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140 2017 Fevereiro/Março/Abril UBE – União Brasileira dos Escritores UBE abre inscrições para as- sociados levarem suas obras para a Feira do Livro de Lisboa Saiba como participar da 87.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, que ocor- rerá entre 1 e 18 de junho de 2017 no Parque Eduardo VII. Página 4 Página 5 135 anos de legado de Mon- teiro Lobato No dia 18 e abril, o icônico e genial escritor brasileiro completaria 135 anos. Confira artigo de Aldo Rebelo. @Depositphotos @Divulgação @Divulgação • SEGUIDORES NO FACEBOOK > 2.472 • SEGUIDORES NO TWITTER > 46 www.twitter.com/UbeBrasil www.facebook.com/ubesp Página 3 ACONTECEU NA CAPITAL PAULISTANA, NO DIA 28 DE MARÇO, A POSSE DA NOVA DIRETORIA DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES. CONFIRA AS EXPECTATIVAS PARA O PRÓXIMO BIÊNIO. Reeleição

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17Fevereiro/Março/Abril UBE – União Brasileira dos Escritores

UBE abre inscrições para as-sociados levarem suas obras para a Feira do Livro de Lisboa

Saiba como participar da 87.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, que ocor-rerá entre 1 e 18 de junho de 2017 no Parque Eduardo VII.

Página 4 Página 5

135 anos de legado de Mon-teiro Lobato

No dia 18 e abril, o icônico e genial escritor brasileiro completaria 135 anos. Confira artigo de Aldo Rebelo.

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Página 3

ACONTECEU NA CAPITAL PAULISTANA, NO DIA 28 DE MARÇO, A POSSE DA NOVA DIRETORIA DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES. CONFIRA AS EXPECTATIVAS PARA O PRÓXIMO BIÊNIO.

Reeleição

União Brasileira dos Escritores.org.br

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Há tanto para fazer no Brasil que, às vezes, chega a ser difícil escolher qual das lutas encabeçar. Pois bem, neste início do segundo mandato de uma nova diretoria, o engajamento na melhoria da Educação será o mote dos próximos dois anos de trabalho.

A educação de qualidade não é um pri-vilégio e, sim, um direito inafastável, sem a qual não há democracia. O estado de-mocrático de Direito está fragilizado, pela precariedade do nível educacional e cultu-ral da maioria da população brasileira. O baixo nível educacional compromete a de-mocracia, na medida em que não permite a formação de cidadãos com capacidade analítica, crítica e transformadora perante o cenário social e político do Brasil e do mundo, relegando-os à condição de meros e alienados espectadores.

Lembrando Paulo Freire, que afirmava que a prática de pensar é a melhor forma de aprender corretamente, essa prática é, em

primeiro lugar, a própria prática do educa-dor que irá servir de canal impulsionador do sujeito que sempre quer saber mais e com isto está aberto a novos aprendiza-dos, a conexões com diferentes formas de pensar e consegue, depois de certo tempo, exercer o livre pensar e o pensar crítico.

É neste sentido que uma entidade como a UBE irá apoiar, promover e se engajar em atividades que permitam o exercício desta prática.

E vale a pena lembrar que está no DNA dos escritores o exercício diário do livre pensar que, por sua vez, torna possíveis obras ricas que documentam nosso tempo, nossas cul-turas e nossa memória.

Sugestões para esta campanha de engaja-mento com a educação são todas bem-vin-das. Conectem-se com a UBE e vamos jun-tos engrossar as fileiras por uma Educação de qualidade no Brasil.

EDUCAÇÃO E CIDADANIAJornal O EscritorUma publicação da União Brasileira de Escritores - Nacional

Rua Rêgo Freitas, 454, cj. 61, São Paulowww.ube.org.br

Textos: Fernanda Groke,Ricardo Ramos Filho,Levi Bucalem FerrariRevisão: Grupo ColmeiaEditora: Sandra Sinicco

Mais informações:[email protected]

Diretoria

Durval de Noronha Goyos Jr.Presidente

Ricardo de Medeiros Ramos FilhoVice-Presidente

Cláudio Willer2.º Vice-Presidente

Cássia JaneiroSecretária-Geral

Fábio Tucci Farah1.º Secretário

Sueli Carlos2.ª Secretária

Antonio Francisco C. Moura CamposTesoureiro-Geral

Djalma da Silveira Allegro1.º Tesoureiro

Nicodemos Sena2.º Tesoureiro

Conselho Consultivo e FiscalAnna Maria MartinsAudálio Ferreira DantasCarlos Alberto VogtLygia Fagundes TellesLuis AvelimaLuiz Alberto Moniz BandeiraSamuel Pinheiro Guimarães NetoWalter Natalino SorrentinoCaio Porfírio de Castro Carneiro

Diretores DepartamentaisFabio Lucas GomesDirce Lorimier FernandesBianca FerrariElisabete Vidigal HastingsJosé Domingos de BritoSandra Juliana SiniccoPaulo de AssunçãoRenata PallottiniLuis Antonio PaulinoLevi Bucalem Ferrari

• Durval de Noronha Goyos Junior, presidente da UBE

Tomou posse, no dia 28 de março de 2017, a nova diretoria da UBE para o biênio 2017-2019.

Citando Pushkin, Dante, Shakespeare, José de Alencar, Ma-chado de Assis e outros importantes escritores mundiais, Aldo Rebelo, recém-empossado presidente do Conselho Consultivo da entidade, falou para uma plateia de intelectuais e escritores sobre a importância do ofício que ajuda a forjar a identidade e o sentido de permanência das nacionalidades. “Cabe destacar que, nos tempos sombrios que atravessamos – de predomínio de culturas –, materialmente mais fortes e dotadas de meios superiores de influência sobre as demais culturas, os escritores nacionais como que reafirmam a cada obra editada, senão com a própria existência, a presença da literatura nacional, da cultura nacional e, portanto, da Nação”.

Educação - mola propulsora da democracia

Ao assumir a presidência da entidade, Durval Noronha con-clamou o País a defender o combate à corrupção e a trans-parência na condução da República, “pois estes são com-ponentes da construção e fortalecimento da democracia, e jamais devem ser utilizados para atender a interesses políti-cos e pessoais alheios à defesa do interesse público e con-trários aos preceitos constitucionais. Diante do grave quadro político do Brasil, das ameaças às regras democráticas e à conduta ética, pela continuidade do Estado Democrático de Direito, é preciso respeito às leis, perseverança na defesa dos direitos individuais, sociais e coletivos, respeito ao voto popular e rejeição pela sociedade de quaisquer formas de retrocesso” disse ele.

Noronha ressaltou, ainda que o Estado Democrático de Di-reito está fragilizado, e este é também um resultado direto da precariedade do nível educacional e cultural da maioria da população brasileira. “O baixo nível educacional compro-mete qualitativamente a democracia na medida em que não permite a formação de cidadãos com capacidade analítica, crítica e transformadora perante o cenário social e político do País, relegando-os à condição de meros e alienados espec-tadores. Tornam-se, assim, presa fácil dos interesses escusos tanto internos quanto externos”.

“A educação de qualidade não deve ser tratada como um privilégio, mas, sim, como um direito inafastável, sem o qual não há democracia. Não se pode afastar das ideias de demo-cracia, ética e cidadania o elemento educação, instrumento de transformação social,” finalizou ele.

Durval de Noronha Goyos é reeleito presidente da UBE

A nova diretoria é composta pelos seguintes colaboradores:Diretoria ExecutivaDurval de Noronha Goyos Jr. (Presidente)Ricardo de Medeiros Ramos Filho (Vice-Presidente)Cláudio Willer (2.º Vice-Presidente)Cássia Janeiro (Secretária-Geral)Fábio Tucci Farah (1.º Secretário)Sueli Carlos (2.ª Secretária)Antonio Francisco C. Moura Campos (Tesoureiro-Geral)Djalma da Silveira Allegro (1.º Tesoureiro)Nicodemos Sena (2.º Tesoureiro)

Conselho Consultivo e FiscalJosé Aldo Rebelo (Presidente)Levi Bucalem Ferrari Anna Maria MartinsAudálio Ferreira DantasLuiz Bernardo Murtinho PericásLygia Fagundes TellesLuiz Alberto Moniz BandeiraSamuel Pinheiro Guimarães NetoWalter Natalino Sorrentino Antônio Cláudio Mariz de Oliveira

Diretores DepartamentaisFabio Lucas Gomes Daniel Henrique Calvoso AlvarengaMaristela VendramelElisabete Vidigal HastingsJosé Domingos de BritoSandra Juliana SiniccoRenata PallottiniCaio Porfírio de Castro CarneiroLuis Antonio Paulino

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União Brasileira dos Escritores.org.br

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UBE leva autores brasileiros para a 87.° edição da Feira do Livro de Lisboa. Ainda há vagas!

Fabio Tucci Farah toma posse na Academia Brasileira de Hagiologia

Noronha lança seu primeiro livro de romance

Yara Regina Franco e Alberto Slomp são premiados pela Rede de Escritoras Brasileiras - REBRA

A União Brasileira de Escritores foi convi-dada a participar da 87.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, que ocorrerá de 1.° à 18 de junho de 2017 no Parque Eduardo VII. A entidade terá espaço para apresen-tar obras de até dez associados que mos-trarão sua produção literária. As inscrições vão até o dia 5 de maio e o participante selecionado deve ser associado da UBE e estar em dia com suas contribuições.

A feira é visitada por cerca de 500 mil pessoas e conta com um aplicativo para Android e iOS que possibilita aos presen-tes acompanhar todas as novidades de um dos eventos literários mais famosos e importantes da capital portuguesa, país de grandes nomes da literatura mundial, como Luís de Camões, Fernando Pessoa, José Saramago, Eça de Queiroz, Florbela Espanca, Maria Isabel Berreno, Inês Pe-rosa, Natália Correa, entre outros.

Para participar é necessário preencher um formulário disponível na página da UBE - www.ube.org.b. O valor para par-ticipar do evento é de R$ 647,94. Nes-te valor não estão incluídas passagem, nem hospedagem e despesas pessoais.

Para obter mais informações, ligue para (11) 3231-4447/3669.

Fábio Tucci Farah, associado da UBE e 1.° secretário, tomou posse na Academia Brasileira de Hagiologia. A sessão solene aconteceu no dia 29 de março, na sede da Academia em Fortaleza. Fábio ocupa a cadeira 34 na instituição, fundada pelo famoso astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, falecido em 2014.

Na ocasião, o escritor e especialista em Relíquias da Arquidiocese de São Paulodiscursou em nome dos neoacadêmicos e apresentou um trabalho inédito, em par-ceria com o artista Marcelo Braga, intitu-lado “O verdadeiro rosto de santa Joana d’Arc”, patronesse de sua cadeira.“Ouvindo os testemunhos, não vejo apenas uma heroína que ajudou a libertar a França. Enxergo uma santa. Uma santa que, inadver-tidamente, serviu de modelo às mais diversas causas: feminismo, socialismo, nacionalis-mo… Mas nunca esteve a serviço de nenhu-ma delas”. comentou ele.

Fábio é escritor, jornalista, roteirista e membro da diretoria da União Brasileira de Escritores. Recentemente nomeado como Cavaleiro do Santo Cálice (Santo Graal), é, também, Confrade professor da Real Confraria do Santo Condestável São Frei Nuno de Santa Maria, Cavalei-ro guardião de relíquias da International Crusade for Holy Relics e porta-voz bra-sileiro da Archicofradía Universal del Apostol Santiago.

Durval Noronha de Goyos Jr, presidente da UBE , lança seu primeiro romance fic-ção, sob o heterônimo António Paixão, no próximo dia 17 de maio, a partir das 19 horas, na sede da UBE, em São Paulo. O trabalho foi todo escrito por António Paixão sob a perspectiva de uma mulher. Noronha usa a persona de Paixão para contar as glórias e desventuras da heroí-na em primeira pessoa; e quando descre-ve os embates entre a protagonista e o autor, revela a sua própria dualidade na elaboração do texto. No livro, a persona-gem principal, Vivian, reclama das “mui-tas baboseiras referentes à história, ‘para contextualizar a narrativa’”, que o autor fez questão de colocar, e provoca: “como se minha experiência não fosse suficiente para apimentar qualquer prato”.

É assim que se entrelaçam, na narrati-va, o vasto conhecimento acadêmico e as muitas viagens feitas pelo advogado, juntamente com as cenas descritas pela personagem que prefere usar um lin-guajar mais descontraído acessível, com gírias e até emoticons.

“Sou muito conhecido pelas minhas obras técnicas, acadêmicas e, até agora, eu só havia escrito ficção em contos e pequenas histórias. Shanghai Lilly é mi-nha primeira obra literária, fora de mi-nha zona de conforto, adicionando-se aí o desafio de escrever como um perso-nagem feminino”.

Em 09 de março, no SESC – Vila Maria-na, Yara Regina Franco recebeu o Tro-féu “REBRA 18 anos”. Sua obra selecio-nada pelo júri, “O cacique”, consta na histórica edição da Antologia “As Me-lhores Obras Deste Século”. A Antolo-gia, contando com apenas o seleto gru-po de 61 nomes, foi lançada na ocasião, comemorando o aniversário de 18 anos da instituição.

Alberto Slomp, ao lado de sua madrinha Yara, recebeu uma placa dourada outor-gada pela REBRA – Rede de Escritoras Brasileiras, com o honroso título “Mu-lher Honorária”, outorgado para apenas 17 homens desde a fundação da Rede de Escritoras Brasileiras.

Poetisa Cassia Janeiro tem sarau poético em sua homenagem O “Sarau Paulistano Gente de Palavra”, realizado na Vila Madalena no dia 27 de março, homenageou a escritora, poetisa e secretária-geral da UBE, Cássia Janeiro. Na ocasião foram recitados poemas da autora em homenagem à suas obras e seus demais trabalhos. Versos de “Para que poesia?”, poema vencedor do Prê-mio Mundial de Poesia Nosside, chance-lado pela UNESCO foram recitados no evento. Cássia foi a primeira sul-ameri-cana a receber o prêmio, em 2014.

Além da homenagem, a escritora estará entre os autores e autoras publicados na próxima edição da Revista Gente de Palavra.

Na foto (da esquerda para a direita): Bruna Lombardi (atriz, escritora); Joy-ce Cavalcante (Presidente da REBRA); Alberto Slomp (escritor); Yara Regina Franco (escritora).

AGENDA

UBE promove expedição de escritores brasileiros à China

Em mais uma parceria com o governo chinês e a Associação de Escritores Chi-neses (CWA), a UBE está organizando uma viagem oficial de escritores brasi-leiros à China.

Há sete vagas disponíveis para associa-dos da UBE, sendo que o governo chi-nês arcará com os custos de transporte naquele país bem como a hospedagem.

Em breve disponibilizaremos as datas e as condições para se inscrever. Fique atento!

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União Brasileira dos Escritores.org.br

6 7Um poema, dois poemas, três poemas, Bienal do Livro, com-prei um livro de Cora. Tão jovem, eu me sentava para ouvir a velhinha de Goiás – porque era como se a ouvisse ali, ao pé do ouvido – os versos a me acolher, a dizer Eu sou aquela mu-lher/ a quem o tempo muito ensinou./ Ensinou a amar a vida./ Não desistir da luta./ Recomeçar na derrota. Hoje, mulher feita, vejo como sua poesia ajudou a me desenhar: Creio numa força imanente/ que vai ligando a família humana/ numa corrente lu-minosa/ de fraternidade universal./ Creio na solidariedade hu-mana./ Creio na superação dos erros/ e angústias do presente.

Cora publicou seu primeiro livro aos 75 anos de idade, mas co-meçou a escrever os primeiros textos aos 14. De pouco estudo (cursou apenas as primeiras quatro séries), é difícil avaliar de onde conseguiu casar uma escrita profunda com singular sim-plicidade – um sonho para a maior parte dos escritores. Presen-te em prosa e verso, esta aliança foi capaz de tirar de elementos prosaicos e cotidianos, uma força que me obrigou a rever a vida muitas vezes e a contemplar, para além do conteúdo, a beleza da forma, a palavra bem posta, irretocável, em crônicas, contos e poesia. Cora foi me conquistando sem que eu percebesse.

Certa vez Antonio Candido me disse que gostava das escritas que lhe faziam companhia. É assim que sinto Cora, como uma companheira com quem tomo chá ou café para prose-ar sobre as coisas profundas da vida contidas num bolo, na semeadura, numa mulher da vida, na roça, num sobrado, na pequena Penápolis ou numa Goiás menos urbana e, talvez por isso mesmo, mais humana.

Aos 50, Cora abandonou o nome de Anna e passou a viver o que ela mesma definiu como a fase da “perda do medo”, uma profunda transformação interior em sua vida. Saudada por Carlos Drummond de Andrade, tornou-se um ícone da literatura brasileira. Cora Coralina vive em mim e em tantas leitoras e leitores por meio de uma obra generosa, que fala antes ao coração, mas que faz sentir e pensar; é substantiva e adjetiva, é simplesmente Cora.

BIBLIOGRAFIA DE CORA CORALINA

Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais (poesia), 1965 (Editora José Olympio).

Meu Livro de Cordel (poesia), 1976. Vintém de Cobre - Meias confissões de Aninha

(poesia), 1983. Estórias da Casa Velha da Ponte (contos), 1985. Meninos Verdes (infantil), 1986 (póstumo). Tesouro da Casa Velha (poesia), 1996 (póstumo). A Moeda de Ouro que o Pato Engoliu

(infantil), 1999 (póstumo). Vila Boa de Goiás (poesia), 2001 (póstumo). O Prato Azul-Pombinho (infantil), 2002 (póstumo).

NOVIDADES JUCA PATO

Prêmio Juca Pato 2017 tem agora mais quatro categorias

O Prêmio Intelectual do Ano - Juca Pato, um dos mais famosos e reconhecidos prêmios de litera-tura brasileira, contará, a partir deste ano, com quatro categorias adicionais. Em decisão unânime, a diretoria da UBE determinou que o prêmio, até então conce-dido à melhor obra literária do ano, passará a ter as seguintes categorias: literatura infantil, crônicas, romance e poesia. Desde 1962, quando foi criado, o Juca Pato premia autores através de indicações e escolhas dos associados, passando fi-nalmente por um júri formado pela diretoria da instituição. Já foram premiados com o Juca Pato, Cora Coralina (1983), Caio Prado Júnior (1966), Érico Veríssimo (1967), Sérgio Buarque de Holanda (1979), Rachel de Queiroz (1992), Carlos Drummond de Andrade (1982), Dom Paulo Evaristo Arns (1989), Luiz Al-berto de Vianna Moniz Bandeira (2005), Antonio Candido (2007), Lygia Fagundes Telles (2008), Audálio Dantas (2013), Bresser Pereira (2015) e Luiz Bernardo Pericás (2016).Segundo Ricardo Ramos, vice-presidente da UBE, “Não é de hoje que o Juca Pato chama a atenção. Mantendo a tradição, já que continuaremos premiando o Intelectual do Ano, ire-mos ampliá-lo introduzindo os novos prêmios: Juca Pato Con-to; Juca Pato Poesia; Juca Pato Literatura Infantil e Juvenil; e Juca Pato Romance”. Juca Pato conta, hoje, com uma Comissão Organizadora que está trabalhando para implementar novidades que, no próxi-mo ano, deverão ser ainda mais impactantes seja do ponto de vista da participação popular como do evento.

Aguardem!

Escrevo este artigo hoje, dia 10 de abril, precisamente 22 anos depois da morte de uma das mais importantes contistas e poetas brasileiras, Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a nossa Cora Coralina. Resolvi não ator-

mentar leitores com dados que podem ser conseguidos num clique. Quero falar sobre como Cora entrou em minha vida.

Eu estava no equivalente ao Ensino Médio de hoje. Estudá-vamos poetas brasileiros quando deparei-me com Mulher da vida, um poema incomum porque pareava essa enigmática mulher da vida à poeta. Mais ainda: subvertia essa imagem feminina ora idílica, ora repugnante, que costumava perme-ar as obras que eu tinha lido e trazia muitas mulheres na figura daquela, solitária e única. Ao fim do poema, éramos todas mulheres da vida: Mulher da Vida/Minha irmã/De to-dos os tempos/De todos os povos/De todas as latitudes/Ela vem do fundo imemorial das idades/e carrega a carga pesa-da/dos mais torpes sinônimos,/apelidos e ápodos:/Mulher da zona,/Mulher da rua,/Mulher perdida,/Mulher à toa./Mulher da vida,/Minha irmã.

Quem era aquela poeta a quebrar paradigmas, a chamar de irmã a mulher da zona, a mulher perdida, a mulher à toa, a mulher da vida? De quem era aquela voz a evocar a irman-dade onde antes havia preconceito? Quem ousara socorrer a humanidade de quem era objeto? Imaginava uma jovem idealista a tecer cuidadosa e delicadamente aqueles versos. Não. Era uma senhora, “uma velhinha de Goiás”, explicou--me a professora. As velhinhas que eu conhecia avisavam para que eu tomasse cuidado com as mulheres da vida. Cora me chamava a vê-las como gente de corpo e alma.

Entre as décadas de 70 e 80 não tínhamos ouvido falar em computadores. Sem internet, as pesquisas eram difíceis, mas, fisgada pelo poema, fui atrás da poeta. Não te deixes des-truir…/ Ajuntando novas pedras/ e construindo novos poe-mas./ Recria tua vida, sempre, sempre./ (...) Recomeça.

CORA! por Cássia Janeiro MONTEIRO LOBATO, por Aldo Rebelo

TORNE-SE UM ASSOCIADO DA MAIS ANTIGA E HONORÁVEL ASSOCIAÇÃO DE ESCRITORES DO BRASIL, A UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES, CRIADA EM 17 DE JANEIRO DE 1958, QUE JÁ CONTOU COM NOMES ILUSTRES E IMPRESCINDÍVEIS NA LITERATURA BRASILEIRA, COMO SÉRGIO MILLIET, MÁRIO DE ANDRADE, RICARDO RAMOS, ENTRE OUTROS. PARA MAIS INFORMAÇÕES, VISITE NOSSO SÍTIO.

www.ube.org.br

Monteiro Lobato faria 135 anos neste 18 de abril. E se vivesse, nada seria mais atual do que suas causas, suas lutas, sua obra. Conheceu a infância quando o Brasil deixava a escravidão e a monarquia; entrou na

idade adulta quando os horrores da Primeira Grande Guerra espantavam o mundo.

Patriota e sonhador, empreendedor e homem de letras, buscou como uma obstinação o desenvolvimento do Brasil, e a elevação do padrão de vida intelectual e material da população brasileira.

Na literatura, destacou-se como contista, mas foi a literatura infantil que revelou seu grande talento de contador de histó-rias. Criou uma linguagem e um estilo originais e brasileiros, a partir de nossas lendas e folclore, e de personagens como o Saci, presença universal no imaginário de nossas crianças.

Acusado de comunista por setores reacionários da Igreja Ca-tólica, por seu livro História do Mundo Para Crianças, hoje so-fre a perseguição do macarthismo politicamente correto por supostas passagens racistas de sua obra; logo ele, que tanto valorizou a contribuição do negro à cultura brasileira. Parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) chegou a sugerir que Caçadas de Pedrinho fosse banido das escolas públicas.

Nacionalista, estigmatizado e preso por seu nacionalismo, de-fendeu a exploração do ferro e do petróleo em benefício do Brasil. Temia que os trustes internacionais tomassem conta dos nossos minérios, sentimento partilhado por correntes militares representadas pelo general Horta Barbosa no Clube Militar. En-tre os militares, a corrente que defendia a participação do ca-pital estrangeiro era representada pelo general Juarez Távora.

Ao falecer, em 1948, seu caixão foi acompanhado por mi-lhares de pessoas cantando o hino nacional, homenagem ao que José Bento Renato Monteiro Lobato foi durante toda a sua existência: acima de tudo, brasileiro.

REMEMORANDO...

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