o estado verde 12/07/2016

8
Alerta! Projeto Tamar, no Ceará, recebe mensalmente, denúncias referentes à captura e comércio de carne de tartarugas marinhas em regiões do litoral cearense. Página 3. Informação ambiental. Biodiesel é o melhor combustível? Um carro do Ciclo Diesel na Europa emite menos NOx, CO e particulados, do que um veículo a gasolina, no Brasil. PÁGINAS 6 O Estado Verde conversou com a especialista em Segurança Viária, Marta Obelheiro, para avaliar qual a real situação do trânsito de Fortaleza, as inovações, as falhas... PÁGINA 7 O ESTADO Ano VIII Edição N o 448 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 12 de julho de 2016 2016 - Ano IX PÁGINAS 4 E 5 MOBILIDADE Car Sharing chega a Fortaleza. Especialistas concordam que o novo sistema de locomoção aproxima pessoas e é bom para o ambiente. Mas... VAMO compartilhar um carro elétrico?

Upload: daniel-negreiros

Post on 05-Aug-2016

215 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal O Estado (Ceará)

TRANSCRIPT

Page 1: O Estado Verde 12/07/2016

Alerta! ProjetoTamar, no Ceará,recebe mensalmente, denúncias referentes à captura e comércio de carne de tartarugas marinhas em regiões do litoral cearense. Página 3.

Informação ambiental. Biodiesel é o melhor combustível? Um carro do Ciclo Diesel na Europa emite menos NOx, CO e particulados, do que um veículo a gasolina, no Brasil.PÁGINAS 6

O Estado Verdeconversou com a especialista em Segurança Viária, Marta Obelheiro, para avaliar qual a real situação do trânsito de Fortaleza, as inovações, as falhas...PÁGINA 7

O ESTADO Ano VIII Edição No 448 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 12 de julho de 2016

2016 - Ano IX

PÁGINAS 4 E 5

MOBILIDADE

Car Sharing chega a Fortaleza. Especialistas concordam que o novo sistema de locomoção aproxima pessoas e é bom para o ambiente. Mas...

VAMO compartilhar um carro elétrico?

Page 2: O Estado Verde 12/07/2016

2 VERDE

[email protected]

O Estado Verde é uma iniciativa do INVEXP, com apoio do jornal O Estado. EDITORA Tarcilia Rego JORNALISTA Fellipe Málaga DIAGRAMAÇÃO E DESIGN J. Júnior

TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota. Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

Diplomata Christiana Figueres é indicada para chefiar a ONU

Christiana Figueres é indicada

para o cargo de Secretária Geral das Nações Unidas (ONU). A indicação, acontecida dia 7, foi do presidente da Costa Rica, Luis Guillermo Solís. Ele acredita que a diplomata mexicana “pode ajudar o corpo multilateral mais relevante do mundo a recuperar sua posição perante as pessoas do mundo”. O atual secretário, Ban Ki-moon deixará o cargo no final do ano, depois de dois mandatos de cinco anos, iniciado em 2007.

Há 70 anos, a eleição do chefe da ONU é alvo de negociações, a portas fechadas, entre os 15 países membros do Conselho de Segurança, e os cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China e França) terão a última palavra a partir deste mês. As entrevistas com os aspirantes ao cargo co-meçaram em abril.

A indicada e ex-chefe de uma das principais agências da ONU, a UNFCCC, defende a Diplomacia Colaborativa. "O Acordo climá-tico de Paris não foi um acidente; foi o resultado de uma estratégia e de uma atitude. Foi o ápice de uma paciente reconstrução de seis anos de um sistema quebrado, que tinha perdido toda a confiança, em um que era capaz de entrar em uma espiral ascendente de com-promisso e ambição”, segundo nota enviada a esta editoria.

Debate na ONU pela secretaria-geralPela primeira vez, será possível acompanhar um debate, ao vivo, en-

tre candidatos ao cargo de secretário-geral da ONU. A iniciativa é do presidente da Assembleia Geral, Mogens Lykketoft. Será transmitido, de Nova York, pela rede de TV Al Jazeera, hoje (12/6), entre 19 e 22 horas, horário de Brasília. O debate também será transmitido para o mundo todo, em todas as plataformas digitais da emissora, inclusive pelo YouTu-be, além da TV ONU, TV ONU na internet e em outras mídias.

É a primeira vez que os dez candidatos ao posto máximo da ONU participam de uma discussão aberta sobre os desafios e oportunidades do (a) próximo (a) secretário-geral. Dois segmentos serão moderados pelo correspondente, James Bays e pela âncora, Folly Bah Thibault – cada um com cinco candidatos.

Gisele Bündchen voltará ao Brasil como correspondente de série sobre desmatamento. Ela anunciou, via Ins-tagram, aos seus mais de 8 milhões de seguidores, a sua mais nova iniciativa, após ter se aposentado das passarelas. Ela será correspondente do "Years of Living Dangerously", série documental da National Geographic sobre meio ambiente. Segundo Gisele, a tempora-da deve ir ao ar mundialmente no final deste ano.

Que tal ser recompensado por pedalar? Os ciclistas de São Paulo podem ser re-compensados financeiramente por usa-rem a bicicleta para ir ao trabalho. Pelo menos é o que pretende um projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo, aprovado em primeira votação no plenário, último dia 7.

Absurdo! Aproveitando-se do surto de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegytpi, a bancada ruralista in-seriu uma emenda à Medida Provisória (MP) 712/2016, que trata das ações de controle de doenças, para permitir o uso de aviões agrícolas nas cidades.

Quem está comemorando é o Sindag, o que representa a indústria de aviação agrí-cola. Não é à toa ter sido o maior incenti-vador da proposta, vai faturar enquanto o brasileiro vai sendo envenenado.

Estudo divulgado pela ABF revela que o segmento Alimentação está atento à sustentabilidade. Segundo a pesquisa, 76,2% das redes adotam, no dia a dia, práticas que atenuam impactos ambientais.

Um caso de sucesso é a rede Patroni, franquia paulista, especializada em pizzas, idealizadora do Eco Pizza. O projeto substituiu a lenha convencio-nal por briquetes, e calcula que este ano vai contribuir para evitar o des-matamento de uma área equivalente a 92 estádios do Maracanã. O briquete é uma lenha ecológica produzida com material 100% reciclado e aprovada pelo Ibama.

A ExpoCrato, este ano, conta com o apoio da Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas (SPD). O órgão instalou um estande e uma unidade móvel no tradicional e grande evento. Nos dois espaços está sendo distribuí-do material informativo sobre pro-gramas e projetos desenvolvidos pela pasta em todo o Estado, e profissionais especializados esclarecem e orientam sobre prevenção às drogas, e ainda encaminham para a Rede de Atenção Psicossocial, quando necessário. Boa! Afinal, a exposição agropecuária pode-rá receber cerca de 400 mil pessoas, e o tema relevante deve ser repercutido.

“Pensar hoje, para amanhã – e até para os dias seguintes – é a mais importante das previdências. Quem se previne não pas-sa apuros”. Baltasar Gracián, pensador do século XVII.

14 de JulhoDia Universal da Liberdade de Pensamento

“Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideais por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.

No dia 14 de julho o mundo celebra o direito que cada um tem de manifestar as suas opiniões e ideias de forma livre, um conceito essencial nas democracias. Não por acaso, nesse dia comemora-se, a Queda da Bastilha, que marcou o início da Revolução Francesa.

16 de JulhoDia do Comerciante

Considerado um dos profissionais mais antigos do mundo, o comerciante também tem a sua data especial, 16 de julho. Ele atende as necessidades e desejos das pessoas, além de trazer oportunidades de negócios para muitos.

Quem duvida da importância do comerciante e do comércio? O setor de comercialização de produtos exerce relevante e estratégico papel no desenvolvimento socioeconômico do Estado e do País. Cumpre relevante função social ao atuar como importante elo entre a produção das riquezas e o mercado consumidor, gerando

empregos, renda e tributos, e ainda emprega mis de oito milhões de pessoas, segundo o IBGE.

17 de JulhoDia de Proteção às Florestas

Com um papel vital para a preservação da vida no planeta, as florestas também têm um dia. É mais um dia para lembrarmos que os ecossistemas florestais são responsáveis pela manutenção do clima, das chuvas e o habitat natural de uma incomparável vida animal selvagem.

De acordo com a FAO, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a agricultura e alimentação, o conceito de floresta é: “área medindo mais de 0,5 ha com árvores maiores que 5 metros de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes de alcançar esstes parâmetros in situ. Isso não inclui terra que está predominantemente sob uso agrícola ou urbano.”

Não apenas o dia 16, mas diariamente, é preciso recordar que as florestas do planeta estão sob fortes ameaças, em especial as brasileiras, e as ameaças vêm sobremaneira dos efeitos dos desmatamentos: erosão do solo, desertificação, perda da biodiversidade.

Perder cobertura vegetal, significa contribuir para o fenômeno do aquecimento global. Segundo a ONU, nos últimos 40 anos, a média global per capita de florestas caiu de 1,2 hectares para apenas 0,6, por pessoa.

Pense! A redução do desmatamento pode oferecer benefícios imediatos em termos de balanço global de carbono e, consequentemente, otimismo quanto ao aquecimento global.

Page 3: O Estado Verde 12/07/2016

3VERDE

Educação Ambiental para salvar o planeta

A educação fundada nos valores da ética e da disci-plina é o único e seguro caminho para a formação de uma sociedade forte e cônscia dos seus deveres para com Deus e a Pátria. Assentada nesses pilares, a educa-ção ensina, indubitavelmente, o ser humano a respei-tar os seus semelhantes e a preservar a natureza. Fora disso, instala-se o relativismo deletério, que afrouxa o caráter e corrói os valores que dão sustentabilida-de a uma nação. Com este olhar é que devemos ver como prioridade na formação das pessoas, a partir da infância, a educação ambiental. Só por intermédio da criação de uma consciência de cidadania voltada para o cuidado com a natureza, o ser humano conseguirá salvar o planeta da hecatombe ambiental.

[email protected]

Processos. "Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a cole-tividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio am-biente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sus-tentabilidade." (Art. 1º da Lei nº 9795/1999, a Lei que criou a Política Nacional de Educação Ambiental)

Potencialização. “A Edu-cação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve im-primir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natu-reza e com os outros seres humanos, visando potencia-lizar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental.” (Art. 2º das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental).

Comportamento. “A edu-cação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações

que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido a transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para dita transformação.” (Con-ferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária – Chosica/Peru - 1976).

Valores. “A educação am-biental é um processo de reconhecimento de valores e clarificações de conceitos, objetivando o desenvol-vimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as interrelações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A educação ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e à ética que conduzem para a melhora da qualidade de vida” (Con-ferência Intergovernamental de Tbilisi - 1977).

O litoral do Ceará é uma das mais importantes áreas de alimentação, des-canso e corredor migrató-rio das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no litoral brasi-leiro, e considerado um dos mais importantes do Atlântico, por receber as fêmeas que desovam no Nordeste do Brasil, vindas do Caribe, das Ilhas de As-cension e Santa Helena.

No entanto, o Projeto Tamar no Ceará recebe, mensalmente, denún-cias referentes à captura e comércio de carne de tartarugas marinhas em regiões do litoral cearen-se, para consumo diverso. Há quem diga que o há-bito começou quando os índios ajudavam coloni-zadores que chegavam ao litoral do Brasil para caçar tartarugas marinhas.

Como a fiscalização por parte dos órgãos am-bientais é deficitária, o problema acaba sendo agravado pela sensação

de impunidade tanto de pescadores quanto de atravessadores envolvi-dos na atividade ilegal. “Normalmente o atraves-sador de peixes incentiva os pescadores a capturar tartarugas, matá-las ainda no mar e trazer sua carne para que seja revendida nos mercados locais ou entregue de porta em por-ta”, explica Cláudio Bellini, analista ambiental respon-sável pela Base do Centro Tamar em Almofala, no Litoral Oeste do cearense.

Desde o início, o Tamar tem desenvolvido técni-cas pioneiras de conser-vação e desenvolvimento comunitário, adequadas às realidades de cada uma das regiões onde mantém suas bases. No Ceará, por exemplo, têm sido desen-volvidas campanhas edu-cativas como ‘Nem tudo que cai na rede é peixe’, ‘Ceará não é Terra sem Lei’, ‘Nossa Praia é Vida’ e diversas atividades de educação ambiental e en-

volvimento com as comu-nidades litorâneas.

HábitoAté a década de 1980,

era um hábito comum, nas comunidades que vi-viam à beira do mar, ma-tar tartarugas marinhas para consumir a carne, coletar os ovos nos ni-nhos para comer ou ven-der como tira-gosto em bares, assim como vender o casco para fabricação de armações de óculos, pentes, pulseiras, anéis e colares. As fêmeas eram mortas quando subiam à praia para desovar e sua carne vendida em merca-dos públicos locais.

Mas foi a partir da dé-cada de 80, com a criação do Projeto Tamar, que fo-ram criados mecanismos de envolvimento comuni-tário visando minimizar essa pressão. As atividades do projeto Tamar se orga-nizaram, desde então, em três linhas de ação: a con-servação e pesquisa apli-

cada, a educação ambien-tal e o desenvolvimento local sustentável.

Marco legalO marco legal para

proteger esses animais começou a ser definido na década de 70, após a criação do Instituto Brasi-leiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Já na-quela década o órgão de-finiu uma lista de animais ameaçados de extinção, que incluía as espécies tartaruga de couro (Der-mochelys coriacea) e tar-taruga de pente (Eretmo-chelys imbricata).

Em 14 de outubro de 1982, a portaria Nº 17, da Superintendência de Desenvolvimento da Pesca (Sudepe), ampliou a proibição da captura para a tartaruga cabeçuda (Caretta caretta) e oliva (Lepidochelys olivacea). A mesma portaria proíbe a coleta e comercialização de ovos e produtos feitos de tartaruga marinha.

ALERTA

Problema acaba sendo agravado pela sensação de impunidade tanto de pescadores quanto de atravessadores envolvidos na atividade ilegal

Tartarugas marinhas ainda são capturadas, no litoral cearense, para consumo

Veja como denunciar Para que as ações de fiscalização se incrementem na região, é preciso que as pessoas colaborem. Interessados em fazer denúncias (anônimas ou não) podem acionar:- Polícia Ambiental do Ceará: telefones (085) 3101-3545/3101-3577 e e-mail: [email protected] Ibama/CE: telefones (85) 3307-1143, (85)3307-1128 e (85) 3307-1108 e e-mail:[email protected] .- Semace: (85) 3101.5515, call center (85) 3101 5580 e Disque Nature-za 0800 275 22 33 ou pelo email: [email protected].

Page 4: O Estado Verde 12/07/2016

4 VERDE

VAMO QUE VAMO

A Cidade ainda é carrocêntrica, mas o primeiro sistema público de car sharing do Brasil pode tirar veículos das ruas e melhorar a mobilidade na Capital

Fortaleza inaugura iniciativa urbana,sustentável e solidária de deslocamentoPOR TARCILIA [email protected]

Tendência nos países mais desen-volvidos, o carro compartilhado chegou a Fortaleza, como mais uma opção para a mobilidade

urbana. A Prefeitura Municipal acaba de inaugurar, ainda em caráter experi-mental, o primeiro sistema público de Carros Elétricos Compartilhados, ou Car Sharing, implantado em uma ca-pital do Brasil.

O VAMO – Veículos Alternativos para Mobilidade, que por força do nosso sotaque, “bem que poderia ser chamado de RAMU”, como afirmou o prefeito, por ocasião do lançamento da iniciativa, no Paço Municipal, dia 28 de junho, “faz parte de um conjunto de ini-ciativas” que estão sendo implantadas em Fortaleza e que têm uma “lógica, uma motivação”, por trás.

“Queremos buscar uma cidade mais amigável e mais adaptada, mais prepa-rada e mais estimuladora ao transporte público e ao sistema cicloviário”, disse o chefe do Executivo local.

Sem ônusAdiantou também, que “serão dois

meses progressivamente de testes” e já em setembro, serão 12 estações e 20 veí-culos funcionando. Esclareceu, ainda: “o novo sistema não trará nenhum ônus para a administração municipal, apenas será uma fiscalizadora da iniciativa.” Hapvida Saúde é a empresa patrocina-dora e apoiadora do novo serviço e a Serttel, é a responsável pela implanta-ção e operação, além da manutenção

dos equipamentos. A Serttel (www.serttel.

com.br) já administra o compartilhamento de bicicletas em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e em outras cidades, c o m o t a m -b é m , o com-partilha-mento de carro elétri-cos em Recife.

Coordenado pela Secretaria Munici-pal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), por meio do Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito de Fortaleza (PAITT), o VAMO propõe ampliar as ações para uma “mobilidade mais sustentável” que incentivará a ca-rona amiga e reduzirá a quantidade de veículos circulando.

Mas, e aí, será que a novidade vai ‘ro-lar’? Será que os fortalezenses vão gostar dos carros, do preço, e por fim, aderir ao novo modelo de locomoção? O con-sultor de projetos, Renato Silva, gostou. “O carro elétrico é muito confortável e silencioso, principalmente por ser auto-mático”, disse à nossa reportagem.

CaroEle ainda observou que “o carro pare-

ce ter o mesmo desempenho de um veí-culo tradicional com motor 1.0”. Porém, ele não gostou do preço, e comparou ao

de um táxi. “Achei o custo alto, e R$ 40,00 por duas viagens de até meia hora, não

torna o ser-viço atraen-te, princi-

palmente para pe-q u e n o s p e rc u r-sos. Tal-vez, se fosse vol-

tado para o turista ficasse mais

viável, pelo menos, até a ideia ser bem assimilada pelo forta-lezense”. O projeto prevê descontos para quem compartilha a carona.

No entanto, o consultor de proje-tos faz uma ressalva e encerra afir-mando que “toda ideia que busque diminuir a emissão de poluentes e melhorar a mobilidade urbana é bem-vinda”. Silva testou o carro na Praça do Ferreira. Nesta etapa do projeto-piloto, três veículos de fabri-cação chinesa, 100% elétricos, estão dis-poníveis para testes.

Ecológico O executivo da ZazCar (www.zazcar.

com.br) Rômulo Madureira, afirmou ao O Estado Verde, que “ do ponto de vista ‘ecológico’, o car sharing contribui “muito” com o meio ambiente. “Esti-mativas de mercado apontam que cada carro compartilhado, retira de 13 a 20 veículos particulares das ruas, ajudando

a diminuir o caos viário e a redução da emissão de gases nocivos ao meio am-biente”, explicou.

Com relação aos táxis, Madurei-ra disse que se o usuário “colocar na ponta do lápis”, vai perceber que utili-zar carro compartilhado, [no caso da ZazCar] “ vai ser mais barato e muito mais conveniente que táxi, Uber, ou qualquer outro segmento das novas formas de mobilidade que estão sur-gindo”. A ZazCar fica em São Paulo e é “a primeira empresa de car sharing da América Latina e a única no Bra-sil”, e atualmente, já conta com mais de 7,5 mil clientes cadastrados em sua base de usuários”.

Estações VAMOA partir do dia 1º de setembro, a ope-

ração completa do VAMO contará com o total de 20 carros, 100% elétrico, e im-portados da China, localizados em 12 estações pela Cidade. São elas: Igreja de Fátima, Montese, Jóquei Clube, Paran-gaba, Reitoria da UFC, Avenida Bezerra de Menezes, Avenida da Abolição, Praça Luiza Távora, Avenida Santos Dumont, Avenida Barão de Studart, Cidade 2000 e Avenida Cel. Miguel Dias.

Opinião: Vereador Deodato Ramalho (PT)

Concordo com a iniciativa. Eu vejo como uma medida boa, sob o ponto de vista ambiental. Ainda tem um alcance limitado, é um projeto piloto. No en-tanto, sinaliza para uma mobilização da sociedade sobre o tema e para mais uma alternativa de tecnologia limpa para o setor de transportes.

Page 5: O Estado Verde 12/07/2016

5VERDE

Carrocêntrica

O Carro Leve de Recife

De acordo com estimativas da agên-cia da ONU para a habitação (ONU-Ha-bitat), dois terços da população viverão em cidades, até 2050, e 80% do PIB mundial estão nas cidades. Para o especialista em Mobilidade Urba-na, Guillermo Pet-zhold, do WRI Brasil Cidades Sustentá-veis, mesmo com toda a atratividade dos meios urbanos, muitos problemas persistem e o mundo precisa mudar a cul-tura “carrocêntrica”.

Ele deu como exemplo, os conges-tionamentos, que geram prejuízos econômicos. “O custo deles pode chegar a até 10% do PIB, e a otimização do espaço público é uma das soluções que possuí-mos”, declarou duran-te palestra, no recente

seminário “Cidades em Movimento”, acontecido dia 15/6, em São Paulo.

As políticas de mobilidade urbana adotadas nos últimos 4 anos pela Prefei-tura buscam colocar Fortaleza, na lista das cidades “mais inteli-gentes, conectadas e sustentáveis” do País. Fica evidente que com o VAMO, a atual administração, busca fazer uma interação com algum tipo de tecnologia e os já conhecidos aplicati-vos, com a perspec-tiva de ti melhorar a mobilidade, o uso dos espaços, tirando carros das ruas. Será que vai tirar?

Sobre o assunto, a coordenadora de Segurança Viária do WRI, Marta Obe-lheiro, disse que de forma geral, o compartilhamento

de veículos tem o po-tencial de melhorar a mobilidade e o acesso a bens e serviços. Entretanto, explica que o car sharing não pode ser visto como uma medida isolada para a melhoria da mobilidade.

“É fundamental que sejam priorizados investimentos em transporte coletivo, infraestrutura para pedestres e para o uso da bicicleta, de forma que as pessoas possam escolher entre diversas opções de deslocamento, e to-das, com qualidade.”

Ela destacou os benefícios ambien-tais, “já, que normal-mente, esses serviços oferecem veículos no-vos e com níveis mais baixos de emissões, e os carros elétricos, potencializam, ainda mais, esses benefí-cios”.

A Capital pernambu-cana foi a primeira cida-de brasileira a comparti-lhar carros elétricos. É o Carro Leve. Iniciado em 2015, o sistema contava com três automóveis disponíveis em três es-tações e seria dirigido a um público selecionado.

Atualmente está disponível e qualquer pessoa residente na região metropolitana da cidade, pode baixar

o aplicativo do Carro Leve, tanto para usuá-rios Android quanto IOS; para utilizar os veículos é preciso, no entanto, fazer um cadastro no site (www.carroleve.org) e agendar um teste drive, no qual o futuro usuário será instruído sobre como usar o Carro Leve.

O projeto está aberto ao público, segundo assessoria de imprensa

que em nota explica: “Temos cinco estações pelas quais os usuários podem se deslocar, usando um dos três carros disponíveis. Quatro delas estão localizadas na região central do Recife e uma delas fica no bairro do Derby, em uma posição estratégica, próximo a um local de grande concentração de linhas de ônibus.”

VAMO QUE VAMOCoordenado pela Secretaria Municipal de Conserva-

ção e Serviços Públicos (SCSP), por meio do Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito de

Fortaleza (PAITT), o projeto pioneiro no Brasil terá sua implantação concluída em setembro de 2016.Nesta primeira fase, três veículos, 100% elétricos

e equipados com ar-condicionado, estão dispo-níveis: dois Zhidou e um BYD. O Zhidou a bateria do Zhidou tem capacidade para realizar 80 km/h por recarga, e

atinge a velocidade máxima de 60 km/h. Já a autonomia do BYD, por recarga, é de 250 km/h, com velocidade máxima de 80 km/h.

Saiba mais sobre o VAMO: www.vamofortaleza.com

Page 6: O Estado Verde 12/07/2016

6 VERDE

Biodiesel, o melhor combustível do Brasil

INFORMAÇÃO AMBIENTAL

Por Donato Aranda*

*Professor, Ph D do Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em 2014, quando cientistas japoneses ganharam o Prêmio Nobel de Física, por terem desenvolvido as lâmpadas LED, pouca gente compreendeu o que isso significava na prática. Dois anos depois, poucos são os que insistem em comprar as lâmpadas incandescentes, aquelas tipo 60 W, 100 W e que esquentam logo após minutos de funcionamento. Pior, esquentam a nossa conta de luz, cada vez mais cara. As lâmpadas LED geram a mesma luminosidade com um consumo muito menor. A palavra chave para isso é eficiência.

Algo semelhante está acontecendo com os veículos do Ciclo Diesel – aqueles que podem usar diesel e biodiesel puro ou em misturas entre os dois – por meio da introdução do biodiesel na matriz de combustíveis. Um outro cientista genial, Rudolf Diesel, desenvolveu o conceito de um motor que, termodinamicamente, ou seja, na teoria, seria sempre mais eficiente que os motores do ciclo Otto (veículos a gasolina, etanol e GNV).

Ciclo Diesel versus OttoNos últimos anos, a maioria

dos carros leves do Ciclo Diesel comercializados na Europa, Ásia, EUA, e mesmo nos países sul-americanos, atingem 25 km/l ou até 30 km/l, ou seja, muito mais eficientes do que os carros que temos no Brasil que rodam com etanol ou gasolina. Com o advento de dispositivos específicos como catalisadores e filtros, os novos veículos ciclo diesel atendem aos mesmos padrões de emissões de NOx, CO e particulados dos veículos a etanol e gasolina.

Atualmente, na Europa, está em vigor um padrão de emissões denominado

Euro 6, em que os limites de emissões estabelecidos para veículos leves Ciclo Diesel são mais rigorosos do que os limites de emissões de um veículo a gasolina atualmente

no Brasil (Proconve L6). Ou seja, um carro do Ciclo Diesel na Europa emite menos NOx, CO e particulados do que um veículo a gasolina no Brasil (Tabela 1).

Alguns veículos SUVs fabricados no Brasil, como o Jeep Renegade, já atendem ao padrão de emissões europeu, portanto, são menos poluente que os veículos a gasolina existentes no País. Em termos de emissões de CO2 por quilômetro rodado, as emissões de um automóvel Ciclo Diesel são muito menores, exatamente por sua maior eficiência.

Custo-benefícioNo Brasil, com o

biodiesel, essa combinação entre um motor altamente eficiente e um combustível muito mais sustentável resulta numa mudança de paradigma no setor de transportes. Comparado ao diesel, o biodiesel emite ainda 70% menos gases de efeito estufa, somente na fase de produção. Durante o uso, a redução de emissões de CO2 é proporcional à porcentagem do combustível renovável adicionado ao

fóssil. Por exemplo, ao usar uma mistura de 20% de biodiesel, temos ainda uma redução de 15% de dióxido de carbono em comparação com o uso de diesel puro.

Além dos benefícios ambientais, o uso de biodiesel no Brasil está associado à geração de emprego e renda, valorização da produção agrícola nacional, especialmente na cadeia da soja, principal matéria-prima deste biocombustível, estimulando a interiorização da indústria.

Eficiência energética A Figura 1 apresenta o

consumo de combustível para um carro leve, sedan, motor 1.5 disponível no mercado europeu e norte-americano. O desempenho dos veículos diesel/biodiesel é quase o dobro de um veículo gasolina (contendo 27% de etanol) e mais que o dobro de um veículo rodando com etanol hidratado.

A Figura 2 apresenta a pegada de carbono ao percorrer-se mil quilômetros. Interessante destacar que um litro de diesel emite um pouco mais de CO2 do que um litro de gasolina. Todavia, como um litro de diesel permite rodar muito mais que um litro de gasolina, a pegada de carbono na gasolina tem seu pior desempenho entre todos os combustíveis, mesmo levando-se em conta a presença de 27% de etanol.

Entre os renováveis, o biodiesel é o melhor, sem dúvida. Além de ser renovável como o etanol, a eficiência do motor ciclo diesel resulta numa combinação ideal entre o melhor rendimento e a menor pegada de carbono. Essa combinação faz do biodiesel um combustível imbatível, sem dúvida o melhor combustível disponível no Brasil. A Figura 3 mostra quantas árvores por ano, equivalentes às emissões evitadas de CO2, o emprego de biodiesel, etanol e diesel B7 e B20 representam. Tomou-se como valor médio um veículo que roda 30 mil quilômetros por ano.

TABELA 1Emissões Veículos Leves Gasolina (Brasil) vs Diesel (Europa)

*Resolução Conama Nº 415, de 24 de Dezembro de 2009; **Directive European Commission.

FIGURA 1Economicidade dos combustíveis, emissões de

CO2/10 km e gasto em reais/10 km

FIGURA 3Equivalência de árvores plantadas por ano, no caso de substituir o uso de gasolina por outros combustíveisFIGURA 2

Emissões de CO2 no percurso de 1.000 Km

*Veículo Sedan 1.5

*Emissões de CO2 a cada 1.000 km rodados.

*Um carro rodando, em média, 30.000 Km por ano. Árvores plantadas equivalentes às emissões de CO2 evitadas, tendo como referência o carro a gasolina.

Page 7: O Estado Verde 12/07/2016

7VERDE

Page 8: O Estado Verde 12/07/2016

No último dia 4, aconteceu o I Seminá-rio de Comunicação da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) – Como lidar com jornalistas e conquistar a mídia, que foi realizado no auditório da autarquia, em Fortaleza, com intuito de ampliar a autoria e a participação de diretores e gerentes no Plano Compartilhado de Comunicação, visando a aumentar a quantidade e a qualidade dos con-teúdos veiculados nas mídias próprias e meios

de comunicação em geral.A editora Tarcilia Rego, do caderno

semanal “O Estado Verde”, do jornal O Esta-do, a convite da Assessoria de Comunicação do órgão, participou como palestrante, deba-tendo o tema “O Que Querem os Jornalistas – O Desafio Diário de Ser Notícia”, fazendo um apanhado dos quase dez anos à frente do caderno, além de outras experiências no ramo. Membros da Assessoria da entidade

também palestraram sobre inúmeras verten-tes da mídia.

“O seminário foi o primeiro de uma série de encontros periódicos do gênero, que se pretende realizar. Constituiu-se numa opor-tunidade para, por um lado, compartilhar informações sobre o trabalho da Ascom e, assim, estimular a identidade, o pertenci-mento e o engajamento das fontes de infor-mação da Semace nas ações de comunicação

desenvolvidas”, ressaltou Alberto Perdigão, assessor de comunicação da Semace.

O evento teve como público alvo os colaboradores da Semace e, para Perdigão, serviu como estímulo para a realização de trabalho ainda mais qualificado. "O evento Foi um recurso de treinamento que, de for-ma dialógica, pode impulsionar a capacida-de de assessores e assessorados atuar melhor em suas áreas”, completou.

I Seminário de Comunicação da Semace

POR FELLIPE MÁ[email protected]

Ciclofaixas, ciclovias, BRTs (Bus Rapid Transit, ou Trans-porte Rápido por Ônibus) – faixas exclusivas para ônibus, inovações que foram adotadas e implantadas no trânsito de Fortaleza, melhorias que visam minimizar os acidentes nas ruas e avenidas da capital alen-carina, além de facilitar o fluxo viário, que tira a paciência de muitos motoristas por aí.

Segundo dados da Orga-nização Mundial de Saúde (OMS), diariamente, 128 vidas se perdem no trânsito brasilei-ro, o que resulta em mais de 46 mil mortes a cada ano. Tudo isso reflete em um verdadeiro caos urbano. Porém, graças a organizações como a WRI Bra-sil Cidades Sustentáveis, proje-tos para desenvolvimento sus-tentável e que causem impacto

positivo no trânsito são, hoje, uma realidade.

LançamentoA contribuição da WRI Bra-

sil se estende através de estu-dos minuciosos acerca do tema e, na última quarta-feira, 6, a ONG lançou a publicação “O Desenho de Cidades Seguras – Diretrizes e Exemplos para Promover a Segurança Viária a partir do Desenho Urbano”, um guia prático que inclui 34 diferentes elementos de design para melhorar a segurança no trânsito. O livro é uma com-pilação das melhores práticas realizadas em diversas cidades do mÅundo, como Rio de Ja-neiro, Belo Horizonte, Istam-bul, Nova Iorque e Paris.

“Esta publicação traz orien-tações sobre como podemos reverter os altos índices de aci-dentes ao priorizar projetos que reduzam a necessidade de via-

gens em veículos motorizados e, ao mesmo tempo, maximizem a segurança. Ao conhecer as solu-ções, os gestores têm autonomia para tomar decisões e tornar as cidades mais seguras”, esclarece Marta Obelheiro, Coordenado-ra de Segurança Viária do WRI Brasil Cidades Sustentáveis e coautora da publicação.

Segurança“Ao priorizar pedestres, ci-

clistas, usuários de transporte público e pequenos desloca-mentos, o desenho da cidade já fica mais seguro. A publicação fornece orientações de como projetar as vias para que haja uma mudança de comporta-mento das pessoas. O desenho das ruas e avenidas determina como os pedestres, ciclistas e motoristas vão se deslocar e um formato mais seguro pode reduzir as mortes por acidentes de trânsito”, enfatiza Marta.

INCENTIVO E INOVAÇÃO

Organização não governamental divulgou a publicação na capital cearense e explicou inúmeras soluções viárias funcionais utilizando o exemplo de grandes cidades

WRI Brasil lança, em Fortaleza, guia viário visando melhorar trânsito

8 VERDE