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o ENSINO PROFISSIONAL NO MARANHÃO; uma retrospectiva histórica RESUMO Ilzeni Silva Dias * A trajetóriado ensino profissional no Maranhão. Analisa-se a trajetória do ensino profissional no Maranhão. Consideram-se como principais determinantes, aspectos econômicos e políticos, procurando-se identificar como estes contribuíram para definir o ensino profissional no Maranhão. Palavras-chave: formação profissional; qualificação profissional; ensino profissionalizante. ABSTRACT The professional teaching trajectory in Maranhão state. It is being analyzed the professional teaching trajectory. It is considered both - political and economical aspects - as main determinants to identify the way they contribute to define the professional teaching in Maranhão. Keywords: professional education; professional qualification; vocational teaching. 1 INTRODUÇÃO Neste estudo, pretende-se recons- truir a trajetória do ensino profissional no Maranhão, mostrando as transfor- mações ocorridas, desde sua gênese até a década de 80. Tomou-se como refe- rência básica, o Centro Federal de En- sino Tecnológico do Maranhão (CEFET/MA). Para atingir tal objetivo, levou-se em consideração uma retrospectiva his- tórica. Esta perspectiva define uma análise do ensino profissional no Maranhão à luz da organização da eco- nomia maranhense, por se entender que este caminho ajuda a atingir os objeti- vos propostos neste estudo. Tomou-se como norteadora des- te estudo, a periodização proposta por Freitag (1980, p. 46) em seu livro "Es- • Prol". Dr' do Mestrado em Educação e do Curso de Pedagogia da UFMA, Coordenadora do projeto de pesquisa "A formação profissional dos técnicos de nivel médio que atuam na cadeia produtiva no Maranhão". financiado pelo CNPq.

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o ENSINO PROFISSIONAL NO MARANHÃO;uma retrospectiva histórica

RESUMO

Ilzeni Silva Dias *

A trajetóriado ensino profissional no Maranhão. Analisa-se a trajetóriado ensino profissional no Maranhão. Consideram-se como principaisdeterminantes, aspectos econômicos e políticos, procurando-seidentificar como estes contribuíram para definir o ensino profissionalno Maranhão.

Palavras-chave: formação profissional; qualificação profissional;ensino profissionalizante.

ABSTRACT

The professional teaching trajectory in Maranhão state. It is beinganalyzed the professional teaching trajectory. It is considered both -political and economical aspects - as main determinants to identifythe way they contribute to define the professional teaching inMaranhão.

Keywords: professional education; professional qualification;vocational teaching.

1 INTRODUÇÃO

Neste estudo, pretende-se recons-truir a trajetória do ensino profissionalno Maranhão, mostrando as transfor-mações ocorridas, desde sua gênese atéa década de 80. Tomou-se como refe-rência básica, o Centro Federal de En-sino Tecnológico do Maranhão(CEFET/MA).

Para atingir tal objetivo, levou-seem consideração uma retrospectiva his-tórica. Esta perspectiva define umaanálise do ensino profissional noMaranhão à luz da organização da eco-nomia maranhense, por se entender queeste caminho ajuda a atingir os objeti-vos propostos neste estudo.

Tomou-se como norteadora des-te estudo, a periodização proposta porFreitag (1980, p. 46) em seu livro "Es-

• Prol". Dr' do Mestrado em Educação e do Curso de Pedagogia da UFMA, Coordenadora do projeto depesquisa "A formação profissional dos técnicos de nivel médio que atuam na cadeia produtiva noMaranhão". financiado pelo CNPq.

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cola, Estado e Sociedade", a qualcorresponde a três modelos específi-cos da economia brasileira. O primeiroque vai de 1500 a 1930, compreenden-do o Brasil Colônia, o Império e a IRepública e que, sob o ponto de vistada economia, corresponde ao modeloagroexportador; o segundo que vai de1930 a 1960 e se caracteriza pelo modelode substituição das importações; o ter-ceiro que tem início a partir de 1960 e,segundo Freitag (1980, p.46) foi caracte-rizada como o período da"intemacionalização do mercado interno".

Feitos esses esclarecimentos,tomou-se como ponto de partida oensino profissional no Maranhão,desde sua gênese.

2 DA CASA DOS EDUCANDOSARTWICESÀSESCOLASDEAPRENDIZES ARTWICES: oensino de oficios no períodoagroexportador da econom iamaranhense

Para este estudo, a chegada deDom João VI ao Brasil, inicialmente naBahia, precisamente em 22 de Janeirode 1808, foi o principal fato que impul-sionou o ensino profissional noMaranhão, uma vez que a presença dacorte provocou um crescimento eco-nômico no país.

Nessa perspectiva, pode-se res-saltar que uma primeira iniciativa to-mada pelo Regente, foi abrir os portosbrasileiros "às nações amigas". Eradeclarada livre qualquer importação,conquanto pagasse direitos ad valoremfixados em 24%.

Práticas dessa natureza estimula-ram o desenvolvimento econômico dopaís. Nesse contexto, o comércio vaificando cada vez mais intenso e seamplia ainda mais através do decretode junho de 1814, o qual permitia a en-trada de navios de qualquer procedên-cia. Nesse sentido, a abertura dosportos não se restringia apenas às na-ções amigas, mas agora a liberação seestende a todas as nações, as quaispoderiam estabelecer relações comer-ciais com o Brasil.

O Regente não só estimulou ocomércio brasileiro quando abre as por-tas do país a todos os estrangeiroscomo também em 1818, quando iniciauma política de imigração, atraindo eu-ropeus. Com esta iniciativa o Brasilpassou a ser procurado por comerci-antes que visavam expandir seus ne-gócios, trabalhadores que precisavamtrabalhar e como o comércio estava seexpandindo, acreditavam que era umcampo fértil de trabalho. Outros entra-vam no território brasileiro só para co-nhecer. Não importa os motivos queatraiam esses povos, o que importa é ofato de que o país começou a mudar,sobretudo economicamente.

Sob o ponto de vista econômicovivia-se, no Brasil, o modeloagroexportador de nossa economia. Aexemplo do Brasil,. o modeloagroexportador maranhense, desenvol-vido entre 1755 e 1890,

[...] vive e convive no plano po-lítico com três momentosdistintos: nasce no bojo tiaspolíticas coloniais européias tra-dicionais; sobrevive durantetodo o período imperial no âm-

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bito da colonizaçãomoderna, daformação da socioeconom ia ca-pitalista e alcança os primeirosanos republicanos (FEITOSA,J 998, p. J 4).

O processo de formação e desen-volvimento da socioeconomiamaranhense compreende uma fase quevai de 1612, data da ocupação, pelosfranceses, da Grande Ilha do Maranhão- Upaon-Açu, na linguagem indígena-até 1755. Nesta fase, destacam-se oscriadores e vaqueiros de gado bovinode Pastos Bons, com suas pretensõesmilitares e políticas.

A segunda fase desse processovai de 1755 até 1890, caracterizada pelaagroexportação. De acordo comFeitosa (1998), as atividades comerci-ais do período agroexportador foramassentadas, particularmente, entre 1755e 1778, nas atividades desenvolvidaspela Companhia Geral do Comércio doGrão-Pará e Maranhão.

Trata-se de uma empresa priva-da que recebe concessão doEstado Português para navegar,transportar e comercializar pro-dutos da região por vinte anos,porém só funcionou até J 778,quando, não tendo a concessãorenovada, entra em longo pro-cesso de liquidação (FEITOSA,J 998, p. 30).

Até 1755, a economia maranhensese sustentava no trabalho do índio, quese tornou escravo, objeto de compra evenda dos que detinham o poder eco-nômico, incluindo certos setores daIgreja Católica. Nesse sentido, desta-cam-se os Padres Jesuítas que não ti-veram nenhum problema porque tinham

o monopólio da força de trabalho, vistoque, à sombra de sua prática de catequese,tomaram-se os maiores exploradores daforça de trabalho indígena com a qual,acumulando riquezas, tornaram-se osmaiores fazendeiros e comerciantes daColônia, produzindo, ao lado disso, umcampo fértil de conflitos entre a Compa-nhia de Jesus e os colonos.

Com as atividades comerciais daCompanhia Geral do Comércio do GrãoPará e Maranhão, dois fatores foramde grande importância para o desen-volvimento da economia maranhense:o primeiro era a terra, necessária paraa produção do algodão, o segundo erao trabalho humano, que tornou neces-sária a introdução do negro africano notrabalho escravo.

A produção do algodão e a intro-dução do negro africano no trabalhoescravo possibilitaram a criação deuma classe de senhores ricos, proprie-tários de terras que se alimentavam docomércio e do trabalho escravo.

Com o crescimento do comérciono Maranhão, a população do Estadocresceu aceleradamente, e os princi-pais centros produtores e de comérciodo algodão - Caxias, Codó e São Luís -urbanizaram-se rapidamente. SegundoFeitosa (1998, p.35):

o Maranhão chegou ao final doséculo XIX, conforme dadoscensitários, com uma populaçãode mais de 43 J mil habitantes,longe de se comparar com aque-laque lentamente cresceu desdeo início da colonização (séculoXVII, J 612) até o início da se-gunda metade do século XVIIl(1755).

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o desenvolvimento econômicobrasileiro e maranhense produziu umanova realidade, e é neste contexto que,em 1841, o ensino de ofícios, noMaranhão, teve suas primeiras iniciati-vas, pois, pela primeira vez, se podetestemunhar a criação deste ensino peloentão Presidente da Província Dr. JoãoAntônio Miranda,

Esta iniciativa, em nível de ensinode ofícios, se sustentava em dois fatos:o primeiro deles era que havia umacrescente necessidade de desviar osjovens dos caminhos dos vícios, muitasvezes explicadas pela ociosidade e pelafalta de uma profissão; e o segundo,que até hoje tem lugar expressivo nasociedade, era a necessidade de ofere-cer à Província, trabalhadores e artífi-ces. Assim foi criada a Casa dosEducandos Artífices, com o objetivo deproporcionar, às classes menosfavorecidas, o ensino de ofícios Essacasa foi extinta em 1900.

Em 23 de setembro de 1909, atra-vés do Decreto n" 7.566, foram cria-das, nas capitais dos estados, as Escolasde Aprendizes Artífices, à semelhançade 17 outras já existentes. No caso doMaranhão, a Escola de AprendizesArtífices se tomou realidade a partir de16 de janeiro de 1910. Segundo Castro(1997, p. 181):

[... ] eram escolas de ensinoartesanal organizado, onde vigo-rava a relação entre o artesãoprincipal, que ensinava, e umaprendiz, perpetuando assim omodelo medieval, porém acres-centando os equipamentos deque o trabalhador não dispunhaanteriormente para executar suatarefa

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Dados da Fundação GetúlioVargas (1981, p. 88) revelam a exis-tência, em 1904, de 3.258 estabeleci-mentos industriais, que empregavam151.841 operários em todo o país (apudROSA, 1996, p. 63). Apesar desse tí-mido processo de industrialização exis-tia um empenho do governo federal eestadual em desenvolver as escolasprofissionalizantes, iniciadas desde oImpério.

A intervenção do governo fede-ral, através do Decreto na 7.566 de 23de setembro de 1909, institucionalizou,de fato, a estrutura dual do ensino. Comeste Decreto o governo reproduziu,dentro da escola, a estrutura de classe.Se na sociedade existia uma classe ricae outra pobre, necessariamente a es-cola deveria atender às necessidadesdesta, exigindo-se, portanto, uma esco-la destinada à preparação dos pobres,marginalizados e desvalidos da sorte eoutra destinada à preparação dos filhosda elite.

Durante 32 anos, a Escola deAprendizes Artífices do Maranhão fim-cionou no prédio dos Educandos e Ar-tífices, no bairro do Diamante, emboraem condições precárias, levando-se emconsideração o fim a que se destinavao prédio.

Nesse contexto social, econômi-co e político, a política educacional so-brevivia à sombra da organização daeconomia. Segundo Freitag (1986), operíodo agroexportador que vai de 1500a 1930 não tinha nenhuma política edu-cacional, pois a questão da educaçãoainda não preocupava o Estado.

Durante séculos o modeloagroexportador se sustentou na

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monocultura, quer seja do açúcar, doalgodão, do ouro, do café, etc. Os tra-balhos realizados naquela época eramsimples, não precisando de pessoas comqualificações por que

[...] a monocultura latifundiáriaexigiaummínimodequalificaçãoe diversificação da força de tra-balho. Essa se compunha quaseque exclusivamente de escravostrazidos da África. Portanto, nãohavia nenhuma função de repro-dução da força de trabalho a serpreenchida pela escola.(FREITAG,I986,p.47).

A sociedade não precisava deescolas para reproduzir a estrutura declasse porque esta era pouco diferen-ciada. De um lado, estavam os escra-vos que compunham a classetrabalhadora, do outro, a dos não-tra-balhadores, composta basicamente,pelos latifundiários e donos de engenhosque tinham total controle sobre os tra-balhadores. Na época, não compravamsua força de trabalho, mas, ao comprarseu corpo de escravo, detinham suaforça de trabalho.

Nesse período, a Igreja ainda con-tava com muito poder sobre a socieda-de civil, pois,

[...] é ela que, basicamente, con-tinuava a controlar asinstituições de ensino, encarre-gando-se ainda por muito tempoda função de reprodução da ide-ologia(FREITAG, 1980,p. 48).

Pode-se afirmar que o ensino deofícios no Maranhão nasceu da neces-sidade objetiva da sociedade da época,que não foi produto de vontades indivi-duais e muito menos uma vontade poli-

tica dos governantes. Na relação es-cola x sociedade, entende-se que a es-cola é um produto social, tendo sidocriada pela sociedade para atender aosinteresses sociais.

3 DO LICEU INDUSTRIAL DESÃO LUÍS À ESCOLATÉCNICA DE SÃO LUÍS: oensino profissional na econom ia desubstituição de importações

Em 1929, a economia brasileira,sustentada pelo café, sofreu diretamen-te os impactos da crise mundial, refleti-da ora na redução dos preços desseproduto, um enfrentamento de todas aseconomias avançadas, ora nos proble-mas advindos do excesso de sua pro-dução.

Com uma política de socializaçãodos prejuízos

[...] num esforço desesperadopara compensar os cafeicultorespela desastrosa queda dos pre-ços do produto, o governofederal, depois de 1930 aumen-tou suas compras de excedentede café. Se bem que a queda noslucros dos fazendeiros fosseamplamente compensada poressa 'socialização de prejuízos',tais programas não podiam de-ter o declínio na receita cambialbrasileira, porque os preçosmundiais das utilidadessimples-mente não podiam serestabilizados pelos monopóliosestatais de mercado dentro deum país produtor isolado(SK1DMORE,1982,p.66).

No Maranhão, ao final do séculoXIX, início do século XX, o modelo

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agroexportador, até então existente, nãocorrespondia mais à necessidade da econo-mia; encontrava-se totalmente quebrado.

Neste contexto de crise do mo-delo agroexportador os capitais perdi-am a capacidade de reprodução. Aindano período de 1850 e 1900, quando afragilidade desse modelo econômico jáse fazia sentir, tentativas foram feitas,no Maranbão, no sentido de salvar aeconomia, porém tal qual fez o gover-no federal, em 1929, com a crise docafé, o Maranhão toma atitude que re-vela profundo desespero. A exemplo,registra-se nesse sentido,

um esforço de dinamização daeconomia, realocando capitais eforça de trabalho do setor algo-doeiro e arrozeiro, no cultivo dacana e implantação dos enge-nhos de açúcar, inclusive doschamados engenhos centrais(FEITOSA, 1998,p. 38).

No entanto, se, por um lado, ocultivo da cana de açúcar exigia o usoda força-de-trabalho escravo, em ummomento em que 'as campanhasabolicionistas ganhavam força e vislum-bravam a perspectiva do trabalho livre,por outro, o próprio açúcar encontra-va-se com preços baixos no mercadotanto a nível interno quanto externo.

Tal como no Brasil, essa tentativamaranhense não foi suficiente para evi-tar a quebra total da economia, pois omomento exigia uma, nova estratégia eo governo federal encontra saída atra-vés do incentivo à industrialização. As-sim, a crise mundial determinamudanças estruturais na economia bra-sileira que vão caracterizar o modelode substituição de importações.

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o Brasil havia-se tornado, atéentão, grande exportador de matériaprima, no entanto importava quase tudoque consumia. Com essa nova políticade incentivo à industrialização, os con-sumidores brasileiros agora iriam con-sumir produtos brasileiros.

Esse momento, por força do querepresentava, acabou conhecido comoo da industrialização "espontânea" erecebeu apoio do Governo Federal.

Os empresários particulares[nessa fase] eram estimuladosa prosseguir com seus própri-os esforços, enquanto ogoverno federal dirigia a eco-nomia por dois modosprincipais: 'a manipulação deincentivos', tais como impos-tos, controles de câmbio, cotasde importação, controles decrédito e exigências salariais;e a intervenção direta, atravésde investimentos públicos, emsetores como ferrovias, nave-gação, serviços públicos eindústrias básicas, como o pe-tróleo e o aço (SKIDMORE,1982,p. 67).

No Maranhão, esse esforço de ti-rar a economia da crise se deu a partirdo cultivo da cana de açúcar e da im-plantação de engenhos.

No campo educacional, a fase desubstituição das importações se subdi-vidiu em dois períodos. O primeiro vaide 1930-1945, e o segundo de 1945-1964. Convém lembrar que, ao contrá-rio do período anterior, a educaçãonessa nova fase já começava a preo-cupar a classe política brasileira, pois,temos

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[...] no início do período que ca-racterizavao modelo econômicoda substituição de importações,uma tomada de consciência porparte da sociedade política, daimportância estratégica do sis-tema educacional para assegurare consolidar as mudanças estru-turais ocorridas tanto na infracomo na superestrutura(FREITAG,1980, p. 51).

Esta preocupação com a educa-ção leva Getúlio Vargas a desenvolveralgumas ações nesse sentido. Assim écriado, em 1930, o primeiro Ministériode Educação e Saúde como ponto departida de uma reestruturação na edu-cação, tendo como Ministro FranciscoCampos.

O desejo de organizar a educa-ção é reforçado pela Constituição de1934, através de seu Art. 150, o queaponta a necessidade de elaboração deum Plano Nacional da Educação quevenha sistematizar as atividades de en-sino em todos os níveis. A Constituiçãode 1937 incorpora parte dessa legisla-ção e introduz o ensinoprofissionalizante.

O governo de Getúlio Vargas viaa educação como um poderoso instru-mento de manipulação das classes su-balternas, por isso queria fortalecê-Ia.A partir daí suas ações, no campo edu-cacional, eram voltadas não só para aelaboração de leis, mas também para asua aplicação.

É fácil compreender que as trans-formações da base econômica provo-caram inevitavelmente uma mudançaa nível da superestrutura. O país esta-va crescendo economicamente e logocomeçou a exigir pessoas "capazes" de

responder aos desafios impostos nocontexto daquela época.

Neste momento, na sociedademaranhense, a educação dos artíficesfeita pela Escola de Aprendizes Artífi-ces já não atendia às necessidades daépoca. Foi assim que, em 1936, foilançada na Avenida Getúlio Vargas, apedra fundamental da escola que hojese denomina CEFET-MA.

Em 1937, essa escola

[...] recebeu a denominação deLiceu Industrial de São Luís,sendo, então, desvinculado doMinistério da Agricultura e su-bordinado ao Ministério daEducação e Saúde Pública, pas-sando a ministrar ensinoprofissional em nível de primei-ro ciclo (VAZ, 1998, p. 2).

A Constituição da República de1937, elaborada no Estado Novo, deixade proclamar a educação como deverdo Estado, tal qual fazia a Constituiçãode 1934.

Em 1937, em cum primento ao quedetermina a Constituição referente àeducação, o Ministro da EducaçãoGustavo Capanema inicia a reforma doensino médio e primário, que, no seuconjunto, ficou conhecida como LeiOrgânica do Ensino.

Essa reforma se inicia no gover-no de Getúlio Vargas, mas foi concluí-da só no governo provisório de JoséLinhares, tendo à frente do Ministérioda Educação Raul Leitão da Cunha.

Através da Lei-Orgânica, GetúlioVargas regulamenta três ramos do en-sino. A exemplo, o ensino industrial foiregulamentado através do Decreto-Lein? 4073 - Lei Orgânica do Ensino In-dustrial em 30 de janeiro de 1942.

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Em um contexto de incentivo à in-dustrialização, o ensino industrial visavapreparar a mão-de-obra para a, até en-tão, incipiente industrialização brasilei-ra, estando, esse tipo de ensino limitadaàs necessidades das indústrias.

De tal modo, o Ensino Secundá-rio e Comercial também foram regula-mentados na ditadura de Vargas. Oprimeiro através da Lei-Orgânica doEnsino Secundário - Decreto-Lei n°4.244, de 9 de abril de 1942, e o segun-do através da Lei-Orgânica do EnsinoComercial, Decreto-Lei n° 6.141, de 28de Dezembro de 1943. Esta modalida-de de ensino

[...] oferecia, ao nível de 2°ciclo,habilitações como: comércio,propaganda, administração,contabilidade, estatística e se-cretariado (PIMENTA, 1981, p.73).

Para complementar a formaçãodos trabalhadores, tendo em vista anecessidade do mercado e o deficientesistema educacional, no tocante ao en-sino profissional, o governo de GetúlioVargas criou ainda o Serviço Nacionalde Aprendizagem Industrial (SENAI),através de Decreto-Lei n° 4.048, de 22de janeiro de 1942.

Após a queda de Getúlio Vargas,no governo provisório de José Linhares,a Lei-Orgânica se completa através dosseguintes Decretos: Decreto-Lei n?8259 - Lei-Orgânica do Ensino Primá-rio, de 2 de janeiro de 1946; Decreto-Lei n" 8530 - Lei Orgânica do EnsinoNormal de 2 de janeiro de 1946 e De-creto-Lei n° 9613 - Lei Orgânica doEnsino Agrícola de 20 de agosto de1946.

Ainda no governo de JoséLinhares, criou-se o Serviço Nacionalde Aprendizagem Comercial(SENAC), através dos Decretos-Leis8621 e 8622 de 10 de janeiro de 1946.Este serviço foi criado com o objetivode preparação rápida de mão-de-obra,uma vez que o sistema educacional nãopossuía a estrutura necessária à implan-tação do ensino profissional de modoque atendesse às necessidades da de-manda.

Foi no bojo dessas reformas nocampo educacional que surgiram asEscolas Técnicas Industriais, atravésda Lei Orgânica do Ensino Industrial,voltadas para atender ao ensino em ní-vel de 2° ciclo. Aqueles que obtinhamdiplomas de cursos técnicos em nívelde 2° ciclo tinham ingresso nas escolassuperiores.

Através do Decreto-Lei n° 4.127,de 25 de fevereiro de 1942, estabele-ceram-se as bases da organização darede federal de estabelecimentos deensino industrial e instituíram-se as Es-colas Técnicas Federais. Foi assim quenasceu a Escola Técnica Industrial deSão Luís.

Em 16 de fevereiro de 1959, atra-vés da Lei n" 3.552, é dada uma novaorganização administrativa aos estabe-lecimentos de ensino industrial. Atra-vés desta lei, as Escolas TécnicasFederais conseguem autonomia didáti-ca, financeira e administrativa. Desdeentão as

[...] Escolas Técnicas passarama ser administradas por um Con-selho de Representantes, a quemcabia a escolha de seu diretor,havendo também um Conselho

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de professores como órgão dedireção didático-pedagógica(VAZ, 1998, p.Z).

A política educacional do períodoque vai de 1945 até início de 1960 émarcada pela luta em torno da lei deDiretrizes e Bases da Educação e daCampanha pela Escola Pública. A ne-cessidade de uma nova diretriz na edu-cação Nacional veio com a Constituiçãode 1946, no seu Art. 5°.

Os conflitos em torno da lei 4.024/61 duraram treze anos, vindo a se acir-rar nos últimos cinco anos de suatramitação em decorrência do conflitoescola pública x escola privada, que ti-nha como bandeira de luta o direito àeducação. Esse conflito, de fato, nadaconseguiu inovar na educação que con-tinuou reproduzindo e reforçando a es-trutura de classe da sociedade.

4 DA ESCOLA TÉCNICAFEDERAL DO MARANHÃOAO CENTRO FEDERAL DEEDUCAÇÃOTECNOLÓGICA:o contexto econôrn ico deinternacional ização da economia

Em 1964 há uma ruptura política,uma nova realidade se manifesta de-corrente do golpe de Estado. Essa rea-lidade agora alimentada pela repressãoe pela violência precisa de um novosujeito para nela atuar.

Essa ruptura a nível político defi-niu mudanças no campo educacional.Foi assim que através da Portaria 239/65 de 03 de setembro, segundo dispos-to na Lei 4.795, de 20 de agosto de1965, passou a Escola Técnica Indus-trial de São Luís a ser denominada Es-cola Técnica Federal do Maranhão.

A Escola Técnica Federal doMaranhão atuava em uma sociedadeque sob o ponto de vista econômico vi-via o auge da industrialização, esforçoque começou desde 1930 com GetúlioVargas, mas que veio a se consolidarsó na década de 60 com a produçãodoméstica de bens de consumo durá-veis e não duráveis.

Sob o ponto de vista político haviauma necessidade de controle social.Nesse sentido o sistema educacional,através da política educacional, pode-ria assegurar esse controle. Assim éque

[...] as primeiras diretrizes formu-ladas por este governo,norteadoras da futura políticaeducacional, já foram fixadas noinício do Governo Castelo Bran-co. Estão contidas nasdeclarações feitas pelo presi-dente aos Secretários deEducação de todos os Estados,em meados de 64: o objetivo doseu governo seria restabelecera ordem e a tranqüilidade entreestudantes, operários e militares.Excluindo o grupo dos militarespodemos dizer que com a novalegislação, promulgada pelo go-verno militar, visa-se de fato criarum instrumento de controle e dedisciplina sobre estudantes eoperários (FREIT AG, 1980, p.78).

No momento em que a economiade substituição das exportações esgotasuas possibilidades, entrando em criseno período da ditadura militar, torna-senecessário assegurar um crescimentodinâmico da demanda para que o pro-cesso de acumulação possa prosseguir.

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No Brasil, os esforços paratirar a economia da crise, sem que sealterasse o modo de produçãocapitalista, poderia se dar por doiscaminhos: o primeiro seria a realizaçãode reformas estruturais, através dasquais os trabalhadores poderiamobter as condições objetivas de teracesso aos bens de consumo; osegundo

.[...] seria a criação de uma de-manda adicional, através de umareorganização da estrutura doconsumo interno e do aprovei-tamento das possibilidades domercado externo. Este caminhoimplicava, por um lado, uma"aristocratização" dos padrõesde consumo interno e, por outrolado,exportações maciças, prin-cipalmente de produtosmanufaturados esemimanufaturados (FREITAG,1980,p.73).

Por um lado, essa tentativa deassegurar o crescimertto da demandaproduziu um perfil de consumidor exi-gente com um alto poder aquisitivo, quelevou em consideração o preço e a qua-lidade do produto oferecido; por outro,para se produzir na perspectiva da ex-portação, o mercado interno teria queobedecer aos padrões de qualidade domercado externo, sendo necessária aimplantação de novas tecnologias nasatividades econômicas numa perspec-tiva de melhorar a qualidade do produ-to, os preços e de ingressar no mercadocompetitivo globalizado.

Nesse contexto brasileiro, a eco-nomia maranhense teve um grande im-pulso com a chegada dos grandes

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projetos industriais. A exemplo, desta-ca-se o Projeto Ferro Carajás que noperíodo de 1980 a 1985 teve o SistemaNorte composto por Mina Ferrovia ePorto foi instalado e ampliado, come-çando a operar em fevereiro de 1985.

Um outro grande investimento quemerece destaque, no cenário da eco-nomia maranhense, é a multinacionalALUMAR que se instalou em São Luísno período de 1980 a 1984, ocupandoII% dos quase 90 mil hectares de todaa ilha de São Luís.

A ALUMAR atua no ramo dealumínio e está entre as empresas maispoderosas do ramo, tendo se instalado,no Brasil, inicialmente em Poços deCaldas, Minas Gerais, em 1965. Feitosadestaca:

Três fatores básicos determinama localização desse tipo de em-preendimento em qualquer partedo mundo:

a) a bauxita, primeira matériaprima do seu processo deprodução;

b) a energia elétrica, em quali-dade e quantidadeabundante;

c) e a disponibilidade de mão-de-obra

(FEITOSA,1998,p. 128).

A instalação desses grandes em-preendimentos econômicos, na ilha deSão Luís, mudou significativamente arealidade econômica e social do Esta-do.

Nos anos 90, a intemacionalizaçãoacelerada da economia e as mudançastécnico-organizacionais no mundo do

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trabalho afetaram significativamente asrelações de trabalho e provocaram dis-cussões acerca da qualificação profis-sional.

Nesse contexto, a escola se vêfrente a uma questão central que pre-cisa ser repensada, qual seja, a relaçãoentre trabalho, qualificação e educação,tendo em vista que

a concepção de qualificaçãotecnicista (cuja matriz é o mode-lo job/skills), ancorada nasnormas previamenteestabelecidas pelas empresas,está convivendo ou sendo subs-tituído por uma outraconcepção, que vem sendo de-signada modelo da competência(MANFREDI, 1998, p. 24).

É em resposta a essas exigênciasque, no final da década de 80, precisa-mente em 1989, a Escola Técnica Fe-deral do Maranhão, através do decreton° 97.561, de 2 de março, foi autoriza-da pelo Governo Federal a implantar edesenvolver cursos superiores de gra-duação. Este fato justifica-se pela qua-lidade de suas instalações,equipamentos e recursos humanos.

A exemplo dos Centros Federaisde Educação Tecnológica do Rio deJaneiro, Minas Gerais e Paraná, é trans-formada em Centro Federal de Educa-ção Tecnológica do Maranhão, atravésdo Decreto Lei 7.863, de 31 de outubrode 1989 com os seguintes objetivos:

I-Ministrar ensino em grau supe-rior:1. de graduação e pós-

graduação lato sensu estricto sensu, visando àformação de profissionais e

especialistas na área. tecnológica;

2. de licenciatura com vistasà formação de professoresespecializados para asdisciplinas específicas do

. ensino técnico etecnológico;

II - Ministrar cursos técnicos, emnível de segundo grau, visan-do á formação de técnicos,instrutores e auxiliares de ní-velmédio;

III - Ministrar cursos de educaçãocontinuada, visando à atuali-zação e ao aperfeiçoamentode profissionais na áreatecnológica;

IV - Realizar pesquisas aplicadasna área tecnológica, estimu-lando atividades criadoras eestendendo seus benefícios àcontinuidade mediante cursose serviços.

5CONCLUSAO

o 'esforço deste estudo foi parareconstruir a trajetória do ensino pro-fissional no Maranhão, desde sua gê-nese até a década de 80. Embora oCEFET-MA tenha sido referência bá-sica, não era de interesse deste estudofazer uma análise desta instituição de.ensino profissional, já que a mesma.encontra-se no livro Empresa e escolafrente aos novos desafios da formaçãoprofissional (DIAS, 2000).

Apesar das dificuldades que. oCEFET-MA vem enfrentando quantoà formação de seus técnicos de nívelmédio e superior que se dá em um con-

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texto de mudanças aceleradas que a esc0-la quase sempre não consegue alcançar,pesquisas tais como (DIAS, 2000), com-provam que, ainda assim, em um contextoem que a qualidade do ensino público estáem geral comprometida, o CEFET-MAconquistou uma certa crechbilidadejunto acomunidade maranhense.

Esta crença no CEFET-MA,como uma escola pública de boa quali-dade, deve-se muito mais à educaçãoprofissional que, ao longo dos anos oCEFET-MA vem oferecendo à comu-nidade, do que o ensino médio que ofe-rece, isto porque foi somente a partirda Portaria n° 646, de 14 de maio de1997, no seu Artigo 3° que

as instituiçõesfederaisde educa-çãotecnol6gicaficamautorizadasa manterensino médio, com ma-triculaindependenteda educaçãoprofissional,oferecendo o máxi-mo de 50% do total de vagasoferecidaspara os cursos regula-res em 1997, observando odispostonaLei n" 9394/96.

Desta forma, a educação profissio-nal de nível médio, que, de acordo com oDecreto n° 2.208, de 17/04/1997, no seuArt. 3° compreende os níveis: básico, téc-nico e tecnológico, desvinculou-se do en-sino médio, mas será desenvolvida emarticulação com o ensino regular.

o que Dias (2000) comprovouatravés de pesquisas é que, na atuali-dade, com a nova realidade do CEFET-MA, oferecendo à populaçãomaranhense, não só educação profissi-onal, mas também o ensino médio, ob-serva-se uma corrida acelerada dosalunos das escolas privadas ao CEFET-MA porque estão fugindo dos altos cus-tos de suas mensalidades em umcontexto em que ou os salários estãoachatados ou mesmo deixam de existir,em função do desemprego estrutural.

O CEFET-MA, vem somandoesforços no sentido de vencer as difi-culdades que enfrenta no cotidiano, nãosó decorrentes de sua tecnologia, queestá bem distante da tecnologia de pontadas empresas modernas, mas, sobretu-do, da formação de seus professores,que tem-se tomado uma das grandespreocupações da instituição que veminvestindo muito na qualificação de seusprofissionais, não só a nível de Mestradomas também de Doutorado.

No decorrer de sua trajetória, aospoucos o CEFET-MA vem conquistan-do a credibilidade não só do mercadode trabalho, mas, sobretudo, da própriasociedade maranhense. Desta forma,tanto os pais como os próprios estudan-tes apostam nesta instituição como umaboa escola de ensino médio.

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