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O ENEM COMO REFERENCIAL PARA A INTEGRAÇÃO CURRICULAR POR COMPETÊNCIAS 1 SOUZA, Ana Paula - UNIVALI 2 [email protected] Yára Christina Cesário Pereira, UNIVALI 3 [email protected] Área Temática: Práticas e Estágios nas Licenciaturas. Agência Financiadora: Não contou com financiamento Resumo Esta pesquisa teve por intenção perceber como a proposta do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), enquanto política pública tem se efetivado nas salas de aula e de que maneira pode influenciar na reorganização dos currículos escolares. O foco das constatações, foram às intervenções pedagógicas ao longo da disciplina Estágio Supervisionado: Pesquisa da Prática Pedagógica do 7° período do Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura da Universidade do Vale do Itajaí -Univali, com 20 alunos do 2º Ano do Ensino Médio Noturno da E. E. B. Nereu Ramos, Itajaí (SC). O ENEM com o intuito de propor mudanças no paradigma do ensino a partir de mudanças no modelo curricular, muda o foco da ação docente do ensino para a aprendizagem baseada em competências e habilidades que necessitam ser desenvolvidas como instrumento de leitura das situações problemas impostas pelo mundo moderno. Como instrumento para essa mudança, institui-se uma lógica de organização curricular, que busca um currículo mais integrador mobilizando diferentes saberes e fazeres docentes. Utilizamos a prática pedagógica relacional, que permite a integração curricular, como metodologia para as intervenções, já que essa possibilita a construção do conhecimento através de diferentes saberes e fazeres, utilizando atividades de ensino estruturadas como situações problemas para que os alunos reconhecessem a biologia como um fazer humano, histórico, social, político, econômico,cultural, religioso e tecnológico. Diante desse contexto podemos afirmar que: a educação é o espaço para a mobilização de habilidades e competências, à medida que esse espaço, permite aos sujeitos nele inserido, um diálogo constante, uma construção e re(construção), seja do saber comum ou saber científico. Palavras-chave: Currículo. ENEM. Integração curricular e formação de professores. Introdução 1 Artigo apresentado como requisito para a disciplina Estágio Supervisionado: Pesquisa da Prática Pedagógica – 7º Período, do Núcleo das Licenciaturas da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. 2 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas Licenciatura. 3 Docente do CTTMar e Pesquisadora do Mestrado em Educação UNIVALI. Profª Orientadora dos Estágios Supervisionados.

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O ENEM COMO REFERENCIAL PARA A INTEGRAÇÃO

CURRICULAR POR COMPETÊNCIAS 1

SOUZA, Ana Paula - UNIVALI 2 [email protected]

Yára Christina Cesário Pereira, UNIVALI3 [email protected]

Área Temática: Práticas e Estágios nas Licenciaturas.

Agência Financiadora: Não contou com financiamento

Resumo Esta pesquisa teve por intenção perceber como a proposta do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), enquanto política pública tem se efetivado nas salas de aula e de que maneira pode influenciar na reorganização dos currículos escolares. O foco das constatações, foram às intervenções pedagógicas ao longo da disciplina Estágio Supervisionado: Pesquisa da Prática Pedagógica do 7° período do Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura da Universidade do Vale do Itajaí -Univali, com 20 alunos do 2º Ano do Ensino Médio Noturno da E. E. B. Nereu Ramos, Itajaí (SC). O ENEM com o intuito de propor mudanças no paradigma do ensino a partir de mudanças no modelo curricular, muda o foco da ação docente do ensino para a aprendizagem baseada em competências e habilidades que necessitam ser desenvolvidas como instrumento de leitura das situações problemas impostas pelo mundo moderno. Como instrumento para essa mudança, institui-se uma lógica de organização curricular, que busca um currículo mais integrador mobilizando diferentes saberes e fazeres docentes. Utilizamos a prática pedagógica relacional, que permite a integração curricular, como metodologia para as intervenções, já que essa possibilita a construção do conhecimento através de diferentes saberes e fazeres, utilizando atividades de ensino estruturadas como situações problemas para que os alunos reconhecessem a biologia como um fazer humano, histórico, social, político, econômico,cultural, religioso e tecnológico. Diante desse contexto podemos afirmar que: a educação é o espaço para a mobilização de habilidades e competências, à medida que esse espaço, permite aos sujeitos nele inserido, um diálogo constante, uma construção e re(construção), seja do saber comum ou saber científico. Palavras-chave: Currículo. ENEM. Integração curricular e formação de professores.

Introdução 1 Artigo apresentado como requisito para a disciplina Estágio Supervisionado: Pesquisa da Prática Pedagógica – 7º Período, do Núcleo das Licenciaturas da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. 2 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas Licenciatura. 3 Docente do CTTMar e Pesquisadora do Mestrado em Educação UNIVALI. Profª Orientadora dos Estágios Supervisionados.

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Para o filósofo Kant4, cujas idéias são aplicáveis à realidade dos nossos dias, “o

homem só se torna homem pela educação” (NISKIER, 1935). A constituição do sistema

educativo é resultado consciente ou inconsciente do significado que se atribui à educação, e as

representações que temos sobre o ensino, são resultados de nossas experiências e vivências

enquanto sujeitos bem como, sujeitos da docência.

Historicamente, a escola, foi marcada por uma organização curricular linear que

privilegia as especificidades das áreas dos conhecimentos, de forma que a transmissão dos

conteúdos tem sido mais importante do que o desenvolvimento de competências e

habilidades. Neste artigo, competência é entendida como [...] “a faculdade de mobilizar um

conjunto de recursos cognitivos - como saberes, habilidades e informações - para solucionar

com pertinência e eficácia uma série de situações” (PERRENOUD, 1999, p.07).

No Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), a noção de competências e

habilidades que permeiam o referencial teórico, são assim concebidas: “competências são as

modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos para

estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos

conhecer. As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano

imediato do “saber fazer”. Por meio das ações e operações, as habilidades aperfeiçoam-se e

articulam-se, possibilitando nova reorganização das competências” (BRASIL, Documento

Básico, 2000, p.05)

Para Beane (2002, p.51), a abordagem do currículo por disciplinas carrega o legado do

humanismo clássico5 ao estilo ocidental, que vê o mundo em compartimentos divididos.

O processo educativo desenvolvido sob uma visão de mundo fragmentada,

compartimentalizada que acaba privilegiando uma organização curricular apenas disciplinar,

não consegue atender a formação a que se propõe o ensino médio, de acordo com Santos

(2006), a fim de superar o humanismo clássico, vigente no sistema de ensino:

4 O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) pensou e estabeleceu a educação de um modo cosmopolita - há um conflito permanente entre as disposições humanas e aquelas impostas pela natureza. A educação, deve ser de tal forma que o homem seja: a) disciplinado; b) torne-se culto; c) torne-se prudente ou que adquira civilidade; e d) moralize-se. Afirma Kant (2002, p.106): “Deve-se orientar o jovem à humanidade no trato com os outros, aos sentimentos cosmopolitas. Em nossa alma há qualquer coisa que chamamos de interesse: 1. por nós próprios; 2. por aqueles que conosco cresceram; e, por fim, 3. pelo bem universal. É preciso fazer que os jovens conheçam este interesse e possam por ele se animar”. 5 O humanismo é o nome do pensamento que tem como fundamento de sua doutrina uma determinação da essência do homem. No século passado essa idéia foi reforçada pelas teorias da psicologia de que a mente é como um “músculo compartimentado, cujas partes deveriam ser exercitadas separadamente por disciplinas particulares” (Kliebard 1984 apud Beane 2002.).

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O Ensino Médio propõe uma educação centrada no domínio de competências necessárias à preparação do indivíduo enquanto cidadão da sociedade atual. Uma educação que fortaleça os laços existentes entre as diversas áreas do conhecimento e supere a fragmentação dos conteúdos, atribuindo sentido e aplicabilidade através de uma metodologia interdisciplinar e contextualizada; além do aprofundamento das aprendizagens construídas no ensino fundamental e da preparação geral básica para o trabalho. (p. 01)

Nessa perspectiva, a função social que se atribui ao ensino estará relacionada com uma

determinada visão de mundo, a qual anuncia o tipo de ser humano que se quer formar e para

qual modelo de sociedade.

A história da educação no mundo ocidental demonstra que o currículo escolar, foi

organizado, de maneira a atender aos “alunos” de acordo com a classe social à qual

pertenciam. Fica claro então, que as relações sociais e políticas que permeiam a elaboração

dos currículos escolares, de maneira consciente ou não, privilegiam o modelo social e o

projeto econômico vigente.

Nesse sentido, a sociedade é fator determinante, pois é ela quem define o ideal de

cidadão em consonância com os valores estabelecidos. Nossa sociedade está em constante

transformação tecnológica e científica, num acelerado processo de “conhecer”. Esse processo

de conhecer e as transformações ocorridas têm provocado profundas alterações, tanto no

âmbito social como no “processo produtivo que se intelectualizou e tecnologizou”, de acordo

com Santos (2002), o que tem exigido um novo perfil profissional, um sujeito dotado de

diferentes competências e habilidades.

Contudo, o modelo curricular linear vigente, em nosso sistema de ensino, não é

suficiente para responder algumas das questões contemporâneas como: Como tornar o ensino

de Biologia mais interessante sem perder a cientificidade? Qual Biologia necessita ser

ensinada e aprendida? Para qual sociedade? Que tipos de professores estão sendo formados?

Quem é esse profissional? Qual o perfil do ser humano que estamos, que desejamos e que

precisamos “formar”?

A resposta a essas questões tem relação estreita e direta com o perfil profissional que o

modelo curricular proposto por nós, pressupõe.

Devido à ênfase e importância com que tem sido tratado o enfoque de competências e

habilidades no campo educacional, tendo como foco uma formação que prepare o sujeito para

o exercício da cidadania e para o mundo do trabalho, precisa haver uma transição de lógica

organizacional curricular: da linearidade para a integração curricular.

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Na tentativa de mudança dessa organização curricular são elaborados e socializados

em 1998, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) que

apresentam como eixo central à reorganização curricular baseada na integração de diferentes

saberes, via interdisciplinaridade6 e contextualização. Essa perspectiva está contemplada nos

documentos oficiais (PCNs) que apostam em um ensino mais geral, polivalente e flexível,

propondo um currículo dividido em três áreas Linguagens, Códigos e suas Tecnologias,

Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas

Tecnologias, abrangendo disciplinas entendidas como mais afins entre si.

Um das possibilidades de materialização de um ensino a partir da integração dos

conteúdos escolares foi posta, pelo ENEM estruturado em 1998. Organizado a partir de uma

matriz de cinco competências, consideradas essenciais ao desenvolvimento e preparo dos

alunos para enfrentar as exigências do mundo contemporâneo.

As cinco competências são: dominar linguagens, compreender fenômenos, enfrentar

situações problemas, construir argumentações e elaborar propostas - são exploradas em

diversos domínios do conhecimento humano, os quais atendem as demandas de uma

pluralidade de profissões presentes no mundo contemporâneo e favorecem o

desenvolvimento, diversificadas formas de atuação social (TORRES, 2002).

Essas competências levam em consideração o que parece ser o perfil do sujeito do

século XXI, que Nicolaci-da-Costa (2004), percebe como aquele que: tem prazer em tudo que

faz on line; faz diversas coisas ao mesmo tempo; é ágil e está em constante movimento; por

meio da escrita habita vários espaços, nos quais tem acesso a diferentes realidades e pode se

apresentar com identidades e características diferenciadas e construir diferentes narrativas

sobre si mesmo; tem a si mesmo como a única fonte de integração possível - resultado das

múltiplas exposições e retornos nos múltiplos espaços, realidades e experiências em que se

expõe e torna-se cada vez mais singular e auto-referido; é flexível, adaptável, inquieto, ávido

de novas experiências e conhece poucos limites para seus desejos.

6 O termo interdisciplinaridade é repleto de significados, de apostas epistemológicas. FAZENDA (1993) compreende que a interdisciplinaridade é um processo dialético de superação de paradoxos (onde o novo torna-se velho e o velho torna-se novo). Exigindo parceria pois, é através dela que se estabelece o diálogo permanente. E ocorre em sala de aula à medida que se é re(significado) o que temos instituído em termos de relação professor-aluno.

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E esse mesmo sujeito que apresenta essas características, tem quatro grandes desafios

a aprender: aprender a conhecer, aprender a ser, aprender a fazer e aprender a conviver

(DELORS, 1999).

Para avaliação das competências o ENEM estabeleceu um conjunto de 21 (vinte e

uma) habilidades7, que expressam como os alunos podem resolver as situações problemas que

lhes são impostas no cotidiano e que exigem mobilização de diferentes domínios do

conhecimento.

A efetivação do ENEM no cenário educacional brasileiro, seus pressupostos teóricos,

sua concepção metodológica e seu eixo de estruturação, revelam e reforçam que sua

implementação está diretamente relacionada, com uma mudança de paradigma que se fez

necessária (ou pela influência do mundo do trabalho) no campo da educação, em direção a

uma maior qualificação dos sujeitos, (im)posta pelas exigências do mercado de trabalho.

Kuhn (1987, p.13) considera ‘paradigma’ como as realizações científicas

universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções

modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência. Segundo Morin (2001 apud Murta 2004,) a questão paradigmática vai além das

questões epistemológicas, já que envolve o questionamento dos quadros gnoseológicos

(pensamento da realidade) e ontológicos (natureza da realidade), já que esses se referem aos

princípios que regem os fenômenos e os pensamentos. O paradigma da complexidade é o que

se opõe ao paradigma da simplificação, à medida que considera a pluralidade e a própria

complexidade sobre a qual se relacionam e se regem os sistemas físicos, biológicos e

antropossociológicos. Para o autor, o pensamento complexo é aquele capaz de reintegrar os

conhecimentos dispersos numa visão global da realidade (p.25).

Sintetizando, pode-se afirmar que há uma mudança na lógica de organização

curricular. O foco agora é a aprendizagem e não o ensino. E, isso implica no desenvolvimento

de um currículo integrado, e, portanto, na mobilização de diferentes saberes e fazeres

docentes.

Integração Curricular: uma proposta-ação

7 Ver: _______. Ministério da Educação. Secretaria da Educação, Mídia e Tecnologia - Parâmetros Curriculares Nacionais/PNS + .Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais, 2003. _______. Ministério da Educação. Diretoria de Avaliação para Certificação de Competências – DACC, 2002.

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Vivemos tempos de sucessão, de certezas e incertezas face ao futuro. Assim, a vida

está repleta de situações problemas que nos desafiam, nos inquietam e nos instigam. [...]

Preparar nossos alunos para o enfrentamento dessa realidade implica, portanto, superar o

modelo tradicionalista de ensino calcado na transmissão e memorização de conteúdos (Torres,

2002), [...] para um ensino que permita o desenvolvimento de competências e habilidades que

se aplicam e sejam mobilizadas, nas diferentes circunstâncias.

Segundo o autor (ibid. p.36) as situações problemas presentificam-se dentro de um

determinado recorte de tempo e espaço, colocando-nos desafios a serem superados. Na nossa

vida cotidiana elas comparecem continuamente exigindo-nos a mobilização de certos recursos

para seu enfrentamento e resolução, quer seja no âmbito de nossas relações sociais, pessoais

ou afetivos, quer seja na realização de tarefas profissionais ou de outra natureza qualquer.

São situações diversas em relação às quais necessitamos assumir posições e tomar

decisões que nos ajudem a resolvê-las e superá-las. Para enfrentá-las torna-se necessário ainda

saber como agir diante delas, relacionando ações ou procedimentos, mobilizando

competências e habilidades.

Num currículo multidisciplinar os alunos recebem informações incompletas e têm uma

visão fragmentada e deformada do mundo. No currículo interdisciplinar as informações, as

percepções e os conceitos compõem uma totalidade de significação completa e o mundo já

não é visto como um quebra cabeça desmontado (ANDRADE, 1995)8

Morin (2001) apud Murta (2004) questiona a fragmentação do currículo moderno e

insiste na necessidade de integrar os conhecimentos. O retalhamento das disciplinas torna

impossível aprender as questões multidimensionais que se enfrenta na compreensão do

mundo.

Abordar o conhecimento inserido em uma perspectiva de totalidade ou complexidade

exige uma prática docente que privilegie estratégias e procedimentos integradores e que

contemplem além do conhecimento científico, outros sabres e informações sócio-culturais.

8 ANDRADE (1995, p.2) define os dois tipos de composição curricular: a) Multidisciplinar-modelo fragmentado em que há justaposição de disciplinas diversas, sem relação aparente entre si; b) Interdisciplinar - com nova concepção de divisão do saber, frisando a interdependência, a interação, a comunicação existente entre as disciplinas e buscando a integração do conhecimento num todo harmônico e significativo.

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Nessa perspectiva, assumimos o eixo metodológico do ENEM à medida que

decidimos desenvolver em sala de aula, estratégias de ensino e aprendizagem a partir da

resolução de situações problemas, as quais estiveram pautadas em uma integração curricular,

que levaram em conta as seguintes dimensões:

Ilustração 1: Concepção de integração curricular, propondo que o conhecimento integra-se em 04 diferentes dimensões: conhecimento pessoal, conhecimento social, conhecimento explicativo e conhecimento técnico.

Fonte: Beane (2002)

Os conteúdos escolares não devem encerrar-se em si mesmos, mas apresentarem

importância significativa quando explicitados de forma relacionada com as demais áreas do

conhecimento e com a realidade (Santos, 2006). As relações políticas e sociais permeiam a

elaboração e o desenvolvimento do currículo escolar. Nesse sentido, é necessário que o

professor conheça o perfil do sujeito, com o qual desenvolverá o seu fazer-docente.

Na disciplina de Estágio Supervisionado: Pesquisa da Prática Pedagógica (7º período)

desenvolvemos o nosso fazer-docente na Escola de Educação Básica Nereu Ramos, junto à

turma de 2º ano do Ensino Médio Noturno, que totalizava 20 alunos. Na tentativa de realizar

uma prática pedagógica relacional, que por intermédio da integração curricular, possibilitasse

a construção do conhecimento via integração dos diferentes saberes, utilizamos como

metodologia, atividades de ensino estruturadas a partir de situações problemas.

Conhecimento pessoal

Conhecimento social

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A adoção de tal postura metodológica levou em consideração de que o simples fato do

ensino acontecer no período noturno lhe dá certa especificidade (perfil dos alunos e

professores) o que exige um tratamento diferenciado (Santos, 2006, p. 05).

O currículo do Ensino Médio, considerando-se a diversidade de áreas do

conhecimento, o processo de ensino-aprendizagem implica uma abordagem teórico-

metodológica que considera a interdependência das dimensões científica, artística e filosófica,

nos conteúdos de cada uma das doze disciplinas desse nível de ensino. O que pressupõe um

diálogo entre as disciplinas da matriz curricular.

A resolução CNE nº 15/98 instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino

Médio, organizando as áreas do conhecimento e orientando a promoção de valores como a

sensibilidade e a solidariedade, atributos da cidadania. Para tanto, sugere que as estratégias de

ensino devam organizar os conhecimentos das diferentes áreas em um diálogo permanente, de

forma contextualizada, aproveitando as relações entre os conteúdos para dar significado aos

contextos. No que se refere ao ensino de Biologia, as diretrizes apontam como objeto de

estudo o fenômeno da vida em toda sua diversidade de manifestações, incluindo a análise das

implicações sociais e ambientais do desenvolvimento tecnológico e da ciência (CECCON,

2008, p. 01)

As reflexões acima orientaram a organização metodológica das ações desenvolvidas

durante as intervenções. Anteriormente, foi realizado um momento de reconhecimento do

ambiente escolar e do perfil dos alunos. As ações e atividades foram inicialmente planejadas

para compor 40 h/a de intervenção na escola: 04 h/a de Observação; 32 h/a de Regência de

Classe e 04 h/a para a realização do simulado, porém, em função da dinâmica escolar

(Conselho de Classe antecipado, prolongamento de feriados, posicionamento dos professores

quanto ao número de h/a destinados ao estágio) acarretou a diminuição das aulas previstas

para 25 h/a.

A partir das concepções apresentadas anteriormente e dos dados que dispúnhamos

sobre os alunos, elaboramos um Plano de Ensino com o objetivo geral que os alunos

reconhecessem a Biologia como um fazer humano e, portanto, histórico, fruto da conjunção

de fatores sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos e tecnológicos, tendo a Ecologia

como eixo integrador.

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TEMÁTICA: SERES VIVOS E RELAÇÃO ECOLÓGICA - 25 h/ a Objetivo Geral: Compreender a diversidade biológica, através da identificação das características morfológicas e fisiológicas dos seres vivos, reconhecendo e comparando evolutivamente seus níveis de organização e adaptação, com o meio que habitam e a função ecológica que desempenham.

Objetivos de Aprendizagem Conteúdos Estratégias Avaliação -Compreender a diversidade biológica dos seres vivos a partir da relação que estabelecem com o ambiente; -Reconhecer os aspectos morfológicos e reprodutivos de cada filo; -Relacionar a morfologia com a adaptação evolutiva; -Identificar as relações ecológicas, como elas ocorrem e qual a sua implicação.

Evolução e Origem da Vida • DNA

Ciclos de Matéria e Energia • Reino Monera • Reino Fungi • Reino Protista • Reino Plantae

Mecanismos de utilização da energia

• Fotossíntese • Respiração • Níveis Energéticos

(teia e cadeia alimentar)

Aula Expositiva e Dialogada Tempestade Cerebral Atividade de Ensino • Filho de Peixe,

peixinho é • A árvore da vida • DNA: o banco de

dados da vida. • Aula Prática:

Extração de DNA • Resolução de

situações problemas

• Questões objetivas e discursivas do ENEM

Instrumentos: Atividade de Ensino Construções Coletivas Resolução de Situações Problemas. Critérios: Argumentação contextualizada; lógica na argumentação; coerência e coesão gramatical, consistência teórica, pensamento argumentativo, relações conceituais justificadas.

As atividades desenvolvidas objetivaram que os alunos mobilizassem diferentes

competências e habilidades para resolvê-las, à medida que as situações problemas propostas

exigiam saberes de diversas áreas do conhecimento uma vez que, os seres humanos não

vivem todos as mesmas situações, e, por isso mesmo, desenvolvem competências adaptadas a

seu mundo.

Se, algumas dessas competências e habilidades se desenvolvem no espaço escolar, o

desenvolvimento e a mobilização das mesmas, precisa ser mediado. Abraham (2001)

apresenta diferentes contextos, que diferentes competências necessitam ser mobilizadas, para

que as situações problemas apresentadas, possam ser resolvidas:

Saber orientar-se em uma cidade desconhecida mobiliza as capacidades de ler um mapa, localizar-se, pedir informações ou conselhos; e os seguintes saberes: ter noção de escala, elementos da topografia ou referências geográficas. Saber curar uma criança doente mobiliza as capacidades de observar sinais fisiológicos, medir a temperatura, administrar um medicamento; e os seguintes saberes: identificar patologias e sintomas, primeiros socorros, terapias, os riscos, os remédios, os serviços médicos e farmacêuticos e Saber votar de acordo com seus interesses mobiliza as capacidades de saber se informar, preencher a cédula; e os seguintes saberes: instituições políticas, processo de eleição, candidatos, partidos, programas políticos, políticas democráticas, etc. (p. 03).

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Moraes apud Ceccon 2008, afirma que a aplicação de atividades em que o aluno

participe de maneira mais ativa na construção do seu conhecimento, não apenas usando o lado

racional, mas também seus talentos, suas intuições, suas sensações e emoções; contribui não

somente no processo de aprendizagem, mas também no resgate do ser humano e colaborarão

ainda para a busca de novas formas de pensar e compreender o mundo.

Portanto, estabelecer na escola estratégias metodológicas com a mediação do processo

de ensino aprendizagem através de situações problemas, implica em adotar duas medidas, de

acordo com Zaballa (1999):

Em primeiro lugar, prover o estudante da capacidade de diferenciação dos instrumentos conceituais ou procedimentais necessários para atender às necessidades de resposta diante dos problemas da realidade, ou seja, a capacidade de reconhecer quais são os instrumentos disciplinares que ajudam a resolver o problema. E, em segundo lugar, aprender a relacionar os conteúdos de maneira conjunta ou integrada, sejam potencializadas as capacidades explicativas de cada um deles (p. 79).

Assumir então, o currículo numa perspectiva de complexidade implica a busca de

formas alternativas de organização da prática escola, segundo Murta, (2004, p.25):

a) Formas de organizar os tempos e os espaços de aprendizagem na escola mais adequadas aos processos relacionais e investigativos que o pensamento complexo exige;

b) Estratégias mais abertas, articuladas e criativas de construção do conhecimento;

c) Definição de formas mais democráticas e participativas na regulação das relações de convivência na escola;

d) Ampliação dos espaços de integração da vida da escola na vida da cidade e do planeta, com ênfase no protagonismo social de alunos e professores;

e) Construção de parâmetros de avaliação mais processuais e participativos.

Praticar a interdisciplinaridade nas aulas de Biologia, por intermédio de um currículo

integrado não significa negar a especificidade desta área do conhecimento, mas sim romper

com a concepção fragmentada, e praticar a re(ligação) dos saberes. Praticar a re(ligação) dos

saberes é praticar uma educação dialógica, à medida que se pode aprender a conectar a parte e

o todo, o texto e o contexto, o global e o local, a cultura das humanidades e a cultura

científica.

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Quanto às ações previstas para este estágio, foi realizado ao final das intervenções um

simulado e uma Visita técnica ao Santuário Rã-bugio em Guaramirm (SC), com o objetivo de

vivenciar o processo de apropriação de conhecimento científico e de elaboração de atividades

de ensino em espaços diferenciados e com grande potencial formativo.

Sínteses Provisórias na contribuição de um outro ensino possível

Educar é preparar para mudança. Para tanto é preciso sonhar, acreditar e ousar.

(Paulo Freire) As mudanças ocorridas no mundo do trabalho têm trazido à agenda político-

pedagógico novas demandas de formação humana, nesse sentido a indagação imposta é: a

Proposta Curricular que se tem para o Ensino Médio atualmente, responde as mudanças

ocorridas, e a formação necessária para enfrentar essas mudanças?

O enfrentamento dos desafios, na instituição escola, se dá por meio do currículo que

não é um elemento inocente e neutro de transmissão desinteressada do conhecimento social

(...) transmite visões particulares e interessadas (...) produz identidades individuais e sociais

particulares.(...) não é um elemento transcendente e atemporal. Ele tem uma organização,

vinculada a formas específicas e contingentes de organização da sociedade e da educação

(Moreira & Silva, 1995).

Currículo como instrumento

que prioriza a produção

coletiva

Escola como espaço de

transformação

Cidadania

Ilustração 2: O currículo concebido e entendido como produção histórica vinculada ao processo de construção do conhecimento e a escola, como espaço onde se reelabora o conhecimento escolar que

produzirá a transformação social, coletiva, democrática, mesmo para os que estão fora dela. Fonte: Adaptado de PP, CAU, 2005, p. 20.

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No Ensino Médio, o currículo atual pode assumir um papel dual, à medida que está

voltado a dois objetivos diferentes: formar o jovem para o mercado de trabalho -

O alcance desses objetivos acredita se que se da através de um currículo integrado, o

qual envolve quatro aspectos principais, segundo Beane (2002): a integração das experiências,

a integração social, a integração do conhecimento e a integração como uma concepção

curricular, que se articulam entre si, o que permite que o currículo se organize e se desenvolva

em torno de questões e problemas que são de significado pessoal e social no mundo real.

Nessa perspectiva acredita-se que a proposição de um currículo integrado permite o

alcance de diferentes objetivos educacionais, à medida que as diferentes disciplinas e seus

conteúdos relacionam-se entre si de maneira profunda, unindo o todo e a parte, à medida que

a abordagem de um assunto implica na mobilização de diferentes saberes, que teoricamente

pertenceriam à outra área do conhecimento.

Ilustração 3: O currículo proposto como uma matriz interativa e integradora. A integração permite ao professor elaborar atividades a partir de uma dimensão relacional. A cor amarela

corresponde a temática do trabalho e tópicos, a cor salmão corresponde aos objetivos e estratégias e a cor verde aos conceitos chave e noção. Sua utilização permite a integração de

diferentes abordagens conceituais Fonte: SEED-PR (2002)

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Em sala de aula, a efetivação desse currículo se dá, à medida que uma abordagem

pedagógica relacional é desenvolvida, de maneira que o todo e a parte, são abordados de

forma integradora, problematizada e contextualizada. Nesse contexto, o aluno é entendido

como sujeito ativo de seu processo de aprender à medida que é capaz de elaborar hipóteses,

interpretar dados e fatos, propor soluções, enfim mobilizar diferentes saberes, competências e

habilidades na tentativa de responder aos desafios que lhe são impostos profissionalmente,

cotidianamente, etc.

No curso de formação inicial, percebemos que, assim como a ciência, o ser professor

não se é ensinado, mas sim aprendido. Aprende-se fazendo e refletindo, criando e re (criando)

muito além da condição professor, trata-se da condição humana.

Sonhar, acreditar e ousar são condições humanas e essenciais para o sujeito da

docência e para aqueles que acreditam e propõem transformações para o cenário mundial. Não

há educação isenta de disciplina, currículo e interdisciplinaridade. Há saberes populares,

saberes práticos e saberes científicos, mas acima de tudo saber ser e saber fazer que se

concretizam com a mobilização de diferentes habilidades e competências.

Diante desse contexto podemos afirmar que: a educação é o espaço para a mobilização

de habilidades e competências, à medida que esse espaço, permite aos sujeitos nele inserido,

um diálogo constante, uma construção e re(construção), seja do saber comum ou saber

científico.

Por acreditarmos na educação, como um agente promotor de mudança social,

desenvolver na escola, uma prática docente interdisciplinar a partir de um currículo

integrado, que considera, a dimensão relacional, que existe em todos os fazeres e saberes

humanos, no desenvolvimento do nosso Estágio Supervisionado: Pesquisa da Prática

Pedagógica, e na construção de nossa identidade docente, adotamos a abordagem relacional

como estratégia metodológica de ensino.

Para alcançarmos os objetivos propostos, enquanto sujeitos da docência precisamos

mobilizar diferentes saberes, que segundo Gauthier et al (1998), Tardif, Lessard e Lahaye

(1991) apud Cunha (2009) os professores utilizam os seguintes saberes: os saberes

disciplinares, os saberes curriculares, os saberes das ciências da educação, os saberes da

tradição pedagógica, os saberes experienciais e os saberes da ação pedagógica. Segundo,

Tardif (2002):

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[...] um professor de profissão não é somente alguém que aplica conhecimentos produzidos por outros, não é somente um agente determinado por mecanismos sociais: é um ator no sentido forte do termo, isto é, um sujeito que assume sua prática a partir dos significados que ele mesmo lhe dá, um sujeito que possui conhecimentos e um saber-fazer provenientes de sua própria atividade e a partir dos quais ele a estrutura e a orienta [...]

Entende se que a abordagem relacional, por ser uma estratégia educacional que se

fundamenta no estudo das relações, permite que os saber científico sejam transpostos, em

saber escolar, sem que percam sua cientificidade, aproximando-se do cotidiano do aluno, e

despertando-lhe maior interesse pelo processo de aprender, “apostamos” nesse tipo de prática

pedagógica.

Prática essa, que permite aos alunos e professores, reconhecerem-se enquanto sujeitos

de um processo que é interativo e se estabelece a partir de diferentes relações, as quais nos

possibilitam ser e viver, a partir do conhecer. Ser e viver, saber e conhecer, sonhar e ousar,

querer e mudar, não se dá através de um caminho linear, mas em um caminho de múltiplas

escolhas e ações.

Uma educação que possibilite integrar o conhecimento, desenvolver competências e

habilidades, precisa ser capaz de [...] alimentar o conhecimento com a reflexão; alimentar a

reflexão com o conhecimento (EDGAR MORIN) [...] que o currículo integrado concebe e

permite realizar ... quem sabe muito além do integrar o necessário não seja ousar?

REFERÊNCIAS

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