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Coastal Fisheries Research Group Centro de Ciências do Mar – Universidade do Algarve A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXES l d h (S h hl ) o exemplo das marinhas (Syngnathus typhle) Frederico Oliveira ([email protected])

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Coastal Fisheries Research GroupCentro de Ciências do Mar – Universidade do Algarve

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXES

l d h (S h hl )o exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Frederico Oliveira([email protected])

Introdução

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle) 1/24

Syngnathus typhle é uma das três espécies do género Syngnathus que co-ocorrem na Ria Formosa.

Áreas costeiras da Europa (desde a Noruegaaté Marrocos), mar Báltico, mar de Azov, marNegro e mar Mediterrâneo

Espécie de águas costeiras temperadas

Negro e mar Mediterrâneo

Zonas pouco profundas (4-20 metros)Zonas pouco profundas (4 20 metros)com povoamentos de algas e/ou deplantas marinhas (Zostera marina L.)

Introdução

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle) 2/24

esperança de vida curta

poucas épocas reprodutivas

cuidado parental acrescido Macho “engravida”cuidado parental acrescido Macho engravida

Época de reprodução:Março a Outubro

p p çMarço a Outubro

Junho a Agosto

Comportamento extremamente críptico, imitando a vegetação natural

Coloração MovimentosForma

Existem poucos estudos acerca da ecologia alimentarExistem poucos estudos acerca da ecologia alimentar

Objectivos

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle) 3/24

j

Descrever a ecologia alimentar desta espécie na Ria Formosa1

Diferenças nos tipos de presas consumidossazonalidade

ontogenia2

sexo

Relação entre o tamanho da presa e o tamanho do predador3 Relação entre o tamanho da presa e o tamanho do predador3

De que modo as características da boca e focinho de S typhle influenciam o4 De que modo as características da boca e focinho de S. typhle influenciam o seu comportamento alimentar

4

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Área de estudo

4/24

Ria FormosaÉ o maior sistema lagunar marinho na costa Sul de Portugal

A Ria Formosa oferece uma vasta gama de habitats:Tipo de substrato Distância ao marProfundidade VegetaçãoTipo de substrato Distância ao marProfundidade Vegetação

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Metodologia de campo

5/24

Projecto “Recruitment of Sea Breams (Sparidae) and other commercially important species in the Algarve (southern Portugal)”

(Erzini et al., 2002)

g p

( , )

Recolha de indivíduosregime diurno

mensalmente

Maio de 2002Abril de 2001baixa-mar

Maio de 2002Abril de 2001

c) Arrasto de varaa) Redinha 25 m b) Redinha 50 m d) Riley’s “push net”

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Metodologia laboratorial

6/24

g

Dawson (1986)

Abertura máxima da bocaComprimento total (Ct)

Alt

Comprimento total (Ct)cm

Peso total (Pt)g

Lrg

Cfoc

Ccab

Altura (Alt) mm

Comprimentos da cabeça (Ccab) e focinho (Cfoc)cm

Largura (Lrg)

Área da boca

mm

mm2

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Metodologia laboratorial – Amostragem Biológica

7/24

g g g

Sexo

presença

ausência

Bolsa

Macho1

análise macroscópica das gónadas

ausência Fêmea

g

Tracto digestivo completo2Dissecação

Fígado

Gónadas

Peso Conservaçãoeviscerado

gPeso dos órgãos

g

Conservação

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Metodologia laboratorial – Análise dos conteúdos

8/24

Tracto digestivo

0 - vazio

1 - de 1 a 25%

2 - de 25 a 50%

excluídos

Peso das Grau de

enchimento

g

digestivo3 - de 50 a 75%

4 - de 75 a 100%Análise dos conteúdos

paredes do tracto

g

enchimento

co teúdos

QualitativaQuantitativa

Grau de digestão 1 ã di id

IdentificaçãoNúmero

Grau de digestão 1 - não digerido

2 - digestão limitada

3 - digestão média

4 - bastante digerido

5 - irreconhecível

Estufa a 60 ºC

5 irreconhecível

Comprimento total da presa mm

Peso secog

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Análise dos dados

9/24

Representatividade da amostra Método do número acumulado de itens alimentares

Descrição da dieta

Mét d é iMétodos numéricos

%Foi

%Cni

Frequência de ocorrência

Coeficiente em número

Método gravimétrico

i

Nméd

Coeficiente em número

Número médio de presas

%Cpi Coeficiente em peso

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Análise dos dados

10/24

Índices de avaliação alimentar

Presas preferenciais

Índices de avaliação alimentar

Q Coeficiente alimentar de Hureau (1970)

I.R.I. Índice de importância relativa Pinkas et al. (1952)

Métodos de classificação

G d f (1975)

Hureau (1970)Q

Rosecchi & Nouaze (1987)

Geistdorfer (1975)Q

I.R.I.

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Análise dos dados

11/24

Índices complementares

I.G.S. Índice gonadossomático

I.H.S.

C.V.

g

Índice hepatossomático

Coeficiente de vacuidade

I.R. Índice de repleção

Diversidade da dieta

H’

RÍndice de riqueza específica de Margalef

Índice de diversidade específica de Shannon – Wiener

D

E

Índice de diversidade específica de Shannon Wiener

Índice de equitabilidade de Pielou

Índice de diversidade de Simpson

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Resultados

12/24

80 Indeterminados 344

60

70

Machos

Fêmeas

Indeterminados 344

368

144

40

50

índi

vidu

os

Total 856

20

30

N.º

de í

Dominância das fêmeas

?0

10

4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32

?Classes de comprimento (cm)

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Resultados

13/24

IndeterminadosRecrutamento

150

200

250

vidu

os Machos

FêmeasReprodução

Recrutamento

50

100

N.º

de

índ

iv

Total

0Abr

2001Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan

2002Fev Mar Abr Mai

Mês de amostragemMês de amostragem

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Resultados – descrição da dieta

14/24

26 taxa

4 Classe 2 Sub-classe 3 Ordem 1 Sub-ordem

3171 itens

4 Classe

Crustacea

Pycnogonida

2 Sub-classe

Copepoda

Ostracoda

3 Ordem

Amphipoda

Isopoda

1 Sub-ordem

Natantia

Pisces

Polychaeta Mysidacea

1 Divisão 4 Família 2 Género

9 Espécie

P l t1 Divisão

Caridea

4 Família

Palaemonidae

T l d

Gnathidae

2 Género

Zenobiana

Hydrobia

P. elegans

Palaemon serratus

Hippolyte inermis

H varians

Gobiidae

TurritelidaeH. varians

H. longirostris

Thoralus cranchii

Crangon crangonItem vegetal g g

Rissoa membranacea

Bittium reticulatum

g

Alga

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Resultados – descrição da dieta

15/24

Categoria alimentar

Amphipoda

C r id

%Cp

0,383

1 370

%Fo

3,163

1 460

%Cn

0,958

0 258

Copepoda

Cangronidae

Crustacea (n.id.)

Gastropoda

1,370

0,192

0,744

0,725

1,460

15,328

6,083

1,217

0,258

79,248

0,921

0,184

79,248 15,328

Gastropoda

Hippolytidae

Isopoda

Mysidacea

0,725

22,852

5,353

1,364

1,217

28,954

0,762

17,275

0,184

5,492

1,438

4,091

28,9545,492

4,091

22,852

17,275y

Natantia (n.id.)

Ostracoda

Palaemonidae 34,126

1,316

0,001

8,759

3,650

10,949

1,438

0,700

2,027 34,126

Pisces

Polychaeta

Pycnogonida

Al

35,872

0,026

0,008

0 011

13,869

0,730

0,243

0 243

2,580

0,111

0,037

0 037

35,872

Alga

Não identificado (n.id.)

0,011

0,247

0,243

3,163

0,037

0,479

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Resultados – descrição da dieta

16/24

Categoria alimentar

Copepoda

I.R.I.

1217,689 1

Hippolytidae

Palaemonidae

Pisces

820,680

533,282

395,833

2

3

4

Mysidacea

Palaemonidae

Outras

395,833

94,246

58,732

4

5

6

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Resultados – Actividade alimentar

17/24

I.R.

789

10

Machos

Fêmeas

I.R.

Reprodução

23456

I.R.

01

20022001

MaiAbrMar

Fev… Mês de amostragemMês de amostragem

Valores médios ± desvio padrão

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Resultados – Área e forma da boca

18/24

(y = 0,0145 x 2,5161; r2 = 0,8321)

60

80

100

ca (m

m2)

30

40

50

tal da

pres

a )

copepodagobiidaeP.elegansH.inermis

0

20

40

0 5 10 15 20 25 30 35

Áre

a da

boc

0

10

20

0 5 10 15 20 25 30 35Comp

rimen

to to

(mm ) H.varians

0 5 10 15 20 25 30 35Comprimento total (cm)Comprimento total de S.typhle (cm)

Classe 5 10 15 20 >2825cm

V l dValores médios

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Resultados – Diferenças entre sexos

19/24

Copepoda% I.R.I.

Palaemonidae

Hippolytidae

Copepoda

Mysidacea

Pisces

Natantia n.id.

Outras

Machos Fêmeas

Machos e fêmeas consumiram as mesmas presas

Machos Fêmeas

p

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Resultados – Evolução ontogénica

20/24

80%

90%

100%

g

50%

60%

70%

80%

I. (%

)

20%

30%

40%

50%

I.R.

0%

10%

5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 >28

Classes de comprimento (cm)Classes de comprimento (cm)

Hippolytidae

Copepoda Misydacea

Pisces

Palaemonidae

pp y

Outras

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Resultados – Sazonalidade

21/24

90%

100%

Hi l id

Copepoda

50%

60%

70%

80%

R.I.

(%)

Palaemonidae

Hippolytidae

Misydacea

10%

20%

30%

40%I.R

Pisces

Outras

0%20022001

MaiAbrMarFev

Jan…Mês de amostragem

A i i l i d difAs variações sazonais parecem estar relacionadas com as diferenças nas classes de comprimento predominantes que ocorrem em cada

mês

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Conclusões

22/24

S. typhle é um predador carnívoro que se alimenta predominantemente de pequenos crustáceos

Os peixes (gobídeos) parecem desempenhar um importante papel na dieta de S typhle

As categorias Copepoda, Mysidacea, Hyppolytidae, Palaemonidae e Piscesforam as presas preferenciais na dieta de S. typhle

Os peixes (gobídeos), parecem desempenhar um importante papel na dieta de S. typhle, particularmente nas classes de tamanho superiores.

As variações sazonais foram atribuídas às diferenças nas classes dei t d i t d ê

A dominância sazonal de certas presas pode ser determinada pela sua abundância

comprimento predominantes que ocorrem em cada mês

Nã ifi dif i ifi i l d di bNão se verificaram diferenças significativas para o total da dieta entre ambos os sexos

Os machos demonstraram uma diminuição da actividade alimentar durante o período reprodutor

A ECOLOGIA ALIMENTAR DOS PEIXESo exemplo das marinhas (Syngnathus typhle)

Conclusões

23/24

Verificou-se a existência de alterações ontogénicas nos hábitos alimentares de S typhle

Indivíduos < 10 cm alimentaram-se quase exclusivamente de copépodes

Para indivíduos >10 cm Misydacea, Hippolytidae, Palaemonidae e Pisces desempenham maior importância com

alimentares de S. typhle

desempenham maior importância com o crescimento dos indivíduos

A abertura máxima da boca estabelece o limite máximo para o

Indivíduos adultos conseguem capturar Indivíduos de menores dimensões capturam

A abertura máxima da boca estabelece o limite máximo para o tamanho das presas capturadas.

g ppresas maiores (camarões e peixes)

papenas pequenas presas (copépodes)

24/24