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COLÉGIO ESTADUAL SÃO CRISTÓVÃO- EFM
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
O ENSINO DE HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Em decorrência das várias modificações realizadas com a disciplina de História,
desde as aulas expositivas que visavam tão somente à repetição e memorização até a
implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, muito se têm discutido à cerca da
problemática da qual a disciplina esta inserida.
Respaldadas pela Diretriz Curricular que apresenta um novo paradigma através da
busca à reflexão sobre os aspectos políticos, econômicos, culturais, sociais e das
relações entre o ensino da disciplina e a produção do conhecimento histórico. Por isso, a
mesma apresentou uma análise do ensino de História da década de 70 até os dias
atuais, tendo como enfoque as permanências, mudanças e rupturas ocorridas no ensino
desta ciência. Com o intuito, de que seja superado o positivismo tão presente no ensino
da História por longos anos, propõe-se uma revalorização do que antes não era
utilizado,que era descartado por não servir adequadamente ao modelo da época.
Exemplo disso, são a racionalidade histórica sempre orientada numa única linearidade
dos fatos, assim como o uso restrito de documentos como única fonte e verdade histórica,
bem como o predomínio da ideologia do branqueamento.
Todavia, para que de fato ocorram estas mudanças, deve-se sobretudo, utilizar os
mais diferentes métodos, correntes e concepções históricas, além de utilizar uma
metodologia histórico crítica onde se busca e se valoriza o conhecimento, tendo como
ponto de partida o que o educando sabe, o que vivenciou e o que vivencia.
De modo que, esta disciplina, a partir das Diretrizes Curriculares, deve procurar
identificar relações sociais de seu próprio grupo de convívio, na localidade, na região e no
país, ou seja, fazendo uma interligação entre micro e macro História, possibilitando o
questionamento da realidade na qual o estudante está inserido, promovendo o exercício
da participação e da cidadania. Com relevante articulação entre a teoria e a prática,
possibilitando o desenvolvimento do pensamento crítico, acerca dos acontecimentos
históricos, criando situações que promovam um trabalho reflexivo, aos estudantes para
que estes percebam que a História é o resultado das ações dos povos, classes e grupos
no decorrer dos tempos.
A formação do pensamento histórico do estudante se concretizará quando os
agentes do processo pedagógico agirem como investigadores, apropriando-se dos
conteúdos históricos mas buscando outras ideias, como intencionalidade, motivos,
sociedade, cultura, entre outros que propiciaram determinado acontecimento. Isso poderá
ocorrer através da relação com os múltiplos sujeitos e suas respectivas visões de mundo
e temporalidades em diversos contextos espaços temporais por meio de narrativas
históricas. Estas, por sua vez, são o ponto de partida dentro da disciplina.
A consciência histórica, é construída a partir das relações sociais, em qualquer
período e local do processo histórico. Por isso deve-se associar as experiências históricas
dos sujeitos com a própria consciência histórica, para que estes possam interpretar sua
experiência da mudança temporal. Por isso, aprender História a partir desta nova
perspectiva é articular o passado, com o que se vive e se interpreta do presente para
chegar à construir projetos para o futuro.
Assim, as narrativas históricas propiciam um meio de apresentação do
conhecimento e se refere à comunicação entre os mais variados sujeitos. Já que narrar
consiste em compreender o papel do outro no tempo. O educando precisa aprender a
dialogar com as ideias das narrativas, interpretando-as.
Ainda, deve buscar se analisar as implicações das opções teórico-metodológicas
para o ensino da História na formação dos sujeitos. Isso pode ser observado nas
diferentes abordagens curriculares que historicamente marcam o ensino desta disciplina,
além de apontar indicativos para o tipo de consciência histórica que se pretende
diagnosticar nos sujeitos.
Os objetivos propostos por esta disciplina são: entender que a produção da História
não resulta do desenvolvimento de um método que esgote o que há para saber sobre os
objetos do passado, mas assim de sucessivas perguntas que as diferentes gerações
fazem. Com novos métodos de pesquisa e novas concepções teóricas, tornando o saber
passível de novas interpretações entre as cidades; formar cidadãos dotados da visão
crítica da realidade e de espírito participativo; diferenciar as linguagens presentes em
fontes documentais variadas; diferenciar interpretações variadas sobre um mesmo
assunto/ tema de estudo; entender os princípios conceituais e/ ou organizadores da
disciplina, associando-os e aplicando-os a problemas que se propõe a resolver; relacionar
informações, conhecimentos e conceitos para elaborar conclusões; valorizar as
diversidades culturais, étnicas, sociais etc, assumindo uma postura de oposição a todas e
quaisquer práticas sociais que incitem preconceitos e/ ou discriminações (religiosa, étnica,
política, ideológica, de gênero etc).
Portanto, a importância desta disciplina vai além de despertar reflexões no
estudante a cerca de aspectos políticos, econômicos, culturais e sociais. A História é o elo
que liga o individuo a sua sociedade. É a disciplina que promove e forma a consciência de
cada um, e tem a possibilidade de fazer cada qual transformar e atuar dentro do meio em
que se vive.
Para compreender, analisar e refletir sobre os acontecimentos do processo
histórico, será considerado as contribuições específicas das diferentes correntes
historiográficas e a prática da metodologia histórico- crítica.
A História tem como objeto de estudo os processos históricos relativos às ações e
às relações humanas praticadas no tempo, bem como a respectiva significação atribuída
pelos sujeitos, tendo ou não consciência dessas ações. As relações humanas produzidas
por essas ações podem ser definidas como estruturas sócio- históricas, ou seja, são as
formas de agir, pensar, sentir, representar, imaginar e de se relacionar social, cultural e
politicamente.
A produção ou desenvolvimento do conhecimento historiográfico objetiva a
formação do pensamento histórico, possibilitando o aprimoramento da consciência
histórica para a produção de narrativas históricas.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
- Relações de trabalho
- Relações de poder
- Relações culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS - ENSINO FUNDAMENTAL
5ª Série 6ª Série 7ª Série 8ª Série
- A experiência
humana no tempo.
- Os sujeitos e suas
relações com o outro
no tempo.
- As culturas locais e a
cultura comum.
- As relações de
propriedade.
- A constituição
histórica do mundo do
campo e da cidade.
-As relações entre
campo e cidade.
- Conflitos e
resistências e
produção cultural
campo/cidade.
- História da relações
da humanidade com o
trabalho.
- O trabalho e a vida
em sociedade e as
contradições da
modernidade.
- Os trabalhadores e
as conquistas de
direito.
- A Constituição das
Instituições Sociais.
- A Formação do Estado.
-Sujeitos, Guerras e
Revoluções.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - ENSINO FUNDAMENTAL
5ª Série 6ª Série 7ª Série 8ª Série
Os diferentes sujeitos,
suas culturas, suas
histórias
- O historiador e a
produção do
conhecimento histórico;
- Tempo,
temporalidade;
- Fontes, documentos;
- Patrimônio material e
A formação da
Europa Feudal;
Germânicos; Francos;
Feudalismo.
- O mundo Além da
Europa: Arábia;
Nascimento do
Islamismo. África:
Reinos de Gana,
Mali, Aksum.
O mundo do trabalho e
os movimentos de
resistência.
- A Inglaterra
absolutista e as treze
colônias (O
absolutismo e as
revoluções inglesas. A
colonização da
América do Norte).
- A Era do Imperialismo:
(Segunda revolução
Industrial, As novas
tecnologias, a era dos
impérios, o surgimento da
sociedade de massas, da
cultura erudita à cultura de
massa).
- A República chega ao
Brasil: (a questão escravista
imaterial;
- Pesquisa;
- Arqueologia no Brasil;
- Povos indígenas no
Brasil e no Paraná;
- Humanidade e a
História (De onde
viemos, quem somos,
como sabemos?)
- Surgimento,
desenvolvimento da
humanidade e grandes
migrações (Teorias do
surgimento do homem
na América, mitos e
lendas da origem do
homem, desconstrução
do conceito de Pré-
história, povos agrafos,
memórias e história
oral).
- As Primeiras
civilizações na América.
(Olmecas, Mochicas,
Tiwanacus, Maias,
Incas e Astecas,
Ameríndios da América
do norte).
- As primeiras
civilizações na África,
Europa e Ásia. (Egito,
Núbia, gana e Mali;
Hebreus, gregos e
romanos).
- A chegada dos
europeus na América.
- Formação da
sociedade brasileira e
americana.
- Sociedades Ibéricas e
Africanas (Songai,
Benin, Ifé, Monomotapa
- Mudanças na
Europa:
transformação no
Feudalismo;
Cruzadas; A
formação dos
Estados Europeus
Modernos; Peste
Negra.
- Mudanças na Arte e
Religião:
Renascimento,
Reforma Protestante
e Contra Reforma.
- O encontro de dois
mundos: Nascimento
das Monarquias
Nacionais; A
expansão marítima
portuguesa e
espanhola. América :
Terra de Grandes
Civilizações (Astecas,
Incas e Maia).
- Espanhóis e
Ingleses na América:
Conquista Espanhola;
Atividades
econômicas na
Colônia; Colonização
Inglesa na América;
Franceses e
Holandeses na
América do Norte.
- Império Ultramarino
Português:
Conquistas
portuguesas;
colonização e
administração da
América Portuguesa.
- Nordeste colonial: a
- A construção da
Nação Brasileira (a
descoberta de ouro,
Portugal e o ouro
brasileiro, o
crescimento do
mercado interno, a
vida cotidiana nas
cidades mineiras.
- Revolução Industrial
e relações de trabalho
(XIX e XX); (Ludismo,
Socialismo,
Anarquismo).
- Emancipação política
do Paraná (1853);
(Economia,
Organização social,
manifestações
culturais; organização
política-administrativo;
migrações: internas
(escravizados, libertos
e homens livres
pobres) e externas
(europeus, os povos
indígenas e a política
de terras).a de
Napoleão e a
independência.
- Revoluções na
América e na Europa. (
Independência dos
EUA, Revolução
Francesa, a Reação
Termidoriana).
- A Era de Napoleão e
a independência da
América espanhola
(Império Napoleônico,
As guerras pela
independência do
no Brasil imperial, a
proclamação da República:
dos militares às oligarquias,
a guerra de canudos, a
industrialização e o
crescimento das cidades, o
movimento operário na
primeira República, reformas
e revoltas na capital).
- A primeira Guerra Mundial
e a Revolução Russa:
( Antes da guerra, a guerra e
os seus resultados, a Rússia
dos czares, a revolução
socialista na Rússia, a arte e
a cultura na Europa dos
anos 1920.
- A crise do capitalismo e a
Segunda Guerra Mundial: (A
crise de 1929 e o New Deal,
regimes autoritários tomam
conta da Europa, o nazismo
alemão, antecedentes da
Segunda Guerra Mundial, a
eclosão da guerra, o avanço
do eixo e dos aliados.
- A era Vargas: (Revolução
de 30 e o governo
provisório, governo
constitucional, Estado Novo,
Educação e propaganda,
era do rádio.)
- O Mundo Bipolar : (A
guerra fria, industria cultural
e esportes, o Estado de
bem- estar social, a
descolonização da África,
Revoluções na Ásia, a
questão judaico-palestina,
revolução e ditadura na
América Latina.)
-Democracia e Ditadura: (O
e Congo)
- Contexto da diáspora
Africana.
- Povos Indígenas no
Brasil e no Paraná
(Kaingang, Guarani,
Xetá e Kokleng).
- Sujeitos da história
(aluno): identificação
civil, fontes históricas,
localidade, formas de
pensar, diversões,
vestuário, tecnologia,
monumentos, líderes,
organizações.
- HISTÓRIA LOCAL:
DENOMINAÇÃO,
ORIGEM,
LOCALIZAÇÃO
POVOAMENTO,
PIONEIROS,
EMANCIPAÇÃO
POLÍTICA,
INSTITUIÇÕES E
PODERES,
PRODUÇÃO
ECONÔMICA,
EDUCAÇÃO,
MEMÓRIA E
MANIFESTAÇÕES
CULTURAIS.
- TECNOLOGIA
/INTERNET
- VIOLÊNCIA
economia açucareira;
a ocupação
holandesa no
Nordeste; a vida nos
engenhos; escravidão
e resistência; trocas e
conflitos; nem só de
açúcar vivia a colônia.
-A expansão colonial :
união ibérica;
conquista do sertão;
missões jesuíticas;
crises e rebeliões.
- Visualização dos
sujeitos segregados
negros e indígenas.
- Sexualidade.
Brasil e o primeiro
reinado ( pacto
colonial, crise do
sistema colonial,
independência do
Brasil, primeiro
reinado).
- Revoluções na
Europa (unificação da
Itália e Alemanha,
Estados Unidos e a
guerra de secessão,
transformação e
mudanças sociais) .
- Brasil: da regência ao
segundo reinado
(período regencial, a
expansão cafeeira no
Brasil, abolição do
tráfico negreiro, os
imigrantes no Brasil).
- Questão da terra.
- Drogadição.
Brasil de 1945, os “anos
dourados”, o governo João
Goulart e o golpe de 1964, o
fim das liberdades
democráticas, repressão e
abertura, a
redemocratização e o
governo Sarney.)
- A nova ordem mundial: (o
fim da União Soviética, o fim
do socialismo no Leste
Europeu, a nova ordem
mundial, a globalização e
seus efeitos, o planeta pede
socorro, o Brasil na nova
ordem mundial, um balanço
no Brasil Contemporâneo.)
- Questões ambientais.
- Consumo e mídia.
CONTEÚDOS BÁSICOS – ENSINO MÉDIO
1º Ano 2º Ano 3º Ano-Urbanização e Industrialização.
-Trabalho escravo, servil,
assalariado e o trabalho livre.
- O Estado e as relações de
poder.
-Cultura e religiosidade.
-Os sujeitos as Revoltas e as
Guerras.
-Movimentos sociais, políticos e
culturais, as guerras e as revoluções.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - ENSINO MÉDIO
1º Ano 2º Ano 3º Ano
A produção do conhecimento
histórico. A força do
conhecimento e da criatividade.
- Urbanização no mundo antigo:
Mesopotâmia, China, Índia,
Fenícia, Pérsia.
- Direito e Democracia: O mundo
grego e o mundo Romano.
- Diversidade religiosa: O mundo
Árabe; Reinos Africanos; Império
Bizantino; Feudalismo.
- O renascimento comercial e
urbano. Reforma e contra
reforma. A inquisição;
- A transição do feudalismo para
o capitalismo. Expansão
mercantil européia;
- A crise de servidão. Cidade e
comércio. As monarquias
feudais. O estado moderno e
absolutismo. O estado e a
expansão mercantil;
- Diversidade cultural: conquista
e colonização da América.
- O sistema colonial. Relação de
trabalho;
Trabalho: Tráfico negreiro,
escravidão, engenhos,
invasões Holandesas,
bandeiras. A luta pela
construção de identidade no
Brasil.
- O iluminismo. O liberalismo
econômico. Revolução
Francesa, Império
Napoleônico. Independência
das colônias americanas.
- A Revolução Industrial. Os
trabalhadores do século XIX
na Europa. Transição do
trabalho escravo para
trabalho livre, na América, no
Brasil. Formas de resistência
no mundo do trabalho.
- O ouro das Minas Gerais.
Conflitos na Colônia
Portuguesa. Revoltas
Emancipacionistas.
Transferência da Corte
Portuguesa. Independência
do Brasil. Primeiro Reinado.
- Divisão social do trabalho.
A nova ordem mundial. Mundo em
transformação: I Guerra, Revolução
Russa, Brasil no início do século XX.
- A crise de 1929 – Mundial e
Brasileira.
- A emergência dos estados
totalitários e as democracias
ocidentais. A Segunda Guerra
Mundial e a Polarização.
- O governo de Getúlio Vargas.
- A reconstrução da Europa, a ONU e
a Guerra fria. Brasil, da
redemocratização as reformas de
base. O Brasil da ditadura militar. As
emergências do terceiro mundo;
- Violência: Lutas sociais nos países
desenvolvidos. Revolução: Chinesa,
Cubana e Nicaraguense. O Brasil
contemporâneo na ordem
internacional a ameaça nuclear e o
movimento antiarmamentista;
- Movimentos sociais nos campos e
nas cidades. As reformas de base. O
Brasil da ditadura militar. Movimentos
sociais no campo e nas cidades;
- Ética. O mundo atual. Contradições
- Sistema Colonial: América
inglesa. América espanhola.
América portuguesa;
- Cultura afro brasileira: História
local; produção de narrativas.
A formação da classe
operária e o mundo do
trabalho. A divisão
internacional do trabalho.
- O triunfo do capitalismo
liberal. O imperialismo. O
capitalismo na América.
- A partilha da América –
África – Ásia e Oceania
pelas potencias europeias o
capitalismo. A ideia do
progresso e a superioridade
europeia. As transformações
do capitalismo nos Estados
Unidos. A intervenção norte-
americana na América. O
capitalismo brasileiro.
- Imperialismo e o
Neocolonialismo.
- Segundo Reinado: Fim da
Escravidão, Proclamação da
República.
do mundo contemporâneo.
Tecnologia. Conflitos;
- O Brasil emergente;
- História do Paraná. (Economia,
organização social, manifestações
culturais, migrações internas e
externas.)
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A ciência História tem por objetivo possibilitar o desenvolvimento do senso crítico,
rompendo-se com a valorização do saber enciclopédico, socializando a produção da
ciência histórica, através das formas de como este se produz, para a formação de um
homem político capaz de compreender a estrutura do mundo da produção onde ele se
insere e nela interferir. Sendo assim, será considerado diferentes correntes
historiográficas e suas contribuições especificas no desenvolvimento dos conteúdos, bem
como, será observado a metodologia histórico-crítica.
Todavia, para que esse processo possa ocorrer, será utilizado para os anos finais
do ensino fundamental uma inter relação dos conteúdos temáticos com a realidade local,
sendo do meio em que o educando está inserido, como a cidade, o estado, o país para
uma ligação comparativa com os acontecimentos da história mundial. Objetiva-se dessa
forma, capacitar o educando para uma reflexão à cerca do próprio tempo histórico ao qual
o mesmo vive, possibilitando uma leitura contextualizada e apropriando-o deste
conhecimento adquirido.
No entanto, isso somente será alcançado quando se considera o estudante e
professor como sujeito e produto de seu próprio conhecimento. Isto é, o conhecimento
não é dado pronto e acabado, mas uma constante re-elaboração e construção, que se dá
a partir de necessidades e problemas colocados pelo cotidiano. Para isso, deverá ser
utilizado a pesquisa escolar, o estudo com as narrativas históricas dos mais diferentes
sujeitos, desde aqueles considerados oficiais como aqueles que podem estar
“escondidos” da história oficial, o estudo das mais variadas fontes, desde os livros até a
música. Essas fontes deverão ser exploradas para propiciar novas abordagens sobre o
conteúdo estudado.
Para interpretação, análise e compreensão do processo histórico poderá ser
observado no desenvolvimento dos conteúdos, as contribuições de diferentes correntes
historiográficas e prática da metodologia histórico- crítica.
Para operacionalização cotidiana das aulas de História considerar-se-à a
problematização dos conteúdos, consulta a diferentes fontes, contextualização dos
acontecimentos históricos, observando o significado das diferentes temporalidades e a
busca de conceitos através da prática interdisciplinar, quando este encaminhamento se
fizer necessário.
Para instrumentalizar os estudantes na compreensão do processo histórico serão
utilizados diferentes recursos didáticos-pedagógicos tais como: leitura e análise de textos,
interpretação e releitura de imagens, desenhos, ilustrações e fotografias, exibição de
documentários e fragmentos fílmicos, produção/elaboração de textos, resolução de
atividades e exercícios, confecção de cartazes, murais e painéis, realização de trabalhos
de pesquisa individuais e de grupo, realização de seminários, produção de charges,
paródias e versos rimados, encenação dos acontecimentos históricos, confecção e
interpretação de mapas históricos, análise de gráficos e dados estatísticos, desenho e
ilustração de fatos históricos, organização de histórias em quadrinhos, entre outros.
No contexto do desenvolvimento dos conteúdos históricos serão oportunizados,
projetos, reflexões, sensibilização, convencimento, implementação e atividades para a
visualização dos sujeitos históricos africanos, negros, afro-brasileiros (Lei 10.639/03) e
comunidades tradicionais indígenas (Lei 11.645/08), como personalidades historicamente
discriminados no projeto de formação e organização da nação brasileira e suas
contribuições próprias para a história e cultura do país. Será oportunizado, também, o
conhecimento das especificidades políticas, econômicas, históricas e socioculturais do
Estado do Paraná (Lei 13.381/01), bem como, sua importância no cenário regional e
nacional.
No desenvolvimento das aulas serão escolarizados os desafios contemporâneos
(Sexualidade, Violência, Questões Ambientais, Drogadição, Consumo, Mídia,
Tecnologia/Internet, Questões da Terra, entre outros) objetivando análise, reflexão,
orientação para superação dos mesmos na comunidade em que o estabelecimento está
inserido.
O livro didático continuará sendo utilizado, entretanto, o enfoque deverá priorizar
novas ações como a identificação e a relação das imagens e ilustração, mapas e gráficos,
a contextualização do período com a apropriação das relações de causalidade e
significação das palavras que aparecem no texto e suas ideias principais e secundárias.
Já em relação a tecnologia aliada aos recursos didáticos- pedagógicos, devemos
nos apropriar literalmente desta, pois há uma infinidade de possibilidades. A TV
multimídia, por exemplo, permite a contextualização de todos os conteúdos e está
acessível a todos os educadores, o equipamento está disponível em todas as salas de
aulas, facilitando o trabalho do próprio educador. E é ali, que os estudantes podem viajar
no espaço e na dimensão histórica da sua sociedade. Também será utilizado o laboratório
de informática como espaço de pesquisa e produção do conhecimento.
AVALIAÇÃO
O processo de avaliação deve estar articulados com os conteúdos estruturantes: as
relações de trabalho, as relações de poder e as relações culturais. A avaliação será
diagnóstica, contínua e cumulativa.
A avaliação será assumida como um instrumento de compreensão do estágio de
aprendizagem em que se encontra o estudante, por isso tanto o professor quanto os
estudantes podem rever as práticas desenvolvidas a fim de identificar as lacunas no
processo de ensino e aprendizagem, bem como planejar e propor outros
encaminhamentos que visem a recuperação das dificuldades constatadas.
A recuperação será ofertada paralelamente para os estudantes. Para avaliação
como para a recuperação de estudos/ contéudos utilizar-se-á dos seguintes instrumentos
e práticas pedagógicas:
Observação e participação dos estudantes nas atividades propostas.
Relatórios de viagens, filmes, aulas.
Elaboração de maquetes.
Músicas e paródias.
Seminários.
Leitura, interpretação e produção de textos históricos.
Leitura e interpretação de fotos, imagens e principalmente diferentes tipos de
mapas históricos, pesquisas bibliográficas, entre outros.
Provas escritas.
Exposição oral e/ou escrita do conhecimento adquirido.
Trabalhos.
Pesquisas.
Envolvimento nos projetos específicos da disciplina.
Atividades no caderno.
Tarefas, entre outros.
Para desenvolver a consciência histórica do estudante espera-se que o mesmo
articule as seguintes capacidades:
• Compreenda a experiência humana no tempo.
• Identifique os sujeitos e suas relações com o outro no tempo.
• Analise as culturas locais e a cultura comum.
• Reconheça as relações de propriedade.
• Caracteriza a Constituição histórica do mundo do campo e da cidade.
• Compare as relações entre campo e cidade.
• Identifique os conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.
• Entenda a história das relações da humanidade com o trabalho.
• Estabeleça a relação entre o trabalho e a vida em sociedade e as contradições da
modernidade.
• Evidencie as conquistas de direito dos trabalhadores.
• Compreenda a Constituição das Instituições Sociais.
• Analise a formação do Estado.
• Entenda as relações entre sujeitos, guerras e revoluções.
BIBLIOGRAFIA
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PROJETO ARARIBÁ: história/ obra coletiva. 1° edição. São Paulo: Moderna, 2006.
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SERIACOPI, Gislaine Campos Azevedo. História. Volume único: 1° edição. São Paulo:
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