o gênero lírico

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GÊNERO LÍRICO - EM RESUMO FORMA = Poesia lírica (quase sempre = verso) PREDOMINÂNCIA DA SUBJETIVIDADE (REGISTRO DE EMOÇÕES). EXPRESSA ALGO. EM GERAL, EXPRESSA A VISÃO DO “EU” SOBRE O MUNDO E SOBRE SI PRÓPRIO.

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Page 1: O Gênero Lírico

GÊNERO LÍRICO - EM RESUMO

FORMA = Poesia lírica (quase sempre = verso)

PREDOMINÂNCIA DA SUBJETIVIDADE (REGISTRO DE EMOÇÕES).

EXPRESSA ALGO.

EM GERAL, EXPRESSA A VISÃO DO “EU” SOBRE O MUNDO E SOBRE SI PRÓPRIO.

Page 2: O Gênero Lírico

EM VERSO : Soneto, idílio, écloga, ode, hino, elegia, cantiga

EM PROSA : Poema em prosa

Page 3: O Gênero Lírico

A palavra lírico origina-se de um instrumento musical antigo chamado lira. Este instrumento foi muito utilizado pelos gregos a partir do século XIII a.C. Chamava-se lírica toda canção que era executada ao som da lira, inclusive as expressões poéticas. Porém, o século XV chegou e houve um afastamento do som lírico e da palavra poética, que passou a ser declamada.

Page 4: O Gênero Lírico

Formas líricas

Soneto – Trata-se de um poema de forma fixa, é composto de quatorze versos, agrupados em 2 quartetos e 2 tercetos.

Ex: “Soneto de Fidelidade “ Vinícius de Morais

Page 5: O Gênero Lírico

Soneto de fidelidadeVinícius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.

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Ode – Poema de exaltação a alguém ou a uma data. Ex: “ODE TRIUNFAL, ÁLVARO DE CAMPOS À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábricaTenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

Page 7: O Gênero Lírico

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!Em fúria fora e dentro de mim,Por todos os meus nervos dissecados fora,Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,De vos ouvir demasiadamente de perto,E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excessoDe expressão de todas as minhas sensações,Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! (...)

Page 8: O Gênero Lírico

Hino – Poema de elogio à pátria, ao Estado, ao município, a um clube.HINO À BANDEIRASalve lindo pendão da esperança!Salve símbolo augusto da paz!Tua nobre presença à lembrançaA grandeza da Pátria nos traz. Recebe o afeto que se encerraem nosso peito juvenil,Querido símbolo da terra,Da amada terra do Brasil! (...)

Page 9: O Gênero Lírico

Elegia – Poema em tom triste, normalmente envolvendo a temática da morte.Ex: “Cântico do Calvário “ – Fagundes Varela

Cântico do calvário À memória de meu Filhomorto a 11 de dezembro de 1863 Eras na vida a pomba prediletaQue sobre um mar de angústias conduziaO ramo da esperança. Eras a estrelaQue entre as névoas do inverno cintilavaApontando o caminho ao pegureiro. (...)

Page 10: O Gênero Lírico

Idílio – Poema que trata de assuntos pastoris e bucólicos. (Écloga tem o mesmo assunto , só que apresenta diálogo. )Ex: “Marília de Dirceu” - Tomás Antônio Gonzaga

PARTE ILira IEu, Marília, não sou algum vaqueiro,Que viva de guardar alheio gado;De tosco trato, d’ expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado.Tenho próprio casal, e nele assisto;Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

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O Eu-lírico é quando o poeta expressa sentimentos que não sentiu necessariamente, ou sentiu com uma outra intensidade da realidade, tratando-se então de não ser seu “eu” real, mas de um “eu” poético, ou lírico.

Podemos dizer que o eu-lírico é a voz que fala no poema e nem sempre corresponde à do autor. O eu-lírico pode ou não expressar as vivências efetivas do poeta, mas a validade estética do texto independe da sinceridade do mesmo.

Page 13: O Gênero Lírico

Quando Ismália enlouqueceu,Pôs-se na torre a sonhar...Viu uma lua no céu,Viu outra lua no mar.

Page 15: O Gênero Lírico

No sonho em que se perdeu,Banhou-se toda em luar...Queria subir ao céu,Queria descer ao mar...

Page 17: O Gênero Lírico

E, no desvario seu,Na torre pôs-se a cantar...Estava perto do céu,Estava longe do mar...

Page 19: O Gênero Lírico

E como um anjo pendeuAs asas para voar...Queria a lua do céu,Queria a lua do mar...

Page 21: O Gênero Lírico

As asas que Deus lhe deuRuflaram de par em par...Sua alma subiu ao céu,Seu corpo desceu ao mar...