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i UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA O EFEITO DE JOGOS REALIZADOS EM UM CALENDÁRIO CONGESTIONADO NA CARGA INTERNA E NA IgA SALIVAR EM JOVENS FUTEBOLISTAS Romerito Sóstenes Canuto de Oliveira NATAL RN, 2017

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i

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM

EDUCAÇÃO FÍSICA

O EFEITO DE JOGOS REALIZADOS EM UM

CALENDÁRIO CONGESTIONADO NA CARGA INTERNA

E NA IgA SALIVAR EM JOVENS FUTEBOLISTAS

Romerito Sóstenes Canuto de Oliveira

NATAL – RN, 2017

ii

O EFEITO DE JOGOS REALIZADOS EM UM CALENDÁRIO

CONGESTIONADO NA CARGA INTERNA E NA IgA SALIVAR EM JOVENS

FUTEBOLISTAS

Romerito Sóstenes Canuto de Oliveira

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Educação Física da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como requisito parcial para obtenção

do grau de Mestre em Educação Física.

Orientador: prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti

iii

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde – CCS

Oliveira, Romerito Sóstenes Canuto de.

O efeito de jogos realizados em um calendário congestionado na carga interna e na IgA salivar em jovens futebolistas /

Romerito Sóstenes Canuto de Oliveira. - Natal, 2017. 55f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação

Física. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientador: Arnaldo Luis Mortatti.

1. Imunoglobulina A - Dissertação. 2. Educação Física -

Dissertação. 3. Carga interna - Dissertação. I. Mortatti, Arnaldo

Luis. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 616-097

iv

Romerito Sóstenes Canuto de Oliveira

O EFEITO DE JOGOS REALIZADOS EM UM CALENDÁRIO CONGESTIONADO

NA CARGA INTERNA E NA IgA SALIVAR EM JOVENS FUTEBOLISTAS

Data: ____/____/____

Comissão Examinadora:

____________________________________

Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti

____________________________________

Prof. Dr. Eduardo Caldas Costa

____________________________________

Prof. Dr. Leonardo d Sousa Fortes

v

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, Aquele a qual deposito toda a razão da minha vida e das minhas

conquistas.

Ao professor Dr. Arnaldo Luis Mortatti, pela orientação e a troca de conhecimento que me

ajudaram enfaticamente nesse trabalho.

Ao laboratório de Análises Hormonais do Centro de Biociências, em especial a professora

Nicole e as mestrandas Raíssa Nobrega e Flávia que se prontificaram em ajudar nas análises

salivares.

A direção de futebol do clube, que prontamente abriu as portas e confiaram seus jovens

jogadores a meu trabalho.

Aos professores Doutorando Marcelo Henrique Alves e Esp. Mario Alves por facilitarem o

acompanhamento dos jogos.

Aos colegas de grupo de pesquisa, Julio César, Julio Duarte, Diego Rafael, Alisson Alves e Igor

Melo pela ajuda durante os jogos.

A minha família, em especial minha avó (in memorian) Francisca Dutra de Morais que sempre

ajudou nos meus estudos e a minha mãe Maria Eutália que sempre apostou nas minhas decisões.

E por fim, a minha eterna namorada Anna Priscila pelo ombro amigo durante todo esse percurso.

vi

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS........................................................................................... 4

RESUMO................................................................................................................ 6

ABSTRACT............................................................................................................ 7

LISTA DE SIGLAS............................................................................................... 8

LISTA DE FIGURAS............................................................................................ 9

LISTA DE TABELAS........................................................................................... 10

1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 11

2 OBJETIVO GERAL........................................................................................... 14

2.1 Objetos Específicos............................................................................................ 14

3 HIPÓTESES........................................................................................................ 14

4 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................... 15

4.1 Sistema Imune – Aspectos Gerais...................................................................... 15

4.2 Imunoglobulina A (IgA) e Marcadores Imunes da Saliva................................. 17

4.3 Imunidade da Mucosa Relacionado ao Exercício.................................... 19

4.4 Jogos em Calendário Congestionado................................................................. 20

4.5 Carga Interna de Treinamento............................................................................ 22

5 MÉTODOS.......................................................................................................... 27

5.1 Modelo do Estudo.............................................................................................. 27

5.2 Local da Pesquisa............................................................................................... 27

5.3 Sujeitos............................................................................................................... 27

5.4 Critérios de Inclusão e Exclusão........................................................................ 28

5.5 Delineamento Experimental............................................................................... 28

5.6 Coleta de Saliva................................................................................................. 30

5.7 Determinação de S-IgA...................................................................................... 30

5.8 Carga Interna de Treinamento............................................................................ 31

5.8.1 Monotonia da Competição.............................................................................. 32

5.8.2 Esforço de Competição................................................................................... 32

5.9 Análise Estatística.............................................................................................. 32

6. RESULTADOS.................................................................................................. 34

6.1 Carga interna, PSE da sessão e tempo em campo dos jogos.............................. 34

6.2 Imunoglobulina A e fluxo salivar...................................................................... 35

7 DISCUSSÃO........................................................................................................ 37

8 CONCLUSÃO..................................................................................................... 43

9 ASPECTOS PRÁTICOS.................................................................................. 43

10 REFERÊNCIAS................................................................................................ 44

11 APÊNDICES...................................................................................................... 52

12 ANEXO.............................................................................................................. 55

vii

RESUMO

O EFEITO DE JOGOS REALIZADOS EM UM CALENDÁRIO CONGESTIONADO NA

CARGA INTERNA E NA IgA SALIVAR EM JOVENS FUTEBOLISTAS

Autor: Romerito Sóstenes Canuto de Oliveira

Orientador: Arnaldo Luis Mortatti

O objetivo desse estudo foi de investigar o efeito de jogos competitivos em um calendário

congestionado sobre a imunidade da mucosa em jovens jogadores de futebol. Para o

desenvolvimento desta pesquisa foi realizado um estudo observacional, de caráter descritivo,

transversal, com uma abordagem quantitativa. Participaram dessa pesquisa doze jovens

jogadores de futebol de campo do sexo masculino, pertencentes a uma mesma equipe (idade:

16,6±0,51 anos; estatura: 175±8cm; massa corporal: 65±7,9kg), da categoria sub 17, que

jogaram quatro jogos competitivos (J1, J2, J3 e J4) com 24 horas de intervalos entre os jogos.

Para quantificação da imunoglobulina A salivar (S-IgA), esse foi expresso como concentração

absoluta de IgA (s-IgAabs), taxa de secreção de IgA (s-IgAtaxa) e fluxo salivar (FS). Para a

carga interna competitiva, a mesma foi determinada pela Percepção Subjetiva de Esforço da

sessão (PSE). O tempo de jogo de cada atleta participante durante os quatro jogos foi registado

para determinar a carga interna competitiva pela PSE da sessão, assim como a monotonia e o

esforço competitivo. Os dados estão apresentados em de média e desvio padrão. Verificou-se a

normalidade das variáveis dependentes com o teste de Shapiro Wilk (p > 0,05). Utilizou-se o

teste t de Student para análise do IgA salivar e taxa de fluxo salivar no primeiro e no quinto jogo

da competição. ANOVA de medidas repetidas comparou a PSE da sessão e a carga interna ao

longo dos jogos, o post hoc de Bonferroni foi utilizado para identificar as diferenças entre as

medidas. O “d” de Cohen foi utilizado para estimar a magnitudes das diferenças (tamanho do

efeito - TE) entre todas as comparações. Foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman

para analisar a correlação entre o índice de monotonia e o esforço competitivo com o SIgA

absoluto. Os valores de PSE da sessão não foram diferentes ao longo dos jogos F(4,33) = 1,680,

p < 0,1902, η²: 0,72. Os valores de carga interna diferiram ao longo da competição F(4,33) =

6,299, p = 0,001, η²:0,66. Sendo observado diferenças nos jogos 2 e 4 em comparação com o 3

(p<0,05). As concentrações de IgA salivar absolutos e relativos diminuíram após a competição

quando comparado com o momento pré competição (IgA absoluto t (11) = 2,744 p = 0,01 e IgA

relativo (t (11) = 2,744, p = 0,04). Diferentemente, a taxa de fluxo salivar pré jogos foi semelhante

ao momento pós t (11) = 0,1010, p = 0,921). A associação entre os valores do delta de variação

do IgA salivar absoluto com a monotonia da competição, verificou-se que houve uma alta

correlação significante com um (r = 0,62: p=0,031). Além disso foi encontrada uma correlação

quase significante entre o esforço competitivo e o delta de variação do IgA absoluto (r = 0,57:

p=0,051). Os dados demonstraram que jogos competitivos em um calendário congestionado

diminuíram a imunidade da mucosa em respostas ao aumento da carga interna percebida.

Palavras – Chaves: Imunoglobulina A, Educação Física e Treinamento, Carga Interna.

viii

ABSTRACT

THE EFFECT OF MATCHES CARRIED OUT IN A CONGESTED FIXTURE SCHEDULE

IN THE INTERNAL LOAD AND SALIVAR IgA IN YOUNG SOCCER PLAYERS

Author: Romerito Sóstenes Canuto de Oliveira

Advisor: Arnaldo Luis Mortatti

The purpose of this study was to investigate the effect of competitive games on a congested

schedules on mucosal immunity in young soccer players. For the development of this research,

an observational, descriptive, cross-sectional study was conducted with a quantitative approach.

Twelve young male soccer players from the same team (age: 16.6 ± 0.51 years, height: 175 ±

8cm, body mass: 65 ± 7.9kg), from the sub category 17, who played four competitive games

(J1, J2, J3 and J4) with 24-hour breaks between games. For quantification of salivary

immunoglobulin A (S-IgA), this was expressed as absolute concentration of IgA (s-IgAabs),

IgA secretion rate (s-IgAtaxa) and salivary flow (FS). For the competitive internal load, it was

determined by the Subjective Effort Perception of the session (PSE). The playing time of each

participating athlete during the four games was recorded to determine the competitive internal

load by the PSE of the session, as well as the monotony and the competitive effort. Data are

presented as mean and standard deviation. Normality of the dependent variables was verified

with the Shapiro Wilk test (p> 0.05). Student's t-test was used to analyze salivary IgA and

salivary flow rate in the first and fifth games of the competition. Repeated measures ANOVA

compared the session PSE and the internal load throughout the games, the Bonferroni post hoc

was used to identify the differences between the measures. Cohen's "d" was used to estimate

magnitudes of differences (effect size - TE) among all comparisons. The Spearman correlation

coefficient was used to analyze the correlation between the monotony index and the competitive

effort with the absolute SIgA. The PSE values of the session were not different throughout the

games F (4,33) = 1,680, p <0,1902, η²: 0,72. The internal load values differed throughout the

competition F (4,33) = 6.299, p = 0.001, η²: 0.66. Differences were observed in games 2 and 4

compared to 3 (p <0.05). Absolute and relative salivary IgA concentrations decreased after

competition when compared to the pre-competition time (absolute IgA t (11) = 2.744 p = 0.01

and relative IgA (t (11) = 2.744, p = 0.04) The salivary flow rate pre-set was similar to the post-

t (11) = 0.1010, p = 0.921). The association between the values of the absolute salivary IgA

variation delta and the monotony of the competition showed that there was a significant high

correlation with one (r = 0.62: p = 0.031). In addition, a quasi-significant correlation was found

between the competitive effort and the absolute IgA variation delta (r = 0.57: p = 0.051). The

data demonstrated that competitive games in a congested schedules decreased mucosal

immunity in response to increased internal perceived load.

Key Words: Immunoglobulin A, Physical Education and Training, Internal Load.

ix

LISTA DE SIGLAS

CIT Carga Interna de treinamento

IgA Imunoglobulina A salivar

IM Índice de monotonia

ITRS Infecção do Trato Respiratório Superior

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Descrição da coleta

Figura 2. Valores de PSE da sessão no decorrer dos jogos

Figura 3. Valores de carga interna ao longo dos jogos.

xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição das características de treino durante um microciclo ordinário, com o

volume expresso em minutos.

Tabela 2: Descrição dos jogos, horário e temperatura (máxima e mínima) do dia.

Tabela 3: Desfecho, tempo em campo e carga interna dos jogos.

Tabela 4: Concentrações de IgA absoluto e relativo a taxa de fluxo, a taxa de fluxo salivar e

delta de variação em relação aos momentos pré e pós competição

11

1 INTRODUÇÃO

Em um cenário contemporâneo do futebol de elite, os clubes podem competir com um

grande número de partidas ao longo da temporada, muitas das quais são jogadas em um período

de tempo reduzido. Esse modelo é comumente classificado como jogos sucessivos realizados

em um calendário congestionado e é considerado uma ameaça ao desempenho da equipe e a

saúde do jogador (EKSTRAND et al., 2004). Concomitante a essa situação, torneios oficiais

envolvendo jovens jogadores de futebol, também podem ser realizados em calendários

congestionados e com curto período de recuperação entre os jogos (ARRUDA et al., 2015;

BUCHHEIT, HOROBEANU, MENDEZ-VILLANUEVA, SIMPSON & BOURDON, 2011;

ROWSELL, COUTTS, REABURN & HILL HASS, 2011). Atualmente, assim como os atletas

adultos, jovens atletas de esportes em equipe são frequentemente submetidos a cargas de

treinamento intensas e altas demandas de competições oficiais (HARTWIG et al., 2009). Além

disso, comumente são expostos a competições envolvendo vários jogos com curto período de

recuperação entre eles, ou seja, calendário congestionado.

Coletivamente, alguns achados sugerem que as cargas intensas de treinamento e as altas

demandas de competições, bem como a importância e dificuldades das partidas podem gerar

alterações fisiológicas que pode acarretar em prejuízo no resultado esportivo e na saúde do atleta

(ROMAGNOLI, et. al., 2016; CHATZINIKOLAOU et. al., 2014). Dentre essas alterações, as

relacionadas com a imunidade da mucosa parecem ser bastante importantes, especialmente em

relação ao estado da atleta envolvido nesse contexto (MORTATTI, et. al., 2012). No entanto,

ainda é pouco claro, os efeitos dos jogos sucessivos em um calendário congestionado nos

parâmetros da imunidade da mucosa em jovens jogadores.

O que se sabe é que o sistema imuno mucoso compreende as superfícies da mucosa e

são normalmente protegidas por uma rede de estruturas organizadas, localizadas no intestino,

trato urogenital, cavidade oral e sistema respiratório (GLEESON & PYNE, 2000). Um

componente importante do sistema imuno mucoso é a imunoglobulina A salivar (sIgA). Na

verdade, níveis baixos de sIgA têm sido associados a um aumento do risco de infecções do trato

respiratório superior (ITRS) em atletas (BISHOP & GLEESON, 2009; FAHLMAN &

ENGELS, 2005; GLEESON et al., 2012). No entanto, alguns estudos sobre as respostas agudas

do IgA salivar em atletas de equipes esportivas, tem sido pouco investigado, os resultados

12

encontrados nestas investigações podem ser considerados pouco conclusivos, visto que alguns

mostraram um aumento na concentração de sIgA após as partidas avaliadas, enquanto outros

não apontaram mudanças, nem diminuição da concentração de sIgA (HE et al., 2010;

MOREIRA et al., 2011; MOREIRA et al., 2013a).

Apesar do aumento de evidências sobre essa relação entre o treinamento, nível de sIgA

e o risco de ITRS entre atletas, pouco são os estudos com forte evidência relativos a jovens

atletas de elite. Em seu estudo, Cieslak et al., (2003) sugeri que indivíduos jovens tem uma

defesa imune menos eficaz, e que há um aumento na imunidade da mucosa como resultado da

maturação púbere (CORBETT et al., 2010). Entre os poucos estudos realizados com jovens

jogadores e com foco na resposta sIgA e sua associação com infecções respiratórias, Mortatti et

al., (2012) acompanharam jovens jogadores de futebol por intermédio de uma competição oficial

que incluiu 7 partidas disputadas em 20 dias, e encontrou uma relação entre a diminuição de

sIgA e a incidência de sintomas de ITRS, a medida que a equipe avançava para as finas da

competição. Moreira et al., (2014) examinaram o efeito de uma temporada competitiva de 21

semanas dividida em uma pré temporada (12 semanas), período competitivo (7 semanas) e um

período de destreinamento (2 semanas) sobre o cortisol salivar, sIgA e sintomas de ITRS em 34

pré adolescentes jogadores de futebol. Os resultados do estudo apontaram um aumento

significativo na taxa de secreção de sIgA e uma diminuição nos sintomas de ITRS após o período

de destreinamento de 2 semanas, sugerindo que as cargas de treinamento acumuladas e as

demandas competitivas afetaram negativamente a imunidade da mucosa dos jovens jogadores,

e que um tempo de descanso pode atenuar a imunossupressão da mucosa relacionada aos

sintomas de ITRS. Nazem et al., (2011) mostraram um decréscimo significativo na concentração

de sIgA após jogos mais difíceis em atletas de handebol feminino avaliadas em jogos sucessivos.

Em um outro estudo, Moreira et al., (2016) investigaram o efeito dos horários dos jogos

congestionados (7 partidas disputadas em 7 dias) nas concentrações de hormônios esteroides,

imunidade da mucosa, PSE e desempenho físico em 16 jogadores de futebol juvenil. Os

resultados mostraram que a fadiga acumulada relacionada a participação em um jogo com

horário congestionado pode induzir uma diminuição na concentração de testosterona em jovens

jogadores e afetar negativamente sua imunidade da mucosa e capacidade de realizar ações

técnicas.

13

Além de parâmetros imunológicos, outras variáveis como a carga interna podem

determinar a magnitude dos estímulos gerados nesses jogos competitivos. A Percepção

Subjetiva de Esforço da sessão (PSE) é um método confiável para avaliar a intensidade do

exercício em esportes de equipe (IMPELLIZZERI et al., 2004; MANZI et al., 2010; MOREIRA

et al., 2012a). Esse método vem sendo amplamente utilizado em diferentes estudos com

diferentes modalidades esportivas, incluindo o futebol (AKUBAT et al., 2012), rugby

(LOVELL et al., 2013), basquete (MOREIRA et al., 2012a; SCANLAN et al., 2014), voleibol

(RODRIGUEZ-MARROYO, 2014), futebol australiano (MOREIRA et al., 2015; SCOTT et al.,

2012), natação (PHYCHARAKIS et al., 2011; WALLACE; SLATTERY; COUTTS, 2009) e

tênis (GOMES et al., 2013). De fato, a PSE da sessão é amplamente utilizada para monitorar a

carga interna dos jogadores de futebol durante treinamento, atividades especificas e jogos

competitivos (COUTTS et al., 2009; LOCKIE et al., 2012; ALEXIOU & COUTTS, 2008).

Além do monitoramento da PSE da sessão, outros índices de quantificação de carga de

treinamento podem ser obtidos por meio desse método, como por exemplo a monotonia da carga

e o esforço de treinamento. Essas medidas também estão associadas ao nível de adaptação ao

treinamento. Em períodos de cargas elevadas e alto nível de monotonia, observa-se aumento da

incidência de doenças infecciosas e lesões (FOSTER et al., 1998).

Nesse contexto, é razoável admitir que esses jovens futebolistas estejam sob pressão

contínua para obter bons resultados em suas competições com diferentes categorias e faixas

etárias e tendo que lidar com a incerteza de alcançar o cenário profissional de alto nível. Esse

cenário, portanto, impõe um grande nível de estresse psicológico e fisiológico aos jovens

jogadores de futebol e talvez os mesmos não estejam preparados para lidar adequadamente com

essas exigências. Assim, o propósito deste estudo foi de identificar o possível efeito acumulativo

do estresse físico gerados por jogos competitivos sucessivos, realizados em um calendário

congestionado de jogos, no sistema imune, bem como na carga interna de atletas jovens

futebolistas, envolvidos em competições em um curto espaço de tempo.

14

2 OBJETIVO GERAL:

Investigar o efeito de jogos competitivos em um calendário congestionado sobre a

imunidade da mucosa em jovens jogadores de futebol.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Examinar as respostas de IgA salivar durante uma competição com jogos sucessivos.

• Monitorar a carga interna dos jovens jogadores durante a competição.

• Correlacionar as variáveis de carga interna com a variação do IgA salivar.

3 HIPÓTESES

A hipótese deste estudo é que os jogos sucessivos em calendário congestionado, causaria

uma queda nas concentrações de IgA salivar devido ao seu maior estresse psicofisiológico.

Espera-se também que devido a sequência de jogos realizados em cinco dias, com curto período

de recuperação entre eles haja um aumento das respostas de esforço percebido e carga interna

associado ao acúmulo de jogos.

15

4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Sistema Imune – Aspectos Gerais

O sistema imune é complexo e essencial para manutenção da saúde. Sua alteração pode

induzir a uma ampla variedade de doenças. O sistema imunológico compreende dois

componentes básicos: o sistema imune inato e o imune adaptativo. Os elementos do sistema

inato incluem defesas (tais como a pele e a membrana da mucosa), leucócitos, fagócitos não

específicos e o soro da proteína (SIMON, 1984). Patógenos que ultrapassam essas barreiras

externas entram em contato com o sistema adaptativo, que é composto pelas células T e B.

Quando esse sistema é ativado, células com capacidade de reconhecer micróbios específicos são

geradas. Diferentemente do sistema inato, o sistema adaptativo desenvolve-se gradualmente,

pois exibe uma memória que desencadeia uma reação mais rápida a uma exposição subsequente,

que por sua vez resulta em uma defesa adaptativa mais eficiente contra exposições repetidas a

patógenos específicos. Juntos esses dois elementos constituem uma barreira primordial contra a

sobrevivência em longo prazo de agentes infecciosos (ROADES & TANNER, 1995).

No sistema imune inato, o maior órgão do corpo, a pele, assegura o primeiro bloqueio a

possíveis infecções. No entanto, as cavidades e glândulas do corpo fornecem muitas aberturas

naturais para agentes infecciosos. A proteção nesses locais é proporcionada sob a forma de

muco, enzimas e imunoglobulinas secretoras. Certos órgãos como pulmão e estômago também

previnem a entrada na corrente sanguínea, suas características especificas tais como macrófagos

alveolares e ph baixo respectivamente fornecem proteção contra invasão (ROADES &

TANNER, 1995). Em situações nas quais essas linhas são penetradas o organismo invasor

enfrenta monócitos e macrófagos que estão alinhados a vasculatura de órgãos como fígado, baço

e medula óssea. Após a entrada dessa substancia no corpo, é desencadeada uma resposta

inflamatória. Inicialmente, proteínas circulantes e células sanguíneas interagem com o

organismo invasor levando a um aumento do fluxo de sangue para o local afetado. Em seguida

ocorre uma vasodilatação, que por sua vez sinaliza através de quatro sinais de inflamação: rubor

(vermelhidão), calor, tumor (edema) e a dor (HAYNES&GAUCI, 1998).

Essas reações acarretam em um aumento no fornecimento de elementos do sistema

imunitário que são necessários para propiciar a resposta inflamatória em um nível mais

microscópio. Estes mediadores inflamatórios se mantem no sangue, aumentando o fluxo e

16

resultando na permeabilidade capilar, permitindo assim a difusão de moléculas maiores através

do endotélio. Estas moléculas desempenham um papel na eliminação de agentes patogênicos e

para reforçar ainda mais a resposta inflamatória (ROADES & TANNER, 1995). Tais elementos

incluem o sistema complemento, fatores quimiotáticos, leucócitos, fagócitos e os componentes

do sistema adaptativo anticorpos imunos específicos. A morte celular efetiva, ocorre com a

liberação extracelular de mediadores inflamatórios, como por exemplo radicais livres e enzimas

granulares. A quebra das células cancerosas, bacterianas e virais decorre da ação de células

naturais assassinas (Natural killer). Estes linfócitos granulares também impedem o crescimento

de patógenos externos. É importante destacar que estes sistemas são descritos separadamente,

mas, in vivo, eles estão intrinsicamente interligados e suas funcionalidades ocorrem

adequadamente quando ambos os sistemas estão ligados (GORONZY&WEYAND, 2004).

O sistema imune adaptativo viabiliza sua habilidade de afastar invasores por três

métodos específicos. O primeiro é a capacidade de reconhecer marcadores antigênicos de

patógenos específicos. O segundo método corresponde a capacidade de fornecer uma agressão

(ataque) celular e molecular sobre os organismos invasores. Por fim, é a capacidade de recordar

de invasores anteriores, que por sua vez acelera e potencializa uma resposta contra um mesmo

agente ou antígeno. As células que compõem o sistema adaptativo são os anticorpos, células T

e B. Respectivamente estas células são responsáveis pelo reconhecimento, sua efetividade e

função de memória do sistema adaptativo (GORONZY&WEYAND, 2004).

Devido a esta cascata complexa ocorre uma ativação inicial denominado de seleção

clonal. Após um antígeno específico ter sido reconhecido pelo receptor de uma célula B, uma

descendência de linfócitos B e T (específicos para a indução de antígenos) são criados. Estas

células B filhas podem proliferar em plasmócitos capazes de gerar anticorpos e células de

memória que atuam como células sentinelas de reconhecimento. A medida que o número destas

células específicas aumenta, o mesmo acontece com a capacidade de reagir e responder a uma

futura invasão, proporcionando resistência a doenças clínicas (ROADES & TANNER, 1995).

Esta capacidade de memória é a base fundamental para utilização de vacinas contra doenças

como a gripe, poliomielite, varíola, sarampo e meningite. Quando o corpo é exposto a um desses

patógenos, pode ocorrer duas respostas possíveis: a celular ou humoral. Como já descrito, a

células T e células B, respectivamente realizam essa resposta. A imunidade celular é realizada

por uma variedade de células T (HAYNES&GAUCI, 1998).

17

Essas células não segregam anticorpos, mas criam certos tipos de células programadas

com responsabilidades específicas. As células T auxiliares inibem e/ou ativam alguns

mecanismos imunológicos de outras células, enquanto que as células T citotóxicas fazem a lise

de agentes patogênicos, resultando em morte celular. A célula T ativada também fornece a

capacidade de secretar citocinas imunomoduladoras ou citotóxicas tais como, fator de necrose

tumoral e interleucina 2 (ROADES & TANNER, 1995 / GORONZY&WEYAND, 2004).

A resposta humoral é estabelecida pela célula B versátil que sofre proliferação em células

de memória. Essas células tem a capacidade de criar anticorpos específicos contra antígenos. Os

anticorpos, ou imunoglobulinas podem ser encontradas em uma variedade de fluídos de

transporte externo (saliva) e interno (soro). As imunoglobulinas são divididas em classes que se

diferenciam de acordo com sua estrutura molecular, tamanho e função. A imunoglobulina (Ig)

G é a anticorpo mais prevalente no soro e é responsável pela imunidade induzida contra bactérias

e outros microrganismos. A IgM tem uma particularidade, que é única por ser a primeira

imunoglobulina a ser liberada, após a ação do antígeno, atuando assim como primeira linha de

resistência contra uma infecção. A IgE tem um papel fundamental, na intervenção da resposta

alérgica pois liga-se preferencialmente a células que armazenam e liberam mediadores de alergia

e anafilaxia, como por exemplo mastócitos e basófilos. E por fim a IgA, uma imunoglobulina

secretora devido sua proteína, sendo sintetizada no epitélio, o que permite sua secreção na saliva,

lágrimas, colostro e muco. (ROADES & TANNER, 1995)

4.2 – Imunoglobulina A (IgA) e Marcadores Imunes da Saliva

Um dos aspectos que diferencia o sistema imunológico das mucosas são as respostas

humorais induzidas nos folículos das mucosas que resultam predominantemente na produção de

anticorpos do tipo IgA (PAINTLIA et al., 2002).

A imunoglobulina A (IgA) teve seu primeiro registro de identificação em 1959 por

Heremans e colaboradores, e está presente no soro e líquidos orgânicos de todos os mamíferos

(HEREMANS et al., 1959). É monômero que em sua composição apresenta glicoproteínas

produzidas por plasmócitos, quando estes são estimulados por linfócitos B. Representa 15 a 20%

das imunoglobulinas e é dividida em subclasses, IgA 1 (90%) e IgA 2 (10%). Sua principal

18

função é a proteção contra microorganismos invasores como vírus e bactérias na superfície das

mucosas, inibindo a aderência desses as células epiteliais. (RÚPOLO et al., 1998).

A IgA tem papel fundamental na linha de defesa imunológica primária contra infecções

locais em áreas como o trato respiratório e gastrointestinal. Seu efeito protetor decorre da

capacidade de interromper o agente invasor de penetrar na superfície do epitélio. A

predominância de IgA nas secreções da mucosa se explica pela concentração de plasmócitos

produtores de IgA nas mucosas. Essas células podem derivar de respostas locais ou a distância

(CARVALHO et al., 1998).

A imunoglobulina A secretora (IgAS) é a IgA na forma dimérica, ligada a outra proteína

denominada peça secretora que é produzida por células epiteliais. Esse componente facilita o

transporte e impede a ação proteolítica sobre o IgA, tornando-a um importante mecanismo de

defesa nas mucosas. Encontrada predominantemente em secreções seromucosas como as

lágrimas, colostro, leite, liquor e saliva além de secreções traquiobranquiais, intestinais e

genitourinárias (SCHAFFER et al., 1993/ TURNER, 1991).

A produção da saliva se dá por três pares de glândulas salivares, a parótida,

submandibular e a sublingual, além de algumas glândulas menores presentes na superfície dos

tecidos moles da boca (PROCTOR & CARPENTER et al., 2007). O fluido da saliva é fornecido

por uma rede densa de vasos sanguíneos, através do espaço intersticial (PROCTOR &

CARPENTER, 2007). A secreção da saliva e suas proteínas constituintes são reguladas pelo

sistema nervoso autônomo. As glândulas salivares são inervadas por ramos dos sistemas nervoso

simpático e parassimpático. Após estímulo parassimpático ocorre um alto volume aquoso de

saliva, porém pobre em proteínas, com isso esta secreção está associada com uma vasodilatação

da glândula. Em contraste, a saliva induzida por estimulação simpática tem característica de

baixo volume aquoso e alto teor de proteína, em decorrência da exocitose de proteínas das

células salivares (PROCTOR & CARPENTER, 2007).

Níveis elevados de IgA salivar estão associados com a baixa incidência de infecção do

trato respiratório (ROSSEN et al., 1970). Além do IgA, outras proteínas presentes na saliva, tem

um papel importante na proteção da mucosa oral, destacando-se a alfa-amilase salivar, que

desempenha uma função de inibição do crescimento e adesão de bactérias específicas

(SCANNAPIECO et al., 1994); lisozima, que atua na destruição das bactérias por meio de um

19

processo de clivagem do componente polissacarídeo presente nas paredes celulares das bactérias

(BOSCH et al., 2002); e a lactoferrina que tem a função anti-inflamatória e anti-microbiana,

impedindo o crescimento de bactérias (WEST et al., 2006).

Há investigações sobre os níveis de S-IgA com a idade, após exercícios e estados

depressivos. Atletas que foram submetidos a exercícios prolongados tiveram diminuição dos

níveis de S-IgA e maior incidência de infecção das vias aéreas superiores (LINDENBER &

BERGLUND, 1996). A alta incidência de infecções é apontada em indivíduos com deficiência

de IgA (HANSON et al., 1983) ou com baixos níveis de fluxo de saliva (FOX et al., 1985).

4.3 Imunidade da mucosa relacionado ao Exercício

A associação do risco de ITRS, associada a intensidade do exercício, vem despertando a

atenção dos pesquisadores (BISHOP et al., 2009/ FAHLMAN & ENGELS, 2005). Sabe-se que

o exercício físico moderado gera um efeito protetor ao organismo contra infecções no trato

respiratório, no entanto, quando a atividade física tem característica intensa provoca um

aumento da susceptibilidade a ITRS, o que pode ser visto durante eventos de corrida de longa

distância (PETERS, 1990).

Partindo desse achado, foi sugerido uma relação entre a intensidade ou duração do

exercício e as ITRS, e que foi demonstrado em forma de J, relacionando a atividade física

moderada até um certo ponto como benéfica, o que reflete em uma melhora no padrão imune

em relação a indivíduos sedentários, no entanto, quando “ultrapassado” a determinado grau de

esforço, tendendo ao intenso, a função imune seria prejudicada expondo o indivíduo a um maior

risco de ITRS (NIELMAN, 1994). Alguns estudos apontam uma relação inversa entre a IgA e

ITRS (FAHLMAN & ENGELS, 2005).

O aumento na incidência de infecções tem sido relacionado com indivíduos que

apresentam deficiência seletiva e, IgAS ou taxa reduzida de fluxo salivar (FOX et al., 1985),

apontando uma relação próxima entre as concentrações de IgA e risco de infecções (TIOLLIER

et al., 2005). Gleeson et al., (1999), encontraram sinais de que a redução nos níveis de IgAS está

agregado ao aumento frequente de casos envolvendo ITRS. Nesse estudo realizado durante uma

temporada de 7 meses com nadadores de elite (16 homens e 9 mulheres de 16 a 24 anos), os

20

resultados mostraram que baixas concentrações de IgA salivar coletadas no início da pré-

temporada, estão associadas a um maior risco de episódios de ITRS durante a temporada.

Existem achados que níveis reduzidos de IgA e o risco de aumento de ITRS estão

relacionados, o que pode afetar o desempenho em esportes (BISHOP, 2009). Em um estudo com

ciclistas (18±2 anos), monitorados durante 29 semanas, divididas em três fases (Preparatória,

Fase de primeira competição e Fase inicial da segunda competição/ fase final da segunda

competição). Foram controladas variáveis de carga (volume de treino x PSE), monitoramento

de episódios de ITRS e níveis de IgA sérico. Na variável de ITRS, os resultados apresentaram

aumento dos episódios de infecção, concomitantemente queda dos níveis de IgA sérico

comparado com o momento de baseline, porém sem perda de desempenho (FERRARI;

GOBATTO; MACHADO-GOBATTO, 2013).

Mortatti et al., (2012), investigaram o efeito de um período de 20 dias de treinamento

com competição, sobre a imunidade da mucosa, cortisol salivar e ITRS em jovens jogadores de

futebol (18,5±0,4 anos). A competição tinha um formato de 7 jogos disputados em 20 dias. Os

resultados desse estudo apontaram que uma diminuição da imunidade da mucosa medida pelo

IgA em repouso pode gerar uma maior incidência de ITRS em jovens jogadores de futebol.

Com base nesses achados, é possível afirmar a existência de uma correlação entre ITRS

e o IgA salivar, visto que o IgA é a primeira linha de defesa da mucosa contra infecções. Além

disso, períodos de treinamento intenso e/ou competição esportivas durante a temporada gera

uma diminuição dos níveis de IgA. Essa situação está associada ao período de treinamento, por

que os níveis de IgA e ITRS retornaram a níveis normais após esse período, ou seja, no momento

onde o atleta não estava inserido em um programa de treinamento (FAHLMAN & ENGELS,

2005). Com isso, é importante destacar o monitoramento dessas variáveis em períodos

competitivos.

4.4 Jogos em Calendário Congestionado

No futebol contemporâneo clubes podem se envolver em competições com partidas em

toda a temporada, muitas das quais ocorrem em um período curto de tempo. O congestionamento

de jogos e ou jogos sucessivos é considerado uma ameaça para a equipe e para saúde do jogador.

21

(EKSTRAND et al., 2004). Geralmente esses torneios envolve dois jogos por dia e cerca de 5 a

6 jogos num período de tempo de 3 dias. Em teoria esses horários afetaria o desempenho físico

em jogos consecutivos e em especial em jogos decisivos (semi-final e final), geralmente jogados

nos dois últimos dias do torneio. Esses pressupostos, são baseados em estudos que apontaram o

curto período de tempo entre partidas há um acúmulo de fadiga residual que impossibilita uma

recuperação completa do jogador e afeta diretamente seu desempenho (ANDERSSON et al.,

2008/ ODETOYINBO e WOOSTER et al., 2009).

É de fundamental importância investigações nessa área, visto que há estudos apontando

que a fadiga física acarretou em queda na distância percorrida e consequentemente no

desempenho de aptidões em partidas de futebol (RAMPININI, IMPELLIZZERI, CASTAGNA,

COUTTS, & WISLØFF, 2009). Stone e Oliver, (2009) sugeriram que a resistência a fadiga, é

eficaz para um melhor rendimento e realizar movimentos mais precisos durante uma partida.

Rampinini et al., (2009) relataram um declínio no desempenho técnico e físico ao comparar o

primeiro e segundo semestre de jogos em jogadores profissionais de elite. Em contraste Carling

e Dupont (2011) demonstraram que nem a parte física muito menos habilidades relacionadas ao

desempenho foram afetadas durante três jogos consecutivos num período de 7 dias em jogadores

de elite.

Os diferentes tipos de impactos gerados pelos jogos sucessivos são apresentados em

alguns estudos, no entanto, o número de investigações ainda é pequena e as limitações dos

estudos são evidentes. Em dois estudos que investigaram o impacto de jogos sucessivos, o risco

de lesão foi comparável em jogos com diferentes períodos de intervalo de descanso ≤ 3 dias

contra aqueles jogos que tinham um intervalo ≥ 4 dias (BENGTSSON et al., 2013 / CARLING

et al., 2010). Em contraste outro estudo realizado com jogadores de elite da liga europeia

encontrou um aumento cinco vezes maior da incidência de lesões em jogadores que participaram

de duas partidas em um período de quatro dias em comparação com partidas separadas por seis

dias entre elas (DUPONT et al.,2010). No entanto esses estudos compartilham a mesma

limitação que é o foco no período de tempo entre cada jogo, esquecendo de investigar o tempo

de exposição em que cada jogador passa durante as partidas em períodos de congestionamento

de jogos. Hipoteticamente essa informação poderia incrementar os resultados e até apontar os

diferentes tipos de lesões que acometem os jogadores.

22

Atualmente poucos são os estudos sobre os tipos de lesão e o local da lesão. Em uma

investigação com 27 times de elite do futebol europeu apresentou o mesmo tipo de lesão

muscular em diferentes formatos de torneios, com diferente tempo de recuperação (≤ 3 dias e ≥

4 dias de descanso respectivamente) (BENGTSSON et al., 2013). Mais uma vez o tempo de

atuação na partida não foi levada em consideração. Em um estudo epidemiológico mostrou que

a taxa e frequência de lesões musculares (estiramentos) e entorses de tornozelos aumentou

principalmente durante as últimas fases dos jogos. (HAWKINS et al., 2001 / WOODS et al.,

2003).

Torneios oficiais envolvendo jovens jogadores também podem envolver horários

congestionados dos jogos (ARRUDA et al., 2015; BUCHHEIT, HOROBEANU, MENDEZ-

VILLANUEVA, SIMPSON, & BOURDON, 2011; ROWSELL, COUTTS, REABURN, &

HILL-HAAS, 2011). Os efeitos do calendário congestionado em respostas neuro-imuno-

endócrinas em jovens jogadores ainda são pouco claros. Constatações de estudos anteriores

sugerem que partidas sucessivas e aumento da carga em período de treinamento pode afetar

respostas psico-fisiológicas em jovens jogadores. Rowsell, Coutts, Reaburn e Hill-Haas (2009)

mostraram um aumento nas concentrações de marcadores de lesão muscular (creatina quinase e

lactato desidrogenase) em jogadores juniores que jogaram 4 jogos competitivos em 4 dias com

~ 24 h entre partidas.

Respostas psico-fisiológicas de carga interna foram investigadas em um estudo Moreira

et al., (2016), no qual jovens jogadores (Idade de 14,8 ± 0,4 anos) foram monitorados durante 7

jogos disputados em 7 dias. Foram monitoradas variáveis hormonais (testosterona e cortisol),

variável de defesa imunológica (IgA salivar), além da percepção subjetiva de esforço (PSE).

Apesar de uma alta sequência de jogos em um curto período de tempo, não foi encontrado

alterações nos valores da PSE. Mesmo os jogos terem sidos jogados em uma zona intensidade

alta ≥ 7, demonstrando as elevadas exigências impostas aos jovens jogadores (LOVELL,

SIROTIC, IMPELLIZZERI, E COUTTS, 2013; MOREIRA et al., 2015).

4.5 Carga Interna de Treinamento

O processo de treinamento e a repetição sistemática do exercício físico que é

implementado para provocar respostas internas pode ser monitorado utilizando duas medidas de

23

carga de treinamento: carga externa e interna. A carga interna tem sido definida como o efeito

fisiológico imposto pela carga externa em conformidade com as características individuais do

atleta (IMPELLIZZERRI, 2005). Essa carga interna pode ser mensurada pela Percepção

Subjetiva de Esforço (PSE), que segundo Impellizzeri et. al. (2013) é considerada como o

estresse psicofisiológico imposto ao atleta.

Para Borg (1982), a PSE é entendida como a integração de sinais periféricos (músculos

e articulações) e centrais (ventilação) que, interpretados pelo córtex sensorial, produz a

percepção geral ou local do empenho para a realização de um determinado exercício (baixa,

média e alta intensidade).

A PSE da sessão é um instrumento que vem sendo utilizado entre os pesquisadores e

profissionais que trabalham com o esporte para auxiliar no processo de controle e

monitoramento das cargas de treinamento, visto que é de fácil compreensão por parte dos atletas

como também de baixo custo, pois, para que ocorra a utilização de tal instrumento é necessário

que os atletas respondam a uma simples pergunta, aproximadamente, 30 minutos após o término

da sessão: “Como foi a sua sessão de treinamento”? A resposta deve ser dita primeiramente pelo

descritor que define a sessão realizada em: repouso, fácil, moderada, difícil, muito difícil etc. e,

posteriormente, o número correspondente ao descritor escolhido de acordo com a escala

adaptada CR10 desenvolvida por Borg (1982); nessa escala, os números possuem valores de

zero a 10, onde zero é considerado o valor mínimo, ou seja, repouso absoluto, e 10 representa o

valor máximo, o maior esforço físico que já foi executado pelo atleta (NAKAMURA;

MOREIRA; AOKI, 2010).

O método da PSE-sessão Foster et al., (2001) tem por objetivo refletir o esforço global

de determinada sessão de treinamento, por isso a importância de se fazer a pergunta 30 minutos

após o término da sessão de treinamento, visto que se realizada imediatamente após o

treinamento os atletas provavelmente reportariam as cargas percebidas da última parte da sessão

e não ela como um todo subestimando a carga percebida; por exemplo, se a sessão de

treinamento tiver sido realizada em alta intensidade e a última parte da sessão foi numa

intensidade inferior o atleta provavelmente seria induzido a reportar valores que não condizem

com as cargas de treinamento, em situações contrárias, isso também é percebido. Vale salientar

24

também que não são aconselhados intervalos acima de 30 minutos, pois, uma grande pausa pode

atenuar a avaliação subjetiva do esforço realizado.

Segundo Halson (2014), a PSE é uma medida de intensidade do exercício e é comumente

usada para calcular a PSE-sessão, carga interna de treinamento. Esse método da PSE-sessão foi

criado por Foster et al., (2001) e é bem estabelecido e validado para quantificar as cargas de

treinamento internas no esporte. Foster et al., (2001) também observaram a correlação existente

entre a PSE-sessão e a carga interna de treinamento determinada por meio de métodos baseados

na frequência cardíaca (FC), com sendo considerados indicadores válidos da intensidade do

treinamento.

Essa validade está presente em alguns estudos com diferentes modalidades esportivas.

Inicialmente validado como indicador de carga interna de treinamento para esportes de

resistência (FOSTER et. al. 2001); mais tarde, foi validado como medida de carga interna no

futebol (IMPELLIZZERI et. al. 2004 e COUTTS et. al. 2009).

Considerando os diversos aspectos e diferentes tipos de estímulos de treinamento

decorrentes do processo de preparação das modalidades esportivas, o método da PSE-sessão se

apresenta como uma boa alternativa de monitoramento da carga interna de treinamento. Como

foi descrito no parágrafo acima, devido a sua validade, esse método vem sendo amplamente

utilizado estudos com diferentes modalidades esportivas, incluindo, por exemplo, o Futebol

(AKUBAT et. al. 2012); Rugby (LOVELL et. al. 2013); Basquetebol (MOREIRA et. al. 2012a;

SCANLAN et. al. 2014); Voleibol (RODRIGUEZ-MARROYO, 2014); Futebol australiano

(MOREIRA et. al. 2015; SCOTT et. al. 2012); Natação (PHYCHARAKIS, 2011; WALLACE,

SLATTERY COUTTS, 2009); Judô (VIVEIROS et. al. 2011); Tênis (GOMES et. al. 2013),

entre outros. A validade do método da PSE-sessão, para avaliar a carga de treinamento em

diferentes tipos de treinamento (com pesos, intervalado de alta intensidade, pliométrico etc.)

também tem sido frequentemente reportada (FOSTER et. al. 1995, 2001; HAMPSON et. al.

2004; IMPELLIZZERI et. al. 2004).

Com o objetivo de aplicar no futebol o método baseado PSE-sessão proposto por Foster

et. al., (2001) para quantificar carga de treinamento interno (PSE da sessão), e para avaliar a sua

correlação com vários métodos usados para determinar a carga de treinamento interno com base

na resposta FC para o exercício, Impellizzeri et al., (2004), em seu estudo utilizaram 19 jovens

25

jogadores de futebol com idade média de 17,6 ± 0,7 anos durante sete semanas. As cargas de

treinamento concluídas durante as sete semanas de treinamento foram determinadas

multiplicando a PSE-sessão (CR10 escala) pela duração da sessão em minutos. Estes valores

PSE-sessão foram correlacionados com medidas de carga de treinamento obtidas a partir de três

métodos baseados em FC diferentes sugeridos pela Edwards (1993), Banister (1991), e Lucia

et. al., (2003), respectivamente.

Como resultados observou-se que cargas internas individuais de 479 sessões de

treinamento foram coletadas. Todas as correlações individuais entre várias cargas de

treinamento baseado em FC e PSE-sessão foram estatisticamente significativas (de r = 0,50 para

r = 0,85, P <0,01). Portanto, os resultados deste estudo mostram que a PSE-sessão pode ser

considerada um bom indicador de carga interna mundial de futebol de formação. Este método

não requer especial equipamento caro e pode ser muito útil e prático para treinadores e

preparador físico para monitorar e controlar carga interna, e de conceber estratégias de

periodização.

Rodrigues-Marrayo (2014) em seu estudo cujo objetivo era de comparar a carga interna

percebida pelos jogadores de voleibol com a observada pelos treinadores durante treinamento e

partidas, também observou a correlação da PSE-sessão com a FC. Seu estudo tomou com base

na frequência cardíaca dividida em cinco zonas de intensidade de acordo com diferentes

porcentagens da FC máxima Edwards (1993). Para tanto foram analisadas 12 jogadoras de

voleibol feminino com idades 21±3 anos de uma equipe de voleibol universitário espanhol da

terceira divisão e quatro treinadores, sendo dois com experiência no voleibol < 10 anos e dois

com ≤1ano. Essas atletas e treinadores foram acompanhados durante 15 semanas, que incluiu a

pré-temporada e os primeiros jogos.

Para o referido estudo os principais achados foram que a utilização do método PSE-

sessão é um indicador válido da carga de treinamento do voleibol, seja ela nos treinamentos e

até mesmo nas partidas. Os resultados mostraram que os treinadores podem perceber com

precisão o quão difícil são as sessões de treinamento realizadas pelas jogadoras. A precisão

dessa estimativa não foi afetada pela experiência dos treinadores. No entanto, ele foi

influenciado pelo tipo de sessão de treino realizada, com treinadores subestimando a PSE-sessão

das jogadoras e a carga de treinamento durante treinamento físico. No entanto, os padrões de

26

carga de treinamento semanal de treinadores e as jogadoras foram semelhantes durante o período

de treinamento avaliado.

A PSE-sessão também pode ser usada para monitoramento de carga de treinamento em

esportes individuais; Antualpa et al., (2015), em seu estudo que tem como objetivo investigar a

dinâmica da carga interna de treinamento (CIT) (via método da PSE da sessão), da tolerância ao

estresse (TE para fontes e sintomas; questionário DALDA) e dos sintomas de ITRS

(questionário WURSS-21) é um dos defensores desse pensamento. Estudo realizado com 28

jovens ginastas do sexo feminino praticantes de ginastica artística feminina e ginastica rítmica

com idades média de 10,7 ± 1,3 anos, durante oito semanas. Observou-se maior carga interna

de treinamento (CTI) (p< 0,001), menor tolerância ao estresse (TE) (fontes, p=0,032) para o

período com competição comparado ao período de treinamento sem competição; foram

observadas correlações significantes (0,41-0,58) entre a CIT, TE e sintomas de ITRS.

Concluindo, que o aumento da CIT foi acompanhado pela redução da TE no período com

competição, sugerindo maiores cargas de treinamento com a aproximação e realização de

competições, comprometendo a TE. Esses resultados sugerem a importância de um

monitoramento apropriado da CIT e TE e da correta manipulação das cargas de treinamento na

ginástica, para minimizar os efeitos e respostas adaptativas negativas do treinamento,

particularmente durante períodos com competição.

27

5 MÉTODOS

5.1 Modelo do Estudo

Para o desenvolvimento desta pesquisa foi realizado um estudo observacional, de caráter

descritivo, transversal, com uma abordagem quantitativa. O objetivo do estudo foi de investigar

o efeito de jogos em calendário congestionado sobre a imunidade da mucosa em jovens

jogadores de futebol.

5.2 Local da Pesquisa

As coletas foram realizadas em um clube de futebol, na cidade do Natal, Rio Grande do

Norte.

5.3 Sujeitos

Doze jovens jogadores de futebol de campo do sexo masculino, pertencentes a uma

mesma equipe, participaram da pesquisa (idade: 16,6±0,51 anos; estatura: 175±8cm; massa

corporal: 65±7,9kg). Todos os voluntários estavam ligados ao clube por pelo menos a um ano,

submetendo-se a treinos diários, cinco vezes na semana em um turno. Durante todo período da

competição os atletas permaneceram alojados no clube seguindo a mesma rotina da

programação durante toda semana. Todos os indivíduos eram saudáveis e não apresentaram

nenhum tipo de lesão que pudesse atrapalhar a participação na pesquisa. Antes do início do

estudo todos os participantes assinaram um termo de assentimento livre e esclarecido e

entregaram um termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelo responsável, aprovado

pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, CAAE

53304215.6.00005537.

Os mesmos estavam seguindo um roteiro de treino, onde treinavam um turno por dia

com uma frequência de segunda a sexta, antecedendo a semana do torneio.

28

Tabela 1: Distribuição das características de treino, com o volume expresso em minutos.

* Força Geral: treino de força em academia com pesos livres. Força especial: Treinos com liga de tração e/ou saltos.

Técnico Tático: Trabalhos com jogos em campo reduzido; jogadas ensaiadas de bola parada e trabalho de

finalização. Coordenação/Velocidade/Agilidade: corridas em distâncias curtas, com mudança de direção e

movimentos coordenativos.

5.4 Critérios de Inclusão e Exclusão

Os participantes desta pesquisa foram selecionados a partir de critérios previamente

estabelecidos para sua inclusão:

(1) Ter assinado o termo de assentimento livre e esclarecido TALE (anexo 1);

(2) Ter retornado com o termo de consentimento livre e esclarecido TCLE (Anexo2)

devidamente assinado pelos pais ou responsáveis e, assim, aceito os critérios da

pesquisa;

(3) Estar devidamente ligado ao clube por pelo menos 1 ano, participando dos treinamentos

e competições esportivas;

(4) Ter a idade estabelecida por essa pesquisa, ou seja, estar entre 16 e 17 anos de idade

cronológica;

5.5 Delineamento Experimental

A investigação ocorreu durante um torneio regional, envolvendo equipes de futebol na

categoria sub 17 da região nordeste e uma equipe do Sudeste. Esse torneio ocorreu durante um

período de tempo em que já ocorria outra competição, o campeonato estadual, que em virtude

disso teve uma folga de sete dias entre duas rodadas, para que o mesmo fosse disputado. A

equipe avaliada jogou cinco partidas em cinco dias, as quais foram monitoramos quatro partidas.

Todas as quatro partidas avaliadas ocorreram no mesmo local (estádio de futebol pertencente ao

clube dos participantes da pesquisa), sempre no horário das 15h. Todas as partidas tiveram

Data Características do Treino Volume

02/mai Força Geral/ Força Especial/ Técnico-Tático 90'

03/mai Coordenação-Velocidade-Agilidade/ Técnico-Tático 90'

04/mai Flexibilidade/ Técnico-Tático 60'

05/mai Jogo Treino 80'

06/mai Força Geral / Técnico-Tático 90'

29

duração de 80 minutos, com dois tempos de 40 minutos (com parada técnica na metade de cada

tempo para hidratação) e um intervalo de 10 minutos. Devido a característica da competição de

ter jogos todos os dias, foi permitido a comissão técnica de a equipe realizar até cinco

substituições por jogo.

Durante todo período da competição os participantes passaram pelo mesmo processo de

convívio em concentração, alimentando-se cinco vezes ao dia com prescrição da nutricionista

do clube, além disso, nos jogos os atletas tinham um complemento nutricional a base de

carboidrato para suprir a demanda energética daquele momento. O horário de descanso e o

despertar dos atletas foram controlados pela comissão técnica (22:00h e 6:00h,

respectivamente). Todas as partidas ocorreram no mesmo local e no mesmo horário. Após a

terceira partida do torneio, os atletas que jogaram foram submetidos ao procedimento de

recuperação através do método de imersão em piscina com gelo durante 5 minutos.

Figura 1: Descrição da coleta.

Tabela 2. Descrição dos jogos, horário e temperatura (máxima e mínima) do dia

JOGO HORÁRIO TEMPERATURA

Jogo 1 (4 x 0 vitória) 15h 23°/27°*

Jogo 2 (2 x 2 empate) 15h 23°/31°*

Jogo 3 (3 x 0 vitória) 15h 24°/30°*

Jogo 4 (2 x 0 vitória) 15h 23°/30°*

*Fonte: Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN)

30

5.6 Coleta de Saliva

As coletas foram realizadas na parte da tarde, meia hora antes do início da primeira e

quinta partida no vestiário dos atletas. Foi considerado o estado de repouso para a coleta de

saliva em dois momentos, o pré jogo 1 e o pré jogo 5, com isso a determinação das concentrações

de sIgA foi dada após quatro jogos, desconsiderando o jogo 5. Para a coleta da amostra de

saliva, os sujeitos foram orientados a não consumir alimentos e produtos com cafeína por, pelo

menos, 2 h antes da coleta de saliva. Imediatamente antes da coleta, eles eram encorajados a

lavar a boca com água, a fim de eliminar possíveis resíduos. A última refeição foi realizada três

horas antes da coleta. A saliva foi coletada, sem estimulação, de forma natural, durante cinco

minutos. Os indivíduos estavam em uma posição sentada, com os olhos abertos, com cabeça

ligeiramente inclinada para frente, fazendo o movimento orofacial mínimo para não estimular a

secreção salivar. A saliva produzida foi coletada em tubos de centrífuga estéreis de 15ml durante

um período de 5min. Logo em seguida a coleta, os tubos foram armazenados em gelo seco e

transportados para o laboratório onde foram estocados a – 80°C até o momento da análise.

5.7 Determinação de S-IgA

Inicialmente a amostra é coletada e transportada em um isopor refrigerado para o

laboratório de extração. Ao chegar, foi centrifugado por 15 minutos / 3000 rpm e com o auxílio

de uma pipeta de vidro, separou-se o sobrenadante. A amostra é armazenada em um eppendorf

identificado no corpo e na tampa, sendo no final vedado com parafilme e guardado no Deep

Freezer a -80 0C até o dia da dosagem, não sendo descongelado antes.

No dia anterior a dosagem, as amostras foram retiradas do Deep Freezer e guardadas no

congelador de uma geladeira comum. Isso ocorre para que o descongelamento ocorra numa

queda gradual de temperatura e não de forma brusca, que pode causar danos as moléculas a

serem dosadas. No procedimento da dosagem, as amostras foram retiradas do congelador e

deixadas na geladeira por aproximadamente 1h. Passado o tempo, retirou-se o kit e as amostras

na bancada até atingir a temperatura ambiente (aproximadamente 1h também).

Após os reagentes e amostras estarem na temperatura ambiente, foi retirado o parafilme

do eppendorf e passado todas as amostras no vórtex por 5 segundos. Posteriormente

a homogenização, realizou-se a pipetação de 75 microlitros de amostras e padrões nos minitubos

em tira (da axygen) e logo após foram pipetados 25 microlitros na placa. Imediatamente, foi

31

pipetado também o conjugado (diluído de acordo com o recomendado pelo kit) e incubado

durante 1 hora na temperatura ambiente com a placa selada. Passado o tempo da incubação,

removeu-se o conteúdo dos poços e lavados manualmente 3 vezes com 300 microlitros de

solução wash diluída (diluição realizada de acordo com o recomendado pelo kit). Entre as

lavagens, a placa é agitada suavemente por 5 segundos e depois removido o excesso de

líquido invertendo a placa gentilmente sobre um papel absorvente. Passado a etapa da lavagem,

foram adicionados 100 microlitros de substrato (solução de TMB) em um ambiente escuro para

depois incubar a placa por mais 15 minutos no escuro e em temperatura ambiente na incubadora

de microplacas VHD ThermoShaker. Após o tempo, acrescentou-se 100 microlitros de solução

STOP por poço e realizado imediatamente a leitura na leitora de microplacas Epoch a 450

nanômetros.

Para quantificação do S-IgA, esse foi expresso como concentração absoluta de IgA (s-

IgAabs), taxa de secreção de IgA (s-IgAtaxa) e fluxo salivar (FS), conforme proposto por

Fahlman e Engels (2005) e Koch et al. (2007). O sobrenadante foi utilizado na análise e a

quantificação da IgA e foi realizada pelo método de ELISA (Salivary IgA; SLV 4636 – DRG

Instruments GmbH, Germany).

Todas as amostras foram avaliadas em duplicata e a média da absorbância dos dois

valores foi utilizada como o valor representativo. No laboratório em que foram realizadas as

análises, o coeficiente de variação intranálise ficou em torno de 7% para a s-IgA. A concentração

absoluta de s-IgA, em pg/mL, foi determinada com auxílio do “software” Gen5, por meio da

equação de regressão linear com base na curva padrão. Já a análise de dados foi executada com

auxílio do “software” Prisma.

A taxa de secreção de IgA (pg/min) foi calculada multiplicando-se a concentração

absoluta pelo fluxo salivar (mL/min). Para o fluxo salivar foi determinado a divisão do peso da

saliva (assumindo que a densidade da saliva é 1) pelo período de tempo de coleta da saliva (5

minutos).

5.8 Carga Interna de Treinamento

A PSE da sessão foi preenchida após 30 minutos do final de todas as partidas de

competição, e analisadas no presente estudo. PSE da sessão foi proposta por Foster et al. (1996,

2001) e tem como objetivo quantificar a carga interna de treinamento (CIT); para tanto foi

32

utilizado o protocolo proposto por Foster (1998) e descrito por Nakamura, Moreira e Aoki

(2010), o qual consiste em perguntar ao atleta “Como foi a sua sessão de treino”? Como a

medida deve refletir a avaliação global de toda a sessão de treino, a PSE da sessão foi obtida

após 30 minutos de encerramento de cada sessão de treinamento e de competição (FOSTER et

al., 2001; NAKAMURA; MOREIRA; AOKI, 2010). A pontuação da PSE (escala CR-10) foi

multiplicada pela duração de participação na partida (minutos) para a obtenção da magnitude da

CIT, expressa em unidades arbitrárias.

5.8.1 Monotonia da Competição

O índice de monotonia (IM) da carga interna de treinamento foi determinado pela razão

entre a média dos valores da PSE da sessão durante a semana da competição pelo seu desvio

padrão. A intenção da IM é determinar a variabilidade da CIT durante um determinado período

de treinamento (ANDERSON et al., 2003).

5.8.2 Esforço de Competição

O esforço de treinamento foi calculado pelo produto somatório da CIT da semana

competitiva e do Índice de Monotonia do mesmo período (FOSTER, 1998). O esforço de treino

sinaliza o estresse global exigido do atleta durante um dado período de treinamento, no caso do

presente estudo, a semana da competição (ANDERSON et al., 2003)

5.9 Análise Estatística

Os dados estão apresentados em de média e desvio padrão. Verificou-se a normalidade

das variáveis dependentes com o teste de Shapiro Wilk (p > 0,05). Utilizou-se o teste t de Student

para análise do IgA salivar e taxa de fluxo salivar no primeiro e no quarto jogo da competição,

adicionalmente “d” de Cohen foi utilizado para estimar a magnitudes das diferenças (tamanho

do efeito - TE), considerando “insignificante 0 - 0.19” “pequeno, 0.2 - 0.49”, “médio, 0.5 - 0.79”

e “grande, ≥ 0.8”. ANOVA de medidas repetidas comparou a PSE da sessão e a carga interna

ao longo dos jogos, o post hoc de Bonferroni foi utilizado para identificar as diferenças entre as

medidas, o êta parcial (η²) foi utilizado para estimar o tamanho do efeito no teste de ANOVA.

Foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman para analisar a correlação entre o índice

33

de monotonia e o esforço competitivo com a variação de S-IgA absoluto e relativo. A análise

dos dados foi realizada no software GraphPad Prism (versão 5.02 for windows).

34

6 RESULTADOS

6.1 Carga interna, PSE da sessão e tempo em campo dos jogos

A tabela 3 apresenta os dados de cada jogo com seus devidos resultados ao longo de toda

a competição.

Tabela 3. Desfecho, tempo médio do atleta em campo e carga interna dos jogos.

J1 à J4: Jogo 1 à Jogo 4.

As figuras 2 e 3 demonstram os valores de PSE da sessão e carga interna nos jogos,

respectivamente. Observa-se que os valores de PSE da sessão não foram diferentes ao longo dos

jogos F(4,33) = 1,680, p < 0,1902, η²: 0,72. Diferentemente, os valores de carga interna, que

diferiram ao longo da competição F(4,33) = 6,299, p = 0,001, η²:0,66. Sendo observado diferenças

nos jogos 2 e 4 em comparação com o 3 (p<0,05).

Figura 2. Valores de PSE da sessão no decorrer dos jogos. Não houve diferença significativa

em relação aos jogos.

PSE

da sessão

Tempo

Médio (min)

Carga interna

do jogo (UA)

J1 (vitória) 4 x 1 5,9 (1,2) 65,2 (19,8) 403,0 (177,7)

J2 (empate) 2 x 2 5,8 (1,8) 73,3 (26,0) 463,0 (239,2)

J3 (vitória) 3 x 0 6,0 (1,7) 48,8 (16,2) 312,0 (182,1)

J4 (vitória) 2 x 0 6,6 (1,3) 72,6 (16,5) 495,9 (175,7)

35

Figura 3. Valores de carga interna ao longo dos jogos. * diferença significativa em relação aos

jogos 2 e 4 em comparação ao jogo 3.

Em relação ao índice de monotonia das cargas competitivas durante a semana da

competição, encontrou-se o valor de (3,7 UA). Enquanto, na identificação do esforço

competitivo durante a competição, foi verificado um valor de 7017 UA.

6.2 Imunoglobulina A e fluxo salivar

A tabela 4 apresenta os valores absolutos e relativos de IgA salivar e a taxa de fluxo

salivar com seus respectivos deltas de variação entre os momentos pré e pós competição.

Observou-se diminuições dos valores delta de variação do IgA salivar absolutos e relativos após

a competição quando comparado com o momento pré competição (IgA absoluto t (11) = 2,744 p

= 0,01 e IgA relativo (t (11) = 2,744, p = 0,04). Diferentemente, a taxa de fluxo salivar pré jogos

foi semelhante ao momento pós (t (11) = 0,1010, p = 0,921).

Tabela 4. Concentrações de IgA absoluto e relativo a taxa de fluxo, a taxa de fluxo salivar e

delta de variação em relação aos momentos pré e pós competição.

Pré Pós ∆% t-teste p-valor TE

IgA (pg/mL) 67,88 (45,2) 46,18 (34,78)* -31,9% 2,744 0,01 0,84

IgA relativo

(pg/mL/minuto) 527,6 (505,5) 215,4 (137,7)* -59,24% 2,744 0,04 0,8

Fluxo salivar

(ml/minuto) 0,22 (0,1) 0,22 (0,1) 0,001 0,101 0,92 0,03

* diferença significativa em relação ao pré; TE: Tamanho do efeito.

Na tentativa de verificar a correlação entre os valores do delta de variação do IgA salivar

com a carga competitiva, verificou-se que houve uma correlação quando correlacionamos o

36

índice de monotonia com o delta de variação do IgA salivar absoluto, encontrou-se uma

correlação negativa e significante com um (r = 0,62: p=0,031). Além disso foi encontrada uma

correlação significante entre o esforço competitivo e o delta de variação do IgA absoluto (r =

0,57: p=0,051).

37

7 DISCUSSÃO

O principal objetivo desse estudo foi investigar o efeito dos jogos competitivos

realizados em um calendário congestionado sobre a imunidade da mucosa em jovens jogadores

de futebol. Dentre os resultados apresentados, foram verificados: (i) diminuição dos valores

delta de variação do IgA absoluto e relativo após a realização dos 4 jogos competitivos, quando

comparados com o momento pré competição; (ii) correlação negativa e significante entre o delta

de variação do IgA salivar absoluto com o índice de monotonia, assim como uma correlação

significante com o esforço competitivo. Dessa forma a hipótese desse estudo corrobora os

resultados encontrados, uma vez que os níveis de IgA salivar diminuíram após a competição em

relação ao momento pré competição. Para as respostas de carga interna, as mesmas foram

diferentes ao longo da competição, apontando um maior desgaste psicofisiológico em

decorrência da sequência de jogos.

Durante a semana da competição com jogos sucessivos (24 horas de intervalo entre os

jogos), foi possível diagnosticar que o indicador de carga interna, analisado pela média semanal

da competição (segunda a quinta), apresentou valores médios acima de 400 Unidades Arbitrárias

(UA), caracterizando assim um período de intensificação da competição (IMPELLIZZERI et

al., 2004; COUTTS; WALLACE; SLATTERY, 2007). Simultaneamente, houve um elevado IM

e esforço competitivo, em decorrência das altas cargas internas impostas pelos jogos sucessivos,

com pouca variação entre os jogos. Para a carga interna, os resultados encontrados apresentaram

diferenças significativas nos jogos 2 e 4 em comparação ao jogo 3. Para justificar esse

comportamento, é possível apontar situações que ocorreram no jogo 3 e que possam ter

influenciado nesse resultado, tais como: a equipe analisada entrou em campo já classificada para

a segunda fase; a equipe adversária não almejava mais a classificação; e todas as substituições

(no máximo cinco) permitidas em regulamento foram executadas pela comissão técnica com

intuito de descansar a equipe para a próxima fase, acarretando assim em uma carga interna média

menor do que os jogos 2 e 4.

Os valores de carga interna competitiva encontrado na presente investigação podem ser

concordantes ao período de aumento dos sintomas de estresse, devido ao cenário competitivo

com jogos sucessivos e um curto período de recuperação, o que pode ser observado em maiores

valores de IM e esforço competitivo. Esses achados sinalizam para uma suposição que dias após

a competição poderia ser visto um aumento na incidência de sinais e sintomas de ITRS nos

atletas, acarretando em uma queda no desempenho e comprometendo o estado de saúde dos

38

jovens jogadores. Nakamura et al., (2006) verificaram um aumento nos sinais e sintomas de

ITRS dias após ao decréscimo do sistema imune causado pelo aumento do volume e intensidade

do treinamento. No contexto competitivo, a partir dos nossos resultados é possível apontar para

à medida que a equipe foi avançando na competição, as partidas foram se tornando mais difíceis,

a qualidade técnica dos adversários era bem expressiva, a pressão por resultados positivos

também aumentou, além da pressão psicológica pelo bom desempenho nos jogos, supondo que

essas situações caracterizam-se como aumento da intensidade e interferem diretamente nas

respostas de carga interna.

Para o esforço competitivo, a semana da competição com quatro jogos em quatro dias

gerou um valor em torno de 7017 UA, o que é considerado um alto índice de esforço competitivo

ou de treinamento. Em um estudo com jogadores de futebol (18,0 ± 1,0 anos; 1,73 ± 0,07 m;

68,9 ± 7,88 kg; 22,9 ± 1,7 kg/m²), Mortatti et al., (2014) investigaram o monitoramento do

esforço de treino durante quatro semanas de treinamento, encontrando na segunda semana o

maior esforço de treino do grupo de jogadores, com valores em média de 1500 UA. Elloumi et

al., (2012) em um estudo com jogadores de Rugby, que passaram por um período de 6 semanas

de treino intenso, monitoraram o esforço de treino e encontraram na quinta semana de

treinamento um resultado de 4613 (UA). Em outra investigação, na qual o monitoramento do

esforço de treino ocorreu, jogadoras de basquete participaram de um programa de treinamento

durante 21 semanas, Anderson et al., (2003) tiveram como objetivo projetar programas para

atletas e otimizar seus desempenhos, e foi encontrado na sexta semana um valor aproximado de

4500 (UA) para o esforço de treino. Valores elevados de esforço de treinamento, indicam

estágios iniciais de overreaching não funcional (FOSTER, 1998) e ainda acarretando aumento

da incidência de sinais e sintomas de ITRS (ELLOUMI et al., 2012). Apesar dos estudos citados

acima terem avaliado o esforço de treinamento em um cenário de preparação e/ou treinamento,

é razoável destacar que em um contexto competitivo, os jogos sequenciados de futebol com

intervalo de 24 horas entre eles foram capazes de gerar um alto índice de esforço competitivo.

No IM monitorado durante a competição, também foi diagnosticado um valor

considerado alto, já que esse é dependente da intensidade e variabilidade da carga interna

(quanto mais variação, menor a monotonia). (FOSTER, 1998). Assim, como a variabilidade da

carga foi reduzida (vista pelo baixo desvio padrão da carga interna competitiva nos quatro jogos

realizados), e a carga interna foi considerada alta (acima de 400 UA), gerou-se altos valores de

monotonia da competição. De acordo com Foster et al., (2001, 2005), somente valores de IM

39

acima de 2,0 contribuem para uma susceptibilidade de lesões. No presente estudo o valor

observado foi de 3,7 durante os quatro jogos da competição com jogos sucessivos. Logo,

considerando que a relação entre carga interna, IM e esforço competitivo pode indicar uma

probabilidade de overreaching não funcional (FOSTER, 1998; PUTLUR et al., 2004), essas

variáveis, monitoradas durante competições com jogos sucessivos, com intervalo de 24 horas

entre as partidas em um calendário congestionado podem ser suficientes para sinalizar um

indicativo dessa síndrome e/ou alterações no padrão imune de jovens jogadores de futebol.

Somado a isso, é importante destacar que houve uma correlação negativa entre o IgA

absoluto e o IM, assim como para o IgA absoluto e o esforço competitivo a correlação foi

significante. Esses achados direcionam para um cenário competitivo desgastante, onde os jogos

sucessivos realizados em um calendário congestionado podem gerar valores altos de carga

interna, com pouca variabilidade e essa condição parece estar associada a alterações negativas

na imunidade da mucosa, resultando em quedas nos níveis da sIgA.

O efeito da intensidade nas respostas de sIgA foi recentemente investigado por Owen et

al., (2014). Os autores compararam 4 sessões de treinamento (baixa intensidade x alta

intensidade) que foram realizadas por jogadores profissionais de futebol e mostraram que a

mudança perceptual da concentração basal de sIgA após treinamento diferiu significativamente

entre a alta intensidade e a baixa intensidade, apontando diminuição dos níveis de sIgA após

sessões de alta intensidade.

Sabe-se que alterações na carga interna podem induzir mudanças comportamentais e

fisiológicas, como por exemplo, alterações no padrão do sono e alimentares, problemas de

concentração, alterações do estado de humor, bem como a queda de rendimento. Essa interação

entre os ajustes comportamentais e fisiológicos é resultado de alterações ocorridas em diversos

sistemas do organismo, incluindo os sistemas neuroendócrino e imunológico o que por sua vez,

podem aumentar a susceptibilidade dos atletas em contrair infecções (GLEESON, 2000 a e 2000

b; NEDERHOF et al., 2008; NIEMAN, 1997; PYNE et al., 2000).

No que diz respeito à diminuição dos parâmetros de sIgA, os resultados corroboram com

alguns estudos que pesquisaram alterações em parâmetros da imunidade da mucosa durante

jogos competitivos de futebol com jovens jogadores (MORTATTI et al., 2012; MOREIRA et

al., 2013; MOREIRA et al., 2016). Nossos achados mostraram que a imunidade da mucosa foi

afetada após um período de jogos sucessivos em um calendário congestionado. A diminuição

do sIgA foi observada quando se comparou o momento pós jogos sucessivos com o momento

40

pré jogos sucessivos. Apontando um efeito acumulativo de estresse, associado a um período

insuficiente de recuperação entre os jogos oficiais em um calendário congestionado pode causar

supressão do sistema imunológico. Com isso, é possível sugerir que o aumento do estresse

relacionado aos jogos sucessivos em jovens jogadores pode ter comprometido a imunidade da

mucosa dos jogadores. Portanto, esse resultado sinaliza que o estresse acumulativo de participar

de uma competição com jogos sucessivos em um calendário congestionado, somado a um curto

período de recuperação pode acarretar alterações na função imune da mucosa de jovens

jogadores.

Uma limitação no presente estudo foi o fato de não ser realizado o monitoramento dos

sinais e sintomas de ITRS após o período da competição, tentando assim associar a relação entre

valores de carga interna, respostas acumulativas de estresse na imunidade da mucosa e a

incidência de ITRS. Ainda que este fato possa ser visto como uma limitação do estudo, o

principal objetivo dessa investigação não foi de examinar essa relação, mas averiguar se a

imunidade da mucosa seria afetada após uma competição com jogos sucessivos realizada em

um calendário de jogos congestionados. Pressupõe-se especular que competições com jogos

sucessivos em um calendário congestionado, aliado a um curto período de recuperação entre as

partidas pode impor um maior estresse psicofisiológico aos jovens jogadores, acarretando em

uma diminuição em parâmetros sIgA. Uma vez que a concentração de sIgA e a sua modificação

são utilizadas para prever a susceptibilidade a ITRS (GLEESON et al., 2012; NEVILLE et al.,

2009), e levando em consideração que estudos anteriores com jovens jogadores de esportes de

equipe apontaram essa relação (HE et al., 2010; MOREIRA et al., 2011b; MORTATTI et al.,

2012) pode-se supor que a partir dos nossos resultados, jogos sucessivos em um calendário

congestionado pode afetar negativamente a imunidade da mucosa de jovens jogadores de

futebol, podendo levar a um risco aumentado de ITRS.

Em um cenário competitivo He et al., (2010) investigaram as mudanças de variáveis

imunes e sua relação com respostas hormonais de estresse em jogadores de basquete tailandeses

(20,5±0,3 anos, 176,6±2,0 cm, 75,1±3,5kg), os resultados apontaram que as taxas de secreção e

as concentrações absolutas de sIgA medidas no período de treinamento foram

significativamente menores que as medidas no período de recuperação. Além disso houve um

aumento da taxa de secreção e das concentrações absolutas do cortisol no período de treinamento

em comparação com o período de recuperação. Logo, indica que os efeitos acumulativos de

treinamento intenso em longo prazo e/ou curto prazo levam a estimulação da resposta de estresse

41

e a supressão da imunidade da mucosa. Para Moreira et al., (2011b), em um estudo com

jogadores de basquete brasileiros (19±0,6 anos, 192±10cm, 92±9kg) durante 4 semanas de uma

temporada competitiva, com treinamentos e jogos, eles analisaram se as fontes de estresse e os

sintomas de estresse, bem como a ocorrência de ITRS, poderiam estar associados a alterações

no cortisol salivar e sIgA. Os resultados apontaram diferenças significativas entre a segunda

semana e as outras semanas para fontes e sintomas de estresse (DALDA) e sintomatologia de

ITRS (WURSS-21). Nesse período foram identificadas maiores respostas negativas das

ocorrências totais de ITRS. Durante a mesma semana, foi relatado também um maior número

de respostas “pior do que o normal” em fontes e sintomas de estresse, demonstrando que os

fatores de estresse social e psicológico em conjunto com o estresse fisiológico (carga de

treinamento) têm um papel considerável no processo de adaptação. Em relação aos parâmetros

imunológicos e hormonais, os resultados mostraram que os níveis salivares do cortisol

aumentaram de antes para depois do período de treinamento investigado. É importante destacar

que houve redução significativa da carga de treinamento da segunda para a quarta semana.

Portanto é aceitável que não só a carga de treinamento, mas também o fator psicológico tenha

sido crucial para essa alteração. Além disso é razoável especular que essas mudanças no cortisol

podem ser ligadas, pelo menos em parte, a redução da taxa de sIgA de antes para depois do

período de treinamento, considerando que o hormônio do estresse é um potente modulador da

função imune. Em uma perspectiva semelhante, porém com uma amostra diferente; Mortatti el

al., (2012) investigaram o efeito de um período de 20 dias de treinamento com competição,

sobre a imunidade da mucosa, cortisol salivar e ITRS em jovens jogadores de futebol

(18,5±0,4anos). A competição tinha um formato de 7 jogos disputados em 20 dias. Os resultados

apontaram uma diminuição da imunidade da mucosa medida pelo IgA em repouso o que pode

gerar uma maior incidência de ITRS em jovens jogadores de futebol. Apesar das limitações para

medição dos parâmetros de sIgA citadas nesses estudos, vários pesquisadores afirmam que

monitorar os níveis salivares de IgA pode ser útil na determinação do risco de infecção em

atletas de elite (MACKINNON, 1999; MACKINNON et al., 2000/ PYNE & GLEESON, 1998)

e identificar treinamento excessivo (MACKINNON & HOOPER 1994).

Uma alteração significativa na concentração de sIgA foi relatada por Moreira et al.,

(2016) em jovens jogadores de futebol (Idade 14,8 ± 0,4 anos, 1,5 ± 0,7 anos a partir do pico de

altura velocidade; Altura 170,6 ± 9,4 cm e massa corporal 64,9 ± 7 kg). Os autores relataram

um decréscimo na concentração de SIgA após competição em um calendário congestionado,

42

demonstrando que o período dos jogos sucessivos impactou sobre o sistema imuno-endócrino

alterando as respostas de testosterona e IgA salivar dos jovens jogadores. Outra alteração

significativa de SIgA foi relatada por Nazem et al., (2011) em jovens jogadoras de handebol. Os

resultados apontaram para uma diminuição na concentração de SIgA após partidas consideradas

“duras” em uma competição com jogos congestionados. Coletivamente os resultados do

presente estudo, Moreira et al., (2016) e Nazem et al., (2011), sugerem que fatores adicionais

como a intensidade do jogo, o curto período de recuperação, a ansiedade competitiva, a

percepção de dificuldade dos jogos, a cobrança dos treinadores para um bom desempenho e as

sucessivas partidas, podem gerar um alto nível de estresse aos jovens atletas de futebol,

acarretando em alterações na imunidade da mucosa.

43

8 CONCLUSÃO

Os dados demonstraram que competições com jogos competitivos realizados em um

calendário congestionado com intervalos de 24 horas teve um impacto direto sobre a imunidade

da mucosa. Assim, os resultados sugerem que a fadiga acumulada devido aos jogos

congestionados afetou negativamente na imunidade da mucosa de jovens jogadores de futebol

após competição oficial, o que é razoável apontar um risco aumentado de episódios de infecções

respiratórias. Os declínios de sIgA, tanto nas concentrações absolutas como no IgA relativo

assim como o aumento das respostas de carga interna estão associados a fadiga acumulada em

decorrência dos jogos congestionados e o curto período de recuperação. Essas descobertas

apontam a sensibilidade do uso do método da PSE da sessão para mudanças na carga interna

percebida, monotonia e esforço competitivo em jovens jogadores, consequentemente auxiliando

aos treinadores a controlar estímulos e evitar eventuais estados que afetem a imunidade da

mucosa. Assim, treinadores e comissão técnica devem adotar estratégias para monitorar esses

parâmetros durantes competições oficiais que envolvem jogos congestionados. Contudo, os

resultados não devem ser generalizados para outras situações (que não envolva

congestionamento de jogos) ou para jogadores profissionais de elite.

9 ASPECTOS PRÁTICOS

Como aspecto prático para o planejamento em longo prazo com jovens jogadores de

futebol, destaca-se a participação de jovens atletas em jogos sucessivos com intervalo de 24

horas entre as partidas pode acarretar em uma queda nos níveis de IgA salivar da mucosa oral,

assim o monitoramento da carga interna (IgA salivar, PSE da sessão, índice de monotonia e o

esforço competitivo) permitirá um melhor controle contra o aparecimento de sinais e sintomas

de ITRS, lesões e o overreaching não funcional.

44

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52

11 APÊNDICES

ANEXO I: TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

Você está sendo convidado a participar da pesquisa Respostas hormonais e comportamentais durante dois torneios

oficiais em jovens jogadores de futebol, coordenada pelo professor Prof. Esp. Romerito Sóstenes Canuto de

Oliveira, telefone: 99922-3799. Seus pais permitiram que você participe.

Queremos investigar o efeito de jogos sucessivos competitivos nos níveis de concentração do cortisol

salivar, Imunoglobulina A, tolerância ao estresse e na severidade de episódios de infecção do trato respiratório

superior (ITRS) em jovens jogadores de futebol.

A pesquisa será feita no vestiário do jogo, onde você permanecerá sentado para coleta de saliva antes de

cada jogo da competição. A saliva será colhida nos momentos antes e depois dos jogos, de forma natural por meio

de tubos específicos durante cinco minutos. Logo em seguida, aplicação de questionários (quatro) o primeiro de

tolerância ao estresse, que se referem a sinais e sintomas de estresse. O segundo referente a casos de inflamação do

trato respiratório superior. O terceiro para avaliar a qualidade do sono. E o quarto para analisar o estado de humor.

Os questionários serão aplicados antes dos jogos (duração em média de 10 minutos para todos os questionários).

Na sequencia você realizará um teste motor de salto vertical em uma plataforma de salto, onde o participante realiza

uma flexão de até 90° do joelho e permanece nessa posição por três segundos e então realiza o salto o mais alto

possível. Durante a realização do salto suas mãos permanecerão posicionadas no quadril (cintura). Será realizado

três saltos com 10 segundos de recuperação entre eles, e por fim; Coleta da Percepção Subjetiva de Esforço da

sessão, utilizando a escala de Borg, sempre ao final de cada jogo. Para isso, será usado/a tubos específicos para

coleta de saliva, os questionários impressos em folha A4 e caneta esse procedimento é considerado (a) seguro (a),

mas é possível ocorrer um desconforto (mínimo) na realização do salto. Caso aconteça algo errado, você pode nos

procurar pelos telefones que tem no começo do texto. Mas há coisas boas que podem acontecer como, controle de

marcadores do cansaço, ou seja, seu técnico/professor terá noção do seu condicionamento físico nos jogos.

Se você morar longe do local do jogo, nós não daremos a seus pais dinheiro suficiente para transporte,

visto que o clube tem essa responsabilidade de parceria na pesquisa.

Ninguém saberá que você está participando da pesquisa; não falaremos a outras pessoas, nem daremos a

estranhos as informações que você nos der. Os resultados da pesquisa vão ser publicados em eventos científicos,

sem a identificação do seu nome.

===============================================================

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO

Eu ___________________________________ aceito participar da pesquisa Respostas hormonais e

comportamentais durante dois torneios oficiais em jovens jogadores de futebol.

Entendi as coisas ruins e as coisas boas que podem acontecer.

Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer “não” e desistir e

que ninguém vai ficar com raiva de mim.

Os pesquisadores tiraram minhas dúvidas e conversaram com os meus responsáveis.

Recebi uma cópia deste termo de assentimento e li e concordo em participar da pesquisa.

Natal, ____de _________de __________.

______________________________________

Assinatura do menor

______________________________________

Assinatura do pesquisador

53

APÊNDICE II: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Este é um convite para você participar da pesquisa: RESPOSTAS HORMONAIS E

COMPORTAMENTAIS DURANTE DOIS TORNEIOS OFICIAIS EM JOVENS JOGADORES DE FUTEBOL,

que tem como pesquisador responsável Prof.º Esp. Romerito Sóstenes Canuto de Oliveira e Prof(a) Dr° Arnaldo

Luis Mortatti

Esta pesquisa pretende Investigar o efeito de jogos sucessivos competitivos nos níveis de concentração do

cortisol salivar, Imunoglobulina A, tolerância ao estresse e na severidade de episódios de infecção do trato

respiratório superior (ITRS) em jovens e adultos jovens jogadores de futebol. O motivo que nos leva a fazer este

estudo

O motivo que nos leva a fazer este estudo é o de alertar as comissões técnicas, do risco de lesões em

participar de torneios que tenham jogos consecutivos com curtos períodos de descanso, e assim preservar o

crescimento e o desenvolvimento dos jovens jogadores Caso você decida participar, você deverá

Caso você decida participar, você deverá participar dos seguintes procedimentos: 1) Coleta de saliva que

será colhida nos momentos pré e pós jogos, de forma natural por meio de tubos específicos durante cinco minutos

para posteriormente serem analisadas, e; 2) Aplicação de questionários (quatro – totalizando 10 minutos para todos

os questionários) o primeiro de tolerância ao estresse, que se referem a sinais e sintomas de estresse. O segundo

referente a casos de inflamação do trato respiratório superior. O terceiro para avaliar a qualidade do sono. E o

quarto para analisar o estado de humor. Os questionários serão aplicados antes dos jogos, além disso; 3) Teste

motor de salto vertical em uma plataforma de salto, onde você realizará uma flexão de até 90° do joelho e permanece

nessa posição por três segundos e então realiza o salto o mais alto possível. Durante a realização do salto as mãos

permanecerão posicionadas no quadril. Será realizado três saltos com 10 segundos de recuperação entre eles, e por

fim; 4) Coleta da Percepção Subjetiva de Esforço do jogo, utilizando a escala de Borg, sempre ao final de cada

jogo.

Durante a realização a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele

sentido num exame físico ou treinamento específico diário.

Pode acontecer um desconforto no momento do teste de salto vertical que será minimizado pela utilização

de calçados adequados e você terá como benefício

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para o Prof. Romerito Sóstenes

Canuto de Oliveira, telefone (84) 9 9922-3799.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa,

sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou

publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um

período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e

reembolsado para você.

54

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável

Prof. Romerito Sóstenes Canuto de Oliveira, telefone (84) 9 9922-3799.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa

pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos

os meus direitos, concordo em participar da pesquisa RESPOSTAS HORMONAIS E COMPORTAMENTAIS

DURANTE DOIS TORNEIOS OFICIAIS EM JOVENS JOGADORES DE FUTEBOL,, e autorizo a divulgação

das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me

identificar.

Natal _____/_____________/_____.

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo RESPOSTAS HORMONAIS E COMPORTAMENTAIS

DURANTE DOIS TORNEIOS OFICIAIS EM JOVENS JOGADORES DE FUTEBOL, declaro que assumo a

inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram

esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a

identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as

normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as

pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal _____/_____________/______.

Assinatura do pesquisador responsável

Impressão datiloscópica do

participante

55

ANEXO

ANEXO I: Escala de CR 10 DE Borg (1982) modificada por Foster et al., (2001)