o estado. a Ética e o estado a Ética e o estado Ética e moral conceito de Ética conceito de...

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O ESTADO

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Page 1: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

O ESTADO

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A ÉTICA E O A ÉTICA E O ESTADOESTADO

ÉTICA E MORALCONCEITO DE ÉTICACONCEITO DE ESTADOA RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

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SócratesSócrates é o é o ""fundador da moralfundador da moral”. ”. Para ele a palavra MORAL é Para ele a palavra MORAL é sinônimo de ÉTICA, acentuando sinônimo de ÉTICA, acentuando talvez apenas o aspecto de talvez apenas o aspecto de interiorização das normas . Não se interiorização das normas . Não se baseava simplesmente nos baseava simplesmente nos costumes do povo e dos ancestrais, costumes do povo e dos ancestrais, assim como nas leis exteriores , mas assim como nas leis exteriores , mas sim na convicção pessoal, adquirida sim na convicção pessoal, adquirida através de um processo de consulta através de um processo de consulta ao seu “DEMÔNIO INTERIOR”ao seu “DEMÔNIO INTERIOR”

ÉTICA E MORALÉTICA E MORAL

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As três acepções empregada:As três acepções empregada:

1 - 1 - A primeira faz-se referência as A primeira faz-se referência as teoriasteoriasque têm como objeto o comportamento que têm como objeto o comportamento moral.moral.

“... a teoria que pretende explicar “... a teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condições a natureza, fundamentos e condições da moral, relacionando-a com da moral, relacionando-a com necessidades sociais dos homens”.necessidades sociais dos homens”.

( Adolfo S. Vazquez)( Adolfo S. Vazquez)

CONCEITO DE ÉTICACONCEITO DE ÉTICA

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2 - Um segundo emprego 2 - Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la dessa palavra é considerá-la uma categoria filosófica, da uma categoria filosófica, da qual se constituiria em qual se constituiria em núcleo especulativo e núcleo especulativo e reflexivo sobre a complexa reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na fenomenologia da moral na convivência humana.convivência humana.

Page 6: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

3 - Numa terceira acepção, a 3 - Numa terceira acepção, a ética já não é entendida como ética já não é entendida como objeto descritível de uma ciência, objeto descritível de uma ciência, nem tampouco como fenômenonem tampouco como fenômenoespetaculativo. Trata-se agora da espetaculativo. Trata-se agora da conduta esperada pela aplicação conduta esperada pela aplicação de regras morais, no de regras morais, no comportamento social. comportamento social.

Enfim,a ética é a própria vida.Enfim,a ética é a própria vida.( Álvaro L. M. Valls)( Álvaro L. M. Valls)

Page 7: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

No universo das interações No universo das interações sociais, o Direito é uma ordenação de sociais, o Direito é uma ordenação de relações inter-pessoais e, em razão relações inter-pessoais e, em razão disso, mister se faz compromisso de disso, mister se faz compromisso de suas normas com princípios éticos. suas normas com princípios éticos. Funciona, pois, o Direito como Funciona, pois, o Direito como regulação de conflito de interesses e regulação de conflito de interesses e de vontades, permitindo com isso a de vontades, permitindo com isso a convivência entre pessoas e mesmo a convivência entre pessoas e mesmo a sobrevivência do grupo.sobrevivência do grupo.

CONCEITO DE ESTADOO DireitoO Direito

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O Estado,como pessoa, é uma ficção, O Estado,como pessoa, é uma ficção, constitui arranjo formulado pelos homens constitui arranjo formulado pelos homens para organizar a sociedade e disciplinar o para organizar a sociedade e disciplinar o poder, a fim de que todos possam se poder, a fim de que todos possam se realizar em plenitude, atingindo suas realizar em plenitude, atingindo suas finalidades particulares.finalidades particulares. O Estado tem um valor ético. O Estado tem um valor ético. Não é ele o universo de Hegel. “Nada Não é ele o universo de Hegel. “Nada caracteriza tão abertamente a essência caracteriza tão abertamente a essência ética do Estado como sua função de realizar ética do Estado como sua função de realizar o mínimo ético da convivência humana. o mínimo ético da convivência humana.

A ÉTICA E O ESTADO

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Há uma Justificação Moral para o Há uma Justificação Moral para o exercício do instrumento em seu uso. exercício do instrumento em seu uso. O Estado é, pois, a autodefesa do O Estado é, pois, a autodefesa do espírito humano ao assegurar a espírito humano ao assegurar a existência verdadeiramente humana existência verdadeiramente humana dentro da vida coletiva. dentro da vida coletiva. Essa idéia deveria ser ainda mais clara Essa idéia deveria ser ainda mais clara no Estado do Brasil. A administração no Estado do Brasil. A administração pública brasileira se submete ao pública brasileira se submete ao princípio da moralidade.princípio da moralidade.

Page 10: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

ORGANIZAÇÃO DO ESTADOORGANIZAÇÃO DO ESTADO IntroduçãoIntrodução A Constituição Federal trata da organização A Constituição Federal trata da organização

do Estado brasileiro a partir do seu artigo do Estado brasileiro a partir do seu artigo 18, onde dispõe que “18, onde dispõe que “a organização a organização político-administrativa da República político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituiçãodesta Constituição.”.”

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Nos quatro parágrafos do artigo Nos quatro parágrafos do artigo supracitado, a Constituição vai supracitado, a Constituição vai dispor sobre os territórios federais, dispor sobre os territórios federais, dizendo que estes integram a dizendo que estes integram a União, e irá tratar também da União, e irá tratar também da incorporação, subdivisão, fusão e incorporação, subdivisão, fusão e desmembramento de Estados e desmembramento de Estados e Municípios.Municípios.

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Essas poucas, mas importantes Essas poucas, mas importantes disposições constitucionais disposições constitucionais tratam da base da organização do tratam da base da organização do Estado brasileiro e o Estado brasileiro e o caputcaput do do artigo 18 da CF revela o tipo de artigo 18 da CF revela o tipo de estrutura que os legisladores estrutura que os legisladores constituintes elegeram para o constituintes elegeram para o nosso Estado: a Federação.nosso Estado: a Federação.

Page 13: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

O conceito de EstadoO conceito de Estado

Segundo Celso Ribeiro Bastos, “Segundo Celso Ribeiro Bastos, “Estado Estado é a organização juridicamente soberana é a organização juridicamente soberana de um povo em um dado territóriode um povo em um dado território”.”.[1]

Tendo à frente essa conceituação de Tendo à frente essa conceituação de Estado, verifica-se que existem diversas Estado, verifica-se que existem diversas formas pelas quais este se organiza e se formas pelas quais este se organiza e se estrutura. Há três regimes jurídicos estrutura. Há três regimes jurídicos distintos em que o Estado pode se distintos em que o Estado pode se configurar e se manifestar, resultando configurar e se manifestar, resultando em diferentes formas de Estado, formas em diferentes formas de Estado, formas de governo e sistemas de governo.de governo e sistemas de governo.

Page 14: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Formas de EstadoFormas de Estado

As As formas de Estadoformas de Estado, que são as , que são as maneiras pelas quais este se estrutura maneiras pelas quais este se estrutura dentro de seu território, com relação a dentro de seu território, com relação a sua descentralização político-sua descentralização político-administrativa, ensejariam a ocorrência administrativa, ensejariam a ocorrência de um de um Estado UnitárioEstado Unitário ou de um ou de um Estado Estado Composto, Composto, sendo que neste último sendo que neste último gênerogênero se insere a espécie denominada se insere a espécie denominada de de Estado FederalEstado Federal. .

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Formas de GovernoFormas de Governo

Dentro do Estado temos as Dentro do Estado temos as formas de governoformas de governo, que dizem , que dizem respeito ao modo de organização respeito ao modo de organização política do Estado, política do Estado, caracterizando, conforme o caso, caracterizando, conforme o caso, a a RepúblicaRepública ou a ou a MonarquiaMonarquia. .

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A A MonarquiaMonarquia, oriunda do vocábulo grego , oriunda do vocábulo grego monarchiamonarchia, governo de um só, apresenta como , governo de um só, apresenta como elementos caracterizadores a vitaliciedade, a elementos caracterizadores a vitaliciedade, a hereditariedade e a irresponsabilidade do Chefe hereditariedade e a irresponsabilidade do Chefe de Estado, podendo ser absoluta ou relativa. Na de Estado, podendo ser absoluta ou relativa. Na primeira o poder está totalmente em mãos de primeira o poder está totalmente em mãos de um único governante, enquanto que na segunda um único governante, enquanto que na segunda há uma limitação do governante em face da há uma limitação do governante em face da existência de um texto constitucional que deve existência de um texto constitucional que deve ser por ele obedecido. Esta última é também ser por ele obedecido. Esta última é também denominada de Monarquia Constitucional e denominada de Monarquia Constitucional e encontra existência, por exemplo, no Japão, na encontra existência, por exemplo, no Japão, na Espanha, na Grã-Bretanha, e, ainda, existiu em Espanha, na Grã-Bretanha, e, ainda, existiu em nosso país na época do Brasil-Império.nosso país na época do Brasil-Império.

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A A RepúblicaRepública, da expressão em latim , da expressão em latim res res publicapublica (coisa pública), por usa vez, (coisa pública), por usa vez, representa forma de governo bastante representa forma de governo bastante diferente da Monarquia, uma vez que é a diferente da Monarquia, uma vez que é a verdadeira expressão do governo do povo, verdadeira expressão do governo do povo, pelo povo e para o povo, caracterizando-se pelo povo e para o povo, caracterizando-se pela eletividade dos seus governantes, pela pela eletividade dos seus governantes, pela temporariedade de mandatos e temporariedade de mandatos e responsabilidade do Chefe de Estado. Temos responsabilidade do Chefe de Estado. Temos inúmeros exemplos de governos inúmeros exemplos de governos republicanos, tais como o Brasil, os Estados republicanos, tais como o Brasil, os Estados Unidos, a Alemanha etc.Unidos, a Alemanha etc.

Page 18: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Sistemas de governoSistemas de governo

E, ainda, temos os E, ainda, temos os sistemas de sistemas de governogoverno, que seriam os regimes , que seriam os regimes estabelecidos para os estabelecidos para os relacionamentos entre os poderes relacionamentos entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, Legislativo, Executivo e Judiciário, podendo ser o sistema podendo ser o sistema presidencialistapresidencialista (exemplo: Brasil) ou (exemplo: Brasil) ou o o parlamentaristaparlamentarista (exemplo: (exemplo: Portugal).Portugal).

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No No presidencialismopresidencialismo os poderes os poderes Executivo e Legislativo são Executivo e Legislativo são independentes. O Presidente da República independentes. O Presidente da República acumula as funções de chefe de Estado e acumula as funções de chefe de Estado e chefe de governo. Ele é eleito pelo povo, chefe de governo. Ele é eleito pelo povo, direta ou indiretamente, por tempo direta ou indiretamente, por tempo determinado, não havendo possibilidade determinado, não havendo possibilidade de destituição pelo Parlamento, a não ser de destituição pelo Parlamento, a não ser em raras situações que possam culminar em raras situações que possam culminar com um processo de impeachment. com um processo de impeachment.

Page 20: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Já no Já no ParlamentarismoParlamentarismo há uma há uma interdependência entre os poderes Legislativo e interdependência entre os poderes Legislativo e Executivo, onde a chefia de Estado é exercida Executivo, onde a chefia de Estado é exercida pelo Presidente (na República) ou pelo Monarca pelo Presidente (na República) ou pelo Monarca (na Monarquia) e a chefia de governo é exercida (na Monarquia) e a chefia de governo é exercida pelo Primeiro Ministro. Este último não possui pelo Primeiro Ministro. Este último não possui mandato por prazo certo, podendo ser destituído mandato por prazo certo, podendo ser destituído a qualquer tempo quando não mais gozar do a qualquer tempo quando não mais gozar do apoio do Parlamento ou pela aprovação de apoio do Parlamento ou pela aprovação de moção de desconfiança. Neste sistema, há ainda moção de desconfiança. Neste sistema, há ainda a possibilidade de dissolução do Parlamento pelo a possibilidade de dissolução do Parlamento pelo chefe de Estado, com a convocação de novas chefe de Estado, com a convocação de novas eleições.eleições.

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O conceito de Estado O conceito de Estado UnitárioUnitário O O Estado UnitárioEstado Unitário é caracterizado pela centralização é caracterizado pela centralização

do poder, pela existência de uma única unidade de do poder, pela existência de uma única unidade de emanação de poder político interno. A produção emanação de poder político interno. A produção legislativa fica a cargo de um único poder central, legislativa fica a cargo de um único poder central, com aplicação sobre todo o território nacional. Não com aplicação sobre todo o território nacional. Não obstante esta concentra ção de poder, em alguns obstante esta concentra ção de poder, em alguns casos ocorre uma descentralização administrativa, casos ocorre uma descentralização administrativa, sem que isto descaracterize o Estado Unitário, pois sem que isto descaracterize o Estado Unitário, pois esta descentralização depende da iniciativa e esta descentralização depende da iniciativa e aprovação do poder central, que pode modificá-la a aprovação do poder central, que pode modificá-la a qualquer tempo, uma vez que as unidades qualquer tempo, uma vez que as unidades descentralizadas não gozam de autonomia política. descentralizadas não gozam de autonomia política. Este último exemplo teve existência no Brasil-Império Este último exemplo teve existência no Brasil-Império e ainda existe na Itália, França e Portugal, entre e ainda existe na Itália, França e Portugal, entre outros países, e é denominado de Estado Unitário outros países, e é denominado de Estado Unitário descentralizado ou regional.descentralizado ou regional.

Page 22: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

O conceito de Estado O conceito de Estado FederalFederal A A FederaçãoFederação é subespécie do Estado composto é subespécie do Estado composto

ou complexo, do qual fazem parte também a ou complexo, do qual fazem parte também a União pessoal (união de dois ou mais Estados União pessoal (união de dois ou mais Estados sob o governo de um único monarca), a União sob o governo de um único monarca), a União Real (união de dois ou mais Estados sob a Real (união de dois ou mais Estados sob a regência do mesmo monarca, mas cada reino regência do mesmo monarca, mas cada reino mantendo a sua organização interna) e a mantendo a sua organização interna) e a Confederação (união de Estados soberanos, que Confederação (união de Estados soberanos, que conservam sua soberania, para consecução de conservam sua soberania, para consecução de fins comuns).fins comuns).

Na Federação há a união de dois ou mais Na Federação há a união de dois ou mais Estados que formam um novo ser estatal, onde Estados que formam um novo ser estatal, onde este é soberano e aqueles possuem somente este é soberano e aqueles possuem somente autonomia política. autonomia política.

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Soberania e autonomiaSoberania e autonomia

Distinção entre soberania e autonomia: Distinção entre soberania e autonomia: Um Estado soberano é aquele cujo poder Um Estado soberano é aquele cujo poder não está limitado pelo Direito. A não está limitado pelo Direito. A soberania de um Estado lhe coloca em soberania de um Estado lhe coloca em posição de igualdade com outros Estados posição de igualdade com outros Estados no cenário internacional, e, ao mesmo no cenário internacional, e, ao mesmo tempo, em posição de superioridade tempo, em posição de superioridade dentro do seu limite territorial com dentro do seu limite territorial com relação ao demais poderes internos.relação ao demais poderes internos.

Page 24: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

A autonomia, por seu turno, é aquele A autonomia, por seu turno, é aquele conjunto de competências atribuídas conjunto de competências atribuídas a uma pessoa, que pode exercê-las a uma pessoa, que pode exercê-las dentro de certos limites. Uma dentro de certos limites. Uma unidade autônoma não é soberana, unidade autônoma não é soberana, porque ela é limitada pelo Direito. Ela porque ela é limitada pelo Direito. Ela exerce os seus poderes dentro de exerce os seus poderes dentro de uma moldura cujos limites são uma moldura cujos limites são definidos pela Constituição de um definidos pela Constituição de um Estado.Estado.

Page 25: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Origem da FederaçãoOrigem da Federação

A origem da formação do Estado federal A origem da formação do Estado federal deita suas raízes na história da concepção deita suas raízes na história da concepção dos Estados Unidos da América. Em 1776, as dos Estados Unidos da América. Em 1776, as antigas treze colônias da Inglaterra na antigas treze colônias da Inglaterra na América do Norte, ao tornarem-se América do Norte, ao tornarem-se independentes, resolveram unir esforços independentes, resolveram unir esforços para a criação de uma abrangente entidade para a criação de uma abrangente entidade central que pudesse representá-las e central que pudesse representá-las e defendê-las em assuntos de interesse defendê-las em assuntos de interesse comum de todas as colônias, criando assim, comum de todas as colônias, criando assim, em 1778, uma espécie de Confederação de em 1778, uma espécie de Confederação de Estados independentes. Estados independentes.

Page 26: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Esta união foi firmada por um Esta união foi firmada por um documento denominado de Artigos documento denominado de Artigos da Confederação, que entrou em da Confederação, que entrou em vigor a partir de 1781, cujo texto vigor a partir de 1781, cujo texto guardava semelhança com as guardava semelhança com as Constituições dos Estados, as quais Constituições dos Estados, as quais já dispunham sobre: separação de já dispunham sobre: separação de poderes, Congresso Bicameral e poderes, Congresso Bicameral e Declaração de Direitos.Declaração de Direitos.

Page 27: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

No entanto, a Confederação não teve No entanto, a Confederação não teve vida longa. Isto porque o liame que unia vida longa. Isto porque o liame que unia os Estados, independentes e soberanos, os Estados, independentes e soberanos, era muito vulnerável, e o poder central era muito vulnerável, e o poder central que fora criado não se mostrou capaz de que fora criado não se mostrou capaz de atender os anseios das unidades atender os anseios das unidades confederadas, pois a unidade central confederadas, pois a unidade central existente era apenas uma assembléia de existente era apenas uma assembléia de representantes dos Estados, sem representantes dos Estados, sem autoridade sobre os indivíduos de cada autoridade sobre os indivíduos de cada Estado e desprovida de soberania.Estado e desprovida de soberania.[2]

Page 28: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Assim, em 14 de Maio de 1787, Assim, em 14 de Maio de 1787, na cidade de Filadélfia, reunidos na cidade de Filadélfia, reunidos em uma convenção, para rever o em uma convenção, para rever o pacto formado entre as antigas pacto formado entre as antigas colônias, os Estados decidiram colônias, os Estados decidiram aprovar uma nova carta, a aprovar uma nova carta, a Constituição dos Estados Unidos Constituição dos Estados Unidos da América. da América.

Page 29: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

A Constituição Federal do EUA, então, fixou as A Constituição Federal do EUA, então, fixou as bases sobre a qual se assentaria o novo Estado bases sobre a qual se assentaria o novo Estado federativo norte-americano, estabelecendo um federativo norte-americano, estabelecendo um novo pacto entre os Estados antes soberanos e novo pacto entre os Estados antes soberanos e independentes que, agora, abdicavam desses independentes que, agora, abdicavam desses poderes em prol do novo poder central. Dentro poderes em prol do novo poder central. Dentro dessa nova união, a Federação, os Estados dessa nova união, a Federação, os Estados gozavam somente de autonomia. As entidades gozavam somente de autonomia. As entidades que comporiam a Federação norte-americana, que comporiam a Federação norte-americana, portanto, seriam o poder central (a União) e as portanto, seriam o poder central (a União) e as unidades federadas (os Estados). “unidades federadas (os Estados). “A supremacia A supremacia do poder federal veio com a aceitação pelos do poder federal veio com a aceitação pelos Estados da Constituição Federal, impondo a Estados da Constituição Federal, impondo a superioridade da União, em face da legislação dos superioridade da União, em face da legislação dos Estados, como também da legislação federalEstados, como também da legislação federal”.”.[3]

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Traços comuns das federaçõesTraços comuns das federações Embora cada Federação, atualmente, tenha as Embora cada Federação, atualmente, tenha as

suas próprias características, todas elas, para suas próprias características, todas elas, para que assim sejam classificadas, possuem alguns que assim sejam classificadas, possuem alguns traços comuns, sem os quais o Estado se traços comuns, sem os quais o Estado se afastaria do conceito básico de Federação. Luiz afastaria do conceito básico de Federação. Luiz Alberto David Araújo organizou, em excelente Alberto David Araújo organizou, em excelente trabalho doutrináriotrabalho doutrinário[4], esses característicos do , esses característicos do Estado federal, procurando demonstrar todos os Estado federal, procurando demonstrar todos os elementos que deve integrar o conceito elementos que deve integrar o conceito genérico de Federação. Estas características genérico de Federação. Estas características comuns, portanto, podem assim ser elencadas: comuns, portanto, podem assim ser elencadas:

Page 31: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

(1) a existência de pelo menos duas ordens jurídicas (1) a existência de pelo menos duas ordens jurídicas distintas, a central e a periférica; (2) autonomia das distintas, a central e a periférica; (2) autonomia das unidades federadas, revelada pela repartição unidades federadas, revelada pela repartição constitucional de competências; constitucional de competências;

(3) rigidez da Constituição Federal; (3) rigidez da Constituição Federal; (4) indissolubilidade do pacto federativo;(4) indissolubilidade do pacto federativo; (5) possibilidade de manifestação de vontade das (5) possibilidade de manifestação de vontade das

unidades parciais, de maneira isonômica, por meio de unidades parciais, de maneira isonômica, por meio de representantes no Senado Federal; representantes no Senado Federal;

(6) a existência de um órgão guardião da Constituição; (6) a existência de um órgão guardião da Constituição; (7) possibilidade de intervenção federal nos Estados (7) possibilidade de intervenção federal nos Estados

para a manutenção do pacto federativo.para a manutenção do pacto federativo.

Page 32: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

AUTORIDADEAUTORIDADE

“Autoridade é o que autoriza e poder o “Autoridade é o que autoriza e poder o que pode, há sempre na autoridade uma que pode, há sempre na autoridade uma matriz de influência moral que não é matriz de influência moral que não é necessariamente implicada por poder”.necessariamente implicada por poder”.

(Littré)(Littré) “Chamamos de autoridade o direito de “Chamamos de autoridade o direito de dirigir e de comandar, de ser escutado ou dirigir e de comandar, de ser escutado ou obedecido pelos outros; e de “poder” a obedecido pelos outros; e de “poder” a força de que se dispõe  e com cuja ajuda força de que se dispõe  e com cuja ajuda se pode obrigar os outros a escutar ou se pode obrigar os outros a escutar ou obedecer.”obedecer.”

(Jacques (Jacques Maritain)Maritain)

Page 33: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

...”governo autoritário” aquele que ...”governo autoritário” aquele que recorre largamente à violência, em ato e recorre largamente à violência, em ato e em ameaça, para  se fazer obedecer, em ameaça, para  se fazer obedecer, governo do qual  cumpriria dizer,  que governo do qual  cumpriria dizer,  que carece de autoridade suficiente para carece de autoridade suficiente para cumprir seu desígnios, de sorte que cumprir seu desígnios, de sorte que preenche a margem com intimidação”.preenche a margem com intimidação”.

(Bertrand De (Bertrand De Jouvenel)Jouvenel)

O poder que, mercê do uso público da O poder que, mercê do uso público da força, constitui uma ameaça contínua às força, constitui uma ameaça contínua às liberdades individuais.liberdades individuais.

Page 34: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

O problema real é saber em que momento e de O problema real é saber em que momento e de que maneira a relação de AUTORIDADE deve que maneira a relação de AUTORIDADE deve ser  progressivamente substituída por uma ser  progressivamente substituída por uma relação de colaboração críticarelação de colaboração crítica. E, efetivamente, toda vez que existem E, efetivamente, toda vez que existem métodos fundamentados na experiência, que métodos fundamentados na experiência, que permite provocar o valor de uma afirmação e permite provocar o valor de uma afirmação e controlar-lhe a verdade, nenhuma autoridade controlar-lhe a verdade, nenhuma autoridade lhe pode ser  oposta:um fato é mais respeitável lhe pode ser  oposta:um fato é mais respeitável do que um lord maior.do que um lord maior.

Page 35: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

IDEOLOGIAIDEOLOGIA Ideologia:Ideologia: Termo criado por DESTRUTT DE TRACY, em Termo criado por DESTRUTT DE TRACY, em

1979/1801 para denominar a ciência cujo objeto de 1979/1801 para denominar a ciência cujo objeto de estudo é a gênese das idéias.estudo é a gênese das idéias.

Significado de Ideologia:Significado de Ideologia: Significa a Significa a DOUTRINADOUTRINA que que inspira as idéias de um partido político ou de um inspira as idéias de um partido político ou de um governo.governo.A ideologiaA ideologia: : Para Marilena Chauí, seria um Para Marilena Chauí, seria um mascaramento da realidade social que permite a mascaramento da realidade social que permite a legitimação da exploração e da dominação. (Chauí, legitimação da exploração e da dominação. (Chauí, Marilena, O que é Ideologia). Marilena, O que é Ideologia). Fator Ideológico:Fator Ideológico: É a ideologia considerada como É a ideologia considerada como uma causa ou uma força que age, que é capaz de uma causa ou uma força que age, que é capaz de influenciar, daí se falar em ação do fator ideológico. influenciar, daí se falar em ação do fator ideológico.

Page 36: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

VIOLÊNCIA 1. Década de 80: transição do regime ditatorial para o 1. Década de 80: transição do regime ditatorial para o

democráticodemocráticoA década de 80 apresentou-se, para o Brasil, como um período A década de 80 apresentou-se, para o Brasil, como um período histórico no qual ocorreram várias transformações sócio-histórico no qual ocorreram várias transformações sócio-econômicas e políticas.econômicas e políticas.Sob o aspecto político, algumas mudanças foram positivas, Sob o aspecto político, algumas mudanças foram positivas, como a queda do regime militar ditatorial e a aquisição de uma como a queda do regime militar ditatorial e a aquisição de uma maior liberdade de expressão, organização e direitos maior liberdade de expressão, organização e direitos democráticos. Do ponto de vista social e econômico, democráticos. Do ponto de vista social e econômico, intensificou-se a desigualdade entre as camadas sociais mais intensificou-se a desigualdade entre as camadas sociais mais extremas, aumentou o número de despossuídos (pobres e extremas, aumentou o número de despossuídos (pobres e indigentes), ao mesmo tempo em que os ricos conseguiram indigentes), ao mesmo tempo em que os ricos conseguiram acumular uma parcela ainda maior da riqueza produzida. Em acumular uma parcela ainda maior da riqueza produzida. Em termos de desenvolvimento econômico (Sabóia, 1993), a termos de desenvolvimento econômico (Sabóia, 1993), a concentração de renda no Brasil, hoje, é a segunda maior do concentração de renda no Brasil, hoje, é a segunda maior do mundo. Para mais da metade de sua população, apenas se mundo. Para mais da metade de sua população, apenas se socializou a miséria.socializou a miséria.

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• 2. A violência estrutural

Se as democracias fizeram um caminho histórico, isso Se as democracias fizeram um caminho histórico, isso se deve às lutas populares pelos direitos que, uma vez se deve às lutas populares pelos direitos que, uma vez declarados, precisam ser respeitados. declarados, precisam ser respeitados. ““A sociedade brasileira é violenta, autoritária, vertical, A sociedade brasileira é violenta, autoritária, vertical, hierárquica e oligárquica, polarizada entre a carência hierárquica e oligárquica, polarizada entre a carência absoluta e o privilegio absoluto. No Brasil há bloqueios absoluta e o privilegio absoluto. No Brasil há bloqueios e resistências à instituição dos direitos econômicos, e resistências à instituição dos direitos econômicos, sociais e culturais. Os meios de comunicação de sociais e culturais. Os meios de comunicação de massa e os setores oligárquicos nos fazem crer que a massa e os setores oligárquicos nos fazem crer que a sociedade brasileira é ordeira acolhedora, pacífica, e sociedade brasileira é ordeira acolhedora, pacífica, e que a violência é um momento acidental, um surto, que a violência é um momento acidental, um surto, uma epidemia, um acidente, algo temporário que, se uma epidemia, um acidente, algo temporário que, se bem tratado, desaparece. E que pode ser combatido bem tratado, desaparece. E que pode ser combatido por meio da repressão policial”. (Marilena Chauí).por meio da repressão policial”. (Marilena Chauí).

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• 3. Lei Maria da Penha

- - Violência físicaViolência física- Violência psicológico- Violência psicológico- Violência sexual- Violência sexual- Violência patrimonial- Violência patrimonial- Violência moral- Violência moral

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Teoria de criação do Estado

NaturalistaAristóteles

O Homem é naturalmente

um animal político

ContratualistaMais aceita

HobbesLocke

RosseauSec. XVIII

MarxistaLuta de classes-

Estado como justificação de domínio

de uma classesobre outra

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Teoria contratualistaCriação de forma artificial

Hobbes – estado de natureza

Homem mauEstado mau

LockeEstado de natureza

Homem livreEstado que garanta

esta liberdade

RosseauEstado de natureza

Homem bomEstado democrático

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Teoria contratualistaDe Hobbes

Estado de naturezaHomem mau e

Perverso – “O homem é

lobo do próprio Homem”

Guerra de todos Contra todos

Obra – O LeviatãJustificava o Absolutismo

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Teoria contratualistaDe Locke

Estado de naturezaHomem livre

Estado - que garantaesta liberdade

Contrario de hobbes,Dizia que o

estado de naturezaNão era violento,

mas que necessitavade alguém para

Dirimir conflitos

Motivo: divisão do Trabalho e da terra

DEFENSOR DO LIBERALISMO

E do estado Liberal

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Teoria contratualistaRosseau

Estado de natureza“O Homem bom, mas a sociedade

o corrompe”

Obra do Contrato Social

Motivo: A propriedade Privada era a raiz

Dos problemas e de toda a miséria

RosseauEstado democrático

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ESTADOESTADO A linha de pensamento mais A linha de pensamento mais

aceita para explicar a aceita para explicar a existência desse tipo de existência desse tipo de organização humana que organização humana que chamamos de Estado foi chamamos de Estado foi iniciada no século XVIII com os iniciada no século XVIII com os teóricos contratualistas teóricos contratualistas (Locke, Rousseau e Hobbes).(Locke, Rousseau e Hobbes).

Page 45: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Partindo de uma mesma Partindo de uma mesma perspectiva filosófica, mas com perspectiva filosófica, mas com algumas diferenças, esses algumas diferenças, esses pensadores argumentam que o pensadores argumentam que o homem a princípio se homem a princípio se encontraria em um "encontraria em um "estado de estado de natureza"natureza", no qual ele seria , no qual ele seria completamente livre e com o completamente livre e com o dever único de sobreviver. dever único de sobreviver.

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As relações entre as pessoas As relações entre as pessoas seriam regidas então pela "lei seriam regidas então pela "lei do mais forte". Mas como do mais forte". Mas como nenhum homem tem força nenhum homem tem força suficiente para garantir sempre suficiente para garantir sempre o seu bem-estar, ele procura o seu bem-estar, ele procura então estabelecer acordos com então estabelecer acordos com outros homens, que permitam outros homens, que permitam a sua coexistência pacífica. a sua coexistência pacífica.

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Dito de outra forma, a partir Dito de outra forma, a partir de um determinado momento, de um determinado momento, os obstáculos à sobrevivência os obstáculos à sobrevivência no estado de natureza no estado de natureza ultrapassam as possibilidades ultrapassam as possibilidades de cada pessoa, obrigando-as de cada pessoa, obrigando-as a unir-se e agir em conjunto.a unir-se e agir em conjunto.

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Da competição natural passa-se Da competição natural passa-se então para a cooperação, criada então para a cooperação, criada a partir do pacto entre os a partir do pacto entre os homens, ou "Do contrato social", homens, ou "Do contrato social", como apresenta Rousseau no como apresenta Rousseau no título de sua principal obra. título de sua principal obra. Neste contrato, cada homem Neste contrato, cada homem abdicaria de sua autonomia abdicaria de sua autonomia individual em benefício da individual em benefício da estabilidade da vida em comum. estabilidade da vida em comum.

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Sua Sua segurança e suas segurança e suas liberdadesliberdades, que agora , que agora recebem o nome de recebem o nome de direitosdireitos, passam a ser , passam a ser garantidas por uma entidade garantidas por uma entidade única, única, que monopolizará o que monopolizará o uso da força: o Estado. uso da força: o Estado.

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Outro pensador, Outro pensador, Montesquieu, percebeu que Montesquieu, percebeu que para realizar com eficiência para realizar com eficiência as tarefas que lhe cabem as tarefas que lhe cabem segundo o "pacto", o Estado segundo o "pacto", o Estado deve concentrar o poder da deve concentrar o poder da sociedade em que se sociedade em que se encontra. encontra.

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Para tanto ele tem de ser o Para tanto ele tem de ser o único responsável naquele único responsável naquele território por três atividades território por três atividades essenciais: a administração essenciais: a administração dos negócios de interesse dos negócios de interesse coletivo, com os indivíduos coletivo, com os indivíduos e com outros Estados; e com outros Estados;

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a elaboração das leis que a elaboração das leis que regem a sociedade e o regem a sociedade e o próprio funcionamento do próprio funcionamento do Estado; e a aplicação Estado; e a aplicação dessas leis de maneira dessas leis de maneira homogênea a todos os homogênea a todos os homens, garantindo a homens, garantindo a justiça.justiça.

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Esta classificação feita por Esta classificação feita por Montesquieu dará origem a Montesquieu dará origem a divisão do Estado em três divisão do Estado em três poderes, respectivamente poderes, respectivamente Executivo, Legislativo e Executivo, Legislativo e Judiciário, que hoje é Judiciário, que hoje é adotada em quase todos os adotada em quase todos os países do mundo. países do mundo.

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Mas a forma como o Mas a forma como o Estado e a sociedade se Estado e a sociedade se relacionam variou muito relacionam variou muito ao longo do tempo, o que ao longo do tempo, o que possibilita identificarmos possibilita identificarmos quatro modelos distintos. quatro modelos distintos.

Page 55: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

O primeiro deles é o Estado O primeiro deles é o Estado Moderno Absolutista, Moderno Absolutista, existente na Europa dos existente na Europa dos séculos XV a XVIII. Este é séculos XV a XVIII. Este é caracterizado pelo regime caracterizado pelo regime monárquico, onde o monárquico, onde o imperador concentrava os imperador concentrava os três poderes acima descritos. três poderes acima descritos.

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Assim não havia limites para a ação Assim não havia limites para a ação do Estado, que chegava até onde o do Estado, que chegava até onde o imperador desejasse, pois era ele o imperador desejasse, pois era ele o responsável tanto pela formulação responsável tanto pela formulação quanto pela aplicação das leis. É quanto pela aplicação das leis. É exatamente pela ausência de exatamente pela ausência de limites para sua atuação que é limites para sua atuação que é classificado como absolutista. classificado como absolutista.

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A partir do século XVIII, esta forma A partir do século XVIII, esta forma de Estado entrou em choque com de Estado entrou em choque com homens que viam nele uma homens que viam nele uma tendência muito forte a desprezar tendência muito forte a desprezar as liberdades individuais (de ir e as liberdades individuais (de ir e vir, de expressão, de pensamento, vir, de expressão, de pensamento, de propriedade), contrariando as de propriedade), contrariando as suas finalidades originais. suas finalidades originais.

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Com isso, tentaram colocar Com isso, tentaram colocar limites legais para a sua limites legais para a sua intervenção, conferindo intervenção, conferindo seus três poderes a seus três poderes a diferentes grupos de diferentes grupos de pessoas, e fixando-os sob a pessoas, e fixando-os sob a forma de uma Constituição. forma de uma Constituição.

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A Constituição é o A Constituição é o conjunto de leis que conjunto de leis que rege tanto a conduta rege tanto a conduta dos indivíduos para o dos indivíduos para o Estado quanto do Estado Estado quanto do Estado para os indivíduos.para os indivíduos.

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Esta forma de Estado tinha a Esta forma de Estado tinha a característica de permitir a característica de permitir a participação de pelo menos participação de pelo menos parte da população na escolha parte da população na escolha dos integrantes de dois poderes dos integrantes de dois poderes (Executivo e Legislativo), além (Executivo e Legislativo), além do objetivo expresso de garantir do objetivo expresso de garantir as liberdades individuais. Por as liberdades individuais. Por esses motivos pode ser esses motivos pode ser chamado de Estado chamado de Estado Democrático Liberal.Democrático Liberal.

Page 61: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Uma Uma terceiraterceira forma de Estado, forma de Estado, que surge no século XIX, o que surge no século XIX, o Estado Social DemocráticoEstado Social Democrático, , regulador e protetor do grupo regulador e protetor do grupo social. Este teve como principal social. Este teve como principal missão regular a relação capital missão regular a relação capital X Trabalho. E a quarta forma de X Trabalho. E a quarta forma de Estado Democrático do Direito. Estado Democrático do Direito.

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Este último, incumbido de Este último, incumbido de realizar as promessas da realizar as promessas da Modernidade, ou seja, a Modernidade, ou seja, a efetivação do Estado do efetivação do Estado do Bem-Estar Social. Bem-Estar Social.

Page 63: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Sua peculiaridade reside em que Sua peculiaridade reside em que além de garantir as liberdades além de garantir as liberdades individuais e políticas, ele se individuais e políticas, ele se preocupa também em fornecer preocupa também em fornecer as condições básicas para a as condições básicas para a sobrevivência de seus membros, sobrevivência de seus membros, como o atendimento à saúde, a como o atendimento à saúde, a educação e a moradia. educação e a moradia.

Page 64: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Esta forma de Estado foi Esta forma de Estado foi proporcionada pela proporcionada pela ampliação da cidadania aos ampliação da cidadania aos segmentos mais pobres da segmentos mais pobres da população, que passaram a população, que passaram a cobrar dos governantes cobrar dos governantes medidas para atenuar sua medidas para atenuar sua situação de miseráveis e de situação de miseráveis e de excluídos da vida social.excluídos da vida social.

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ESTADO ABSOLUTISTA(XV XVIII)ESTADO ABSOLUTISTA(XV XVIII)ESTADO LIBERAL ESTADO LIBERAL OU CONSTITUCIONAL (SEC. XVIII)OU CONSTITUCIONAL (SEC. XVIII)ESTADO SOCIAL ESTADO SOCIAL DEMOCRÁTICODEMOCRÁTICOESTADO DE DIREITO (SEC. XX) ESTADO DE DIREITO (SEC. XX)

ESTADO ABSOLUTISTA (XV XVIII)ESTADO ABSOLUTISTA (XV XVIII) Todo poder nas mãos de uma pessoa, não havia Todo poder nas mãos de uma pessoa, não havia

Liberdades e direitos individuaisLiberdades e direitos individuais

ESTADO LIBERAL OU CONSTITUCIONAL (SEC. ESTADO LIBERAL OU CONSTITUCIONAL (SEC. XVIII)XVIII) Direitos de 1a geração - Civis “Liberdade”Direitos de 1a geração - Civis “Liberdade”

ESTADO SOCIAL DEMOCRÁTICO (SEC. XIX) Direitos ESTADO SOCIAL DEMOCRÁTICO (SEC. XIX) Direitos

de 2a Geração Sociais e econômicos - Igualdadede 2a Geração Sociais e econômicos - Igualdade

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO (SEC. XX) ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO (SEC. XX) Direitos de 3a, 4a e 5a Geração “Fraternidade” –Direitos de 3a, 4a e 5a Geração “Fraternidade” –

ESTADO DO BEM ESTAR.ESTADO DO BEM ESTAR.

Page 66: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

ORGANIZAÇÃO DO ORGANIZAÇÃO DO ESTADOESTADO

A Constituição Federal trata da A Constituição Federal trata da organização do Estado brasileiro a organização do Estado brasileiro a partir do seu artigo 18, onde dispõe partir do seu artigo 18, onde dispõe que “que “a organização político-a organização político-administrativa da República administrativa da República Federativa do Brasil compreende a Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituiçãonos termos desta Constituição.”.”

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Nos quatro parágrafos do artigo Nos quatro parágrafos do artigo supracitado, a Constituição vai supracitado, a Constituição vai dispor sobre os territórios federais, dispor sobre os territórios federais, dizendo que estes integram a dizendo que estes integram a União, e irá tratar também da União, e irá tratar também da incorporação, subdivisão, fusão e incorporação, subdivisão, fusão e desmembramento de Estados e desmembramento de Estados e Municípios.Municípios.

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Essas poucas, mas importantes Essas poucas, mas importantes disposições constitucionais tratam da disposições constitucionais tratam da base da organização do Estado base da organização do Estado brasileiro e o brasileiro e o caputcaput do artigo 18 da CF do artigo 18 da CF revela o tipo de estrutura que os revela o tipo de estrutura que os legisladores constituintes elegeram legisladores constituintes elegeram para o nosso Estado: a Federação.para o nosso Estado: a Federação.

O conceito de EstadoO conceito de EstadoSegundo Celso Ribeiro Bastos, “Segundo Celso Ribeiro Bastos, “Estado Estado

é a organização juridicamente é a organização juridicamente soberana de um povo em um dado soberana de um povo em um dado territórioterritório”.”.

Page 69: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Tendo à frente essa conceituação Tendo à frente essa conceituação de Estado, verifica-se que existem de Estado, verifica-se que existem diversas formas pelas quais este se diversas formas pelas quais este se organiza e se estrutura. Há três organiza e se estrutura. Há três regimes jurídicos distintos em que o regimes jurídicos distintos em que o Estado pode se configurar e se Estado pode se configurar e se manifestar, resultando em manifestar, resultando em diferentes formas de Estado, formas diferentes formas de Estado, formas de governo e sistemas de governo.de governo e sistemas de governo.

Page 70: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Formas de EstadoFormas de Estado As As formas de Estadoformas de Estado, que são as , que são as

maneiras pelas quais este se maneiras pelas quais este se estrutura dentro de seu território, estrutura dentro de seu território, com relação a sua descentralização com relação a sua descentralização político-administrativa, ensejariam a político-administrativa, ensejariam a ocorrência de um ocorrência de um Estado UnitárioEstado Unitário ou ou de um de um Estado Composto, Estado Composto, sendo que sendo que neste último gêneroneste último gênero se insere a se insere a espécie denominada de espécie denominada de Estado Estado FederalFederal. .

Page 71: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Formas de GovernoFormas de Governo Dentro do Estado temos as Dentro do Estado temos as formas de formas de

governogoverno, que dizem respeito ao modo , que dizem respeito ao modo de organização política do Estado, de organização política do Estado, caracterizando, conforme o caso, a caracterizando, conforme o caso, a RepúblicaRepública ou a ou a MonarquiaMonarquia. A . A MonarquiaMonarquia, oriunda do vocábulo , oriunda do vocábulo grego grego monarchiamonarchia, governo de um só, , governo de um só, apresenta como elementos apresenta como elementos caracterizadores a vitaliciedade, a caracterizadores a vitaliciedade, a hereditariedade e a irresponsabilidade hereditariedade e a irresponsabilidade do Chefe de Estado, podendo ser do Chefe de Estado, podendo ser absoluta ou relativa. absoluta ou relativa.

Page 72: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Na primeira o poder está totalmente Na primeira o poder está totalmente em mãos de um único governante, em mãos de um único governante, enquanto que na segunda há uma enquanto que na segunda há uma limitação do governante em face da limitação do governante em face da existência de um texto existência de um texto constitucional que deve ser por ele constitucional que deve ser por ele obedecido. Esta última é também obedecido. Esta última é também denominada de Monarquia denominada de Monarquia Constitucional e encontra existência, Constitucional e encontra existência, por exemplo, no Japão, na Espanha, por exemplo, no Japão, na Espanha, na Grã-Bretanha, e, ainda, existiu na Grã-Bretanha, e, ainda, existiu em nosso país na época do Brasil-em nosso país na época do Brasil-Império.Império.

Page 73: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

A A RepúblicaRepública, da expressão em latim , da expressão em latim res publicares publica (coisa pública), por usa vez, (coisa pública), por usa vez, representa forma de governo bastante representa forma de governo bastante diferente da Monarquia, uma vez que é diferente da Monarquia, uma vez que é a verdadeira expressão do governo do a verdadeira expressão do governo do povo, pelo povo e para o povo, povo, pelo povo e para o povo, caracterizando-se pela eletividade dos caracterizando-se pela eletividade dos seus governantes, pela temporariedade seus governantes, pela temporariedade de mandatos e responsabilidade do de mandatos e responsabilidade do Chefe de Estado. Temos inúmeros Chefe de Estado. Temos inúmeros exemplos de governos republicanos, exemplos de governos republicanos, tais como o Brasil, os Estados Unidos, a tais como o Brasil, os Estados Unidos, a Alemanha etc.Alemanha etc.

Page 74: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Sistemas de governoSistemas de governo E, ainda, temos os E, ainda, temos os sistemas de sistemas de

governogoverno, que seriam os regimes , que seriam os regimes estabelecidos para os estabelecidos para os relacionamentos entre os poderes relacionamentos entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, Legislativo, Executivo e Judiciário, podendo ser o sistema podendo ser o sistema presidencialistapresidencialista (exemplo: Brasil) ou o (exemplo: Brasil) ou o parlamentaristaparlamentarista (exemplo: Portugal). (exemplo: Portugal).

Page 75: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

No No presidencialismopresidencialismo os poderes os poderes Executivo e Legislativo são Executivo e Legislativo são independentes. O Presidente da República independentes. O Presidente da República acumula as funções de chefe de Estado e acumula as funções de chefe de Estado e chefe de governo. Ele é eleito pelo povo, chefe de governo. Ele é eleito pelo povo, direta ou indiretamente, por tempo direta ou indiretamente, por tempo determinado, não havendo possibilidade determinado, não havendo possibilidade de destituição pelo Parlamento, a não ser de destituição pelo Parlamento, a não ser em raras situações que possam culminar em raras situações que possam culminar com um processo de impeachment. com um processo de impeachment.

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Já no Já no ParlamentarismoParlamentarismo há uma há uma interdependência entre os interdependência entre os poderes Legislativo e Executivo, poderes Legislativo e Executivo, onde a chefia de Estado é onde a chefia de Estado é exercida pelo Presidente (na exercida pelo Presidente (na República) ou pelo Monarca (na República) ou pelo Monarca (na Monarquia) e a chefia de governo Monarquia) e a chefia de governo é exercida pelo Primeiro Ministro. é exercida pelo Primeiro Ministro.

Page 77: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Este último não possui mandato por Este último não possui mandato por prazo certo, podendo ser destituído a prazo certo, podendo ser destituído a qualquer tempo quando não mais qualquer tempo quando não mais gozar do apoio do Parlamento ou gozar do apoio do Parlamento ou pela aprovação de moção de pela aprovação de moção de desconfiança. Neste sistema, há desconfiança. Neste sistema, há ainda a possibilidade de dissolução ainda a possibilidade de dissolução do Parlamento pelo chefe de Estado, do Parlamento pelo chefe de Estado, com a convocação de novas eleições.com a convocação de novas eleições.

Page 78: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

O conceito de Estado UnitárioO conceito de Estado Unitário O O Estado UnitárioEstado Unitário é caracterizado é caracterizado

pela centralização do poder, pela pela centralização do poder, pela existência de uma única unidade de existência de uma única unidade de emanação de poder político interno. A emanação de poder político interno. A produção legislativa fica a cargo de produção legislativa fica a cargo de um único poder central, com aplicação um único poder central, com aplicação sobre todo o território nacional. sobre todo o território nacional.

Page 79: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Não obstante esta concentra ção de poder, em Não obstante esta concentra ção de poder, em alguns casos ocorre uma descentralização alguns casos ocorre uma descentralização administrativa, sem que isto descaracterize o administrativa, sem que isto descaracterize o Estado Unitário, pois esta descentralização Estado Unitário, pois esta descentralização depende da iniciativa e aprovação do poder depende da iniciativa e aprovação do poder central, que pode modificá-la a qualquer tempo, central, que pode modificá-la a qualquer tempo, uma vez que as unidades descentralizadas não uma vez que as unidades descentralizadas não gozam de autonomia política. Este último gozam de autonomia política. Este último exemplo teve existência no Brasil-Império e exemplo teve existência no Brasil-Império e ainda existe na Itália, França e Portugal, entre ainda existe na Itália, França e Portugal, entre outros países, e é denominado de Estado outros países, e é denominado de Estado Unitário descentralizado ou regional.Unitário descentralizado ou regional.

Page 80: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

O conceito de Estado FederalO conceito de Estado Federal A A FederaçãoFederação é subespécie do Estado é subespécie do Estado

composto ou complexo, do qual fazem composto ou complexo, do qual fazem parte também a União pessoal (união parte também a União pessoal (união de dois ou mais Estados sob o governo de dois ou mais Estados sob o governo de um único monarca), a União Real de um único monarca), a União Real (união de dois ou mais Estados sob a (união de dois ou mais Estados sob a regência do mesmo monarca, mas regência do mesmo monarca, mas cada reino mantendo a sua cada reino mantendo a sua organização interna) e a Confederação organização interna) e a Confederação (união de Estados soberanos, que (união de Estados soberanos, que conservam sua soberania, para conservam sua soberania, para consecução de fins comuns).consecução de fins comuns).

Page 81: O ESTADO. A ÉTICA E O ESTADO A ÉTICA E O ESTADO ÉTICA E MORAL CONCEITO DE ÉTICA CONCEITO DE ESTADO A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ESTADO

Na Federação há a união de dois ou mais Na Federação há a união de dois ou mais Estados que formam um novo ser Estados que formam um novo ser estatal, onde este é soberano e aqueles estatal, onde este é soberano e aqueles possuem somente autonomia política. possuem somente autonomia política.

Soberania e autonomiaSoberania e autonomia Distinção entre soberania e autonomia: Distinção entre soberania e autonomia:

Um Estado soberano é aquele cujo poder Um Estado soberano é aquele cujo poder não está limitado pelo Direito. não está limitado pelo Direito.

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A soberania de um Estado lhe coloca em A soberania de um Estado lhe coloca em posição de igualdade com outros Estados posição de igualdade com outros Estados no cenário internacional, e, ao mesmo no cenário internacional, e, ao mesmo tempo, em posição de superioridade tempo, em posição de superioridade dentro do seu limite territorial com dentro do seu limite territorial com relação ao demais poderes internos. A relação ao demais poderes internos. A autonomia, por seu turno, é aquele autonomia, por seu turno, é aquele conjunto de competências atribuídas a conjunto de competências atribuídas a uma pessoa, que pode exercê-las dentro uma pessoa, que pode exercê-las dentro de certos limites. Uma unidade autônoma de certos limites. Uma unidade autônoma não é soberana, porque ela é limitada não é soberana, porque ela é limitada pelo Direito. Ela exerce os seus poderes pelo Direito. Ela exerce os seus poderes dentro de uma moldura cujos limites são dentro de uma moldura cujos limites são definidos pela Constituição de um Estado.definidos pela Constituição de um Estado.

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Origem da FederaçãoOrigem da Federação A origem da formação do Estado federal deita A origem da formação do Estado federal deita

suas raízes na história da concepção dos suas raízes na história da concepção dos Estados Unidos da América. Em 1776, as antigas Estados Unidos da América. Em 1776, as antigas treze colônias da Inglaterra na América do treze colônias da Inglaterra na América do Norte, ao tornarem-se independentes, Norte, ao tornarem-se independentes, resolveram unir esforços para a criação de uma resolveram unir esforços para a criação de uma abrangente entidade central que pudesse abrangente entidade central que pudesse representá-las e defendê-las em assuntos de representá-las e defendê-las em assuntos de interesse comum de todas as colônias, criando interesse comum de todas as colônias, criando assim, em 1778, uma espécie de Confederação assim, em 1778, uma espécie de Confederação de Estados independentes. Esta união foi de Estados independentes. Esta união foi firmada por um documento denominado de firmada por um documento denominado de Artigos da Confederação, que entrou em vigor a Artigos da Confederação, que entrou em vigor a partir de 1781, cujo texto guardava semelhança partir de 1781, cujo texto guardava semelhança com as Constituições dos Estados, as quais já com as Constituições dos Estados, as quais já dispunham sobre: separação de poderes, dispunham sobre: separação de poderes, Congresso Bicameral e Declaração de Direitos. Congresso Bicameral e Declaração de Direitos.

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No entanto, a Confederação não teve No entanto, a Confederação não teve vida longa. Isto porque o liame que unia vida longa. Isto porque o liame que unia os Estados, independentes e soberanos, os Estados, independentes e soberanos, era muito vulnerável, e o poder central era muito vulnerável, e o poder central que fora criado não se mostrou capaz de que fora criado não se mostrou capaz de atender os anseios das unidades atender os anseios das unidades confederadas, pois a unidade central confederadas, pois a unidade central existente era apenas uma assembléia de existente era apenas uma assembléia de representantes dos Estados, sem representantes dos Estados, sem autoridade sobre os indivíduos de cada autoridade sobre os indivíduos de cada Estado e desprovida de soberania. Assim, Estado e desprovida de soberania. Assim, em 14 de Maio de 1787, na cidade de em 14 de Maio de 1787, na cidade de Filadélfia, reunidos em uma convenção, Filadélfia, reunidos em uma convenção, para rever o pacto formado entre as para rever o pacto formado entre as antigas colônias, os Estados decidiram antigas colônias, os Estados decidiram aprovar uma nova carta, a Constituição aprovar uma nova carta, a Constituição dos Estados Unidos da América. dos Estados Unidos da América.

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A Constituição Federal do EUA, então, fixou as A Constituição Federal do EUA, então, fixou as bases sobre a qual se assentaria o novo Estado bases sobre a qual se assentaria o novo Estado federativo norte-americano, estabelecendo um federativo norte-americano, estabelecendo um novo pacto entre os Estados antes soberanos e novo pacto entre os Estados antes soberanos e independentes que, agora, abdicavam desses independentes que, agora, abdicavam desses poderes em prol do novo poder central. Dentro poderes em prol do novo poder central. Dentro dessa nova união, a Federação, os Estados dessa nova união, a Federação, os Estados gozavam somente de autonomia. As entidades gozavam somente de autonomia. As entidades que comporiam a Federação norte-americana, que comporiam a Federação norte-americana, portanto, seriam o poder central (a União) e as portanto, seriam o poder central (a União) e as unidades federadas (os Estados). “unidades federadas (os Estados). “A supremacia A supremacia do poder federal veio com a aceitação pelos do poder federal veio com a aceitação pelos Estados da Constituição Federal, impondo a Estados da Constituição Federal, impondo a superioridade da União, em face da legislação superioridade da União, em face da legislação dos Estados, como também da legislação dos Estados, como também da legislação federalfederal”.”.[3]

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Traços comuns das Traços comuns das federaçõesfederações Embora cada Federação, atualmente, tenha Embora cada Federação, atualmente, tenha

as suas próprias características, todas elas, as suas próprias características, todas elas, para que assim sejam classificadas, possuem para que assim sejam classificadas, possuem alguns traços comuns, sem os quais o Estado alguns traços comuns, sem os quais o Estado se afastaria do conceito básico de se afastaria do conceito básico de Federação. Luiz Alberto David Araújo Federação. Luiz Alberto David Araújo organizou, em excelente trabalho doutrinárioorganizou, em excelente trabalho doutrinário[4], esses característicos do Estado federal, , esses característicos do Estado federal, procurando demonstrar todos os elementos procurando demonstrar todos os elementos que deve integrar o conceito genérico de que deve integrar o conceito genérico de Federação. Estas características comuns, Federação. Estas características comuns, portanto, podem assim ser elencadas: portanto, podem assim ser elencadas:

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(1) a existência de pelo menos duas ordens (1) a existência de pelo menos duas ordens jurídicas distintas, a central e a periférica; (2) jurídicas distintas, a central e a periférica; (2) autonomia das unidades federadas, revelada pela autonomia das unidades federadas, revelada pela repartição constitucional de competências; repartição constitucional de competências;

(3) rigidez da Constituição Federal; (3) rigidez da Constituição Federal; (4) indissolubilidade do pacto federativo;(4) indissolubilidade do pacto federativo; (5) possibilidade de manifestação de vontade das (5) possibilidade de manifestação de vontade das

unidades parciais, de maneira isonômica, por unidades parciais, de maneira isonômica, por meio de representantes no Senado Federal; meio de representantes no Senado Federal;

(6) a existência de um órgão guardião da (6) a existência de um órgão guardião da Constituição; Constituição;

(7) possibilidade de intervenção federal nos (7) possibilidade de intervenção federal nos Estados para a manutenção do pacto federativo.Estados para a manutenção do pacto federativo.