíveis. Escolheu-se neste trabalho estudar mais as características das redes empresariais

flexíveis tratadas por Casarotto Filho e Pires (2001), por serem mais aplicáveis ao contexto de

empresas de porte menor.

Os movimentos em prol de redes empresarias flexíveis foi iniciado na região italiana de

Emília-Romagna durante os anos 70, nesta época a região se encontrava na 18ª colocação de

renda entre 21 regiões administrativas da Itália. Uma década depois impulsionada pelo

crescimento explosivo de suas pequenas empresas utilizando esse modelo de redes, tornou-se

a segunda região mais rica do país (LIPNACK e STAMPS, 1994).

As redes tem mostrado tantas vantagens que no Estado do Rio Grande do Sul, local onde as

redes se difundiram bastante, o processo de Redes de Cooperação tomou tal importância que

há mais de treze anos o governo estimula as empresas gaúchas a se organizarem e competirem

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em rede por meio de uma política pública criada especialmente para o fomento e apoio ao

desenvolvimento empresarial, em parceria com Instituições de Ensino Superior

(WOITCHUNAS, 2009) .

3.3.1 Principais vantagens competitivas obtidas através das redes empresariais

A vantagem competitiva de uma empresa é o valor que se cria para o consumidor e que

ultrapassa o custo de produção, tornado-a uma produtora singular sob a ótica do usuário. Que

advém do fato da empresa operar com baixo custo ou diferenciação (TACHIZAWA E

REZENDE, 2000).

A vantagem competitiva pode ser entendida como aquilo que distingue a empresa das outras,

o que faz com que ela tenha mais clientes, ou mais lucro dentro de um mercado. Seriam os

efeitos da junção dos elementos internos ou externos diferenciadores na competição.

Para Porter (1989), a vantagem competitiva não pode ser compreendida observando-se a

empresa como um todo. Ela tem suas origens nas inúmeras atividades distintas que uma

empresa executa no projeto, na produção, no marketing, na entrega e no suporte de seu

produto. Cada uma destas atividades pode contribuir para a posição de custos relativos de uma

empresa, além de criar base para diferenciação.

Desta forma Porter (1989), coloca que as vantagens competitivas potenciais podem vir

basicamente de três inter-relações de mercado, de produção e de aquisições e tecnologias.

Algumas das possíveis vantagens competitivas dessas inter-relações são colocadas no quadro

1.

Figura 1 – Potenciais vantagens competitivas das inter-relações entre empresas

TIPO DE

INTER-

RELAÇÕES

FORMAS DE

COMPARTILHAMENTO

POTENCIAIS VANTAGENS

COMPETITIVAS

Mercado Marca registrada

Publicidade e promoção

Marketing

Processamento de pedidos

Imagem reforçada

Custos de publicidade e promoção

reduzido

Custo de pesquisa de mercado reduzida

Redução de custos no processamento de

pedidos

Maior poder de negociação

Produção Sistema logístico

Controle de qualidade

Atividades indiretas

(manutenção, treinamento de

Custo de frete e manuseio de materiais

reduzidos

Redução de custo de programas de

qualidades

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pessoal, por exemplo) Redução de custos com atividades

indiretas

Aquisição e

tecnologias

Aquisição de insumos

Desenvolvimento de tecnologia

Custos reduzidos de insumos

Melhor qualidade de insumos

Custos reduzidos de projeto de produtos e

processos Fonte: Adaptado de Porter (1989)

As redes permitem que as empresas se especializem em suas competências centrais,

preservando ao mesmo tempo sua abrangência de atuação no mercado. Outra grande

vantagem das redes é que consegue transferir conhecimento, muitas vezes tácito, ampliando

os conhecimentos de todos os participantes sem redução ou perda de ativos para quem

colabora. Todas essas potenciais vantagens mostram o potencial deste modelo para as

empresas de micro, pequeno e médio porte atingirem um melhor desempenho.

4. Resultados do estudo de caso

O estudo de caso foi realizado em uma rede de supermercados localizada no interior do Rio

Grande do Norte, a Rede Oeste de Supermercados. A rede, que teve início em 2006, possui a

25 lojas, distribuídas em 19 cidades da região Oeste do estado do Rio Grande do Norte.

Atualmente a rede possui um escritório e centro de distribuição na cidade de Pau dos Ferros,

as empresas participantes são representadas por 22 gestores, pois 3 deles possuem 2 lojas.

Participaram desta pesquisa o gestor executivo da rede e 13 gestores das empresas que

compõe a rede, que são micro e pequenas, segundo a classificação do SEBRAE (2005).

A rede implementa ações conjuntas e projetos de cooperação em logística de aquisição e

compras, marketing, gestão financeira e gestão da informação. As principais ferramentas

utilizadas na rede para obter melhorias conjuntas de desempenho são: a internet, através do

site da rede; a intranet, com plataforma de informações; reuniões periódicas e sistema

informatizado de gestão da rede.

Para o gestor executivo os principais resultados econômicos da rede o aumento do

faturamento e crescimento dos participantes. Os resultados sociais da rede segundo ele seria a

geração direta e indireta de empregos. Outros resultados trazidos pela rede foram uma

fortificação da imagem das empresas, redução de custos, aumento da produtividade, maior

agilidade no desenvolvimento de novos serviços, capacitação da mão-de-obra e dos gestores,

acesso a novos mercados, acesso a novas tecnologias, maior competitividade diante dos

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concorrentes, e maior poder de negociação com fornecedores. Muitas dessas vantagens

citadas são identificadas por Porter (1989) nas inter-relações empresariais.

Os principais processos ou atividades que quando realizados em conjunto possibilitam a

melhoria da rede como um todo, segundo o gestor, são a elaboração de estratégias de atuação

da rede, elaboração de projetos para obtenção de recursos (financeiro, pessoal e

equipamentos), atividades de compra e distribuição, planejamento e contratação de auditorias

individuais para empresas da rede, gerenciamento e acompanhamento de projetos realizados

em conjunto, além de atividades de suporte e apoio aos projetos e necessidades da rede.

Nos primeiros anos da rede não existia o centro de distribuição e isso gerava uma limitação

nas negociações com fornecedores, em especial com as indústrias, pois a falta de um endereço

único para receber a cargas dos fornecedores gerava uma dificuldade logística, entregar uma

quantidade pequena em 25 lojas fazia com algumas industrias não fechassem a negociação. e

Isso fazia com que comprassem de distribuidores e atacadistas, com um custo maior. Assim, o

centro de distribuição representa um avanço.

4.1 Pesquisa com os gestores das empresas

A primeira variável analisada foi a compra compartilhada, buscando identificar se reduziu os

custos de aquisição de produtos. Todos os respondentes concordaram que os custos foram

reduzidos, no entanto, apenas 4 concordam totalmente, 9 concordam parcialmente, conforme

figura 2. Isso mostra que a atividade de compras compartilhada ainda não atingiu o nível

desejado de redução de custos, e que poderiam ser efetuadas melhorias. Mas no geral percebe-

se que as redes podem trazer de fato redução de custos da atividade de compras, pois aumenta

o poder de barganha com fornecedores e isso reduz o custo de aquisição. O que mostra que a

cooperação entre agentes da cadeia de suprimentos pode trazer negociações vantajosas para

todos.

Figura 2 – Redução de custos através da compra compartilhada

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Fonte: A Autora (2011)

A segunda variável analisada foi se a compra compartilhada melhorou o serviço dos

fornecedores. A resposta foi em geral positiva, 4 concordam totalmente, 8 parcialmente e 1

indiferente, de acordo com a figura 3. Mostrando que o serviço oferecido pelos fornecedores

teve melhoria, que se dão, por exemplo, no atendimento, na oferta de promoções e na

negociação de prazos.

Figura 3 – Melhoria dos serviços através da compra compartilhada

Fonte: A Autora (2011)

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A terceira variável analisa se a rede possibilitou a melhoria na atividade de compras. Dos

respondentes, 4 concordam totalmente e 9 parcialmente, mostrados na figura 4. Mostrando

que a atividade de compras no geral teve melhorias com o compartilhamento das compras.

Figura 4 – Melhoria na atividade de compras

Fonte: A Autora (2011)

A quarta variável analisa se o poder de negociação com fornecedores aumentou com a rede.

De acordo com a figura 5, dos respondentes, 6 concordam totalmente e 7 parcialmente.

Mostrando que as empresas de pequeno porte têm um poder de negociação maior quando

agrupadas em rede, pois conseguem maiores volumes de compras. Verschoore e Balestrin

(2006) colocam que quanto maior o número de empresas, maior a sua capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado. A imagem fortificada das empresas com a rede faz com

que o fornecedor almeje maiores espaços dentro das lojas para seus produtos, além da

participação de encartes promocionais como meio de divulgação de suas marcas.

Figura 5 – Poder de negociação com fornecedores depois da rede

Fonte: A Autora (2011)

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A quinta variável analisada foi se a rede proporcionou de forma geral melhor desempenho das

atividades desenvolvidas pela empresa. De acordo com figura 6, a rede proporciona melhor

desempenho, pois 6 respondentes concordam totalmente, 6 parcialmente e apenas 1 foi

indiferente. Dessa forma, percebe-se que houve melhorias nas empresas individualmente com

a rede.

Figura 6 – Desempenho das atividades da empresa com a rede

Fonte: A Autora (2011)

Percebe-se que, em relação a processos de suprimentos, que as redes empresariais trazem

grandes vantagens em relação à atividade de compras e logística de forma geral, pois

possibilita maior poder de negociação com fornecedores, conseguindo melhor serviço por

parte destes. Além da redução de custos com compras, pois conseguem negociar maiores

volumes e menores preços, além da realização de grandes promoções, muitas patrocinadas

pelos fornecedores, já que a imagem das empresas é fortificada e passa a ser de interesse das

industrias ganhar espaço nessas empresas. De forma geral, observa-se o grande potencial das

redes na melhoria do desempenho das atividades desenvolvidas pela empresa.

5. Conclusões

Este artigo teve como objetivo analisar o impacto das redes empresariais de micro e pequenas

empresas na melhoria do desempenho das atividades de compras na cadeia de suprimentos.

Através da revisão da literatura, percebe-se que as redes tem potencial para melhoria de

diversas atividades da empresa, inclusive de logística, que foi confirmada através da pesquisa

com as empresas da rede analisada, o que pode trazer vantagens competitivas para as

empresas participantes.

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Em especial nas atividades relacionadas a compras, os resultados sugerem que as redes podem

aumentar o poder de negociação das empresas participantes, que isoladamente por comprarem

em pequenas quantidades, não conseguem obter os preços e condições vantajosas por parte

dos fornecedores. Além de acabarem comprando de atacadistas e não diretamente das

indústrias. Isso acontece por não terem demanda suficiente para altos volumes de compras

isoladamente e as indústrias em sua maioria não trabalham com venda de pequenos lotes.

De forma geral, as empresas pesquisadas tiveram melhorias das suas atividades depois da

rede, o que sugere que a cooperação entre empresa é mais vantajosa do que se trabalhar

isoladamente e confirma que é importante que haja integração dos agentes da cadeia de

suprimentos.

Conclui-se, assim, que as redes possibilitam que as micro e pequenas empresas tenham

melhor desempenho na cadeia de suprimentos, em especial na área de compras. Podem obter

grandes vantagens competitivas devido a economia de escala proporcionada pela rede, além

de uma imagem mais forte perante o mercado e aos agentes da cadeia de suprimentos,

conseguindo melhores serviços por parte dos fornecedores, além da redução de custo.

Com um desempenho melhor na área de suprimentos, a empresa poderá reduzir os preços para

e melhorar os serviços para cliente final. Assim, as redes proporcionam vantagens

competitivas em relação aos concorrentes que não estão agrupados em rede e tem, portanto,

um impacto positivo no desempenho das MPE's.

Referências

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