o ensino coletivo de teclado na terceira idade

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1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte Escola de Música Licenciatura em Música O ENSINO COLETIVO DE TECLADO NA TERCEIRA IDADE SYDNEY XAVIER SILVA Natal/RN Novembro 2017

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Page 1: O ENSINO COLETIVO DE TECLADO NA TERCEIRA IDADE

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Escola de Música

Licenciatura em Música

O ENSINO COLETIVO DE TECLADO NA TERCEIRA IDADE

SYDNEY XAVIER SILVA

Natal/RN

Novembro 2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Escola de Música

Licenciatura em Música

O ENSINO COLETIVO DE TECLADO NA TERCEIRA IDADE

SYDNEY XAVIER SILVA

Monografia apresentada ao Curso de

Licenciatura em Música da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

– como requisito parcial para obtenção do

título de Licenciado em Música.

Orientadora: Profª. Drª. Eliane Leão.

Natal/RN

Novembro 2017

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O ENSINO COLETIVO DE TECLADO NA TERCEIRA IDADE

Monografia apresentada ao Curso de

Licenciatura em Música da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

– como requisito parcial para obtenção do

título de Licenciado em Música.

Orientadora: Profª. Drª. Eliane Leão.

COMISSÃO EXAMINADORA

________________________________________

Profª. Drª. Eliane Leão

Orientadora/Presidente da Banca

________________________________________

Prof. Ms. Gilvando Pereira da Silva

Membro

________________________________________

Prof. Ms. Antonio Guilherme Cardoso Rodrigues

Membro

Natal, novembro de 2017

Page 5: O ENSINO COLETIVO DE TECLADO NA TERCEIRA IDADE

5

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a Deus que nos dá a vida a respiração e todas as coisas; à

minha esposa Cristiane Vieira, pela força e a paciência com que me tem

tratado; minha orientadora professora Dra. Eliane Leão, pelo desvelo que teve

comigo na composição desse trabalho; a meu professor Danilo Guanaes; ao

meu amigo e professor Gilvando Pereira da Silva e ao meu grande mestre de

piano, professor Guilherme Rodrigues; aos meus amigos da classe 2014, na

qual passamos esses quatro anos juntos; a todos, os meus sinceros

agradecimentos.

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RESUMO

A presente pesquisa utilizou o modelo de investigação intitulado Experiênci-Ação (LEÃO, 2013) para acompanhar um processo de ensino/aprendizagem musical de conjunto. O instrumento ensinado através de metodologia de Ensino Coletivo (SÁ e LEÃO, 2013) foi o teclado. Participaram 4 (quatro) alunos, acima de 60 (sessenta) anos, que vivenciaram 13 (treze) aulas, em 2 (duas) turmas. A Experiênci-Ação foi realizada na ‘Oficina Livre de Música’, em Natal/RN, com o objetivo de mostrar a relevância do ensino coletivo de teclado. Pressupõe-se que este é um instrumento musical que promove o desenvolvimento do aprendizado, em uma faixa etária que muitas vezes não é contemplada por processos semelhantes. Quanto à metodologia de pesquisa e procedimentos, primeiramente, foram apresentados os Planejamentos das 13 (treze) Aulas, com a descrição das participações dos sujeitos e os Protocolos, de cada uma; totalizando cerca de 26 aulas relatadas, referentes a duas turmas Em outra etapa, foi respondido um questionário com 5 (cinco) perguntas que visavam detectar as experiências dos sujeitos participantes, sob a perspectiva deles. Foram analisados como aconteceu o dia a dia dos alunos e a impressão dos participantes sobre a Experiênci-Ação de aprendizagem musical em modelo de ensino coletivo, através de detecção de elementos importantes, intitulados Excertos. Foram feitas Análises Parciais dos Excertos, em que o desenvolvimento paulatino dos alunos dentro da realidade de cada um, foi ressaltada do resultado dos dados. Chegou-se às Conclusões Finais. Pôde-se observar a percepção que os alunos têm de seu próprio desenvolvimento musical no cotidiano, num contexto de Ensino Coletivo, a partir de 5 critérios: 1 - a questão da interação do grupo; 2 - a questão da autonomia dos alunos em sala; 3 – a identificação da importância da experiência estendido ao ambiente de suas casas; 4 – o que foi positivo do Ensino Coletivo; 5 – o que não foi positivo no Ensino Coletivo; e 6 - a interação entre professor e aluno. Chegou-se, a partir dos resultados, ao aquilatar da construção do que foi ou não positivo durante o período da pesquisa, no contexto do ambiente participativo e interativo entre professor e aluno. O pesquisador indica, após as análises, que esta atividade deve ser valorizada e propõe novas etapas para esta pesquisa, com continuidade com um grupo maior, ampliado com mais participantes.

Palavras-chave: Educação Musical; Ensino/Aprendizagem Musical; Terceira Idade;

Ensino Coletivo de Teclado.

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ABSTRACT

The present research used the research model entitled Experiênci-Ação (LEÃO, 2013) to accompany a process of teaching / learning music in a contexto of group teaching. The instrument taught through Collective Teaching Methodology (SÁ and LEÃO, 2013) was the keyboard. Participants were 4 (four) students, over 60 (sixty) years old, who experienced music learning from 13 (thirteen) classes, in 2 (two) groups. The Experience-Action was carried out in the 'Free Music Workshop', in Natal/RN, with the aim of showing the relevance of collective keyboard teaching. It is assumed that this is a musical instrument that promotes the development of learning, in an age group that often is not contemplated with similar processes. As to research methodology and procedures, first, of the schedules were made thirteen (13) classes, describing the interests of the subject, and the answers were detected in format of Protocols; totaling about 26 lessons reported. A questionnaire with 5 (five) questions was answered that aimed to detect the participants' experiences, from their perspective. They were analyzed as was the daily life of the students and the impression of the participants about the musical learning Experience-Action on collective teaching model, by detecting important elements, titled Excerpts. Partial Analyzes of the Excerpts were made, in which the gradual development of the students within the reality of each one, was emphasized of the results of the data. The Final Conclusions have been reached. It was observed that the perception students have of their own musical development in everyday life, in a collective education context, from 5 criteria: 1 - the issue of group interaction; 2 - the issue of student autonomy in class; 3 - the identification of the importance of the experience in the environment of their houses; 4 - what was positive of the Collective Teaching; 5 - what was not positive in Collective Education; and 6 - the interaction between teacher and student. From the results, it was possible to assess the construction of what was or was not positive during the research period, in the context of the participatory and interactive environment between teacher and student. The researcher indicates, after the analysis, that this activity should be valued and proposes new steps for this research, with continuity with a larger group, expanded with more participants. Keywords: Musical Education; Music Teaching/Learning; Third Age; Collective Keyboard Teaching.

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LISTA DE FOTOS

Foto 01 – Bernardo Celestino Pimentel...................................................... 67

Foto 02 – Gesilda Pires Rocha ...................................................................68

Foto 03 – Jose Soares e professor/pesquisador.........................................69

Foto 04 – Eliane De Medeiros.................................................................... 70

Foto 5 - Bernardo Celestino Pimentel, professor e Eliane De Medeiros....71

Foto 6 - Bernardo Celestino Pimentel e Eliane De Medeiros......................72

Foto 7 - Bernardo Celestino Pimentel e Gesilda Pires Rocha ...................73

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................09

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................10

2.1 – ENSINO COLETIVO...........................................................................12

2.2 – RELAÇÕES INTERPESSOAIS..........................................................12

3 – MÚSICA PARA A TERCEIRA IDADE........................................................13

3.1 – OS BENEFÍCIOS.............................................................................. 14

4 – METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................15

4.1 – COLETA DE DADOS............................................................................16

4.2 – ‘PROTOCOLOS’ E SEUS RESPECTIVOS ‘EXCERTOS’....................17

4.2.1 – Análise Parciais dos Excertos dos Protocolos............................40

4.3 – RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS E TABELA DAS

RESPOSTAS................................................................................................43

4.3.1 – Análises Parciais dos Excertos das Entrevistas.........................48

5 – ANÁLISE FINAIS DOS DADOS.................................................................49

6 – CONCLUSÕES FINAIS...............................................................................54

REFERÊNCIAS.................................................................................................57

ANEXOS...........................................................................................................58

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho, uma Experiênci-Ação (SOUZA e LEÃO, 2013),

realizada na Oficina Livre de Música, em Natal, Rio Grande do Norte, com o

objetivo de mostrar a relevância do ensino coletivo de teclado, um instrumento

musical para o desenvolvimento do aprendizado em uma faixa etária que muitas

vezes não e atendida com o desvelo pela qual deveria ser. A Pesquisa analisou

e descreveu um total de 13 aulas, como acontece o dia a dia dos alunos de

teclado, analisando o desenvolvimento paulatino dos alunos dentro da

realidade de cada um, podemos observar a percepção que os alunos têm de seu

próprio desenvolvimento musical no cotidiano, bem como a questão da

interação e da autonomia dos alunos em sala e também em suas casas e por

fim aquilatar a construção do que foi ou não positivo na durante o período

dessa pesquisa dentro de um ambiente participativo e interativo entre professor

e aluno.

Esta pesquisa se justificou porque intentou realizar um trabalho de

investigação com o propósito de entender e descrever sobre a importância do

Ensino Coletivo de teclado na terceira idade, promovendo e despertando nos

alunos investigados a reativação da memória, a melhora da qualidade de vida e

da saúde, o aumento da autoestima , realizar um desejo antigo de tocar teclado

que os mesmo tiveram durante sua vida quando criança e também como jovem ,

que para muitos foi malogrado por diversos motivos e que agora tem a

oportunidade de realizar e por consequência, um crescimento interpessoal e

afetivo nessa atividade.

Esta pesquisa teve como Objetivo Geral apontar a importância da prática

do ensino coletivo de teclado na terceira idade, calcado na análise dos dados

realizada a partir de um planejamento de 13 (treze) aulas seguidas e também de

um questionário aplicado ao final do período das aulas, que foi realizada na

Oficina Livre de Música, da cidade de Natal, no estado do Rio Grande do Norte.

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Os objetivos específicos foram os listados a seguir: 1 - Vivenciar na

prática de uma metodologia eficaz nas aulas coletivas de teclado, proposta pelo

pesquisador/professor de musica; 2 - Descrever e analisar o desenvolvimento

individual e coletivo dos participantes, através de Protocolos e Excertos dos

Protocolos; e 3 - Identificar os pontos relevantes relacionados ao ensino coletivo de

teclado nessa faixa etária; através da redação das Conclusões Finais.

Este texto conta com uma Introdução, 3 (três) capítulos Teóricos, 1 (um)

capítulo para descrever a Metodologia de Pesquisa e os procedimentos de

Análises Parciais e Análises Finais e uma Conclusão Final.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ensino coletivo dos instrumentos musicais deve ter planejamento e

conteúdos sistematizados. No entanto, as relações interpessoais entre professor

e aluno não devem ser negligenciadas nesta atividade musical. Um outro fator

que faz este ensino eficiente é a consideração da faixa etária dos alunos

participantes. No caso desta pesquisa, tratam-se de sujeitos da terceira idade,

em que se pode, na atualidade, indicar muitos resultados de pesquisa para

inspirar e dar suporte teórico aos professores/pesquisadores desta temática.

Portanto, pode-se enumerar 3 (três) fatores importantes para esta

pesquisa: 1 – metodologia de ensino, o Coletivo; 2 - o tipo de relações

prioritárias, as boas Relações Interpessoais; e 3 - o perfil dos alunos, o de

Terceira Idade; constituem os temas principais para a revisão bibliográfica desta

pesquisa, visando encontrar suporte teórico que sustente os objetivos, ações,

análises e conclusões finais deste estudo.

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2.1 – ENSINO COLETIVO

Para a prática do ensino coletivo, é lembrada a necessidade de se incluir,

dentre as atividades planejadas, as vivências de psicomotricidade. O trabalho de

final de Curso de Especialização realizado na EMUFRN, em 2016, de Mariana

Aníbal Fernandes, valoriza a vivência de atividades musicais que desenvolvam a

psicomotricidade, como foi planejado e realizado na pesquisa agora relatada. A

professora de musica e autora, estudou também a educação inclusiva e a

educação musical, de forma específica. Para ela a psicomotricidade é uma

perspectiva que leva à inclusão, justificando a importancia das acoes educativas

para erradicar os preconceitos ainda existentes em sociedade. Apresenta a

Educacao Musical como alternativa para que ocorra a inclusao nos ambientes

de ensino/aprendizagem. Mais especificamente, indica as atividades que

promovem a psicomotricidade como estrategias de ensino que levam a

aprendizagem musical e a inclusão, pela vivência musical. O metodo de

investigacao da tematica resultou de Relato de Experiencia, uma vez que a

autora discutiu a importancia da proposta a partir de algumas reflexoes sobre

praticas desenvolvidas em situacao de ensino/aprendizagem no IFRN. Temas

tais como ‘a importancia da familia na inclusao’ e ‘o trabalho do professor de

música’, no desenvolvimento das habilidades motoras do aluno com deficiencia

sao comentados. Recomenda que o aluno seja motivado por atividades que

promovam a percepcao, a atencao e o atendimento aos comandos; atividades

que fazem parte do ensino musical, com perspectiva de estimulacao da

psicomotricidade.

O Ensino Coletivo deve também promover a autonomia do aluno idoso.

BORGES (2015) constata, em seu artigo, alguns pressupostos metodológicos de

como ensinar o piano, que são similares ao ensino do teclado. Estas maneiras

de se ensinar piano a levam a afirmar que o ensino de piano, neste momento

historico,

requisita uma pedagogia que nao seja um espaco tecnico restrito, orientado por relacoes formais e objetivas. Nao se pode ignorar a

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ligacao da música com o homem, com as ciencias e com o contexto social em que vivemos, principalmente porque as artes cultivam as diferencas individuais, a valorizacao da experiencia de vida, a busca da autenticidade e seu objetivo principal e o individuo, em suas diferentes formas de expressar-se. Exatamente por lidar com as emocoes, com a criatividade e subjetividade, o ensino de piano caracteriza-se como uma atividade que precisa encontrar um campo de perspectivas de interacao e solidariedade, um locus de relacoes interpessoais, onde a qualidade dos vinculos afetivos que se estabelecem sao decisivos na configuracao dos resultados. Esta pedagogia interativa, afetiva, lúdica e dialogica e possivel a partir da presenca da sensibilidade no ambito do trabalho docente. O profissional sensivel converte-se num investigador na sala de aula e, guiado por principios eticos, volta sua atencao para o educando e para o desenvolvimento de sua consciencia estetica (BORGES, 2015, p. 73 e 74).

2.2 – RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Para a autora Leão (2017), a criatividade, as formações criativas de

modelos diferentes de aulas de música e as relações interpessoais, que

garantam a responsabilidade social do professor, devem ser utilizadas:

as Vivências/experiências em sala de aula, as Oficinas, a Experiênci-Ação, a Pesquisa, as Tecnologia de Informação e Comunicação - TICs, a consolidação de Laboratórios, a garantia de Acessibilidades, Pedagógica e Plena; a Responsabilidade Social, os modelos criativos de formato de aula, tais como Multinível, garantem o meio ambiente favorável à elaboração, planejamento e realização da aula de música idealizada para o século XXI, no Brasil (LEÃO, 2017, s/ p).

A autora discute que a criatividade oportuniza a aprendizagem, pode

ensinar uma variedade de instrumentos; promove as relações interpessoais; leva

à inclusão pela aprendizagem musical. Discute que as apresentações musicais e

as participações em eventos aumentam a auto-estima; e que o entusiasmo do

‘professor ideal’ e um recurso indispensável para ser considerados para as aulas

de música.

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Com princípios da psicologia da música, a autora diz que não se deve

ignorar que o conteúdo da aula deve respeitar que “o cérebro é musical e que

processa o conhecimento musical dos elementos e a estrututra musical de forma

organizada”. Ensina que ao se planejar a aula de música, devem ser respeitados

os diferentes níveis de desenvolvimento dos alunos envolvidos na mesma.

Indica que “o aluno estará, sem exceção, construindo o conhecimento musical

através da ação, da participação e do envolvimento na solução de problemas

postados pelo professor em sala de aula”.

Leão (2017) indica ações máximas, que podem melhorar as relações

interpessoais:

1 - a proposta de solução de problemas musicais; 2 - a proposta de jogos musicais; 3 - e a proposta de solução dos problemas pelos alunos pela criação, improvisação motora, sensorial e composição. O aluno, o professor deve sempre se lembrar, aprende criando, ouvindo, apreciando e desempenhando sua própria música (ibid.,2017, s/p).

Este estudo de final do curso, agora sendo apresentado fez todo o seu

planejamento pressupondo que as relações interpessoais promoveriam a melhor

relação entre os alunos e entre aluno/professor.

3 MUSICA PARA A TERCEIRA IDADE

A música para a terceira idade é uma necessidade. Está aumentando a

perspectiva de vida do idoso e as aulas de música são atividades recomendadas

pelos autores da educação musical e da musicoterapia, na atualidade. Estas

participações dos idosos promovem a inclusão social, a alegria de viver e

ampliam as perspectivas de vida saudável. Viver e um processo continuo de

desenvolvimento, crescimento e envelhecimento.

O envelhecimento, segundo Zanini (2015):

Trata-se de um processo universal, pois todos os seres humanos, em suas trajetorias de vida, passam por um processo de

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desenvolvimento fisico, mental e social. No entanto, o viver pode ser considerado um processo único, quando diz respeito a subjetividade advinda de cada ser, a individualidade e a forma personalizada como cada um vive seus proprios momentos de vida, suas emocoes, seus sentimentos, suas adversidades e suas conquistas (ZANINI, 2015, p. 29) .

Para a autora, “nem sempre a finitude vem com o envelhecer, o que por

muitas vezes e esperado, em funcao das fases da vida”. Entende que ha

múltiplas faces do tempo, como o psicologico e o cronologico. Estas faces do

tempo “fazem com que as percepcoes diante dos desafios sejam diferenciadas”

(ibid, 2015, p.29).

Nestas diferentes faces do tempo, a oportunidade de estudar teclado, em

um grupo de ensino coletivo, é uma providência a ser estudada, nos seus

aspectos positivos, sob a perspectiva de quem participa e/ou aprende, bem

como na de quem ensina. É o que realizamos com esta pesquisa agora relatada.

3.1 – OS BENEFÍCIOS

São muitos os benefícios do aprendizado de um instrumento musical para

sujeitos da terceira idade . Costa (2005) estudou a improvisação na educação

musical para adultos e como ocorre o pensamento criador. Ela conclui que os

benefícios da atividade musical são muitos. Descobriu que:

Esta pesquisa adiciona ao que se saber sobre as capacidades reais do sujeito adulto. Ele é capaz de experiências musicais diretas enquanto cria, ouve e executa. Ele é capaz porque tem, na improvisação, possibilidades de construir o conhecomento musical (COSTA, 2015, p. 156).

Souza (2008), estuda como se processa o ensino da musica popular para

a Terceira Idade. Investigando a interação grupal, a consideração da

participação de cada aluno, e ao que cada um traz de experiência musical,

observou que o potencial humano na velhice, se considerados estes três aspectos, não deve ser subestimado; e que a musica é um elemento que deve ser considerado na ampliação do

Page 16: O ENSINO COLETIVO DE TECLADO NA TERCEIRA IDADE

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desempenho cognitivo do idoso, bem como de sua expressão e socialização (SOUZA, 2008, p.10).

Bueno (2008) estuda a flauta doce em um processo de musicalização na

Terceria Idade. Ela aborda alguns procedimentos metodológicos que podem ser

utilizados como meio de propiciar uma melhor condição de vida do idoso.

Percebeu-se, dos resultados que:

Percebeu-se, após a análise dos dados, que a música favorece um envelhecimento bem-sucedido, pois contribui par uma melhor socialização, comunicação, criatividade e coordenação motora de indivíduos de terceira idade (BUENO, 2008, p.7).

Poderíamos citar mais estudos, mas estes três acima relacionados

comprovam, de forma clara e sucinta, os benefícios do ensino de musica para a

terceira idade, por pesquisas feitas com rigor científico, em programas de pós-

graduação no Brasil.

4 METODOLOGIA DA PESQUISA

Esta pesquisa é descrita como uma Pesquisa Qualitativa, em que houve

uma experiência musical com a participação atenta, observada e relatada pelas

ações do professor/pesquisador, definida como Experiênci-Acão. O professor

idealizou e planejou as sessões/aulas, anotou todos os detalhes dos processos

e fenômenos ocorridos enquanto o ensino/aprendizagem ocorria e desenhou e

aplicou o questionário aos sujeitos participantes.

Estas anotações, definidas como Protocolos (Obs: protocolos são todas

as anotações realizadas pelo pesquisador/professor, com objetivo de registrar a

totalidade da experiênci-ação, para observar o ensino aprendizagem no

momento da analise que é formaram textos que serviram de dados para a

análise pretendida. Dos dados, deduziram-se os elementos mais importantes

Page 17: O ENSINO COLETIVO DE TECLADO NA TERCEIRA IDADE

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detectados, que na forma resumida, formaram os Excertos. Estes foram

analisados, primeiro, parcialmente, depois de descritos os excertos. Na

sequência, o mesmo procedimento foi utilizado para lidar com as Entrevistas,

que compondo também os dados, foram deduzidos, da mesma forma, nos

modelos de Excertos.

Tanto os Excertos dos Protocolos, bem como os das Entrevistas,

resultaram na Análise Final, que procurou e indicou as relações entre os dois

bancos de dados, comentando-os à base da fundamentação teórica utilizada

(vide Capítulo 2).

4.1 - COLETA DE DADOS

Para realizar a coleta de dados, procedeu-se de duas formas: Coletou-se

Protocolos1, com as anotações dos planejamentos e dos fatos ocorridos nas

aulas e com a aplicação de um questionário. Feito o questionário, este foi

respondido por 4 (quatro) sujeitos que participaram das atividades de ensino

coletivo de teclado (vide Quadro 1, abaixo):

Quadro 1 – Modelo de questionário para a discussão dos métodos

utilizados e vivenciados na Experiênci-Ação (SOUZA e LEÃO, 2013)2.

1 Protocolos – Anotações do pesquisador/professor sobre o que aconteceu nas aulas. Pode

conter o relatório e/ou planejamento das aulas e das ações observadas. 2 Experienci-Acão – processo de vivência musical definido com o processo planejado, flexível quanto ao atendimento das necessidades que os alunos trazem para a sala de aula e observado pelo professor intermediador /pesquisador, com fins de análise de seu resultados curto e logo prazo (SANTOS e LEÃO, p. 123, 2013).

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1 De que forma a sua memória foi utilizada durante as atividades musicais? E

quais foram as contribuições para sua vida nas atividades corriqueiras?

2 A sua vida melhorou com a aula de música ? Se sim, por que?

3 Você se sentiu melhor ou diferente, ou com vontade de participar?

4 Que aspectos de sua vida melhoraram por causa de sua participação nas aulas

de teclado?

5 Você gostou de iniciar ou voltar a ter aula de música?

As análises, conduzidas por este pesquisador, seguiram dois

procedimentos, tanto para os Protocolos como para o Questionário: 1 - dos

textos dos Protocolos (13 para cada turma), foram gerados Excertos (extração

dos elementos mais importantes e de interesse do pesquisador); e 2 – da

mesma forma, dos textos das respostas aos questionários foram gerados

também excertos. Depois de cada Excerto, foram realizadas as análises

parciais. E, na sequência, a partir das Análises Parciais, procedeu-se o

cruzamento dos dados (protocolos x respostas dos sujeitos).

E a partir do cruzamento dos dados dos Protocolos com os das

respostas, chegou-e aos comentários descritos, na Análise Final, visando

entender o desenvolvimento do processo de ensino/aprendizagem de ensino

coletivo de teclado para a terceira idade.

Os textos dos Protocolos são apresentados abaixo, e depois de cada

texto, o Excerto referente ao conteúdo que interessa ser ressaltado, para

subsidiar as análises.

4.2 – PROTOCOLOS E SEUS RESPECTIVOS EXCERTOS3

3 Excertos – Excerto, no contexto deste estudo, significa os elementos de interesse temático a serem ressaltados visando as análises dos resultados parciais para se chegar aos resultados finais, a partir dos dados integrantes das respostas dos sujeitos envolvidos na investigação (MATTOS e LEÃO, 2017, p.184. ).

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PROTOCOLOS e EXCERTOS – TURMA 1

Os alunos que participaram das aulas que serão descritas abaixo foram 2

(dois): José Soares (62 anos) e Jesilda Pires Rocha (64 anos). Essas aulas

foram ministradas do período de 14 de março à 06 de junho de 2017, na Oficina

Livre de Música, no bairro de Cidade Verde, Natal. A duração das aulas foi de 50

minutos, uma vez por semana; sendo na terça feira, das 10 às 11 da manhã,

com conteúdo musical, teórico e prático, aplicado ao teclado.

PROTOCOLO das aulas ministradas, turma da terça feira 14/03/17 09:00 as 09:50 - 1 aula Começamos a aula ao passar o conteúdo, a aluna relata a importância da paciência que o professor tem de tratar com cada um, essa palavra (paciência) diz muita coisa em relação ao ensino de música na terceira idade, pois os mesmo precisam de uma atenção e cuidado no que diz respeito a aprendizagem, que ao meu ver, deve ser passado lentamente, varias vezes ate que o corpo entenda os movimentos. Porem essa repetição precisa ser feita com atenção para que não gere problemas de articulação e também desmotivação fazer tudo de maneira equilibrada. Ao falarmos sobre os elementos fundamentais da música, melodia, harmonia, ritmo, o aluno teve uma dúvida em separar melodia e ritmo, porem com a explicação mais detalhada e minuciosa sobre cada um ele conseguiu compreender quando começamos a passar os exercícios práticos no teclado os alunos tem mais dificuldade em trabalhar a mão esquerda, passamos o pentacordio de dó maior, com a repetição lentamente e várias vezes eles conseguiram, ao passar a pauta e clave, tiveram alguma dificuldade nas linhas suplementares superiores e inferiores, resolvemos com mais um tempo de explicação, perguntamos sobre os instrumentos melódicos e harmônicos e também os que fazem o ritmo, explicamos cada um deles, procuramos fazer associação com o ritmo tocando com o lápis no quadro de maneira desorganizada e posteriormente organizadamente pensando e cantando melodias com samba xote e baião. Daí falamos sobre a história da música na idade média na qual o ritmo era extremante pecaminoso porque dava a ênfase a corporeidade a voz humana era o foco pra elevar a pessoa a Deus.

EXCERTOS DA AULA 1 “Começamos a aula ao passar o conteúdo”; “a aluna relata a importância da paciência que o professor tem de tratar com cada um”; “, essa palavra (paciência) diz muita coisa em relação ao ensino de música na terceira idade, pois os mesmo precisam de uma atenção e cuidado no que diz respeito a

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aprendizagem”; “ao meu ver, deve ser passado lentamente, varias vezes ate que o corpo entenda os movimentos”; “essa repetição precisa ser feita com atenção para que não gere problemas de articulação e também desmotivação fazer tudo de maneira equilibrada.”; “com a explicação mais detalhada e minuciosa sobre cada um ele conseguiu compreender quando começamos a passar os exercícios práticos no teclado”; “teclado os alunos tem mais dificuldade em trabalhar a mão esquerda”; “com a repetição lentamente e várias vezes eles conseguiram”; “tiveram alguma dificuldade nas linhas suplementares superiores e inferiores, resolvemos com mais um tempo de explicação”;” procuramos fazer associação com o ritmo tocando com o lápis no quadro de maneira desorganizada e posteriormente organizadamente”. Turma da terça feira 21/03/17 - 2 aula Conteúdo :

Aquecimento e relaxamento do corpo

Pentacordio de do maior e sol maior

Leitura rítmica mão esquerda e direita 2/4 3/4 4/4

Melodia para a mão direita e acompanhamento da esquerda

“Ode Alegria’ e ‘Bandeira Branca’.

Começamos falando sobre a importância do corpo estar preparado a atividade musical citamos vários exemplos de atividades físicas que necessita de uma preparação antecipada para tal atividade, tocar e uma atividade física e o corpo precisa esta preparado, começamos com a respiração, relaxamento dos ombros dos braços e ante braço, durante o relaxamento pedi pra fazerem um desabafo, posso afirmar que eles se sentiram bem relaxados e prontos pra começarem as atividade musicais no teclado. Começamos a aula com a parte teórica; coloquei pra eles uma leitura musical rítmica a duas partes em compasso simples; começamos assim por que é fundamental que o estudante de teclado tenha uma visão vertical no que diz respeito a leitura pois o mesmo precisa ler duas coisas ao mesmo tempo e, também, pelo fato de ser necessário o estudante ter coordenação em ambas as mãos, a leitura é feita com o ritmo em cima de uma linha com a mão direita e embaixo da linha, com a mão esquerda embaixo da linha. As figuras utilizadas foram semínima mínimas. Fizemos juntos e, depois, cada um realizou sozinho. Vemos a importância desse tipo de estudo pois a concentração diante de uma atividade que envolve a coordenação e a independência e de suma importância , utilizamos aos compassos 2/4 ¾ e 4/4, procuramos aumentar gradativamente a velocidade do exercício que tem oito compasso. Passamos o pentacordio de dó maior primeiro, com a mão direita; e, depois, com a esquerda; dando ênfase à postura das mãos. Na execução da musica ‘Ode Alegria’ passamos a harmonia com a mão esquerda dando atenção ao dedilhado da direita, bem como a digitação de ambas as mãos. Pedimos também que eles falassem o nome da nota ou seja o solfejo. Praticamos lentamente compasso por compasso.

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EXCERTOS DA AULA 2

“começamos com a respiração, relaxamento dos ombros dos braços e ante braço”; “durante o relaxamento pedi pra fazerem um desabafo”; “eles se sentiram bem relaxados e prontos pra começarem as atividade musicais no teclado.”; “começamos assim por que é fundamental que o estudante de teclado tenha uma visão vertical no que diz respeito a leitura pois o mesmo precisa ler duas coisas ao mesmo tempo ”; “Fizemos juntos e, depois, cada um realizou sozinho. “; “Vemos a importância desse tipo de estudo pois a concentração diante de uma atividade que envolve a coordenação e a independência e de suma importância “; “procuramos aumentar gradativamente a velocidade do exercício “; “Praticamos lentamente compasso por compasso”.

Turma da terça feira 28/03/17 - 3 aula Conteúdo :

Percepção melódica notas de Do a Sol

Pentacordio de Re e La maior

Revisão da música da aula anterior

‘Bandeira Branca’

Começamos trabalhando a percepção das notas em graus conjuntos, afim de fazer com que eles desenvolvessem a percepção auditiva com as cinco primeiras notas da escala de do maior. Pedimos pra que eles falassem o nome da nota. Procuramos fazer o exercício sempre em semínimas de quatro em quatro tempos. O aluno diz: ‘meu ouvido está todo atrapalhado!’. Continuamos a trabalhar essa percepção com propósito de esclarecer o exercício proposto. Após trabalhar com eles a percepção, começamos a exercitar, através da escrita no caderno, sem que eles vissem eu tocar as notas, a escrita no caderno. Um aluno ficou surpreso com os acertos em relação à sua percepção. Antes da correção, uma aluna disse que tinha errado tudo; porém, na realidade, ela tinha acertado a maioria. Cada um acertou duas e errou duas, pelo fato de terem feito esse exercício pela primeira vez. Pra mim, o resultado foi satisfatório. Tentamos passar a música ‘Bandeira Branca’, um de cada vez. Depois, juntamos os dois ao mesmo tempo, tocando apenas a mão direita. E , tiveram alguma dificuldade devido à falta de treino; porém, passamos o que podíamos. Um aluno disse: ‘hoje nego suou aqui porque teve dificuldade na hora da percepção das notas’. A aula, ao meu ver, foi bastante proveitosa.

EXCERTOS DA AULA 3

“, afim de fazer com eles desenvolvessem a percepção auditiva”; “. “O aluno diz: ‘meu ouvido está todo atrapalhado!’ “; “Continuamos a trabalhar essa percepção com propósito de esclarecer o exercício proposto”; “Um aluno ficou surpreso com os acertos em relação à sua percepção”; “uma aluna disse que tinha errado tudo; porém, na realidade, ela tinha acertado a maioria”; “Pra mim, o resultado

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foi satisfatório”; “ Tentamos passar a música ‘Bandeira Branca’, um de cada vez”; “, tiveram alguma dificuldade devido à falta de treino; porém, passamos o que podíamos”; “. Um aluno disse: ‘hoje nego suou aqui porque teve dificuldade na hora da percepção das notas’”; “A aula, ao meu ver, foi bastante proveitosa”.

Turma da terça feira 04/04/17 - 4 aula Jose Soares e Jesilda Rocha

Aquecimento e relaxamento do corpo

Leitura rítmica a duas partes

Penta cordios de lá maior e ré maior

Revisão das musicas passadas

Começamos passando os pentacordios como aquecimento, corrigindo a postura das mãos e passando lentamente cada exercício. Ouvindo atentamente cada um, passamos mãos separadas e depois juntamos. Após esse momento, começamos a passar a musica ‘Bandeira Branca’. Eu faço a harmonia e a aluna faz a melodia e assim procuramos passar esse conteúdo. Passamos com o outro aluno. Ele disse: ‘se parar de treinar, o bicho pega’. Ele disse que passou duas semanas sem tocar e por isso estava com dificuldade.

EXCERTOS DA AULA 4

“corrigindo a postura das mãos e passando lentamente cada exercício”; “ Ouvindo atentamente cada um, passamos mãos separadas e depois juntamos”; “. Eu faço a harmonia e a aluna faz a melodia”; “Ele disse: ‘se parar de treinar, o bicho pega’”; “passou duas semanas sem tocar e por isso estava com dificuldade”. Turma da terça feira 11/04/17 - 5 aula Jose Soares e Jesilda Rocha Começamos essa aula focado na musica bandeira branca; porém, antes de tocar a peça, precisamos relaxar e fazemos isso. Sempre faço uma comparação com atleta que precisa estar preparado para sua atividade física; e digo que tocar também é uma atividade física, como também uma atividade metal. José Soares faltou nessa aula. Ela disse que não teve muito tempo de treinar e reconhece que se não treinar bastante os resultados não virão.

EXCERTOS DA AULA 5 “ antes de tocar a peça, precisamos relaxar e fazemos isso”; “Sempre faço uma comparação com atleta “; “e digo que tocar também é uma atividade física,

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como também uma atividade metal”; “Ela disse que não teve muito tempo de treinar e reconhece que se não treinar bastante os resultados não virão”. Turma da terça feira 18/04/17 - 6 aula conteúdo da aula :

Aquecimento e relaxamento do corpo

Leitura rítmica a duas partes

Revisão dos pentacordios estudado

Revisão das músicas estudadas

Música nova:

Jose Soares: ‘Eurovisione’.

Jesilda Rocha: ‘Olhos Negros’.

Nessa aula, José Soares faltou. Começamos sem ele. Pedimos ao aluno, no caso Jesilda, que fizesse um breve relato do que aconteceu durante a semana santa, relatei pra ela que tive crise de coluna conversamos um pouco sobre saúde e retomamos aos assuntos pertinentes a aula , começamos como sempre com o relaxamento do corpo. Ela relatou que o Filho começou os estudos de piano na escola de música. Daí começamos a aula com a leitura rítmica a duas partes; introduzimos uma nova figura a semicolcheia. Vou escrevendo no quadro e ela copia em seu caderno as figuras musicais que já passamos semínima, mínima. Ao iniciar pedi pra que ela começasse a fazer a leitura sem parar, com o intuito de forçar a primeira vista, pois a mesma estava lendo e parou porque errou. Lemos todo o exercício de seis compassos. Depois voltamos a passar parte por parte repetindo o que foi necessário. Ela teve um pouco de dificuldade em manter o andamento lento, porém, ao final deu certo essa atividade. No segundo momento da aula, trabalhamos os pentacordios já estudados, de dó maior e sol maior, la maior, re, mi e si . Primeiramente, com a mão direita em semínima; depois, com a mão esquerda, em semínima; e, posteriormente, às duas mãos simultaneamente. Gradativamente, procuramos aumentar a velocidade do exercício. Também fizemos o exercício em várias oitavas. Com o propósito de fazer o aluno ter uma dimensão da extensão do instrumento, pedimos que ela executasse todos os pentacordios sem olhar pra o caderno, pra forçar a memorização. Trabalhamos em ciclo de quintas e falei pra ela estudar memorizando. Assim, quando passamos os pentacordios de ré e lá, ela frisou: ‘tem sustenido no fa#’. Dei-lhe os parabéns pela percepção. Passamos para a musica ‘Olhos Negros’. Ao cobrar mais treino, ela disse que sabe a importância do treino pois o filho já tem uma pilha de atividades para executar e ela já vê resultados. Falamos e discutimos sobre a realidade de vida de cada um no que tange a disponibilidade de tempo. Começamos com a música ‘Olhos Negros’ em ré menor apenas com a mão direita. Chamamos a atenção pra o dedilhado correto. Ela pediu pra que eu mostrasse como seria com a mão esquerda, o acompanhamento. Eu mostrei. Porém, disse que primeiro resolvemos uma coisa de cada vez e depois colocamos a mão esquerda. Sempre, na execução da melodia, peço pra ela cantar as notas, ou seja, o solfejo. Passamos uma nova

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música, ‘Oh, Minas Gerais’. Percebemos a importância do tamanho da fonte da partitura. É fundamental, pois muitos desse alunos tem dificuldade de enxergar, por diversos tipos de problemas de saúde. Ela gostou muito dessa partitura que, na realidade, não precisou nem de usar os óculos. Passamos a mão esquerda lentamente, o dedilhado e a inversão dos acordes. Ela disse que achou muito bom o trabalho com o acompanhamento automático do teclado.

EXCERTOS DA AULA 6

“Pedimos ao aluno, no caso Jesilda, que fizesse um breve relato do que aconteceu durante a semana santa”; “conversamos um pouco sobre saúde e retomamos aos assuntos pertinentes a aula ”; “Vou escrevendo no quadro e ela copia em seu caderno as figuras musicais que já passamos semínima, mínima”; “Depois voltamos a passar parte por parte repetindo o que foi necessário. Ela teve um pouco de dificuldade em manter o andamento lento, porém, ao final deu certo essa atividade”; “Assim, quando passamos os pentacordios de ré e lá, ela frisou: ‘tem sustenido no fa#’. Dei-lhe os parabéns pela percepção”; “Ao cobrar mais treino, ela disse que sabe a importância do treino pois o filho já tem uma pilha de atividades para executar e ela já vê resultados.”; “Ela pediu pra que eu mostrasse como seria com a mão esquerda, o acompanhamento. Eu mostrei”; “Percebemos a importância do tamanho da fonte da partitura. É fundamental, pois muitos desse alunos tem dificuldade de enxergar, por diversos tipos de problemas de saúde”; “. Ela disse que achou muito bom o trabalho com o acompanhamento automático do teclado.”.

Turma da terça feira 25/04/17 - 7 e 8 aula

Conteúdo da aula: Na primeira parte da aula, tratamos de alguns assuntos da teoria musical: som, duração, intensidade, timbre e altura. No segundo momento, abordamos: ritmo, leitura à uma parte, com colcheia, semínimas, mínimas e semibreve. Logo após, praticamos exercícios à duas partes. No terceiro momento da aula, preparamos o corpo. Depois, começamos com a leitura das músicas novas; revisamos e solfejamos as escalas de dó maior e sol maior. Quando começamos com a teoria, trabalhamos a percepção dos mesmos. Na leitura rítmica, pedimos pra que eles completassem os compassos com os valores respectivos. Durante a leitura, aumentamos o andamento, gradativamente. Em cada exercício, pontuamos a diferença entre síncope e contratempo. Dobramos o horário nessa aula porque na terça feira posterior não teremos aula. Fui falando sobre as propriedades físicas do som e mostrando no teclado. Falamos também sobre a questão duração, mostrando no teclado, com o propósito de fazer com que a memória auditiva deles fosse aguçada. Passei vários timbres de instrumentos no teclado e eles foram desafiados a perceberem que tipo de instrumento estava tocando. Quando terminamos o conteúdo sobre timbre, entramos no assunto de leitura rítmica. Trabalhamos com as figuras de semínimas, mínimas e semibreves. Escrevi no quadro o ritmo

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e pedi pra que eles escrevessem no caderno e, depois, que executassem. Ao fazermos a leitura rítmica falamos sobre a questão do andamento e praticamos o exercício em um andamento mais rápido. Dentro do exercício proposto, falamos sobre contra tempo e também sobre a sincope. Perguntei o que eles estavam achando sobre esses assuntos da teoria. Um deles respondeu: ‘nós precisamos saber’. Eu coloquei um exercício de ritmo de no quadro faltando figuras e pedi pra que eles fossem completar no quadro. Eles, ao meu ver, gostaram do exercício. Quando a aluna terminou de completar o exercício, pedi pra que o outro aluno executasse o que a sua colega acabara de escrever; e, assim, foi dando certo. Interagimos bem. A interação é um fator relevante nessa proposta de ensino. A aula fica dinâmica e participativa; também um dá uma força para o outro. Em alguns momentos, um ou outro chega triste e desestimulado, recebe uma palavra do colega, vê o que o outro está fazendo, vê os resultados do estudo do outro e vai, assim, recebendo uma injeção de ânimo. Finalizando o quesito do exercício, pedi pra que eles falassem sobre a divisão do ritmo; e, que também batessem palmas. Sempre dou uma palavra a respeito do relaxamento do corpo. Começamos a alongar para fazermos o estudo das escalas. Começamos a fazer bem devagar e depois, um pouco mais rápido. Falei sobre a postura dos dedos. Passamos a mão direita em colcheia e, depois, a mão esquerda; e, posteriormente, juntamos as mãos. Um aluno disse: ‘preciso de muita atenção para executar essas escalas’. A aluna diz: ‘ainda bem que temos duas semanas para treinar’. Eu sempre digo: ‘façam um milhão de vezes por dia’. Durante a passagem das músicas, uma aluna diz: ‘não treinei muito porque meu esposo precisou fazer um cateterismo’. Eu disse: ‘não se preocupe, fazemos o que podemos e, aí, passamos com ela e foi dando certo. Jose Soares diz: ‘eu parei de treinar’. E tem certa dificuldade em tocar sua música; porém, com paciência vamos levando. As músicas foram ‘Bandeira Branca’ e ‘Olhos Negros’. Digo para que eles treinem em casa a música, dando em ênfase ao solfejo; e depois, executarem no instrumento. Praticamos um pouco na aula. José soares diz que é mais fácil tocar do que solfejar; mas diz que vai fazer o que eu disse. Ele disse que tem muita coisa pra fazer em casa, porém irá conseguir um tempinho pra estudar.

EXCERTOS DAS AULAS 7 e 8

“Logo após, praticamos exercícios à duas partes. No terceiro momento da aula, preparamos o corpo. Depois, começamos com a leitura das músicas novas; revisamos e solfejamos as escalas “; “Durante a leitura, aumentamos o andamento, gradativamente. “; “. Falamos também sobre a questão duração, mostrando no teclado, com o propósito de fazer com que a memória auditiva deles fosse aguçada.”; “falamos sobre a questão do andamento e praticamos o exercício em um andamento mais rápido”; “Perguntei o que eles estavam achando sobre esses assuntos da teoria. Um deles respondeu: ‘nós precisamos saber’”; “Eles, ao meu ver, gostaram do exercício. “; “Um aluno disse: ‘preciso de muita atenção para executar essas escalas’. A aluna diz: ‘ainda bem que temos

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duas semanas para treinar’. Eu sempre digo: ‘façam um milhão de vezes por dia’”; “Digo para que eles treinem em casa a música, dando em ênfase ao solfejo; e depois, executarem no instrumento [...] Ele disse que tem muita coisa pra fazer em casa, porém irá conseguir um tempinho pra estudar”.

Turma da terça feira 09/05/17 - 9° aula

A aula começa relatando sobre problemas de família, exames que o marido estava pra fazer, dentre outros problemas divergentes que estavam acontecendo na família durante a semana passada. Vejo essa relação interpessoal. Essa afeição e tudo o que acontece durante a aula, que não é conteúdo musical, pra mim é fundamental no aprendizado. Acredito que as conversas e tudo que vivemos em sala de aula nos deixam mais próximos, sobrepujando todo o contexto de ensino e quaisquer planejamentos. Começamos a passar a música ‘Olhos Negros’. A aluna fica passando enquanto eu faço o exercício de ritmo no quadro. Convencionamos a finalização da música. Procuro fazer ‘símiles’ sobre como definir as coisas na música. Exemplifico que o guarda de trânsito é superior a quaisquer regras, como o semáforo, dentre outras coisas. Na música convencionamos as coisas; ou seja, adaptamos a nossa maneira. Durante a passada da musica ‘Olhos Negros’, peço pra que o aluno faça a solfejo da música, para que ele fale o nome das notas, pra que a mente possa absorver melhor o conteúdo. Passamos de maneira ponderada a música ‘Oh, Minas Gerais’. Definimos como será a mão esquerda. No caso, para o acompanhamento da música, definimos as notas e os dedos respectivos. A aluna tem certa dificuldade de juntar as mãos; porém, tenta fazer paulatinamente. Ela diz: ‘foi isso que tentei estudar’; ele diz que precisa decorar as notas do acorde. Paramos com a música e passamos a leitura rítmica. Passamos e assim finalizamos a aula.

EXCERTOS DA AULA 9

“A aula começa relatando sobre problemas de família”; “Vejo essa relação interpessoal. Essa afeição e tudo o que acontece durante a aula, que não é conteúdo musical, pra mim é fundamental no aprendizado”; “Essa afeição e tudo o que acontece durante a aula, que não é conteúdo musical, pra mim é fundamental no aprendizado. Acredito que as conversas e tudo que vivemos em sala de aula nos deixam mais próximos, sobrepujando todo o contexto de ensino e quaisquer planejamentos”; “Na música convencionamos as coisas; ou seja, adaptamos a nossa maneira”; “peço pra que o aluno faça [...], para que ele fale [...], pra que a mente possa absorver melhor o conteúdo”; “. A aluna tem certa dificuldade de juntar as mãos; porém, tenta fazer paulatinamente”; “Ela diz: ‘foi isso que tentei estudar’; ele diz que precisa decorar as notas do acorde”. Turma da terça feira 16/05/17 e dia 23/05/17 - 10° e a 11° aula os alunos

faltaram

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Turma da terça feira 30/05/17 - 12° aula

Na 12° aula que foi realizada no dia 30/05/17 começamos passando as músicas, vou explicando para eles como deverá ser o processo de aprendizagem e como eles devem fazer para estudar as músicas na qual passamos, na medida em que vamos passamos. Começo explicando a questão do dedilhado, que é fundamental. Passamos a primeira frase da música ‘Olhos Negros’, dedo por dedo e nota por nota. Vou ouvindo e tirando as dúvidas por frase de cada um. Explico que a música deve ser estudada por parte, por frase e não, inteira. Procuramos dar ênfase ao solfejo. Cada nota tocada deverá ser pronunciada na boca primeiramente e, depois, nos dedos; de acordo com o que irá aparecendo de conteúdo teórico na música, vamos explicando e assim vai dando certo. Puxamos um assunto sobre carros enquanto falava com Jose Soares sobre esse assunto. Jesilda se solta e toca bem melhor. Observamos que quando o aluno não está sendo observado ou cobrado ele mostra mais resultados. Observamos que a aluna está mais segura em determinadas partes da música. Peço pra que ela diga as notas pra seu colega de turma e isso gera um clima bacana entre eles, pois o ser humano é um ser social, um precisa do outro; então, nessa proposta de ensino, um interage muito com outro.

EXCERTOS DA AULA 12

“vou explicando para eles como deverá ser o processo de aprendizagem” [...] começo explicando a questão do dedilhado, que é fundamental”; “de acordo com o que irá aparecendo de conteúdo teórico na música, vamos explicando e assim vai dando certo”; “Jesilda se solta e toca bem melhor”; “Observamos que quando o aluno não está sendo observado ou cobrado ele mostra mais resultados”; “Observamos que a aluna está mais segura em determinadas partes da música”; “Peço pra que ela diga as notas pra seu colega de turma e isso gera um clima bacana entre eles”; “então, nessa proposta de ensino, um interage muito com outro”.

Turma da terça feira 06/06/17 - 13 ° aula

Começamos a última aula dessa sequência, de um total de 13 aulas. A primeira coisa que um aluno falou foi: ‘qual a música que passamos na última aula?’; eu prontamente respondi: foi ‘Olhos Negros’ e ‘Eurovisione’. Neste momento, vi a importância das anotações que fazemos e planejamos. Tudo fica como registro do conteúdo dado. O aluno espera que cada um de nós tenha o que passar ou o que revisar e, além disso, temos de ter a consciência que estamos preparando cidadãos para a vida e não somente derramar conteúdo na mente dos alunos; mas estamos preparando eles para a vida. José Soares estava ‘encucado’ e enganado no treino da música que ele estava fazendo pois estava treinando outra música ‘Pela luz dos olhos teus’. Ele se queixa de esquecimento e diz: ‘mas não lembro que passamos a música tal e eu treinei durante a semana toda essa outra’. Mostramos a sequência das aulas, inclusive as gravações das

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aulas e, só assim, ele se convenceu de que estava treinando a música errada. Observamos, com isso, que esse tipo de lapso de memória ocorre com frequência com esses alunos nessa faixa etária; aí onde entra a importância do estudo da música que ativa partes das faculdades mentais, que só a música pode despertar ou ser ativada no idoso. Definimos o conteúdo de repertório definido pra cada um dessa turma, cada um com três músicas para serem trabalhadas pra futuras apresentações. Desta feita, vou escutando cada um individualmente. A turma usa fones de ouvido porque enquanto eu estou ouvindo o que um aluno produziu o outro estuda no fone de ouvido e assim vamos dando sequência aos estudos. Escutei primeiro Jesilda Rocha, passando a música ‘Olhos Negros. Procuro sempre pontuar a questão do dedilhado. José Soares diz: ‘povo véio não aprende mais nada não!’. A própria pessoa não acredita no potencial que ela pode dar de resultado. Isso é um ledo engano que as pessoas têm a respeito da aprendizagem pra os idosos. Dou uma palavra de ânimo como sempre faço. Jesilda conclui a melodia com a mão direita e aí começamos a passar com mão esquerda. Ela resiste um pouco mas aceita o desafio e tenta fazer. Vou escutar Jose Soares e ai ele faz a melodia com a mão direita e a harmonia com a mão esquerda. Procuro sempre pontuar a questão do dedilhado correto. No teclado temos o acompanhamento automático. É assim que trabalhamos a harmonia com os acordes parados. Jesilda diz que está conseguido, mas o processo é mais trabalhoso. Porém já vemos resultados. A aluna relata que foi ao teatro ver a sinfônica e estava feliz. Concluímos, assim, as observações da primeira turma.

EXCERTOS DA AULA 13

“A primeira coisa que um aluno falou foi: ‘qual a música que passamos na última aula?’; eu prontamente respondi: foi ‘Olhos Negros’ e ‘Eurovisione’ [...] . Ele se queixa de esquecimento e diz: ‘mas não lembro que passamos a música tal e eu treinei durante a semana toda essa outra’. Mostramos a sequência das aulas, inclusive as gravações das aulas e, só assim, ele se convenceu de que estava treinando a música errada”; “Observamos, com isso, que esse tipo de lapso de memória ocorre com frequência com esses alunos nessa faixa etária; aí onde entra a importância do estudo da música que ativa partes das faculdades mentais, que só a música pode despertar ou ser ativada no idoso”; “aí onde entra a importância do estudo da música que ativa partes das faculdades mentais, que só a música pode despertar ou ser ativada no idoso.”; “ Desta feita, vou escutando cada um individualmente”; “José Soares diz: ‘povo véio não aprende mais nada não!’. A própria pessoa não acredita no potencial que ela pode dar de resultado. Isso é um ledo engano que as pessoas têm a respeito da aprendizagem pra os idosos. Dou uma palavra de ânimo como sempre faço”; “ Ela resiste um pouco mas aceita o desafio e tenta fazer”; “Jesilda diz que está conseguido, mas o processo é mais trabalhoso. Porém já vemos resultados. A aluna relata que foi ao teatro ver a sinfônica e estava feliz.”.

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PROTOCOLOS E EXCERTOS – TURMA 2 Turma da quarta feira 09:00 as 09:50 - 1 aula Alunos : Bernardo Celestino Eliane de Medeiros 1 aula dia 15/03/17 duração 47:49 Começamos a aula falando e explicando sobre meu trabalho e todos ficaram de acordo. Ficaram surpresos e felizes com a noticia de que fariam parte desse projeto. Em dado momento, seu Bernardo disse que ouviu na aula de ioga que a música é uma das manifestações de paz vinda de Deus pra nos trazer alegria e paz. E aí, ele começou falando sobre a importância da música nas vidas das pessoas. Ele fez menção das lembranças que tem da sua mãe, que colocava ele pra dormir tocando acordeon e balançava a rede na qual ele estava deitado. Falou de muitas mães que coloca os filhos pra dormir, cantarolando alguma canção, dando o acalanto para que a criança tivesse paz e pudesse repousar em paz. Ele ainda lembra das canções que a mãe dele tocava e cantava pra que ele pudesse dormir, que eram ‘Lencinho Branco’ e ‘La comparcita’. E disse que depois de tantos anos esteve viajando pra França e Alemanha e ai escutou essa música tocada por um músico em uma praça; e ai, pôde voltar há anos atrás, escutando essa melodia que sua mãe tocara. Disse ainda que sua mãe não tinha formação musical, nem tampouco rádio. Enfim, nada que pudesse dar pra ela conhecimentos de música; porém, sabia tocar as melodias, no caso dessas duas músicas. Primeiro ponto, como passar o conhecimento da linguagem e estruturação musical levando essa discussão à respeito da importância de ler e conhecer a partitura e seus códigos. Bernardo falou que, para a terceira idade, o ensino da música é muito relevante porque eles estão ali por amor e fazem a coisa com prazer e também por necessidade. A pessoa pode estar realizando um sonho que não teve a oportunidade de realizar durante a sua vida e só agora está em contato com a música. É bem diferente de uma criança que, em alguns casos, é obrigada pelos pais a estudar música com o propósito de ocupar as mentes dos mesmos. Em alguns casos, a própria criança não gosta de tal atividade. Eu procuro pontuar três fatores importantes no aprendizado: 1° identificar as notas; 2° saber o ritmo; dando ênfase ao solfejo. Fiz menção à várias composições em que é o ritmo o fator inicial pra o aprendizado das melodias. Cito Luiz Gonzaga, Beethoven e por ai vai. Um aluno falou que tem dificuldade de ler manual de eletrodomésticos por ter uma linguagem difícil de se entender. Falei pra ele que pra ler música e entender sua linguagem ele precisa ler a partitura. E assim, fomos passando passo a passo a iniciação à leitura. Começei a apresentar as figuras como colcheia, semínima e dei exemplos, no quadro. Bernardo perguntou como seria a figura do samba. Eu expliquei que ainda é cedo para praticarmos esse tipo de divisão. Saindo do ritmo, partimos pra introdução às claves e falo da sua importância pois e ela é quem estabelece a altura da nota, pela qual sabemos o nome. Explicamos a música ‘Asa Branca’

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no quadro. Depois de ter passado as figuras da colcheia e semínima e as notas no penta grama, terminamos assim essa aula.

EXCERTOS DA AULA 1

“ele começou falando sobre a importância da música nas vidas das pessoas”; “. Ele fez menção das lembranças que tem da sua mãe, que colocava ele pra dormir tocando acordeon e balançava a rede na qual ele estava deitado”; “Ele ainda lembra das canções que a mãe dele tocava e cantava pra que ele pudesse dormir”; “ai escutou essa música tocada por um músico em uma praça; e ai, pôde voltar há anos atrás, “; ‘passar o conhecimento da linguagem e estruturação musical levando essa discussão à respeito da importância de ler e conhecer a partitura e seus códigos”; “para a terceira idade, o ensino da música é muito relevante porque eles estão ali por amor e fazem a coisa com prazer e também por necessidade”; “A pessoa pode estar realizando um sonho que não teve a oportunidade de realizar durante a sua vida e só agora está em contato com a música”; “Fiz menção à várias composições em que é o ritmo o fator inicial pra o aprendizado das melodias. Cito Luiz Gonzaga, Beethoven”; “pra ler música e entender sua linguagem ele precisa ler a partitura. [...] passando passo a passo a iniciação à leitura”. Turma do dia 22/03/17 duração 50:00 – 2 aula Um aluno chegou fazendo uma colocação sobre a melodia da música “Asa Branca”. Ele tocou e disse que era diferente do que tinha na partitura que temos na apostila. Ele pediu para que eu fizesse e ele ficou atento ao que eu tocava no teclado. Resolvida as dúvidas, chegou outro e aí começamos a falar sobre samba e como seria o ostinato de cada gênero musical. Demos exemplo da musica. Esta melodia é da velha guarda da Portela. Pra todos nós foi um momento de descontração, tendo em vista que passamos por vários estilos de músicas, com exemplos diversos, em que eles estavam contentes em poder ouvir. Falamos sobre campo harmônico. Um aluno disse que esse é um assunto que estimula a todos nós porquê é importante para nosso aprendizado. Um aluno disse que é capaz de reconhecer uma música apenas pela harmonização, mesmo que ele nunca tivesse escutado antes. Reconheceu mais pela maneira como os acordes se movimentam. Ele sabe quem é o compositor. Daí começamos a explicar a sequência harmônica de dó maior. Trabalhamos e exemplificamos com a música ‘Asa Branca’, em dó maior. Pedimos que eles fizessem a transposição das notas vizinhas C, F, G e D, G, A e E, A, B. Daí, entramos no assunto de tons vizinhos. Passamos o estribilho da música, esta melodia, e eu fui indicando a mudança. Sempre digo que a leitura melódica e harmônica se constróem aos poucos. Falamos sobre as formações dos graus da escala, como a tônica e supertônica, mediante, subdominante, dominante, sensível e tônica; oitavada. Um aluno falou que um dia vai ser crente porque a maioria dos músicos bons são de origem evangélica. Ele citou os vendedores da loja Mil Sons, e assim terminamos a aula.

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EXCERTOS DA AULA 2

“Resolvida as dúvidas, [...] começamos a falar sobre samba e como seria o ostinato de cada gênero musical. Demos exemplo da música.”; “ Pra todos nós foi um momento de descontração, tendo em vista que passamos por vários estilos de músicas, com exemplos diversos, em que eles estavam contentes em poder ouvir”; “Trabalhamos e exemplificamos com a música ‘Asa Branca’, em dó maior”; “. Sempre digo que a leitura melódica e harmônica se constróem aos poucos”. Turma do dia 29/03/17 duração 50:00 – 3 aula Começamos a aula perguntando sobre os exercícios que passamos pra casa. Um dos alunos disse que não entendeu; já outro, disse: ‘eu estudei bastante e estava muito feliz por ter conseguido o resultado’. Uma aluna disse que estava meia adoentada e tomou duas cervejas e ficou boa. Rimos um pouco e demos início a correção das atividades. Outro aluno disse que conhece o campo harmônico porém, não tem afinidade com as cifras na íntegra. Fomos explicando as cifras pra que eles entendessem o que realmente estavam fazendo e passamos acorde por acorde, explicando a formação e a cifra. Expliquei a um outro aluno que não entendeu. A aluna Eliane disse: ‘explique no quadro, porque aí, reforça pra todos nós’. Passamos um tempo explicando sobre esses acordes, bem como o porquê que esses acordes fazem parte de uma determinada família. Explicamos sobre as tonalidade relativas porque está inteiramente ligado ao campo harmônico. Procuro incentivar os alunos a ligarem o acompanhamento automático do teclado pra trabalharmos os acordes parados. Fizemos e demos exemplos com as músicas na qual eles estão trabalhando. Com essas explicações, um dos alunos disse que agora é que começou a entender o assunto. Falo também sobre a importância de estudarmos as inversões dos acordes com propósito de movimentar menos os braços e usar mais os dedos. Falamos que a ordem dos acordes não é importante e sim, quais são os acordes que fazem parte do sequência de cada tonalidade. Um dos alunos ficou bastante feliz em saber como irá estudar memorizar as sequências. Expliquei que a cifra não é mundialmente padronizada. Um aluno pediu pra que eu colocasse exatamente os dedos corretos, ou seja, o dedilhado especifico pra cada acorde. Pedi pra que eles completem uma sequência harmônica no quadro, em uma tonalidade de dó maior. Um dos alunos perguntou: ‘posso colocar sol menor nessa sequencia?’; Ai eu expliquei que nesse momento não é bom colocar esse acorde porque ele é um acorde de empréstimo. Após concluirmos as sequências, pedimos pra executarem no teclado. Tentei dar um exemplo de uma música de Caetano e outra de Noel Rosa. Vou mostrando exatamente a hora em que os acordes mudam, cantando; e eles tocando apenas a harmonia. Uma aluna disse: ‘que legal! gostei muito dessa explicação’. Outro aluno disse: ‘eu vou pescando devagarzinho’. Disse que tem dificuldade porque tem. Um aluno disse:

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‘professor, eu posso colocar mais acordes em um acompanhamento?’. Eu respondi que: ‘pode sim, mas que temos que começar pelo inicio e aos poucos’; e que ‘esse acervo vai se concretizando na mente de cada um deles’. O aluno disse que: ‘ao longo de sua vida teve muita dificuldade porque os antigos professores que ele teve na tinha uma sistemática pra passar o conhecimento’. Ele ainda relatou que: ‘diziam pra ele que se ele soubesse solar uma música, estava tudo certo; e que a harmonia, pegava depois’. Ele disse que: ‘teve problemas com a forma de ensino dos professores que ele teve outrora, por essa razão essa dificuldade’. Outro aluno disse que: ‘são duas habilidades deferentes e enfatiza que tem que ser treinado as duas coisas’. Dai vou explicando que é importante estudar as sequência e fazer as transposições. Uma coisa interessante relatada por um aluno é que ele disse: ‘eu tenho um filho que tem agilidade pra solar, porém não sabe fazer um acorde e nem tampouco perceber as mudanças pontuais dos acordes dentro da harmonia. E só depois de anos é que foi aprender por cifra pela internet. Um dos alunos falou de uma música de Chico Buarque e mostrou para a turma; e, assim, chegamos ao final da aula, de uma maneira descontraída.

EXCERTOS DA AULA 3

“ ‘eu estudei bastante e estava muito feliz por ter conseguido o resultado’ “;“Rimos um pouco e demos início a correção das atividades”; “Outro aluno disse que conhece o campo harmônico porém, não tem afinidade com as cifras na íntegra. Fomos explicando as cifras pra que eles entendessem o que realmente estavam fazendo”; “Expliquei a um outro aluno que não entendeu”; “Procuro incentivar os alunos a ligarem [...] “; “Fizemos e demos exemplos com as músicas na qual eles estão trabalhando. Com essas explicações, um dos alunos disse que agora é que começou a entender o assunto “; “Um dos alunos ficou bastante feliz em saber como irá estudar memorizar as sequências”; “Uma aluna disse: ‘que legal! gostei muito dessa explicação’. Outro aluno disse: ‘eu vou pescando devagarzinho’. Disse que tem dificuldade porque tem”; “Ele disse que: ‘teve problemas com a forma de ensino dos professores que ele teve outrora, por essa razão essa dificuldade’”; “E só depois de anos é que foi aprender por cifra pela internet”; “chegamos ao final da aula, de uma maneira descontraída”. Turma do dia 05/04/17 duração 58:00 das 09:00 as 09:58 – 4 aula Começamos a aula e a aluna mostra o que foi feito em casa dentro das sequencias harmônica, nas tonalidades de do maior e de mi maior. Nesse dia, apenas a aluna Eliane de Medeiros pode vir; então seguimos com o conteúdo programático. Começamos com o aquecimento do corpo e os pentacordios maiores de lá maior e ré maior. Estudamos as escalas e, desta feita, em duas oitavas, sendo a de dó maior e sol maior. Explico que tocar é uma atividade física e o corpo precisa estar preparado. Enfatizo que pra qualquer atividade física é fundamental a preparação do corpo

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e na música não é diferente. Pergunto pra ela se no coral que ela participa tem essa preparação. Ela diz que não. Ela relata que existe muita discriminação em relação às pessoas que vivem da música. O próprio filho dela vive da música e o pai reprovava muito esse trabalho. Dando continuidade ao conteúdo teórico, passamos uma leitura à duas partes. Trabalhamos juntos a leitura rítmica. Falo da importância de fazermos isso pois será muito bom pra parte prática no teclado. Ela gosta do assunto e faz corretamente. Começamos a passar os pentacordios primeiro com uma mão e, depois, com as duas mãos. Fizemos sempre devagar e depois aumentando paulatinamente até que o corpo entendesse os movimentos. Mostrei uma música no teclado e ela pergunta se está perto de ficar assim como eu. Eu disse que ela precisava estudar todos os dias. Ela ficou encantada. Praticamos a escala de lá maior com mãos separadas e, depois, juntamos as mãos. Fomos praticando e pegando agilidade e assim fomos dando continuidade à aula. Pedi pra que continuassem treinando em casa. Daí, passamos as escalas. Ela falou sobre as vacinações para os idosos e disse da importância de tomar; e, assim, conversamos um pouco sobre saúde e concluímos a nossa quarta aula. Perguntei se tinham alguma dúvida sobre os conteúdos, porém ela disse que não tinha dúvidas e assim encerramos.

EXCERTOS DA AULA 4

“Começamos a aula e a aluna mostra o que foi feito em casa dentro das sequências harmônicas”; “então seguimos com o conteúdo programático”; “Ela relata que existe muita discriminação em relação às pessoas que vivem da música”; “Trabalhamos juntos a leitura rítmica. Falei da importância de fazermos isso pois será muito bom pra parte prática no teclado”; “Eu disse que ela precisava estudar todos os dias. [...] Fomos praticando e pegando agilidade e assim vamos dando continuidade à aula. Pedi pra que continuasse treinando em casa”. Turma do dia 12/04/17 duração 50:00 minutos – 5 aula Começamos a aula com Bernardo falando sobre os mosquitos que atacaram ele durante o fim de semana; e, ainda, relatou que perdeu todos os contatos do celular porque precisou formatar o celular. Passamos um tempo falando sobre isso. Começamos com o relaxamento do corpo. Falamos que a respiração é fundamental pra o relaxamento e por fim o desabafo. Começamos com os penta cordios de mi maior e si maior. Passamos também os arpejos, os acordes e suas inversões. Passamos os pentacordios; eu toco e eles repetem, sem partitura. Falei que eu só passarei uma atividade se eu ver que eles têm capacidade de executarem. Bernardo disse: ‘muito bem e que gosta da minha forma de exigir o conteúdo’. Procurei passar devagar com cada um deles e depois aumentar a velocidade. Durante a execução do exercício pedi pra que eles fizessem o solfejo. Passamos as músicas ‘Besame Mucho’. Fomos passando passo a passo, bem devagar. Bernado disse: ‘eu vou escrever tudo’, as atividades de sala de aula e também as pra casa’. Ele anotou com muita

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atenção e cuidado os acordes da música. Passamos um bom tempo da aula praticando os acordes com a mão esquerda, com o acompanhamento automático do teclado. Após isso, passamos o início da música, organizando o dedilhado por frase. Passamos essa música com Bernardo e assim mostramos pra ele a importância do dedilhado e da digitação dos acordes para a mão esquerda. Ele ficou feliz com a aula.

EXCERTOS DA AULA 5

“Começamos a aula com [...] falando sobre os mosquitos...”; “Passamos um tempo falando sobre isso”; “Começamos com o relaxamento do corpo. Falamos que a respiração é fundamental pra o relaxamento e puz fim o desabafo”; “Começamos com os pentacordios [...] Passamos também os arpejos, os acordes e suas inversões”; “eu toco e eles repetem, sem partitura”; “Falei que eu só passarei uma atividade se eu ver que eles têm capacidade de executarem”; Bernardo disse: [...] que gosta da minha forma de exigir o conteúdo ’ ”; “Procurei passar devagar com cada um deles e depois aumentar a velocidade”; “Fomos passando passo a passo, bem devagar”; “Bernado disse: ‘eu vou escrever tudo’, as atividades de sala de aula e também as pra casa’ “;. “Ele anotou com muita atenção e cuidado”; “Passamos um bom tempo da aula praticando os acordes com a mão esquerda, com o acompanhamento automático do teclado”; “Passamos essa música com Bernardo e assim mostramos pra ele a importância do dedilhado e da digitação dos acordes para a mão esquerda”; “Ele ficou feliz com a aula”. Turma do dia 19/04/17 duração 59:00 minutos – 6 aula Demos início à aula falando sobre saúde porque eu estava com crise de coluna.r Bernardo, por ser médico, me indicou uma injeção na qual eu comprei e ele mesmo aplicou após a aula. Retomamos a aula passando a música ‘Bejame Mutho’, tentando juntar as mãos porque até então estávamos fazendo tudo separado. Passamos um tempo passando com Bernardo. Ele sempre escrevia tudo que passamos no quadro e demonstrou ser bem interessado nas atividades. Bernardo interrompeu a aula e disse que as minhas dores são em detrimento da minha dormida na cama e, que a partir de hoje não poderei mais dormir na mesma. E, sim, que passarei a dormir de rede. Voltando pra música, ele disse que passou quarenta anos tocando de maneira errada e que só agora está aprendendo a tocar de maneira correta. Ainda, disse que os professores que ele teve não eram... [?] Passamos a harmonia pra Eliane de Medeiros. Ela está passando a música ‘Esqueça’. Ao passarmos a introdução da música, ela disse que achou estranho a música só na introdução. Porém, depois, a música foi criando forma e ela conseguiu desenrolar. Ligamos o acompanhamento automático do teclado e reduzimos o andamento da música pra que ela pudesse juntar as mãos, porque até então, estávamos fazendo com mãos separadas. Observamos que o processo mental é muito lento. Procuramos passar o conteúdo teórico e prático de maneira lenta e com muita paciência. É

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fundamental a paciência no ensino em escola especializada, principalmente no acolhimento desse público. Sou enfático na definição do ritmo com cada um deles. Procuro explicar que as notas têm que estar na cabeça e depois é que as mesmas vêm pros dedos. Explicamos a importância das inversões dos acordes no acompanhamento das músicas a serem estudadas. Assim, concluímos essa sexta aula.

EXCERTOS DA AULA 6

“Demos início à aula falando sobre saúde porque eu estava com [...]”; “Bernardo, por ser médico, me indicou [...]”; Retomamos a aula passando a música ‘Bejame Mucho’, tentando juntar as mãos porque até então estávamos fazendo tudo separado”; “Passamos um tempo passando com Bernardo”; ”Bernardo interrompeu a aula e disse que as minhas dores [...]”; “Voltando pra música, ele disse que passou quarenta anos tocando de maneira errada e que só agora está aprendendo a tocar de maneira correta”. “Passamos a harmonia pra Eliane de Medeiros”; “Ao passarmos a introdução da música, ela disse que achou estranho a música só na introdução”; “Porém, depois, a música foi criando forma e ela conseguiu desenrolar”; “Observamos que o processo mental é muito lento. Procuramos passar o conteúdo teórico e prático de maneira lenta e com muita paciência”; “É fundamental a paciência no ensino em escola especializada, principalmente no acolhimento desse público”; “Sou enfático na definição do ritmo com cada um deles”; Turma do dia 26/04/17 duração 01:10 minutos – 7 aula 1 propriedades do som: duração , timbre, altura, 2 ritmo: colcheia , leitura a uma parte, andamento, 3 exercício no quadro completar os compassos 4 passamos as músicas ‘Bejame Mutco’. Abordamos os assuntos, altura, duração, intensidade e timbre. Pensando em duração falamos na questão do andamento, ponto de aumento e ponto de diminuição. Procurei exemplificar os assuntos da teoria mostrando no exemplos práticos no quadro, tocando no teclado e fazendo com que ele aguçasse a percepção. A aluna Eliane de Medeiros faltou, porém seguimos com Bernardo. O aluno não teve dificuldade em compreender os assuntos teóricos; porém, quando falamos de ritmo ele teve dificuldade em algumas divisões como colcheias e pausas de colcheia. Procuramos explicar e passar a noção básica dos compassos simples, bem como a grafia da regência o exercício de completar os compassos. Ele teve certa dificuldade e dúvidas; porém, resolvemos com os cálculos das divisões e, depois, pedimos pra que ele executasse os ritmos que ele completou com as figuras correspondente. E, assim, resolvemos. Ao final, passamos na música que ele está estudando, a mão direita, fazendo a melodia com o som de flauta e a mão esquerda fazendo a Harmonia. Ainda, falando sobre teoria, explicamos

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sobre os sinais de repetições. Procuramos, à cada dia de aula, explorar e expandir o conhecimentos dos alunos, dando ênfase ao solfejo. Primeiro, fazendo a divisão apenas do ritmo e, depois, o nome da nota. Em seguida, a altura da nota e, por fim, o solfejo; culminando a finalização no teclado. Obs. : a ampliação da fonte escrita seja de partitura ou de cifra é importantíssimo porque muitos desse alunos têm certa dificuldade em enxergar o que está escrito e se a partitura ou cifra estiver ilegível, ou com a fonte muito pequena, isso será com certeza mais um obstáculo pra esse aluno transpor.

EXCERTOS DA AULA 7 “Abordamos os assuntos altura, duração, intensidade e timbre. Pensando em duração falamos na questão do andamento, ponto de aumento e ponto de diminuição”; “Procurei exemplificar os assuntos da teoria mostrando no exemplos práticos no quadro, tocando no teclado e fazendo com que ele aguçasse a percepção”; “O aluno não teve dificuldade em compreender os assuntos teóricos; porém, quando falamos de ritmo ele teve dificuldade em algumas divisões como colcheias e pausas de colcheia. Procuramos explicar e passar a noção básica dos compassos simples, bem como a grafia da regência o exercício de completar os compassos. Ele teve certa dificuldade e dúvidas; porém, resolvemos com os cálculos das divisões e, depois, pedimos pra que ele executasse os ritmos que ele completou com as figuras correspondente”; “Procuramos, à cada dia de aula, explorar e expandir o conhecimentos dos alunos, dando ênfase ao solfejo. Primeiro, fazendo a divisão apenas do ritmo e, depois, o nome da nota. Em seguida, a altura da nota e, por fim, o solfejo; culminando a finalização no teclado”; “a ampliação da fonte escrita seja de partitura ou de cifra , e importantíssimo porque muitos desse alunos tem certa dificuldade em enxergar o que está escrito”. Turma do dia 03/05/17 duração 00:10 minutos – 8 aula Obs: Os alunos faltaram essa aula. Turma do dia 10/05/17 duração 56:00 minutos – 9 aula

Conteúdo:

Aquecimento e preparação do corpo

Leitura a duas partes

Música: Bejame Mucho

Bernardo chegou na aula falando sobre a importância da musculação. Ficamos conversando um pouco sobre saúde e a importância. Ele disse que tá fazendo ioga. Enfim, ficamos um bom tempo da aula conversando e achando graça sobre esses assuntos. Após isso, começamos com o alongamento e o

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relaxamento do corpo. Ele disse que foi picado pelos mosquitos em uma casa que ele tem na zona rural, apesar de ter cem peixes dentro, ainda cria mosquito. Perguntei se ele estudou muito essa semana e ele disse que não se organizou, porém está com o propósito de separar um horário específico pra que possa estudar sistematicamente, pois ele disse que só vai pro teclado quando se lembra e assim ele não está feliz. Disse que vai acordar cedo, como já é de praxe e vai separar um tempo para o teclado. Pedi pra ele pegar o caderno de música e fomos fazer um exercício rítmico à duas partes. Ele disse que comprou uma sanfona por cinco mil e quando foi tocar pela primeira vez os baixos afundaram. Ele levou para o concerto e gastou cem reais e estava triste por ter comprado um instrumento caro que não prestava. Seguimos com o conteúdo. Escrevi o exercício no quadro e ele copiou em seu caderno. Expliquei como se estrutura o exercício no quadro e assim fizemos a mão direita na parte de cima de uma linha e mão esquerda na parte de baixo. Eu peguei o pandeiro e cantei uma música por nome de ‘Bixiga’. Mostrei pra ele outras músicas em samba enquanto ele copiava a lição que estava no quadro. Ele falou que Arlindo Cruz teve um ‘avc’ e estava mal no hospital. Ele disse que teve aula de pandeiro com professor, porém parou. Eu tento dar uma rápida explicação pra ele mas ele diz que tem dificuldades. Passamos o exercício. Ele tem certa dificuldade em definir as mãos na hora da execução, porém trabalhamos devagar e ele foi desenrolando. Após a conclusão da leitura à duas partes, passamos as músicas que ele estava estudando. Tiramos as dúvidas sobre a divisão de trechos da música e assim a música foi criando forma. Surgiu uma divisão de Tercina e ele confundiu com o dedilhado; porém expliquei e ele compreendeu. Durante a passada da música eu fiz a harmonia no violão e ele fez a melodia com a mão direita no teclado. Falei pra ele dizer o nome das notas, porque as notas vêm da cabeça dele pra os dedos e não, dos dedos pra cabeça. Ele achou muito bom, porque os erros que ele está comentando são cognitivos e precisam estar firmadas as informações melódicas na sua mente. Enfatizo que a repetição é fundamental pra trabalharmos a memória muscular. Falo da importância da partitura porque está tudo escrito ali, dedos, notas, bem como sua altura na escala. Eu disse: ‘tocar com regras e árduo, né isso?’. Ele, porém, responde: ‘mas é valioso, porque ao longo de sua vida não tinha estudado assim por música, dando tanta atenção ao que está escrito’. Ele pede mais uma explicação para entender melhor as voltas e os sinais de repetição; e, assim, seguimos para o fim dessa aula.

EXCERTOS DA AULA 9 “Bernardo chegou na aula falando sobre a importância da musculação. Ficamos conversando um pouco sobre saúde e a importância. Ele disse que tá fazendo ioga”; “Enfim, ficamos um bom tempo da aula conversando e achando graça sobre esses assuntos”; “começamos com o alongamento e o relaxamento do corpo”; “Ele disse que foi picado pelos mosquitos...”; “Perguntei se ele estudou muito essa semana e ele disse que não se organizou, porém está com o propósito de separar um horário específico pra que possa estudar

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sistematicamente”; “Pedi pra ele pegar o caderno de música e fomos fazer um exercício rítmico à duas partes”; “Ele disse que comprou uma sanfona por cinco mil e quando foi tocar pela primeira vez os baixos afundaram [...]”; “Seguimos com o conteúdo”; “Eu peguei o pandeiro e cantei uma música por nome de ‘Bixiga’. Mostrei pra ele outras músicas em samba enquanto ele copiava a lição que estava no quadro”; “Ele falou que Arlindo Cruz teve um ‘avc’ e estava mal no hospital [...]; “Eu tento dar uma rápida explicação pra ele mas ele diz que tem dificuldades. Passamos o exercício. Ele tem certa dificuldade em definir as mãos na hora da execução, porém trabalhamos devagar e ele foi desenrolando”; “Tiramos as dúvidas sobre a divisão de trechos da música e assim a música foi criando forma”; “Ele achou muito bom, porque os erros que ele está comentando são cognitivos e precisam estar firmadas as informações melódicas na sua mente”; “Enfatizo que a repetição é fundamental pra trabalharmos a memória muscular. Falo da importância da partitura porque está tudo escrito ali, dedos, notas, bem como sua altura na escala”; “Eu disse: ‘tocar com regras e árduo, né isso?’. Ele, porém, responde: ‘mas é valioso, porque ao longo de sua vida não tinha estudado assim por música, dando tanta atenção ao que está escrito’ “: “Ele pede mais uma explicação para entender melhor [...]”. Turma do dia 17/05/17 duração 47:00 minutos – 10 aula Conteúdo:

Aquecimento e preparação do corpo

Solfejo baseado na música ‘Bejame Mucho’

Ensaio em aula da música para a apresentação que será dia 27/05/17

Começamos a aula relembrando boa parte do conteúdo teórico que já passamos. Falamos que outrora os candidatos que iriam fazer a prova do curso técnico na escola de música faziam uma prova teórica com solfejo. Expliquei pra ele que é fundamental esse exercício e o treinamento repetitivo do mesmo com o propósito de lapidar a cada dia a percepção e a memorização das notas em relação à sua altura. Começamos a explicar passo a passo o que temos escrito no quadro e assim seguimos em frente. Pedi pra que Bernardo fizesse a leitura do ritmo depois a leitura métrica; e, depois, a leitura melódica, que é o solfejo. Pegamos frase por frase, repetindo várias vezes, até que o corpo entendesse os movimentos definimos dos dedos e os pentacordios que estão dentro da frase de quatro em quatro compasso. Ele interrompeu a aula e perguntou qual o compasso do ritmo do tango e fomos explicar como identificar os compassos de 2/4 e 4/4. Ele compreendeu bem. Ele falou sobre os cachorros que tem em casa pra fazer a segurança dele em um terreno que quatro quintais e os guardas são os seguranças. Ele diz que é mais válido investir nos cachorros do que em segurança humana. Dai ele vai explicar como é a relação dele com os cachorros. Passamos um tempo da aula falando sobre cachorro, que é uma das coisas que seu Bernardo gosta de ter e cuidar. Ele falou sobre as corujas, que são aves de rapina, que atacam os filhotes de maneira violenta e

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rasante quando pegam os filhotes. É assim as corujas vivem. Ele pediu pra que eu coloque o dedilhado correto da música que estamos trabalhando. Voltei a explicar sobre as voltas que estão dentro da música. Passamos a música por completo. Tentamos com as duas mãos. Ele tinha algumas dúvidas e dificuldades; porém, conseguiu progredir. Terminamos assim a nossa aula de maneira alegre e descontraída.

EXCERTOS DA AULA 10

“Começamos a aula relembrando boa parte do conteúdo teórico que já passamos”; “Expliquei pra ele que é fundamental esse exercício e o treinamento repetitivo do mesmo com o propósito de lapidar a cada dia a percepção e a memorização das notas em relação à sua altura”; Começamos a explicar passo a passo o que temos escrito no quadro e assim seguimos em frente”; “Ele interrompeu a aula e perguntou qual o compasso do ritmo do tango e fomos explicar como identificar os compassos de 2/4 e 4/4. Ele compreendeu bem”; “Ele falou sobre os cachorros que tem em casa [...]”; “Passamos um tempo da aula falando sobre cachorro [...]”; “Ele pediu pra que eu colocasse o dedilhado correto da música que estamos trabalhando. Voltei a explicar sobre as voltas que estão dentro da música”; “Tentamos com as duas mãos. Ele tinha algumas dúvidas e dificuldades; porém, conseguiu progredir”; “Terminamos assim a nossa aula de maneira alegre e descontraída”.

Turma do dia 24/05/17 duração 47:00 minutos – 11 aula Começamos a aula com Eliane de Medeiros, pois Bernardo Celestino Pimentel não pode comparecer a essa aula. Começamos com o relaxamento do corpo e posteriormente trabalhamos o pentacordio maior, em ciclo de quinta. Passamos bem devagar e várias vezes, na medida em que íamos passamos os conteúdos na prática, íamos explicando como é na teoria musical. É um trabalho conjunto entre teoria e prática. Pedimos para que ela fizesse tudo bem devagar. Que tentasse juntar as mãos. Após passarmos os pentacordios, passamos as escalas. Ela conseguiu fazer o exercício, porém um pouco devagar, mas com paciência fomos chegando ao objetivo. Juntamos as mãos no estudo das escalas. Fomos avançando e passamos a escala de ré maior. Mostrei pra ela uma música de Almir Guineto e ela gostou muito e ficou feliz na aula. Observo que deixar o aluno relaxado e descontraído é fundamental pra que ele possa absorver o conteúdo. E, no momento que eu paro com o conteúdo e toco alguma música pra que esse aluno possa viajar e se sentir bem, isso reflete no aprendizado dele sim. Após esse momento de descontração e apreciação musical, passamos exercícios rítmicos com leitura à duas partes. Na hora de fazer o exercício, ela teve certa dificuldade em coordenar as mãos; porém conseguiu desenrolar com o tempo. Ela se sentiu feliz em conseguir executar o exercício de ritmo à duas partes. A sua autoestima foi elevada. Consequentemente, ficou animada e motivada a continuar nos estudos. Fomos

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aumentando o nível de dificuldade em relação às divisões dentro do exercícios. Nessa aula falei pra ela se preparar com a música ‘Esqueça’, pra uma posterior apresentação alusiva ao mês das mães. Ela ficou animada. Vejo que nessas apresentações e no resultado final de todo nosso trabalho, os alunos ficam bem realizados em poder se apresentar. Afinal, o momento mas feliz de uma pessoa que estuda música é fazer uma apresentação em público e receber os aplausos. Terminamos assim a nossa 11° aula.

EXCERTOS DA AULA 11

“Começamos a aula com Eliane de Medeiros, pois Bernardo Celestino Pimentel não pode comparecer a essa aula”; “Começamos com o relaxamento do corpo e posteriormente trabalhamos o pentacordio maior, em ciclo de quinta”; “Passamos bem devagar e várias vezes, na medida em que íamos passamos os conteúdos na prática, íamos explicando como é na teoria musical”; “Pedimos para que ela fizesse tudo bem devagar. Que tentasse juntar as mãos”; “Ela conseguiu fazer o exercício, porém um pouco devagar, mas com paciência fomos chegando ao objetivo”; “e ela gostou muito e ficou feliz na aula”; “Observo que deixar o aluno relaxado e descontraído é fundamental pra que ele possa absorver o conteúdo. E, no momento que eu paro com o conteúdo e toco alguma música pra que esse aluno possa viajar e se sentir bem, isso reflete no aprendizado dele sim”; “Após esse momento de descontração e apreciação musical, passamos exercícios rítmicos com leitura à duas partes”; “Na hora de fazer o exercício, ela teve certa dificuldade em coordenar as mãos; porém conseguiu desenrolar com o tempo”; “A sua autoestima foi elevada”; “ficou animada e motivada a continuar nos estudos”; “Fomos aumentando o nível de dificuldade em relação às divisões dentro do exercícios”; “Nessa aula falei pra ela se preparar com a música ‘Esqueça’, pra uma posterior apresentação alusiva ao mês das mães. Ela ficou animada”; “Vejo que nessas apresentações e no resultado final de todo nosso trabalho, os alunos ficam bem realizados em poder se apresentar”.

Turma do dia 31/05/17 – 12 aula Obs: a turma faltou não houve aula Turma do dia 07/05/17 duração 01:03 minutos – 13 aula Começamos aula agradecendo a participação da turma nesse trabalho de conclusão de curso. Perguntamos sobre o que devemos saber sobre o que está escrito na partitura: questões do ritmo e bem como a harmonia. Passamos uma revisão geral sobre a cifra. Ligamos o acompanhamento automático do teclado e pedimos para que ele fizesse os acordes parados, com a mão esquerda. A música que passamos nesse momento foi “Eurovisione’. Após as definições da mão esquerda nos acordes, fomos juntando com a mão direita, compasso por compasso. Falamos e demos ênfase à postura das mãos, bem

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como tudo o que estrutura a formação das frases melódicas executada pela mão direita e da harmonia pela mão esquerda. Passamos essa música com objetivo de fazer com que os alunos realmente conseguissem ler a partitura que lhes foram passadas. Falamos que ao passar uma música que eles já conhecem, a memória auditiva ajuda o ouvido a conduzir a melodia; porém, uma música desconhecida o aluno tem de ler realmente o que está escrito. Explicamos como se forma o acorde com 7. Pedi pra que eles fazerem a contagem dos graus da escala para assim descobrirem que essas notas são de tensão harmônica. Foi definido a formação dos acordes, com seus respectivos dedos. Pedi para praticarem. Em dado momento da aula, pedi pra que um aluno fizesse o primeiro compasso e, outro aluno, o segundo compasso; e, assim por diante. O propósito foi analisar a concentração dos mesmos na leitura musical. Disse que a música deve estar na cabeça pra depois vir para os dedos. Por essa razão, damos tanta ênfase ao solfejo, à leitura rítmica e à leitura métrica. Isso é uma construção diária que deve ser associada à prática instrumental. Concluímos assim nossa sequência de aulas com resultado satisfatório, vendo que a construção do conhecimento técnico instrumental é consolidado com o tempo, com muita prática; e, acima de tudo, com muita determinação, que é exatamente permanecer firme no objetivo. Em outras palavras, do adágio popular: ‘agua mole em pedra dura, tanto bate até que fura´.

EXCERTOS DA AULA 13

“Começamos aula agradecendo a participação da turma nesse trabalho de conclusão de curso”; “Perguntamos sobre o que devemos saber sobre o que está escrito na partitura: questões do ritmo [...]”; “Passamos uma revisão geral sobre[...]”; “Ligamos o acompanhamento automático do teclado e pedimos para que ele fizesse os acordes parados, com a mão esquerda”; “Após as definições da mão esquerda nos acordes, fomos juntando com a mão direita, compasso por compasso. Falamos e demos ênfase à postura das mãos, bem como tudo o que estrutura a formação das frases melódicas executada pela mão direita e da harmonia pela mão esquerda”; “Passamos essa música com objetivo de fazer com que os alunos realmente conseguissem ler a partitura que lhes foram passadas”; “Falamos que ao passar uma música que eles já conhecem, a memória auditiva ajuda o ouvido a conduzir a melodia; porém, uma música desconhecida o aluno tem de ler realmente o que está escrito”; Explicamos como [...]”; “Pedi pra que eles fizessem a contagem dos graus da escala para assim descobrirem [...]”; “Pedi para praticarem”; “Em dado momento da aula, pedi pra que um aluno fizesse o primeiro compasso e, outro aluno, o segundo compasso; e, assim por diante”; “O propósito foi analisar a concentração dos mesmos na leitura musical”; “Disse que a música deve estar na cabeça pra depois vir para os dedos. Por essa razão, damos tanta ênfase ao solfejo, à leitura rítmica e à leitura métrica”; “Isso é uma construção diária que deve ser associada à prática instrumental”. “Concluímos assim nossa sequência de aulas com resultado satisfatório, vendo que a construção do conhecimento técnico

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instrumental é consolidado com o tempo, com muita prática; e, acima de tudo, com muita determinação”. 4.2.1 – ANÁLISES PARCIAIS DOS EXCERTOS DOS PROTOCOLOS DA TURMA 1 E 2

As tabelas abaixo (1 e 2) constituem os resultados sistematizados dos

excertos dos dois protocolos, das duas turmas.

Tabela 1 – Resultados sistematizados dos elementos detectados da Turma 1

Excertos Elementos observados das aulas – TURMA 1

1 1 – Aulas com conteúdo específico musical; 2 – Nas relações interpessoais, o tratamento ‘paciente’ do professor e importante; 3 – O idoso precisa de atenção e cuidado para aprender; 4 – A aprendizagem corporal do idoso precisa ser feita lentamente e repetidamente; 5 – As repetições de movimento do idoso precisa ser feita com atenção para não gerar problemas de articulação; 6 – As explicações das atividades devem ser detalhadas e minuciosas; 7 – Diante da dificuldade de compreensão é preciso dar mais tempo para explicações; 8 – Deixar a prática passar do estágio de desorganizada à organizada.

2 1 – A aula de musica deve ter sessões de relaxamento de ombros e braços; 2 – As atividades podem começar em grupo e passar para individual; 3 – A prática da concentração na atividade proposta envolve coordenação e independência; 4 – As propostas de mudança de velocidade (agógica) devem ser gradativas.

3 1 – Desenvolver a percepção auditiva do aluno; 2 – O aluno deve expressar suas sensações quando participando das atividades de aprendizagem da percepção; 3 – É possível observar, pela ação e expressão do aluno, quando ocorre o desenvolvimento cognitivo da percepção; 4 – O professor deve ficar atento aos aspectos satisfatórios da aprendizagem da percepção no aluno.

4 1 – É necessário fazer a correção da postura das mãos ao teclado; 2 – É necessário fazer os exercícios com mãos separadas e depois, juntas; 3 – O professor pode fazer a harmonia e o aluno, a melodia; 4 – O aluno entende que precisa praticar em casa, muitas vezes, para aprender o instrumento.

5 1 – Tocar é uma habilidade física e deve ser feita de forma relaxada; 2 – Tocar é uma atividade mental tanto quanto física.

6 1 – Permitir os relatos de experiências pessoais em sala cria ambiente favorável ao aprendizado; 2 – Os conteúdos teóricos podem ser escritos no quadro e o aluno os copiam no caderno; 3 – Tocar o instrumento com atenção pode ajudar no aprendizado da percepção; 4 – É importante aumentar a fonte da partitura (tamanho dos signos) . Se aumentados, facilitam a leitura.

7 e 8 1 – A aula pode se iniciar com músicas novas, seguidas de revisões e do solfejo das escalas; 2 – Na leitura, deve-se aumentar o andamento, gradativamente; 3 – O aluno deve entender a importância do aprendizado

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da teoria; 4 – O aluno deve ter ‘atencao’ para executar bem no teclado.

9 1 – A relação interpessoal, a afeição, são fundamentais para o aprendizado do idoso; 2 – Ao aluno deve-se solicitar que faça, se expresse sobre o que fez, para que a mente absorva melhor o conteúdo musical.

12 1 – O professor deve explicar aos alunos os processos de aprendizagem objetivados; 2 – Deve-se indicar que o uso do dedilhado é fundamental; 3 – Os conteúdos Teóricos podem ser explicados e apresentados à medida que forem necessários no aprendizado do teclado; 4 – As propostas de ensino devem incluir atividades interativas dentro do grupo.

13 1 – O ensino do teclado ajuda na fixação da aprendizagem e na manutenção das memórias do idoso; 2 – O professor deve sempre dar reforço positivo para o aluno; 3 – A aprendizagem do teclado pode promover a apreciação musical de outras formas de manifestação musical.

Tabela 2 – Resultados sistematizados dos elementos detectados da Turma 2

Excertos Elementos observados das aulas – TURMA 2

1 1 – A musica é importante na vida das pessoas; 2 – A música traz lembranças emocionais familiares; 3 – A música desencadeia memórias musicais e emoções anteriores; 4 - Pode-se ensinar ao idoso a linguagem e a estruturação musical; 5 – A iniciação a leitura pode ser feita passo a passo; 6 - Deve-se ensinar a importância da leitura da partitura; 7 – O idoso aprende por necessidade, amor e prazer; 8 – Aprender musica na terceira idade é a realização de um sonho anterior; 9 – É Possível ensinar elementos da musica, como o ritmo, com exemplos de grandes compositores.

2 1 – É importante resolver as dúvidas d alunos; 2 – Deve-se exemplificar os aspectos teóricos com músicas conhecidas em ambiente descontraído; 3 – A leitura melódica e harmônica se constrói aos poucos.

3 1 – É preciso estudar para conseguir resultados; 2 – O riso na sala de aula descontrai o ensino/aprendizagem; 3 – Explicar cifras ajuda ao aluno entender a harmonia; 4 – Ter em conta as diferenças individuais é importante no ensino ao idoso; 5 – Os aluno valorizam a memorização de conteúdos musicais em sala de aula; 6 – Os alunos valorizam as explicações do professor para construírem o conhecimento e dirimir duvidas; 7 – O aluno de musica reconhece suas dificuldades de aprendizagem; 8 – A internet tem contribuído com o aprendizado musical do idoso.

4 1 – Deve-se passar tarefas para o aluno fazer em casa e acompanhar a realização das mesmas; 2 – É importante seguir um conteúdo programático; 3 – O aluno indica que existe muita discriminação do profissional da musica; 4 – As atividades devem ser compartilhadas e feitas em grupo, na sala de aula; 5 – A prática diária do instrumento e o estudo faz a diferença no aprendizado da musica e deve ser priorizada pelo professor; 6 – A prática diária leva à agilidade no instrumento.

5 1 – Os diálogos informais e espontâneos são importantes para o aluno idoso; 2 – As atividades de relaxamento são importantes no início da aula; 3 – O professor deve mostrar no instrumento a ação e/ou execução musical para o aluno imitar; 4 – A capacidade de expor o conteúdo motiva o aluno a

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aprender; 5 – Os exercícios devem ser feitos devagar, seguidos de aceleração gradual, respeitando as diferenças individuais; 6 – Os alunos devem anotar com atenção e detalhes o conteúdo musical a ser aprendido; 7 – Exercícios de mãos separadas prepara a aprendizagem do conteúdo; 8 – O professor deve ensinar a importância do dedilhado e da digitação dos acordes para o aprendizado do teclado.

6 1 – O professor pode deixar o aluno se expressar, mas tem o controle do encerramento das manifestações de temas livres, voltando ao tema planejado para a aula, tantas vezes como for preciso; 2 – Ao aluno deve-se ensinar a estrutura da musica, para que entenda sua composição; 3 – O conteúdo absorvido e/ou construído pelo aluno idoso tem procedimento lento e o professor tem que ter paciência com o aluno.

7 1 – As aulas para o idoso tem que abordar temas teóricos musicais; 2 – Deve-se atentar para as dificuldades rítmicas do aluno, tais como a lógica da divisão ritmica das figuras 3 – Deve-se proporcionar atividades criativas como complementação de compassos e grafia de regência; 4 – Deve-se dar ênfase ao solfejo, com finalização da atividade no teclado; 5 -

8 Não houve aula

9 1 – Deve-se ensinar a importância da saúde e capacidade física; 2 – O aluno deve saber quais são suas dificuldades cognitivas; 3 – É fundamental trabalhar a memória muscular; 4 – O aluno deve entender que a musica é estruturada e tem regras de composição e de execução.

10 1 – Deve-se sempre repassar o aprendizado do conteúdo teórico; 2 – Deve-se atentar para o aprendizado do dedilhado; 3 – As tentativas no teclado devem ser com mãos separadas e depois, com as mãos juntas.

11 1 – Os exercícios devem ser executados bem devagar, com explicações sobre a teoria musical envolvida; 2 – É importante que o aluno esteja feliz na aula; 3 – O professor deve tocar em sala de aula para motivar o aluno; 4 – A apreciação musical é importante em sala de aula; 5 – A auto-estima do aluno aumenta co o sucesso da tarefa e/ou exercício de tocar; 6 – O recital e/ou apresentação pública motiva o aluno a aprender.

12 Não houve aula

13 1 – A reflexão sobre a participação de ensino/aprendizagem do grupo é importante; 2 – É preciso mostrar ao aluno a importância da posição das mãos ao teclado; 3 – O aluno deve aprender a ler a partitura; 4 – É importante fazer atividade criativa de leitura em grupo, para desenvolver a atenção/concentração com a leitura da partitura; 5 – Constatou-se que a aprendizagem é resultado do conhecimento técnico instrumental e da determinação do aluno.

Na sequência, os textos das respostas às Entrevistas são apresentados

abaixo (item 4.3), e depois, a Tabela 3, com conteúdos referentes ao que

interessa ser ressaltado (elementos detectados), para subsidiar as análises.

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4.3 – RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS E TABELA DAS

RESPOSTAS

Seguem-se as respostas dos questionários da Turma 1, que responderam à 5

(cinco) perguntas.

Aluno 1: Jesilda Pires Rocha (64 anos)

1 De que forma a sua memória foi utilizada durante as atividades musicais? E quais foram as contribuições para sua vida nas atividades corriqueiras?

Fazendo a leitura das notas musicais, observando o tempo e conhecendo o teclado , lugares das notas no instrumento , também melhorei na coordenação motora das mãos e dos dedos.

2 A sua vida melhorou com a aula de música ? Se sim, por que?

Sim, a música me faz bem, apesar de te-la procurada para ocupar o tempo e melhorar meu astral e tudo mais.

3 Você se sentiu melhor ou diferente, ou com vontade de participar?

Desejo continuar estudando

4 Que aspectos de sua vida melhoraram por causa de sua participação nas aulas de teclado?

Apesar de ter falhado muito nos estudos acho que melhorei na memória na coordenação e faz bem estudar música.

5 Você gostou de iniciar ou voltar a ter aula de música?

Sim, faz bem à saúde.

Aluno 2: José Soares (62 anos)

1 De que forma a sua memória foi utilizada durante as atividades musicais? E quais foram as contribuições para sua vida nas atividades corriqueiras?

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Na atividade musical no me caso , para tudo tenho que utilizar a memória pois lembrar de conceitos que não utilizo no dia dia . as contribuições na minha vida foi principalmente a movimentação mental que acredito ser importante para a utilização dessa parte do corpo que andava meio parada.

2 A sua vida melhorou com a aula de música ? Se sim, por que?

Acredito que houve uma melhora em minha vida pois eu vivia com muito esquecimento e agitação cerebral promovida pelo estudo da música contribui para que eu encontrasse uma melhoria em minha qualidade de vida.

3 Você se sentiu melhor ou diferente, ou com vontade de participar?

Apesar das melhorias conseguidas através dos estudos da musica me considero um pouco lento e preguiçoso em dar continuidade em até mesmo em procurar novos meios para concretizar este tão importante parceiro que e a musica.

4 Que aspectos de sua vida melhoraram por causa de sua participação nas aulas de teclado?

As melhorias encontradas em minha vida foram principalmente a movimentação e a utilização cerebral no sentido da ativação da memória.

5 Você gostou de iniciar ou voltar a ter aula de música?

Em meu caso voltei a ter aula de música gostei muito haja vista as melhorias encontradas em meu dia a dia mas tenho um objetivo aprender a tocar com desenvoltura. Quero ver se retardo as doenças mentias tais como alzheimer dentre outras sei que não vou ser um profissional porem quero melhorar minha mente e minha saúde .

3.3.3 – Respostas dos questionários da Turma 2

Aluno 3: Bernardo Celestino Pimentel (62 anos)

1 De que forma a sua memória foi utilizada durante as atividades musicais? E quais foram as contribuições para sua vida nas atividades corriqueiras?

Acho que preenche área do cérebro que não estavam utilizadas e correlacionei que a observação de uma vida musical que me entusiasma com o ensino da técnica e da teoria. O que eu já tocava aos poucos estou vendo a maneira certa de fazer que a forma pensada e estudada por milhões de gerações que fizeram

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isso em muitos estudos, e hoje quando eu vejo determinadas ciosas que eu fazia empiricamente de ouvido observo que as pessoas que estudam fazem muito melhor com o estudo sistemático ligado a partitura .

2 A sua vida melhorou com a aula de musica ? Se sim, por que?

Me permitiu ter uma áurea de satisfação pois música e vida interior e que tem vida interior jamais padecera de solidão, a música tem essa função de preencher o coração do homem a música aproxima pessoas, instantes momentos xeros beijos abraços ,tudo isso a música faz isso instantaneamente ela mexe ela fere e ela apascenta o eu profundo .

3 Você se sentiu melhor ou diferente, ou com vontade de participar?

Sempre tive um grande grau de interesse em estudar música, eu to atingindo uma meta sempre tive um grande grau de interesse em saber música com a técnica milenar que vem regendo ela.

4 Que aspectos de sua vida melhoraram por causa de sua participação nas aulas de teclado?

Poder correlacionar o que eu fazia de ouvido com a técnica e a teoria e observa o rebuscamento que a técnica impõe, e traz pra musica , rebuscamento só com a técnica estudada, passei 40 anos tocando de ouvido toquei profissionalmente em bandas e tenho domínio em violão e baixo e também faço composição, nasci pra compor , faço ouro em um dia e o dono vem buscar e so uma questão de tempo, exitem pessoas que são plurais, eu nunca fui singular eu nunca quis uma coisa só, eu nasci plural multe facetico, o mesmo prazer que eu tenho em medicina que e notório que tenho e muito e palpável que eu tenho em medicina e o mesmo prazer que eu tenho em tocar uma música difícil, um acorde bonito mexe com minha cabeça mexe com minha vida me paralisa, isso e ancestral, minha mãe com 80 anos quando eu escutava um acorde bonito eu não tinha ,com quem comentar e esperava ela chegar do interior quando ela chegava eu dizia mamãe olhe que musica linda de Dominguinhos no exato acorde ela dizia e fechava os olhos e muito lindo mesmo, exatamente na passagem do acorde fui uma criança ninada com dois tangos lencinho branco e lacumparcita, ela balançava minha rede pra que eu pode se dormir seja com a sanfona ou no solfejo, todo cochilo eu era com essas músicas que eu dormia ela tocava no acordeom de maneira simples mas exata quando ela não aguentava tocar porque tinha que segurar o punho da rede ela fazia o solfejo quando podia tocar ela o fazia quando eu era criança que escutei astro piazola , essa música corta como gilete isso eu com 5 anos quando escutei canção para o louco canção para o nino, anos depois escutava música na tv cultura e o apresentador disse a música de piazola corta como uma gilete, gozado eu com 5 anos sem ninguém ter me dito isso eu já sabia disso, admiro também Sinvuca tem problemas neurológicos ele tem habilidade as

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conexões nervosas do cérebro que lhe dão muita agilidade nas escalas ele pode fazer muitas notas rápidas dentro do tempo , que também e medica falei isso com ela.

Piazola me chamava a atenção eu prestava tanta atenção a ele porque colocava tanta emoção no que fazia que eu dizia que ele poderia ter um derrame cerebral que porque ela coloca muita emoção nos acordes que ele fazia em suas composições falsetes em acordes os acordes de piazola são inusitado ninguém faz aquilo que ele fazia eu tinha certeza que ele era hipertenso eu tinha certeza que um dia ele teria um derrame cerebral devido as fortes emoções que ele mostrava em suas expressões faciais em sua face não deu outro morreu de derrame caiu pra traz e ali partiu, então eu digo a vpçe eu sou plural do mesmo jeito que eu atendo bem um paciente eu também sei apreciar um acorde bonito ei escrever um texto eu faço isso naturalmente como quem urina, minha luta a gora e se desvencilhar dos vícios que construí durante 40 anos.

5 Você gostou de iniciar ou voltar a ter aula de música?

Muito .... e mais uma meta atingida um compromisso que assumi comigo mesmo os maiores compromisso que eu assumi na vida foram comigo mesmo, tanto que agora eu tirei uma porção de trabalhos , a vida já melhorou eu já trabalhei muito e agora eu quero realizar meu sonho de estudar música pois a música e um sonho eu poderia ganhar muito mais grana porem prefiro viver minha vida realizado agora quero estudar música no teclado e no acordeom mesmo mesmo perdendo um pouco de grana porem quero viver a minha vida a partir de agora desenvolvedor outros dons que tenho desde criança eu sou plural eu não posso terminar minha vida apenas trabalhando não tenho que viver com prazer, isso e que da uma vida interior alegre isso e que da rejuvenescimento para o Homem o novo todo dia, qualidade de vida eu tenho colegas que só fazem uma coisa que e trabalhar e so fazem as coisas por dinheiro, sempre gostei de ajudar as pessoas herdei essas coisas do meu avo e da minha mãe trabalhei 40 anos e sempre gostei de ajudar as pessoas, o meu bisa vo era um revolucionário em uma revolução , em Portugal chegou a a natal ele chegava nas grandes festa e sentava nas festas e dava show no rio Potengi quando chegavam pra pedir autografo pra ele o mesmo se retirava e não dava entrevista não queria elogios ele foi quem fez a primeira valsa do rio grande do norte.

Aluno 2 - Eliane de Medeiros (70 anos)

1 De que forma a sua memória foi utilizada durante as atividades musicais? E quais foram as contribuições para sua vida nas atividades corriqueiras?

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Sempre fazendo parâmetros e ligações com o que já tinha sido visto e com algumas historias e Historias sobre a musica e seus compositores , quando a memória e treinada na atividade musical, esse treino passa a influir positivamente no dia a dia principalmente com o idoso que precisa fazer relações para ativar a memória , na hora em que você ta ensinado um coisa e faz ligação com outra e conta uma historia que e pra facilitar essa percepção essa ligação e muito importante

2 A sua vida melhorou com a aula de musica ? Se sim, por que?

Porque e muito importante viver com um objetivo planejando, sem isso a vida fica sem cor , eu pessoalmente que já tive depressão, a musica e um alento um remédio e isso ainda porque não toco bem , mas quando estou no teclado ou ouvindo música me sinto feliz. Quer dizer na hora que você tem um objetivo na vida quando se tem planos pra frente isso e muito importante.

3 Você se sentiu melhor ou diferente, ou com vontade de participar?

Diferente no sentido de me sentir satisfeita na minha atividade e a participação veio complementar a alegria .

4 Que aspectos de sua vida melhoraram por causa de sua participação nas aulas de teclado?

O pensar diferente e no futuro passei a ser perseverante para aprender para fazer outras coisas , criar mais me dedicar mais e principalmente querer viver quando completie 70 anos pensei tenho que correr para dar tempo porque iniciei a ladeira final e o teclado , as aulas tem contribuído positivamente para isso. Se não você fica so pensando nessa decadência nessa velhice em que hora vou morrer e a música me faz esquecer as mazelas da vida e viver melhor.

5 Você gostou de iniciar ou voltar a ter aula de música?

Sim, sempre foi meu desejo desde criança tocar piano, como não foi possível passei a me programar para após a aposentadoria , viver mais para mim e por mim mesmo, e o teclado esta me proporcionando objetivar o sonho apesar das dificuldades , mas não tenho vergonha nem receio e o professor me dá a carga necessária. Obrigada.

4.3.1 – ANÁLISES PARCIAIS DOS EXCERTOS DAS ENTREVISTAS

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Abaixo, na Tabela 3, lê-se as análises parciais dos excertos das

entrevistas. Nesta tabela vê-se os resultados sistematizados dos elementos

detectados das entrevistas, ou melhor, os mais importantes para este estudo.

Tabela 3 – Resultados sistematizados dos elementos detectados das Entrevistas

Perguntas Respostas Aluno 1

Respostas Aluno 2

Respostas Aluno 3

Respostas Aluno 4

1 - De que forma a sua memória foi utilizada durante as atividades musicais? E quais foram as contribuições para sua vida nas atividades corriqueiras?

Sim, em seis (6) aspectos: leitura de notas, observando o tempo; conhecendo o teclado; lugares das notas no teclado; coordenação motora de mãos e dedos.

Lembrar conceitos musicais. Movimentação mental.

Preenche o cérebro. Hoje vejo meu conhecimento empírico de forma sistematizada pela partitura.

Me fez relembrar histórias de músicas e compositores; ativou a memória de um idoso; ajudou a estabelecer ligações entre assuntos; melhorou a percepção.

2 - A sua vida melhorou com a aula de musica ? Se sim, por que?

Sim. Musica me faz bem.

De muito esquecido passei a ter agitação musical mental. Melhorei qualidade de vida.

Me permitiu satisfação. Música é vida interior, diminui a solidão, preenche o coração do homem, aproxima pessoas. Ela fere, ela mexe com o eu profundo.

Viver com objetivo pois a vida fica com cor. Musica é alento, remédio; felicidade de tocar. Inspira planos futuros.

3 - Você se sentiu melhor ou diferente, ou com vontade de participar?

Vou continuar estudando.

Apesar de ter melhoriado, não sei se continuo. Sou preguiçoso.

Sempre tive interesse. Estou atingindo uma meta.

Me sinto diferente, satisfeita, participativa e alegre.

4 - Que aspectos de sua vida melhoraram por causa de sua participação nas aulas de teclado?

Faltei muito. Mas melhorei na memória e coordenação.

Mais movimentação e utilização cerebral. Ativação da memória.

Melhoraram: Correlacionar ‘tocar de ouvido’ com a técnica e a teoria aprendida; me traz emoções familiares do passado; me mostra que a música recuperar a doença; que acordes geram emoções; que luto para deixar os vícios dos meus 40 anos.

Pensar diferente e no futuro. Ser perseverante para aprender outras coisas, criar mais. Dedicação e criar mais me dedicar mais; querer viver. O teclado tem contribuído positivamente. Faz esquecer a velhice e as mazelas da vida.

5 - Você gostou de iniciar ou voltar a ter aula de música?

Sim. Faz bem à saúde.

Gostei muito. Aprendo a tocar com desenvoltura; retardo doenças mentais; melhoro a saúde e a mente.

Muito. Troquei prioridades financeiras por desenvolvimento de outros dons, como a música.

Sim. Tocar foi o sonho após a aposentadoria.

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5 ANÁLISES FINAIS DOS DADOS

Feitos os excertos dos protocolos e a seleção dos elementos relevantes

das respostas dos alunos, pôde-se fazer uma análise parcial, do cruzamento

destes dados.

Tendo em vista a leitura do suporte Teórico, chegou-se ao

estabelecimento de 6 critérios que agora serão identificados nos resultados dos

excertos, que são:

1 - a questão da interação do grupo; 2 - a questão da autonomia dos alunos em

sala; 3 – a identificação da importância da experiência estendido ao ambiente

de suas casas; 4 – o que foi positivo do Ensino Coletivo; 5 – o que não foi

positivo no Ensino Coletivo; e 6 - a interação entre professor e aluno.

A interação do grupo:

‘A interação do grupo’ desta pesquisa foi indicada como positiva

nas respostas ao questionário e nas anotações dos Protocolos. Observa-

se que dos questionários, os alunos indicam que havia movimentação

mental do grupo, atividades de tocar junto, atividades de um completar

criadoramente os compassos dos outros e desenvolveu a leitura coletiva

da partitura. Indicaram também que melhoraram a qualidade de vida

interagindo em sala de aula, viram diminuída a solidão, e se sentiram

mais próximas. A participação no grupo trouxe alegria para alguns e

alento. Aprenderam a criar mais, ser mais paciente, atenciosos,

observadores. Para eles tocar junto foi aprender teoria e prática de

teclado junto para esquecer a velhice.

Observados os protocolos, os alunos indicam: que o idoso precisa

de atenção e cuidado para aprender; que a prática da concentração na

atividade proposta envolve a coordenação e a independência; que pode

expressar quando acontece o desenvolvimento cognitivo, indicando que

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acertou e/ou entendeu; que pode fazer a melodia, quando o professor faz

a harmonia; que se sente bem quando o tamanho da grafia da partitura é

aumentada, para enxergar melhor; que deve ter atenção para executar

bem no teclado; que a interação entre os participantes do grupo são

propostas de ensino; que a musica e importante na vida das pessoas; o

aprendizado acontece quando aprende devagar e em etapas, no passo a

passo; que ele constrói, como os colegas, o conhecimento aos poucos;

que valorizam as práticas de memória em sala de aula; que a capacidade

de expor o conteúdo para o grupo motiva o aluno a aprender; que a auto-

estima de cada aluno aumenta com o sucesso na execução musical e na

aprendizagem dos conteúdos.

Observados os protocolos, o professor indica: que em grupo, o

tratamento ‘paciente’ do professor ajuda a aprendizagem; que a prática,

em grupo, passa de desorganizada à organizada; pode-se fazer

atividades de relaxamento de ombros e braços; que o aluno pode

expressar seus sentimentos e assuntos para o grupo; que em grupo

podem desenvolver a relação interpessoal, a afeição e a expressão

pessoal; que a atividade musical de grupo pode desenvolver e promover

a apreciação musical de outras formas de manifestação musical; que o

ambiente de ensino/aprendizagem deve ser descontraído, promovendo

exemplificar os aspectos e temas teóricos da aula com musicas

conhecidas do grupo; que a atividade de grupo deve incluir o riso para

descontrair o ensino/aprendizagem; em grupo os alunos reconhecem

suas dificuldades e esclarecem suas dúvidas; que as atividades devem

ser compartilhadas e feitas em grupo, na sala de aula; que as reflexões

sobre o ensino/aprendizagem do grupo é importante; que a atividade

criativa de leitura em grupo é importante.

A autonomia dos alunos em sala:

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Este critério, ‘a autonomia dos alunos em sala” pôde ser observado

na interação aluno/professor. O aluno foi levado a ultrapassar as

limitações individuais. Os conteúdos temáticos planejados pelo professor

esteve sempre se adequando às diferenças individuais do aluno. O aluno

foi requerido ultrapassar os seus limites, esclarecer suas dúvidas, criar

no teclado e na leitura. A cada um era dada a oportunidade de mostrar o

aprendizado. Uns até demonstravam felicidade em acertar.

Da respostas ao questionário, observa-se que desenvolveram a

memória, o conhecimento do teclado; o aprendizado de cifras;

melhorando a coordenação motora dos dedos e das mãos. Um até disse

que o conhecimento sistematizado da partitura complementou os

conceitos musicais que tinha aprendido empiricamente. Outros indicam

que o cérebro foi preenchido por informações musicais; que foram

capazes de relembrar momentos musicais e pessoas musicais (a mãe)

do passado; que passaram do estágio de agitação mental para melhor

qualidade de vida. A maioria quer continuar estudando. Se dizem

satisfeitos, participativos e alegres. A autonomia veio com a

aprendizagem de criar, dedicar, querer viver mais feliz. E, principalmente,

que a musica faz a pessoa esquecer a velhice. Tocar é a realização de

um sonho.

Das observações dos Protocolos, observa-se que o aluno chega à

sua autonomia quando executa as tarefas, aceita os desafios, muda o

humor, aprende a importância da teoria e da prática do conhecimento

musical. Segundo a visão do professor o aluno terá que desenvolver a

atenção e o cuidado; alcançar a aprendizagem corporal gradativamente e

de maneira repetitiva; deve tocar evitando problemas de articulação;

passar da prática desorganizada à organizada. Deve ser capaz de

passar de prática de grupo para a individual; deve desenvolver a

concentração e a independência na execução musical e na leitura

musical; deve desenvolver a percepção auditiva; ter postura correta das

mãos e dos dedos; deve ter desejo de praticar em casa as lições;

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entender a importância do aprendizado da teoria; utilizar o dedilhado

correto, que é fundamental; deve ter determinação de realizar os seus

sonhos de aprender musica e/ou teclado.

A identificação da importância da experiência estendido ao

ambiente de suas casas:

Este critério indica a tarefa em casa como ponto importante.

Alguns alunos relatam que devem estudar mais, se organizar e tocar

mais em casa. O professor indica, nos Protocolos, que é preciso estudar

para conseguir bons resultados. Ele passa tarefas para casa e as corrige

em sala para acompanhar o desempenho do aluno e a dedicação aos

estudos. Explica, ainda, que a prática diária leva à agilidade no

instrumento teclado.

O que foi positivo do Ensino Coletivo:

O aprendizado e as relações interpessoais levaram à valorização

da aprendizagem musical. O próprio modelo de Ensino Coletivo foi muito

positivo como demonstrado no critério 1. O desenvolvimento da

autonomia, Critério 2 mostra que o ensino/aprendizagem do teclado só

trouxe benefícios para os alunos envolvidos, bem como para o

professor/pesquisador que conduziu as sessões/aulas. Todos os alunos

responderam no questionário que a memória foi utilizada e aumentada,

que a vida de cada um mudou para melhor, que sentiram vontade de

participar e que gostaram de voltar a estudar música. O professor

indicou, nos Protocolos, que o ensino do teclado ajudou na fixação da

aprendizagem e na manutenção da memória do idoso; que o professor

deve sempre dar reforço positivo para o aluno; que a aprendizagem do

teclado pode promover a apreciação musical de outras formas de

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manifestação musical; e que todos estes aspectos são positivos para o

idoso.

O que não foi positivo no Ensino Coletivo:

O grupo poderia ter sido maior, os alunos poderiam ter faltado

menos. Esta pesquisa poderá dar continuidade em outro momento. Na

verdade, não se detectou aspectos negativos do Ensino Coletivo, tendo

em vista os Protocolos e o resultado das Entrevistas.

A interação entre professor e aluno:

Este critério resulta numa definição do ambiente salutar, sadio e

alegre da sala de aula, tendo em vista que atividade é de ensino coletivo

e/ou de conjunto. Das respostas das Entrevistas, observou-se que os

alunos atendiam ao professor quando eram solicitados para observar o

tempo da musica, quando reagiam à atividade de conhecer o teclado

participando com interesse; quando respondiam ao professor

identificando as notas no teclado; quando respondiam com gestos de

coordenação motora das mãos e dos dedos nas atividades motivadas

pelo professor. Ao responderem ao professor, de forma memorizada, os

conceitos musicais; com respostas à perguntas do professor, indicando

aprendizado do conteúdo requerido; com respostas de que a aula de

musica melhorou sua qualidade de vida; com observações de que a

musica aproxima; de que com a aula, sentem-se satisfeitos, participativas

e alegres. O envolvimento e a participação da turma são resultados da

interação entre professor e aluno, imprescindível nas aulas de musica.

Dos elementos detectados nos Protocolos, viu-se que a interação

professor/aluno foi objetivo inicial do professor/pesquisador; e que o

ensino coletivo visa esta interação. As ações e intenções anotadas pelo

professor das observações dos protocolos indicam que o tratamento ao

aluno idoso, feito com paciência, visa melhores relações interpessoais;

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que o idoso precisa de atenção e cuidado para aprender; que as

explicações das atividades pelo professor devem ser detalhadas e

minuciosas; que o professor deve ouvir o aluno nas suas necessidades;

que o professor deve ficar atento às demonstrações de desenvolvimento

cognitivo do aluno; que o professor deve permitir os relatos de

experiência em sala; que o professor deve dar reforço positivo para o

aluno; que o professor deve tocar o teclado e dar exemplos para motivar

os alunos; e que o aluno feliz em sala de aula aprende melhor.

6 CONCLUSÕES FINAIS

Os Excertos dos Protocolos, bem como os elementos deduzidos das

Entrevistas, resultaram na Análise Final, que procurou e indicou as relações

entre os dois bancos de dados. Observou-se que não houve contradições entre

o que foi indicado nos protocolos e o que foi respondido pelo aluno. As

respostas dos alunos até surpreenderam o pesquisador, dada a satisfação que

indicaram com a experiência de terem participado do Ensino Coletivo de

Teclado.

Chegou-se às Conclusões Finais. Pôde-se observar a percepção que

os alunos têm de seu próprio desenvolvimento musical no cotidiano, num

contexto de Ensino Coletivo, a partir dos 6 (seis) critérios, já apresentados.

Quanto à questão da interação do grupo, o observado nesta pesquisa é

que há indicativos teóricos de outros autores que comprovam o papel da

interação entre pessoas do grupo na aprendizagem musical. Como vimos nos

capítulos teóricos, Costa (2005) estudou a improvisação e como ocorre o

pensamento criador. Constatou que esta interação se dá porque o adulto é

capaz porque tem possibilidades de construir o conhecimento musical. Esta

verdade científica foi detectada nos nossos dados. Já Souza (2008) estudou

esta interação através do ensino da musica popular. Chegou a semelhantes

resultados: há potencial humano na velhice e a interação ocorre pois ele se

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expressa e se socializa. Bueno (2008), no ensino de flauta na Terceira Idade,

entendeu que houve maior socialização, comunicação, criatividade e

coordenação motora resultante da interação do grupo aprendiz. Estes dados não

entram em contradição, mas reforçam os resultados obtidos na nossa pesquisa.

Quanto à autonomia dos alunos em sala, pode-se citar outros autores. A

este respeito, veja-se que Borges (2015) escreve sobre a autonomia do aluno de

piano, que aprende com o grupo, a partir do grupo e tendo como base um

estudo firmado na pedagogia interativa, afetiva, lúdica e dialógica. Respeitadas

as limitações motoras, a memória fraca que pode melhorar passo a passo e a

construção do conhecimento gradativo, é possível avançar e conseguir a

autonomia. Zanini (2015) encontra, em suas pesquisas, que os idosos passam

por um processo de desenvolvimento físico, mental e social e que é preciso que

tenha seus próprios momentos, suas próprias emoções, seus sentimentos,

domine suas adversidades e aumente suas conquistas.

Sobre o que foi positivo do Ensino Coletivo, esta pesquisa chegou à

muitas apreciações, bem como já pressupôs Leão (2017), planejar a aula de

musica é uma tarefa importante. Diz que o cérebro é musical e que processa o

conhecimento musical dos elementos e a estrutura musical de forma organizada.

Isso justifica a importância dos acontecimentos de aprendizagem em grupo,

entre os participantes e das relações entre professor/aluno na produção musical

em grupo. O ensino coletivo não exclui a proposta de melhoria das relações

interpessoais, que compreende, segundo a autora, a solução de problemas em

sala, a vivência de jogos musicais, a improvisação e a apreciação musical pela

prática de jogos de percepção. Pode-se observar dos dados dos Protocolos e

das entrevistas que os alunos confirmaram que as aulas foram positivas e os

deixaram felizes.

Comentando a questão da interação entre professor e aluno, esta

pesquisa indicou que na aula de música, não é possível observar a

aprendizagem ocorrendo sem a interação professor/aluno. Com o idoso, então,

o professor deve ter cuidados especiais para que o aluno responda de forma

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segura, livre de pressões e de forma que os tornem felizes com à atividade

proposta. Fernandes (2016), indica também que esta interação entre professor e

aluno leva também à inclusão. Entende que a vivência musical, a atividades que

promovem a psicomotricidade são estratégias de ensino que levam à

aprendizagem musical. A trocas entre professor e aluno e as demais, em sala de

aula, promovem a percepção, a atenção e o atendimento a comandos. O

professor explica, o aluno pergunta e as dúvidas são resolvidas. E o

aprendizado pode ocorrer.

Chegou-se, a partir dos resultados, ao aquilatar ( à comparação) da

construção do que foi ou não positivo durante o período da pesquisa, no

contexto do ambiente participativo e interativo entre professor e aluno. O

pesquisador indica, após as análises, que esta atividade deve ser valorizada e

propõe novas etapas para esta pesquisa, com continuidade com um grupo

maior, ampliado com mais participantes.

Os pressupostos iniciais de que este tipo de ensino ‘promove a memoria’,

‘melhora a qualidade de vida do sujeito na terceira idade’, ‘aumenta a auto-

estima’ dos participantes, ‘desperta a vontade de tocar’, ‘desenvolve e/ou

resgata a psicomotricidade’ (aprendizagem com as maos, dedilhado,

coordenacao dos dedos, independencia de gestos), ‘promove o desenvolvimento

das relacoes interpessoais’ (professor/aluno e aluno/aluno), além de

‘desenvolver a cognicao musical’ pelo ‘aprendizado dos conteúdos especificos

de música’, com a utilizacao das capacidades da memoria.

REFERÊNCIAS

BORGES, Maria Helena Jayme. A pratica pedagogica do educador musical sob a mediacao da sensibilidade, da etica e da autonomia. In: In: ZANINI, Claudia de Oliveira, CAMARGO, Robson Corrêa de. Música na Contemporaneidade: Ações e Reflexões. Ed. PUC Goiás. Goiânia: 2015.

BUENO, Meygla Rezende. A flauta Doce em um processo de musicalização na terceira Idade. Dissertacão de Mestrado. EMAC/UFG. Goiânia: 2008.

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COSTA, Kristiane Munique Costa e. A improvisação na educação musical para adultos – Como ocorre o pensamento criador. Dissertação de Mestrado. EMAC/UFG. Goiânia: 2005.

FERNANDES, Mariana Aníbal. Educação Musical: A psicomotricidade como uma das perspectivas para ações que levam à inclusão. Artigo de especialização, da EMUFRN. Natal: 2016.

LEÃO, Eliane. Aula de Música: Experiênci-Ação para o desenvolvimento da Cognição Musical. Ed. UFPI (no prelo).

MATTOS, Carmela; LEÃO, Eliane. Reflexões sobre a aprendizagem inicial do violino. In: LEÃO, Eliane; CARVALHO, Valéria Lázaro de. Pesquisa em Música II: O ensino, a vivência e a aprendizagem musical. Ed. Pioneira. Série Pesquisa em Música. Curitiba: 2017.

SANTOS, Roberta Borges; LEÃO, Eliane. O palco como meio de interdisciplinaridade entre educação musical e educação ambiental. In: LEÃO, Eliane (Org.) Pesquisa em Música: apresentação de metodologias, exemplos e resultados. Ed. CRV. Curitiba: 2013.

SOUZA, Cristiana Miriam Silva e. O ensino da música popular brasileira para a Terceira Idade. Dissertação de Mestrado. EMAC/UFG. Goiânia: 2008.

ZANINI, Claudia Regina de Oliveira. Fenomenologia do viver e morrer: a expressão por meio da música e da Musicoterapia. In: ZANINI, Claudia de Oliveira, CAMARGO, Robson Corrêa de. Música na Contemporaneidade: Ações e Reflexões. Ed. PUC Goiás. Goiânia: 2015.

ANEXOS

CÓPIAS DOS EXCERTOS DA PESQUISA

Obs: Neste Anexo, foram copiados os Excertos dos Protocolos das 2 (duas) turmas e as Fotos da turma.

A – Excertos dos PROTOCOLOS da TURMA 1

EXCERTOS DA AULA 1

“Começamos a aula ao passar o conteúdo”; “a aluna relata a importância da paciência que o professor tem de tratar com cada um”; “, essa palavra (paciência) diz muita coisa em relação ao ensino de música na terceira idade, pois os mesmo precisam de uma atenção e cuidado no que diz respeito a

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aprendizagem”; “ao meu ver, deve ser passado lentamente, varias vezes ate que o corpo entenda os movimentos”; “essa repetição precisa ser feita com atenção para que não gere problemas de articulação e também desmotivação fazer tudo de maneira equilibrada.”; “com a explicação mais detalhada e minuciosa sobre cada um ele conseguiu compreender quando começamos a passar os exercícios práticos no teclado”; “teclado os alunos tem mais dificuldade em trabalhar a mão esquerda”; “com a repetição lentamente e várias vezes eles conseguiram”; “tiveram alguma dificuldade nas linhas suplementares superiores e inferiores, resolvemos com mais um tempo de explicação”;” procuramos fazer associação com o ritmo tocando com o lápis no quadro de maneira desorganizada e posteriormente organizadamente”.

EXCERTOS DA AULA 2

“começamos com a respiração, relaxamento dos ombros dos braços e ante braço”; “durante o relaxamento pedi pra fazerem um desabafo”; “eles se sentiram bem relaxados e prontos pra começarem as atividade musicais no teclado.”; “começamos assim por que é fundamental que o estudante de teclado tenha uma visão vertical no que diz respeito a leitura pois o mesmo precisa ler duas coisas ao mesmo tempo ”; “Fizemos juntos e, depois, cada um realizou sozinho. “; “Vemos a importância desse tipo de estudo pois a concentração diante de uma atividade que envolve a coordenação e a independência e de suma importância “; “procuramos aumentar gradativamente a velocidade do exercício “; “Praticamos lentamente compasso por compasso”.

EXCERTOS DA AULA 3

“, afim de fazer com eles desenvolvessem a percepção auditiva”; “. “O aluno diz: ‘meu ouvido está todo atrapalhado!’ “; “Continuamos a trabalhar essa percepção com propósito de esclarecer o exercício proposto”; “Um aluno ficou surpreso com os acertos em relação à sua percepção”; “uma aluna disse que tinha errado tudo; porém, na realidade, ela tinha acertado a maioria”; “Pra mim, o resultado foi satisfatório”; “ Tentamos passar a música ‘Bandeira Branca’, um de cada vez”; “, tiveram alguma dificuldade devido à falta de treino; porém, passamos o que podíamos”; “. Um aluno disse: ‘hoje nego suou aqui porque teve dificuldade na hora da percepção das notas’”; “A aula, ao meu ver, foi bastante proveitosa”.

EXCERTOS DA AULA 4

“corrigindo a postura das mãos e passando lentamente cada exercício”; “ Ouvindo atentamente cada um, passamos mãos separadas e depois juntamos”; “. Eu faço a harmonia e a aluna faz a melodia”; “Ele disse: ‘se parar de treinar, o bicho pega’”; “passou duas semanas sem tocar e por isso estava com dificuldade”.

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EXCERTOS DA AULA 5 “ antes de tocar a peça, precisamos relaxar e fazemos isso”; “Sempre faço uma comparação com atleta “; “e digo que tocar também é uma atividade física, como também uma atividade metal”; “Ela disse que não teve muito tempo de treinar e reconhece que se não treinar bastante os resultados não virão”.

EXCERTOS DA AULA 6

“Pedimos ao aluno, no caso Jesilda, que fizesse um breve relato do que aconteceu durante a semana santa”; “conversamos um pouco sobre saúde e retomamos aos assuntos pertinentes a aula ”; “Vou escrevendo no quadro e ela copia em seu caderno as figuras musicais que já passamos semínima, mínima”; “Depois voltamos a passar parte por parte repetindo o que foi necessário. Ela teve um pouco de dificuldade em manter o andamento lento, porém, ao final deu certo essa atividade”; “Assim, quando passamos os pentacordios de ré e lá, ela frisou: ‘tem sustenido no fa#’. Dei-lhe os parabéns pela percepção”; “Ao cobrar mais treino, ela disse que sabe a importância do treino pois o filho já tem uma pilha de atividades para executar e ela já vê resultados.”; “Ela pediu pra que eu mostrasse como seria com a mão esquerda, o acompanhamento. Eu mostrei”; “Percebemos a importância do tamanho da fonte da partitura. É fundamental, pois muitos desse alunos tem dificuldade de enxergar, por diversos tipos de problemas de saúde”; “. Ela disse que achou muito bom o trabalho com o acompanhamento automático do teclado.”.

EXCERTOS DAS AULAS 7 e 8

“Logo após, praticamos exercícios à duas partes. No terceiro momento da aula, preparamos o corpo. Depois, começamos com a leitura das músicas novas; revisamos e solfejamos as escalas “; “Durante a leitura, aumentamos o andamento, gradativamente. “; “. Falamos também sobre a questão duração, mostrando no teclado, com o propósito de fazer com que a memória auditiva deles fosse aguçada.”; “falamos sobre a questão do andamento e praticamos o exercício em um andamento mais rápido”; “Perguntei o que eles estavam achando sobre esses assuntos da teoria. Um deles respondeu: ‘nós precisamos saber’”; “Eles, ao meu ver, gostaram do exercício. “; “Um aluno disse: ‘preciso de muita atenção para executar essas escalas’. A aluna diz: ‘ainda bem que temos duas semanas para treinar’. Eu sempre digo: ‘façam um milhão de vezes por dia’”; “Digo para que eles treinem em casa a música, dando em ênfase ao solfejo; e depois, executarem no instrumento [...] Ele disse que tem muita coisa pra fazer em casa, porém irá conseguir um tempinho pra estudar”.

EXCERTOS DA AULA 9

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“A aula começa relatando sobre problemas de família”; “Vejo essa relação interpessoal. Essa afeição e tudo o que acontece durante a aula, que não é conteúdo musical, pra mim é fundamental no aprendizado”; “Essa afeição e tudo o que acontece durante a aula, que não é conteúdo musical, pra mim é fundamental no aprendizado. Acredito que as conversas e tudo que vivemos em sala de aula nos deixam mais próximos, sobrepujando todo o contexto de ensino e quaisquer planejamentos”; “Na música convencionamos as coisas; ou seja, adaptamos a nossa maneira”; “peço pra que o aluno faça [...], para que ele fale [...], pra que a mente possa absorver melhor o conteúdo”; “. A aluna tem certa dificuldade de juntar as mãos; porém, tenta fazer paulatinamente”; “Ela diz: ‘foi isso que tentei estudar’; ele diz que precisa decorar as notas do acorde”.

EXCERTOS DA AULA 12

“vou explicando para eles como deverá ser o processo de aprendizagem” [...] começo explicando a questão do dedilhado, que é fundamental”; “de acordo com o que irá aparecendo de conteúdo teórico na música, vamos explicando e assim vai dando certo”; “Jesilda se solta e toca bem melhor”; “Observamos que quando o aluno não está sendo observado ou cobrado ele mostra mais resultados”; “Observamos que a aluna está mais segura em determinadas partes da música”; “Peço pra que ela diga as notas pra seu colega de turma e isso gera um clima bacana entre eles”; “então, nessa proposta de ensino, um interage muito com outro”.

EXCERTOS DA AULA 13

“A primeira coisa que um aluno falou foi: ‘qual a música que passamos na última aula?’; eu prontamente respondi: foi ‘Olhos Negros’ e ‘Eurovisione’ [...] . Ele se queixa de esquecimento e diz: ‘mas não lembro que passamos a música tal e eu treinei durante a semana toda essa outra’. Mostramos a sequência das aulas, inclusive as gravações das aulas e, só assim, ele se convenceu de que estava treinando a música errada”; “Observamos, com isso, que esse tipo de lapso de memória ocorre com frequência com esses alunos nessa faixa etária; aí onde entra a importância do estudo da música que ativa partes das faculdades mentais, que só a música pode despertar ou ser ativada no idoso”; “aí onde entra a importância do estudo da música que ativa partes das faculdades mentais, que só a música pode despertar ou ser ativada no idoso.”; “ Desta feita, vou escutando cada um individualmente”; “José Soares diz: ‘povo véio não aprende mais nada não!’. A própria pessoa não acredita no potencial que ela pode dar de resultado. Isso é um ledo engano que as pessoas têm a respeito da aprendizagem pra os idosos. Dou uma palavra de ânimo como sempre faço”; “ Ela resiste um pouco mas aceita o desafio e tenta fazer”; “Jesilda diz que está conseguido, mas o processo é mais trabalhoso. Porém já vemos resultados. A aluna relata que foi ao teatro ver a sinfônica e estava feliz.”.

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B – Excertos dos PROTOCOLOS da TURMA 2

EXCERTOS DA AULA 1

“ele começou falando sobre a importância da música nas vidas das pessoas”; “. Ele fez menção das lembranças que tem da sua mãe, que colocava ele pra dormir tocando acordeon e balançava a rede na qual ele estava deitado”; “Ele ainda lembra das canções que a mãe dele tocava e cantava pra que ele pudesse dormir”; “ai escutou essa música tocada por um músico em uma praça; e ai, pôde voltar há anos atrás, “; ‘passar o conhecimento da linguagem e estruturação musical levando essa discussão à respeito da importância de ler e conhecer a partitura e seus códigos”; “para a terceira idade, o ensino da música é muito relevante porque eles estão ali por amor e fazem a coisa com prazer e também por necessidade”; “A pessoa pode estar realizando um sonho que não teve a oportunidade de realizar durante a sua vida e só agora está em contato com a música”; “Fiz menção à várias composições em que é o ritmo o fator inicial pra o aprendizado das melodias. Cito Luiz Gonzaga, Beethoven”; “pra ler música e entender sua linguagem ele precisa ler a partitura. [...] passando passo a passo a iniciação à leitura”.

EXCERTOS DA AULA 2

“Resolvida as dúvidas, [...] começamos a falar sobre samba e como seria o ostinato de cada gênero musical. Demos exemplo da música.”; “ Pra todos nós foi um momento de descontração, tendo em vista que passamos por vários estilos de músicas, com exemplos diversos, em que eles estavam contentes em poder ouvir”; “Trabalhamos e exemplificamos com a música ‘Asa Branca’, em dó maior”; “. Sempre digo que a leitura melódica e harmônica se constróem aos poucos”.

EXCERTOS DA AULA 3

“ ‘eu estudei bastante e estava muito feliz por ter conseguido o resultado’ “;“Rimos um pouco e demos início a correção das atividades”; “Outro aluno disse que conhece o campo harmônico porém, não tem afinidade com as cifras na íntegra. Fomos explicando as cifras pra que eles entendessem o que realmente estavam fazendo”; “Expliquei a um outro aluno que não entendeu”; “Procuro incentivar os alunos a ligarem [...] “; “Fizemos e demos exemplos com as músicas na qual eles estão trabalhando. Com essas explicações, um dos alunos disse que agora é que começou a entender o assunto “; “Um dos alunos ficou bastante feliz em saber como irá estudar memorizar as sequências”; “Uma aluna disse: ‘que legal! gostei muito dessa explicação’. Outro aluno disse: ‘eu vou pescando devagarzinho’. Disse que tem dificuldade porque tem”; “Ele disse que: ‘teve problemas com a forma de ensino dos professores que ele teve outrora, por essa razão essa dificuldade’”; “E só depois de anos é que foi aprender por cifra pela internet”; “chegamos ao final da aula, de uma maneira descontraída”.

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EXCERTOS DA AULA 4

“Começamos a aula e a aluna mostra o que foi feito em casa dentro das sequências harmônicas”; “então seguimos com o conteúdo programático”; “Ela relata que existe muita discriminação em relação às pessoas que vivem da música”; “Trabalhamos juntos a leitura rítmica. Falei da importância de fazermos isso pois será muito bom pra parte prática no teclado”; “Eu disse que ela precisava estudar todos os dias. [...] Fomos praticando e pegando agilidade e assim vamos dando continuidade à aula. Pedi pra que continuasse treinando em casa”.

EXCERTOS DA AULA 5

“Começamos a aula com [...] falando sobre os mosquitos...”; “Passamos um tempo falando sobre isso”; “Começamos com o relaxamento do corpo. Falamos que a respiração é fundamental pra o relaxamento e puz fim o desabafo”; “Começamos com os pentacordios [...] Passamos também os arpejos, os acordes e suas inversões”; “eu toco e eles repetem, sem partitura”; “Falei que eu só passarei uma atividade se eu ver que eles têm capacidade de executarem”; Bernardo disse: [...] que gosta da minha forma de exigir o conteúdo ’ ”; “Procurei passar devagar com cada um deles e depois aumentar a velocidade”; “Fomos passando passo a passo, bem devagar”; “Bernado disse: ‘eu vou escrever tudo’, as atividades de sala de aula e também as pra casa’ “;. “Ele anotou com muita atenção e cuidado”; “Passamos um bom tempo da aula praticando os acordes com a mão esquerda, com o acompanhamento automático do teclado”; “Passamos essa música com Bernardo e assim mostramos pra ele a importância do dedilhado e da digitação dos acordes para a mão esquerda”; “Ele ficou feliz com a aula”.

EXCERTOS DA AULA 6

“Demos início à aula falando sobre saúde porque eu estava com [...]”; “Bernardo, por ser médico, me indicou [...]”; Retomamos a aula passando a música ‘Bejame Mucho’, tentando juntar as mãos porque até então estávamos fazendo tudo separado”; “Passamos um tempo passando com Bernardo”; ”Bernardo interrompeu a aula e disse que as minhas dores [...]”; “Voltando pra música, ele disse que passou quarenta anos tocando de maneira errada e que só agora está aprendendo a tocar de maneira correta”. “Passamos a harmonia pra Eliane de Medeiros”; “Ao passarmos a introdução da música, ela disse que achou estranho a música só na introdução”; “Porém, depois, a música foi criando forma e ela conseguiu desenrolar”; “Observamos que o processo mental é muito lento. Procuramos passar o conteúdo teórico e prático de maneira lenta e com muita paciência”; “É fundamental a paciência no ensino em escola especializada,

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principalmente no acolhimento desse público”; “Sou enfático na definição do ritmo com cada um deles”;

EXCERTOS DA AULA 7 “Abordamos os assuntos altura, duração, intensidade e timbre. Pensando em duração falamos na questão do andamento, ponto de aumento e ponto de diminuição”; “Procurei exemplificar os assuntos da teoria mostrando no exemplos práticos no quadro, tocando no teclado e fazendo com que ele aguçasse a percepção”; “O aluno não teve dificuldade em compreender os assuntos teóricos; porém, quando falamos de ritmo ele teve dificuldade em algumas divisões como colcheias e pausas de colcheia. Procuramos explicar e passar a noção básica dos compassos simples, bem como a grafia da regência o exercício de completar os compassos. Ele teve certa dificuldade e dúvidas; porém, resolvemos com os cálculos das divisões e, depois, pedimos pra que ele executasse os ritmos que ele completou com as figuras correspondente”; “Procuramos, à cada dia de aula, explorar e expandir o conhecimentos dos alunos, dando ênfase ao solfejo. Primeiro, fazendo a divisão apenas do ritmo e, depois, o nome da nota. Em seguida, a altura da nota e, por fim, o solfejo; culminando a finalização no teclado”; “a ampliação da fonte escrita seja de partitura ou de cifra , e importantíssimo porque muitos desse alunos tem certa dificuldade em enxergar o que está escrito”. .....

EXCERTOS DA AULA 9 “Bernardo chegou na aula falando sobre a importância da musculação. Ficamos conversando um pouco sobre saúde e a importância. Ele disse que tá fazendo ioga”; “Enfim, ficamos um bom tempo da aula conversando e achando graça sobre esses assuntos”; “começamos com o alongamento e o relaxamento do corpo”; “Ele disse que foi picado pelos mosquitos...”; “Perguntei se ele estudou muito essa semana e ele disse que não se organizou, porém está com o propósito de separar um horário específico pra que possa estudar sistematicamente”; “Pedi pra ele pegar o caderno de música e fomos fazer um exercício rítmico à duas partes”; “Ele disse que comprou uma sanfona por cinco mil e quando foi tocar pela primeira vez os baixos afundaram [...]”; “Seguimos com o conteúdo”; “Eu peguei o pandeiro e cantei uma música por nome de ‘Bixiga’. Mostrei pra ele outras músicas em samba enquanto ele copiava a lição que estava no quadro”; “Ele falou que Arlindo Cruz teve um ‘avc’ e estava mal no hospital [...]; “Eu tento dar uma rápida explicação pra ele mas ele diz que tem dificuldades. Passamos o exercício. Ele tem certa dificuldade em definir as mãos na hora da execução, porém trabalhamos devagar e ele foi desenrolando”; “Tiramos as dúvidas sobre a divisão de trechos da música e assim a música foi criando forma”; “Ele achou muito bom, porque os erros que ele está comentando são cognitivos e precisam estar firmadas as informações melódicas na sua

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mente”; “Enfatizo que a repetição é fundamental pra trabalharmos a memória muscular. Falo da importância da partitura porque está tudo escrito ali, dedos, notas, bem como sua altura na escala”; “Eu disse: ‘tocar com regras e árduo, né isso?’. Ele, porém, responde: ‘mas é valioso, porque ao longo de sua vida não tinha estudado assim por música, dando tanta atenção ao que está escrito’ “: “Ele pede mais uma explicação para entender melhor [...]”.

EXCERTOS DA AULA 10

“Começamos a aula relembrando boa parte do conteúdo teórico que já passamos”; “Expliquei pra ele que é fundamental esse exercício e o treinamento repetitivo do mesmo com o propósito de lapidar a cada dia a percepção e a memorização das notas em relação à sua altura”; Começamos a explicar passo a passo o que temos escrito no quadro e assim seguimos em frente”; “Ele interrompeu a aula e perguntou qual o compasso do ritmo do tango e fomos explicar como identificar os compassos de 2/4 e 4/4. Ele compreendeu bem”; “Ele falou sobre os cachorros que tem em casa [...]”; “Passamos um tempo da aula falando sobre cachorro [...]”; “Ele pediu pra que eu colocasse o dedilhado correto da música que estamos trabalhando. Voltei a explicar sobre as voltas que estão dentro da música”; “Tentamos com as duas mãos. Ele tinha algumas dúvidas e dificuldades; porém, conseguiu progredir”; “Terminamos assim a nossa aula de maneira alegre e descontraída”.

EXCERTOS DA AULA 11

“Começamos a aula com Eliane de Medeiros, pois Bernardo Celestino Pimentel não pode comparecer a essa aula”; “Começamos com o relaxamento do corpo e posteriormente trabalhamos o pentacordio maior, em ciclo de quinta”; “Passamos bem devagar e várias vezes, na medida em que íamos passamos os conteúdos na prática, íamos explicando como é na teoria musical”; “Pedimos para que ela fizesse tudo bem devagar. Que tentasse juntar as mãos”; “Ela conseguiu fazer o exercício, porém um pouco devagar, mas com paciência fomos chegando ao objetivo”; “e ela gostou muito e ficou feliz na aula”; “Observo que deixar o aluno relaxado e descontraído é fundamental pra que ele possa absorver o conteúdo. E, no momento que eu paro com o conteúdo e toco alguma música pra que esse aluno possa viajar e se sentir bem, isso reflete no aprendizado dele sim”; “Após esse momento de descontração e apreciação musical, passamos exercícios rítmicos com leitura à duas partes”; “Na hora de fazer o exercício, ela teve certa dificuldade em coordenar as mãos; porém conseguiu desenrolar com o tempo”; “A sua autoestima foi elevada”; “ficou animada e motivada a continuar nos estudos”; “Fomos aumentando o nível de dificuldade em relação às divisões dentro do exercícios”; “Nessa aula falei pra ela se preparar com a música ‘Esqueça’, pra uma posterior apresentação alusiva ao mês das mães. Ela ficou animada”; “Vejo que nessas apresentações e no resultado final de todo nosso trabalho, os alunos ficam bem realizados em poder se apresentar”.

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....

EXCERTOS DA AULA 13

“Começamos aula agradecendo a participação da turma nesse trabalho de conclusão de curso”; “Perguntamos sobre o que devemos saber sobre o que está escrito na partitura: questões do ritmo [...]”; “Passamos uma revisão geral sobre[...]”; “Ligamos o acompanhamento automático do teclado e pedimos para que ele fizesse os acordes parados, com a mão esquerda”; “Após as definições da mão esquerda nos acordes, fomos juntando com a mão direita, compasso por compasso. Falamos e demos ênfase à postura das mãos, bem como tudo o que estrutura a formação das frases melódicas executada pela mão direita e da harmonia pela mão esquerda”; “Passamos essa música com objetivo de fazer com que os alunos realmente conseguissem ler a partitura que lhes foram passadas”; “Falamos que ao passar uma música que eles já conhecem, a memória auditiva ajuda o ouvido a conduzir a melodia; porém, uma música desconhecida o aluno tem de ler realmente o que está escrito”; Explicamos como [...]”; “Pedi pra que eles fizessem a contagem dos graus da escala para assim descobrirem [...]”; “Pedi para praticarem”; “Em dado momento da aula, pedi pra que um aluno fizesse o primeiro compasso e, outro aluno, o segundo compasso; e, assim por diante”; “O propósito foi analisar a concentração dos mesmos na leitura musical”; “Disse que a música deve estar na cabeça pra depois vir para os dedos. Por essa razão, damos tanta ênfase ao solfejo, à leitura rítmica e à leitura métrica”; “Isso é uma construção diária que deve ser associada à prática instrumental”. “Concluímos assim nossa sequência de aulas com resultado satisfatório, vendo que a construção do conhecimento técnico instrumental é consolidado com o tempo, com muita prática; e, acima de tudo, com muita determinação”.

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C – FOTOS DA TURMA Foto 1 – Aluno Bernado Celestino Pimentel

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Fonte: Arquivo do pesquisador/professor

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Foto 2 – Aluna Jesilda Pires Rocha e professor/pesquisador

Fonte: Arquivo do pesquisador/professor

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Fotot 3 – José Soares e professor/pesquisador

Fonte: Arquivo do pesquisador/professor

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Foto 4 – Aluna Eliane de Medeiros

Fonte: Arquivo do pesquisador/professor

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Foto 5 - Bernardo Celestino Pimentel, professor/pesquisador e

Eliane de Medeiros

Fonte: Arquivo do pesquisador/professor

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Foto 6 - Bernardo Celestino Pimentel e Eliane de Medeiros

Fonte: Arquivo do pesquisador/professor

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Foto 7 – Alunos tocando em conjunto

Fonte: Arquivo do professor/pesquisador

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Estaversãofoirevisadaeaprovadapelo(a)orientador(a),sendoaceite,pelaCoordenaçãodeLicenciaturaemMúsica,comoversãofinalválidapara

depósitonoRepositóriodeMonografiasdaUFRN.

____________________________DaniloCesarGuanaisdeOliveira

CoordenadordeLicenciaturaemMúsica