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O EMPREGO DA GEOINTELIGÊNCIA EM BENEFÍCIO DO EXÉRCITO BRASILEIRO ESCOLA DE COMANDO E ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO Maj Inf JOSÉ MAURO DE MOURA ALVES JÚNIOR Rio de Janeiro 2018

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O EMPREGO DA GEOINTELIGÊNCIA EM BENEFÍCIO DO

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESCOLA DE COMANDO E ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO

Maj Inf JOSÉ MAURO DE MOURA ALVES JÚNIOR

Rio de Janeiro

2018

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Maj Inf JOSÉ MAURO DE MOURA ALVES JÚNIOR

O emprego da Geointeligência em benefício do

Exército Brasileiro

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Escola de Comando e

Estado-Maior do Exército, como requisito

parcial para a obtenção do título de

Especialista em Ciências Militares.

Orientador: Ten Cel Art ÂNGELO DE OLIVEIRA ALVES

Rio de Janeiro

2018

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A447e Moura Alves Júnior, José Mauro de

O emprego da Geointeligência em benefício do Exército Brasileiro. / José Mauro

de Moura Alves Júnior. 一2018.

100 f. : il. ; 30 cm. Orientação: Ângelo de Oliveira Alves

Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ciências Militares)一Escola

de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2018. Bibliografia: f. 98-100. 1. Geointeligência. 2. Consciência Situacional. 3. Inovações 4. Conhecimentos. 5.

Geoinformação. 6. Inteligência de Imagens (IMINT). I. Título.

CDD 355

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Maj Inf JOSÉ MAURO DE MOURA ALVES JÚNIOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Ciências Militares.

Aprovado em _____ de_______________ de __________.

COMISSÃO AVALIADORA

______________________________________________

ÂNGELO DE OLIVEIRA ALVES - Ten Cel Art - Presidente

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

____________________________________________

GIAN DERMÁRIO DA SILVA - Ten Cel Inf - 1º Membro

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

_________________________________________________

CLAUDIO GADELHA FERNANDES - Ten Cel Inf - 2º Membro

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

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Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.

Mahatma Gandhi

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me proporcionado saúde e tranquilidade nos momentos difíceis,

tendo me permitido seguir estudando e aprendendo a cada dia que passa,

protegendo e me guiando ao longo das jornadas nesta caminhada.

Ao meu orientador, Ten Cel Art Ângelo de Oliveira Alves, pelo modo profissional

e objetivo com que conduziu as constantes orientações ao longo da confecção

deste trabalho.

A Seção de Imagens e Geoinformação do Comando de Operações Terrestres,

especialmente ao 1º Ten Amauri, ao ST Soares, ao ST Branchi e ao 1º Sgt Arlem,

pelo constante e irrestrito apoio durante a confecção deste trabalho, contribuindo

de forma decisiva para seu sucesso com o fornecimento de valiosas fontes de

consulta e a inestimável experiência de seus integrantes.

Aos meus pais, por terem me educado com valores que certamente ajudaram a

moldar meu caráter militar.

A minha esposa Tatiana e minha filha Rafaela, pela alegria de poder conviver

com vocês todos os dias, pelo carinho, compreensão e incentivo de sempre.

Aos demais companheiros e instrutores da ECEME, pela camaradagem, pelo

alto grau de profissionalismo, de conhecimentos e de experiências transmitidas

durante o curso.

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Resumo

O desenvolvimento das tecnologias de informação proporcionou o

incremento de novas ferramentas na obtenção, na análise e na interpretação de

dados provenientes de diversas fontes de dados, contribuindo para a melhora

da consciência situacional dos comandantes dos diversos escalões.

Nesse enfoque, a Geointeligência (GEOINT) vem sendo introduzida no

Exército Brasileiro (EB), acompanhando a evolução da doutrina militar mundial

e a aplicação de novos conceitos oriundos principalmente das fontes

tecnológicas para a produção de conhecimentos.

Os diversos campos englobados pela GEOINT podem oferecer várias

oportunidades de aprimoramento, de integração do ciclo informacional e dos

conhecimentos produzidos para a Força Terrestre (F Ter), sendo fundamentais

para o cumprimento de missões de quaisquer tipos.

Embora ainda exista certo ceticismo sobre a atividade de GEOINT e sua

importância para o EB, geralmente devido ao desconhecimento de todas suas

potencialidades, a F Ter vem se preocupando em capacitar quadros, produzindo

massa crítica e facilitando o fluxo das informações e dos insumos.

Os avanços recentes na tecnologia computacional, os desenvolvimentos

de softwares e de sistemas globais de navegação, avançados links de dados e

sofisticados sensores, tornaram a aplicabilidade da atividade extremamente

diversificada, permitindo o surgimento de ferramentas propícias e a confecção

de produtos personalizados para os mais diferentes tipos de missões, podendo

proporcionar um forte efeito multiplicador de forças e reduzir o risco de perda de

capital humano em atividades perigosas.

Nesse sentido, o presente trabalho visa apresentar a importância da

utilização da GEOINT em benefício da F Ter, propondo algumas inovações

dentro do EB, devido ao seu estágio ainda embrionário, carecendo de

complementação doutrinária e maiores experimentações, visando assim

aumentar sua gama de utilização em prol da atividade militar.

Palavras-chave: Geointeligência, GEOINT, integração, conhecimentos,

tecnologia, inovações.

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Resumen

El desarrollo de las tecnologías de información proporcionó el incremento

de nuevas herramientas en la obtención, en el análisis y la interpretación de

datos provenientes de diversas fuentes de datos, contribuyendo para la mejora

de la conciencia situacional de los comandantes de los diversos escalones.

En este enfoque, la Geointeligencia (GEOINT) viene siendo introducida

en el Ejército Brasileño (EB), acompañando la evolución de la doctrina militar

mundial y la aplicación de nuevos conceptos oriundos principalmente de las

fuentes tecnológicas para la producción de conocimientos.

Los diversos campos englobados por GEOINT pueden ofrecer varias

oportunidades de mejora, de integración del ciclo informacional y de los

conocimientos producidos para la Fuerza Terrestre (F Ter), siendo

fundamentales para el cumplimiento de misiones de cualquier tipo.

Todavía existe cierto escepticismo sobre la actividad de GEOINT y su

importancia para el EB, generalmente debido al desconocimiento de todas sus

potencialidades, pero la F Ter se ha preocupado en capacitar sus cuadros,

produciendo masa crítica y facilitando el flujo de las informaciones y de los

insumos.

Los avances recientes en la tecnología computacional, los desarrollos de

softwares y de sistemas globales de navegación, avanzados links de datos y

sofisticados sensores, han hecho la aplicabilidad de la actividad

extremadamente diversificada, permitiendo el surgimiento de herramientas

propicias y la confección de productos personalizados para los más diferentes

tipos de misiones, pudiendo proporcionar un fuerte efecto multiplicador de

fuerzas y reducir el riesgo de pérdida de capital humano en actividades

peligrosas.

En este sentido, el presente trabajo pretende presentar la importancia de

la utilización de GEOINT en beneficio de la F Ter, proponiendo algunas

innovaciones dentro del EB, debido a su etapa aún embrionaria, carente de

complementación doctrinaria y mayores experimentaciones, con el objetivo de

aumentar su gama de utilización en la actividad militar.

Palabras clave: Geointeligencia, GEOINT, integración, conocimientos,

tecnología, innovaciones.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 9

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................ 11

1.2 OBJETIVOS ..................................................................................... 11

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................. 11

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................... 11

1.2.3 Hipóteses ........................................................................................ 11

1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ...................................................... 12

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................. 14

2.1 GEOINTELIGÊNCIA ........................................................................ 14

2.1.1 Sistema de Informações Geográficas .......................................... 19

2.2 GEOINTELIGÊNCIA EM PAÍSES DA AMÉRICA ............................ 21

2.2.1 Argentina ........................................................................................ 22

2.2.2 Paraguai .......................................................................................... 22

2.2.3 Guiana ............................................................................................. 23

2.2.4 Colômbia ......................................................................................... 23

2.2.5 Chile ................................................................................................ 23

2.2.6 Uruguai ............................................................................................ 24

2.2.7 Guatemala ....................................................................................... 25

3 METODOLOGIA .............................................................................. 26

3.1 TIPO DE PESQUISA ....................................................................... 26

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ................................................................ 26

3.3 COLETA DE DADOS ....................................................................... 27

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS .......................................................... 27

3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO ............................................................ 28

4 ANÁLISE DA GEOINT NA FORÇA TERRESTRE .......................... 29

4.1 Construção do conceito de GEOINT pelos EUA .............................. 29

4.2 Sistema de Imagens e Informações Geográficas do EB ................. 32

4.3 Utilização da Matriz SWOT sobre o SIMAGEX ................................ 38

4.3.1 Delimitação e caracterização do ambiente interno ..................... 38

4.3.2 Análise do ambiente interno ......................................................... 39

4.3.2.1 Pontos Fortes ................................................................................... 39

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4.3.2.2 Pontos Fracos .................................................................................. 40

4.3.3 Caracterização do Ambiente Externo .......................................... 40

4.3.3.1 Oportunidades .................................................................................. 40

4.3.3.2 Ameaças .......................................................................................... 41

4.3.4 Resumo da Matriz SWOT ............................................................... 42

5 UTILIZAÇÃO DA GEOINT NO EB .................................................. 43

5.1 Potencialidades da GEOINT no apoio à F Ter ................................. 43

5.1.2 Oportunidades da utilização da GEOINT no apoio à F Ter ........ 44

5.1.3 Vantagens do Emprego da GEOINFORMAÇÃO .......................... 47

5.1.4 Óbices para utilização da GEOINT no apoio à F Ter .................. 48

5.2 A contribuição do Departamento de Engenharia e Construção

(DEC) na aplicação da GEOINT ......................................................

49

5.3 A contribuição da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) na

aplicação da GEOINT ......................................................................

52

6 A INTELIGÊNCIA DE IMAGENS (IMINT) ....................................... 54

6.1 A Inteligência de Imagens no Brasil ................................................. 56

7 CONCLUSÃO .................................................................................. 66

7.1 Necessidades para aprimorar a atividade de GEOINT no EB ......... 67

7.2 O Departamento de Engenharia de Construção na GEOINT .......... 69

7.3 A Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) na GEOINT ..................... 70

7.4 Considerações Finais ....................................................................... 71

7.4.1 A importância para a transformação do EB ................................ 72

7.4.2 Os reflexos do uso do Sensoriamento Remoto .......................... 72

Anexo A ........................................................................................... 75

Anexo B ........................................................................................... 87

REFERÊNCIAS ............................................................................... 98

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1 INTRODUÇÃO

O Estado Brasileiro (EB) precisa preservar seus interesses e garantir sua

segurança em um cenário internacional competitivo e bastante dinâmico, no qual

as relações entre nações são regidas por frágeis acordos, cujo cumprimento não

pode ser garantido por nenhuma das partes (SENARCLENS, 1992), devendo

estar atento o que acontece em suas regiões de importância estratégica.

De acordo com a Estratégia Nacional de Defesa (END), o entorno

estratégico do Brasil compreende toda a região sul-americana, além do Atlântico

Sul e dos países da costa ocidental da África Ocidental, bem como a Antártica.

FIGURA 1 - Entorno Estratégico Brasileiro. Fonte: Moraes, 2016.

A América do Norte e a Europa também são importantes áreas de

interesse, sem esquecer que a proximidade do mar do Caribe impõe que se dê

crescente atenção a essa região, o que aumenta a importância do país utilizar

novas ferramentas e práticas nas ações de monitoramento da conjuntura

internacional, com foco especial nessas regiões, despertando o sentimento de

preocupação com as instabilidades desse entorno ou em áreas significativas

para o território brasileiro.

A extensão territorial de dimensões continentais, a baixa densidade

demográfica da região amazônica, as dificuldades de trafegabilidade e de

locomoção, a grande quantidade de recursos minerais, seu potencial

hidroenergético e a valiosa biodiversidade existente, exigem a efetiva e enérgica

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presença do Estado, que passa a buscar o emprego de soluções tecnológicas

que favoreçam a promoção do desenvolvimento e à integração de todo o

território nacional.

As fronteiras também demandam atenção especial na medida em que por

elas transitam pessoas, mercadorias e bens de toda ordem, integrando e

aproximando o país de seus vizinhos, ao mesmo tempo em que sua grande

capilaridade facilita a permeabilidade de ilícitos e de atividades criminosas

transnacionais, exigindo constante vigilância, atuação coordenada entre os

órgãos de defesa e os de segurança pública, atuações de operações

interagências e a estreita cooperação com os países diretamente envolvidos .

Nas últimas décadas, a tecnologia tem trazido novas possibilidades,

juntamente com a evolução da doutrina mundial, da doutrina militar brasileira e

da atividade de Inteligência. Assim, a tendência global é de ser realizados

aperfeiçoamentos na produção de conhecimentos de Inteligência1 baseados na

fonte de imagens e nas informações geográficas, utilizando a metodologia da

Geointeligência (GEOINT) em benefício da Força Terrestre (F Ter), pois, de

acordo com Claire (2016), possuir a melhor compreensão possível da geografia

física e humana de uma área é uma vantagem significativa para o planejamento

de operações militares e humanitárias, permitindo que melhores decisões sejam

tomadas antes de enviar pessoal ou tropas para uma determinada região.

Nesse diapasão, a Geointeligência pode contribuir sobremaneira para a

execução e para o levantamento das necessidades em todos os escalões da F

Ter, de modo a facilitar a efetivação e o cumprimento das legislações vigentes,

especialmente na área de defesa.

O Exército Brasileiro precisa estar atento ao que acontece nessas áreas

e nos principais focos de tensões mundiais, a fim de não ser surpreendido e nem

conduzido por ações de desinformação.

Diante disso, a Geointeligência tem papel destacado por utilizar fontes

que não possuem restrições legais e que possuem abrangência global, como os

satélites de imageamento de altíssima / alta resolução espacial, proporcionando

aos analistas de imagens e aos operadores de Geointeligência, a produção de

_______________

1 Conhecimentos de inteligência: informe, informação, apreciação e estimativa.

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conhecimentos de inteligência, por meio de documentos de inteligência, até o

nível apreciação.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA Diante deste quadro supracitado, foi verificado que a utilização da

Geointeligência é muito importante no nível estratégico, mas também pode ser

aplicada de modo muito útil nos níveis operacional e tático da área militar e para

os demais setores do Estado.

No contexto apresentado, surgiu o problema delimitado para o presente

estudo: de que maneira a utilização da Geointeligência e uma maior difusão de

seus produtos e de suas possibilidades poderiam beneficiar o preparo e o

emprego do Exército Brasileiro?

1.2 OBJETIVOS

Este trabalho apresenta um objetivo geral e três objetivos específicos, de

modo a nortear o caminho a ser desenvolvido.

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar se a utilização da Geointeligência pelo Exército Brasileiro

realmente pode contribuir para o aumento da operacionalidade da Força

Terrestre.

1.2.2 Objetivos Específicos

A fim de viabilizar a obtenção do objetivo geral de estudo, foram

formulados três objetivos específicos, de forma a encadear logicamente o

raciocínio descritivo apresentado neste trabalho:

a) Apresentar o diagnóstico da Geointeligência na Força Terrestre.

b) Verificar a utilização da GEOINT no EB.

c) Verificar o uso da Inteligência de Imagens (IMINT) no EB.

1.2.3 Hipóteses

A ausência de legislação específica sobre a atividade de observador

fotogramétrico tende a inibir a maior realização desta, bem como a necessidade

de uma maior produção de conhecimentos e a difusão dos produtos de GEOINT

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esbarram em uma grande dificuldade de obtenção de dados padronizados e no

armazenamento em banco de dados seguro dos conhecimentos necessários.

Desta forma, surgiu as seguintes hipóteses de pesquisa: a criação de uma

legislação atualizada sobre a atividade de observador fotogramétrico, levando

em consideração a evolução tecnológica dos meios de obtenção de dados e sua

realização não embarcada, e a criação de um banco de dados com gestão única,

bem como a consequente disponibilização padronizada dos dados e dos

conhecimentos, podem contribuir de maneira fundamental para maior alcance e

efetividade da atividade de GEOINT.

1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Cada vez mais se observa no mundo moderno a importância de conhecer,

de estudar e de analisar o ambiente informacional no qual o Brasil está inserido.

Dessa forma, este trabalho procurou contribuir para a evolução da doutrina

militar terrestre e para a operacionalidade do Exército Brasileiro ao produzir

novos conhecimentos em uma área carente de estudos relacionados ao contexto

nacional.

A pesquisa reveste-se de importância também, na medida em que as

prováveis mudanças doutrinárias afetas à implementação e a utilização da

Geointeligência em todas as fases do processo decisório, ou apenas em

algumas etapas, pode ampliar a consciência situacional do decisor, facilitando

que o estado final desejado em qualquer escalão seja atingido de forma mais

rápida e eficaz.

Conforme Lowenthal (1998), o emprego da GEOINT pode proporcionar

uma vantagem estratégica ao Brasil, pois possibilita a ampliação do

entendimento do que realmente acontece no país e no seu entorno estratégico,

contribuindo para que os interesses nacionais sejam alcançados.

Esses aspectos podem aumentar significativamente a capacidade de

planejamento do preparo e do emprego da F Ter, da possibilidade de emitir

alertas antecipados sobre situações que possam ameaçar a segurança do

Estado, como indícios de mobilização internacional, não cumprimento de

acordos internacionais na área de defesa e acompanhamento de exercícios

militares, especialmente as que forem realizadas no entorno estratégico do país

(GEORGE e BRUCE, 2008).

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Nesse contexto, o Exército Brasileiro, vem buscando se adaptar a

evolução da doutrina militar mundial, implementando, por meio da Portaria Nr

755, de 02 de dezembro de 2003, Subseções de Imagens e Informações

Geográficas (SsIIGeo) em todos os Comando Militares de Área, no Comando de

Operações Terrestres (COTER) e no Centro de Inteligência do Exército (CIE),

de modo a atender a tendência mundial de diminuir a exposição do homem ao

risco desnecessário, de realizar e de manter a observação ou o reconhecimento

de áreas ou de alvos muito distantes ou de difícil acesso, realizando, em

consequência, a produção de conhecimentos de inteligência, até o nível

apreciação, a confecção de relatórios de interpretação de imagens (RII) ou

outros produtos georreferenciados, como mapas temáticos, capazes de permitir

a melhor visualização das áreas de interesse.

O Art 142 da Constituição Federal do Brasil (CF/1988) determina as

missões constitucionais das Forças Armadas (FA) como à defesa da Pátria, à

garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei

e da ordem.

A Portaria Normativa Nr 2.621, de 7 de dezembro de 2015, define os

objetivos setoriais de defesa da área temática Nr 17 – Sensoriamento Remoto –

referente as ações estratégicas da Estratégia Setorial de Defesa, de modo a

atingir o previsto nos Objetivos Setoriais de Defesa, demonstrando a importância

que o Governo Federal dispensa ao assunto.

Desse modo, enfatiza-se que a solução ao problema levantado pode

trazer benefícios para a Força Terrestre, uma vez que apresentou conclusões e

novas ideias com vistas ao incremento da GEOINT nas fases de planejamento

e de execução nas ações da F Ter.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

“Em geral, os homens julgam mais pelos olhos do que pela inteligência, pois todos podem ver, mas poucos podem compreender o que veem.” Nicolau Maquiavel (1469-1527)

Esta seção promove as informações básicas em torno do conceito de

GEOINT para a realização da presente pesquisa, abordando também a

complexidade das definições em virtude da escassez de legislação nacional

vigente sobre tão importante tema na atualidade.

2.1 GEOINTELIGÊNCIA

A Geointeligência é uma disciplina do sistema de inteligência e tem papel

importante no encargo de prover a consciência situacional de responsabilidade

da função combate inteligência, envolvendo áreas como Geoinformação,

Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP), tecnologia digital e

Sistemas de Informações Geográficas (SIG), dentre outros.

De acordo com o manual de Inteligência Militar Terrestre (EB20-MF-

10.107, 2015), a Geointeligência advém do conceito americano de Geospatial

Intelligence, evoluindo o conceito de Inteligência Geográfica, sendo então

definida como a exploração e a análise de imagens e de informações

geográficas, com a finalidade de definir, de avaliar e de representar, de forma

georreferenciada, tanto as características físicas como as atividades que

ocorrem na superfície terrestre. Assim, a GEOINT torna-se uma integração de

imagens, das informações geográficas e da atividade de inteligência de imagens

(IMINT), atuando em todas as dimensões do espaço de batalha, sendo assim,

eminentemente de caráter conjunto, ainda que as necessidades finais de cada

uma das Forças Armadas sejam diferentes.

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FIGURA 2 - Integração da GEOINT. Fonte: Geospatial Intelligence Basic Doctrine, Publication 1-0, 2006.

Nesse diapasão, é necessário realizar a definição de Sensoriamento

Remoto (SR), que, de acordo com Avery e Berlin (1992) e Meneses (2001), é

um conjunto de técnicas e procedimentos tecnológicos que visam à

representação e à coleta de dados da superfície terrestre por instrumentos que

não estejam em contato físico com os objetos investigados, ou seja, sem a

necessidade de contato direto, sendo resultado então das trocas de energia que

resultam da interação entre a energia contida na radiação eletromagnética de

determinado comprimento de onda e a contida nos átomos e nas moléculas do

objeto de estudo, pois pelo fato de não haver contato físico, a forma de

transmissão dos dados (do objeto para o sensor) só pode ser realizada por

radiação eletromagnética, por ser esta a única forma de energia capaz de se

propagar pelo vácuo.

Assim sendo, toda a informação é obtida por meio de sensores e de

instrumentos em geral, vinculando o processo ao tratamento, ao armazenamento

e a análise de tais dados para que se conheça melhor os fenômenos que se

apresentam na superfície.

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Por dados georreferenciados, georreferenciamento ou georreferenciação

entende-se por uma imagem ou um mapa, ou qualquer outra forma

de informação geográfica, onde são conhecidas as suas coordenadas

geográficas. Este processo inicia-se com a obtenção das coordenadas de pontos

específicos da imagem ou do mapa objetos do estudo, chamados de pontos de

controle. Esses pontos de controle são locais que oferecem uma feição física

perfeitamente identificável, tais como obras de arte, interseções de estradas,

dentre outros. A obtenção das coordenadas dos pontos de controle pode ser

realizada em campo, por meio de levantamentos topográficos ou geodésicos, ou

ainda, por meio de softwares de SIG.

Do manual de Inteligência Militar Terrestre (EB20-MF-10.107, 2015)

extraímos também o conceito de “imagem”, que engloba toda fotografia

(analógica ou digital) de qualquer elemento da terra, seja ele natural ou artificial,

adquiridas mediante plataformas aéreas de asa fixa ou móvel (aeronaves ou

helicópteros), satélites ou outros meios similares que refletem a realidade física

existente. Assim, uma imagem remete a representação, a reprodução ou a

imitação da forma de uma pessoa ou de um objeto, transmitindo o aspecto

particular pelo qual um ser ou um objeto é percebido.

Outro componente de GEOINT é a informação geográfica, ou

geoinformação (GEOINFO), definida, de acordo com o manual de

Geoinformação (EB20-MC10.209, 2014), como a representação de toda e

qualquer informação ou dado que pode ser espacializado, ou seja, que tem

algum tipo de atributo ou vínculo geográfico, permitindo sua localização. Ela é

um campo interdisciplinar, envolvendo as ciências exatas e as da terra (como

Geociências, Geodésia, Matemática, Estatística, Ciência da Computação e

outras) e as Engenharias (como Engenharia Cartográfica, Aeroespacial e

outras), com a finalidade de abordar, de forma agregada, a natureza da

informação da atmosfera, da hidrosfera, da litosfera e da biosfera para as mais

variadas aplicações, inclusive para o planejamento de operações militares,

permitindo a implementação de diferentes formas de representação

computacional do espaço geográfico.

No EB, a Diretoria do Serviço Geográfico (DSG) e os Centros de

Geoinformação (CGeo) localizadas em Porto Alegre – RS (1º CGeo), em Brasília

– DF (2º CGeo), em Olinda – PE (3º CGeo), em Manaus – AM (4º CGeo) e no Rio

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de Janeiro (5º CGeo), são os principais responsáveis em produzir as informações

geográficas a serem utilizadas nos diversos escalões da F Ter.

FIGURA 3 - extrato de carta topográfica com aplicação da GEOINFO. Fonte: Vila Militar-NE, 2745-3-NE, Banco de Dados Geográficos do Exército.

Do manual de Inteligência Militar Terrestre (EB20-MF-10.107, 2015),

também podemos definir o conceito de Inteligência de Imagens (IMINT), sendo

esta atividade proveniente da análise de imagens fixas ou de vídeos (estáticas

ou dinâmicas), obtidas por meio de fotografias, de radares ou de sensores (como

ótico, termal, infravermelho, dentre outros), que podem estar em terra,

embarcados em plataformas navais, aéreas ou espaciais (orbitais). Essa

atividade no EB somente é realizada pelos oficiais ou pelas praças possuidores

do curso de Inteligência de Imagens (ENE01) da Escola de Inteligência Militar

do Exército (EsIMEx). Atualmente, o referido curso encontra-se em fase de

transição para tornar-se um curso de Geointeligência.

A IMINT, aliadas a observação humana direta, permite a visualização da

área de operações em tempo real ou com um pequeno atraso (quase real).

Quando não existem maiores informações sobre a área de interesse, como

cartas militares ou mapas temáticos, os conhecimentos produzidos pelo analista

de imagens podem contribuir de forma fundamental para o sucesso das

operações em curso, por meio da análise dessas imagens ou fotografias

previamente georreferenciadas, sendo analisadas e interpretadas, de forma a se

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obter informações técnicas, geográficas ou de Inteligência, convertendo-se,

dessa maneira, em IMINT.

Quando não existem cartas militares ou mapas, as imagens

proporcionadas pela IMINT podem ser utilizadas em sua substituição, podendo

ser empregada tanto no ambiente de obtenção, como no Batalhão de Inteligência

Militar (BIM), como no ambiente de análise (Central de Inteligência). Contudo, o

mais comum é a Central de Inteligência já receber o conhecimento processado

pela turma de Inteligência de Imagens do órgão que obtém o dado, facilitando o

ambiente de análise e a canalização dos esforços para a integração dos

conhecimentos.

De igual forma, esses conhecimentos podem ser utilizados para a

atualização de cartas militares e mapas existentes, servindo de base para a

realização Estudo de Situação de Inteligência em qualquer processo decisório,

caracterizada pela execução metodológica de tarefas relativas à integração do

processo Terreno – Condições Meteorológicas – Inimigo – Considerações Civis

(PITCIC).

O PITCIC permite, mediante a análise integrada, a visualização das

possibilidades do inimigo e de seus possíveis objetivos, particularmente durante

a montagem das linhas de ação (L Aç), sendo um processo cíclico de apoio ao

processo decisório, que permite realizar uma análise integrada, por intermédio

de representações gráficas do terreno, das possibilidades do inimigo e de seus

possíveis objetivos, das condições meteorológicas e das Considerações Civis.

FIGURA 4 - sobreposição de camadas para auxiliar na confecção do PITCIC. Fonte: ArcGIS Enterprise, 2018.

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2.1.1 Sistema de Informações Geográficas

Outro ponto importante é sobre Sistema de Informações Geográficas

(SIG). Ele é um conjunto de softwares e de hardwares capaz de armazenar,

capturar, recuperar, manipular, analisar e representar dados espaciais, isto é,

geográficos, realizar associações com dados alfanuméricos e o arquivamento de

dados geoespaciais vetoriais e seus atributos. Destina-se à gestão da

informação, permitindo simular cenários complexos, gerando soluções

alternativas e em tempo real, possibilitando a manipulação de dados

geoespaciais matriciais, porém com recursos computacionais mais limitados.

Os SIG são exemplos de ferramentas computacionais que agilizam a

obtenção de conhecimentos a partir da integração de dados estruturados

provenientes de imagens, sendo, portanto, ferramentais fundamentais e

indispensáveis ao emprego eficaz de GEOINT nas diversas áreas do

conhecimento, em especial na integração automatizada dos dados oriundos das

fontes tecnológicas. Os SIG sofreram grandes evoluções nas últimas décadas,

permitindo a aplicação de modernas técnicas de analise de imagens, digitais ou

analógicas, obtidas a partir de vídeos, máquinas fotográficas e outros tipos de

sensores, permitindo a extração de conhecimentos complementares de alta

precisão, que precisam ser assimilados pelos integrantes da Inteligência Militar,

de modo a se tornar útil para o decisor.

FIGURA 5 - esquema de um Sistema de Informações Geográficas (SIG). Fonte: MundoGeo, 2004.

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20

Os SIG, atualmente, auxiliam na produção de conhecimentos utilizando

de imagens de altíssima ou alta resolução, resultado da evolução dos diversos

tipos de sensores, sejam eles orbitais, embarcados em aeronaves de asa fixa ou

rotativa, que irão captar os dados necessários para os analistas.

As resoluções das imagens descrevem o nível de detalhe que

uma imagem comporta. Resoluções mais altas significam mais detalhes na

imagem. O nível de detalhamento que se observa nos objetos na superfície

terrestre é conhecido como resolução espacial, podendo ser definida como nível

de detalhamento ou ainda, a capacidade do sensor em enxergar os objetos em

relação ao seu tamanho, servindo tanto para imagens de satélites como para

imagens em geral.

Por exemplo, uma imagem com resolução espacial de 5m, onde cada

pixel2 tem 5m X 5m, qualquer objeto com dimensões menores que isso não será,

teoricamente, visível na imagem.

FIGURA 6 - Exemplos de diferentes tipos de resoluções. Fonte: Melo, 2002.

_______________

2 Pixel é um ponto exibido como um quadrado na imagem. A soma de vários pontos forma uma imagem.

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FIGURA 7 - níveis de detalhamento. Fonte: EngeSat, 2010.

Nas figuras acima podem-se observar algumas das diferentes resoluções

espaciais encontradas na atualidade. O EB, por meio das SsIIGeo e da DSG,

trabalha também com imagens de altíssima resolução, cujo pixel é menor ou

igual a 30 x 30 cm.

2.2 GEOINTELIGÊNCIA EM PAÍSES DA AMÉRICA

A GEOINT está sendo utilizada por alguns países do continente

americano no campo interno, combatendo principalmente o narcotráfico, o

desmatamento e as organizações criminosas, e também no campo externo, em

especial nas reinvindicações territoriais, buscando soluções para as diferenças

de interesses entre os países, e também na busca e no monitoramento de

reservas de recursos naturais, sobretudo em regiões limítrofes.

Grande parte desses países, inclusive o Brasil, utilizam como base os

fundamentos doutrinários das FA dos Estados Unidos da América (EUA), tendo

como referência o manual Geospatial Intelligence (GEOINT) Basic Doctrine,

Publication 1-0, de 2006, o que aproxima e facilita a troca de experiências e a

busca pela evolução de uma doutrina baseada nas necessidades especificas

dessa região do continente americano.

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2.2.1 Argentina

O preparo argentino em GEOINT é feito pelo Instituto de Inteligência das

Forças Armadas (IIFA), por meio da realização do Curso de Inteligência

Geoespacial realizado na Central de Inteligência Geoespacial (CIG), criado em

2010, e pelo Instituto Geográfico Nacional, capacitando oficiais e praças, cuja

aplicação é desenvolvida nas Organizações Militares (OM) de inteligência militar.

Além disso, uma região conhecida como Campo de Mayo, que é uma extensa

área militar de aproximadamente 4.200ha, próximos a cidade de Buenos Aires,

sedia o Agrupamento de Inteligência Campo de Mayo, onde existe uma Central

de Inteligência Geospacial.

A Argentina tem capacidade própria de desenvolvimento de satélites, já

tendo lançado equipamentos com sucesso. Atualmente, a empresa estatal

Investigaciones Aplicadas Sociedade de Estado (INVAP SE) está

desenvolvendo o projeto SAOCOM de Observação da Terra, em parceria com a

Agência Espacial Italiana, com previsão de lançamento nos próximos anos. A

Atividade de Observação Aérea está inserida nos Batalhões de Inteligência.

2.2.2 Paraguai

O Paraguai é outro país que possui aplicações de GEOINT em suas FA.

Ele possui estudos em fase de desenvolvimento na Direção de Inteligência das

Forças Militares (DIFM) para estruturar um Centro de Inteligência das Forças

Armadas, que deve contar com 06 (seis) departamentos: Instituto de Inteligência

das Forças Armadas; Departamento de Inteligência; Departamento de Contra

Inteligência; Departamento de Operações de Inteligência; Departamento de

Apoio de Inteligência; Departamento de Assessoria de Inteligência e

Departamento de Administração

No Departamento de Apoio de Inteligência está prevista uma Seção de

Geodésia, cuja finalidade é a de realizar o apoio cartográfico e a provisão de

informes georreferenciados; acompanhar os trabalhos cartográficos e de

fotogrametria do território paraguaio conduzidos pela Diretoria do Serviço

Geográfico Militar; acompanhar os trabalhos desenvolvidos pelos SIRGAS; obter

estudos contendo a análise e a representação do espaço geográfico do Paraguai

com precisão; obter dados de fotogrametria que possam ser empregados em

operações de Inteligência; atualizar cartas militares.

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Em 2017 foi realizado pela primeira vez, na Escola de Inteligência Militar

do Exército Paraguaio (EIME), o curso de Analista de Geointeligência Militar,

similar ao realizado na EsIMEx, utilizando o software ArcGIS. O Paraguai não

possui satélites de Sensoriamento Remoto (SR) e nem SARP, apenas drones

comerciais que são empregados em atividades militares, especialmente na

realização de fotogrametria e no auxílio do preparo e do emprego das FA.

2.2.3 Guiana

Na Guiana, o preparo e o emprego da GEOINT é realizado pela Divisão

de Mapeamento e Informações do Solo, da Comissão de Pesquisas e Solos

(Guyana Lands and Surveys Commission – GLSC), cuja missão dessa divisão é

fornecer mapas, fotografias aéreas, mosaicos fotográficos e outros serviços.

2.2.4 Colômbia

A Colômbia possui a Escola de Inteligência e Contrainteligência de seu

exército, além da Escola de Inteligência da Força Aérea, onde são capacitados

os analistas de GEOINT, principalmente para executarem o planejamento e a

busca de informações. Destaca-se o Curso de Sistemas de Informação

Geográfica, onde o analista adquire as habilidades para realizar a manipulação

de imagens obtidas por sensores remotos, disponíveis na Força Aérea

Colombiana.

Vários tipos de SARP são empregados no país desde 2005,

principalmente no combate as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia

(FARC) e ao Exército de Libertação Nacional (ELD), angariando relativo sucesso

na conquista de seus interesses frente a esses combates. Atualmente existem

cerca de 250 militares com a capacidade de operar os sistemas.

2.2.5 Chile

O Chile possui no seu exército o Instituto Geográfico Militar (IGM), que

opera com militares e civis capacitados na aquisição e no tratamento das

imagens, com um efetivo aproximado de 270 pessoas, realizando basicamente

atividades de Geoinformação. A atividade de GEOINT é realizada pela Força

Aérea Chilena, por meio da Direção de Inteligência da Força Aérea, onde são

realizados os Serviços de Aerofotogrametria (SAF) e a operação do satélite

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geoestacionário FASAT-BRAVO, produzindo trabalhos de fotogrametria,

geoprocessamento a atualização de cartas topográficas. O Chile também

adquire imagens utilizadas na produção de conhecimentos por meio de acordos

de cooperação realizado com os pelos Estados Unidos da América.

O IGM chileno também possui um sistema integrado de informações para

emergências, utilizando a Geoinformação para melhorar sua capacidade de

emissão de alertas e a predição de cenários, procurando antecipar-se a

catástrofes naturais frequentes em seu país, como terremotos e erupções

vulcânicas.

FIGURA 8 - Instituto Geográfico Militar (IGM) do Chile. Fonte: Acervo pessoal

2.2.6 Uruguai

No Uruguai a utilização da GEOINT ainda é bastante incipiente, porém

possui um Serviço Geográfico Militar dotado de uma Central de Inteligência

Geoespacial, alimentando sua base de dados espaciais e realizando o

mapeamento territorial em várias escalas, levantamentos fotogramétricos em

também em várias escalas, endosso de documentos cartográficos, pareceres

técnicos sobre geodésia, topografia, fotogrametria e geomática, dentre outros

projetos.

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A obtenção de imagens pelo Uruguai é realizada pela sua Força Aérea,

por meio da compra de imagens satelitais e por drones do tipo comerciais, não

possuindo satélites e nem acordos internacionais para aquisição de imagens.

2.2.7 Guatemala

Outro país que utiliza a GEOINT dentro das FA é a Guatemala. O Instituto

Geográfico Nacional e o Instituto Geográfico Militar são os responsáveis pelo

desenvolvimento das atividades de GEOINT no país, utilizando de softwares

disponíveis no mercado, como o ArcGIS.

As imagens utilizadas na produção de conhecimentos pelas FA

guatemaltecas são fornecidas pelos Estados Unidos da América, por meio de

um acordo de cooperação firmado, pois esse país não possui satélites nem

Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas, cujos analistas foram

capacitados com a realização de cursos nos EUA.

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3 METODOLOGIA

Nesta seção será apresentado, de forma detalhada, como se pretendeu

solucionar o problema de pesquisa levantado, por meio de uma metodologia

redigida de modo claro e conciso, especificando os aspectos essenciais do

presente estudo.

3.1. TIPO DE PESQUISA

Seguindo a taxionomia de Vergara (2009), a pesquisa desenvolvida foi do

tipo qualitativa, contemplando a subjetividade, a descoberta, a valorização, a

visão de mundo dos atores, privilegiando os relatos e as análises de documentos

e manuais para entender o desenvolvimento necessário da doutrina militar de

uma forma mais profunda. Teve também um viés descritivo, descrevendo as

características da doutrina de GEOINT, buscando explorar a experiência de

militares e/ou integrantes das Subseções de Geointeligência espalhados pelo

Brasil. Somado a esses dois tipos, junta-se a pesquisa aplicada, devido à

tentativa de aperfeiçoamento do sistema e das doutrinas nacionais ainda

incipientes.

Foi realizado ainda uma pesquisa do tipo bibliográfica, baseado na

investigação de leis, de manuais, de artigos, de revistas e de textos de acesso

livre ao público em geral, de modo a agregar maior conteúdo à pesquisa, e por

fim, também do tipo documental, pois utilizará de documentos, de trabalhos e de

relatórios do EB.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

Universo pode ser definido como o conjunto de fenômenos a serem

trabalhados, assumidos como critérios globais da pesquisa. Amostra retrata a

porção do universo escolhido, seguindo critérios de representatividade

(VERGARA, 2009).

Nesse sentido, o universo pesquisado tratou dos integrantes e ex-

integrantes do sistema de Geointeligência do EB, bem como militares e civis com

afinidades a atividade.

Segundo Vergara (2009), a amostra utilizada seguiu a linha não

probabilística e por acessibilidade, tendo em vista a facilidade que o autor do

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presente trabalho tem em relação ao acesso ao referido sistema e ao público a

ser estudado.

3.3 COLETA DE DADOS

A coleta de dados refere-se a fase da pesquisa no qual são reunidos os

dados colhidos por meio de técnicas específicas de pesquisa, de modo a atender

o problema de pesquisa.

A presente pesquisa se desenvolveu com uma pesquisa bibliográfica nos

manuais militares e na literatura disponível ao público, como livros, publicações

de artigos, revistas, jornais, teses, dissertações e congressos sobre os assuntos

atinentes ao tema. Nessa ocasião foram elencados os principais fundamentos e

características da Geointeligência.

Na sequência, foi utilizada a coleta de dados por meio da pesquisa

documental, utilizando o acervo disponível no EB, com destaque para a pesquisa

no Comando de Operações Terrestres (COTER), no Centro de Inteligência de

Exército (CIE), nos Comandos Militares de Área e no Estado-Maior do Exército

(EME), este último responsável pela Doutrina Militar Terrestre, juntamente com

o Centro de Doutrina do Exército (C Dout Ex) do COTER.

A pesquisa documental também foi realizada em empresas que atuam no

ramo e que são renomadas no mercado internacional, como a Esri, a Digital

Globe e a Imagem, com o intuito de levantar dados para contribuir com o

presente trabalho.

Os resultados obtidos das pesquisas realizadas permitiram ao

pesquisador montar seu quadro de referência e estabelecer o processo de

criação do conhecimento no desenvolvimento do problema proposto na presente

pesquisa.

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS

Em virtude da decorrência da natureza do presente problema de

pesquisa, foi escolhida a abordagem qualitativa de pesquisa. Com isso, foram

utilizados métodos de pesquisas distintos para o tratamento dos dados que

serão coletados. De acordo com Vergara (2009), inicialmente foram empregados

a análise de conteúdo, sendo uma técnica apropriada para identificar os

principais aspectos sobre o tema proposto, identificando os fundamentos e o

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estágio atual de desenvolvimento da doutrina militar terrestre, executando um

estudo judicioso de textos, manuais, publicações e documentos, associando

tanto os significados quanto os significantes da mensagem, visando também

identificar o que está sendo dito a respeito de determinado tema.

Também foi realizado a triangulação dos dados levantados durante as

pesquisas com a finalidade de alcançar o objetivo geral proposto nesta pesquisa.

A unidade de análise é o parágrafo e a análise foi apoiada em

procedimentos interpretativos.

3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO

A pesquisa e o estudo sobre a Geointeligência puderam revelar aspectos

positivos e também óbices, quando foram explorados os pontos fortes

encontrados e buscado mitigar os óbices, haja vista que todo o método

apresenta possibilidades e limitações.

Diante dos fatos elencados, ficou evidenciado esta como a melhor forma

de explorar o tema do referido trabalho.

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4 ANÁLISE DA GEOINT NA FORÇA TERRESTRE

“É muito melhor lançar-se em busca de conquistas grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do que alinhar-se com os pobres de espírito, que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta, onde não conhecem nem vitória, nem derrota.” (Theodore Roosevelt)

O conceito de GEOINT foi adotado pelo EB em 2015, com a publicação

do Manual de Fundamentos da Inteligência Militar Terrestre (EB 20-MF- 10.107),

com a definição que a Inteligência Geográfica (Geospatial Intelligence - GEOINT)

é a Inteligência proveniente da exploração e análise de imagens e informações

geográficas com a finalidade de definir, avaliar e representar de forma

georreferenciada tanto as características físicas como as atividades que ocorrem

na superfície terrestre, sendo, desta forma, a GEOINT uma integração de

imagens, IMINT e informações geográficas.

O termo GEOINT é relativamente recente, não possuindo ainda um

conceito universal, e apresenta, na maioria das vezes, o contexto de sua

aplicação como o responsável em direcionar a construção de seu entendimento

e, consequentemente, de sua definição.

4.1 Construção do conceito de GEOINT pelos EUA

A GEOINT, na doutrina americana, pode ser definida como o ponto de

encontro da evolução convergente da inteligência de Imagens e da

Geoinformação. A construção desse conceito pelos EUA foi resultado de um

longo processo, motivado pelo fim da Guerra Fria e também pela necessidade

de se otimizarem as tarefas complementares, executadas nas agências

nacionais daquele país. Essa proposta visava reunir, em uma única agência, as

diferentes agências ou setores que atuavam nas áreas de Imagens (Imagery),

de Inteligência de Imagens (IMINT) e de mapeamento. São elas:

Agência Especialidade Símbolo

Agência de Mapeamento de

Defesa (DMA) GEOINFO

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Agência Especialidade Símbolo

Centro Nacional de

Interpretação Fotográfica da

Agência Central de Inteligência

(NPIC)

IMINT

Escritório Central de Imagens

(CIO) Imagem

Escritório Nacional de

Reconhecimento,

processamento de imagens

(NRO)

Imagem

Escritório de Reconhecimento

Aéreo de Defesa (DARO) IMINT

Seção de Interpretação

Fotogramétrica da Agência de

Inteligência de Defesa

(DIA/PGX)

IMINT

Escritório do Programa de

Disseminação de Informações

de Defesa (DDPO)

Tecnologia da

Informação

Programas e elementos

relacionados a atividade de

Imagens da CIA

Imagem

Agência Nacional de

Inteligência Geoespacial

(NGA)

GEOINT

Quadro 01: agências / setores de Inteligência dos EUA Fonte: o autor

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O empenho pessoal do próprio Diretor Central de Inteligência possibilitou

que, em outubro de 1996, a Agência Nacional de Imagens e Mapeamento

(NIMA) fosse criada, concentrando todas essas agências ou setores citados.

Isso ocorreu após mais de 5 anos de discussões em congressos e

conferências, tendo a finalização dos trabalhos de 8 grupos que estudaram as

áreas com divergências, em especial, as de pessoal e orçamentária, permitindo

que cada atividade desenvolvida nas antigas agências mantivessem uma

gerência de pessoal e de orçamento por pessoas especialistas nas respectivas

áreas, não comprometendo a continuidade das atividades.

Prosseguindo na evolução, em 2001, foi divulgado o relatório que avaliou

a criação da NIMA e que sugeriu que um novo conceito doutrinário fosse

adotado, de modo a melhor representar essa nova organização, sob a

argumentação que esse trabalho integrado teria criado uma nova disciplina de

Inteligência: a Inteligência Geoespacial (GEOINT), o que acarretou na mudança

do nome da NIMA para Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA) em

2002.

No Exército dos EUA as atividades que integram a GEOINT são

separadas entre a inteligência de Imagens e a Geoengenharia, integradas em

células de GEOINT nos níveis Brigada e Divisão, com atribuições bem definidas

e complexas, e com treinamento em comum realizado na NGA, onde são

capacitados em GEOINT.

Observa-se então que o conceito de GEOINT foi construído nos EUA de

forma a readequar as estruturas e os processos já existentes, realizando a

integração de especialistas em Inteligência de Imagens e de representação do

espaço geográfico.

4.2 Sistema de Imagens e Informações Geográficas do Exército Brasileiro

O Estado-Maior do Exército (EME), por meio da Portaria Nr 022-EME, de

18 FEV 1998, implantou o Sistema de Imagens do Exército (SIMAGEx), com o

intuito de se obter uma maior eficácia na produção de conhecimentos de

Inteligência, mediante a oportuna integração das fontes humanas, de sinais e de

imagens.

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Em 2001, ocorreu uma reestruturação da atividade, quando o Comando

de Exército publicou a Diretriz Estratégica de Imagens, por meio da Portaria Nr

20-Cmt Ex, de 13 SET 2001, enumerando as premissas básicas do sistema,

dentre as quais, consta que o SIMAGEX deve contribuir para a produção de

conhecimentos sobre o terreno e alvos de interesse militar.

Esse sistema engloba três especialidades complexas: a

Cartografia/Engenharia, que são vocacionados para o levantamento e o

mapeamento do terreno; a Inteligência, com vocação para obtenção de alvos de

interesse militar; e a capacitação do pessoal, nas suas estruturas

organizacionais e de emprego.

Por meio da Portaria Nr 516-Cmt Ex, de 11 OUT 2001, o Comando do

Exército resolveu designar o Diretor do Serviço Geográfico como Gerente do

projeto de implantação do SIMAGEx, devido a estrutura já existente que essa

diretoria possuía.

A Portaria Nr 110-EME, de 19 OUT 2001, o Estado-Maior do Exército

alterou a diretriz de implantação do SIMAGEx, revogando a Portaria Nr 022-EME

e ampliando o alcance do sistema, permitindo com que se buscasse, dentre

outros objetivos, capacitar o Exército Brasileiro no domínio da tecnologia de

sensoriamento remoto (SR).

Nessa nova diretriz constou, dentre os objetivos do SIMAGEx, os

seguintes:

- Contribuir com a produção de conhecimentos de inteligência, por

intermédio de produtos e de serviços da fonte de imagem;

- Prover produtos e serviços, a partir do insumo imagem, para apoiar o

planejamento e o controle de operações militares;

- Capacitar o EB no domínio da tecnologia de sensoriamento remoto para

uso em operações militares, em inteligência militar e em cartografia.

Nesses objetivos nota-se a preocupação de se produzir conhecimentos

em prol de três áreas distintas: operações militares, inteligência militar e

cartografia. No entanto, já existem sistemas no EB com estruturas e encargos

nessas áreas, quais sejam:

- Em operações militares – o Sistema de Inteligência do Exército (SIEx) e

o Sistema de Engenharia do Exército, sob coordenação do Departamento de

Engenharia e Construção (DEC);

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- Na inteligência militar – o SIEx; e

- Na Cartografia/Geoinformação – a DSG.

Em 2003, o Comando do Exército estabeleceu nova diretriz de

reestruturação do SIMAGEx, por meio da Portaria Nr 755-Cmt Ex, de 02 DEZ

2003, quando o sistema, antes afeto só as imagens, passou a incorporar as

funcionalidades e os produtos de um Sistema de Imagens e Informações

Geográficas do Exército.

Com isso, o acrônimo SIMAGEx, que antes identificava o antigo Sistema

de Imagens do Exército, pela sua forte representação no imaginário coletivo da

Força, permaneceu designando o novo sistema.

A partir dessa última portaria do SIMAGEx que novas funcionalidades

foram incorporadas ao sistema:

- O projeto "Olhos da Águia", do Comando de Aviação do Exército, passou

a integrar o SIMAGEx, para fins de planejamento e de emprego.

- Os cursos de Análise e Interpretação de Imagens, da Escola de

Instrução Especializada (EsIE), mantidas as suas estruturas de pessoal e de

material, foram transferidos para a Escola de Inteligência Militar do Exército

(EsIMEx), em Brasília, passando a ter como Órgão Gestor, o Centro de

Inteligência do Exército (CIE).

- O Centro de Cartografia Automatizada do Exército (CCAuEx) passou a

denominar-se, a partir de 2004, Centro de Imagens e Informações Geográficas

do Exército (CIGEx), e atualmente denomina-se 2º Centro de Geoinformação do

Exército (2º CGeo).

- Foram criadas as Seções de Imagens e Informações Geográficas

(SIIGEo) no Centro de Inteligência do Exército (CIE) e no Comando de

Operações Terrestres (COTER), e também as Subseções de Imagens e

Informações Geográficas (SSIIGeo) integrando as 2ª Seções dos Estado-Maior

Geral dos Comandos Militares de Área.

LOCAL SEÇÃO QUANTIDADE Observações

CIE SIIGeo 01 -

COTER SIIGeo 01 -

Cmdo Mil Área SSIIGeo 08 + 01* *SSIIGeo da Bda Op Esp está em fase de estudo.

TOTAL - 10 + 01* -

Quadro 02: Seções e subseções que operam com GEOINT no EB. Fonte: o autor.

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Atualmente existem 10 (dez) equipes de Inteligência de Imagens

constituídas no Exército e uma em fase de estudo para verificar a viabilidade de

implantação na Brigada de Operações Especiais (Bda Op Esp).

FIGURA 09 - Estrutura da GEOINT do EB Fonte: o autor

Foi identificada a Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), hoje

Departamento de Ciências e Tecnologia (DCT), como órgão central do

SIMAGEx, por meio da Diretoria do Serviço Geográfico (DSG), ficando

principalmente, com a missão de prever recursos destinados à obtenção de

imagens para o caso de emprego inopinado da Força Terrestre, além de dotar

as SIIGeo e SSIIGeo com os softwares, hardwares e outros equipamentos

necessários para a execução das atividades, prestando o apoio técnico

correspondente.

Os softwares definidos à época para de trabalhar nas SIIGeo e nas

SSIIGeo, em funcionamento até hoje (e que requerem atualização de suas

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licenças constantemente para melhor aproveitamento das funcionalidades do

sistema), foram os seguintes:

SOFTWARE USO FABRICANTE REPRESENTANTE

NO BRASIL Observações

ArcGis* Informações Geográficas

ESRI Imagem Soluções

Geográficas *Maioria das

licenças em uso já se encontram defasadas no

mercado. ENVI*

Processamento Digital de Imagens

Harris Geospatial Solutions

Sulsoft

Quadro: 03 Utilização dos softwares pela atividade de GEOINT do EB. Fonte: o autor. Em 2004, o Comando do Exército atualizou sua Diretriz Estratégica de

Imagens, publicada por meio da Portaria Nr 001/Res-Cmt Ex, de 15 MAR 2004,

a Diretriz Estratégica de Imagens e Informações Geográficas.

FIGURA 10 - Linha do tempo do SIMAGEX. Fonte: CIE

Durante esse período de implantação do SIMAGEX, observou-se que os

recursos foram aplicados, prioritariamente, em equipamentos e softwares

destinados ao processamento de Imagens e a produção de mapas temáticos,

havendo pouco investimentos na atividade de Inteligência de Imagens.

Atualmente, o EB não dispõe de uma biblioteca de alvos para orientar a

interpretação e a análise de imagens, não possui banco de dados unificado e

sem manuais técnicos que regulamentem a atividade, carecendo de

treinamentos, de atualizações e de adestramento de seus quadros técnicos,

além da necessidade de ampliação de seu efetivo de analistas.

Explorar o SR: alvos e terreno

Incorporar as funcionalidades

de um SIG

Dotar o SIEx da fonte Imagem

SIMAGEx Sistema de GEOINT

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36

Nas últimas décadas, a tecnologia tem trazido novas possibilidades, e a

doutrina mundial da atividade de Inteligência vem evoluindo constantemente.

Prova disto é a tendência global de se aperfeiçoar a produção de conhecimentos

de Inteligência baseada na fonte de imagens e nas informações geográficas

(geoinformação) por meio da metodologia da Geointeligência.

Com isso, observa-se que a GEOINT se encontra em nível estratégico no

CIE (por meio de sua Seção de Imagens e Informações Geográficas e os Cursos

de Inteligência de Imagens na EsIMEx); na DSG, sendo executado pelos Centros

de Geoinformação (C Geo); e no COTER, com sua Seção de Imagens e

Informações Geográficas. No nível operacional, considerando os Comandos

Militares de Área (C Mil A) como um Comando vocacionado para mobiliar um

Comando Operacional3, temos as SSIIGeo nas 2ª Seções dos Estado-Maior

Geral (EMG) dos C Mil A, e o 6o Batalhão de Inteligência Militar. No nível tático,

temos as Divisões de Exército, as Brigadas e os Grupamentos de Engenharia.

Esse sistema funciona, de forma geral, por meio da cooperação mútua e

do compartilhamento de dados e informações, utilizando-se de um canal técnico

para que essas trocas ocorram. O nível estratégico obtém as imagens e os dados

de fontes estratégicas, de imagens orbitais ou aéreas, repassando produtos para

o nível operacional, que as integra com os dados obtidos no nível tático. O Nível

tático, sob demanda, recebe apoio em forma de força tarefa ou produtos gerados

no nível operacional.

Nesse sistema, observa-se que as estruturas com laços mais fortes com

o CIE realizam a atividade de Inteligência de Imagens, pois a sua base é formada

por profissionais com essa especialidade e formados pela EsIMEx, embora

sejam deficientes em dados especializados sobre o terreno.

_______________

3 De acordo com o Glossário das Forças Armadas (MD35-G-01), o Comando Operacional é o Comando organizado de acordo com a Diretriz para o Estabelecimento da Estrutura Militar de Defesa, ao qual cabe a responsabilidade de execução da campanha militar e demais ações militares, segundo diretrizes de planejamento específicas.

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37

FIGURA 11 - Escalonamento do SIMAGEx. Fonte: Vandir, 2017. As estruturas com maior ligação com o serviço geográfico são

especializadas em cartografia sistemática e possuem deficiência em meios e

técnicas para sua atuação em operações.

Além desses, temos as unidades de Engenharia, em número superior a

20 (vinte) e espalhadas em todo o território nacional, com meios e técnicas para

atuar no terreno e especializada no seu estudo, no entanto, com deficiência na

gestão desse conhecimento.

O COTER, as Divisões de Exército e as Brigadas, gerenciam o preparo e

o emprego da F Ter, no entanto, carecem de um melhor aproveitamento de todo

esse conhecimento acumulado em suas operações, não possuindo banco de

dados compartilhados ou um sistema que seja capaz de integrar todos os

conhecimentos produzidos.

Observa-se que todo esse complexo sistema está, atualmente, indo ao

encontro ao previsto na Portaria Nr 1042, de 18 de agosto de 2017, que aprovou

o Plano Estratégico do Exército 2016-2019, integrante da Sistemática de

Planejamento Estratégico do Exército (SIPLEX), pois a Geoinformação consta

no Objetivo Estratégico do Exército Nr 7 (OEE 7) - Aprimorar a Governança de

Tecnologia da Informação; por meio da Ação Estratégica Nr 7.2.1 - Aperfeiçoar

a produção e disponibilização de Geoinformação, tendo como atividades

DIREÇÃOGERALEME

GESTOR

DCTÓRGÃOCENTRAL

OPERACIONAL

CMilA

COTERCIE

DSG

DE(2) BDA GptE

MEIOSESTRATÉGICOS

CGEOExSIIGEO SIIGEOCIntlgImg/EsIMEx

SSIIGEO/2ªSeção

BIM

DEC

InteligênciadeImagens

Cartografia

Meiosetécnicasparaatuaremoperações

Dadostécnicossobreoterreno

meiosetécnicasparaatuaçãoemsituação

FORTEEM DEFICIENTEEM

Gestãodoconhecimentoproduzido

GerenciamentodoPreparoeEmprego Aproveitamentodoconhecimentodisponível

Explorafontesdesensoriamentoestratégicas Recebedados

analógicosedesensoriamentodoníveltático,quandodisponível

Produzedemandamuitainformação.Recebeapoiosobdemanda.

TÁTICO

DE Bda

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impostas: Aperfeiçoar o Banco de Dados Geográficos do Exército (BDGEx) e o

Sistema de Informações Geográficas (SIG) para WEB (Nr 7.2.1.4) e Implantar o

SIG para ambiente desktop no âmbito do Exército (Nr 7.2.1.5). Está na prioridade

Nr 124 das ações estratégicas do SIPLEX para o contrato de objetivos.

4.3 Utilização da Matriz SWOT sobre o SIMAGEX

A partir desse panorama geral a respeito do SIMAGEX, o presente

trabalho buscou desenvolver uma análise por meio da técnica da Matriz SWOT4,

de modo a se visualizar as Forças, as Oportunidades, as Fraquezas e as

Ameaças que a GEOINT encontrará quando ocorrer sua implantação em

definitivo.

4.3.1 Delimitação e caracterização do ambiente interno

O SIMAGEx engloba as seções e as subseções de Imagens e

Informações Geográficas do CIE, do COTER, dos C Mil A, do 6o BIM, além da

própria DSG e de seus Centros de Geoinformação.

O ambiente interno é caracterizado por ter sua gestão administrativa a

cargo da Diretoria do Serviço Geográfico e, sua gerencia técnica realizada pelo

CIE, com o apoio do COTER.

Os produtos oriundos da DSG e suas unidades operacionais alimentam o

SIEx com informações sobre o espaço geográfico. Essas organizações militares

possuem vocação para a geoinformação, com pessoal altamente capacitado em

cartografia e em processamento de imagens (grande parte graduada pelo

Instituto Militar de Engenharia – IME), dotada de um servidor com um banco de

dados geográficos disponível para a população em geral, o Banco de Dados

Geográfico do Exército Brasileiro (BDGEx), com concessões de níveis de acesso

específicos e mediante cadastro, não estando, desta maneira, credenciados

para integrar o sistema de inteligência do Exército. Possui também o Banco de

Dados Geográfico do Exército Brasileiro Operacional (BDGEx Op), com acesso

exclusivo via EBNet e mediante cadastro.

_______________

4 Análise SWOT ou Análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) é uma ferramenta utilizada para fazer análises de cenários, sendo usada como base para gestão e planejamento estratégico de uma corporação, sendo um sistema simples para posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão.

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39

A DSG também possui equipes de campo com equipamentos e

treinamentos necessários para levantar dados sobre o terreno para uso

cartográfico e fora de situação de conflito, sendo o tratamento dessas

informações realizados em ambiente controlado (salas próprias). Essa estrutura

contribui com as atividades das Seções e Subseções de Imagens e Informações

Geográficas, fortalecendo a atividade de GEOINT.

As Seções e Subseções de imagens e Geoinformação possuem pessoal

altamente capacitado para extrair informações de quaisquer tipos de imagens

(fotos, vídeos, imagens, dentre outros), identificar alvos e suas atividades, bem

como, possuem acesso a informações de outras fontes, as quais são integradas

por meio de ferramentas computacionais e realizam a análise espacial dessa

integração de dados, produzindo novos conhecimentos.

As SIIGeo e SSIIGeo possuem militares credenciados no SIEx para

realizar a gestão de dados sigilosos e também possuem uma ligação segura com

o Ministério da Defesa (MD), por onde realizam a troca de informações por meio

do Portal de Inteligência Operacional (PIOp).

No SIEx, a atividade de campo é realizada pela Companhia de Sensores

de Fontes Tecnológicas do 6o Batalhão de Inteligência Militar, dotada de meios

para obtenção e para o processamento de imagens e de vídeos, bem como sua

exploração em situações de combate, vocacionada para identificação de alvos e

suas atividades, com limitada capacidade de obtenção de dados técnicos

especializados sobre o terreno, devido as restrições de material (especialmente

material de emprego militar – MEM - e de efetivo). Essa seção do 6o BIM possui

meios seguros para transmissão de dados para as agências de Intlg em

operações. Entretanto, as agências de Inteligência nos níveis DE e Bda não

possuem meios especializados para integração e análise das informações

recebidas em imagens ou sobre o terreno.

4.3.2 Análise do ambiente interno

4.3.2.1 Pontos Fortes:

- Especialização em IMINT.

- Possibilidade nas Seções do SIEX de integração de informações nos níveis

Estratégico e Operacional.

- Alta capacidade de mapeamento.

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- Crescimento da atividade no EB.

- Motivação dos quadros.

- Grande integração entre os operadores de GEOINT no EB.

- Enorme potencial de geração de informações no nível tático, especialmente

com a introdução do conceito de que cada soldado é um sensor.

- O Exército possui estudos para implantação de SARP, em especial no 6o BIM

(categorias de 0 a 2) e nos Batalhões de Aviação do Exército (categoria 3 em

diante), sendo que o COTER realizou em 2017 seminários (com a presença de

inúmeros especialistas civis) sobre a importância da atividade.

4.3.2.2 Pontos Fracos:

- Falta de especialização tática de obtenção, de análise e de geração de produtos

de visualização do terreno específico para cada fase do ciclo do processo

decisório.

- Deficiência em pesquisa e aquisição de material de emprego militar (MEM),

aplicativos e de doutrina de IMINT.

- Baixo efetivo de pessoal especializado em IMINT, inclusive com a ocorrência

de diversos claros nas SIIGeo e nas SSIIGeo dos C Mil A.

- Desconhecimento do público interno das potencialidades da GEOINT.

- Baixo aproveitamento dos dados obtidos no nível tático.

- Falta de centralização na gestão de dados/conhecimentos levantados, visto

que algumas atividades que integram a GEOINT pertencem a órgãos distintos

(DEC, DCT, COTER e CIE), dificultando a coordenação.

- Baixo índice de militares do EB com especialização fora da Força em GEOINT.

4.3.3 Caracterização do Ambiente Externo

4.3.3.1 Oportunidades

- A Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil já possuem pesquisadores e

analistas na área de IMINT.

- O Governo Federal produz muita geoinformação em seus diversos órgãos,

como EMBRAPA, IBAMA e Ministério das Cidades, e que vem sendo utilizada

pelo EB.

- O Exército possui programas que precisam ser alimentados com GEOINT,

como o SISFRON, fortalecendo a atividade.

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- Existência do programa da Força Aérea de Lançamento de Satélite de

Observação da Terra com requisitos para Defesa, integrando o Programa

Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), que prevê desde a implantação de

uma constelação de satélites para atender a diversas demandas da nação

brasileira até a infraestrutura de controle e de operação.

- Existência no Brasil de capacitações no meio civil de níveis técnico e superior

nas áreas de sensoriamento remoto e de mapeamento.

- Lançamento do satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC)

em 2017, com previsão de estar operacional em 2018, trazendo expertise e

visibilidade a atividade de GEOINT.

4.3.3.2 Ameaças

- Iniciativas do Governo Federal de compartilhamento obrigatório de dados

espaciais, dificultando o tráfego de informações sensíveis.

- As dificuldades orçamentárias e a falta de recursos para maiores investimentos

em material e em pessoal podem criar diversos empecilhos a GEOINT.

- A ausência de padronização conceitual e a doutrina ainda incipiente pode

conduzir a associações equivocadas que prejudicam a formulação de políticas e

de estratégias para a área de GEOINT.

- A falta de produtos táticos voltados para a decisão em operações,

comprometendo a finalidade do Sistema.

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4.3.4 Resumo da Matriz SWOT

ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

- Especialização em IMINT. - Falta de especialização tática de obtenção, de análise e de geração de produtos de visualização do terreno.

- Possibilidade nas Seções do SIEX de integração de informações nos níveis Estratégico e Operacional.

- Deficiência em pesquisa e aquisição de MEM, aplicativos e de doutrina de IMINT.

- Alta capacidade de mapeamento. - Baixo efetivo de pessoal especializado em IMINT

- Crescimento da atividade no EB. - Desconhecimento do público interno das potencialidades da GEOINT.

- Motivação dos quadros. - Baixo aproveitamento dos dados obtidos no nível tático.

- Grande integração entre os operadores de GEOINT no EB.

- Falta de centralização na gestão de dados/conhecimentos levantados.

- Enorme potencial de geração de informações no nível tático.

- Baixo índice de militares do EB com especialização fora da Força em GEOINT.

- Possibilidade de implantação de SARP no EB.

-

CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE EXTERNO

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

- A FAB e a Marinha do Brasil já possuem pesquisadores e analistas na área de IMINT.

- Iniciativas do Governo Federal de compartilhamento obrigatório de dados espaciais.

- O Governo Federal produz muita geoinformação em seus diversos órgãos,

- As dificuldades orçamentárias.

- O Exército possui programas que precisam ser alimentados com GEOINT.

- A ausência de padronização conceitual.

- Existência do programa da Força Aérea de Lançamento de Satélite de Observação da Terra com requisitos para Defesa, integrando o PESE.

- A falta de produtos táticos voltados para a decisão em operações.

- Existência no Brasil de capacitações no meio civil de níveis técnico e superior.

-

- Lançamento do SGDC. -

Quadro 04: Resumo da matriz SWOT do SIMAGEx. Fonte: o autor

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43

5 Utilização da GEOINT no EB

“Após estas últimas alturas, existiam somente as organizações esparsas, que foram identificadas pela nossa Foto-Informação”. Grifo nosso (trecho da Obra “A FEB pelo seu Comandante”, do Gen Mascarenhas de Moraes).

As evoluções tecnológicas das ultimas décadas proporcionaram grandes

avanços nas capacidades de imageamento e de interpretação dos dados

levantados, garantindo novas dimensões de atuação da GEOINT para o EB.

5.1 Potencialidades da GEOINT no apoio à F Ter

O uso da GEOINT apresenta diversas potencialidades que podem ser

exploradas de forma a agregar valores nos processos decisórios do EB. Algumas

delas serão enumeradas a seguir.

A sistematização e a otimização da produção integrada de conhecimentos

pelo sensoriamento remoto, inclusive no nível tático, com os dados obtidos pelas

demais fontes de inteligência (como a cibernética, de sinais, dentre outras),

evidenciam algumas das capacidades que a GEOINT pode traduzir em benefício

da F Ter.

A redução do tempo do ciclo decisório dos escalões, especialmente no

nível tático, por meio do fornecimento de informações mais detalhadas, precisas

e oportunas, dando condições de visualização das áreas de atuação e das que

interessam ao tomador de decisão rapidamente optar pela melhor linha de ação,

julgada mais pertinente ao caso específico no qual estará enquadrado.

O aumento do conhecimento sobre o ambiente operacional em que se

está atuando pode contribuir de forma essencial para a redução de baixas em

combate, para a diminuição da exposição ao risco desnecessário e para a

efetividade das ações ensejadas no Teatro de Operações (TO).

A realização de simulações dos efeitos da meteorologia no

desencadeamento das operações militares, tanto no preparo quanto no emprego

da F Ter, pode modificar significativamente o planejamento das ações e das

atividades a serem realizadas por determinada tropa a ser desdobrada no

terreno ou a realizar ações subsidiárias5.

_______________

5 Ações subsidiárias são definidas, de acordo com o manual MD35-G-01 (Glossário das Forças Armadas) como a Ação ou atividade, executada pelas forças armadas, visando à cooperação

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A identificação e o levantamento de alvos de interesse, bem como suas

atividades desenvolvidas, especialmente as que que são desenvolvidas no

entorno estratégico do País, definidos pela Política Nacional de Defesa /

Estratégia Nacional de Defesa, podem oferecer vantagens estratégicas na

condução das políticas nacionais e nos relacionamentos internacionais

conduzidos pela politica externa do Brasil.

A melhor compreensão da situação atual e a projeção de eventos e

cenários futuros também são possibilidades que a GEOINT pode proporcionar

ao EB, podendo este benefício ser melhor aproveitado com a manutenção de

um banco de dados que possua um formato amigável de modo a permitir uma

integração com outras fontes e uma análise de suas séries históricas.

O aumento da interoperabilidade das informações com as outras forças

singulares pode contribuir para maior efetividade da F Ter na gestão dos

conhecimentos, devendo existir maior integração na exploração e na difusão dos

dados levantados, respeitando as particularidades existentes entre em Forças.

A utilização da GEOINT pela F Ter pode criar melhores condições para o

surgimento de um ambiente propício à inovação e a rápida absorção de novas

tecnologias, fortalecendo o campo da Ciência e Tecnologia no EB e projetando

instituições militares, como o Centro Tecnológico do Exército (CTEx), o Instituto

Militar de Engenharia (IME) e o Centro de Avaliação do Exército (CAEx), ns

cenários nacional e internacional.

5.1.2 Oportunidades da utilização da GEOINT no apoio à F Ter

Essas atividades podem efetivar um melhor aproveitamento das

capacidades técnicas desenvolvidas em proveito da Função de Combate

Inteligência6. De acordo com o manual EB20-MF-10.107 (Manual de Inteligência

Militar Terrestre), essas atividades podem subsidiar o planejamento e a

_______________

com o desenvolvimento nacional e com a defesa civil e à contribuição com as ações governamentais, levada a efeito por razões de economia, inexistência de capacidades constituídas no País, fora do âmbito militar, e pela própria natureza estratégica. 6 A Função de Combate Inteligência, de acordo com o manual EB20-MF-10.107, é o conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados e empregados para assegurar a compreensão sobre o ambiente operacional, as ameaças (atuais e potenciais), os oponentes, o terreno e as Considerações Civis.

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condução de operações militares, além de identificar e contribuir para a

neutralização das ameaças.

As atividades e tarefas desempenhadas pela Função de Combate

Inteligência são fundamentais para o planejamento e para o emprego eficaz da

tropa, bem como para a sua segurança.

O sensoriamento remoto no nível tático é uma necessidade e já mostrou-

se ser uma realidade na atualidade. Os diversos escalões da F Ter têm a

possibilidade de produzirem um grande volume de informações sobre o espaço

geográfico e também sobre as forças oponentes. Assim, a GEOINT precisa estar

adequadamente preparada para realizar a gestão e o processamento de todos

esses dados e conhecimentos produzidos, de modo a não correr o risco de

possuir as informações de interesse e não ter as condições de utilizá-las em

benefício da F Ter.

FIGURA 12 - Aplicação do Sensoriamento Remoto.

Fonte: Andrade, 2013. A Força Aérea Brasileira (FAB) realiza pesquisas, possui estruturas e

detém investimentos nas áreas de imageamento e de inteligência de imagens.

Destacam-se os aviões Radares E-99, responsáveis pelo alerta aéreo e pelo

sensoriamento remoto, e também a existência do Esquadrão Horús, sediado em

Santa Maria, onde encontra-se o único Sistema de Aeronaves Remotamente

Pilotadas (SARP) das Forças Armadas, operando as aeronaves Hermes 450 e

Hermes 900, utilizados para reconhecimento, cujos produtos podem ser

aproveitados no emprego da F Ter.

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46

Figura 13 - Hermes 450 e Hermes 900, integrantes do Esquadrão Hórus da FAB Fonte: Força Aérea Brasileira

A Função de Combate Comando e Controle7, para cumprir sua missão de

modo oportuno, demanda uma enorme quantidade de informações digitais, de

forma atualizada e georreferenciada, devendo serem providenciadas com

oportunidade e com confiabilidade. Já existem programas e projetos estratégicos

no EB para melhor integrar essa função de combate, como o Integrador e o

SISFRON, o que transforma a GEOINT em importante fonte de alimentação de

parcela expressiva dessas necessidades.

FIGURA 14 - Funções de Combate da F Ter Fonte: EB70-MC-10.341, Lista de Tarefas Funcionais, 2016.

_______________

7 A Função de Combate Comando e Controle, de acordo com o manual EB70-MC-10.341 (Lista de Tarefas Funcionais), compreende o conjunto de atividades mediante as quais se planeja, dirige, coordena e controla o emprego das forças e os meios em operações militares. Constitui o elo que une os escalões superior e subordinado.

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O Governo Federal produz muita informação útil e disponível para o

planejamento militar, criando condições para que os diversos bancos de dados

existentes pelos diferentes operadores de GEOINT no EB sejam atualizados.

No meio civil existem excelentes capacitações de níveis médio, superior

e técnico nas áreas de geociências, sensoriamento remoto, ciências e

tecnologia, aeronaves remotamente pilotadas, dentre outros, que podem prover

recursos e contribuir para a capacitação de pessoal, devendo serem melhores

explorados e utilizados pelo público interno do EB.

No mercado também existem diversas ferramentas visando o

fornecimento de soluções na área de Tecnologia de Informação (TI), muitas

delas consagradas internacionalmente, como os softwares ArcGis e o Envi, nas

áreas de exploração e de manipulação de imagens, de banco de dados

geoespaciais e de topografia, podendo serem aproveitados pela GEOINT.

5.1.3 Vantagens do Emprego da GEOINFORMAÇÃO

O emprego militar da Geoinformação pode fornecer diversas vantagens

aos militares em relação à cartografia tradicional, por exemplo:

- análise 3D do terreno, por meio da modelagem digital de elevação (MDE)

ou do terreno (MDT);

- visualização e análise pormenorizada dos dados geográficos da área de

interesse em tempo quase real;

- maior facilidade na gestão logística e no planejamento de missões, por

meio da visualização detalhada da área de interesse;

- maior agilidade e efetividade do processo decisório;

- análises de itinerários e linhas de ação, determinando a rota melhor e

mais rápida;

- auxilia na detecção de novas estruturas,

- facilita a identificação de ameaças e de padrões de incidentes,

- permite a determinação de taludes dos rios;

- possibilita realizar sobrevoos e percursos em terrenos conhecidos e

desconhecidos;

- propicia desdobramento mais eficiente de tropa;

- permite a atualização de cartas;

- fácil seleção e zoom de partes da carta para briefings;

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- uso de aplicações web para visualização do campo de batalha,

- projeção e visualização de postos de vigilância externos;

- análise da linha de visada de qualquer ponto;

- criação de superposições táticas ou camadas digitais georreferenciadas;

- melhoria das habilidades de planejamento estratégico, provendo

oportunidades de planejar várias operações em áreas de responsabilidade em

modelos em 2D e em 3D;

- permite exercitar o planejamento tático e o desenvolvimento de

habilidades dentro de um ambiente de aprendizado / simulação.

Todas essas vantagens podem oferecer um ganho real na qualidade do

apoio cartográfico digital em relação à cartografia tradicional, no tocante às

aplicações militares, pois os produtos digitais podem ser modificados para

atender às necessidades da missão, adicionando novas camadas digitais ou

removendo dados desatualizados.

5.1.4 Óbices para utilização da GEOINT no apoio à F Ter

A origem do conceito de GEOINT emanou nos EUA a partir da

reorganização de atividades bem desenvolvidas e dentro de um mesmo sistema

(inteligência). Contudo, no EB essas atividades são inexistentes ou estão em

fases muito incipientes, e ainda em sistemas distintos (Inteligência, Cartografia

e Engenharia). Deste modo, essa separação dificulta a coordenação e a gestão

das informações produzidas, com a tendência na simplificação e no isolamento,

formando diversas “ilhas” e vários bancos de dados distintos que dificultam e

atrasam as atividades de GEOINT.

Atualmente, o SIMAGEx foi estruturado tendo como fonte de imagens o

nível estratégico (plataformas orbitais ou aéreas). Entretanto, essas imagens são

obtidas mediante compras realizadas por licitação pelo Ministério da Defesa

(MD) ou adquiridas por meio do convênio que o EB possui com a empresa

americana Digital Globe (Basic Exchange and Cooperation Agreement – BECA),

que embora forneça imagens sem custo ao EB, pode realizar o monitoramento

das áreas que os analistas nacionais estão buscando e acompanhando, não

permitindo o sigilo que as operações militares necessitam.

Outro óbice que ocorre em relação a reestruturação do SIMAGEx é no

tocante que se visualiza, em breve, que a F Ter contará com fontes de imagens

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49

nos níveis tático e operacional por meio de SARP, haja vista já existirem estudos

e projetos para dotar o EB com mais essa capacidade. Nesse sentido, será

necessária a readequação do SIMAGEx para essa nova realidade e os novos

produtos que surgirão, sem acarretar em desperdício de recursos ou falta de

efetividade no aproveitamento dos dados produzidos.

FIGURA 15 - Etapas da produção da GEOINT Fonte: EB20-MC-10.209, Geoinformação, 2014.

5.2 A contribuição do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) na

aplicação da GEOINT

“... todos os engenheiros são especialistas do terreno e provêm ao elemento apoiado uma visualização e uma análise detalhada da área de operações, que influenciam e condicionam o desenvolvimento das operações, principalmente quanto à observação, à transitabilidade e ao emprego de tropas.” (C5-1, 3ª Ed, 1999).

O DEC tem como missão primordial assegurar o efetivo e o regular

emprego da Engenharia Militar, em benefício do Exército e do Estado Brasileiro,

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50

realizando a gestão de Obras, Patrimônio, Meio Ambiente, Material e Operações

de Engenharia, contribuindo para a elaboração de subsídios que serão utilizados

pela GEOINT.

O Processo de Integração Terreno, Condições Meteorológicas, Inimigo e

Considerações Civis (PITCIC), conforme o manual EB20-MF-10.107 (Manual de

Inteligência Militar Terrestre), é um processo cíclico de caráter gráfico e que

permite, mediante análise integrada, a visualização das possibilidades do inimigo

e de seus possíveis objetivos, em apoio ao Exame de Situação, particularmente

durante a montagem das linhas de ação (L Aç). Este processo baliza o estudo

do teatro de operações, contribuindo para a avaliação dos corredores de

mobilidade / vias de acesso.

De acordo com OLIVEIRA (2008), a busca por informações do terreno é

essencial para o planejamento e para a execução das operações militares. A

amplitude da operação a ser executada baseia-se no conhecimento sobre as

forças oponentes, ou beligerantes, o terreno e as condições meteorológicas. Em

tempo de paz, busca-se o levantamento da maior quantidade possível das

características das regiões de possível emprego da Força Terrestre, conforme

as hipóteses de emprego levantadas, atribuindo-se a responsabilidade da

execução da atividade de Inteligência nas operações militares à produção de

conhecimentos essenciais à condução de missões operacionais.

Essa análise da área de operações pode ser dividida em três fases

distintas: o estudo das características do terreno, das condições meteorológicas

e do inimigo.

Para que tal finalidade seja possível, se faz necessário a inserção da

aplicação do método de trafegabilidade no contexto e a utilização de um Sistema

de Informações Geográficas (SIG), com o objetivo de realizar a modelagem

espacial do ambiente operacional onde uma tropa pode ser empregada,

utilizando-se de diversos dados geográficos e temáticos existentes, como de

solo, cobertura vegetal e drenagem, entre outros, com a finalidade de prover o

necessário apoio à decisão, realizando o PITCIC por meio da estruturação da

base geográfica de dados vetoriais, do processamento digital de imagens de

satélites de sensoriamento remoto e da análise espacial, o que possibilita a

confecção do calco de Restrições ao Movimento.

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51

FIGURA 16 - Montagem do calco de restrições ao movimento Fonte: EB70-MC-10.307, Planejamento e Emprego da Inteligência Militar, 2016.

Nesse contexto, e de acordo com o manual C5-1 (Emprego de

Engenharia), os meios de apoio geral de engenharia possuem, dentre outras, as

finalidades de atender às necessidades de apoio à produção e a atualização de

cartas e de esboços, bem como à análise do terreno.

Dentre as etapas da produção da GeoInformação, existe a coleta de

dados de campo, visando levantar a mobilidade do terreno. Trata-se de uma

atividade complexa e que exige elevada técnica e grande emprego de meios

(pessoal e material no local a ser analisado), envolvendo algumas etapas nesse

processo, como:

– O emprego de SARP (de nível 0 ou 1) de forma sistêmica na área de

interesse, utilizando sensores multiespectrais para obtenção da conformação do

terreno a ser estudado;

– Análise do solo (vias de acesso) x Condições Meteorológicas;

– Análise da vegetação, dos obstáculos existentes e da topografia; e

–Testes de viaturas (Índice de Cone das Viaturas).

Deve ser levado em consideração também o prescrito na Portaria Nr 214-

EME, de 30 de dezembro de 2010, que aprova a diretriz de trafegabilidade para

viaturas sobre rodas e lagartas, cujas atividades apresentam muitos desafios

técnicos, entre os quais destaca-se:

- A ocorrência dos solos brasileiros serem muito heterogêneos;

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- A grande diversidade dos tipos de viaturas existentes no EB e suas

diferentes características e formas de utilização;

- A existência de grande número de variáveis que interferem na

caracterização do local, como rampas, vegetação rasteira, comportamento do

clima, dentre outras; e

- A inexistência de um banco de dados único que possa contribuir na

modelagem do sistema de trafegabilidade, permitindo rápida e fácil consulta aos

integrantes do sistema.

5.3 A contribuição da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) na aplicação da

GEOINT

A Diretoria de Serviço Geográfico, de acordo com a Portaria Nr 113, de

14 de março de 2008, a Portaria do Cmt Ex Nr 370, 30 maio 2005 e a Lei Nr 243,

28 fev 1967, é o Órgão de apoio técnico-normativo do Departamento de Ciência

e Tecnologia (DCT), incumbido de superintender as atividades relacionadas a:

– Imagens;

– Informações geográficas;

– Informações meteorológicas;

– Elaboração de produtos cartográficos;

– Suprimento e Manutenção do material técnico de sua gestão;

– Gestão do acordo Brasil – EUA relacionados ao Basic Exchange and

Cooperation Agreement (BECA);

– Estabelecimento das Normas Técnicas para a cartografia brasileira no

que concerne às cartas gerais das escalas de 1:250.000 e maiores; e

– Gestões do Banco de Dados Geográfico do Exército Brasileiro (BDGEx)

e do Banco de Dados Geográfico do Exército Brasileiro Operacional (BDGEx

Op).

A DSG já possui carregada em seu banco de dados praticamente toda a

região brasileira que se encontra mapeada, e em diferentes escalas, podendo

também carregar imagens e vetores. Com isso, esses dados podem ser

utilizados e consumidos por outros softwares em uso no EB, como o Pacificador

e o Comando e Controle em Combate, além do Integrador (que se encontra em

fase de implantação).

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53

Com isso, a DSG pode oferecer produtos que irão servir de base para a

GEOINT, por meio de produtos de geoinformação, treinamento em

geotecnologias e assessoramentos técnicos nos mais variados assuntos.

Dentre os produtos de geoinformação estão descritos na norma da

especificação técnica para produtos de conjuntos dados geoespaciais (EB80-N-

72.001), sendo eles:

- Dados vetoriais;

- Ortoimagens;

- Modelagem digital do terreno (MDT);

- Cartas topográficas; e

- Cartas ortoimagens.

Os treinamentos em geotecnologias disponibilizados pela DSG têm como

um de seus objetivos, apresentar a geoinformação (produtos e ferramentas) e

suas facilidades de emprego nas operações militares, sendo os seguintes:

- Cursos de Especializações em Cartografia, SIG, Fotogrametria e

Sensoriamento Remoto; e

- Estágios de Sensoriamento Remoto e de SIG (Básico e Avançado).

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54

6 A INTELIGÊNCIA DE IMAGENS (IMINT)

Foi apenas na Segunda Guerra Mundial (2ª GM) que as operações

especializadas de Inteligência de Imagens (IMINT) foram efetivamente

desenvolvidas, embora a fotografia aérea tenha sido usada extensivamente pela

primeira vez na Primeira Guerra Mundial (1ª GM).

Este fato foi proporcionado pela evolução dos equipamentos e das

doutrinas no período entre guerras, como o desenvolvimento feito pela Força

Aérea Britânica (RAF) de um sistema de aquecimento elétrico para as câmeras

aéreas, que permitiu que as aeronaves de reconhecimento tirassem fotos de

altitudes muito elevadas sem o congelamento de componentes da câmera,

introduzindo o uso das imagens de alta resolução no Estudo de Situação.

A utilização da Inteligência de Imagens surgiu durante o transcorrer da 2ª

GM e foi desenvolvida ao longo da Guerra Fria, impulsionada pelas

necessidades de conhecer as atividades desenvolvidas pelas forças oponentes

e para realizar a antecipação às ameaças, prevendo possíveis reações e

permitindo o planejando da pronta resposta, pois um discurso político pacifista

poderia mascarar uma mobilização ofensiva, potencialmente capaz de causar

enormes prejuízos a uma nação (GEORGE e BRUCE, 2008).

Um exemplo clássico dessa atividade foi a identificação por um voo de

reconhecimento de rotina da Força Aérea dos EUA, obtendo fotos do transporte

e dos preparativos para a instalação de mísseis nucleares soviéticos em Cuba,

em 1962, que culminariam na crise de mísseis de Cuba, fato marcante ocorrido

durante a Guerra Fria, conseguindo revelar o que as outras fontes de inteligência

(como a inteligência humana e a de sinais) não foram capazes.

Essa identificação pela IMINT possibilitou a reação imediata do governo

dos EUA, que exigiu providências da União Soviética para a retirada dos mísseis.

Entretanto, os soviéticos tinham a informação de que os americanos já haviam

instalado mísseis na Turquia, o que possibilitou ao Kremlin uma negociação em

melhores condições.

A Política Nacional de Defesa do Brasil ressalta que o entorno estratégico

brasileiro está livre de armas nucleares e a manutenção dessa situação é de

interesse do país. Nesse sentido, a Inteligência de Imagens necessita estar em

condições de prever e alertar quando houver evidências da intenção ou

preparação em curso para a instalação desse tipo de armamento, haja vista que

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há presença de bases militares de países que possuem armas nucleares em seu

arsenal, como no departamento ultramarino da França e nas ilhas britânicas no

oceano Atlântico.

Figura 17 - Sítios de lançamento de mísseis russos em Cuba (marcação nossa). Fonte: The Cuban Missile Crisis, October 1962, Office of the Historian.

Aliados a isso, existem países com objetivos nacionais permanentes de

retomarem áreas perdidas em disputas territoriais no passado recente, o que

poderia justificar (em tese) o desenvolvimento de armas nucleares, como no

caso da reivindicação argentina pelas ilhas Malvinas (Falklands), dentre outros.

Porém, a preocupação com prováveis ameaças nucleares não é a única

a merecer atenção da inteligência, pois a todo o momento surgem áreas de

tensão ou questões duvidosas, internas ou externas, que podem representar

riscos aos interesses brasileiros ou requerem o posicionamento do Brasil em

fóruns internacionais.

Para a correta condução da política externa nacional, o Brasil tem a opção

de utilizar as informações divulgadas oficialmente pelos envolvidos ou pode

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56

gerar seu próprio conhecimento, o que pode, neste último caso, fortalecer a

imagem do país internacionalmente e aumentar o seu poder de persuasão.

O fato de, atualmente, não poder gerar seu próprio conhecimento a cerca

de determinados assuntos sensíveis deixa o país submetido a saber aquilo que

os contendores querem divulgar, e também, a aquilo que não gostariam de

divulgar ou que contraria o seu discurso. Não possuir esse tipo de informação

impossibilita ter uma correta avaliação da situação, prejudicando a construção

de estratégias eficazes (LOWENTHAL, 2009).

6.1 A INTELIGÊNCIA DE IMAGENS NO BRASIL

O Brasil iniciou suas atividades de IMINT no transcorrer da 2ª Guerra

Mundial, por meio da Fotointerpretação, realizadas especialmente pelo então

Cap Werner e Cap Melo, das fotografias aéreas das operações em que

participaram junto com os aliados nos campos de batalha da Itália, produzindo

conhecimentos das fotografias obtidas dos fronts e das áreas de interesse da

Força Expedicionária Brasileira (FEB).

As atividades no EB iniciaram com a implementação do curso de

Fotoinformação no então Departamento de Engenharia do Centro de Instrução

Especializada, sendo criado em 1949, o Departamento de Fotoinformação e

Desenho, chefiado pelo Capitão Cícero Amarante Imbuzeiro.

Acompanhando e evolução da doutrina militar, a atividade de

Fotointerpretação passou por uma reestruturação curricular em 2000, quando os

cursos de Fotointerpretação e Fotoinformação evoluíram para Interpretação de

Imagens (Intpr Im) e Análise de Imagens (Anl Im), respectivamente. A Seção de

Fotoinformação da Escola de Instrução Especializada (EsIE), que ministrava os

cursos, passou a ser designada como Seção de Inteligência de Imagens.

Em 2004 a Seção de Ensino de Inteligência de Imagens foi transferida

para a Escola de Inteligência Militar do Exército (EsIMEx), em Brasília – DF, com

o objetivo de aproximar mais a Inteligência de Imagens da atividade de

inteligência militar desenvolvida no Exército, com os cursos passando a serem

denominados Inteligência de Imagens para Oficiais e para Sargentos, em 2005.

Atualmente, o curso de IMINT no EB novamente acompanhando a

evolução doutrinária, transformou-se no Curso de Geointeligência, abrangendo

uma maior grade curricular e expandindo as capacidades dos discentes.

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Figura 18 - Distintivo dos Cursos de IMINT e GEOINT para Of e Sgt Fonte: EB10-R-12.004, Regulamento de Uniformes do Exército, 2015.

Paralelo a IMINT do EB surgiu o Programa Espacial Brasileiro, nos anos

de 1960, com a criação do Centro Técnico Aeroespacial (CTA). Em 1971, foi

criado o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com a finalidade de

permitir ao Brasil o acesso soberano ao espaço, bem como sua utilização, em

benefício dos brasileiros (ARAÚJO, 2016).

Hoje em dia, quem coordena as atividades do Plano Nacional de

Atividades Espaciais é a Agência Espacial Brasileira, executado pelo Ministério

da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do INPE, e do Ministério da Defesa,

por intermédio da Força Aérea Brasileira (FAB), e realizando convênios com

empresas civis do ramo.

A Estratégia Nacional de Defesa (END) colocou sob responsabilidade da

Força Aérea Brasileira (FAB) o desenvolvimento do setor aeroespacial, em

particular, do sensoriamento remoto por sensores de alta resolução e

embarcados em plataformas orbitais (satélites).

Assim, foi criado em 2012 o Programa Estratégico dos Sistemas Espaciais

Brasileiro (PESE), de modo a dotar o país de equipamentos orbitais com

empregos diversos, incluindo os produtos para a Defesa, estando incluído o

desenvolvimento de satélite de imageamento ótico de alta resolução (SGDC 2).

O Brasil, por meio do INPE, possui uma parceria estratégica com a China

e já lançou quatro satélites de média resolução espacial, o Satélite Sino-

Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS). Atualmente está em operação o

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CBERS-4, com 5 metros de resolução espacial no sensor pancromático, e 10

metros em sensores multiespectrais8, já entrando no término de sua vida útil.

Porém esse nível de resolução é indicado para o estudo da vegetação e uso da

Terra, tendo sua utilização para a defesa muito limitada, tendo em vista que a

IMINT necessita de imagens com altíssima / alta resolução.

A seguir, encontra-se a tabela de referência da Organização do Tratado

do Atlântico Norte (OTAN) com as resoluções espaciais indicadas para a

detecção, reconhecimento e identificação, que são atividades essenciais da

Inteligência de Imagens, de acordo com a padronização STANAG 3769.

Figura 19 - Resolução média (metros) necessária para as Operações Militares Fonte: OTAN, 1992. Assim, verifica-se a necessidade de o Brasil possuir uma fonte soberana,

com resolução adequada, voltada às necessidades militares das três Forças e

aos ministérios do Governo Federal, capaz de proporcionar reais condições de

serem emitidos alertas oportunos, identificar e monitorar ameaças e

oportunidades, especialmente no entorno estratégico do país, pois não seria

compreensível uma cena em que, ao menos, não seja possível identificar os

_______________

8 Imagens de um mesmo objeto, tomadas com diferentes comprimentos de ondas eletromagnéticas. Pode ser luz visível, infravermelha, ultravioleta, raio-X ou qualquer outra faixa do espectro.

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objetos que nela estão contidos. Como exemplo, será necessária uma resolução

espacial melhor que 1,5 m para que sejam possíveis a detecção e a identificação

de uma base militar que possua mísseis capazes de atingir estruturas críticas

em território brasileiro.

A seguir, será mostrada uma sequencia de imagens retratando sobre o

trabalho realizado por um analista de IMINT.

Movimentação detectada

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60

Figura 20 - Sequencia de desenvolvimento da IMINT, com imagem com 50 cm de resolução. Fonte: COTER.

Neste diapasão, a consciência situacional proporcionada pela IMINT e

pela função de combate inteligência tem papel fundamental para o processo

decisório do comando, exigindo fontes de informações ágeis, confiáveis e

constantes, tornando as fontes soberanas de imagens orbitais úteis nos níveis

estratégico, operacional e tático das Forças Armadas.

De acordo com o manual de Inteligência Militar Terrestre (EB20-MF-

10.107), a consciência situacional é obtida mediante análise e julgamento dos

conhecimentos e informações relevantes, com vistas a determinar as relações

2X Veículos de Transporte

descarregados

Veículo de Transporte carregado

4x veículos suspeitos com alta probabilidade de

fazerem parte da Bateria

2x Sistemas multi-canal de

guiamento de mísseis por radar

2x possíveis veículos Posto de Comando (9S457ME)

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entre os fatores operativos e de decisão. Este estado é atingido por intermédio

da disponibilidade de conhecimentos e da habilidade no trato das informações

que, associadas à experiência profissional, às crenças e valores de um indivíduo,

o colocam em vantagem operacional em relação ao seu oponente.

Figura 21 - Hierarquia cognitiva da consciência situacional. Fonte: EB20-MF-10.107, Inteligência Militar Terrestre, 2015.

O trabalho da IMINT será o de processar os dados, analisar as

informações e transformar estes insumos em produtos e conhecimentos,

oferecendo resultados com oportunidade e com qualidade ao decisor, de modo

que este possa optar pela melhor linha de ação visando atingir seu Estado Final

Desejado (EFD).

O EB atualmente obtém os insumos para o desenvolvimento da IMINT por

meio de fontes abertas, pelo desenvolvimento de dados geoespacializados por

militares do EB, por meio da DSG e da Engenharia. No caso de imagens

satelitais, as imagens multiespectrais são adquiridas pelo Ministério da Defesa

através de licitação, e no caso de imagens óticas, o acordo com a empresa

Digital Globe – BECA, atualmente supri, com restrições, as necessidades de

imagens da Força. Cabe ressaltar que as imagens oriundas do acordo do BECA

não cumprem os requisitos de segurança e, por vezes, de oportunidade,

necessários a atividade de inteligência militar, uma vez que a empresa detentora

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das imagens pode facilmente monitorar as atividades ou áreas de pesquisa que

o EB está realizando, bem como disponibilizar arquivos desatualizados ou que

não representem de forma exata a realidade.

Outro ponto que merece destaque é sobre a obtenção de insumos por

meio do Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotados (SARP). O EB ainda

não padronizou o MEM a ser utilizado nas operações e quem será o responsável

em operar as diferentes classes de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP)

existentes. Assim, o que vem ocorrendo é que cada OM, de forma isolada, por

vezes, adquire seu SARP para benefício próprio, usando, na maioria das vezes,

produtos de prateleira e não militarizados, e dificilmente compartilha os dados

obtidos.

Fig 22 – Desdobramento de um SARP. Fonte: MC EB20-MC-10.214, Vetores Aéreos da Força Terrestre, 2014.

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63

Fig 23 – Classificação e categoria dos SARP. Fonte: MC EB20-MC-10.214, Vetores Aéreos da Força Terrestre, 2014.

Fig 24 – SARP Categoria 1 em Operação, com lançamento manual. Fonte: MC EB20-MC-10.214, Vetores Aéreos da Força Terrestre, 2014.

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Outra fonte de dados referem-se as imagens obtidas pelos observadores

aerofotogramétricos9, produzidas principalmente na realização de

imageamentos feitos em aeronaves de asa rotativa do EB ou de asa fixa da FAB,

e realizada por militares possuidores dos cursos de Inteligência de Imagens e de

GEOINT para Oficiais e Sargentos da EsIMEx.

Essa atividade embarcada vem perdendo espaço com o desenvolvimento

de novas tecnologias, por meio do uso de imagens satelitais e das ARP,

popularmente conhecido como Drones, reduzindo o custo da obtenção dos

insumos, o consumo de horas de voo e o desgaste das aeronaves. Ressalta-se

que atividade de observador fotogramétrico continua sendo realizada, porém

utilizando cada vez menos aeronaves.

Desta maneira, a legislação vigente necessita ser atualizada de acordo

com a evolução das tecnologias e das doutrinas, de modo a englobar e a

prestigiar a atividade do observador fotogramétrico2 não embarcado. Nesse

intuito, o presente trabalho apresenta no “Anexo A” uma proposta de alteração

das portarias que possuem afinidade com a atividade de GEOINT, para que

ocorra o amparo da atividade e a atualização da legislação a respeito da

atividade do Observador Fotogramétrico, estritamente ligada à IMINT.

Figura 25 - Analista de Imagens realizando a atividade de Observador Aerofotogramétrico. Fonte: COTER

_______________

9 Profissional responsável em extrair de fotografias/imagens, a forma, as dimensões e a posição dos objetos nelas contidos, realizando o levantamento da topografia local e da altimetria por meio insumos permitem a visão tridimensional quando observadas por meio de equipamentos ou softwares apropriados. A atividade também pode ser realizada de forma não – embarcada.

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Figura 26 - resumo das fontes de insumos e sua utilização no EB. Fonte: o autor. Legenda: 1- Força Aérea Componente. 2- Bateria de Busca de Alvos (OM ainda não implantada no EB). 3- Baixa disponibilização de produtos. 4- Praticamente inexpressivo. 5- Pouca utilização por indefinições de MEM. 6- Radares SABER M60 e M200. 7- Pouco utilizado e bastante custoso.

1

2

7

4

DSG+Eng3

Empresas Civis

Img SARP5

e Radar6

GEOINTELIGÊNCIA (GEOINT)

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7 CONCLUSÃO

Observa-se que a partir do final do século passado a utilização da

GEOINT passou a ganhar mais força no cenário internacional, abandonando o

empirismo e tornando-se fundamental no levantamento de dados e

conhecimentos para os combates.

Nessa evolução, o Exército Brasileiro encontra-se atento, passando por

um período de grandes mudanças na doutrina e nas características de seu

emprego, onde tecnologias mais acessíveis, preços mais competitivos, maior

confiabilidade dos produtos e sensores cada vez mais precisos tem

proporcionado utilizações contínuas de novas tecnologias em operações mais

pontuais e com extrema eficiência.

Dessa forma, a GEOINT seguiu em franca evolução, adaptando-se às

novas necessidades e as novidades tecnológicas que foram surgindo, sendo

empregada largamente nos combates no amplo espectro, com inúmeras

missões sendo agregadas às suas possibilidades.

Com a diminuição de enfrentamentos diretos e em larga escala, e o

aumento dos combates de amplo espectro, é necessário adotarmos novas

práticas que permitam um maior proveito de nosso capital humano, que reduzam

os riscos inerentes da difícil tarefa de manter a soberania nacional e ser

empregado fora do território nacional, para auxiliar a população civil em tempos

de paz.

Algumas Forças Armadas do mundo (notoriamente Estados Unidos e

Israel) estão utilizando a GEOINT como ferramenta multiplicadora de suas

forças. Com isso, não podemos continuar com uma mentalidade de emprego da

Força Terrestre pautada em paradigmas do século passado, sendo crescente e

contínua a adoção da GEOINT e o fomento de sua pesquisa.

Nos mapas abaixo é possível observar os países onde os termos GEOINT

e Inteligência Geoespacial são mais buscados. Países como EUA, Austrália,

Reino Unido, Canadá e Irã foram os 5 países que mais buscaram sobre GEOINT

no Google ao longo dos últimos 12 meses, enquanto que os EUA, Austrália,

Quênia, Nigéria e Reino Unido foram os que mais buscaram sobre Inteligência

Geoespacial no mesmo período. O Brasil possui uma baixa procura sobre os

dois termos ao longo do tempo verificado, o que pode evidenciar a defasagem

de pesquisas e de aprimoramentos de sua doutrina, consequentemente

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colocando o EB em defasagem nessas áreas em relação aos principais exércitos

do mundo.

Figura 26: Busca pelo assunto Inteligência Geoespacial no Google nos últimos 12 meses. Fonte: Google Trends, dados extraídos em 17 Julho de 2018.

Figura 27: Busca pelo assunto GEOINT no Google nos últimos 12 meses. Fonte: Google Trends, dados extraídos em 17 Julho de 2018.

7.1 Necessidades para aprimorar a atividade de GEOINT no EB

Foi verificado ao longo do presente trabalho que o EB apresenta

deficiências para melhor desenvolver suas capacidades em relação a atividade

de GEOINT, podendo ser suavizadas por meio do desenvolvimento das

seguintes capacidades:

• Aquisição de servidores com alta capacidade;

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• Disponibilização de meios de Tecnologia da Informação (hardwares e

softwares) atualizados;

• Disponibilização de Internet estabilizada e com alta velocidade;

• Permissão de tráfego de grande volume de dados;

• Compartilhamento de informações de modo seguro;

• Maior capacitação dos quadros e aumento do efetivo de pessoal

especializado;

• Maior difusão das possibilidades de apoio de GEOINT a F Ter;

• Maior aquisição de insumos voltados a GEOINT;

• Mobiliar as Divisões de Exército / Brigadas com SSGEOINT; e

• Unificação dos bancos de dados com dados Geoespaciais;

Atualmente, o EB possui os seguintes modos para realizar suas

aquisições de imagens e insumos, sendo disponibilizadas aos Cmdo Mil A e aos

demais ODS mediante solicitação (quando for o caso):

- Fontes abertas;

- Compra e disponibilização pelo MD (principalmente para o COTER e

para o CIE);

- Convênio com a empresa Digital Globe por meio do acordo BECA (CIE,

DSG e COTER); e

- Parcerias com órgãos e instituições, como o Centro Gestor e

Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM).

Porém, na maioria das vezes, esses insumos não são capazes de

fornecer informações com oportunidade e com qualidade ao decisor, tendo em

vista que ou não são de fontes confiáveis, ou possuem grande lapso temporal

para aquisição ou para disponibilização, não permitindo, por exemplo, a

observação de atividades militares, bloqueios de estradas, existência de

corredores de deslocados, condições de estradas e de aeroportos. Isso pode

prejudicar uma maior eficácia do preparo e do emprego da F Ter,

impossibilitando a análise das informações em melhores condições, levantar

alternativas possíveis, bem como avaliar os riscos com maior propriedade.

Assim, a atividade sistemática da IMINT e integrada com as demais fontes

de inteligência deve ser criteriosamente planejada, de modo a permitir o

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69

dimensionamento dos recursos humanos e dos materiais necessários, bem

como, os seus processos de funcionamento, permitindo que se possa atingir a

máxima eficácia em proveito do Estado Brasileiro.

Nesse sentido, evidencia-se a necessidade de o Brasil possuir uma fonte

soberana para aquisição de insumos de GEOINT, como satélites de alta/

altíssima resolução ou SARP. Pode até parecer que a aquisição ou o

desenvolvimento desses equipamentos sejam muito onerosos, entretanto a

própria PND retrata que os meios militares tenham uma aplicação dual, isto é,

militar e civil, e que possam, ao menos, reduzir o ônus ao erário público, o que

já justificaria a dotação dessa fonte de dados.

7.2 O Departamento de Engenharia de Construção na GEOINT

Em relação a participação do DEC na GEOINT, verifica-se a necessidade

de ampliar a participação da Engenharia na Geoinformação, especialmente na

disponibilização de seus produtos. Para isso, deve buscar uma maior

especialização de seus quadros, oferecer mais produtos sobre o reconhecimento

topográfico, a gestão de banco de dados Geoespacial, a geração de Informação

Geoespacial, a análise e a visualização do terreno, dentre outros.

Outra oportunidade de melhoria seria a inserção do método de

trafegabilidade no contexto do Estudo de Situação do Comandante, durante a

execução do PITCIC10, onde alguns levantamentos, a ser realizado por pessoal

especializado, seriam necessários. Por exemplo, a utilização de modelos de

previsão de umidade e de trafegabilidade em determinado solo ou nos diferentes

tipos de estradas e rodovias.

Atualmente o DEC já vem desenvolvendo pesquisas e executando

atividades sobre este tema, tais como:

• Apoio à pesquisa de trafegabilidade;

• Proposta de um curso de Análise do Terreno do Centro de Engenharia

(Araguari/MG);

• Estudos doutrinários no CMO; e

_______________

10 De acordo com o manual EB20-MC-10.207, o conhecimento do PTICIC é fundamental para que o comandante tático possa dispor de seus meios com vantagem sobre o inimigo, passando a conhecer em detalhes as informações sobre terreno, condições meteorológicas e o inimigo.

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70

• Elaboração de mapas temáticos análise sobre solo, meteorologia,

topografia, obstáculos, vegetação e outros.

Na doutrina militar americana existe a Geoengenharia (Geospatial

Engineering), compondo uma das três disciplinas da arma Engenharia,

juntamente com a Engenharia de Combate (Combat Engineering) e a

Engenharia Geral (General Engineering). Essas disciplinas são áreas

especializadas, sendo cada uma delas focada em determinadas capacidades de

apoio ou que são apoiadas por outras disciplinas.

A Geoengenharia nos EUA é a base que apoia as disciplinas Engenharia

de Combate e Engenharia Geral. Ela inclui as capacidades e atividades de

engenharia que contribuem para uma compreensão clara do ambiente físico,

fornecendo informações e serviços geoespaciais para comandantes e seus

estados-maiores. Os dois principais produtos da Geoengenharia são a análise e

a visualização do terreno, com seu apoio estando presente nos principais

escalões do Exército, desde o nível brigada até o nível FTC.

Esse apoio de Geoengenharia é prestado pelas equipes de Engenheiros

Geoespaciais, as quais se associam aos analistas de imagens de inteligência

Geoespacial (IMINT) dentro das seções de inteligência, para formar a Célula de

Inteligência Geoespacial ou a Célula de Planejamento Geoespacial. Essas

células provêm apoios de inteligência Geoespacial para todas fases das

operações de inteligência.

Deste modo, observa-se que o DEC ainda possui largo campo a explorar

na temática da GEOINT, com a necessidade de aprimorar a integração com o

SIEx e de desenvolver técnicas nacionais que forneçam informações que

alimentem o sistema de dados de GeoInformação tática e operacional, podendo

observar parte da doutrina dos EUA e adaptá-la a realidade e as necessidades

do EB.

7.3 A Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) na GEOINT

A missão da DSG envolve fornecer imagens e produzir informações

geográficas, constituindo dois componentes fundamentais da GEOINT.

Como oportunidade de melhoria, a DSG, em coordenação com o COTER

e o CIE, poderia centralizar a sistemática de solicitação / aquisição de imagens

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no EB, de modo a realizar o carregamento em seu banco de dados e

disponibilizá-las no BDGEx Op para que todos militares cadastrados possam se

beneficiar desses insumos.

A DSG poderia capacitar mais militares, e de modo mais contínuo, nas

ferramentas de GEOINFO por meio dos treinamentos que ela já realiza, pois

atualmente os cursos de capacitação disponibilizados pela DSG são pouco

difundidos e alcançam um efetivo reduzido no âmbito do EB, pouco contribuindo

para a difusão da atividade de GEOINT.

Esta diretoria atualmente está trabalhando em estabelecer parcerias com

Instituições do Brasil e do exterior para aprimorar a produção de GEOINFO. Os

acordos de cooperação e intercâmbio com a National Geospatial-Intelligence

Agency (NGA), de cooperação técnica com o Instituto Nacional de Meteorologia

(INMET) e com a empresa Visiona, poderá alavancar as potencialidades da

GEOINT no EB por meio de novas capacidades e de produtos disponibilizados

as seções e subseções de GEOINT da F Ter, como imagens, dados

topográficos, gravimetria, nomes geográficos, elaboração de produtos

meteorológicos personalizados, dentre outros.

7.4 Considerações Finais

A inteligência de imagens no nível tático ainda está muito incipiente,

havendo apenas uma seção no 6o Batalhão de Inteligência Militar que realiza

essa atividade.

Embora existam programas e projetos, como SISFRON, OLHO DA

ÁGUIA e SARP, que necessitam de coordenação para a obtenção de dados e

de fluxo de informações confiáveis para alimentá-los, ainda não existe uma

regulação sobre os tipos de sensores, seu emprego e a capacitação dos

intérpretes e analistas para dar suporte a esses projetos. Desta forma, pode-se

concluir que a atividade de Imagem, IMINT e GEOINFO são incipientes no nível

tático e operacional, somente a GEOINFO no nível estratégico está melhor

desenvolvida, e que a tentativa de integração do SIMAGEX não promoveu o

desenvolvimento equitativo das atividades de GEOINT, limitando-se ao nível

operacional.

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Nível Decisório Imagem IMINT GEOINFO

Operacional Parcialmente Incipiente Parcialmente

Tático Incipiente Incipiente Inexistente

Quadro 05: situação do desenvolvimento das atividades de GEOINT no EB. Fonte: o autor.

Verifica-se ainda que o cenário para o qual o SIMAGEX foi criado mudou,

e que agora já podemos perceber que em um futuro próximo o sensoriamento

remoto no nível tático deverá ser uma realidade, onde as informações

produzidas nas tropas de 1º escalão devem ser melhor aproveitadas, tornando

a digitalização do campo de batalha como um objetivo possível. Mas para que

essa complexa questão seja possível, deve ocorrer maior integração entre todos

os atores, seguindo a tendência mundial, com o conceito de GEOINT

necessitando de um trabalho integrado das diferentes atividades que a formam.

7.4.1 A importância para a transformação do EB

Em continuação ao projeto de transformação do Exército, a digitalização

georreferenciada, atualizada constantemente e confiável sobre terreno, inimigo,

condições meteorológicas e considerações civis em todos os escalões táticos da

F Ter, tem elevada importância, pois a tendência atual, da era do conhecimento,

é de utilizar meios de TI para diminuir a duração do ciclo decisório em todos os

níveis.

Assim, todas as peças de manobra necessitarão de um fluxo de

informações que lhes permitam diminuir o tempo despendido em

reconhecimentos, não dispensando um acompanhamento analógico paralelo

que possibilite a continuidade mesmo quando os meios digitais não estiverem

funcionando por qualquer motivo.

7.4.2 Os reflexos do uso do Sensoriamento Remoto

Em relação a capacitação, para que ocorra uma eficaz exploração dos

SARP, se faz necessário maior regulamentação do sensoriamento remoto no

nível tático / operacional e de capacitação específica para o intérprete e para os

analistas de imagens, diferenciando a capacitação dos operadores das

aeronaves da capacitação dos analistas dos insumos gerados por meio dos

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diversos sensores embarcados. Isso poderá contribuir para maior flexibilidade e

profundidade à gestão das imagens e das informações geradas.

Essa capacitação inicialmente pode ocorrer em centros de formação

específicos, que permitam a simulação de diversas situações e a interação com

a as Funções de Combate Inteligência e de Comando e Controle. Ela também

irá depender de um centro de doutrina que produza conhecimentos atualizados

para orientar a formação e atualização do pessoal.

O adestramento de operadores de SARP deve estar integrado em um

sistema de GEOINT, a fim de permitir a avaliação de todo o ciclo que envolve

planejamento, obtenção, tratamento, validação, análise, geração de produtos e

difusão, constituindo em condição fundamental para manter a habilitação, tanto

dos operadores quanto dos intérpretes e analistas das imagens.

Para que a utilização do SARP tenha melhor suporte, é necessário a

criação de uma biblioteca de alvos (constando formas, medidas, padrões de

emprego, características espectrais, etc.) e de um catálogo padronizado de

produtos (para orientar a capacitação e acelera a produção das informações).

A validação e a difusão dos dados devem ser padronizadas e realizadas

por pessoal especializado, podendo ser executada pelas SSGEOINT dos Cmdo

Mil A, exceto os dados oriundos de reconhecimentos técnicos, que devem ser

validados por células específicas (inteligência ou engenharia).

As análises dos dados obtidos em diferentes fontes devem ser integradas

e ocorrerem em uma célula de GEOINT, que deve possuir em seus quadros

especialistas em sensoriamento remoto (imagem), IMINT e/ou Geoinformação,

podendo ser aproveitada a estrutura dos Cmdo Mil A já existentes, porém

devendo ter seus efetivos revistos, de forma a executarem as atividades com

correção e qualidade.

Com isso, observa-se que a criação de um banco de dados com gestão

única, e a disponibilização de dados em formatos amigáveis e compatíveis com

os diversos softwares em uso no EB, de forma padronizada, bem como o

compartilhamento dos conhecimentos produzidos, pode contribuir de maneira

fundamental para maior alcance e efetividade da atividade de GEOINT.

Como referência, um sistema de GEOINT tem condições de oferecer

produtos como caixão de areia virtual, calco digital de restrição ao movimento

(PITICIC), atualização dos vetores de dados geográficos, calco digital de

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influência meteorológica, calco digital do inimigo, imagens das áreas de

operações, relatório de IMINT sobre pontos críticos, atividades do inimigo e

considerações civis, análise temporal por imagens da evolução histórica da

situação, relatório de análise espacial dos dados integrados, mapas temáticos

personalizados, dentre outros, que se forem compartilhados e disponibilizados

ao público interno, podem economizar tempo e ampliar a consciência situacional

dos comandantes.

Figura 28: Exemplo de produto digital. Fonte: COTER.

Figura 29: Exemplo de GEOINFO com a Loc de Terras Indígenas. Fonte: COTER

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ANEXO “A”

As atividades especiais, previstas no Inciso V do Art 3º da Medida

Provisória Nr 2215-10, de 31 de Agosto de 2001 necessitam de maior

regulamentação.

Medida Provisória Nº 2215-10, de 31 de Agosto de 2001

Dispõe sobre a reestruturação da remuneração dos militares das Forças Armadas, altera as Leis nos 3.765, de 4 de maio de 1960, e 6.880, de 9 de dezembro de 1980, e dá outras providências.

CAPÍTULO I DA REMUNERAÇÃO

Art. 1o A remuneração dos militares integrantes das Forças Armadas -

Marinha, Exército e Aeronáutica, no País, em tempo de paz, compõe-se de:

I - soldo;

II - adicionais:

a) militar;

b) de habilitação;

c) de tempo de serviço, observado o disposto no art. 30 desta Medida

Provisória;

d) de compensação orgânica; e (grifo nosso)

e) de permanência;

...

Parágrafo único. As tabelas de soldo, adicionais e gratificações são as

constantes dos Anexos I, II e III desta Medida Provisória.

Art. 3º Para os efeitos desta Medida Provisória, entende-se como:

...

V - adicional de compensação orgânica - parcela remuneratória mensal devida

ao militar para compensação de desgaste orgânico resultante do desempenho

continuado de atividades especiais, conforme regulamentação (grifo nosso);

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TABELA V – ADICIONAL DE COMPENSAÇÃO ORGÂNICA

SITUAÇÕES VALOR PERCENTUAL QUE INCIDE SOBRE O SOLDO

FUNDAMENTO

Voo em aeronave militar como tripulante orgânico, observador meteorológico,

observador aéreo e fotogramétrico (grifo nosso).

20

Arts. 1º e 3º.

Salto em paraquedas, cumprindo missão militar.

Imersão no exercício de funções regulamentares a bordo de submarinos.

Mergulho com escafandro ou com aparelho.

Controle de Tráfego Aéreo.

Trabalho com Raios X ou substâncias radioativas.

10

Nota-se então que até a presente data não foi criada a regulamentação

necessária que vislumbre o pagamento da compensação orgânica para as

atividades especiais, no qual o observador fotogramétrico está enquadrado.

Desta feita, serão apresentadas propostas de modificações e a criação de

nova portaria visando contribuir com a regulamentação, aumentar o alcance e a

efetividade da atividade de GEOINT no EB.

Reitero que o observador fotogramétrico (embarcado ou não) é o

profissional responsável em extrair de fotografias / imagens, a forma, as

dimensões e a posição dos objetos nelas contidos, realizando o levantamento

da topografia local e da altimetria por meio insumos permitem a visão

tridimensional quando observadas por meio de equipamentos ou softwares

apropriados. O nível de desenvolvimento tecnológico atual permite que a

atividade seja realizada em iguais condições na forma embarcada em aeronaves

militares ou em solo (ambiente estático, como postos de trabalho).

Considerando a linha de pior hipótese onde todos os militares

especializados em IMINT (ativa) passariam a receber a gratificação de

compensação orgânica integral, o impacto no orçamento da F Ter seria o

seguinte:

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Posto/ Grad Soldo Atual

(R$) Total do Efetivo Especializado

20% do soldo (R$)

Coronel 10.832,00 5 10.832,00

Tenente-Coronel 10.642,00 25 53.210,00

Major 10.472,00 33 69.115,20

Capitão 8.517,00 4 6.813,60

Capitão QAO 8.517,00 3 5.110,20

Primeiro-Tenente (QAO) 7.796,00 21 32.743,20

Segundo-Tenente (QAO) 7.082,00 9 12.747,60

Subtenente 5.751,00 31 35.656,20

Primeiro-Sargento 5.110,00 16 16.352,00

Segundo-Sargento 4.445,00 1 889,00

TOTAL - 148 243.469,00

Quadro 06: orçamento referente ao pagamento de compensação Org para Atv de IMINT. Fonte: o autor

Propostas de alterações das portarias que possuem afinidade com a atividade

de GEOINT (autoria deste oficial e do 1º Sgt ARLEM VICENTE DA SILVA)

(As propostas de alterações estão demarcadas em vermelho)

COMANDANTE DO EXÉRCITO

PORTARIA Nº _____, DE ____ DE ________ DE 201____.

Aprova o Plano de Provas para as Atividades Especiais de Voo em

Aeronave Militar e de Controle de Tráfego Aéreo no Âmbito do Comando do

Exército (EB10-P-01.001) e dá outras providências.

O COMANDANTE DO EXÉRCITO, no uso das atribuições que lhe

conferem o art. 4º da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada

pela Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de 2010, o art. 7º, do Decreto nº

4.307, de 18 de julho de 2002 e o inciso I do art. 20 da Estrutura Regimental do

Comando do Exército, aprovada pelo Decreto nº 5.751, de 12 de abril de 2006,

ouvido o Estado-Maior do Exército, resolve:

Art. 1º Aprovar o Plano de Provas para as Atividades Especiais de Voo

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em Aeronave Militar e de Controle de Tráfego Aéreo no Âmbito do Comando do

Exército, que com esta baixa.

Art. 2º Estabelecer que esta Portaria entre em vigor na data de sua

publicação.

Art. 3º Revogar a Portaria do Comandante do Exército nº 541, de 1º de

julho de 2017.

PLANO DE PROVAS PARA AS ATIVIDADES ESPECIAIS DE VOO EM

AERONAVE MILITAR E DE CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO NO ÂMBITO

DO COMANDO DO EXÉRCITO

PLANO DE PROVAS PARA AS ATIVIDADES ESPECIAIS DE VOO EM

AERONAVE MILITAR E DE CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO NO ÂMBITO

DO COMANDO DO EXÉRCITO

CAPÍTULO I

DA FINALIDADE E DOS OBJETIVOS

Art.1º O presente Plano define as ações referentes às atividades

especiais de voo em aeronave militar e de controle de tráfego aéreo, no Exército

Brasileiro, bem como as condições a serem satisfeitas pelos especialistas de

aviação para o cumprimento dessas atividades.

Art. 2º Este Plano de Provas tem os seguintes objetivos:

I - estabelecer normas e requisitos padronizados para as

atividades especiais de voo em aeronave militar e de controle de tráfego aéreo;

II - determinar as condições de execução destas atividades;

III - condicionar o exercício das atividades especiais de voo em

aeronave militar e de controle de tráfego aéreo às atividades programadas para

o ano de instrução; e

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IV - compatibilizar a realização das atividades especiais de voo em

aeronave militar e de controle de tráfego aéreo às prescrições da Medida

Provisória nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001, do Decreto nº 4.307, de 18 de

julho de 2002, e da Portaria nº 039-EME, de 14 de abril de 2010.

CAPÍTULO II

DOS CONCEITOS BÁSICOS

Art. 3º Para fins deste Plano são adotados os seguintes conceitos:

I - Plano de Provas para as Atividades Especiais de Voo e de

Controle de Tráfego Aéreo: documento, aprovado por ato do Comandante do

Exército, que estabelece as normas e os requisitos padronizados para as

atividades especiais de voo e de controle de tráfego aéreo no Exército;

II - período de provas: intervalo de tempo com duração de doze

meses, iniciando-se a 1º de janeiro e terminando a 31 de dezembro, no qual o

militar deverá realizar um número mínimo de horas de voo ou de controle de

tráfego aéreo;

III - atividade especial de voo: atividade aérea desempenhada por

tripulante orgânico ou especial, quando a bordo de aeronave militar, cuja função

é indispensável ao cumprimento de missão determinada por autoridade

competente;

IV - atividade especial de controle de tráfego aéreo: atividade

desempenhada por especialista de aviação, destinada ao controle do fluxo do

tráfego aéreo, à coleta e ao fornecimento de informações às aeronaves que

evoluem no espaço aéreo;

V - tripulação orgânica: equipe constituída de militares do Exército,

especialistas de aviação, organizada essencialmente para o cumprimento de

uma atividade especial de voo determinada por autoridade competente;

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VI - especialista de aviação: militar do Exército qualificado ao

desempenho de função a bordo de aeronave militar ou de atividade especial de

controle de tráfego aéreo; e

VII - organização militar (OM) ou órgão integrante do Sistema

Aviação do Exército (SisAvEx): aquele definido pela Portaria nº 039-EME, de 14

de abril de 2010.

VIII - tripulação especial: equipe constituída de militares do

Exército, especialistas em atividades específicas, como observador

fotogramétrico, quando embarcados em aeronave e destinados para o

cumprimento de uma atividade especial de voo determinada por autoridade

competente;

IX - observador fotogramétrico (embarcado ou não) é o profissional

responsável em extrair de fotografias / imagens, a forma, as dimensões e a

posição dos objetos nelas contidos, realizando o levantamento da topografia

local e da altimetria por meio insumos permitem a visão tridimensional quando

observadas por meio de equipamentos ou softwares apropriados. Pode ser

realizada de forma não-embarcada.

CAPÍTULO III

DO NÚMERO MÍNIMO DE HORAS EM CADA PERÍODO DE PROVAS

Art. 4º O número mínimo de horas de voo ou de atividade especial de controle

de tráfego

aéreo a ser cumprido, em cada período de provas, pelos especialistas de

aviação é o seguinte:

I - oficiais-generais: cinco horas;

II - oficiais superiores e oficiais do QAO: dez horas;

III - capitães e tenentes: quinze horas;

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IV - subtenentes e sargentos do QE: quinze horas; e

V - demais praças: vinte horas

§ Único: Os militares possuidores dos cursos de Inteligência de Imagens

(IMINT) e Geointeligência (GEOINT) da EsIMEx poderão utilizar as horas

trabalhadas na atividade de observador fotogramétrico não embarcado em

proveito do período de provas.

CAPÍTULO IV

DAS AERONAVES E MISSÕES

Art. 5º Para a realização do presente Plano, poderão ser utilizadas

aeronaves militares do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, das Nações Unidas

ou das Forças Auxiliares, no País ou no exterior.

Art. 6º As missões para a atividade de voo, levantamento

fotogramétrico ou atividade especial de controle de tráfego aéreo no Exército são

as constantes dos regulamentos, manuais de emprego doutrinário da Aviação

do Exército (Av Ex) e outras publicações de interesse do Exército.

CAPÍTULO V

DAS CONDIÇÕES E REQUISITOS PARA A REALIZAÇÃO DO PLANO DE

PROVAS

Art. 7º Os especialistas de aviação só poderão realizar atividades

de voo ou de controle de tráfego aéreo, para fins de cumprimento deste Plano

de Provas, quando:

I - tenham sido julgados aptos em inspeção de saúde específica;

II - apresentem condições técnicas, psicológicas e fisiológicas

adequadas à execução destas atividades, de acordo com as normas

operacionais da Av Ex; e

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III - servindo em OM ou órgão integrante do SisAvEx, no País ou

no exterior, no Comando de Operações Terrestres (COTer), nas Agências de

Inteligência (AI) dos Comandos Militares de Área, no Centro de Inteligência do

Exército (CIE), ou como instrutor ou monitor, na Escola de Inteligência Militar do

Exército (EsIMEx), Escola de Sargentos das Armas (EsSA), Escola Preparatória

de Cadetes do Exército (EsPCEx), Academia Militar das Agulhas Negras

(AMAN), (Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA), Escola

de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO) ou Escola de Comando e Estado-Maior

do Exército ( ECEME), de matérias relacionadas ao emprego da Av Ex.

§ 1º O militar que estiver realizando curso do interesse do Comando

de Operações Terrestres, do Centro de Inteligência do Exército e da Av Ex, no

País ou no exterior, em cujo currículo constem as atividades do caput deste

artigo, quando designado por autoridade competente, e que cumpra os requisitos

dos incisos I e II deste artigo, também poderá realizar atividades de voo ou de

controle de tráfego aéreo, para fins de cumprimento deste Plano de Provas.

§ 2º Os cursos e estágios que conferem qualificação para o

desempenho de função de bordo de aeronave militar são aqueles ministrados

no Centro de Instrução de Aviação do Exército (CIAvEx), na Escola de

Inteligência Militar do Exército (EsIMEx) e os cursos realizados em

estabelecimentos de instrução aérea, civis ou militares, nacionais ou

estrangeiros, devidamente homologados por autoridade competente do

Comando do Exército.

§ 3º Os militares já possuidores de cursos realizados na Marinha

do Brasil e na Força Aérea Brasileira que, à luz das normas do Comando de

Aviação do Exército (CAvEx) conferem qualificação para o desempenho de

função a bordo de aeronave militar, têm assegurado o direito de cumprir o Plano

de Provas.

§ 4º Quando não forem ministrados no CIAvEx, os cursos que

conferem qualificação para o desempenho de atividade especial de controle de

tráfego aéreo serão aqueles ministrados na Força Aérea Brasileira.

Art. 8º As funções que um militar do Exército, integrante de uma

tripulação orgânica ou em atividade especial de controle de tráfego aéreo,

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poderá desempenhar durante atividade aérea serão propostas pelo Comandante

de Av Ex, entrando em vigor após homologação do Comando de Operações

Terrestres (COTER).

Art. 9º Todos os especialistas de aviação citados no inciso III do

artigo 7º desta portaria estarão sujeitos ao cumprimento deste Plano de Provas,

independentemente do número de quotas que já tenham incorporado, desde que

atendam aos requisitos previstos em normas operacionais e de segurança de

voo da Av Ex.

Art. 10. A aplicação do cumprimento deste Plano de Provas é da

responsabilidade dos comandantes de OM Av Ex e do Comandante de Av Ex.

Art. 11. No ano em que o militar for promovido, as horas de voo ou

de atividade especial de controle de tráfego aéreo realizadas no posto ou na

graduação anterior serão consideradas no cômputo da carga horária prevista no

Plano de Provas para o novo posto ou a nova graduação.

CAPÍTULO VI

DA PERCEPÇÃO DO ADICIONAL DE COMPENSAÇÃO ORGÂNICA

Art. 12. Enquadram-se nas alíneas “a” e “e” do inciso I do art. 4º do

Decreto nº 4.307/2002, os seguintes militares:

I -especialistas de aviação, integrando uma tripulação orgânica de

aeronave militar no desempenho de função específica a bordo ou de atividade

especial de tráfego aéreo; e

II -aluno de cursos e estágios especificados nos §§ 1º, 2º e 4º do

art. 7º deste Plano de Provas, desenvolvido no País ou no exterior.

Art. 13. O adicional de compensação orgânica é devido,

integralmente, ao militar durante:

I -o curso inicial de especialização ou de formação em atividade de

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Av Ex, a partir da data do primeiro exercício de voo em aeronave militar ou do

início efetivo da atividade especial de controle de tráfego aéreo;

II -o tempo em que estiver no exercício continuado da atividade de

voo ou atividade especial, de observador fotogramétrico e de controle de tráfego

aéreo, desde que cumprido o prescrito neste Plano; e

III -o exercício financeiro subsequente ao cumprimento do Plano de

Provas, para aqueles que realizam a atividade especial de voo ou atividade

especial de controle de tráfego aéreo.

Art. 14. Ao militar que fizer jus ao adicional de compensação

orgânica é assegurada a sua incorporação à remuneração, por quotas

correspondentes ao período de efetivo desempenho da atividade, observado o

seguinte:

I -cada quota é incorporada ao final de cada período de provas

efetivamente cumprido, de acordo com o art. 4º deste Plano;

II - o valor de cada quota é igual a um décimo do adicional integral,

incidente sobre o soldo do posto ou da graduação do militar ao concluir o Plano

de Provas do período; e

III - o número total de quotas não pode exceder a dez.

Art. 15. O militar promovido, que não tiver incorporado o número

máximo de quotas previstas neste Plano de Provas, terá assegurada a evolução

dos cálculos para o pagamento das quotas incorporadas do adicional de

compensação orgânica, incidente sobre o soldo do novo posto ou da nova

graduação, desde que, após a promoção, execute pelo menos um Plano de

Provas completo.

Parágrafo único. O militar promovido que já tiver incorporado o

número máximo de quotas previstas neste Plano de Provas, terá assegurado o

direito previsto no caput, desde que, após a promoção, execute pelo menos um

voo ou um turno em atividade especial de controle de tráfego aéreo.

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CAPÍTULO VII

DO PROCESSO PARA RECEBIMENTO DO ADICIONAL DE

COMPENSAÇÃO ORGÂNICA

Art. 16. Para assegurar o direito ao recebimento do adicional de

compensação orgânica, na forma dos arts. 4º e 5º do Decreto nº 4.307/2002, o

Comando da OM Av Ex, o Comando de Operações Terrestres (COTER), as

Agências de Inteligência (AI) dos Comandos Militares de Área, o Centro de

Inteligência do Exército (CIE) e a Escola de Inteligência Militar do Exército

(EsIMEx) fiscalizarão o cumprimento dos seguintes requisitos, fazendo publicá-

los em boletim interno:

I - publicação em boletim interno, da OM Av Ex, do Comando de

Operações Terrestres (COTer), das Agências de Inteligência (AI) dos Comandos

Militares de Área, do Centro de Inteligência do Exército (CIE) e da Escola de

Inteligência Militar do Exército (EsIMEx), do nome do especialista de aviação

julgado apto para as atividades de voo, de observador aerofotogramétrico ou

fotogramétrico, ou de controle de tráfego aéreo em inspeção de saúde

específica;

II - realização do primeiro exercício de voo em aeronave militar ou

do início da atividade especial de observador fotogramétrico ou de controle de

tráfego aéreo por parte dos alunos dos cursos especificados nos §§ 1º e 2º do

art. 3º do Decreto nº 4.307/2002, em cujo currículo constem essas atividades;

III -homologação das horas de voo e da atividade especial de

observador fotogramétrico e de controle de tráfego aéreo do militar que cumpriu

o Plano de Provas, mediante a publicação em boletim interno do CAvEx; e

IV -realização de atividade especial de voo ou de controle de

tráfego aéreo, por motivo de retorno a estas mesmas atividades, quando delas

o militar tiver afastado temporariamente.

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CAPÍTULO VIII

DAS PRESCRIÇÕES DIVERSAS

Art. 17. As horas de voo ou de controle de tráfego aéreo, realizadas

nas condições deste Plano de Provas, deverão ser submetidas ao controle,

homologação e publicação pelo Comandante de Av Ex, como condição de sua

eficácia.

Art. 18. Quaisquer missões fora da Força, no Brasil ou no exterior,

vinculadas à atividade de voo ou atividade especial de controle de tráfego aéreo,

reguladas pelo Ministério da Defesa ou pelos Comandos das Forças Armadas,

quando cumpridas por militares da Av Ex para elas habilitados, serão submetidas

à homologação do Comandante de Av Ex.

Art. 19. Após o encerramento do ano, o CAvEx remeterá ao

Departamento-Geral do Pessoal, para fins de registro na Diretoria de Avaliação

e Promoções, a relação completa dos militares especialistas de aviação que

exerceram as atividades especiais previstas neste Plano, devendo constar o

número de quotas já incorporadas e o total de horas de voo ou de atividade

especial de controle de tráfego aéreo realizadas no período considerado.

Art. 20. Os especialistas de aviação integrantes do SisAvEx e que

não estiverem servindo em OM Av Ex, bem como os instrutores e monitores

citados no inciso III do art. 7º desta Portaria, terão suas atividades especiais de

voo e de controle de tráfego aéreo reguladas por diretriz anual do CAvEx,

aprovada pelo COTER.

Art. 21. Os casos omissos neste Plano serão objeto de consulta ao

EME, por intermédio dos canais de comando.

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ANEXO “B”

Proposta de criação de portaria que possui afinidade com a atividade de

GEOINT (autoria deste oficial e do 1º Sgt ARLEM VICENTE DA SILVA /

COTER).

PORTARIA Nº _____, DE ____ DE __________ DE 201__.

Aprova o Plano de Provas para a Atividade Especial de obtenção de Fotografias Aéreas e Fotogrametria no âmbito do Comando do Exército.

O COMANDANTE DO EXÉRCITO, no uso da competência que lhe

confere o Art. 7º, do Decreto Nº 4.307, de 18 de Julho de 2002, e de acordo com

o que propõe o Estado-Maior do Exército, ouvidos o Departamento-Geral do

Pessoal, Departamento de Educação e Cultura do Exército, Comando de

Operações Terrestre e a Secretaria de Economia e Finanças, resolve:

Art. 1º Aprovar o Plano de Provas para a Atividade Especial de

obtenção de fotografias aéreas e fotogrametria no âmbito do Comando do

Exército (EB ______________), que com esta baixa.

Art. 2º Estabelecer que esta Portaria entre em vigor na data de sua

publicação.

PLANO DE PROVAS PARA A ATIVIDADE ESPECIAL DE OBTENÇÃO DE

FOTOGRAFIAS AÉREAS E FOTOGRAMETRIA NO ÂMBITO DO COMANDO

DO EXÉRCITO – EB_____________

CAPÍTULO I

DA FINALIDADE E DOS OBJETIVOS

Art. 1º O presente Plano define o exercício da atividade especial

obtenção de Fotografias Aéreas e Fotogrametria, e estabelece as condições a

que deve satisfazer o militar ligado a ela, inclusive para fazer jus ao adicional de

compensação orgânica.

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Art. 2º Este Plano tem como objetivos:

I -estabelecer as normas e as condições a serem satisfeitas

durante a execução da atividade especial de obtenção de Fotografias Aéreas e

Fotogrametria;

II - fixar o mínimo de horas de voo a ser cumprido em cada período

de provas; e

III -estabelecer os requisitos a que o militar do Exército deve

satisfazer para que lhe seja assegurado o direito à percepção do adicional de

compensação orgânica de que trata a Medida Provisória nº 2215-10, de 31 de

agosto de 2001, regulamentada pelo Decreto nº 4307, de 18 de julho de 2002.

CAPÍTULO II

DOS CONCEITOS BÁSICOS

Art. 3º Para fins deste Plano são adotados os seguintes conceitos:

I - atividade especial de obtenção de Fotografias Aéreas e

Fotogrametria - atividade desempenhada por militar do Exército possuidor do

Curso de Geointeligência ou Inteligência de Imagens, envolvendo missões

operacionais de levantamento fotográfico ou fotogramétrico, quando realizadas

a bordo de aeronaves, militar ou civil;

II - aluno - militar matriculado em curso de Geointeligência que, a

bordo de aeronave militar, esteja sendo instruído nas funções de levantamento

fotográfico ou fotogrametria, e cujo voo seja essencial à sua especialização;

III - Ficha de Horas de Voo - documento que contém os dados

referentes às horas de voo executadas pelos instrutores, militares possuidores

do Curso de Geointeligência ou Inteligência de Imagens, ou alunos e sua

respectiva autorização/homologação pela autoridade competente, conforme

modelo do Anexo A;

IV - instrutor - militar possuidor do Curso de Geointeligência ou

Inteligência de Imagens designado para ministrar as instruções do curso de

Geointeligência;

V - missão de ligação, de levantamento fotográfico ou de

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reconhecimento - realizada com o objetivo de proporcionar dados necessários

ao planejamento operacional, permitir a preparação e a coordenação de

exercícios e operações, qualificar militares em Geointeligência, adestrar militares

possuidores do Curso de Geointeligência ou Inteligência de Imagens e atualizar

informes sobre segurança integrada;

VI – fotógrafo aéreo - militar possuidor do Curso de Geointeligência

ou Inteligência de Imagens e apto a realizar missões operacionais de ligação, de

observação ou de reconhecimento, a bordo de aeronaves militares ou civis;

VII – fotogrametrista – militar possuidor do Curso de

Geointeligência ou Inteligência de Imagens, responsável em extrair de

fotografias/imagens, a forma, as dimensões e a posição dos objetos nelas

contidos, realizando o levantamento da topografia local e da altimetria por meio

de insumos que permitem a visão tridimensional quando observadas por meio

de equipamentos ou softwares apropriados. A atividade também pode ser

realizada de forma não – embarcada.

VIII - Plano de Provas para a Atividade Especial de obtenção de

Fotografias Aéreas e Fotogrametria – EB_________ documento aprovado por

ato do Comandante do Exército, que estabelece as normas e os requisitos

padronizados para a atividade especial de obtenção de Fotografias Aéreas e

Fotogrametria;

IX - período de provas - intervalo de tempo com duração de doze

meses, iniciando-se a 1º de janeiro e terminando a 31 de dezembro, no qual o

fotógrafo aéreo ou fotogrametrista deve atingir um determinado número de horas

de voo ou de produção fotogramétrica não-embarcado, no exercício da atividade

de levantamento fotográfico / fotogramétrico, para que lhe seja assegurado o

direito à percepção do adicional de compensação orgânica;

X - Relatórios de Voo, de Missão Aérea e de Atividade

Fotogramétrica- documentos elaborados a partir dos dados e informes obtidos

pelo fotógrafo aéreo ou fotogrametrista a respeito da missão executada,

conforme modelos dos Anexos B e C; e

XI - tempo de voo - espaço de tempo entre a decolagem e o pouso

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da aeronave.

CAPÍTULO III

DA COMPETÊNCIA

Art. 4º O apoio aéreo necessário ao atendimento das missões

necessárias ao cumprimento deste Plano deve ser solicitado de acordo com

diretrizes estabelecidas pelo Estado-Maior do Exército (EME) e instruções

baixadas pelo Comando de Operações Terrestres (COTER) ou pelo

Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx).

Art. 5º As missões que envolvam aeronaves do Exército devem

constar do Quadro de Emprego da Aviação do Exército (QEAvEx), a cargo do

COTER.

Art. 6º As missões que envolvam aeronaves da Força Aérea

Brasileira devem constar do Plano de Missões Conjuntas (PMC) com aquela

Força Armada.

Art. 7º O COTER e os Comandos Militares de Área devem regular

o emprego dos fotógrafos aéreos e fotogrametristas para cumprimento de

missões ligadas à segurança integrada, à instrução, ao adestramento e ao

emprego da tropa.

Art. 8º O DECEx deve regular o emprego de instrutores, alunos e

fotógrafos aéreo e fotogrametristas em atividades de ensino e adestramento.

Art. 9º O Departamento-Geral do Pessoal (DGP), por intermédio do

seu órgão de cadastro, deve registrar as horas de voo realizadas pelos militares

fotógrafos aéreos ou fotogrametristas e as atividades fotogramétricas não-

embarcadas, bem como de instrutores e alunos.

CAPÍTULO IV

DAS HORAS DE VOO

Art. 10. O cumprimento do presente Plano é caracterizado pela

execução de dez horas de voo em missões ligadas à observação aérea, a ser

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completada, em cada período de provas, pelo fotogrametrista, instrutor ou aluno,

ou pela execução de 20 horas de atividades fotogramétricas não-embarcadas.

Parágrafo único. As horas voadas pelo militar nas situações de

fotógrafo aéreo ou fotogrametrista, ou instrutor são acumuláveis, a cada período

de provas, com aquelas horas voadas pelo mesmo militar na condição de aluno.

A atividade de fotogrametria não-embarcada também é acumulável.

CAPÍTULO V

DAS AERONAVES E MISSÕES

Art. 11. Para a realização das provas e dos exercícios de voos

previstos neste Plano podem ser utilizadas aeronaves do Exército ou de outra

Força Armada, do Brasil ou de outro país. Para a atividade de fotogrametria não-

embarcada devem ser utilizados os softwares disponibilizados pelo DCT e a

DSG.

Parágrafo único. Em caráter excepcional e com a anuência das

autoridades constantes do art.15, poderão ser computadas as horas de voo no

cumprimento de missões de ligação, de levantamento fotográfico ou de

reconhecimento a bordo de aeronaves civis brasileiras que estejam atuando em

operações conforme os incisos I e V do art. 12.

Art. 12. Os fotógrafos aéreo ou fotogrametristas, ou instrutores,

podem cumprir missões operacionais de ligação, de levantamento fotográfico,

de fotogrametria ou de reconhecimento, visando às seguintes finalidades:

I - de segurança integrada;

II -de ensino, para apoiar os estabelecimentos de ensino do

Exército ou especializar militares em observação aérea, fotogrametria e

inteligência de imagens;

III -de instrução, a fim de apoiar a preparação e a execução dos

exercícios programados para o ano de instrução da força terrestre;

IV -de adestramento, para reciclar os conhecimentos e adquirir

novas técnicas para o desempenho da função; e

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V - de emprego, para apoiar a realização de operações militares,

ampliando a consciência situacional dos comandantes em todos os níveis.

CAPÍTULO VI

DAS CONDIÇÕES BÁSICAS

Art. 13. O instrutor, o fotógrafo aéreo ou fotogrametrista e o aluno

só podem realizar este Plano quando julgado apto em inspeção de saúde

especialmente destinada a esse fim.

Art. 14. O fotógrafo aéreo ou fotogrametrista, quando matriculado

em curso ou estágio não relacionado com a atividade de levantamento

fotográfico, não pode cumprir o Plano de Provas durante o tempo compreendido

entre o início e o término do período letivo.

Art. 15. O COTER, os Comandantes Militares de Área (C Mil A), o

Chefe do DECEx e o oficial-general comandante da Organização Militar (OM) a

que pertencer o fotógrafo aéreo ou fotogrametrista é competente para autorizar

o cumprimento das missões de fotogrametrista constantes dos documentos

previstos nos art. 5° e 6° deste Plano.

Parágrafo único. Os fotógrafos aéreos ou fotogrametristas que

estiverem representando o Exército Brasileiro em missão de paz ou integrando

OM no exterior poderão cumprir este Plano de Provas, desde que autorizado

previamente pelo COTER, que tem a competência de homologar as horas de

voo desses militares.

CAPÍTULO VII

DO ADICIONAL DE COMPENSAÇÃO ORGÂNICA

Art. 16. O adicional de compensação orgânica é devido,

integralmente:

I -ao aluno, durante a aprendizagem da atividade de fotogrametria,

a partir da data do primeiro exercício de voo em aeronave militar ou civil utilizada

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para este fim e até o término do curso, ou ao término das instruções relativas a

fotogrametria não-embarcada;

II - ao militar qualificado como fotógrafo aéreo ou fotogrametrista,

no exercício financeiro subsequente ao cumprimento do previsto neste Plano; e

III - ao fotógrafo aéreo, fotogrametrista ou ao instrutor, pelo

exercício continuado da atividade de levantamento fotográfico e fotogrametria,

em aeronave militar, e observador fotogramétrico não embarcado, executando

missões determinada por autoridades especificadas no art. 15 e desde que

cumpra o previsto neste Plano.

Art. 17. Ao militar que fizer jus ao adicional de compensação

orgânica é assegurada a sua incorporação à remuneração, por quotas

correspondentes ao período de efetivo desempenho da atividade de obtenção

de fotografias aéreas e fotogrametria, observado o seguinte:

I - cada quota é incorporada ao final de cada período de provas,

desde que o militar tenha cumprido os requisitos deste Plano;

II - o valor de cada cota é igual a um décimo do adicional integral,

incidente sobre o soldo do posto do militar ao concluir o Plano de Provas do

período; e

III - o número de quotas não pode exceder a dez.

Art. 18. Em função de futuras promoções, o militar terá assegurada

a evolução dos cálculos para o pagamento definitivo do adicional da

compensação orgânica incidente sobre o soldo do novo posto/graduação, desde

que, após a promoção, execute pelo menos um novo Plano de Provas.

Art. 19. Continua a fazer jus ao adicional de compensação orgânica

o militar:

I - hospitalizado ou em licença para tratar da própria saúde em

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razão do exercício da atividade de obtenção de fotografias aéreas e

fotogrametria; e

II - afastado da sua OM para participar de curso ou estágio

relacionado com a atividade de obtenção de fotografias aéreas e fotogrametria,

como instrutor ou aluno.

Art. 20. Para assegurar o direito ao recebimento do adicional de

compensação orgânica, devem ser cumpridas as seguintes prescrições:

I - publicação da autorização/designação para execução dos

Planos de Provas e exercícios em boletim interno (BI) do COTER, ou do C Mil A

ou do DECEx (instrutores e alunos) ou Comando de Oficial-General,

enquadrante da OM a que pertencer o fotógrafo aéreo ou fotogrametrista;

II -publicação da realização dos Planos de Provas e dos exercícios

em BI da OM a que pertencer o militar, especificando os seguintes dados:

a) datas dos voos ou das atividades fotogramétricas não-

embarcadas;

b) tempos dos voos ou duração da atividade fotogramétricas não-

embarcadas realizados;

c) tipos de aeronaves (atividade embarcada) ou softwares

(atividade não-embarcada) utilizados;

d) missões executadas;

e) autoridade que determinou as missões; e

f) BI que publicou as autorizações.

III - remessa de cópia do BI da OM a que pertencer o militar, por

intermédio da cadeia de comando, ao órgão que autorizou/designou a missão

para homologação;

IV - homologação das horas de voo ou das atividades

fotogramétricas não-embarcadas do militar que cumprir o Plano de Provas ou

executar exercícios, por meio da publicação em BI da OM homologadora

(COTER, C Mil A, DECEx ou Comando de Oficial-General enquadrante da OM);

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V - transcrição nos assentamentos do militar dos dados informados

pela OM homologadora, constantes da solicitação de cadastro;

VI - remessa pela OM a que pertencer o militar, diretamente ao

DGP, após o encerramento do ano civil, da solicitação de cadastro das horas de

voo homologadas;

VII -registro no banco de dados do DGP dos resultados obtidos no

Plano de Provas, executados sob a responsabilidade da OM; e

VIII -providências de saque pela OM do militar, junto aos órgãos

pagadores, citando o boletim da OM responsável pela homologação das horas

de voo.

CAPÍTULO VIII

DAS PRESCRIÇÕES DIVERSAS

Art. 21. As fichas de horas de voo dos fotógrafos aéreo ou

fotogrametrista, bem como as atividades fotogramétricas não-embarcadas, que

não completarem o índice mínimo de horas de voo previsto no presente Plano

também devem ser remetidas, após o vencimento do ano civil, pela OM do militar

diretamente ao DGP, para fim de registro de horas de voo já devidamente

homologadas.

Art. 22. Os casos não previstos e as dúvidas suscitadas na

aplicação deste Plano devem ser objeto de consulta ao EME, por intermédio do

canal de comando.

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FICHA DE HORAS DE VOO / EXECUÇÃO DE ATIVIDADES

FOTOGRAMÉTRICAS NÃO-EMBARCADAS

Legenda:

(1) na data atividade realizada;

(2) repetir as datas, se for o caso;

(3) citar o tipo, a identificação e a OM a que pertence a aeronave / software;

(4) citar o tipo da missão executada (usar o verso, se necessário);

(5) soma dos tempos da atividade. Observações: a) o verso da ficha pode ser

usado para esclarecimentos; e b) o modelo acima deve ser confeccionado em

papel tamanho ofício.

Nome: Posto/ Grad: (1) Arma / Sv: Identidade:

Data(s) do(s) Voo(s) /

Rlz Atv Fotogrametria

Nào - embarcado

Tempo(s) de Voo /

Execução Atv

Fotogrametria Nào -

embarcado

Aeronave Militar

Utilizada / Software

utilizado

Missão Executada

Autoridade Que

Autz a Missão (BI)

(2) (3) (4)

Total de Horas (de Vôo

ou da utilização do

software específico)

(5) Local e Data ....................................................................................

Cmt, Dir ou Ch da OM

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RELATÓRIO DE MISSÃO

(classificação sigilosa)

(cabeçalho da OM) Local, data Nome da Operação

RELATÓRIO DE MISSÃO DE FOTOGRAFIA AÉREA /

FOTOGRAMETRISTA NÃO – EMBARCADO

Nº _____

1. DATA:

2. CATEGORIA:

3. ORIGEM:

4. DIFUSÃO:

5. AERONAVE/ SOFTWARE:

6. REFERÊNCIA:

7. ANEXOS:

Identificação (classificação sigilosa)

REFERÊNCIAS

INFORMAÇÕES

01. LOCALIZAÇÃO:

02. FUNÇÃO:

03. SITUAÇÃO:

04. ATIVIDADE:

05. DEFESAS:

06. BARRAGEM:

07. TRAVESSIAS:

08. ECLUSAS:

09. EQUIPAMENTOS E AUXÍLIOS:

10. ACESSOS:

11. TOPOGRAFIA:

12. VEGETAÇÃO:

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ARGENTINA. Comisión Nacional de Actividades Espaciales - CONAE. República da Argentina. Disponível em: <http://www.conae.gov.ar/index.php/espanol/ >. Acesso em 07 Março de 2018. BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. BRASIL. Decreto Nr 4.376, de 13 de setembro de 2002. Dispõe sobre a organização e o funcionamento do Sistema Brasileiro de Inteligência, instituído pela Lei Nr 9.883, de 7 Dez 99, e dá outras providências. D.O.U, Brasília, DF, 16 set. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4376.htm>. Ultimo acesso em 27 Agosto de 2018. BRASIL. Decreto-Lei Nr 243, de 28 de Fevereiro de 1967: Fixa as Diretrizes e Bases da Cartografia Brasileira e dá outras providências. Brasília – DF. BRASIL. Exército Brasileiro. Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Elaboração de Projetos de Pesquisa na ECEME (Manual). Rio de janeiro, RJ, 2012. BRASIL. Exército Brasileiro. Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Manual De Formatação de Trabalhos Científicos. Rio de janeiro, RJ, 2017. BRASIL. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. C 5-1: Emprego Da Engenharia, 3ª Edição. Brasília, 1999. BRASIL. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. EB20-MC-10.209: Geoinformação. 1ª Edição. Brasília, 2014. BRASIL. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. EB20-MF-10.102: Manual Doutrina Militar Terrestre. 1ª Edição. Brasília, 2014. BRASIL. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. EB20-MF10.107: Inteligência Militar Terrestre, 2ª Edição. Brasília, 2015. BRASIL, Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. EB70-MC-10.307 Planejamento e Emprego da Inteligência Militar. 1ª Edição. Brasília, 2016. BRASIL, Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. EB70-MC-10.341 Lista de Tarefas Funcionais. 1ª Edição. Brasília, 2016. BRASIL. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. EB20-MC-10.214: Vetores Aéreos da Força Terrestre. 1ª Edição, 2014. BRASIL, Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. O processo de transformação do Exército. Brasília, 2010. BRASIL. Ministério da Defesa. Estratégia Nacional de Defesa. Brasília, 2012.

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BRASIL. Ministério da Defesa. MD 33–M–02: Manual de abreviaturas, siglas, símbolos e convenções cartográficas das Forças Armadas. 3ª Edição. Brasília, 2008. BRASIL. Ministério da Defesa. MD 35–G–01: Glossário das Forças Armadas. 5ª Edição. Brasília, 2015. BRASIL. Port Nr 459 Cmt Ex, de 13 de Setembro de 2001: Aprova a Política de Informação do Exército. Brasília – DF. BRASIL. Port Nr 020 Cmt Ex, 15 de Setembro de 2001: Aprova a Diretriz Estratégica de Imagens. Brasília – DF. BRASIL. Port Nr 755 Cmt Ex, de 2 de Dezembro de 2003: Aprova a Diretriz de Reestruturação do Sistema de Imagens do Exército. Brasília – DF. BRASIL. Port Nr 008 Cmt Ex, de 29 de Abril de 2005: Aprova a Diretriz para a Integração de Dados Oriundos das Diversas Fontes para a Produção do Conhecimento de Inteligência Militar. Brasília – DF. BRASIL. Port Nr 445 Cmt Ex, de 14 de junho de 2010: Aprova a Diretriz Estratégica Organizadora do Sistema de Informação do Exército e dá outras providências. Brasília – DF. BRASIL. Programa Nacional de Atividades Espaciais: PNAE : 2012 - 2021 / Agência Espacial Brasileira. Brasília: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Agência Espacial Brasileira, 2012. CASAES JÚNIOR, Adalberto. Seminário atividades de inteligência no BRASIL: contribuições para a soberania e a democracia, Mesa sobre a defesa nacional e a inteligência militar. Site do Senado Federal do Brasil. 2002. Disponível em < http://www.senado.gov.br/sf/comissoes/ccai/07-Quarta%20Parte.pdf > Último acesso em 11 de Junho de 2018. CLARK, Robert M. Intelligence analysis: A Target-Centric Approach. Washington: CQ Press, 2010. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. National System for Geospatial Intelligence. Geospacial Intelligence (GEOINT) Basic Doctrine – Publication 1.0. 1ª Edição, 2006. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Publicação Conjunta 2-03 (EUA): Apoio de Geointeligência em Operações Conjuntas, 2007. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Manual do Exército dos EUA ATTP 3-34.80: Engenharia Geoespacial (Geospatial Engineering), 2010.

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ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. National Defense Intelligence College Paper: The Creation of the National Imagery and Mapping Agency (NIMA). Kindle Edition, 2002. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Sistema Nacional de Geointeligência (EUA): Publicação Doutrinária Básica P 1-0, 2006. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Office of the Historian. The Cuban Missile Crisis, October 1962. Disponível em <history.state.gov/milestones/1961-1968/cuban-missile-crisis >. Último acesso em: 15 Julho de 2018. LONGHITANO, George Alfredo. VANT’s para sensoriamento remoto: aplicabilidade na avaliação e monitoramento de impactos ambientais causados por acidentes com cargas perigosas. São Paulo, 2010 MOREIRA, M. A. Fundamentos do Sensoriamento remoto e metodologias de aplicação. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). São José dos Campos, 2001. NEVES, Eduardo Borba; DOMINGUES, Clayton Amaral. Manual de Metodologia da Pesquisa Científica. Centro de Estudos de Pessoal. Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Rio de Janeiro, 2007. Portal do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Disponível em <http://www.dpi.inpe.br>. Último acesso em 20 de Julho de 2018. Portal do Instituto Geográfico Nacional da Argentina. Disponível em: < http://www.ign.gob.ar/ >. Último acesso em 10 de Março de 2018. Portal da Força Aérea Brasileira. Agência Força Aérea. FAB apresenta Programa Estratégico de Sistemas Espaciais na feira. Disponível em: < http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/29423/ >. Último acesso em: 07 de Março de 2018. Portal Defesa Aérea & Naval (Um espaço onde defesa é nosso foco). Disponível em: <http://www.defesaaereanaval.com.br>. Último acesso em 25 de Julho de 2018. SOARES, Vandir Pereira. 1o Seminário de Geointeligência do COTER. 27 de Agosto de 2017. 18 slides. SOARES, Vandir Pereira. A importância de uma fonte soberana de imagens para a atividade de Inteligência Estratégica Nacional. RJ, 25 fl, 2017. STEFFEN, Carlos A. Introdução ao sensoriamento remoto. Disponível em: <http://www.inpe.br/unidades/cep/atividadescep/educasere/apostila.htm.> Último acesso em 12 de Março de 2018.