o estado da arte da pesca do atum, no brasil e no mundo...

43
Palestrante: Fábio H. V. Hazin ([email protected]; [email protected]) Ex - Presidente do Comitê de Pesca da FAO/ONU (2014 - 2016) Ex - Presidente da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico - ICCAT (2007 - 2011 ) O estado da arte da pesca do atum , no Brasil e no mundo Fortaleza - CE, 08 de Julho de 2017 UFRPE DEPAq

Upload: dohuong

Post on 09-Feb-2019

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Palestrante:

Fábio H. V. Hazin ([email protected]; [email protected])Ex-Presidente do Comitê de Pesca da FAO/ONU (2014-2016)Ex-Presidente da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico- ICCAT (2007 - 2011)

O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo

Fortaleza- CE, 08 de Julho de 2017

UFRPE DEPAq

Page 2: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Situação da Pesca no MundoEvolução da Produção Mundial de Pescado

Captura x Aquicultura

Fonte: FAO, 2016

Page 3: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Fonte: FAO, 2016

> 50%

Aquicultura

Produção pesqueira mundial e sua utilização,

entre 2009 e 2014

Page 4: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Evolução da Produção Mundial de Pescado por Captura

1950 = 17.000.000 t

➢ 100 % em 1 década1960 = 35.000.000 t

➢ 100 % em 2 décadas1980 = 70.000.000 t

➢ 35 % em 2 décadas

2000 = 95.500.000 t

2014 = 93.400.000 t (últimos 5 anos: 89.1 a 93.7)

Segundo a FAO, máximo de 105.000.000 t

Porquê ? Exaustão dos Estoques ! 10,5% sub-explotados 58,1% plenamente explotados 31,4% sobre-explotados

# Apenas 10% com possibilidade de expansão #

Page 5: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Cerca de 70% dos estoques pesqueiros mundiais se

encontram subexplotados, moderadamente explotados ou

plenamente explotados, dentro dos limites de sutentabilidade

(i.e. no limite do RMS- Rendimento Máximo Sustentável)

Cerca de 90% dos estoques pesqueiros mundiais se

encontram sobre-explotados ou plenamente explotados (61%)

Você diria que o copo está meio cheio ou meio vazio?

Depende...De quem é a vez de pagar?

Page 6: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

O Rendimento Máximo Sustentável, em geral, é alcançado

quando a população se encontra na metade do seu tamanho original

Page 7: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

PLANET EXPERTS

The Top 10 Things We Learned About the Ocean in 2014

(http://www.planetexperts.com/top-10-things-learned-ocean-2014/)

58%

Como a situação dos estoques pesqueiros é, em geral, retratada pela mídia?

Page 8: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Situação da Pesca no MundoEvolução da Condição dos Estoques Pesqueiros

Fonte:FAO, 2016

1995

Page 9: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

O Enquadramento Jurídico Internacional

✓ A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar-

CONVEMAR (1994)

✓ Acordo de Nova Iorque (1995)Acordo sobre a aplicação das disposições da Convenção das Nações Unidas

sobre o Direito do Mar de 10 de dezembro de 1982 relativas à conservação e

ordenamento das populações de peixes transzonais e das populações de

peixes altamente migratórios.

✓ Acordo da FAO sobre Medidas de Estado Porto (2009)

✓ Acordo da FAO sobre os Estados de Bandeira (2014)

✓ Acordo da FAO sobre Pesca Artesanal e de Pequena Escala (2014)

✓ Código de Conduta da FAO para uma Pesca Responsável (1995)

PAI- Planos de Ação Internacional

Pesca IUU (ilegal, não regulada e não reportada)

Capacidade Pesqueira

Aves Marinhas

Tubarões

Page 10: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

O Sistema Internacional de Governança

O Comitê de Pesca da FAO- COFI

Criado em 1965

Principal fórum global intergovernamental onde os principais

problemas da pesca e da aquicultura, em todo o mundo, são examinados e discutidos pela comunidade internacional

As Organizações Regionais de Ordenamento Pesqueiro

Cerca de 50 !

5 dedicadas exclusivamente aos atuns e afins ICCAT, IATTC, WCPFC, IOTC e CCSBT

Brazil: ICCAT, CCAMLR (CCSBT ?)

A Assembléia Geral das Nações Unidas

Resoluções sobre pesca sustentável

Page 11: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Fonte: New Zealand Fisheries InfoSite

Existem no mundo hoje cerca de 50 OROPs-Organizações Regionais de Ordenamento Pesqueiro

?

Page 12: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Existem 5 OROPs dedicadas exclusivamente ao ordenamento da pesca de atuns e afins

Page 13: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Atuns e

afins são

espécies

altamente

migratórias

Page 14: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

PRINCIPAIS RECURSOS OCEÂNICOS

ALBACORA LAJE

YELLOWFIN TUNA

Comprimento máxima: 190 cm

Comprimento: 40 a 170 cm

ALBACORA BANDOLIM

BIGEYE TUNA

Comprimento máximo: 190 cm

Comprimento comum: 40 a 170 cm

ALBACORA BRANCA

ALBACORE TUNA

Comprimento máximo: 120 cm

Comprimento comum: 40 a 110 cm

ESPADARTE

SWORDFISH (MECA)

Comprimento máximo: 450 cm

Comprimento comum: 100 a 220 cm

BONITO LISTRADO

SKIPJACK TUNA

Comprimento máximo: 90 cm

Comprimento comum: 40 a 70 cm

ATUM AZUL

BLUEFIN TUNA

Comprimento máximo: 300 cm

Comprimento comum: 100 a 200 cm 1/4

Page 15: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

PEIXES DE BICO

Fauna acompanhante

AGULHÃO-NEGRO

BLUE MARLIN

AGULHÃO-BRANCO

WHITE MARLIN

AGULHÃO-VELA

SAILFISH

Page 16: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

TUBARÕES OCEÂNICOS

Fauna acompanhante

TUBARÃO-MARTELO

HAMMERHEAD SHARK

GALHA BRANCA OCEÂNICO

OCEANIC WHITE TIP TUBARÃO-AZUL

BLUE SHARK

TUBARÃO LOMBO PRETO

SILKY SHARK

Page 17: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Vantagens dos recursos

pesqueiros oceânicos:

Proximidade das principais áreas de pesca

Alto valor comercial para exportação

Produção de proteína animal de baixo custo

Ciclo de vida independente dos ecossistemas costeiros

Distribuição ampla + biomassa elevada

Elevado peso individual

Redução do esforço de pesca sobre os estoques costeiros

Por serem recursos pesqueiros altamente migratórios têm que ser

ordenados por uma Comissão Internacional:

ICCAT- International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas

Page 18: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Como funcionam as OROPs?

O exemplo da ICCAT

Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico

(International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas)

Fundada em 1966, no Rio de Janeiro, com 17 países:

África do Sul, Argentina, Brasil, Canadá, Coréia, Cuba, Congo, Espanha, EUA,

França, Japão, Portugal, Reino Unido, Senegal, URSS, Uruguai, Venezuela.

2017: 51 anos da ICCAT

Conta atualmente com 50 membros:

Argélia, África do Sul, Angola, Barbados, Belize, Brasil, Canadá, Cabo Verde,

China, Comunidade Européia, Coréia, Costa do Marfim, Croácia, França (por

Saint Pierre e Michelon), Gabão, Gana, Guatemala, Guiné Equatorial,

República da Guiné, Honduras, Islandia, Japão, Líbia, Marrocos, México,

Namíbia, Nicarágua, Noruega, Panamá, Filipinas, Rússia, São Tomé e

Príncipe, Senegal, Síria, Trinidad & Tobago, Tunísia, Turquia, Reino Unido

(pelos territórios ultra-marinos), Estados Unidos, Uruguai, Vanuatu e Venezuela

CONVEMAR: os recursos pesqueiros altamente migratórios, como os atuns,

têm que ser ordenados por uma Comissão Internacional

Page 19: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Estrutura da ICCAT:

SCRS- Standing Commitee on Research and Statistics(Comitê Permanente de Pesquisa e Estatística)

Análise dos dados aportados pelos países membros, avaliação

dos estoques e definição do rendimento máximo sustentável

Comissão- Adoção das medidas de conservação e ordenamento, incluindo

a alocação de quotas de captura.

Estrutura Nacional:CPG Atuns e Afins- Comitê Consultivo Permanente de Gestão

sobre Atuns e AfinsSCC/CPG- Subcomitê Científico

Assessorar o CPG Atuns e Afins nos aspectos técnicos

e científicos relativos à pesca de atuns e afins no País, incluindo a compilação e análise dos dados nacionais.Composição: pesquisadores com comprovada

experiência e atividade científica sobre atuns e afins, nas suas capacidades pessoais (não institucional). ✓ UFRN, IBAMA-RN, UFRPE, CEPENE, UVA,

IBAMA- RJ, Instituto de Pesca, UNIVALI, FURG

Page 20: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Situação atual dos principais estoques administrados pela ICCAT,

segundo o SCRS- Standing Committee on Research and Statistics

(Comitê Permanente de Pesquisa e Estatística) (2016)

CMP CA RMS B/BRMS F/FRMS

Albacora laje (Thunnus albacares) 110.000 109.000 126.000 0,95 0,77

Albacora bandolim (Thunnus obesus) 65.000 80.000 79.000 0,67 1,28

Albacora branca N (Thunnus alalunga) 28.000 25.400 37.000 1,36 0,54

Albacora branca S (Thunnus alalunga) 24.000 15.100 26.000 0,86 0,54

Bonito listrado E (Katsuwonus pelamis) - 210.000 156.500 >1 <1

Bonito listrado W (Katsuwonus pelamis) - 20.000 31.000 1,30 0,70

Albacora azul W (Thunnus thynnus) 2.000 1.840 4.000 1,40 0,62

Albacora azul E (Thunnus thynnus) 23.100 16.200 37.000 1,10 0,13

Agulhão negro (Makaira nigricans) 2.000 1.864 2.837 0,67 1,63

Agulhão branco (Tetrapturus albidus) 400 465 1240 0,50 0,85

Espadarte N (Xiphias gladius) 13.700 11.100 13.600 1,14 0,82

Espadarte S (Xiphias gladius) 15.000 10.900 15.000 >1 <1

Page 21: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

O exemplo da albacora bandolim

(junho de 2007/ junho 2010)

Page 22: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Management Benchmarks

Estimate Std. Dev CV

K 845772 185696 0.220

r 0.468 0.13 0.276

MSY 93219 5022 0.054

B(2005) 406755 76691 0.189

B(2005)/K 0.487 0.05 0.106

B1950 845057 185713 0.220

B(2005)/B(1950) 0.487 0.05 0.106

C(2005)/MSY 0.764 0.04 0.055

Sigma 0.025 0.01 0.224

F(2005)/Fmsy 0.797 0.12 0.155

B(2005)/Bmsy 0.974 0.10 0.106

C(2005)/Rep Yield 0.773 0.05 0.061

Bmsy 422886 92848 0.220

Replacment Yield 92180 5334 0.058

MULTIFAN- CLVPA

BSPMASPIC

RUN Options MSY Fmsy SSBmsy

F2005/

Fmsy

SSB2005/

Bmsy

Steep-

ness

1 Use 2007 data (last year = 2005) 116.8 0.25 679.2 0.66 1.01 0.79

2 Fix M to same values used in the VPA 77.3 0.23 614.8 1.01 0.80 0.92

3 Fix M to values derived by IATTC 109.8 0.25 676.8 0.68 1.03 0.83

4 Ignore tagging data and assume a single region 86.7 0.19 700.8 1.14 0.69 0.64

5 Initial stock size estimated with M only 88.2 0.15 947.2 1.30 0.59 0.56

6 Exact catch option (SS2 solution) 98.2 0.15 636.0 1.14 0.90 0.75

7 Exclude Tag Group 11 117.1 0.24 702.0 0.67 0.98 0.77

8 Fewer groupings for selectivity and reporting rates;

different f weighting 108.7 0.27 617.2 0.67 1.02 0.85

9 Fix M to same values in VPA, with only one region 40.3 0.22 333.9 1.23 1.31 0.88

10 Give less weight to Japanese LL effort series; 3

regions 119.6 0.26 637.2 0.62 1.09 0.80

11 Give less weight to Japanese LL effort series; 1 region 90.8 0.20 660.4 1.02 0.76 0.68

Situação do Estoque da Albacora Bandolim

Rendimento Máximo Sustentável 92,000 t (78,700- 101,600)

Capturas atuais (2010) 76,000 t

Biomassa relativa(B2009/BRMS) 1.01 (0.72-1.34)

Mortalidade por pesca (F2009/FRMS) 0.95 (0.65-1.55)

Page 23: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Failing the high seas: A global evaluation of regional fisheries management organizations, by S. Cullis-Suzuki, D. Pauly. Marine Policy (2010) Volume: 34, Issue: 5, Pages: 1-141.

Exemplo de evolução de um estoque (albacora bandolim) ordenado por umaOrganização Regional de Ordenamento Pesqueiro (ICCAT- InternationalCommission for the Conservation of Atlantic Tunas (ICCAT)).

2020

O exemplo da albacora bandolim, Thunnus obesus,

no Oceano Atlântico

Ano de fundação da ICCAT

Page 24: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

2020

RMS

O exemplo da albacora bandolim, Thunnus obesus,

no Oceano Atlântico

Situação do Estoque da Albacora Bandolim

2010 2014

Rendimento Máximo Sustentável 92,000 t 79,000 t

Capturas atuais (2010) 76,000 t 80.000 t

Biomassa relativa(B/BRMS) 1.01 0,67

Mortalidade por pesca (F2009/FRMS) 0.95 1,28

Page 25: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Além de assegurar o necessário ordenamento da pesca das espécies-alvo (atuns

e espadarte), a pesca de atuns não terá futuro se não incorporar a abordagem

ecossistêmica no ordenamento pesqueiro, reduzindo significativamente o

impacto da pesca sobre a fauna acompanhante e capturas incidentais.

Neste sentido, grandes progressos foram alcançados sob a Presidência brasileira

(2007 a 2011)

O exemplo do atum azul!

Page 26: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Abordagem ecossistêmica no ordenamento pesqueiro

Fauna Acompanhante: tubarões

Até 2007:

✓ Proibição do finning (2004; Rec. 04-10)

De 2007 a 2011:

✓ Proibição de embarque, manutenção a bordo e comercialização

do tubarão raposa (Alopias superciliosus) (2009; Rec. 09-07);

✓ Proibição de embarque, manutenção a bordo e comercialização

do tubarão mako (Isurus oxyrinchus), para os países que não aportarem dados de captura: avaliação de estoque (2010; Rec. 10-06);

✓ Proibição de embarque , manutenção a bordo e comercialização

do tubarão galha-branca oceânico (Carcharhinus longimanus) (2010; Rec. 10-07);

✓ Proibição de embarque, manutenção a bordo e comercialização

dos tubarões martelo (Sphyrna spp., exceto S. tiburo) (2010; Rec. 10-08) (exceto para consumo local, por países em desenvolvimento + proibição do comércio internacional);

✓ Proibição de embarque, manutenção a bordo e comercialização

dos tubarão lombo-preto (Carcharhinus falciformis) (2011; Rec. 11-08) (exceto para consumo local, por países em desenvolvimento + proibição do comércio internacional);

Page 27: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Fauna Acompanhante: aves marinhas

Até 2007:

✓ Nada

De 2007 a 2011:

✓ Uso mandatório de tori-lines ou largada noturna, ao sul de 20oS

(90% das capturas incidentais) (2007; Rec. 07-07);

✓ Uso mandatório de, no mínimo, duas medidas mitigadoras simultâneas

(tori-lines + largada noturna + chumbamento da linha secundária),ao sul de 25oS (2011; Rec. 11-09);

Fauna Acompanhante: tartarugas marinhas

Até 2007:

✓ Nada

De 2007 a 2011:

✓ Uso mandatório de equipamentos a bordo para retirada de anzóis de

tartarugas capturadas e submissão mandatória de dados de captura(2010; Rec. 10-09);

Page 28: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Evolução da produção nacional de pescado

pela pesca oceânica

2001

Page 29: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Evolução da produção nacional de pescado

pela pesca oceânica (sem o bonito listrado)

2001

Page 30: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Produção nacional das principais espécies

de atum e as capturas no Oceano Atlântico

Page 31: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Evolução da frota atuneira nacional

Espinhel/ arrendado

Espinhel/ nacional

Vara e isca-viva/ nacional

Page 32: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Evolução da frota atuneira arrendada

Page 33: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Principais problemas enfrentados pela pesca oceânica no Brasil

✓ Falta de embarcações pesqueiras adequadas Investimento elevado e tecnologia sofisticada

✓ Falta de mão-de-obra especializada/adaptada à pesca oceânica

✓ Necessidade de negociação internacional

ICCAT: Conquista de quotas x Manutenção

(capacidade de produção)

✓ Necessidade de pesquisa científica sobre as espécies explotadas

O direito de pescar está diretamente vinculado à obrigação

de aportar dados fidedignos sobre captura e esforço, além de informações biológicas sobre as espécies capturadas

✓ Falta de mecanismos adequados de controle e fiscalização da

atividade pesqueira

Dados de desembarque, entrega e fluxo de mapas de bordo,

observadores de bordo, fiscalização (ex. agulhões branco e negro)

Page 34: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Principais problemas enfrentados pela pesca oceânica

Principais mercados consumidores são também

os tradicionais produtores + Limitação do mercado interno

Dependência da exportação e de barcos arrendados

Principais países importadores de pescado brasileiro

ELEVADA VULNERABILIDADE

2009 2010

Page 35: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Como consolidar uma frota oceânica ?

Arrendamento

Importação

Construção

São instrumentos complementares, com diferentes alcances, finalidades e tempos de resposta !

O que o Brasil precisa fazer

para desenvolver a sua pesca oceânica?

✓ Consolidar uma frota pesqueira oceânica nacional

✓Ampliar quotas de captura

✓ Formar mão-de-obra especializada

✓ Gerar conhecimento científico e tecnológico

✓ Cumprir com as suas obrigações perante a ONU/ FAO/ ICCAT

Page 36: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Como ampliar as quotas de captura ?

Negociação eficiente nos fóruns internacionais

ICCAT- Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico

FAO- Comitê de Pesca

OMC- Organização Mundial do Comércio

ONU- Organização das Nações Unidas

Estratégia de Pulverização da Agenda Pesqueira

Vencer pelo cansaço !

Importância estratégica da coordenação interna !!

Importância de cumprir com as obrigações !!1/2

Page 37: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Há uma guerra em curso

Alvo: Recursos atuneiros do Atlântico

Valor em jogo = US$ 4 bilhões !!

Países pesqueiros tradicionais (Japão, Espanha, etc) x

Países em desenvolvimento com pescarias emergentes

Conclusão:O grau de desenvolvimento da pesca oceânica brasileira dependerádiretamente da sua capacidade de negociação nos fóruns internacionais !

Principal arma: Instrumentos jurídicos internacionais

Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar

Acordo das Nações Unidas sobre Espécies Transzonais

e Altamente Migratórias (Acordo de Nova Iorque)

Código de Conduta para a Pesca Responsável (FAO)

Principal fragilidade: descumprimento das obrigações!!

Page 38: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Em MAR E AMBIENTES COSTEIROS. CGEE, 2008.

Em termos de infra-estrutura logística, há uma grande necessidade no País de um Instituto Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Pesqueiro (INPDP), o qual deveria ser dotado de embarcações modernas multiespecíficas para o desenvolvimento de pesquisas sobre os recursos pesqueiros do Brasil e para a formação de pessoal.

Propõe-se a criação de um instituto que, no âmbito da Rede Nacional de Ciências e Tecnologia Marinha, seja o organismo responsável pela oceanografiaoperacional no País e dê apoio tecnológico a diversos laboratórios e centros de C & T em temas específicos

Como fazer ?

Criação do Instituto Nacional de Pesquisa Pesqueira e

Oceanográfica- INPPO, dotado dos meios flutuantes

necessários para realização de pesquisa e formação de pessoal

(17 Cursos de Engenharia de Pesca)

Como formar mão-de-obra especializada ?

+ Escolas Técnicas Federais: CEFET/ IFET

Page 39: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Desenvolvimento de pesquisas e

esforço internacional de cooperação:

- Atuns Institut de Recherche pour le Développement

- Agulhões Virginia Institute of Marine Science- VIMS

University of Miami/ RSMAS

NOAA/ NMFS/ SFSC- Miami Lab + Hawaii Lab

- Tubarões Virginia Institute of Marine Science- VIMS

University of Florida

NOAA/ NMFS/ SFSC- Panama City Lab; Hawaii

University of Hawaii

Como gerar conhecimento científico e tecnológico?

AOTTP- Atlantic Ocean Tropical Tuna Tagging Programme€ 665.460,00 13,000 atuns: BET + YFT + SKJ

Page 40: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

AOTTP- Atlantic Ocean Tropical Tuna Tagging Programme

Page 41: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

A nova fronteira da pesca de atuns no Brasil:

A pesca artesanal no nordesteBoia Pirata e Cardumes associados.

Itarema- CE e Areia Branca- RN

Page 42: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

✓ Produção CE + RN ≈ 10.000 t

✓ ≈ 150 barcos

✓ ≈ 70% YFT; 25% BET; 5% SKJ

Estudo de viabilidade econômica da pesca de atuns em cardumes associados,

no Atlântico oeste tropical, pela frota sediada em Areia Branca- RN. 2015.Universidade Federal Rural do Semiárido + Associação dos Armadores de Pesca de Areia Branca

Prof. Dr. Guelson Batista da Silva &Prof. Dr. Humberto Gomes Hazin

Page 43: O estado da arte da pesca do atum, no Brasil e no mundo ...pecnordestefaec.org.br/2017/wp-content/uploads/2017/07/O-estado-da... · Fonte: FAO, 2016. Fonte: FAO, 2016 > 50% ... OCEANIC

Muito Obrigado!