o filme nome da rosa

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1 HISTÓRIA DOS MÉDIA RECENSÃO DOCENTE: PROF. LUIS VIDIGAL DISCENTE: CLÁUDIA PATRICIA ANASTÁCIO 1º ANO EDUCAÇÃO COMUNICAÇÃO MULTIMÉDIA PÓS LABORAL

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I . Filme

I.I “O NOME DA ROSA”

País/Ano de produção: França/Itália/Alemanha, 1986

I.II FICHA TÉCNICA

Títulos alternativos: The Name of the Rose/ Nom de la Rose, Le / Nome Della Rosa, Il Género: Drama Duração: 130 min. Tipo: Longa metragem/ colorido Distribuidoras: Flashstar, Warner Bros Produtoras: Cristaldifilm, France 3 Cinéma, Les filmes Ariane, Neue Constantin Film, Rai Uno Radiotelevisione Italiana, Zweites Deutsches Fernsehen Direcção de Jean-Jacques Annaud Elenco: Sean Connery, F. Murray Abraham, Christian Slater I.III O ARGUMENTO E O ESCRITOR

O filme foi inspirado no romance “O Nome da Rosa”, escrito por Umberto Eco, nascido a 5 de Janeiro de 1931 em Alexandria, na Região Italiana de Piedmont.

Eco, recebeu uma educação salesiana, o que determinou a sua escrita e consequentemente as suas obras, sendo além de escritor de romances, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano.

Este livro foi originalmente publicado em 1980 e rapidamente assumiu o estatuto de clássico-moderno, tendo sido inicialmente traduzido para alemão, inglês e espanhol. Foi, posteriormente traduzido para mais de 60 línguas e vencedor de dois dos principais prémios literários italianos (Viareggio e Strega).

"O Nome da Rosa", um enorme sucesso de vendas a nível mundial, explora as diversidades, contradições e complexidades do mundo medieval, mas também levanta questões relacionadas com a actualidade, em última análise, sobre o que é que constitui a cultura, a quem é transmitida, por quem e com que objectivos.

Foi, sem dúvida, a obra que tornou este escritor mundialmente conhecido.

Além de "O Nome da Rosa", Eco escreveu três outros romances: "O Pêndulo de Foucault" (1988), "A ilha do dia antes" (1994) e "Baudolino" (2000), todos editados em Portugal. O Nome da Rosa foi adaptado cinematograficamente em 1986 por Jean-Jacques Annaud.

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II. SINOPSE DO FILME

Uma série de estranhos homicídios, onde as vitimas aparecem mortas com os dedos e as línguas roxas, começam a ocorrer num mosteiro no norte da Itália, nos finais da Idade Média.

William de Baskerville, um monge franciscano, e Adso von Melk, um noviço que o acompanha, chegam ao remoto mosteiro, pois Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a sua atenção é desviada por estes curiosos assassinatos que acontecem no mosteiro.

Baskerville começa então a investigar o caso, que se mostra bastante enigmático, além dos restantes religiosos acreditarem que é obra do Diabo, dificultando qualquer investigação racional.

Ao não partilhar desta opinião, Baskerville desenvolve esforços para resolver o mistério, mas antes que conclua as investigações Bernardo Gui, Grão-Inquisidor, chega ao local com a pré-disposição e vontade de torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome de Lúcifer.

Considerando que ele não gosta de Baskerville, coloca-o no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados.

Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado

A imensa biblioteca, existente no mosteiro, onde poucos monges têm acesso às publicações sacras e profanas é o cenário principal desta obra.

"O Nome da Rosa" é uma obra labiríntica, cujo conteúdo é muitas vezes insondável.

III. PRODUÇÃO

O filme decorre num mosteiro encravado numa montanha, controlado pelos Beneditinos e que recebe a ilustre visita de monges Franciscanos.

É vivido e respirado uma atmosfera sombria do local, sendo amplamente demonstrado o aspecto doentio de muitos dos frades que aparecem no decorrer da história e o tom escuro de muitas das sequências. Efeitos propositadamente trabalhados pelo director Jean-Jacques Annaud.

É-nos mostrado a rejeição, por parte da maioria dos monges que circulam no mosteiro, de conceitos considerados avançados para a época e é destacada a figura da Inquisição a partir da metade do filme, revelando-nos tudo isto um pouco do que foi a Idade Média.

Este filme foi filmado num verdadeiro mosteiro do século XXII onde sombrias figuras encapuçadas tudo vigiam como gárgulas.

A forma brilhante como o frade William of Baskerville vai decifrando mistério após mistério e todo o enquandramento da história está simplesmente divinal.

A equipa de Annaud, ao ser assistida pelo historiador francês Jacques Le Goff e ao fazer

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uma reprodução praticamente fiel da época, deu ao filme uma enorme credibilidade no que se refere à utilização do mesmo como recurso didáctico, sendo esta uma das maiores qualidades do filme.

O figurino, os cenários (o filme foi feito num autêntico mosteiro medieval), o ambiente, as músicas, os objectos disponibilizados e mesmo a fotografia em tons lúgubres (escuros, dando-nos uma impressão de humidade nos locais de filmagem) tornam-se referências para que apresentar o domínio cristão medieval.

A própria atmosfera de violência, muitas vezes bem patente, evidencia práticas correntes da época no relacionamento entre os homens - que a caridade cristã não conseguia conter, até no relacionamento com as mulheres, como é mostrado no filme.

O filme mostra uma crítica do poder e do esvaziamento dos valores pela demagogia, violências sexuais, os conflitos no seio dos movimentos heréticos, a luta contra a mistificação e o poder.

Uma parábola sangrenta patética da história da humanidade.

Trata-se de um filme carregado de cenas que oferecem ao espectador uma excelente dose de suspense e ansiedade sobre o resultado final, interpretações majestosas e um clima tenebroso muito bem suportado por planos profundos da solidão que se vive num mosteiro rodeado apenas de majestosas montanhas, envoltos num ambiente medieval irrevogável e digno de ser premiado.

Macabro, duro, inteligente e negro, oferece uma jornada a um argumento fascinante de causas e soluções criminosas decadentes que levam a um final nada previsível acompanhando por uma fórmula histórica constantemente bem idealizada. É um dos papéis da vida profissional de Sean Connery a ver e rever. É, simplesmente um filme de culto.

Todo o filme respeita o tempo histórico da obra não se detendo em pormenores históricos, como o livro, mas ficando bem patente, ao longo de todo o filme, o poder hipócrita e vazio de valores cristãos que naquela época, a "Santa" Inquisição detinha.

IV. PERSONAGENS PRINCIPAIS

(1) A Personagem Frei Guilherme de Baskerville, desempenhada por Sean Connery

É a Personagem principal, uma espécie de Poirot medieval, que é um monge franciscano e teólogo imperial, representando ou antecipando já um pouco a figura do intelectual renascentista, que com uma postura humanista e racional, consegue desvendar a verdade por trás dos crimes cometidos no mosteiro.

Baskerville é um homem experiente, muito inteligente, sagaz, perspicaz, subtil, amigo de Guilherme de Occam um dos grandes pensadores do seu tempo.

(2) A Personagem Frei Adso de Melk, desempenhada por Christian Slater

É o jovem, inexperiente e impressionável noviço, assistente de Baskerville que se

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encontra a despertar sexual e intelectualmente.

(3) A Personagem Grão-Inquisidor Bernardo Gui desempenhada por F. Murray Abrahams

Bernardo Gui, Grão-Inquisidor, é a arrogância feita homem. Implacável, rancoroso e amante do poder que detém. Cego por quesilias antigas, desconsidera factos óbvios, de forma a poder «derrubar» Baskeville.

V. BREVE BIOGRAFIA DOS ACTORES PRINCIPAIS

(1) Sean Connery

Sir Thomas Sean Connery nasceu em Edimburgo, Escócia, a 25 de agosto de 1930.

Tornou-se famoso na década de 60, especialmente pelo papel desempenhado como 007- James Bond, agente secreto do MI-6, da obra do escritor Ian Flemming. Fez 7 filmes, neste papel, entre 1962 - 1983.

Filho de pessoas humildes, teve como primeiro trabalho a profissão de leiteiro e à posterior entrou para a Marinha Real. Desempenhou, inclusive, trabalhos como camionista e servente.

Com o objectivo de ganhar mais dinheiro, vai trabalhar para os bastidores do Teatro « King's Theatre» onde se interessa pela arte da representação.

Construiu uma sólida carreira cinematográfica após a personagem de James Bond, desempenhado brilhantemente papéis nos anos seguintes como O Homem que Queria Ser Rei, O Nome da Rosa, Os Intocáveis e Caçada ao Outubro Vermelho , entre outros.

Por tudo o que fez nas artes cinematográficas e pela forma como representou o Reino Unido nestas mesmas artes foi -lhe atribuído o título de Sir, independentemente de durante toda a sua vida ter lutado pela independência da Escócia no Reino Unido.

(2) Christian Slater

Nasceu, no seio de uma família ligada ao teatro, na cidade de Nova York, no dia 18 de Agosto de 1969.

É polémico e considerado arruaceiro, tendo inclusive sido condenado por isso a 3 meses de prisão.

Tem no seu curriculo profissional 3 filmes considerados notáveis, que são O Nome da Rosa, Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões e Entrevista com o Vampiro.

(3) F. Murray Abrahams

Fahrid Murray Abraham nasceu em Pittsburgh, a, 24 de outubro de 1939.

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Recebeu um Óscar pelo seu desempenho no filme Amadeus, tendo participado especialmente em peças de teatro. Teve um importante papel no filme Scarface como Omar Suarez e como o Inquisidor ao lado de Sean Connery em O Nome da Rosa. Outros trabalhos notáveis em Encontrando Forrester de Gus Van Sant e Poderosa Afrodite de Woody Allen.

DO FILME:

O MELHOR: O clima esmagador; a reconstituição histórica, uma excelente transposição do livro para o cinema, interpretação de Sean Connery

O PIOR: a interpretação de Christian Slater

WEBGRAFIA

Home page de Umberto Eco: http://www.umbertoeco.com

Harvard University Press: http://www.hup.harvard.edu

Library of Allexamina: http://www.themodernword.com

Universidade de Bolonha: http://www.unibo.it

Portal da Literartura: http://www.portaldaliteratura.com

Home Page de Sean Connery: http://www.seanconnery.com

Home Page de Christian Slater: http://www.christianslater.com

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