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Carmelo Di Stefano, Dal problema al modello matematico – Volume 1 – Capitolo 1 - Unità 1 - Biennio i Dal Problema al modello matematico Volume 1 Questo libro è rilasciato con licenza Creative Commons BY–NC–ND Attribuzione – Non Commerciale – Non opere derivate http://creativecommons.org/licenses/by–nc–nd/3.0/it/deed.it Attribuzione — Devi attribuire la paternità dell'opera nei modi indicati dall'autore o da chi ti ha dato l'opera in licenza e in modo tale da non suggerire che essi avallino te o il modo in cui tu usi l'opera. Non commerciale — Non puoi usare quest'opera per fini commerciali. Non opere derivate — Non puoi alterare o trasformare quest'opera, né usarla per crearne un'altra. Se vuoi contribuire a migliorare questo testo, invia segnalazioni di errori, mancanze, integrazioni all’autore [email protected]. I proprietari di immagini, o di altri contenuti, che sono stati utilizzati impropriamente e inavvertitamente in questo libro, se ritengono di non essere stati citati correttamente sono pregati di mettersi in contatto con l’autore per gli interventi che si riterranno necessari; si fa presente che questo libro non ha scopo di lucro. Si ringraziano tutti coloro che, in vario modo, hanno contribuito a correggere errori e/o sviste. In particolare il signor Giovanni Doro, puntuale e preciso nella sua accurata lettura del testo.

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O ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO “DESPERTAR” DO PENSAMENTO DOCENTE: a construção de saberes através da prática

Jadson dos Santos Maciel Graduando em geografia

Universidade Estadual da Paraíba – UEPB.

E-mail: [email protected]

Prof. Dr. Josandra Araújo Barreto de Melo Professora do Departamento de Geografia,

Coordenadora do Programa Institucional de Bolsas

de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES/UEPB.

Universidade Estadual da Paraíba – UEPB.

E-mail: [email protected]

1. INTRODUÇÃO O estágio supervisionado vai muito além de um simples cumprimento de

exigências acadêmicas para o preenchimento de uma carga horária pré-estabelecida nos

cursos de licenciatura. Ele é uma oportunidade para a familiarização com o ambiente de

trabalho destes novos professores e, sobretudo de crescimento pessoal e profissional,

pois é no estágio que muitos licenciandos se veem efetivamente fazendo aquilo que se

propuseram a fazer ao escolher trilhar pelo caminho docente.

Ao chegar à universidade, o licenciando se depara com o conhecimento teórico,

porém, muitas vezes, é difícil relacionar teoria e prática, se o estudante não vivenciar

momentos reais em que será preciso analisar o cotidiano (MAFUANI, 2011). A

experiência do estágio é essencial para a formação inicial e constitui o momento que ele

deve mostrar sua criatividade e independência para transformar os conhecimentos

adquiridos nos componentes teóricos, vistos na universidade, em prática docente.

O objetivo do Estágio Supervisionado é proporcionar ao aluno a oportunidade de

aplicar seus conhecimentos acadêmicos em situações da prática profissional, pois

somente vivenciando a prática que ele pode conseguir lidar com cada situação,criando a

possibilidade do exercício de suas habilidades.

Os momentos de vivência no estágio proporcionam uma dimensão do que é a

realidade escolar e como são tecidas as relações sociais nesse ambiente.Para o

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estagiário, o que mais impressiona é perceber que durante o tempo em que se passa em

uma instituição superior na escola as dificuldades aumentaram ou surgem outras, quanto

nas concepções de aprendizagem, métodos de ensino, formas de avaliação, relação

conflituosa entre os membros da escola, entre outras coisas, que permanecem iguais.

Mediante o exposto,considerou-se pertinente realizar uma pesquisa sobre o

ambiente escolar e as práticas docentes com os alunos do ensino médio, para tanto

foram utilizadas para relato as experiências com turmas da E.E.E.F.M. Francisco

Ernesto do Rêgo, especificamente do 3º ano “A” e “B” ambas no turno da manhã.

2. A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO INICIAL

Como toda profissão, o “ser professor” também é uma prática que pode ser

ensinada e aprendida em um núcleo de formação superior? A priori,talvez a resposta a

esta indagação seja sim, mas formar professores apenas reprodutores dos conteúdos do

livro didático não seria a real proposta da educação moderna, é necessário algo a mais

para a formação de professores dispostos a tirar a educação da crise em que está

inserida.

O estágio supervisionado para muitos licenciandos é o primeiro contato com o

ambiente escolar desde os tempos em queeles estavam inseridos no mesmo enquanto

alunos. É o local onde eles podem aplicar seus conhecimentos adquiridos durante a

graduação nos componentes ditos teóricos, porém não é fácil conseguir conciliar a

prática com a teoria (MAFUANI, 2011), então seria o estágio o “divisor de águas” e

servir de componente seletor para a escolha de quem realmente está habilitado para a

carreira docente.

O estágio é o local onde o licenciando faz uma relação do que ele aprendeu

nauniversidade com a prática em sala de aula, percebendo suas diferenças,

ambiguidades e aplicabilidades, é a oportunidade do estagiário se inserir em seu futuro

ambiente de trabalho, percebendo suas relações múltiplas como um profissional da

educação, pois:

[...] Não podemos esquecer que o bom professor é aquele que “aprende ensinando” e que não ensina, mas “ajuda os alunos a aprender”, não apenas

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reproduz, mas também produz saber na atividade educativa (VESENTINI, 2004, p.224).

Segundo Bolzan (2002), a escola é um lugar onde háencontros e desencontros,

sendo que, essas possibilidades são as mais variáveis possíveis, trata-sede um lugar de

construção de conhecimento, a partir do compartilhamento de experiências, da vivência,

de diálogo, das crenças e saberes e essa construção não é unilateral ao passo que todos

em meio ao processo desenvolvem-se “numa ciranda” que nunca se esgota e amplia-se.

Então, o estágio tem, de fato, sua importância inegável para tentar demonstrar,

mesmo que de forma ineficiente, essa “ciranda” proposta por Bolzan (2002), pois é

impossível reproduzir todos os acontecimentos do ambiente escolar em um curto

período de tempo (o estágio) sem citar todos os problemas que podem surgir na sua

realização como horários, postura ética dos professores e da escola, dentre outros.

Também é muito comum que os “novos professores” se vejam como salvadores

do ensino, porém muitas vezes tem seus ideais corrompidos pelo sistema escolar ou

pelos professores os quais se espelharam no estágio, fazendo com que sua prática no

estágio seja tradicional ao extremo, utilizando meios já consagrados como o livro

didático e o quadro negro, não desmerecendo o uso destes meios, pois ambos são

necessáriospara uma boa aula.

A utilização de novos meios é notoriamente necessária para que as aulas tornem-

se mais interessantes e o alunado acabe não estudar por obrigação, mas por gosto

fazendo com que o ato de aprender e consequentemente o de ensinar torne-se mais

proveitoso para ambos.

Entretanto, não basta apenas o professor introduzir novas metodologias de

ensino, embora nos últimos anos haja uma quedanesta realidade, ainda é muito comum

que as escolas, sobretudo públicas, não disponham de material didático para o uso dos

docentes ou o material que se encontra disponível éinsuficiente para o pleno uso entre

os docentes.Entretanto:

[...] este não é um motivo para renunciar ao paradigma de professor reflexivo. Embora tenha poucas chances de se realizar de forma integral a curto e médio prazo, ele pode contribuir na orientação das reformas da formação inicial e contínua no sentido de preparar para o futuro. (PERRENOUD, 2001, p. 294).

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No sistema educativo a inovação, muitas vezes, não é vista com bons olhos, as

principais criticas a inovação são o fato de que “pra que mudar algo que está dando

certo a tanto tempo” então o estagiário acaba por apenas reproduzir suas aulas do

mesmo modo que as mesmas foram lhe dadas, mesmo que ele as tenha criticado

fazendo com que a inovação acabe antes que o estagiário saia da universidade .

Para isso é comprovado que a utilização de novos meios em sala de aula é

possível e deve ser incentivada, como pode ser destacada nos trabalhos realizados por

Melo & Almeida (2012), Silva & Melo (2013), Oliveira & Melo (2013) e Ferreira et al

(2013) da qual foram utilizados novos elementos a serem utilizados em sala-de-aula.

No estágio, percebe-se que somente saber do conteúdo ministrado não

suficiente, embora seja importante o seu domínio.Há outras variáveis a serem

observadas, desde a simples relação entre o professor e o aluno e, até certo ponto, o

complexo e conflituoso ambiente escolar e a sociedade na qual ele está inserido,como

narra Vallejo(1998), isso deveria ocorrer de forma gradual nos cursos de licenciatura, de

forma que o licenciando consiga perceber a distinção entre teoria e prática.

A separação nos cursos de formação de professores, entre disciplinas ditas

“teóricas“ e as “práticas“ é uma realidade. No geral, privilegia-se o primeiro grupo em

detrimento do segundo, quando pensamos que o ideal seria que houvesse um contínuo

entrelaçamento entre ambas. “Na verdade, os currículos de formação se têm constituído

em um aglomerado de disciplinas isoladas entre si, sem qualquer explicitação da

realidade que lhes deu origem” (PIMENTA, 2008, p. 33). Sente-se essa separação

quando entra-se em sala de aula e percebe-se que só dominar as teorias da Geografia e

pedagógicas não é garantia de boas aulas e, muito menos, de que os alunos aprendam.

O estágio por si só não garante uma real preparação para uma futura vida

docente, mas possibilita que ela consiga entender o básico acerca do que realmente é ser

um professor nas escolas públicas modernas ,assim como, a realidade atual dos

elementos escolares (PELOZO, 2007).

Então, o estágio realizado nas licenciaturas é em primeiro lugar o ponto de

decisão para saber aqueles que realmente querem a vida docente para si, pois é neste

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momento que se percebe o que é ser professor e a verdadeira face das escolas públicas e

em um segundo momento a aproximação, mesmo que esta ainda seja acanhada, da

universidade com a escola, pois o fluxo entre ambas se faz neste momento e esta

distância ainda seja gritante tanto na realidade educacional quanto nos investimento

empessoal e estrutura.

3. O PROFESSOR- EDUCADOR E SUA RELAÇÃO COM OS ALUNOS

As atuais demandas sociais exigem um novo perfil de educador, que seja capaz

de refletir constantemente sobre sua prática, renovando o ambiente de aprendizagem

constantemente e atuando como pesquisador de sua própria sala de aula.

A relação professor-aluno é uma interação marcada pela assimetria, onde se

define quem têm o domínio do conhecimento e quem não tem, enxergando o aluno

como receptáculo vazio, esperando ser preenchido de conhecimento que são explicados.

É uma interação que se constrói mutuamente onde o professor constrói sua

representação dos alunos, estabelecendo modelos em que se constata com o tempo, não

serem reais.

Os alunos, enquanto sujeitos pensantes, também criam suas expectativas em

relação ao professor e esperam deles atitudes que comprovem seu lugar de autoridade.

Essas expectativas de ambos os lados estimula a aprendizagem e dependendo da forma

como se desenvolvam propiciam um ensino e uma aprendizagem proveitosa para todos

os envolvidos no processo de transmissão e assimilação do conhecimento.

Assim sendo, para uma prática docente eficaz se faz com narra Lima (2000)

onde não se basta apenas ter conhecimento de todos os métodos de ensino e optar por

aquele que se mostra mais eficaz em cada situação é preciso antes de tudo, compreender

o próprio aluno, as características de sua personalidade, a etapa de desenvolvimento

motor, emocional, cognitivo e social na qual este aluno se encontra para, neste

momento, poder decidir os métodos e as técnicas a serem utilizadas.

Os fatores que batem de frente com a ideia supracitada é a quantidade de alunos

que abarrotam as salas de aulas, o número de aulas/turmas por professor além de que

alguns professores trabalham em mais de um turno em mais de uma escola e às vezes

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em mais de uma cidade, então se vê a dificuldade de estabelecer um perfil de cada aluno

diminuindo a distância entre ambos ou ainda de a relação professor-aluno torna-se uma

relação entre amigos.

Compreende-se que esse olhar mais atento do professor para com seus alunos é

fundamental. Considerá-los como sujeitos que também tem conhecimentos cria uma

prática aonde há uma troca de saberes,

[...] pois é todo um conjunto de interação baseados na atividade conjunta dos alunos e professores que encontram fundamentos na zona de desenvolvimento proximal, que, portanto vê o ensino como um processo de construção compartilhada de significados, orientando para a autonomia do aluno. (ZABALA, 1995, p.130)

Fala-se aqui de um professor reflexivo, que seja capaz de analisar o que faz em

sua atividade de docente e constatamos que “ao contrário do que se imagina o caráter

universitário de uma formação não garante sua orientação para a prática reflexiva”

(PERRENOUD, 2001, p. 103).

4. DIAGNÓSTICO DO ESPAÇO ESCOLAR

A Escola Estadual de ensino fundamental e médio Francisco Ernesto do Rêgo,

mais conhecida como “O ERNESTÃO”, localiza-se as margens da BR 104, na Avenida

Severino Bezerra Cabral s/n, no centro da cidade de Queimadas – PB (Figura 1). A

escola oferece o ensino para os níveis fundamental I, fundamental II e médio, e tem seu

funcionamento nos turnos manhã, tarde e noite. A escola teve sua origem como uma

escola municipal que depois de alguns anos passou a pertencer à rede estadual de ensino

como consequência do decreto Nº 9.568 de13/08/1982.

Figura 1: localização da escola

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Fonte: Blog Tataguassu

Fonte: mapa elaborado por Maciel, J.S.; Qgis 2,2

Atualmente, “O Ernestão” (Figura 2) conta com 22 salas de aula, com proposta

de construção de mais dez salas para o fim de 2014, uma quadra e um ginásio

poliesportivo, um laboratório de informática, um de geografia e história e outro de

físico-química e biologia, uma sala de vídeo, uma biblioteca, o espaço da secretaria e

duas salas para a direção (diretora e vices) da escola.

Devido ao número de alunos matriculados ser superior a capacidade do prédio

(sede), o Governo do Estado da Paraíba mantém dois prédios alugados para alocar o

excedente de alunos, um localizado no centro da cidade a cerca de 2 km da sede,

popularmente conhecido como “Dinâmico”, e outro “Ernestão do Ligeiro”, distante 10

km do prédio principal, localizado próximo ao bairro do Ligeiro.

Durante o período do estágio, nas sucursais funcionou apenas o ensino de nível

médio, porém no início do ano de 2014 houve uma troca onde o ensino médio foi

deslocado para a sede e o ensino fundamental para as sucursais. Nestas sucursais não

são encontradas as mesmas condições de infraestrutura do prédio principal, não existem

bibliotecas, salas de vídeo, laboratórios e áreas para a prática de esportes. No caso da

sucursal “Dinâmico”, até mesmo as salas de aula se mostram inapropriadas, levando-se

em consideração suas dimensões espaciais e condições de ventilação.

Figura 2: Ambiente físico da escola.

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Fonte: pesquisa de campo (10/12/13)

No perímetro escolar há contrastes por parte da arrumação escolar, a

organização da sala dos professores, das sala-de-aula e da diretoria, contrastando com os

fundos da escola que ainda se vê carteiras velhas entulhadas e espaços vazios, que

poderiam ser utilizados na construção de novas salas ou espaços úteis tanto para o corpo

docente quanto o corpo discente da referida escola.

Na escola há lugares completamente esquecidos pela gestão escolar ou formados

pelo desrespeito ao patrimônio pelos alunos, é visível muitas cadeiras quebradas,

enquanto elas ainda têm serventia ao uso elas ainda ficam em sala, mas com o tempo

elas são entulhadas aos fundos da escola, sãonotórias algumas salas com janelas

quebradas, e por parte da escola foi retirada duas arvores que faziam parte de uma

pequena praça que há dentro do recinto e que segundo entrevista informal com alguns

professores apresentavam mais de vinte anos.

Durante a prática do estágio, foi requisitado por parte dos estagiários o PPP

(projeto politico pedagógico) da escola, porém a então diretora escolar não o cedeu por

conta que o mesmo estava em reestruturação e não poderia ser lido até estar

definitivamente pronto.

5. DIAGNÓSTICO DAS TURMAS DO 3º ANO MÉDIO “A” E “B”

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Para a realização da pesquisa, foram feitas observações nas turmas do 3º ano

“A” e “B” do ensino médio. Durante o estágio, os estagiários fizeram inserções nas

aulas de Geografia quando os mesmos achavam pertinentes e o professor permitia

e,principalmente, ajudaram os alunos na forma de como se comportar nas provas de

vestibular e ENEM, tendo em vista que a pesquisa foi realizada no final do ano de

2013e os referidos processos seletivos se aproximavam.

Em um primeiro momento, na visão dos estagiários, as turmas estudadas

apresentavam certo antagonismo na forma da qual estavam dispostas na sala-de-aula, a

turma “A” era, de modo geral, bem organizada obedecendo à predisposição das carteiras

pré-estabelecida pela direção da escola e mostrava mais interesse nas aulas de geografia

ao contrário da turma “B”, que era mais desarrumada, com pouca ou nenhuma ordem de

disposição das carteiras, além de serem notórias as conversas paralelas que ora

atrapalhavam o transcorrer da aula.

Ao longo do estágio, a primeira impressão foi paulatinamente retirada, esta

contradição mostrava apenas o meio das turmas se comportarem a cada aula, tornava-se

visível que aquela “bagunça” registrada na turma “B” apenas era o modo deles se

organizarem e que,no fim, não interferia no aprendizado, os alunos se mostraram

interessados e provaram seu interesse no resultado nos processos seletivos realizados no

fim de 2013.

A turma “A”, embora também tenha mostrado competência, era algumas vezes

apática quanto o processo de ensino-aprendizado, comprovando assim o que Narra

Vallejo (1998) onde turmas ditas comportadas não são necessariamente participativas ao

contrário de turmas que ora apresentem momentos de indisciplina, mas que são

extremamente participativas nas aulas e que, muitas vezes, “dão” frutos mais

rapidamente e melhores.

Em questionário aplicado nas duas turmas acima citadas identificou-se que

quase a metade dos alunos das turmas (49%) tem uma visão acerca de uma Geografia

puramente ambiental ou física, desprezandoo viés social da mesma e que apenas 21%

percebe que a Geografia é formada por uma interação entre fatores físicos e sociais.

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Ainda segundo questionário aplicadojunto aos alunos, a Geografia é

considerada, de modo geral, de fácil entendimento, porém foi sugerido que as mesmas

deveriam ter mais aulas de campo, para que pudesse haver maior interação entre teoria e

prática, com o auxilio de elementos audiovisuais, tais como imagens e vídeos.

De modo geral, as turmas observadas, relataram que estão satisfeitos com o

trabalho proposto pelo professor titular de geografia, principalmente pelo mesmo

sempre estar diversificando sua metodologia de ensino, estar constantemente inserindo

novos meios e se apoderando de novas tecnologias e as utilizando em sala de aula

tornando-as mais diversificada e assim ,segundo eles, mais fáceis de atrelar teoria e

prática.

6. CONSIDERAÇÕES

Através do estágio supervisionado que são adquiridos conhecimentos práticos

acerca da docência, conhecendo a realidade das salas de aulas de Geografia além de

através de conversas informais com professores, que já estão inseridos no sistema

escolar, começar a ver a realidade escolar com outros olhos, aprender os atalhos, dicas e

macetes para a realização de uma boa aula e como se comportar em situações ora

tranquilas ora conflituosa, mas que são normais no espaço escolar.

O educador deve refletir sobre sua própria prática, investigando a si mesmo para

que possa haver um desenvolvimento pessoal e profissional, tendo em vista que,

somente há a possibilidade de uma formação reflexiva de professores se o mesmo

entender sua prática docente e aprimora-la e aprender a agir em cada situação.

Com isso, o trabalho realizado na E.E.E.F.M. Francisco Ernesto Do Rêgo foi

satisfatório pelo fato de haver um aprimoramento da prática docente e por abrir

oportunidade de um trabalho maior a ser realizado em um âmbito mais complexo além

de fazer com que a diferença entre a teoria e prática diminua, pois somente com a visão

de uma prática bem feita que a teoria torna-se efetivamente útil.

7. AGRADECIMENTOS:

Os autores agradecema direção da E.E.E.F.M. Francisco Ernesto do Rêgo pela

realização do estágio supervisionado, ao prof. Mozart Moises da Silva por ter cedido

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suas turmas para a realização do estágio, pelo tempo de orientação e de amizade e aos

alunos das turmas do 3º ano “A” e “B” da referida escola por ter aceitado tão

calorosamente os estagiários em seu espaço.

REFERÊNCIAS

BOLZAN, Dóris Pires. Formação de professores: compartilhando e reconstruindo conhecimentos (Versão digital). Porto Alegre: Mediação, 2002. FERREIRA, Kalina Fernanda Cavalcanti;MELO, Josandra Araújo Barreto de;VIEIRA,Maria Madalena de Paiva. Mapa mental instrumento didático para o estudo do lugar: experiência vivenciada no PIBID. Anais III Enid: UEPB, 2013. MAFUANI, F. Estágio e sua importância para a formação do universitário. Instituto de Ensino superior de Bauru. 2011. Disponível em: http://www.iesbpreve.com.br/base.asp?pag=noticiaintegra.asp&IDNoticia=1259. Acesso em: 23 out. 2012. MELO, Flauber Nunes vieira de; ALMEIDA, David Luiz Rodrigues de.Geografia e estágio supervisionado – algumas estratégias de ensino-aprendizagem: (des) caminhos do percurso da atualidade. Anais V EPAGEO: UEPB, 2012. OLIVEIRA, Daniela Santana de;MELO, Josandra Araújo Barreto de. A utilização do poema “triste partida” como recurso metodológico nas aulas de Geografia. Anais III ENID: UEPB, 2013. PELOZO, Rita de Cássia Borguetti. Prática de ensino e estágio supervisionado enquanto mediação entre ensino pesquisa e extensão. Revista cientifica eletrônica de pedagogia. Ano V, nº 10, 2007. PERRENOUD, Philip. Novas competências para ensinar (Versão digital). Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2002. SILVA, José Nivaldo da; MELO, Josandra Araújo Barreto de. A construção/reconstrução dos conceitos da geografia escolar a partir do uso do vídeo como ferramenta didática auxiliar. Anais III Enid: UEPB, 2013. VALLEJO, Pedro Morales. A relação professor aluno: o que é e como se faz, Madrid: PPC, 1998.

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VESENTINI, José William. O ensino de geografia no Brasil: uma perspectiva histórica. In. VESENTINI, José William (org.). Campinas: Papirus, 2004.