o gato malhado e a andorinha sinhá

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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá Resumo da Obra: *Gato apresentado como anti-herói, marginal, olhos feios, maus *Causa de todos os males: -Flores que se fecham -derrubou o tímido lírio branco -pássaros fugiam -roubou o pequeno Sabiá e a sua mãe suicidou-se num espinho -comeu a pomba-rola -matou os pintos -roubava os ovos para os comer MALES QUE NÃO ESTÃO PROVADOS

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Page 1: O gato malhado e a andorinha sinhá

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá Resumo da Obra:

*Gato apresentado como anti-herói, marginal, olhos feios, maus

*Causa de todos os males:

-Flores que se fecham

-derrubou o tímido lírio branco

-pássaros fugiam

-roubou o pequeno Sabiá e a sua mãe suicidou-se num espinho

-comeu a pomba-rola

-matou os pintos

-roubava os ovos para os comer

MALES QUE NÃO ESTÃO PROVADOS

Page 2: O gato malhado e a andorinha sinhá

Estação da PrimaveraO Gato acorda espreguiça-se e sorri provocando espanto de tal modo que

• Pato Negro quase caiu

• Pata Branca pôs a mão no coração

• Galinha Carijó desmaiou

• Galo D.Juan engasgou-se

Silêncio total no Parque

• O Gato sorri de novo e todos os animais fogem

• O Gato não percebe por que fogem dele mas é-lhe indiferente

• Será que a Cobra voltou como da outra vez, que cometeu todos os crimes?

O Gato apresentado como vilão aparece agora como herói, que defende os outros

• Apetecia-lhe conversar com alguém

• A Andorinha não fugiu como os outros, lá estava ela num ramo a sorrir

inocente desafio

contra a discriminação

Page 3: O gato malhado e a andorinha sinhá

N o v o P a r ê n t e s e s

Serve para caracterizar a Andorinha

• Como todas as heroínas é:

• Bela, gentil, simpática, sorridente, jovem, inocente

• Suscita paixões

• Heroína romântica e por isso excepcional

C o n t in u a ç ã o d a e s t a ç ã o d a P r im a v e r a

• “Em torno é a poesia, sonho de um poeta” O Gato é um poeta

• É herói romântico:

• Sensível, imaginativo, inadaptado à vida

• Modifica-se pelo amor e regenerado vive pelo devaneio, sonho e emoção

• Primeiro diálogo:

• Irreverência da Andorinha

• Desafio à autoridade familiar e social

• Desafio ao Gato: “Tolo e feio”

• Diálogo ridículo (como todas as cartas de amor)

• Início do CASO

Page 4: O gato malhado e a andorinha sinhá

• Andorinha é bela e um pouco louca

atrevimento de enfrentar o Gato

• Indivíduo tímido e calado “bulia-lhe com os nervos, por que será que ele tinha aquela má fama?

• Vaca Mocha , figura importante do parque, dá lição de compustura social: gatos não falam com andorinhas

contraria Lei estabelecida

Capítulo inicial atrasado e fora de lugar

Será só contra a lei ou ….Vaca Mocha foi insultada pelo

Gato e todos os habitantes lhe apresentam a sua solidariedade

Andorinha jura nunca mais atirar gravetos ao Gato mas continuou a espiá-lo e foi assim que se deu aquele diálogo idiota

Page 5: O gato malhado e a andorinha sinhá

Fim da estação da primavera

• Pais de Sinhá ralham pela sua imprudência e proíbem-na de ver o Gato

• Proibição aumenta interesse

• Gato impressionado com a Andorinha

• Sonhou com ela , procura-a

Andorinha irrita Gato” feio” mas acabam por conversar

Marcam encontro na ameixeira

Gato pensando no futuro encontro

Page 6: O gato malhado e a andorinha sinhá

Estação do Verão

• Capítulo curto porque a felicidade também é curta

• O tempo da felicidade é sempre curto

• Gato com ciúme do Rouxinol

• Gato diz à Andorinha que se não fosse gato casava com ela

• A Andorinha ficou com medo da proposta

• Andorinha tocou com a asa ao de leve no Gato e ele sentiu o seu coração

Page 7: O gato malhado e a andorinha sinhá

Parênteses das Murmurações• Aparece em itálico = contra-história?

• Nr conhecedor da alma , atento às razões públicas

• Faz o leitor participar na polémica do caso Gato/Andorinha

• Murmurações da Vaca Mocha, Reverendo, do Pombo, do Pato =“ Boca do povo”

• Tudo o que não segue a tradição deve ser banido

• Capítulo com cariz social

• Nr apresenta a sua posição – “diz-que-disse” é prejudicial

• Leitor fica alertado para um final da história de amor de acordo com a tradição

• Família sente-se pressionada pela sociedade

• Casamento com Rouxinol está decidido, não importam sentimentos mas o que diz o povo

• As vozes que murmuram são hipócritas, supervisoras da moral

• Serão mais fortes que o amor?

Page 8: O gato malhado e a andorinha sinhá

O Outono

• Gato tornou-se ser brando e amável , alguns acreditaram na sua reabilitação

• Tal como a humanidade o Gato oscila entre o bem e o mal

• O Soneto do Gato – as palavras que o amor lhe inspira

• Sapo Cururu , elitista e snob, é um académico mas não percebe do amor = aos críticos literários

Page 9: O gato malhado e a andorinha sinhá

Continuação da estação do Outono

• Em conversa com o Gato,

a Velha Coruja conhece bem a alma apaixonada mas também a sociedade, não dá esperanças ao Gato

• As mentalidades não mudam facilmente, era precisa uma revolução, às vezes até dava jeito…

• No primeiro dia de Outono Sinhá e Malhado não escondiam a tristeza da separação, ela partiu

• Gato transtornado volta a ser violento e a meter medo a todos

• Carta de Sinhá = gato não pode casar com andorinha

• No último dia de Outono eles voltam a encontrar-se. Sinhá alegre, parece a mesma do Verão

• Este foi o último passeio - Sinhá vai casar com o Rouxinol

• Sinhá despede-se e volta a tocar com a asa

Page 10: O gato malhado e a andorinha sinhá

Inverno• Nr relata capítulo curto porque não se

deve falar de violência e da solidão do Gato

• Nr relata o que quer e deixa leitor imaginar

• Após o casamento civil e religioso Sinhá lança pétala rosa vermelha

• Gato põe-na sobre o coração, qual gota de sangue

• Mito de Adónis - para os Gregos a rosa era branca mas quando Adónis protegido de Afrodite foi morto, a deusa correu para ele, picou-se num espinho e o sangue tingiu as rosas consagradas

A noite sem estrelas

• Gato não suporta ouvir a música da festa do casamento

• A sua presença no parque tornou-se impossível: banido por todos , rejeitado pela amada

• Resta-lhe o inferno longínquo onde mora a cascavel, persona non grata como ele

• a caminho do inferno, cruza-se com os noivos e Sinhá deixa rolar uma lágrima = símbolo da dor

Page 11: O gato malhado e a andorinha sinhá

Análise da Obra• Habitantes do parque - personagem

colectiva detentora de códigos culturais e morais

• Representam a sociedade: os moralistas, os marginais e os jovens temporariamente transgressores

• História de amor impossível: relação anormal, proscrita social e moralmente e pela natureza

• Gato = anti-herói por natureza e por restrição moral e social

• Nr = tal como o gato é marginal, repudiado, incompreendido, redimido pelo amor, proscrito pela sociedade

Espaço• Parque = unidade: espaço físico,

social e moral

• Inferno – cobra e Gato

Page 12: O gato malhado e a andorinha sinhá

Tempo

Tempo da História

• Linear - Primavera Inverno

• Tempo de ter um projecto

• Tempo de ser realista

• Tempo cíclico da natureza: renascimento/morte

Tempo do Discurso

• Capítulos aparentemente

desordenados curtos (chamar atenção

do ouvinte)

• Considerações do Nr

• Propício mais à oralidade do que à escrita

Narrador• Apresenta-se como contador de histórias

• Dá-nos sempre a sua perspectiva, o que relata nunca é inocente

• Pactua e critica com as personagens

• Manipula a história para retirar a sua

• Própria moralidade

• Quer passar as suas ideias e a história do Gato serve de pretexto

• Por isso a história está desordenada(parênteses, capitulo inicial atrasado…)

Page 13: O gato malhado e a andorinha sinhá

Trova e f i l oso f ia de Es tevão da Escuna

• Apresenta logo um objectivo crítico

• Leitor conclui que o mundo não presta pois Gato = Andorinha

• Visão céptica do presente mas com esperança no final: Manhã coloca rosa azul sobre o vestido = esperança

• Presente degenerado pelas imposições sociais ≠ Futuro a construir com igualdade e liberdade

• Jorge Amado é neo-realista luta quotidiana

Aponta os defeitos e os vícios do presente para o futuro ideal

Manhã e a Primavera contêm esperança, recomeço

optimismo

Page 14: O gato malhado e a andorinha sinhá

História da Manhã

• Tem função estética

• Apela ao lirismo

• Opõe o passado e ao presente para reproduzir alegoricamente os vícios e virtudes humanas

Page 15: O gato malhado e a andorinha sinhá

Jorge Amado

• Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de Agosto de 1912 e Salvador,

• 6 de Agosto de 2001) foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros.

• Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste , Gabriela Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra são criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos . A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.

• Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prêmio Camões, o Nobel da língua portuguesa.

• No ano seguinte ao de seu nascimento, uma praga de varíola obriga a família a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior parte da infância, que lhe serviu de inspiração para vários romances.

Page 16: O gato malhado e a andorinha sinhá

Foi para o Rio de Janeiro, então capital da república, para estudar na Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de Janeiro.

Durante a década de 1930, a faculdade era um polo de discussões políticas e de arte, tendo ali travado seus primeiros contatos com o movimento comunista organizado.

Foi jornalista, e envolveu-se com a política ideológica, tornando-se comunista, como muitos de sua geração. São temas constantes em suas obras os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro, contribuindo assim para a divulgação deste aspecto do mesmo.

Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), o que lhe rendeu fortes pressões políticas.

Era casado com Zélia Gattai, também escritora, que o sucedeu na Academia Brasileira de Letras. Com ela teve três filhos: João Jorge, sociólogo, Paloma, e Eulália. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952).

Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais dos seus livros.