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Orgão oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

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Esta é a última edição de 2011. Um ano particularmente marcante para esta Diretoria Executiva. Não por ser o primeiro da atual gestão que, gra-ças à experiência de seus componentes e ao caráter de continuidade de

um triênio anterior bem sucedido, sabia das responsabilidades impostas pelos avanços dos últimos anos. O grande desafio era manter o foco no crescimento sustentável, modernizando a casa e prestando um serviço de qualidade a al-tura das demandas do número, cada vez maior, de associados e também das orientações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Ao longo de todo o ano muito se trabalhou e proporcionou ganhos que certamente são razões para alegria e orgulho de todos os girolandistas: a ME-GALEITE 2011; o 1º Congresso Brasileiro da Raça Girolando; parcerias bem sucedidas, tanto na área empresarial quanto nos poderes Executivo e Legisla-tivo; o crescimento do nosso Programa de Melhoramento Genético; a criação de quatro novos Escritórios Técnicos Regionais, além da ampliação do de Belo Horizonte; as boas perspectivas para o mercado de venda de sêmen; obras em nossa sede adequando os espaços de trabalho tanto em móveis quanto em equipamentos; a contratação de novos colaboradores e terceirização de serviços; a manutenção de filosofia gerencial de transparência e austeridade, que mantém nossa Associação saudável; a participação intensa e proativa em todos os fóruns em defesa do agronegócio do leite; avanços nos projetos do Centro de Capacitação Girolando – CCG e em ações visando obtenção de recursos para sua construção; muitas exposições e leilões com grande visibi-lidade, entre outros que fizeram parte do nosso calendário de 2011.

Mesmo neste cenário, que poderia ser considerado de realizações e su-cesso, carregamos uma grande frustração. Chegaremos ao nosso último dia de trabalho deste ano, provavelmente com mais de 90.000 registros, portanto, dentro da média dos últimos três anos. Entretanto, não conseguimos ainda o êxito desejado na informatização do nosso serviço de registros, na agilidade e presteza desejadas. Como criadores, que somos, passamos as mesmas difi-culdades que os associados passaram.

Está sendo muito difícil e desgastante não conseguirmos superar a tran-sição do sistema antigo para o novo. As críticas são muitas e procedentes. Estejam certos de que não faltou trabalho nem recursos. Pagamos tributo ao crescimento, ao excesso de demanda e aos imprevistos de uma mudança desta grandeza. De qualquer forma, com nossas desculpas, saibam que foi um aprendizado que, longe de trazer desânimo, reforça nossa confiança e deter-minação de criarmos todas as condições de superação desta fase e de termos a Associação que queremos e a raça merece.

Obrigado 2011, que venha 2012 proporcionando, a todos nós, saúde, paz e condições para que possamos, juntos, escrever mais alguns capítulos da história do Girolando – patrimônio brasileiro com vocação natural a ser consagrada como a raça do mundo tropical.

Um abraço fraterno, Feliz Natal e um Ano Novo de muita prosperidade para todos!

Triênio 2011/2013

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Revista O Girolando - Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando - Editora: Larissa Vieira - [email protected] - Depto.

Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888, Míriam Borges (34) 9972-0808 e Walkiria Souza (35) 9133-0808 - [email protected] -

Design gráfico: Jamilton Souza, Yuri Silveira - Fotos: Jadir Bison - Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler - Conselho editorial: Leandro Paiva,

Fernando Brasileiro, Milton Magalhães, Jônadan Ma, José Donato Dias Filho, Maria Inez Cruvinel, Mauricio Silveira Coelho, Miriam Borges

- Impressão CTP: Gráfica 3 Pinti (34) 3326-8000 - Distribuição gratuita e dirigida aos associados da Girolando, ABCGIL e órgãos de interesse

ligados à cadeia produtiva de leite. - Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG - Telefax: (34) 3331-6000

- Assinaturas: [email protected] - Telefax (34) 3336-8888 - Walkiria Souza

EXPEDIENTE:

Edit

ori

al Em tempos de crise mundial financeira fechar o ano com balan-

ça positiva é um feito para comemorar. O Brasil mais uma vez mostrou ser uma economia em ascensão e o agronegócio não

sofreu impactos negativos da turbulência internacional. Especialmen-te a raça Girolando ignorou a crise e manteve um ritmo acelerado de crescimento. O ano de 2011 mostrou-se altamente positivo para o segmento de genética. As vendas de sêmen e embriões estão 40% acima das de 2010. Os leilões apresentaram liquidez e boas médias.

Certamente o setor tem muito o que evoluir daqui para frente. A cadeia produtiva do leite tem o desafio de investir ainda mais em qualidade e tecnologia, para que essa evolução seja traduzida em re-muneração ainda maior para o produtor. Todo esse cenário de 2011 e as expectativas para 2012 ilustram a capa desta edição da revista O Girolando. Mostramos como a raça se comportou neste ano, os fatores que levaram a esse bom momento e as ações da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando para viabilizar o acesso dos produtores ao melhoramento genético.

Como um dos desafios em 2012 será atender a Instrução Nor-mativa 51, trazemos informações sobre essa exigência, que pode ser implantada no início do próximo ano.

Nosso entrevistado desta edição é o deputado federal Reinhold Stephanes. Ele critica a atuação dos últimos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e afirma que os produtores rurais precisam se organizar para poder interferir nas decisões de governo e políticas públicas. Sobre a raça Girolando, Stephanes a define como um dos símbolos de evolução do agronegócio.

Completando os assuntos desta edição, você vai conferir resul-tado de várias exposições, longevidade das vacas, análise do merca-do de leite, entre outros assuntos.

Que este Natal seja de muita paz e um 2012 de sucesso.

Larissa VieiraEditora

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[email protected]

Sou criador de Girolando, de Rio Novo do Sul (ES), e gostaria de parabenizar Leandro de Car-valho Paiva, superintendente técnico da Asso-ciação Brasileira dos Criadores de Girolando, pelo brilhante artigo publicado na revista “O Girolando”, de setembro/outubro de 2011, rela-cionado ao controle leiteiro seletivo.A meu ver, alguns criadores descompromissa-dos com o real melhoramento genético desta grande raça que criamos, a Girolando, e sim com muito interesse comercial, apresentam lac-tações faraônicas, comparadas até mesmo com as lactações da raça Holandesa, a mais leiteira do mundo depois de séculos de melhoramento.Sou um admirador de torneio leiteiro e partici-po de alguns, na minha região, há mais de trinta anos. Conheço as práticas usadas para fazer a vaca até dobrar sua produção leiteira em rela-ção a um regime de confinamento normal de fa-zenda, mas tenho consciência de que o animal não aguenta esse manejo durante muito mais tempo do que aqueles três dias em que são ava-liadas as suas produções.Entretanto, estou cansado de ler embaixo da foto de uma bela vaca 1/2 sangue com seu úbe-re, a meu ver, muito represado, em revistas do setor leiteiro, sua produção média durante um determinado torneio leiteiro multiplicada por 365 dias e formando, assim, as lactações faraô-nicas a que me refiro.Será que isso contribui para o engrandecimento dessa grande raça?Jorge Mameri Júnior

Prezado Jorge,Fico feliz por ter gostado do artigo. Temos que valorizar cada vez mais o controle leiteiro e sa-ber utilizá-lo da melhor forma possível, pois esta é uma ferramenta de grande importância para o sucesso de qualquer seleção de gado leiteiro.

Tenho, na Zona da Mata, um gado misto (Gir, Girolando 3/4, 1/2 e 5/8). Gostaria de saber que touro Girolando vocês me indicam. Atualmente, estou usando o Millenium (Girolando), Frederic (Holandês) e Sansão, Gengiscam e Nobre (Gir).Antenor Dias – via facebook

Prezado Antenor,O correto é acasalar suas matrizes com touros Girolando, de acordo com o fenótipo de cada uma delas, elegendo as características de maior importância em seu rebanho, que devem ser me-lhoradas. Os touros que participam do teste de progênie são criteriosamente selecionados pela Girolando, os quais possuem excelentes carac-terísticas que lhes deram a condição de partici-par da prova. Vale ressaltar que é sempre impor-tante priorizar a utilização de touros provados. Porém, os touros em fase de teste são o futuro da raça e podem contribuir, da mesma forma, para o melhoramento genético dos rebanhos.Procure sempre adquirir sêmen de reprodutores inscritos ou provados pelo Teste de Progênie.

Do ponto de vista de investimento inicial, é me-lhor começar com fêmeas Gir PO e sêmen de Holandês PO ou com fêmeas Holandesas PO e sêmen de Gir Leiteiro PO? E do ponto de vis-ta de produtividade das fêmeas F1, qual seria o melhor acasalamento?Edvan Feitosa – via facebook

Edvan, Os resultados de produção obtidos por animais F1 advindos de ambos os cruzamentos são satis-fatórios, dependendo apenas da qualidade gené-tica dos animais.

Cartas respondidas por Leandro Paiva, Superin-tendente Técnico da Girolando.

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Os novos companheiros girolandistas 12Novo sistema de identificação já está em fase final de implantação 22É início da safra e o preço do leite caiu para o produtor 24Instrução Normativa 51 26A longevidade de nossas vacas 36Controle leiteiro em debate 38Exposições 46Ranking Nacional de Girolando 2011/2012 48Colostro 50Transparência 52Girolando pelo Brasil 53Giro Lácteo 54Controle Leiteiro Girolando - Cresimento contínuo 61Controle Leiteiro 62Contatos - Emails e telefones 70

Entrevista - Deputado federal Reinhold Stephanes - 14

Matéria de Capa - Ano de bons números - 18

A matemática do boi... ou por que meu touro ficou negativonessa avaliação genética? - 32

Girolando predomina na Feileite 2011 - 40

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ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES, E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO

SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES DE SETEMBRO,OUTUBRO E NOVEMBRO DE 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE GIROLANDOTRIÊNIO 2011/2013

Presidente:José Donato Dias Filho 1º Vice-presidente:Fernando Antonio Brasileiro Miranda 2º Vice-presidente:Maurício Silveira Coelho3º Vice-presidente:Jônadan Hsuan Mim Ma4º Vice-presidente:Ivan Adhemar de Carvalho Filho1º Diretor-administrativo:Milton de Almeida Magalhães Júnior2º Diretor-administrativo:Adolfo José Leite Nunes 1º Diretor-financeiro:Maria Inez Cruvinel Rezende2º Diretor-financeiro:Eugênio Deliberato Filho Relações Institucionais e Comerciais:João Domingos Gomes dos Santos

Conselho FiscalJeronimo Gomes FerreiraSilvio de Castro Cunha Júnior Marcelo Machado BorgesSuplentes Conselho Fiscal Eduardo Jorge MilagreJosé Alberto Paiffer MenkLuiz Carlos RodriguesConselho ConsultivoAntônio José Junqueira VillelaJoaquim Luiz Lima FilhoNelson ArizaRoberto Antônio Pinto de Melo CarvalhoRodrigo Sant’anna AlvimSuplentes Conselho ConsultivoGeraldo Antônio de Oliveira Marques Guilherme Marquez de RezendeLeonardo Moura Vilela Rubens StacciariniTomaz Sérgio Andrade de Oliveira Júnior

Membros Conselho Deliberativo Técnico 2011/2013

Membros Natos

Alisson Luis Lima Representante do MAPALeandro de Carvalho Paiva Superintendente Técnico

Membros Efetivos Membros Suplentes

Limírio Cezar Bizinotto Juscelino Alves FerreiraMarcello A. R. Cembranelli Walter Roriz de QueirozMilton de Almeida Magalhães Neto Tiago Moraes FerreiraValério Machado Guimarães Daniella Martins da Silva

CONSELHO DE REPRESENTANTES ESTADUAIS:

AL – Paulo Emílio Rodrigues do AmaralAM – Raimundo Garcias de SouzaBA – José Geraldo Vaz de AlmeidaBA – Luiz Tarquinio Duarte PontesBA – Jorge Luiz Mendonça Sampaio CE – Cristiano Walter Moraes RolaDF – Dilson Cordeiro de MenezesDF – Erotides Alves de CastroDF – Ismael Ferreira da SilvaES – Rodrigo José Gonçalves MonteiroGO – Elmirio Monteiro Marques JúniorGO – José Mário Miranda AbdoGO – Léo Machado FerreiraGO – Itamir Antônio Fernandes ValeMG – Anna Maria Borges Cunha Campos MG – Carlos Eduardo Fajardo de FreitasMG – Horácio Moreira DiasMG – José Ricardo Fiuza HortaMG – Júlio Cesar Brescia MurtaMG – Paulo Henrique Machado PortoMG – Salvador Markowicz NetoMS – Aurora Trefzger Cinato RealMS – Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro

MS – Rubens Belchior da Cunha PA – Zacarias Pereira de Almeida NetoPB – Antônio Dimas CabralPB – Yvon Luiz Barreto RabeloPE – Cristiano Nobrega MaltaPE – Eriberto de Queiroz MarquesPR – Antônio Francisco Chaves NetoPR – Bernardo Garcia de Araújo JorgePR – João SalaRJ – Filipe Alves Gomes RJ – Herbert Siqueira da Silva RJ – Jaime Carvalho de OliveiraRJ – Luciano Ferreira GuimarãesRO – José Vidal HilgertSE – Lafayette Franco SobralSE – Ricardo Andrade DantasSP – Adriano Ribeiro de OliveiraSP – Braulio Conti JúniorSP – Decio de Almeida BoteonSP – Eduardo Falcão de CarvalhoSP – Pedro Luiz DiasSP – Roberto Almeida Oliveira SP – Virgilio PittonTO – Eli José Araújo

PROP. Nº CRIADOR MUNCÍPIO6802 Adelson Luis Desidério da Silva Bom Jesus de Goias – GO6782 Agropecuária Anas Ltda.-ME Brasopolis-MG6801 Agropecuária Lagoa do Mato Ltda. Olho D’Água das Flores-AL6745 Agropecuária Sempre Amigos Ltda. Divinópolis-MG6800 Alex Garcia de Freitas Iguatama-MG6754 Alexandre Rio Apa Granja Juiz de Fora – MG6761 Antônio Carlos Martins Guedes Belo Horizonte-MG6787 Arildo Benetti Ferreira Governador Valadares-MG6749 Athos Marques Borges Itarumã-GO4609 Auta Elisabeth Baesso Pereira Guarani-MG2759 Avelino Antunes Areias-SP6729 Benedito Divino Prudente Xinguara-PA6791 Carlos Augusto Campanhã São Paulo-SP6821 Carlos Eduardo Acedo Lyrio Uberaba-MG6769 Carlos Fernando Marins Rodrigues São José do Barreiro-SP6696 Celso Fernando Rimoli Ferro Mococa-SP6750 Cícero Pereira da Silva Piancó-PB6808 Clodoaldo Clemente dos Santos Nova Andradina-MS6768 Clovis Torres Quintão Ubá-MG6765 Daniel Gualberto Albergaria Governador Valadares-MG6733 Danilo Ribeiro Jacintho Xinguara-PA6771 Dante Paccelli Roriz Luziânia-GO6743 Eder Luiz Pinheiro do Nascimento Várzea Grande-MT6723 Eduardo Luiz Porto Campos e Campos Pompéu-MG6734 Eleci Cardoso da Silva Xinguara-PA6779 EnosToledo Yan Hsin Ma Uberaba-MG6748 Eurides Duarte de Oliveira Guarantã do Norte-MT6721 Fausto Miglio Neto Teófilo Otoni-MG6820 Fernando Xavier Leis Quatis-RJ6767 Flávio Roberto Mamedes Cabral Guarantã do Norte-MT 6799 Francisco Henrique Duque Machado Santa Bárbara Monte Verde-MG6727 Geraldo Magela Reis Sá Rio de Janeiro-RJ6689 Gilmar Wellington dos Santos Maria Belo Horizonte-MG6747 G-Milk Agropecuária e Laticínios Ltda. Brejões-BA6751 Heda Borges Machado Uberaba-MG6785 Humberto Machado de Oliveira Andrade Uberaba-MG6818 Inst. Fed. de Educação, Ciência e Tec. Baiano – Itapetinga Itapetinga-BA6823 Ismail Nunes Borges Uberaba-MG6762 Izaltino Correia Neto Tarumirim-MG6805 Janilson Silva Sallum Uberaba-MG6772 Janot Ferreira de Andrade Junior/Geraldo M. Valadares Filho Pompéu-MG6760 João Antônio Lian Espirito Santo do Pinhal-SP6806 João Hilarino de Castro Santo Antônio do Monte-MG6792 João Marques Pereira Neto Governador Valadares-MG6730 João Vieira Netto Xinguara-PA6813 Joarez de Freitas Heringer Brasília-DF6738 Jordan Timo Carvalho Redenção-PA6796 José Antônio Soares Bom Despacho-MG6830 José Carlos Marques Morada Nova de Minas-MG6737 José iaghy de Melo Xinguara-PA6770 José Francisco Barbosa Gruppi Leopoldina-MG6740 José Luiz Dantas Xinguara-PA6815 José Rafael Soares Filho Bom Despacho-MG6764 José Roberto Ribeiro Cortes Governador Valadares-MG6773 José Ronaldo Lopes São José do Rio Preto-SP6793 José Taumaturgo da Rocha Natal-RN6789 José Wanderlei Moreira Córrego Danta-MG6809 Júlio Cesar Faria Lima Macuco-RJ6741 Leonardo de Almeida Barreto Canaã dos Carajás-PA6753 Luiz Antônio Bruno Carvalho Barra Mansa-RJ6790 Luiz Cláudio Campos / Fábio Campos Liberdade-MG6776 Luiz Paulo Cruz Urânia-SP6731 Manoel da Silva Barros Xinguara-PA6774 Manoel Montenegro Neto Natal-RN6725 Marcelo Chamas São José do Rio Preto-SP 6763 Marcelo Guimarães Soares Governador Valadares-MG6816 Marcelo Rodolfo de Oliveira Paraibuna-SP6746 Marcio Antônio de Carvalho Tietê-SP6822 Marco Aurélio da Silveira Caratinga-MG6803 Marcos Alexandre da Silva Rio de Janeiro-RJ6797 Maria do Carmo de Oliveira Belo Horizonte-MG6810 Matheus de Oliveira Wiezel Santa Rosa de Viterbo-SP6759 Meire Maria da Silveira Serro-MG6726 Milton Ferreira Takato Macaubal-SP6722 Moacyr de Campos Cuiabá-MT6766 Multiagro Agropecuária Comércio e Industria Ltda. Leopoldina-MG6739 Osmar Moreira da Cruz Xinguara-PA6732 Osvaldo de Oliveira Assunção Júnior Xinguara-PA6811 Osvaldo José Almeida de Castro Mar de Espanha-MG6757 Otávio Barroso Ferreira Mattos Governador Valadares-MG6798 Paulo Henrique Batista de Oliveira Lima Duarte-MG6724 Paulo Sérgio Costa de Oliveira Muriaé-MG6742 Plácido Teixeira Lima Júnior Nossa Senhora de Lourdes-SE6698 Rafael Lucas Parão Ribeirão Preto-SP6784 Raimundo Assis Duarte Belo Horizonte-MG6804 Ricarte Procópio de Lucena Natal-RN6735 Rildo Benedito Ferreira Adorno Xinguara-PA6755 Roberto Rudge P. Guimarães Avaí-SP6777 Roberto Xavier Ribeiro Alto Rio Doce-MG6736 Robison Ramos Dias Xinguara-PA6752 Rogério de Souza Figueiredo Ribeirão Preto-SP6775 Rômulo Dourado de Queiroz Monteiro Filho Recife-PE6758 Ronaldo Nunes Moreira Serro-MG6788 Sandra Maria Fonseca Nogueira Nova Lima - MG6812 Simon Bolivar da Silveira Bueno Jundiaí-SP6825 Top Gens Veterinária Dois Irmãos Ltda. Andrelândia-MG6778 Ueverson Martins da Silva Ituiutaba-MG6637 União Brasiliense de Educação e Cultura Palmas-TO6728 Veridiano Oliveira Silva Xinguara-PA6756 Vitor Penido de Barros Nova Lima-MG6817 Wender Luciano Araujo Silva Goiânia-GO6744 Yang Cavalcanti Bonfim Guanambi-BA

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Entrevista

Reinhold Stephanes - Deputado Federal (PSD/PR)

Girolando simboliza a evolução do agronegócio, diz Stephanes

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Por Larissa Vieira

Da infância na lavoura à chefia de diversos ministérios, secretarias estaduais, órgãos e entidades, o catarinense Reinhold Stepha-

nes, de 72 anos, tem sua trajetória de vida ligada ao agronegócio. Formado em Economia, o começo da carreira profissional foi na área agrícola. Ocupou di-versos cargos diretivos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi secretário da Agricul-tura do Estado do Paraná e presidente da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober). Stephanes redigiu o decreto-lei de criação do Instituto Nacional de Colonização e Re-forma Agrária (Incra) e o decreto de regulamentação do órgão, do qual foi diretor.

Depois de passar pelos ministérios do Traba-lho e Previdência Social e da Previdência e Assistên-cia Social, assumiu o Ministério da Agricultura entre março de 2007 e março de 2010. Hoje, está em seu sexto mandato como deputado federal pelo Paraná, tendo trocado recentemente o PMDB pelo PSD.

Em entrevista à revista O Girolando, Reinhold Stephanes afirma que os produtores rurais preci-sam se organizar para poder interferir nas decisões de governo e políticas públicas. Para ele, os dois últimos ministros da Agricultura (Wagner Rossi e o atual Mendes Ribeiro Filho) mostraram-se incapazes de dar à Pasta a relevância que ela precisa ter dentro do governo para atender as necessidades do setor. Stephanes ainda fala de pontos polêmicos, como o código florestal, o adiamento da Instrução Norma-tiva 51, a crise econômica mundial e os problemas que o país poderá ter futuramente caso não resolva os gargalos no escoamento da produção de alimen-

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tos. Sobre a raça Girolando, que conheceu recen-temente durante uma reunião com a diretoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, garante que pode ser considerada um símbolo da evolução do agronegócio brasileiro.

Revista O Girolando - O senhor declarou que o crescimento da produção e os gargalos nas rodo-vias, nos portos e nos armazéns podem causar um colapso nos próximos anos. Como resolver esses problemas?

Reinhold Stephanes – A falta de planos de médio e de longo prazos para escoamento da pro-dução ameaça a liderança que o País pretende al-cançar no futuro. Em quarenta anos o mundo vai necessitar do dobro da produção de alimentos e, entre os poucos países que têm condições de dar esta resposta, o Brasil é o mais bem situado. Temos a segunda agricultura mais eficiente do mundo, que alimenta 190 milhões de brasileiros e exporta excedente para 180 países, ocupando, também, a segunda posição no mercado mundial. Se fizermos nossa parte, e isso inclui a melhoria da infraestrutu-ra, em quinze anos poderemos assumir a primeira posição. A dificuldade de escoar a safra encarece os produtos, com reflexo no custo da produção e na competitividade das commodities agrícolas no mer-cado internacional. Afinal, é impossível aumentar a renda do produtor se os custos de produção estão em elevação e dentro deles pesam a infraestrutura e a logística. Isso é fundamental, por exemplo, para expansão de novas áreas de cultivo em Mato Gros-so, Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. A tendência natural seria construir alternativas por outros portos do Norte e do Nordeste, que estão geograficamente em posição privilegiada, pela menor distância dos grandes consumidores asiáticos e europeus. Esta também é uma alternativa que aliviaria a pressão sobre os portos de Santos, em São Paulo e Parana-guá, no Paraná, onde faltam terminais para granéis oriundos dessas novas fronteiras e temos grandes estrangulamentos.

Revista O Girolando - Os pontos que o se-nhor defende atualmente dentro de uma agenda para o setor são problemas antigos. Como lidou com eles durante sua gestão no Ministério da Agri-cultura e por que persistem?

Reinhold Stephanes - Em meu período tentei trabalhar sobre uma agenda mínima e me colocar

em igualdade de posição com a equipe econômi-ca. A agenda previa a reestruturação da dívida rural, com a implantação do seguro agrícola e do fundo de catástrofe; um plano para a redução da dependên-cia de fertilizantes; a melhoria no serviço de defesa sanitária, que tem perdido eficiência ultimamente; apoio ao comércio externo, com a nomeação de adidos agrícolas, que era uma reivindicação antiga do setor; o fortalecimento da pesquisa agropecuá-ria, unificando a rede nacional que envolve a Embra-pa, os institutos estaduais de pesquisa e as univer-sidades. Tivemos sucesso durante o processo que foi, infelizmente, interrompido. Por outro lado, fica claro que o setor do agronegócio, com uma situa-ção favorável para o desenvolvimento e melhores perspectivas, precisa se organizar para poder inter-ferir nas decisões de governo e políticas públicas.

Revista O Girolando - Levando em conta sua experiência à frente de vários ministérios e de go-vernos diferentes, falta apoio do governo federal ao setor agropecuário e à pasta do Ministério da Agricultura?

Reinhold Stephanes - Tradicionalmente, a área econômica do governo não possui visão estra-tégica da importância do setor rural, prevalecendo uma cultura urbana na maioria das questões. Em contrapartida, o setor tem pouca representação, desequilibrando a correlação de forças no processo de tomada de decisões. Os ministros da Agricultu-ra, que poderiam suprir parte dessas deficiências, colocando-se em posição para demonstrar aos seus colegas de governo as questões fundamentais para estruturar a agricultura, historicamente têm se mos-trado incapazes dessa tarefa. Os dois últimos exem-

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plos provam essa teoria, tanto o que acabou saindo em função de um suposto escândalo, mas que não tinha sequer uma agenda em interesse da agricultu-ra, e o atual, que surge sem conhecimento do setor.

Revista O Girolando - O Brasil passou bem pela crise de 2008. Como o senhor avalia o país em relação à crise atual e os efeitos dos problemas econômicos mundiais no agronegócio brasileiro?

Reinhold Stephanes - Como princípio básico, primeiramente as crises afetam o setor de indústria e de outros bens de serviço, sendo que a agricultura é o último setor a ser atingido. Isso quer dizer que, em regra, no caso de crise deixamos de adquirir au-tomóveis, eletrodomésticos, reduzimos as viagens, mas vamos continuar comendo. Essa concepção tem que ser aliada ao fato de que os países mais po-pulosos não estão sendo afetados pela crise e vêm aumentando a demanda. E, mesmo que venham a ser atingidos, dificilmente terão retração na deman-da por proteínas vegetais. No Brasil poderá, talvez, haver pequena retração no consumo por carnes mais nobres. De qualquer forma, se faltar liquidez no mercado como aconteceu em 2008, o governo terá condições de injetar os recursos necessários. Além disso, vale lembrar que os estoques das com-modities agrícolas estão muito baixos. Portanto, em relação à agricultura, se o governo atuar de forma correta, vamos ter menos problemas se a crise avan-çar.

Revista O Girolando - Mais uma vez o governo adiou a implantação da Ins-trução Normativa 51, em al-gumas regiões, para que os produtores possam se ade-quar às novas exigências. O que tem dificultado a im-plantação da IN 51: a forma como ela foi elaborada ou a falta de infraestrutura de diversas propriedades e de uma assistência técnica ao produtor?

Reinhold Stephanes - A IN 51 consolida o Progra-ma Nacional de Qualidade do Leite, cuja base foi deba-

tida por 12 anos, pelo Ministério da Agricultura, Câ-mara Setorial, secretarias de Agricultura, Organiza-ção das Cooperativas do Brasil (OCB), Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Sociedade Rural, en-tre outras entidades e representantes das indústrias e produtores. Um dos objetivos é estabelecer pa-drões equivalentes aos praticados pela maioria dos países, como os da União Europeia, Canadá e até mesmo vizinhos do Mercosul. E ainda estamos lon-ge de atingir os padrões internacionais, o que torna extremamente importante tratar com maior rigor esta questão. É claro que o objetivo final visa trazer maior qualidade para os consumidores e colocar o Brasil melhor perante o mercado internacional. Evi-dentemente que, em determinadas áreas ou regiões onde as práticas de manejo ainda são inadequadas, a assistência técnica é fundamental. Em julho últi-mo, quando o Ministério da Agricultura, mais uma vez prorrogou a IN, o fez de forma displicente, além do que, em parte, pressionado pela indústria. Cabe reafirmar a importância da IN e a necessidade de se perseguir, com muita determinação, os objetivos que levaram à edição da norma.

Revista O Girolando - Qual será a “cara” do Código Florestal após aprovação no Senado? Para o produtor rural, quais serão as principais mudan-ças?

Reinhold Stephanes - Sem dúvida, o novo códi-go terá uma imagem mais plural, com representação de vários setores. Ou seja, a primeira grande mudança é que a legislação ambien-tal deixou de ser tratada apenas por ambientalistas, incluindo a sociedade e o setor agrícola no debate. Ao contrário de quando foi tra-tada por ambientalistas, que agiam mais dentro de uma ideologia e tinham pouco conhecimento de meio am-biente e menos ainda de produção agrícola. Diria que o novo Código Florestal re-solve possivelmente entre 80 e 90% dos problemas enfrentados pelos produ-

Os ministros da Agricultura, que poderiam

suprir parte dessas deficiências, colocando-se

em posição para demonstrar aos seus colegas de governo

as questões fundamentais para estruturar a agricultura,

historicamente têm se mostrado incapazes dessa

tarefa.

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tores rurais. Portanto, podemos considerá-lo bom. A questão que se coloca é que o Código Florestal representa o início de um processo, que precisa conduzir à revisão do decreto 6514, de 2008, que prevê infrações e sanções para crimes ambientais, e à reformulação do Conama, uma tarefa tão difí-cil quanto reformar o próprio Código. O Conselho precisa deixar de ser um fórum político-ideológico para se tornar um centro de decisões baseadas na ciência e na racionalidade. O debate ambiental deve alcançar, também, uma série de outras questões, como a reeducação dos serviços de fiscalização e maior eficiência na execução das atribuições am-bientais que cabem ao governo. Isso significa que o setor agrícola precisa continuar mobilizado. Acredi-to que vamos entrar 2012 com nova legislação am-biental, definindo melhor compensação de reserva legal; plantio em várzeas, encostas e morros; áreas de preservação permanentes e garantias para quem desmatou quando a legislação assim o permitia.

Revista O Girolando - O senhor passou par-te de sua infância trabalhando na lavoura e depois chegou a ministro da Agricultura. Como avalia a evolução do agronegócio brasileiro ao longo desse período?

Reinhold Stephanes - As mudanças são ex-traordinárias. A primeira delas foi inverter a relação entre população urbana e rural. Na minha infância, 80% viviam no campo. A segunda evolução foi que o Brasil deixou a condição de importador de alimen-tos, inclusive de leite. A terceira ocorreu nos últimos dez anos: o Brasil é o país que mais cresce em efici-ência e no aumento de produção de excedente. Não somos o país mais eficiente nem o maior exporta-dor, mas o que caminha melhor. Avançamos ainda nas fronteiras agrícolas. Há 40 anos não se imagi-nava o plantio no cerrado. O avanço para o Centro-Oeste brasileiro se deu nesse período. Sob todos os aspectos, houve mudanças significativas, da produ-ção à tecnologia. Basta olhar para o Girolando, que pode ser o símbolo dessa evolução.

Revista O Girolando - O senhor conheceu recentemente o projeto de construção do Centro de Capacitação Girolando, espaço que aliará pes-quisa, tecnologia, preservação da história do leite, produção sustentável e educação. O senhor acredi-ta que projetos como este podem ajudar na difusão da tecnologia para o campo?

Reinhold Stephanes - Mesmo sem contar com uma unidade igual ao Centro, considero extra-ordinário o avanço que a Associação do Girolando alcançou nestes últimos anos. Não tenho como ava-liar a dimensão que o segmento assumirá, mas com a construção do Centro, tendo à disposição os ins-trumentos mais avançados, uma nova era vai surgir para o Girolando.

Revista O Girolando - Quais os principais projetos relacionados ao agronegócio em que o se-nhor está envolvido atualmente?

Reinhold Stephanes - Acabei de relatar a Me-dida Provisória dos contratos de derivativos, que criou instrumentos de registro e de controle para dar mais transparência ao mercado futuro, que também envolve as commodities. Neste momen-to, estou envolvido com a Subcomissão do Leite, no âmbito da Comissão de Agricultura, e acompa-nhando a apreciação do Código Florestal que, após tramitação no Senado, deverá voltar à Câmara. Te-nho preparado, ainda, projeto que propõe um mar-co regulatório para os fertilizantes empregados na agricultura. Hoje, 91 por cento do potássio utilizados são importados. No entanto, o Brasil possui identi-ficada a terceira maior jazida do mundo. E vastas áreas a serem pesquisadas. No caso dos fosfatados, importamos mais de 50 por cento de diversos paí-ses. Como ministro da Agricultura, recorri às maio-res inteligências da área que contribuíram para a elaboração de um trabalho neste sentido e, embo-ra o tema tenha sido abandonado pelo Ministério e pelo Governo, pretendo trazer esse debate para a Câmara. O Brasil precisa definir uma estratégia para o setor, já que a demanda e os preços agrícolas vão continuar em alta.

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Setor leiteiro comemora ano de bons resultados e espera

crescimento ainda maior em 2012

Larissa Vieira

Com expectativa de crescimento ainda maior em 2012, o setor leiteiro fecha 2011 com desempenho positivo. O produtor recebeu

13,5% mais pelo leite produzido neste ano, apesar da alta no custo de produção. Como o consumo de leite tende a crescer, a previsão é de que os preços continuem nesse patamar. O diferencial, segundo a Scot Consultoria, será a queda no custo de produ-ção.

Com maiores margens de lucro, os criadores passaram a investir na aquisição de melhores ani-mais. As boas médias dos leilões confirmaram essa tendência. “Tivemos preços firmes, boas médias e ótima liquidez, tanto em leilões de liquidação quan-to nos pregões anuais. Cada vez mais a raça Girolan-do vem se superando. Sem sombra de dúvidas, o ano de 2011 foi sensacional. A raça cresceu 10 anos em 365 dias”, garante o leiloeiro Welerson Silva.

Se por um lado as médias sobem, por outro, o mercado está cada vez mais exigente em relação à qualidade dos animais leiloados. Segundo Silva, os compradores estão buscando animais jovens, pro-

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dutivos e eficientes. “O produtor que não abraçar a ideia do melhoramento genético de seu rebanho, vai ficar fora do mercado”, acrescenta o leiloeiro, que já está com agenda praticamente completa para 2012. “Acredito que será mais um ano de muitas alegrias para a raça Girolando, o que vale a pena dizer que ‘tudo que é bom se estabelece’ e a raça está vivendo momentos extraordinários”, diz Silva.

Genética em ascensão - Outro segmento que registrou índices positivos em 2011 foi o da genéti-ca. A gerente de produto Leite da CRV Lagoa, Tatia-ne Tetzner, destaca que o crescimento acentuado de comercialização de sêmen e de embriões Giro-lando já era esperado devido à melhora na remu-neração da atividade. “Quando o produtor de leite é bem remunerado, um dos principais investimentos na atividade é a busca pelo melhoramento genético e, dessa forma, as biotécnicas, como inseminação artificial, IATF, transferência de embrião, e fecunda-ção in vitro, são largamente utilizadas para multipli-cação intensa de genética superior”, explica Tatiane. A central registrou um aumento acentuado das ven-das de sêmen sexado de fêmea, onde o pecuarista busca o máximo possível de fêmeas nascidas, pos-sibilitando, assim, a reposição, bem como o exce-dente para comercialização de bezerras e novilhas.

A raça Girolando mais uma vez mostrou fôle-go para puxar as vendas de sêmen. “Entre as raças de leite no Brasil, a Girolando é a que cresce no rit-mo mais veloz em relação às vendas de sêmen. Nos últimos cinco anos foram 164% de crescimento. No ano de 2011 não está sendo diferente e o crescimen-to continua no ritmo acima de 40%”, diz o gerente de Produto Leite ABS, Klaus Hanser de Freitas.

A alta seria reflexo da maior quantidade de touros provados com sêmen disponível e touros jo-vens de grande qualidade ingressando no Teste de Progênie da raça. “Esses touros jovens vêm apre-sentando uma progênie de extrema qualidade, fa-zendo com que muitos produtores de leite confiem nesta genética moderna para utilização em parte de suas fêmeas. A raça está no caminho sem volta e temos que destacar o empenho da Girolando em parceria com a Embrapa Gado de Leite na melhoria do Teste de Progênie, conseguindo, a cada ano, in-cluir mais informações nos resultados das provas”, acrescenta.

Para 2012, Klaus Hanser de Freitas acredi-ta que a raça manterá o ritmo de crescimento nas

comercializações de sêmen em torno de 40%. “A raça tem um futuro brilhante como fonte da melhor genética para produção de leite na maior parte do nosso Brasil”, finaliza.

O Teste de Progênie distribuiu gratuitamente 9.754 doses de touros até o início de novembro de 2011. A medida beneficiou 322 Rebanhos Colaborado-res em todo o país. Neste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando firmou parceria com várias prefeituras municipais para que a distribuição do ma-terial genético chegasse a um número maior de pro-priedades rurais. Entre os municípios que assinaram convênio em 2011 estão Córrego Dantas e Mirassol do Oeste. “Neste ano, pela primeira vez foi distribuído sêmen na região do portal da Amazônia, que engloba Guarantã do Norte, Novo Mundo, Terra Nova do Norte e Nova Guarita, todos no Estado do Mato Grosso”, in-forma Marcelo Cembranelli, coordenador Operacional do Programa de Melhoramento Genético da Raça Giro-lando (PMGG).

Mais de 57 touros que integram do 8º ao 12º grupo do Teste de Progênie estão sendo avaliados. Isso significa que para os próximos anos o Sumário de Touros terá um número ainda maior de reprodutores avaliados. As avaliações são feitas pela Embrapa Gado de Leite. A edição 2011 do Sumário, divulgada em julho deste ano, trouxe 48 touros provados, sendo 18 positi-vos e 30 negativos para leite.

A procura por uma vaga na prova zootécnica tem crescido a cada grupo, levando a Girolando a ampliar o número de vagas oferecidas. Com a forte demanda, o 13º grupo, que está começando a fase de

Vendas de sêmen da raça Girolando devem crescer 40% em 2011

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coleta de sêmen, ampliou de 30 para 35 vagas.

Mais leite no balde - Outra prova zoo-técnica que tem permitido os criadores a avançar na seleção de animais geneticamente superiores é o Controle Leiteiro. O número de lactações cadastradas quase dobrou nos últi-mos anos, com previsão de chegar a 20 mil em 2011. “Isso demonstra que os associados aumentaram o rebanho participante em con-trole leiteiro, percebendo como esta ferramen-ta auxilia no manejo dos animais, permitindo melhor seleção de animais melhoradores no rebanho, regimes alimentares mais eficientes e aumento do valor de revenda destes ani-mais”, diz Jean Oliveira, coordenador de Da-dos do Serviço de Controle Leiteiro. As infor-mações e estatísticas sobre o Controle Leiteiro podem ser consultadas no site da Girolando (www.girolando.com.br).

Para atender a demanda, a Girolando aumentou o número de controladores oficiais. A expansão foi possível graças às parcerias firmadas com outras associações de criadores (Holandesa e ABCZ), Emater-MG e Educampo. Atendendo à solicitação dos técnicos creden-ciados, os controladores agora contam com a Carteira de Controlador Oficial (CCO) para comprovar a ligação do técnico credenciado à Girolando. A medida trará maior segurança ao as-sociado de que ele será atendido por um profissional realmente credenciado.

O número de registros genealógicos também cresceu, saltando de pouco mais de 18 mil para 22 mil em 2011.

Pistas - Por todo o país, a raça Girolando mar-cou forte presença nas pistas de julgamento. Em 2011, foram 38 exposições ranqueadas, nove homo-logadas e 7.266 animais julgados.

Trabalho reconhecido - A atuação da Associa-ção Brasileira dos Criadores de Girolando em prol do crescimento da pecuária leiteira foi reconhecida pela Embrapa Gado de Leite. Como parte da comemora-ção de seus 35 anos, a Embrapa Gado de Leite home-nageou personalidades e entidades que contribuíram para o setor. A Girolando foi eleita como represen-tante da categoria “Associação de criadores”. A sole-nidade de entrega da homenagem aconteceu no dia 24 de novembro, em Juiz de Fora (MG).

Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite Duarte Vilela entrega homenagem ao presidente da Girolando José Donato

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Novo sistema de identificação já está em fase final de implantação

Leandro de Carvalho PaivaSuperintendente Técnico

O novo sistema de identificação do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolan-do (SRGRG), conhecido como Sistema de

Identificação Unificado (SIU), começou a ser im-plantado no início de 2011 e se encontra em fase final de implantação, entrando em vigor no primeiro semestre de 2012, após aprovação do novo regu-lamento, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Nesta última fase de implantação, os bótons de identificação particular, uma das novidades do SIU, serão entregues pelos técnicos, aos criadores, gradativamente, durante as visitas técnicas. A partir da entrega dos bótons, os criadores farão o uso do material fornecido de acordo com a ordem de nas-cimento dos animais, identificando cada animal de acordo com a numeração informada à Girolando, através do preenchimen-to e envio da Comunicação de Nasci-mento (CDN). O controle de estoque dos bótons será realizado pelo cria-dor e acompanhado pela Girolando, através da CDN. Antes que o estoque acabe o criador deverá fazer nova so-licitação ao setor responsável.

Ao receber os bótons (Figura 1) o criador fará a identificação dos ani-mais de acordo com sua numeração cadastrada na Girolando (RGN atu-al), aplicando-o na orelha esquerda. Quando o animal for inspecionado pelo técnico, para efeito de Controle de Genealogia de Nascimento (CGN), ele irá verificar se os dados do bó-ton (Série Única e Numeração) estão condizentes com as informações da CDN, além de analisar todos os ou-tros requisitos técnicos necessários.

Após a verificação dos dados e inspeção do animal, o técnico irá aplicar na orelha direita o número do registro unificado, que será o Controle ou Registro de Nascimento (RGN). Além da aplicação do brin-co de registro, fará também a marcação, a fogo, do “G baldinho”, marca símbolo da Girolando, na face direita, logo abaixo da inserção da orelha. Após es-tes procedimentos, o técnico fará uma fotografia de corpo inteiro do animal, que será enviada à Girolan-do, para ser inserida no certificado de registro.

O cadastro da Série Única será obrigatório a todos os criadores, pois sem a Série Única não será possível realizar o controle de nascimento dos ani-mais.

Outra novidade do SIU, prevista para a última fase de implantação, é a fotografia dos animais, que

Figura 1 – Boton de identificação particular. Será aplicado pelo criador antes da inspeção técnica, na orelha esquerda do animal

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será obrigatória. A fotografia será realizada pelo téc-nico, no ato da inspeção do animal, de corpo inteiro, de modo a identificar o animal da melhor maneira possível, através das particularidades da pelagem. Com a implantação da fotografia, será abolida a marcação, a fogo, do número do RGN na perna do animal.

A partir do mês de janeiro de 2012 a equipe técnica começará a receber treinamentos para re-alização das fotografias, e também obterá informa-ções mais detalhadas sobre o SIU, que serão repas-sadas aos criadores durante as visitas técnicas nos rebanhos.

Além do SIU, outros sistemas também estão sendo implantados e aprimorados, visando aten-der às necessidades atuais dos criadores e o atual crescimento da raça, no Brasil. Desde o mês de se-tembro está disponível no site da Girolando o Portal Web Associado, uma página dedicada aos criadores que desejam realizar as comunicações de cobrição e nascimento (comunicações on-line), com transmis-são direta para o banco de dados da Girolando. Para que o associado possa utilizar esta nova ferramenta basta solicitar seu cadastro de Usuário e Senha ao Departamento de Tecnologia da Informação. Para melhor instruir os usuários do Portal Web Associa-do, a Superintendência Técnica da Girolando está desenvolvendo um manual de utilização do sistema,

Figura 2 – Modelo de certificado com a utilização da fotografia

que estará disponível no site a partir do mês de de-zembro.

Figura 3 – Identificações oficiais do Sistema de Identificação Unificado

(SIU)

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É início da safrae o preço do leite caiupara o produtor

Rafael Ribeiro de Lima FilhoZootecnista - Scot Consultoria

Figura 1.Preço do leite ao produtor, média nacional, em valores nominais - R$/litro.

Fonte: Scot Consultoria

www.scotconsultoria.com.br

De acordo com levantamento da Scot Con-sultoria, no pagamento de novembro, que remunera a produção de outubro, o preço

médio do leite ao produtor ficou em R$0,822 por litro. Isso significa 2,3%, ou R$0,02 por litro a me-nos, na comparação com o pagamento anterior. Foi o segundo mês de queda no mercado do leite. Veja a figura 1.

A pressão vem do aumento da oferta de leite para as indústrias no Centro-Oeste, Sudeste e Norte do país.

Em Minas Gerais o preço do leite caiu R$0,03 por litro, no pagamento de novembro, que remune-ra a produção de outubro. O produtor recebeu, em média, R$0,849 por litro.

Em 60% dos laticínios pesquisados no Esta-

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do, a captação de leite aumentou. Entretanto, no Triângulo Mineiro e Belo Horizonte houve relatos de menor captação por algumas empresas.

No mercado spot, o leite foi comercializado, em média, por R$0,89 por litro, em novembro, fren-te a R$0,92 em outubro.

Para o pagamento de dezembro a expectativa é de queda no preço do leite ao produtor.

Queda também em São Paulo. O preço do lei-te caiu 1,2% em relação ao pagamento feito em ou-tubro e o produtor recebeu R$0,898 por litro. A pro-dução está aumentando gradualmente no Estado. A expectativa é de crescimento da oferta de leite até janeiro/fevereiro, para mantença em março, e queda a partir de abril do ano que vem.

No Sul do país, em especial no Rio Grande do Sul, a estiagem e a retirada dos animais das pas-tagens de inverno para o plantio da safra de verão prejudicaram a produção.

O recuo da demanda na ponta final da cadeia e as quedas de preços dos lácteos no atacado cola-boram para a pressão de baixa no mercado do leite. Os preços dos queijos e leite longa vida recuaram tanto no atacado quanto no varejo.

Para o pagamento a ser realizado em dezem-bro, 55% das empresas pesquisadas (equivalente a 65% da amostra em termos de volume de leite) acreditam em queda de preço para o produtor. Os recuos variam de R$0,01 a R$0,03 por litro, confor-me a região.

Do restante, 38% falam em estabilidade e apenas 7% em aumento do valor pago ao produtor, em dezembro. Grande parte dessas indústrias está na região Nordeste do país.

Retrospectiva e expectativas para o mercado do leiteApesar do preço do leite comparativamen-

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te mais alto para o produtor em 2011, o custo de produção subiu em proporções maiores, dimi-nuindo as margens para o pecuarista, em especial na entressafra.

O que mais pesou neste ano foi a alimen-tação. O milho chegou a custar o dobro do veri-ficado em 2010, e puxou, com ele, os preços do sorgo e da polpa cítrica. Somente em novembro o mercado do grão perdeu força e as cotações re-cuaram.

Segundo o índice Scot para o custo de pro-dução da pecuária de leite, produzir leite ficou, em média, 33,0% mais caro em 2011 com relação a 2010. Este índice leva em consideração os custos com alimentação, suplementação mineral, sanida-de, fertilizantes, mão de obra, combustíveis, etc.

Para efeito de comparação, na média o pre-ço pago ao produtor, neste ano, está em R$0,80 por litro (média Brasil). Isto significa 13,5% mais na comparação com a média do ano passado.

Em curto e médio prazos os preços do leite ao produtor devem recuar com a safra e, conse-quentemente, maior oferta para os laticínios.

As férias escolares e festas de final de ano colaboram para a pressão de baixa, já que a de-manda por leite e derivados é menor nesta época.

Os custos também devem diminuir com a melhoria das condições das pastagens.

Para 2012, fica a expectativa com relação ao crescente consumo de leite no país. A probabili-dade é de preços em patamares próximos do ve-rificado em 2011, mas o custo de produção tende a ser menor.

O produtor de leite parece estar se prepa-rando melhor para o ano que vem. Verifica-se maior planejamento com relação à produção de volumoso (silagem, capineira, etc.).

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Instrução Normativa 51Observações sobre sua implementação no Brasil

Rosana de Oliveira Pithan e SilvaPesquisadora científica

Instituto de Economia Agrícola/SAA-SP

A Instrução Normativa 51 (IN 51), publicada pelo Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to (Mapa), em 28 de setembro de 2002, foi im-

plantada com o objetivo de fixar os requisitos mínimos que devem ser observados para a produção, a identida-de e a qualidade do leite produzido em todo o território nacional.

Apesar de não ser uma lei, e sim um regulamen-to técnico, sua intenção era que tivesse força de lei e possibilitasse mudança na qualidade do leite produzido no país.

A preocupação central era atender a um merca-do novo, com padrão de qualidade internacional, devi-do ao início do crescimento das exportações brasileiras e à possibilidade da expansão, do pagamento por qua-lidade, por parte dos laticínios, beneficiando o produtor com melhores preços pagos ao leite.

A qualidade do produto final é fundamental para a competitividade da atividade produtiva, pois afeta a postura do consumidor e é um ponto que tem se mos-trado como entrave para o agronegócio do leite, no Brasil. Aliás, segundo Sluszz (2006), “do ponto de vista tecnológico, a qualidade da matéria-prima, leia-se “lei-te”, é um dos maiores entraves para o desenvolvimen-to e a consolidação da indústria de laticínio”.

Apesar de seus méritos, a idealização da IN 51 aconteceu sem que tivesse ocorrido uma discussão e avaliação da realidade da produção nacional, o que po-deria ter apontado vários pontos que não estavam sen-do considerados e que se mostraram complicadores na sua implementação.

Isso se confirmou, passados seis anos de sua implantação inicial, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, já que seus objetivos não foram alcançados, pois as estimativas feitas em julho de 2011 apontaram que 70% dos produtores de leite estavam em desacor-do com as regras (MILKPOINT, 2011a).

Além disso, o discurso das lideranças, atual-mente, passou a mostrar preocupação com o nível das exigências da IN 51, considerando-as muito fortes, comparáveis com as regras internacionais vigentes nos principais países produtores de leite, que começaram a implantar suas regras há mais de 30 anos.

Diante disso, o Mapa, com apoio da Câmara Se-torial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, resol-veu prorrogar por seis meses o prazo para sua implan-tação integral. Para viabilizá-la, o Mapa sugeriu, ainda, a alternativa de inclusão de mais uma questão: a redução dos parâmetros mínimos de qualidade (redução do ní-vel aceitável de contagem bacteriana total (CBT) e da

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de ser considerada louvável, mas as condições do produtor de leite no país, mal informado e sem uma assistência técnica eficiente, não viabilizaram um bom andamento no seu processo de implantação. Isto é comprovado pelo acompanhamento das análises da amostras de leite nos laboratórios de referências cadas-trados pelo Mapa.

Desde o início, o Mapa não contava com um pla-no para informar aos produtores sobre as novas nor-mas reconhecidas pelo Ministério e previa problemas nas primeiras regiões, nos seis meses iniciais de im-plantação. Assim, a princípio sua posição era usar esse período para fazer ajustes na cadeia láctea, orientando e monitorando produtores e indústrias, limitando-se a dar advertências e punir apenas a partir de 2006 (SILVA, 2005).

Anos depois, muitos produtores dos Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, os primeiros onde foi exigida a observação das novas normas, ainda não tinham conhecimento da sua existência.

Desde o início, a implantação da IN 51 foi difícil. Aliada ao fato de a produção de leite estar muito vincu-lada à agricultura familiar, na qual a pequena produção é uma realidade, a expectativa não podia ser outra, pois esse produtor tem menos conhecimento das necessi-dades do mercado e menor capacidade de investimen-to. A consequência seria sua expulsão da atividade lei-teira ou sua entrada na informalidade.

Esta questão não deve ser considerada apenas como um fator de mercado onde o produtor que não consegue se adaptar é naturalmente expulso da ativida-de. Deve ser tratada como uma questão social, já que a consequência do abandono da atividade, muitas vezes é o abandono da área rural rumo à cidade, aumentando o problema urbano. Além disso, a informalidade, pela sua extensão no país, há muito tem sido um problema para a cadeia produtiva do leite e também para os go-

contagem de células somáticas (CCS), que deverão ser ampliados gradualmente) (MILK-POINT, 2011). Propôs, também, a vinculação do pagamento por qualidade, por parte dos laticínios, ao seu acesso aos instrumentos de política pública, contemplando matéria gor-da, proteína, células somáticas e contagem bacteriana (MILKPOINT, 2011).

A produção de leite brasileira tem vá-rias realidades produtivas, não só entre as regiões do país, mas em cada Estado. Estas vão desde o sistema de produção até as con-dições sanitárias do rebanho, passando pelo tipo do produtor rural.

Isso mostra que a implantação de mu-danças para melhorar a qualidade do produto deveria ter sido antecipada por ampla ação de assistência técnica, que provavelmente demoraria alguns anos para nivelar as informações e mudar a forma de produção entre os produtores.

A assistência técnica é uma ação difusora de co-nhecimento aplicável e, como tal, no caso de implan-tação da IN 51 mostra-se fundamental para a esperada mudança de comportamento e de visão do homem rural, quanto à sua produção. Através dela, seria pos-sível primeiro informar ao produtor sobre a mudança de legislação e a necessidade de sua adequação a ela.

Os diferentes prazos para implementar as medi-das nas regiões do país mostravam uma consciência em relação a este fato. Porém, mesmo nos Estados que tinham mais condições de implantar as novas mudan-ças, as realidades também não eram e não são unifor-mes e merecem atenção diferenciada.

É certo que a melhoria da qualidade do leite deve ser um pressuposto básico na produção, não apenas pela necessidade de trazer maior competitividade ao país e atender o crescimento do mercado externo, nem mesmo pelo apelo do consumidor interno mais cons-ciente e exigente em relação à saúde, ao respeito ao meio ambiente e ao bem-estar animal (SANTOS, 2011), fatores estes que podem agregar valor ao produto, mas antes pela necessidade de garantir alimento seguro ao consumidor. Mas é bom que se tenha em mente que os requisitos até então utilizados não põem a saúde do consumidor em risco.

A valoração da qualidade da matéria-prima está diretamente relacionada ao melhor rendimento no pro-cessamento, possibilitando maior prazo de validade do leite e derivados, o que significa maior competitividade, ou seja, ganho de mercado e preços. É importante lem-brar que a melhoria na qualidade do produto final tem relação direta com os cuidados na sanidade do reba-nho, higiene da produção e coleta do leite.

A ideia de se publicar a IN 51 não pode deixar

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Clínica do Leite da Esalq analisa 25% do leite nacional

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vernos que deixam de recolher impostos.Em síntese, o resultado da tentativa de imple-

mentar a IN 51 foi a constatação de haver um número muito abaixo do desejado, de produtores produzindo leite de boa qualidade, dentro dos padrões estabeleci-dos pelo regulamento do Mapa. Isso levou à discussão da necessidade de adiar os prazos e/ou reduzir os limi-tes de CCS e CBT, frente à realidade (SANTOS, 2011).

Vale lembrar que a CCS está associada às condi-ções de higiene de produção de leite e à qualidade/ren-dimento industrial da fabricação dos derivados lácteos, ou seja, pode trazer prejuízos aos produtores e indústria processadora e pode, ainda, ser um entrave para as ex-portações (SANTOS, 2011a).

A não adesão da maioria das indústrias ao paga-mento pela qualidade foi um dos pontos cruciais, junto com a falta de informação, já que muitos produtores, ao verem que os investimentos na produção, para garantir a melhora do leite, não trouxeram retorno àqueles que investiram, não se viram motivados a investir.

No entanto, há condições para se produzir leite de melhor qualidade com tecnologias simples, dispo-níveis a baixo custo, inclusive com ordenha manual. Neste sentido há muitos estudos, alguns relacionados à sustentabilidade da produção, que propõem, através da educação, melhorar a qualidade do leite por meio das atividades que apontam para soluções eficazes e simples.

Conforme Silva (2005), o sucesso da aplicação desses modelos tem sido uma forma eficiente de se levar informação ao produtor rural, mostrando que a interferência educacional pode dar nova dimensão à produção de leite, principalmente para pequenos cria-dores.

Um projeto importante, que tem conseguido avanços junto ao produtor, onde foi implantado, é o

“Balde Cheio”, resultado da parceria de pesquisa da Embrapa com a assistência técnica. Em São Paulo, des-de 2007, o projeto foi assumido totalmente pela Coor-denadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), com o nome Cati-Leite. Dá “assistência técnica aos produto-res, capacitando-os em relação ao manejo de higiene dos utensílios e equipamentos utilizados no processo de ordenha, além do controle e tratamento de mastite” (CATI, 2011).

A realidade é que os estudos nem sempre che-gam ao produtor rural, devido à falta de diálogo entre a área de pesquisa e assistência técnica e pela estrutura deficiente da última. Se houvesse um melhor diálogo entre as duas áreas, com difusão eficiente das tecno-logias, é certo que a realidade poderia ser mais positi-va, mesmo considerando as dificuldades do pequeno produtor em investir, devido à falta de políticas públicas específicas.

Para Sluszz et al (2006), a produção leiteira sofre muito a influência das inovações tecnológicas, já que o conhecimento científico no setor foi acumulado com vistas ao desenvolvimento e à competitividade. Isso, em muitos países, teve como resultado o estabeleci-mento de uma atividade bem estruturada com índices significativos de produtividade e de economicidade.

No caso do Brasil, grande parcela do conheci-mento adquirido e acumulado por um longo período de pesquisa científica foi internalizado na cadeia pro-dutiva de leite, o que mostra a eficiência desse tipo de ação, quando ela acontece. Se houvesse transferência de ciência e tecnologia e as indústrias tivessem implan-tado programas de bonificação financeira com base na qualidade do leite, ao invés de continuarem a penalizar produtores que não alcançam suas cotas, com certeza o resultado poderia ter sido mais positivo. No entanto, ainda são poucas as usinas que implantaram este sis-tema.

Vale lembrar que a IN 51, apenas define padrões mínimos, o que dá ao leite uma qualidade mínima para o mercado, mas não viabiliza uma qualidade que tor-ne o produto final mais competitivo, principalmente no mercado internacional.

Resumindo, a incapacidade do produtor, de pro-duzir um leite de melhor qualidade, está diretamente vinculada à falta de assistência técnica eficiente e à au-sência de pagamento por qualidade, por parte das in-dústrias. No entanto, ainda há outros fatores estruturais, como: falta de capacitação de mão de obra, estradas em más condições, falta de recursos financeiros para investir, falta de acesso à energia elétrica para resfria-mento do leite, que dependem de políticas públicas e que têm sido postos de lado e que, no entanto, são im-portantes para a implantação da IN 51.

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Leite analisado em laboratório deve conter quantidades mínimasde CCS e CBT

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REFERÊNCIASBRASIL. Instrução Normativa n. 51, de 18 de setembro de 2002. Aprova os Regulamentos Técnicos de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, do Leite tipo B, do Leite tipo C, do Leite Pasteurizado e do Leite Cru Refrigerado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel. Diário Oficial da União, 20 set. 2002.COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA INTEGRAL - CATI. Produtores do CATI Leite integram programa para melhoria da qualidade. Disponível em: http://www.cati.sp.gov.br/new/ ultimas.php? ID=420. Acesso em: 12 Nov 2011.MILKPOINT. Câmara Setorial propõe alteração dos valores da IN 51. Disponível em: <http://www.milkpoint.com.br/mercado/giro-lacteo/camara-setorial-propoe-altera-cao-dos-valores-da-in-51-71751n.aspx>. Acesso em: 30 maio 2011.MILKPOINT. Entrada em vigor da IN-51 gera preocupação. Disponível em: http://www.milkpoint.com.br/mercado/giro-lacteo/entrada-em-vigor-da-in51-gera-preocupa-cao-72067n.aspx. Mercado. Giro Lácteo. 27 mai. 2011. Acesso em: 30 maio 2011 a.SANTOS, M. V. A melhoria da qualidade do leite e a IN 51. MilkPoint, 2011. Disponível em: <http://www.milkpoint.com.br/artigos-tecnicos/qualidade-do-leite/a-melhoria-da-qualidade-do-leite-e-a-in-51-71764n.aspx>. Acesso em: 22 maio 2011.SANTOS, M. V. O atual limite de CCS do leite no Brasil está adequado? MilkPoint, 2011. Disponível em: http://www.milkpoint.com.br/artigos-tecnicos/qualidade-do-leite/o-atual-limite-de-ccs-do-leite-no-brasil-esta-adequado-74798n.aspx. Acesso em: 10 out. 2011a.SILVA, R. O. P. Educação: o melhor caminho para o pequeno produtor de leite. São Paulo: Instituto de Economia Agrícola, 2005. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=3823, 2005. Acesso em: 27 maio 2011.SLUSZZ, T.; PADILHA, A. C. M.; MATTOS, P.; SILVA, T. N, DA. O impacto da Instrução Normativa 51 no sistema agroindustrial do leite no Rio Grande do Sul: uma análise na Elegê Alimentos S/A e na Cooperativa Languiri LTDA. Anais XLIV CONGRESSO SOBER - Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. Fortaleza, 23 a 27 de julho de 2006. 21p. Disponível em: http://www.sober.org.br/palestra/5/377.pdf. Acesso em: 10 Nov. 2011.

Tudo isso deverá estar na pauta do Mapa e dos representantes da cadeia de leite para que se possa dar continuidade a todo o processo. Enquanto isso não ocorrer, de nada vai adiantar adiar prazos, reduzir limi-tes da CCS e CBT.

Apesar da urgência da discussão sobre as atitu-des a tomar, apenas em novembro, quatro meses após a prorrogação da implementação da IN 51, por seis me-ses, o Mapa se reuniu com representantes do setor lác-teo para escolher os membros do grupo para discutir essas questões e propor ações que possibilitem que a normativa entre em vigor.

O tempo é curto, já que as questões não são de rápida solução e exigirão um esforço não só do gover-no, como dos laticínios e cooperativas no apoio ao pro-dutor, dando-lhes informações sobre a nova legislação, a forma de melhorar a qualidade do produto, além de financiamento para adequação às novas normas. Ou seja, o tempo perdido nestes quatro meses, dificilmen-te será recuperado em dois meses, já que há uma ex-tensa agenda a ser cumprida para que, finalmente a IN 51 tenha condições de entrar em vigor.

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Qualidade do leite é fundamental para garantir a competitividade do setor

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A matemática do boi… ou por que meu touro ficou negativo nessa avaliação genética?

Wagner ArbexPesquisador da Embrapa Gado de Leite

Marta Fonseca MartinsPesquisadora da Embrapa Gado de Leite

Glaucyana Gouvea dos SantosPesquisadora da Embrapa Gado de Leite

Elizângela GuedesBolsista da Embrapa Gado de Leite (Pós-doutorado - CAPES)

Leonardo Gerheim de AndradeBolsista da Embrapa Gado de Leite (ICT - FAPEMIG)

Marcos Vinícius Gualberto Barbosa da SilvaPesquisador da Embrapa Gado de Leite

Certa vez um amigo nos contou que se ele estivesse em uma festa, no meio de uma conversa “chata” e quisesse encerrar essa

conversa, bastaria esperar que alguém perguntasse a respeito da sua formação ou sobre sua vida profis-sional. Assim que ele respondesse: sou matemáti-co... pronto, a conversa estaria encerrada ou estaria próxima do seu fim.

No máximo, alguém emendaria uma única pergunta: ah, então você é professor de matemá-tica? E, para piorar, a resposta seria: não, não, eu não sou professor de matemática... e, então, sem dúvida, a conversa estaria terminada.

Como qualquer pessoa daria continuidade a uma conversa com um matemático que, entretan-to, não é professor de matemática? Provavelmente a única opção seria perguntar: até onde você sabe contar? Ou seja, acabou a conversa.

Mas, vejamos por qual motivo estamos ocu-pando espaço na O Girolando, tratando de mate-mática e escrevendo sobre a avaliação genética de um programa de melhoramento genético animal. A resposta sai de “bate-pronto”: de forma bem sim-ples e direta, o resultado de uma avaliação genética

se resume à comparação entre valores, isto é, entre números que possuem algum significado.

Assim, se for possível entender o significado desses números e como esses valores foram obti-dos, compreenderemos a “matemática do boi” e, então, será possível conhecer os motivos de algum provável “sobe e desce” nos resultados das avalia-ções a cada ano e saber como esses resultados po-dem ser utilizados pelos produtores, para a escolha de animais melhoradores do rebanho.

A importância da avaliação genética para o melhoramento genético do rebanho

Inicialmente, faremos uma “prova matemá-tica” para mostrar como a avaliação genética é importante e essa prova será feita a partir de uma “redução ao absurdo”. Ou seja, será tomada como verdade uma ideia contrária à tese que se quer pro-var e, então, se for possível negar a ideia contrária, a

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tese se confirma. Ah, sim, isso é matemática...A tese a ser provada é a importância da ava-

liação genética para o melhoramento genético do rebanho e, nesse caso, é um “absurdo” afirmar que a avaliação genética de nada serve para melhorar o rebanho, mais especificamente, para melhorar a produção de leite do rebanho, que, neste momento, é a nossa característica de interesse.

Ou seja, pela redução ao absurdo é “verda-deiro” afirmar que: pode-se utilizar qualquer touro como reprodutor em um rebanho, sem que haja qualquer diferença em relação a um possível efeito positivo na produção de leite desse rebanho. Obvia-mente, que essa afirmação não está correta, pois, se assim fosse, os maiores produtores de leite do país não utilizariam a avaliação genética como ferramen-ta para o melhoramento genético do seu rebanho para a produção de leite.

Assim, se os maiores produtores de leite utilizam-se da avaliação genética para melhorar a produção de seus rebanhos, então, a afirmação ab-surda pode ser negada e, portanto, prova-se a tese da importância da avaliação genética para o melho-ramento genético do rebanho.

A essa altura, poder-se-ia pensar que essa prova não é satisfatória, pois nem só da produção de leite é constituído um rebanho de alta produ-ção, uma vez que ainda existem outros fatores, tais como as boas práticas aplicadas aos manejos repro-dutivo, nutricional e para a saúde do animal. Não resta dúvida de que essa observação é procedente e a resposta a essa questão é conhecida e bastante simples: se o rebanho não tem potencial genético para produção elevada de leite, mesmo as melhores práticas aplicadas ao rebanho não farão com que ele passe a produzir mais. Contudo, caso o rebanho seja constituído de animais de mérito genético su-perior, ou seja, caso tenha potencial genético eleva-do para produção de leite, então, a adoção de boas práticas fará com que esses animais manifestem esse potencial.

Até aqui a matemática ajudou a entender o que é quase óbvio, porém, de qualquer forma ficou claro que a avaliação genética é importante para a seleção de animais de mérito genético superior, com a consequente melhoria dos índices de produ-tividade na fazenda.

Como um animal positivo pode tornar-se ne-gativo? Um animal negativo pode ser melhor do que outro positivo?

Da mesma forma que os números já ajudaram a explicar muitas coisas na história da humanidade, também já causaram muita confusão. Entender o que os números representam, isto é, os seus valo-res, é coisa séria e pode mudar a opinião das pes-soas; afinal, como se sabe, os números não men-tem. Assim, o problema ocorre na interpretação dos números, isso sim, pode causar confusão e até ser fruto de uma “falsa verdade”.

Um dos resultados mais esperados nas ava-liações genéticas é a “habilidade prevista de trans-missão”1 (HPT) ou, ainda, “diferença predita”. Isto é, esses resultados permitem predizer o potencial de transmissão de determinada característica para seus descendentes, sendo ela desejável ou não. No presente texto a característica escolhida é a produ-ção de leite; então, a avaliação deve buscar quanto deve ser o aumento – ou a redução – que um animal pode transmitir de potencial genético, a seus des-cendentes, quando comparado com outros animais.

Portanto, de forma simplificada, o resultado de uma avaliação genética é obtido a partir da com-paração de valores preditos comparado a um valor pré-definido, ou melhor, a uma base genética pré-definida2.

Para facilitar a explicação, vamos supor que a base genética seja zero e, assim, se um animal pos-sui valor genético igual a zero, isso quer dizer que o valor genético desse animal coincide com a base genética que está sendo considerada e, então, não deve transmitir nenhum potencial de ganho ou per-da para seus descendentes.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, se um animal apresenta valor genético -10, então o valor genético desse animal está dez pontos abaixo da média obtida dos animais utilizados para a determi-nação da base genética, podendo transmitir a seus descendentes uma potencial redução na produção de leite.

Para entender um pouco mais a matemática da avaliação genética, suponha dois diferentes gru-pos de animas – mas, com animais que possuem as-pectos muito semelhantes de idade, época de parto, número de irmãos, composição racial, entre outros.

1. Do inglês, predicted transmitting ability (PTA).

2. Na raça Girolando a base genética é 25 kg, referente à média dos valores genéticos de 720 vacas nascidas no ano 2000.

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O primeiro grupo, Grupo 1, possui 10 animais, cujo valor genético médio é igual a 100 e o animal com maior valor genético desse grupo, Animal A, apresenta valor genético de 150. Isto é, a diferença predita para A é de 50 quilos em relação ao valor ge-nético médio do Grupo 1. Da mesma forma, o Grupo 2 também é composto por 10 animais, sendo 200 a sua média do valor genético e o animal com maior valor genético desse grupo, Animal B, apresentou valor igual a 210, isto é, a diferença predita para B é de 10 quilos.

Em primeira análise, pode-se imaginar que A possui maior valor genético, pois sua diferença pre-dita é cinco vezes maior do que a diferença predita de B. Mas, cada animal foi comparado somente den-tro de seu grupo, ou seja, por essa maneira, não é possível comparar A com B e dizer qual deles seria o melhor animal para o melhoramento de um deter-minado rebanho.

O que pode ser afirmado é que ambos os animais são positivos, cada um dentro do seu res-pectivo grupo. Mas, o que aconteceria se todos os animais, considerando-se os dois grupos, fossem colocados em um único grupo para a realização de uma avaliação genética? Com muitas simplificações e o uso de uma matemática descomplicada é pos-sível concluir que para esse novo grupo de 20 ani-mais, a média do valor genético seria 150 e, como foi dito anteriormente, esses animais possuem as-pectos de idade, número de irmãos, época de nas-cimento, de pais e mães etc., muito semelhantes. Dessa forma, é possível supor que seus valores ge-néticos poderiam ser próximos aos valores anterior-

mente encontrados.Assim, nessa nova avaliação o Animal A pas-

sará a ter um valor predito igual, ou próximo, a zero, enquanto o Animal B passará a ter o valor predito próximo a 60. Isto é, caso o animal A tenha sido es-colhido a partir dos resultados iniciais, pode ser que essa escolha não tenha sido tão boa.

Algumas conclusões podem ser estabeleci-das a partir desse exemplo, lembrando que ele fez uma série de simplificações, o que, entretanto, não invalida sua lógica de raciocínio.

Diante dessa discussão, é possível verificar que um animal pode apresentar diferentes valores genéticos em avaliações distintas, bastando que o grupo de animais avaliados seja variável em núme-ro ou quanto aos indivíduos envolvidos, causando mudanças na base genética3.

Além disso, a avaliação genética torna-se mais precisa e confiável quanto maior for o número de animais avaliados e, também, à medida que au-menta o número de filhas de cada touro.

Outro fator importante para o aumento da confiabilidade, ou melhor, da acurácia dos resulta-dos – que também está relacionado ao número de animais avaliados – é o número de informações de parentesco entre eles, visto que uma matriz de pa-rentesco consistente agrega informações importan-tes à matemática da avaliação, isto é, ao método de avaliação utilizado.

Nesse ponto, foram respondidas as questões de como um animal pode apresentar valores genéti-cos diferentes, dependendo do universo em que ele foi avaliado, inclusive valores positivos e negativos, e também como esses resultados podem ser inter-pretados de forma incorreta, a respeito do potencial genético de determinado animal, criando uma ideia imprecisa sobre qual animal é melhor ou pior quan-do comparado com outro animal de forma isolada.

Meu touro vem sendo avaliado como positi-vo, então, por que nessa avaliação genética apre-sentou valor genético negativo? Essa avaliação está errada?

Esses são uma dúvida e um questionamento comuns. Ninguém quer ou gosta de ver seus ani-mais com resultados contrários a uma expectativa inicial, pois, se um animal foi avaliado como positivo uma vez, então, por que ele pode se tornar negati-vo?

Tudo o que já foi dito até o momento – isto

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Pesquisadores da Embrapa Gado de Leite são responsáveis pelas avaliações genéticas do Girolando

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é, as diferenças no número de indivíduos, no grupo de indivíduos e na matriz de parentesco – pode ser considerado como resposta possível a esse questio-namento, mas ainda existem outras situações que podem provocar essa alteração na classificação dos touros da avaliação genética.

Se animais mais antigos podem apresentar resultados adversos com o passar do tempo, isso não quer dizer que o animal “piorou” ou “perdeu valor genético”, mas mostra que os animais mais novos estão recebendo de seus pais característi-cas genéticas adequadas ao melhoramento da raça. Grosso modo, isso pode significar que os animais de gerações mais novas tendem a ser geneticamen-te melhores para as características avaliadas do que os animais das gerações mais antigas.

Em resumo, é isso que se deve esperar de um programa de melhoramento genético, pois mostra que o programa está cumprindo suas metas e que a raça está registrando aumento do potencial genéti-co sobre a característica de interesse.

Neste artigo foram apontados a importância da avaliação genética e um pouco do que faz a ma-temática envolvida na avaliação. Essa “matemática do boi” revelou alguns dos motivos pelos quais se deve ter cautela ao ler e interpretar os resultados das avaliações.

Como exemplo, foram percebidas sensíveis alterações entre os resultados das avaliações gené-ticas publicadas nos sumários de touros4 da raça Girolando, nos anos de 2010 (Documento 139, ju-lho/2010) e de 2011 (Documento 148, junho/2011) que, atualmente, são parte do Programa de Melho-ramento Genético da Raça Girolando (PMGG), im-plantado, desenvolvido e coordenado em parceria pela Embrapa Gado de Leite e pela Associação Bra-sileira de Criadores de Girolando.

Essas alterações ocorreram, principalmente, devido ao aumento no número de informações obti-das de indivíduos, filhas e lactações, assim como do

3. Em algumas raças de bovinos de leite, são feitas publicações de sumários distintos, elaborados a partir de metodologias e/ou bases genéticas diferentes. Dessa forma, os animais podem apre-sentar classificações distintas. No entanto, isso não ocorre para a raça Girolando, pois anualmente é publicado um sumário único, a partir de dados do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG).4. Os sumários de touros do Programa de Melhoramento Gené-tico da Raça Girolando dos anos 2010 e 2011 foram publicados pela Embrapa Gado de Leite no Documento 139 e Documento 148, respectivamente.

aumento da matriz de parentesco.Em 2010, a avaliação genética do PMGG foi

feita com informações de 1.213 touros, 8.488 filhas, 230 rebanhos e com uma matriz de parentesco com, aproximadamente, 16 mil animais. Contudo, em 2011, esses números cresceram a olhos vistos: o nú-mero de touros passou para 1.400, isto é, um acrés-cimo superior a 15%; o número de filhas chegou a 10.900, ultrapassando 28% de acréscimo; o núme-ro de rebanhos cresceu acima de 25%, chegando a 288. Por fim, a matriz de parentesco apresentou um acréscimo próximo a 70% e foi preparada com o pe-digree de 27 mil animais, aproximadamente. Esses números deixam claro o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo PMGG.

Mas, voltando à nossa conversa no início des-te artigo, você se lembra da história do matemático na festa? Pois é, essa história é real, acontece com frequência e um dos autores deste texto é o mate-mático em questão... nós só não vamos falar quem é, porque, se você souber, nunca vai convidá-lo para uma festa...

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André Junqueira Zootecnista e técnico da Girolando

A longevidade de nossas vacas

Como é falado por muitos, a vaca Girolando é um animal muito longevo. No dia a dia do campo podemos nos deparar frequentemen-

te com as “vovós” nos currais, o que nos deixa mui-to satisfeitos. São vacas que ao longo de sua vida produtiva contribuíram muito para o plantel e, prin-cipalmente, para o bolso do seu dono.

Em relatos, escriturações e pelos arquivos da Associação de Girolando, encontramos dados de animais diferenciados, como a “Disparada”, uma vaca 5/8 Holandês, que é a terceira maior lactação vitalícia no seu grau de sangue. Nascida em 1994, está com 13 lactações encerradas, uma em anda-mento, prenha para o 15º parto, e produção acumu-lada de 56.179 kg de leite.

Outro exemplo é a Angola, uma 1/2 sangue extremamente eficiente, um pouco mais nova, mas que aos 13 anos de idade está no seu 10º parto, com produção vitalícia de 52.584 kg de leite, idade ao pri-meiro parto aos 26 meses, total de 3.005 dias em lactação, produção média de 17,5 kg/dia e 1,9 doses de sêmen gastas por parto (dados do criador).

Recentemente, nas andanças tive o prazer de

registrar Tanga, cujo criador teve o orgulho em dizer que ela era V1, do final de 1990, e que no auge dos seus 21 anos está prenha e com a saúde em perfei-tas condições.

Procurando sobre a idade média de vacas lei-teiras, um estudo da Embrapa feito com animais da raça holandesa mostra que a média do número de crias é 2,6 partos e que o máximo no rebanho ava-liado foi de oito partos. Veja tabela 1.

Angola RBR, proprietaria Amélia Braga Reis

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Comprovando a longevidade das nossas va-cas, anualmente a Girolando divulga o ranking das maiores produções vitalícias (tabela acima), feito com base no banco de dados do Serviço de Contro-le Leiteiro da raça.

Com estes dados e relatos podemos constatar que a vaca Girolando é um animal longevo, produti-vo e principalmente lucrativo para seu proprietário.

Referencias bibliográficas:Leite, Tisa Echevarria; Moraes, José Carlos; Pimentel, Cláudio Alves. Eficiência Produtiva e Reprodutiva em Vacas Leiteiras. Ciência Rural, Santa Maria, v. 31, n3, p.467-472, 2001.

Disparada do Morro, proprietário Olavo de Resende Barros Júnior

Tanga JAV, proprietário José Antonio Vieira

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Quase 100 técnicos de todo o Brasil participa-ram do II Workshop do Programa de Melhora-mento Genético da raça Girolando e Encontro

de Controladores. Neste ano, o número de partici-pantes foi cerca de 40% maior que no ano passado, confirmando o aumento do interesse pela raça no país. O encontro teve como objetivo apresentar os procedimentos e critérios para execução do Controle Leiteiro em todo o território nacional, além de discu-tir diversos assuntos referentes ao programa de me-lhoramento genético da raça. Entre os participantes estiveram representantes de entidades de pesquisa, de associações de criadores, técnicos credenciados e prestadores de serviços.

O evento, realizado nos dias 10 e 11 de novem-bro, no IFTM (Instituto Federal do Triângulo Mineiro), em Uberaba (MG), foi aberto pelo presidente da As-sociação Brasileira dos Criadores de Girolando, José Donato Dias Filho. No primeiro dia, os participantes acompanharam as novidades sobre qualidade do leite e coleta de amostras, importância do controle leiteiro, da persistência da lactação, a implantação de novas medidas do Programa de Melhoramento Genético da raça Girolando (PMGG), entre outros as-

Controle Leiteiro em debate

suntos. Também foram apresentadas as mudanças no regulamento do Serviço de Controle Leiteiro para 2012, aprovadas pelo Conselho Deliberativo Técnico.

Durante a mesa redonda realizada no final do primeiro dia do evento, foi abordada a necessidade de maior interatividade entre o setor responsável pela prova zootécnica e os técnicos, para uma comu-nicação mais clara e eficaz. Outro assunto debatido foi a atual situação do Controle Leiteiro. “Como re-sultado, esperamos ter, a partir deste evento, melhor interatividade entre o Setor de Controle Leiteiro e os técnicos, para que ambos possam colher os frutos que a raça proporciona”, disse o coordenador de Processamento de Dados do Controle Leiteiro, Jean Carlos.

No segundo dia do evento, os Parceiros Mas-ter da Girolando apresentaram as novidades de cada empresa e falaram sobre a maximização da produti-vidade leiteira, vaca leiteira rentável e funcional para os trópicos¸ ferramentas da reprodução e tratamento das afecções de casco em animais lactantes.

Os candidatos a controladores fizeram avalia-ções teóricas e práticas para atuarem no Serviço de Controle Leiteiro no país.

Controladores tiveram aula pratica durante o Workshop

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Feileite 2011

Com uma participação 25% maior no número de animais inscritos, a Girolando foi a raça com maior participação na 5ª Feira Internacional da Cadeia Pro-dutiva do Leite (Feileite). O evento aconteceu de 31 de outubro a 4 de novembro, no Centro de Exposição Imigrantes, em São Paulo. Neste ano, a exposição re-cebeu 25 mil visitantes nos cinco dias de evento, três mil a mais que em 2010; teve nove leilões e 2.600 ani-mais de seis raças bovinas, além de bubalinos. A raça Girolando teve 460 exemplares partici-pando das competições da XVIII Exposição Interesta-dual de Girolando, que aconteceu na Feileite. Foram 92 bovinos a mais que em 2010. A previsão inicial era de 400 bovinos, porém a grande procura levou a Asso-ciação Brasileira dos Criadores de Girolando a ampliar o total de vagas. Na pista de julgamento concorreram 439 animais. O julgamento aconteceu nos dias 1º e 2 de novembro, sob o comando do jurado Limírio Cezar Bizinotto. Além da pista e do torneio, a raça teve dois leilões e um shopping, totalizando 530 animais expos-tos na feira. Esta foi a maior participação da raça na Feileite. No estande da Girolando os visitantes pude-ram conhecer mais detalhes sobre a raça e os serviços prestados pela Associação. Leilões - Dois pregões da raça fizeram parte

da programação da feira. No dia 31 de outubro acon-teceu o 1º Leilão Genética da Capital. A média por animal foi de R$ 12.862,22. Já no dia 2 de novembro foi realizado o 2º Leilão Nação Girolando. A média por animal ficou em R$ 16.797,65. Torneio Leiteiro - A Girolando realizou pela primeira vez na Feileite um Torneio Leiteiro. Atual re-cordista de produção, neste tipo de competição, a 3/4 sangue, Germina Benta, venceu na categoria Novilha, sagrando-se Grande Campeã Geral ao atingir a média de 78,397 kg/leite. Em outubro Germina Benta, que pertence ao criador Bernardo Garcia de Araújo Jorge, tornou-se recordista da raça ao alcançar média diária de 79,03 quilos de leite durante a Exposição Agrope-cuária de Lins (Expolins 2011). A segunda colocada da categoria Novilha foi Natureza VI Teatro da Origem, fê-mea 1/2 sangue, de propriedade de Enéas Rodrigues Brum.

Girolando predomina na Feileite 2011

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Campeã Torneio Leiteiro Germina Benta

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Girolando 1/2 Melhor Fêmea Jovem: Henna FIV Eduard Volta FriaExpositor: Filipe Alves GomesMelhor Vaca Jovem: Folia JM Monte AlverneExpositor: Filipe Alves GomesGrande Campeã: Folia JM Monte AlverneExpositor: Filipe Alves Gomes

Girolando 3/4Melhor Fêmea Jovem: Carmelo Rose DolmanExpositor: Enéas Rodrigues BrumMelhor Vaca Jovem: Folha TE do R. GrandeExpositor: José Carlos da MataGrande Campeã: Baroneza Jurist Santa LuziaExpositor: Alexandre Saraiva de MoraesMelhor Macho Jovem: Brazao Bixia Toystory -ETExpositor: Luiz Carlos RodriguesGrande Campeão: JPZ Basileu Argeu Linda FIVExpositor: Alexandre Saraiva de Moraes

Girolando 5/8Melhor Fêmea Jovem: Vitrine FR RecreioExpositor: Mila de Carvalho Laurindo e CamposMelhor Vaca Jovem: Melodia 2 JINTX 5 EstrelasExpositor: Agenor Afonso do AmaralGrande Campeã: Melodia 2 JINTX 5 EstrelasExpositor: Agenor Afonso do AmaralMelhor Macho Jovem: Lafe 174 MarvelExpositor: Leandro de AguiarGrande Campeão: King Frank Dom NatoExpositor: José Donato Dias Filho

Melhor Criador/Expositor: José Donato Dias Filho

A campeã vaca geral foi a 1/2 sangue Fã Mer-gulhão, que teve produção média de 73,677 quilos de leite. Ela pertence ao criador Geraldo Antonio de Oli-veira Marques. A segunda colocada foi a 3/4 sangue, Espadilha Touch, de propriedade de Luis José Marri-chi Biazzo. No total, concorreram no 1º Torneio Leiteiro da Raça Girolando, na Feileite, 21 fêmeas, divididas nas categorias Novilhas e Vacas e por grau de sangue (1/4, 1/2, 3/4 e 5/8).

Grande Campeã 1/2 sangue

Grande Campeã 3/4 sangue

Grande Campeão 3/4 sangue

Grande Campeã 5/8 sangue

Grande Campeão 5/8 sangue

Feileite 2011

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Flashes da Feileite

Criadores e Organizadores da EAPIC de São João da Boa Vista com o Presidente José Donato e Paulo Ricardo Maximiano

Enéas Brum, sua esposa Ana Cláudia e Matheus Fagundes Galdino José, José Eustáquio Sena, Jônadan Ma, Celso Menezes e Jorge Papazoglu

Geraldo Magela, Antonio Carlos Jr, Christian Motta, Henrique Valle e Lúcio Machado

Germano Franco e sua esposa Mara Cazuza Herbert Siqueira - Centrogen João Domingos, Eugênio Deliberato e José Donato Dias Filho

José Donato, José Coelho Vitor, Maurício Coelho, Luis Felipe, Ha-roldo L Costa e Roberto S Júnior

José Geraldo Vaz e João Domingos Leopoldo Morais, Luis Carlos Rodrigues e Jorge Papazoglu

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Magnólia Silva e Vanessa S. Lobato Maria Cristina e Luciano Leão com Frederico Barros e esposa Mário Roberto Ewbank Seixas e Jaqueline Fagundes

Newton Ramos e Wellerson Silva Parceira Master ABS Pecplan Parceira Master CRV Lagoa

Parceira Master MSD Saúde Animal Parceira Master Nutron Parceira Master Semex

Paulo Ricardo Maximiano, Miller Cresta e Jônadan Ma Pedro Dias e João Marcos Roberto Almeida, Roberto Carvalho, Betinho e Valdemar Yabesk

Roberto Carvalho, Betinho, Tomaz Sérgio, Celso Menezes e Ricardo Andrade

Thiago e Jerônimo Ferreira - Morada Corinthiana Wagner Campos e sua esposa Mila Carvalho Laurindo e Campos

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Goiás contou com mais uma exposição da raça, neste ano. A 10ª ExpoCaçu aconteceu de 11 a 18 de setembro. Sob a batuta do jurado José Ja-cinto Júnior, o julgamento de Girolando aconteceu no dia 11 daquele mês, no Parque de Exposições da cidade.

ExpoCaçu 2011Girolando 1/2Melhor Fêmea Jovem: Amante Teatro da OrigemExpositor: Roberto A. Peres/Rogério O. CorreaMelhor Vaca Jovem: Gramatista FIV do PeryExpositor: Roberto A. Peres/Rogério O. CorreaGrande Campeã: Gramatista FIV do PeryExpositor: Roberto A. Peres/Rogério O. Correa

Girolando 3/4Melhor Fêmea Jovem: Mania RyiExpositor: Ediney Cabral MarquesMelhor Vaca Jovem: Darlene Emory Irara IIExpositor: José Benedito Porto

Girolando 5/8 Melhor Fêmea Jovem: Pérola Wildman Irara IIExpositor: José Benedito PortoMelhor Vaca Jovem: Donatella Restha do TiagoExpositor: Tiago Guimaraes de AssisGrande Campeã: Medalha Shady ITExpositor: Itamir Faria ValleMelhor Macho Jovem: Fubá Sabia ITExpositor: Paulo Ferreira Leão JuniorGrande Campeão: Jucah Esnobe Dom NatoExpositor: Ildo Ferreira

Melhor Criador/Expositor: Itamir Faria Valle

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Melhor Criador/Expositor Geral:Luís Evandro Aguiar

Girolando 1/2Melhor Fêmea Jovem: Finesa FIV do IaiaExpositor: Tomaz Sergio Andrade de Oliveira Jr.Melhor Vaca Jovem: Rayka Blitz FIV LEExpositor: Luis Evandro AguiarGrande Campeã: Uvaia Cash Boa VistaExpositor: Paulo H. Machado/Henrique F. Machado

Girolando 3/4Melhor Fêmea Jovem: Ilusão Kingly TannusExpositor: Delcio Vieira Tannus FilhoMelhor Vaca Jovem: Essencia Wildman TannusExpositor: Delcio Vieira TannusGrande Campeã: Ginga LinsExpositor: Waldir Junqueira de AndradeMelhor Macho Jovem: Brazão Bixia Toystory -ETExpositor: Luiz Carlos Rodrigues

Girolando 5/8 Melhor Fêmea Jovem: Taza Maia Correa Expositor: Solomon Jung Mim MaMelhor Vaca Jovem: Águia FIV Blitz M. CorinthianaExpositor: Nelson ArizaGrande Campeã: Águia FIV Blitz M. CorinthianaExpositor: Nelson ArizaMelhor Macho Jovem: Faisão GF Basic N. Sra. do CarmoExpositor: Germano Novais Franco

50ª Expo Rio Preto De 2 a 16 de outubro a cidade de São José do Rio Preto (SP) sediou a 50ª Expo Rio Preto. O evento teve julgamento da raça Girolando, no dia 13, conduzido pelo jurado Fábio Fogaça.

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RANKING NACIONAL GIROLANDO 2011 /2012(Parcial: em 18/11/2011)

CRIADORES

Obs.: Não estão incluídos nesta parcial do ranking os resultados das Exposições de Serra/ES, Papagaios/MG e Uberlândia/MG. As duas primeiras por não terem obtido os índices para o ranqueamento e a última por não ter enviado a documentação do evento para a GIROLANDO até a data desta publicação.

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EXPOSITORES

CRIADOR-EXPOSITOR GERAL

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COLOSTRO

Comunicações de Nascimento – CDN Para que as comunicações de nascimento (CDN) sejam validadas pelo Serviço de Registro Ge-nealógico da Raça Girolando (SRGRG), é necessário que o criador tenha realizado a comunicação da co-brição. Sem as informações da cobrição a comuni-cação de nascimento será recusada e os produtos não receberão o Controle ou Registro Genealógico de Nascimento. As comunicações recusadas somen-te poderão ser validadas mediante regularização da documentação, juntamente com a apresentação de justificativas, após análise da Superintendência Téc-nica do SRGRG.

Devolução de comunicações e documentos Desde o ano passado, após auditoria do Mi-nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Setor de Controle de Genealogia da Gi-rolando está devolvendo as comunicações de cobri-ção, nascimento ou qualquer outro tipo de documen-to referente ao Serviço de Registro Genealógico que não esteja devidamente preenchido. A falta de preen-cimento dos campos de registro ou controle, nomes dos pais e do número da CDC, na comunicação de nascimento (CDN), são as pendências que ocorrem com maior frequência. Pedimos a todos os associa-dos que preencham completamente os formulários, para evitar a devolução dos mesmos.

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DNA – obrigatoriedade para FIV e TE Os criadores que utilizam as técnicas de FIV e TE para reprodução devem ficar atentos quanto à obrigatoriedade do exame de DNA com qualificação de parentesco dos genitores (pai e mãe) para que os produtos possam receber o controle ou registro de nascimento (CGN ou RGN). O material para con-trole genealógico de animais provenientes de TE ou FIV somente é liberado para os técnicos de registro, pelo Setor de Controle de Genealogia, após o recebi-mento do exame de DNA com qualificação dos pais (bilateral). Sendo assim, orientamos os criadores a providenciarem, após o nascimento dos animais, conforme orientações dos laboratórios, a coleta de material para ser enviado ao laboratório, com o intui-to de agilizar a verificação de parentesco. É importan-te, também, que as doadoras, ao entrarem em pro-gramas de TE ou FIV, tenham seu material coletado e enviado ao laboratório, garantindo que os produtos poderão ser testados no futuro, evitando problemas em casos de morte ou venda das doadoras. Vale ressaltar que a escolha do laboratório a realizar os exames é feita pelo criador, devendo ser um labora-tório idôneo, que esteja devidamente credenciado ao Mapa, para esta finalidade.

Exposições Ranqueadas 2011/2012 A partir do Ranking Girolando 2011/2012, ini-

Leandro de Carvalho PaivaSuperintendente Técnico

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ciado após a MEGALEITE 2011, 100% dos animais participantes de exposições ranqueadas deverão possuir genealogia conhecida, ou seja, livro fechado. As exposições que não cumprirem esta regra serão automaticamente excluídas do ranking. O regula-mento de exposições encontra-se disponível no site www.girolando.com.br.

Comunicações On-line (Web associado) O módulo de comunicações on-line já está dis-ponível no site da Girolando para todos os associa-dos. Nesta fase inicial será permitida a realização de comunicações de cobrição e nascimento. Os interes-sados em iniciar o cadastro das comunicações atra-vés do site, deverão entrar em contato com o Setor de Tecnologia da Informação, para obter o cadastro no sistema.

Controle de Genealogia e Registro Genealógico de Nascimento – CGN / RGN

Todos os animais, ao receberem o controle ou registro de nascimento deverão estar identificados pelo número de nascimento, através de marcação a fogo na perna esquerda ou através de tatuagem na orelha, também colocada do lado esquerdo do ani-mal. Tanto a marcação quanto a tatuagem deverão conter os quatro dígitos do número do CGN ou RGN, devendo estar com boa visibilidade. A marcação ou tatuagem pode ser realizada por qualquer pessoa autorizada pelo criador (técnico responsável pelo rebanho, vaqueiro etc.) ou por ele próprio, desde que realizada antes da inspeção dos animais. Este procedimento permitirá ao técnico do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando (SRGRG) uma dedicação maior de seu tempo duran-te a visita técnica na propriedade para o fornecimen-to de orientações e instruções quanto ao trabalho de seleção realizado pelo criador. Caso os animais não estejam corretamente identificados, o técnico deverá proceder a marcação do número de nascimento, uti-lizando boa parte de seu tempo durante a visita para realização deste procedimento.

ATENÇÃO: Quando for realizar a marcação a fogo ou tatuagem pela primeira vez, entre em contato com o Departamento Técnico da Girolando ou com um téc-nico de sua preferência e solicite instruções.

ADT – Autorização de Transferência O certificado de controle de genealogia ou re-

gistro genealógico possui vários benefícios e vanta-gens, sendo uma delas a comprovação de proprieda-de do animal. Esta comprovação é muito importante em diversas situações, como por exemplo: participa-ção do animal em exposições oficiais, transporte ou venda do animal para fora do Estado, inscrição do animal no Serviço de Controle Leiteiro, entre outras situações. Ao adquirir um animal é importante que o comprador solicite ao vendedor a Autorização de Transferência (ADT) e o certificado original, para que a transferência possa ser concretizada. Somente com a apresentação destes documentos o criador conse-guirá transferir o animal para seu nome, usufruindo de todos estes benefícios e vantagens. Para a realiza-ção da transferência os documentos deverão ser en-viados ao Setor de Expedição de Certificados da Gi-rolando. Após os procedimentos internos, um novo certificado será enviado ao proprietário atual dos ani-mais. Orientamos a todos que solicitem ou forneçam a ADT sempre que for realizada qualquer compra ou venda de animais registrados ou controlados, evitan-do, assim, possíveis transtornos. Vale lembrar que nos casos de venda parcelada ou a prazo o vende-dor tem o direito de fornecer a ADT e o certificado original somente após a quitação da última parcela ou do valor total da dívida, conforme previsto em lei. Em alguns casos são realizados acordos entre as par-tes para a antecipação da transferência e liberação do certificado original. O formulário de ADT poderá ser solicitado a qualquer momento junto ao Depar-tamento Administrativo da Girolando ou através do e-mail: [email protected].

Reposições de brincos de identificação Informamos que as reposições de brincos de registro ou controle e de rebanho de fundação de-vem ser solicitadas junto ao Setor de Controle de Genealogia, para que possam ser confeccionados e em seguida repostos por um técnico do SRGRG. A Associação está trabalhando junto à empresa forne-cedora do material um produto mais resistente e du-rável, que venha a minimizar a perda dos brincos de identificação.

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Gestão 2011 – 2013

Dados dos AssociadosAssociados ativos em 31/12/2010 2.138Novos associados no período 444Associados que retornaram ao quadro 28Desligamento de associados 95Associados ativos em 30/11/2011 2.515

Balancete 01/01/2011 a 30/11/2011 Receitas R$ 4.946.199,42 Despesas R$ 4.279.239,07 Resultado R$ 666.960,35

Registros (Janeiro/novembro – 2011)RGD 68.992RGN 19.686RF 3.813Total 92.491

Parque da GameleiraCom o intuito de evitar a demolição do Parque de Ex-posições da Gameleira, na capital mineira, a Girolando participou ao lado de outras 26 entidades de classe de importante mobilização junto à população local e às li-deranças estaduais. As entidades enviaram, no dia 4 de novembro, ao vice-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, a “Carta Aberta aos cidadãos e cidadãs de Belo Horizonte e de Minas Gerais - Pela manutenção do Parque de Exposições da Gameleira”. O documento re-força a importância do Parque da Gameleira para o setor. O diretor da Girolando, Adolfo José Leite Nunes, assinou a Carta em nome da Associação. Segundo a Carta, no dia 13 de setembro de 2011, o governo mineiro informou às associações de criadores que o Parque seria demoli-do para construção de um centro de convenções, com três pavilhões e um hotel. Uma comissão representando as 22 entidades instaladas no Parque foi recebida pelo vice-governador e pelo secretário de Agricultura, Elmiro Nascimento, no dia 20 de setembro. Como resultado da mobilização, o governo decidiu manter o calendário de feiras em 2012 e 2013, e que o Parque só será transferido de lugar quando outro for construído.

ReconhecimentoA Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, nes-te último trimestre de 2011, recebeu duas homenagens que ficamos felizes em compartilhar com todos os nos-sos associados:1)“Manifestação de Aplauso”, da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, por iniciativa do Deputado Bosco, pela realização do 1º Congresso Brasileiro da Raça Girolando.2) Troféu Embrapa Gado de Leite – 35 anos, categoria “Associação de Criadores”.

Auditoria MAPAO Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) realizou nova auditoria Técnico-Fiscal do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando – SRGRG. Ela ocorreu entre os dias 5 a 7 de outubro de 2011, na sede da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em Uberaba (MG). A anterior foi em julho de 2010. Antes da auditoria do ano passado, a última havia sido realizada em 1995. De acordo com o Superintendente Técnico do SRGRG, Leandro Paiva, as auditorias são de fundamental importância para que os serviços prestados sejam cons-tantemente melhorados, pois, além de verificarem os procedimentos que devem ser realizados rotineiramente, os auditores do MAPA também orientam toda a equi-pe de colaboradores da Girolando e fazem sugestões de grande importância. De acordo com o MAPA, desde 2010 as auditorias passaram a ser constantes em todas as entidades delegadas para executar registros genealó-gicos e provas zootécnicas de animais no Brasil, o que comprova a importância do trabalho que é desenvolvido pelas associações de criadores. Calendário 2012Em virtude dos feriados nacionais e recessos, não haverá atendimento na sede e nos escritórios da Girolando, nas seguintes datas: 01 a 16 de janeiro - Férias coletivas 20 de fevereiro (segunda-feira) - Comemoração Dia do Comerciário21 de fevereiro (terça-feira) - Carnaval (feriado nacional)02 de março (sexta-feira) - Aniversário de Uberaba (feria-do em Uberaba)06 de abril (sexta-feira) - Paixão de Cristo (feriado nacio-nal)01 de maio (terça-feira) - Dia Mundial do Trabalhador (fe-riado nacional)07 de junho (quinta-feira) - Corpus Christi (feriado nacio-nal)13 de julho (sexta-feira) - Compensação MEGALEITE, re-ferente aos dias de trabalho na feira (recesso em Ubera-ba)15 de agosto (quarta-feira) - Dia de Nossa Senhora da Abadia (feriado em Uberaba)07 de setembro (sexta-feira) - Independência do Brasil (feriado nacional)12 de outubro (sexta-feira) - Dia de Nossa Senhora Apa-recida (feriado nacional)02 de novembro (sexta-feira) - Dia de Finados (feriado nacional)15 de novembro (quinta-feira) - Proclamação da Repúbli-ca (feriado nacional)20 de novembro (terça-feira) - Dia da Consciência Negra (feriado em Uberaba)20 de dezembro (quinta-feira) - Início das férias coletivas

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Encontro com deputados Deputados federais conheceram, no dia 19 de outubro, o potencial da raça Girolando para produção de leite, durante reunião com os diretores da Associação Brasi-leira dos Criadores de Girolando. A reunião aconteceu na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), e reuniu cerca de 50 pessoas. Além dos parlamentares, estive-ram presentes os diretores da Girolando, o superinten-dente técnico da Associação, Leandro Paiva, o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Duarte Vilela, e o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite (CNA), Rodrigo Alvim.Os deputados Aelton Freitas (PR/MG); Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP); Carlos Magno (PP/RO); Celso Maldaner (PSDB/SC); Gonzaga Patriota (PSB/PE); Junji Abe (PSD/SP); Luiz Carlos Setim (DEM/PR); Marcos Montes (PSD/MG); Moreira Mendes (PSD/RO); Paulo Piau (PMDB/MG); Raimundo Gomes de Matos (PSDB/CE); Reinhold Stephanes (PSD/PR) e Weliton Prado (PT/MG) participa-ram do encontro.

UFMGCom o tema “Associação de Girolando: Como atua e quais as perspectivas e desafios?”, a palestra ministra-da pelo técnico da entidade, André Nogueira Junqueira, esclareceu dúvidas de estudantes e professores da Uni-versidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre a raça Girolando. O evento, realizado no dia 11 de outubro, no auditório do Departamento de Zootecnia da Esco-la de Veterinária da UFMG, contou com a presença de integrantes do Grupo de Estudos em Pecuária Leiteira (GPLeite), de alunos de graduação, de pós-graduação e professores. O GPLeite existe desde 2004 e tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento das teses de mes-trado e doutorado, orientadas pelo professor Ronaldo Braga Reis, idealizador deste grupo, que também busca o estímulo ao estudo além das dependências da Escola de Veterinária, conseguindo apoio para palestras, con-gressos, encontros, cursos, entre outros.

Congreleite O futuro da produção leiteira no Mato Grosso foi discu-tido durante o 1º Congresso Estadual do Leite (Congre-

Leite), ocorrido nos dias 29 e 30 de outubro, em Miras-sol D’Oeste (MT). O técnico da Girolando, Jesus Lopes Júnior, foi um dos palestrantes e abordou a “Morfologia para compra”. Cerca de 500 pessoas participaram do Congreleite, realizado pela Associação dos Empreende-dores Rurais de Mato Grosso (Asseru-MT) em parceria com a Associação Mato-grossense dos Criadores de GIR (GIR-MT) e com o apoio da Girolando. Segundo os organizadores, a proposta é realizar o evento em outros municípios, em 2012.

Agência Goiana Diretores da Agência Goiana de Desenvolvimento Re-gional (AGDR) conheceram, no dia 19 de outubro, o trabalho que a Girolando vem desenvolvendo no Brasil em prol do melhoramento genético da raça. O técnico da Associação, Bruno Viana, apresentou os projetos da entidade e as vantagens de se criar a raça leiteira, que responde por 80% da produção nacional de leite. Parti-ciparam da reunião o diretor de Gestão, Planejamento e Finanças da AGDR, Juarez Viana e os gerentes dos Programas de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal e do Oeste Goiano, Emí¬lio Pávoa e José San-tana, respectivamente. A reunião contou com as par-ticipações da zootecnista Paula Amália e do consultor terceirizado do Sebrae, Hildo Áureo Viana.

Parceria entre AGDR e GirolandoGoiás está entre os maiores Estados produtores de leite do paí¬s. De acordo com o representante da AGDR, José Juarez Viana, o Girolando responde pelo maior efetivo bovino de leite no Estado, constituindo uma opção viável para os municí¬pios com vocação para a pecuária leiteira. Neste ano, a Associação inaugurou, em Goiânia, um Escritório Técnico Regional para aten-der os criadores de Goiás. As duas entidades devem trabalhar em parceria, em breve, com a aplicação de ferramentas do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando em programas dentro de Arranjos Produtivos Locais, consórcios intermunicipais, coope-rativas e associações de produtores. Trata-se, portanto, de uma alternativa dentro dos programas de desenvol-vimento regional.

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HomenagemA criadora Mila de Carvalho Laurindo e Campos foi uma das homenageadas nos 35 anos da Embrapa Gado de Leite. Titular da Fazenda Recreio, localizada em São José de Ubá (RJ), ela recebeu a homenagem na catego-ria Produtora Rural, em reconhecimento às relevantes contribuições para o desenvolvimento da pecuária lei-teira nacional. A Fazenda Recreio colabora participando dos testes de progênie das raças Gir Leiteiro, Girolando e Holandês e, ainda, no trabalho de sequenciamento do genoma bovino. Na foto, o chefe geral da Embrapa Gado de Leite, Duarte Vilela, Mila e o prefeito de Juiz de Fora, Custódio Mattos.

SIMLEITEOs Departamentos de Veterinária e Zootecnia da Uni-versidade Federal de Viçosa realizaram a terceira edição do Simleite (Simpósio Nacional de Bovinocultura Leitei-ra) entre os dias 3 e 5 de novembro, na cidade mineira de Viçosa. O evento teve como objetivo dar continuida-de ao processo de difusão de tecnologias e aumentar o intercâmbio de informações na área de produção de bovinos leiteiros.

Leilão beneficenteO 3º Leilão Beneficente do Instituto Boa Fé de Apoio ao Combate ao Câncer (INBF), em prol do Hospital do Câncer de Uberaba – Dr. Hélio Angotti, foi realizado no dia 17 de dezembro, em Uberaba (MG). Segundo o pre-sidente do INBF e vice-presidente da Girolando, Jôna-dan Ma, a prioridade do evento é salvar vidas, suprindo com medicamentos os pacientes oncológicos do Hos-pital Dr. Hélio Angotti. Entre as empresas que trabalha-ram gratuitamente no leilão, estão o canal de televisão

SBA e a NovaSat. Várias entidades do setor pecuário, como a Girolando, apoiaram o evento.

GeorreferenciamentoO governo federal atendeu a um pedido da presiden-te da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, e prorrogou o prazo para início do processo de identificação georreferenciada de imóveis rurais com menos de 500 hectares. A prorro-gação foi determinada por meio do Decreto 7.620, pu-blicado na edição da última segunda-feira (21/11), do Diário Oficial da União. A Lei 10.267/2001 estabelece a necessidade de georreferenciamento no caso de trans-ferência de titulação de terras (compra, venda, doação, desmembramento ou sucessão). Com a prorrogação, o procedimento só será exigido para propriedades com mais de 500 hectares. O cronograma inicial estabelecia a exigência de georreferenciamento para propriedades com menos de 500 hectares a partir de 21 de novembro de 2011, mas o decreto publicado fixou novos prazos, que variam de acordo com o tamanho da propriedade. Para agricultores que possuam área de 250 a 500 hecta-res, o georreferenciamento começa em 21 de novem-bro de 2013. O prazo para propriedades rurais com área de 100 a 250 hectares começa em 21 de novembro de 2016. Para imóveis rurais com área de 25 a 100 hecta-res, o georreferenciamento será exigido a partir de 21 de novembro de 2019. Para propriedades rurais com menos de 25 hectares, a exigência vale a partir de 21 de novembro de 2023.

MercadoA Alta Genetics já vendeu 3 milhões de doses de sê-men em 2011. “Este volume foi conquistado graças a uma equipe de campo qualificada, a uma completa ba-teria de touros aliados aos programas, que tem como objetivo entregar os melhores resultados aos nossos clientes”, afirma Heverardo Rezende de Carvalho, dire-tor Geral da Alta no Brasil. No segundo semestre deste ano, a Alta Genetics investiu mais de meio milhão de reais na compra de equipamentos para seu laboratório.

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Crescimento ContínuoJean Carlos

Coordenador de Processamento de Dados do Controle Leiteiro

Desde que foi implantado, em 1989, o Serviço de Controle Leiteiro (SCL) é um programa disponí-vel para os associados da raça Girolando. É no-

tória a utilidade dessa ferramenta dentro do rebanho, pois permite ao associado direcionar melhor seu mane-jo, já que com ele é possível identificar os animais que têm melhor aptidão leiteira e qual regime alimentar é o mais indicado ao rebanho, levando-se em considera-ção a relação custo-benefício. Dessa maneira, conhece-se melhor o potencial genético dos animais, garantindo sua maior valorização de mercado, além de alavancar o status quo de uma propriedade. Também vale lembrar que somente filhos machos de vacas participantes do SCL podem ser registrados na Girolando.

Historicamente o Controle Leiteiro está contando cada vez mais com a participação dos associados que buscam trazer um diferencial para sua propriedade. As estatísticas do setor comprovam: o Controle Leiteiro vem caindo no gosto dos associados e o número de animais participantes também vem crescendo expo-nencialmente.

Em 2008 havia mais de 10.000 animais partici-pantes; em 2010 (dois anos depois) o setor fechou com mais de 17.000 participações, incluindo-se todos os graus de sangue da raça, juntamente com animais das raças Gir e Holandês, cadastrados. Em 2011, a previsão é de mais de 20 mil lactações.

O trabalho primoroso da equipe do Departamento de Provas Zootécnicas (DPZ), onde o SCL está inserido juntamen-te com o Programa de Melhoramento Ge-nético da Raça Girolando (PMGG), garante o bom andamento das atividades, mesmo que tenham aumento significativo. Com criatividade e força de vontade a equipe sabe sanar os pontos fracos do setor, re-organizá-lo e adaptá-lo a cada novidade.

É um esforço deveras persistente, pois hoje as mudanças ocorrem em ritmo mais acelerado, exigindo, cada vez mais, uma rápida resposta para os problemas que surgem. Os resultados dessas novas ideias ocorrem de dentro do setor para fora, e alguns podem ser percebidos pe-los associados, como a inserção de infor-

mações do SCL no site, por exemplo, algo solicitado pelos associados anteriormente.

O trabalho de nossos técnicos credenciados também é de suma importância para o setor, pois o Controle Leiteiro pode ser realizado somente de ma-neira oficial por meio desses controladores. Durante madrugadas e enfrentando diversas condições climáti-cas, esses profissionais fazem valer os métodos e pro-cedimentos inerentes ao SCL. São “nossos olhos” no campo e nos dão o respaldo de parte das mudanças necessárias e das falhas a serem corrigidas.

Em 2011, cuja previsão é de superar os números do ano anterior, fica a certeza de que o trabalho realiza-do pelo Controle Leiteiro abrange não somente asso-ciados, técnicos e setores da Associação. Analisando a cadeia produtiva do leite como um todo, percebemos que nosso trabalho, nossos esforços e resultados al-cançados se convertem em benefícios para toda a so-ciedade, ao ter como resultado final o leite, alimento nobre e de larga utilidade.

À medida que o SCL cresce continuamente, es-peramos poder contar cada vez com o apoio da Asso-ciação, dos técnicos e dos associados, para que juntos continuemos a realizar um trabalho forte e ideal para todos e, assim, possamos continuar avançando, ino-vando e oferecendo o melhor da raça Girolando.

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coNome Cargo e/ou Setor Email Telefone

Leandro Paiva Zootecnista - Superintendente Técnico do SRGRG [email protected] (34) 3331-6000Euclides Prata Zootecnista - Sup. Técnico Substituto e Técnico do SRGRG [email protected] (34) 9972-3965Fernando Boaventura Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (34) 9248-0302Jesus Lopes Júnior Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (34) 9134-8666José Renes Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (34) 9972-7882Juscelino Ferreira Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (34) 9978-2237Limírio Bizinotto Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (34) 9972-2820Marcello Cembranelli Méd. Veterinário - Coord. Operacional do PMGG e DPZ [email protected] (34) 3331-6000Edivaldo Júnior Técnico Agrícola - Técnico do PMGG e DPZ [email protected] (34) 3331-6000Wewerton Rodrigues Zootecnista - Técnico do PMGG e DPZ (Juiz de Fora/MG) [email protected] (34) 3331-6000Sérgio Esteves Eng. Agrônomo - Departamento de Exposições e Ranking [email protected] (34) 3331-6000

José Mauad Superintendente Administrativo/Financeiro [email protected] (34) 3331-6000Edlaine Boaventura Faturamento [email protected] (34) 3331-6000Paula de Oliveira Cobrança [email protected] (34) 3331-6000Renata Cristina Contas a Pagar e Grife Girolando [email protected] (34) 3331-6000Nabor Paim Contabilidade [email protected] (34) 3331-6000Carolina Castro Secretária da Presidência e Diretoria [email protected] / [email protected] (34) 3331-6000Tassiana Giselle Secretária da Superintendência Técnica e Dep. de Julgamento [email protected] / [email protected] (34) 3331-6000Jean Carlos Serviço de Controle Leiteiro [email protected] (34) 3331-6000Nivaldo Faria Expedição de Certificados [email protected] (34) 3331-6000Jair Júnior Controle de Genealogia [email protected] (34) 3331-6000Luiz Fernando Tecnologia da Informação [email protected] (34) 3331-6000Larissa Vieira Assessora de Imprensa [email protected] (34) 3331-6000

ETR-BH (Belo Horizonte)Jesus Lopes Júnior Coordenador Técnico [email protected] (34) 9134-8666André Junqueira Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (37) 9964-8872Nilo do Valle Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (31) 9954-7789Katislene Oliveira Secretária [email protected] (31) 3334-5480

ETR-RJ/ES (Itaperuna)Fernando Boaventura Coordenador Técnico [email protected] (34) 9248-0302Érico Ribeiro Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (28) 9939-1501Lucas Facury Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (22) 9862-8480Ariane Fernandes Secretária [email protected] (22) 3822-3255

ETR-SP (Jacareí)Euclides Prata Coordenador Técnico [email protected] (34) 9972-3965Samuel Bastos Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (12) 3959-7292Márcia Keli Secretária [email protected] (12) 3959-7292

ETR-GO/DF (Goiânia)Limírio Bizinotto Coordenador Técnico [email protected] (34) 9972-2820Bruno Viana Zootecnista - Técnico do SRGRG [email protected] (62) 8212-2984Wanessa Silva Secretária [email protected] (62) 3203-5813

ETR-NE (Recife)Pétros Medeiros Méd. Veterinário - Técnico do SRGRG [email protected] (81) 9938-0070Janaina Santos Secretária [email protected] (81) 3032-3981

Representante Contato Email Telefones

Campo Grande – MS Dagmar Ferreira [email protected] (67) 9231-7121 / 9679-3440 Heitor Corrêa [email protected] (67) 9997-8464Guarantã do Norte – MT Jurandir Ribas [email protected] (66) 9991-1128 / 9967-5232Itarumã – GO Rubens Assis [email protected] (64) 3659-1276 / 9244-2320Itabuna – BA Jorge Miranda (73) 3212-5832 / 8822-4626Ji Paraná – RO Guilherme Pereira [email protected] (69) 3421-5736 / 9981-6745Lajinha – MG Antônio Carlos [email protected] (33) 3331-1183 / 9905-6480Lins – SP Marcelo Junqueira [email protected] (14) 3522-5952 / 9785-1739 Domicio Arruda [email protected] (82) 3358-5082 / 9997-0088Maceió – AL Ironaldo Monteiro [email protected] (82) 3235-1625 / 8816-9960 João Batista [email protected] (82) 9981-9085Paracatu – MG Marcelo Schettini [email protected] (38) 3671-5750 / 9962-1517Salvador – BA Nivio Bispo [email protected] (71) 3115-2728 / 8879-2657

Aracaju – SE Ranilson Cavalcanti [email protected] (79) 3247-3326 / 9971-1335Arapongas – PR Gilmar Sartori [email protected] (43) 3275-1811 / 9972-7576Brasília – DF Luiz Ricardo [email protected] (61) 9676-7207Barra do Garças – MT Adelino José [email protected] (66) 3401-5787 / 8114-9999Cacoal – RO Pedro Alves [email protected] (69) 3225-2942 / 9225-7025Cuiabá – MT Luiz Henrique [email protected] (65) 8138-041

Goiânia – GO Ana Carolina [email protected] (62) 3249-6343 / 8404-6136 Márcio Antônio [email protected] (62) 8420-4540 / 9607-2078Gurupi – TO Pedro da Silveira [email protected] (63) 3312-4591 / 8127-0080Jataí – GO Loni Soares [email protected] (64) 8402-3918 / 9964-3465Novo Mundo – MT Luiz Solano [email protected] (66) 3539-6103 / 9209-7898Palmas – TO Nicolau Muzzi [email protected] (63) 3215-4178 / 9911-9872Terra Nova do Norte – MT Anderson Linares [email protected] (66) 9622-6622 Tomé Açu – PA Rogério Barbosa [email protected] (91) 3734-1558 / 9114-3400

Telefone: (34) 3331-6000 Site: www.girolando.com.br E-mail: [email protected]

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