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ALBERTO GRINSZTEJN

O EFEITO DAS CONDIÇÕES DE PRENSAGEM E

ARMAZENAMENTO NA ESTABILIDADE

DIMENSIONAL DA RESINA ACRÍLICA TERMO-

POLIMERIZÁVEL USADA PARA BASES DE

PRÓTESES TOTAIS.

2009

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

Alberto Grinsztejn

O EFEITO DAS CONDIÇÕES DE PRENSAGEM E

ARMAZENAMENTO NA ESTABILIDADE DIMENSIONAL DA

RESINA ACRÍLICA TERMO-POLIMERIZÁVEL USADA PARA

BASES DE PRÓTESES TOTAIS.

Rio de Janeiro 2009

Alberto Grinsztejn

O EFEITO DAS CONDIÇÕES DE PRENSAGEM E

ARMAZENAMENTO NA ESTABILIDADE DIMENSIONAL DA

RESINA ACRÍLICA TERMO-POLIMERIZÁVEL USADA PARA

BASES DE PRÓTESES TOTAIS.

Orientador: Gustavo André de Deus Carneiro Vianna

Rio de Janeiro 2009

Dissertação apresentada ao curso de Pós-

Graduação em Odontologia da

Universidade Veiga de Almeida, como

requisito parcial para obtenção do título

de Mestre em Odontologia. Área de

concentração: Reabilitação Oral.

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA SISTEMA DE BIBLIOTECAS Rua Ibituruna, 108 � Maracanã 20271-020 � Rio de Janeiro � RJ Tel.: (21) 2574-8845 Fax.: (21) 2574-8891

FICHA CATALOGRÁFICA

FICHA CATALOGRÁFICA

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Setorial Tijucal/UVA

G871e Grinsztejn, Alberto .

O efeito das condições de prensagem e

armazenamento na estabilidade dimensional da resina acrílica termo-polimerizável usada para bases de próteses

totais. / Alberto Grinsztejn, 2009 80pg ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) � Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia, Reabilitação oral, Rio de Janeiro, 2009.

Orientação: Gustavo André de Deus Carneiro Vianna

1. Alteração dimensional. 2.Resina acrílica 3.

Dentaduras. I. De Deus, Gustavo. ll Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia, Reabilitação Oral. III. Título.

CDD � 617.692

Alberto Grinsztejn

O EFEITO DAS CONDIÇÕES DE PRENSAGEM E

ARMAZENAMENTO NA ESTABILIDADE DIMENSIONAL DA

RESINA ACRÍLICA TERMO-POLIMERIZÁVEL USADA PARA

BASES DE PRÓTESES TOTAIS.

Aprovado em: 26/06/2009

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________ Professo Gustavo André de Deus Carneiro Vianna (UVA)

______________________________________________________ Professor Antonio Carlos Canabarro Andrade Junior (UVA)

______________________________________________________ Professor Eduardo Muniz Barreto Tinoco (UERJ)

Dissertação apresentada ao curso de

Pós-Graduação em Odontologia da

Universidade Veiga de Almeida, como

requisito parcial para obtenção do

título de Mestre em Odontologia. Área

de concentração: Reabilitação Oral.

AGRADECIMENTOS

A Deus que nunca me faltou e tem me amparado por toda minha vida. Aos meus Pais que me propiciaram educação, amor, sempre apoiando meus

projetos.

A minhas filhas que colaboraram diretamente neste trabalho.

Ao meu amigo Dr. Alfredo, há quem muito devo por ter chegado até aqui.

Ao meu amigo Erasmo que colaborou no desenvolvimento das pesquisas.

Ao meu Orientador Professor Gustavo André de Deus Carneiro Vianna sem o

qual não seria possível a conclusão deste trabalho.

A todos os Professores e Funcionários do Curso de Mestrado

Profissionalizante em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida.

Aos meus colegas e amigos do Mestrado, em especial, Carmelo, Basílio,

Ferrandini, Luiz Eduardo, Stecca, Euro, Gustavo, Ruppert, Picanso, Jorcelino, Paulo,

Dani Boy, Érika, Renata e Juliana.

A empresa Metalúrgica Vaska que colaborou com meu experimento.

RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo verificar e comparar a influência da técnica de

prensagem na estabilidade dimensional da base de resina termo ativada de próteses

totais dentárias. Inicialmente foram confeccionados dois modelos idênticos de uma

maxila edêntula, de um modelo de estudo, em liga metálica de ZAMAG, composta da massa de 96% de zinco, 2,8% de magnésio e 1,2% de alumínio. Estes modelos em metal foram posicionados em muflos padrão para prensagem de prótese total e sobre

eles assentada uma dentadura previamente preparada. Foram prensados 40 corpos de prova sendo 20 durante a fase plástica da resina acrílica ativada termicamente e 20 na

fase fluída. O processo de polimerização foi o mesmo para os dois grupos: muflo colocado em banho de água quente tendo sua elevação da temperatura ambiente a

70ºC em 1:00h; de 70ºC a 100ºC em 1/2h e permanecendo por 1/2 h. Os corpos de prova foram divididos em 4 grupos para analise sendo: grupo A, contendo 10 corpos de prova de resina prensada na fase plástica e avaliada seca; grupo A1 10 corpos de

resina prensada na fase plástica e mensurados após 15 dias de imersão em água

destilada; grupo B 10 corpos de resina prensada na fase fluida e avaliadas seco; grupo B2 10 corpos de resina prensadas na fase fluida e analisadas depois de imersas em água destilada por 15 dias. A mensuração foi feita na linha de post-dam em 3 diferentes pontos, sendo tuberosidade direita e esquerda e no centro. O espaço de

desadaptação entre as próteses e o modelo mestre de metal foi medido em milímetros.

A analise estatística comparou os resultados cruzando as informações obtidas entre os

grupos, para determinar qual das técnicas apresenta menor alteração dimensional.

Estatisticamente comprovou-se que a resina acrílica termo ativada prensada na fase

fluida apresentou menores valores para as alterações dimensionais. Também

observou-se que o método de armazenagem influiu igualmente em ambas as técnicas

de prensagem sendo os corpos de prova armazenados em seco mais estáveis. Palavras-chave � prótese total, resina acrílica, alteração dimensional.

ABSTRACT

The aim of current research is to develop a qualitative evaluation of the dimensional stability of a thermal activated acrylic resin, used as total dental prosthesis base, when two different pressing techniques are used. Initially two identical models were reproduced, from a previous edentulous superior jaw, in a metal alloy so called ZAMAG, which is composed by zinc (96%), magnesium (2.8%) and aluminium (1,2%). These metal models were positioned inside standard muffles used for total dental prosthesis pressing and above them, were put a previously prepared denture. Forty body tests were pressed, twenty during the plastic phase of the thermal activated acrylic resin and the other twenty during the fluid phase of it. The cure process of the resin was equal for both groups: the muffle was placed in a hot water bath where the temperature went from room temperature to seventy Celsius degrees in 1 hour, then 70 to 100 Celsius degrees in thirty minutes and remained in this temperature for another half hour. The samples were divided into 4 groups for analysis: group A, containing 10 body tests of the resin pressed in the plastic phase with no immersion in liquid; group A1, 10 body tests of the resin pressed in the plastic phase immerged for 15 days in distilled water. Group B, 10 body tests of the resin pressed in the fluid phase with no immersion in liquid; group B2, 10 body tests of the resin pressed in the fluid phase immerged for 15 days in distilled water. The measurement was made in three different points in the post-dam line, middle, right and left tuberosity. The misfit between the master metal jaw and the prosthesis prepared were measured in milimeters. The statistical analysis compared the results obtained for the groups in order to realise which technique presented the lowest dimensional change. In statistically terms, the thermo activated acrylic resin pressed in the fluid phase showed lower dimensional changes. It was also observed that the storage methods had influenced both pressing techniques the body tests stored in dry mode where more stable. Keywords � total prosthesis, acrylic resin, dimensional change.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1-a Modelo de gesso original, vista do palato 52

Figura 1-b Modelo de gesso original, vista posterior 52

Figura 1-c Modelo de gesso original, vista lateral 52

Figura 2 Modelo original incluído na base (com vista do palato) 54

Figura 3 Muflo após eliminação da cera 54

Figura 4 Forma de silicone para duplicação 54

Figura 5 Modelos metálicos 55

Figura 6 Modelo metálico fixado na base do muflo 56

Figura 7 Molde e contramolde 56

Figura 8 Monômero e polímero na embalagem original 56

Figura 9 Colocação da resina acrílica na fase fluida 57

Figura 10 Colocação da resina acrílica na fase plástica 57

Figura 11 Muflo posicionado na prensa GETOM de polimerização 58

Figura 12 Muflo posicionado na prensa hidráulica para receber carga 58

Figura 13 Desenho esquemático dos pontos de medição 60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Média, desvio padrão e erro padrão do grupo A e A1, fase plástica 61

Tabela 2 Média, desvio padrão e erro padrão do grupo B e B1, fase fluida 62

Tabela 3 Análise de variância entre os grupos e condições de armazenamento 62

Tabela 4 Média, desvio padrão e erro padrão das alterações observadas para

ambos os grupos 62

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

ASA Articulador semi-ajutável

DVO Dimensão vertical de oclusão

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia Estatística

PNAD Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios

RAAQ Resina acrílica ativada quimicamente

RAAT Resina acrílica ativada termicamente

RATP Resina acrílica termo polimerizável

TPD Técnico em Prótese Dentária

ZAMAG Zinco alumínio magnésio

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO 12

2 REVISÃO DE LITERATUR 15

3 OBJETIVOS 51

3.1 Objetivo Geral 51

3.2 Objetivo Específico 51

4 MATERIAIS E MÉTODOS 52

4.1 Obtenção do modelo padrão 52

4.1.2 Determinação da espessura da prótese 53

4.1.3 Ceroplastia 54

4.1.4 Condições testadas 56

4.1.5 Medição das deformações 60

5 ANÁLISE ESTATÍSTICA 61

6 RESULTADOS 61

6.1 Resultado da análise comparativa das alterações dimensionais 61

7 DISCUSSÃO 63

8 CONCLUSÃO 69

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 70

10 ANEXOS 76

10.1 Grupo A 77

10.2 Grupo A1 78

10.3 Grupo B 79

10.4 Grupo B1 80

12

1 INTRODUÇÃO

A necessidade de tratamento de uma enfermidade dentária surgiu em tempos

remotos. As primeiras civilizações desenvolveram tentativas para a substituição de

elementos dentários perdidos, onde múmias e ossadas foram encontradas com

próteses totais, parciais ou materiais implantados como substitutos dentários.

Entretanto, nos primórdios da Odontologia, enquanto os conceitos eram apenas

empíricos, acreditava-se que prótese parcial removível, bem como, a prótese total

era a única forma de devolver a capacidade de mastigação a pacientes edêntulos.

Ao longo dos anos ocorreram grandes avanços na Odontologia de tal forma que na

atualidade é possível pensar na reposição de dentes por sobreposição de genes em

alvéolos humanos. No entanto, embora os conceitos e a prática tenham mudado, os

objetivos continuam os mesmos: reabilitar de maneira simples ou complexa

restabelecendo a saúde oral no sentido estético e funcional (MALVIN E. RING,

2004).

Estima-se que no Brasil exista cerca de trinta milhões de edêntulos totais,

sendo que destes, 80% estão nas camadas menos favorecida socialmente. Além

disso, um terço da população (aproximadamente 65 milhões de pessoas) necessitam

de reabilitação total ou parcial de suas arcadas dentarias por meio de algum tipo de

prótese confeccionada com RATP (IBGE � PNAD 2000 / 2001).

A confecção de uma prótese total passa por duas fases distintas, dentista e

técnico, porém integradas entre si. Desta perfeita harmonia resulta um trabalho de

qualidade. O procedimento laboratorial vem se mostrando um dos fatores que mais

causam insucesso na adaptação das próteses totais, comprometendo sua

estabilidade funcional.

13

Desde 1937, há mais de sete décadas, resinas acrílicas vem sendo usado

pelos dentistas, para quem este produto, resinas e copolímeros vem se mostrado um

excelente material para fins de reabilitação oral protética.

Esse material começou a ser utilizado para a confecção de próteses totais

objetivando a substituição de um material à base de borracha conhecido como

vulcanite, que era processado por vulcanização e possuía propriedades físicas

adequadas, mas apresentava coloração vermelho escuro, o que deixava a estética

bastante comprometida (SWEENEY, 1939).

Assim, como a maioria dos materiais, foi preciso algum tempo para se

dominar a resina, e deste modo fatores como o excesso de monômero residual, a

porosidade e a oclusão incorreta advinda das alterações dimensionais, são

considerados fatores comprometedores, porém não impediram o seu uso.

Com o surgimento da resina acrílica para confecção da base de dentaduras,

observou-se num primeiro momento, a solução de alguns problemas como a

estética, porém, outros surgiram e permanecem até hoje como, por exemplo, o ciclo

térmico ideal para evitar movimentações dentais, porosidades, alterações

dimensionais entre outras (GARBELINI et al. 1996). De acordo com Gómez et al.

(1998), apesar da sofisticação da técnica utilizada para minimizar problemas ou

achar soluções, ainda assim não se conseguiu controlar totalmente as alterações

dimensionais da resina acrílica em prótese total, necessitando de mais estudos.

A prótese total é composta de dentes artificiais montados em uma base que

além de suportar tem como função a retenção e distribuição das forças mastigatórias

ao rebordo alveolar, sendo sua adaptação um fator indispensável para a aquisição

de estabilidade, função e estética (TAMAKI, CONTI, MARQUEZINI E TAMAKI,

1968).

14

Devido a falhas que ocorrem na etapa de polimerização surgem alguns efeitos

indesejáveis como: instabilidade, desconforto, alterações fonéticas, oclusais ou

problemas traumáticos. Com o objetivo de minimizar esses efeitos muitos estudos a

respeito das alterações dimensionais já foram executados (STECK, 1950).

Em 1939, apenas dois anos após ter sido introduzida na Odontologia,

Sweeney realizava estudos avaliando as propriedades físicas da resina acrílica.

Esses estudos visaram entender cada vez melhor o comportamento físico e químico

dos polímeros a base de metacrilato de metila.

15

2 REVISÃO DE LITERATURA

Em 1939 Sweeney realizou uma das pesquisas iniciais a respeito das

propriedades físicas dos materiais usados para bases de próteses totais e

comparando algumas das propriedades do metacrilato de metila com outros

materiais também usados na época para confecção de próteses. Notou-se que de

acordo com o período de tempo de estocagem, a técnica de polimerização utilizada e

a temperatura, apresentavam alterações na cor, estabilidade dimensional e nas

propriedades mecânicas do metacrilato de metila. A expansão linear da prótese

durante sua imersão em água foi de +0,90%. A secagem acusou uma contração

variando de -0,10% a �0,25% em relação aos modelos originais. A peça imersa em

água, depois de seca, ganhou em peso 0,20g; depois de seca novamente, voltou

aproximadamente ao peso original. Para verificar estas condições, o autor fez

moldagens em gesso da superfície externa da prótese. Após vários dias imersos em

água, a peça foi retirada e colocada sobre o modelo para que fossem verificadas as

alterações.

Kern (1941) relatou alterações dimensionais nas bases de próteses totais

obtidas a partir de seis materiais diferentes. Os corpos de prova representavam à

secção posterior de uma maxila na região compreendida de molar a molar. As

medidas foram feitas nesta região, de vestíbulo a vestíbulo e do rebordo alveolar à

abóbada palatina, concluindo que aconteceram alterações lineares depois da

polimerização em todos os casos e que essas alterações dimensionais são disformes

podendo ser explicadas pelo fato de que as deformações não atuam

necessariamente na mesma direção, no mesmo sentido.

16

A necessidade da utilização de algumas regras para diminuir a contração de

polimerização das resinas acrílicas foi observada por Taylor (1941), que pode chegar

até 7%: a prensagem da resina acrílica deve ser realizada sob pressão substancial,

de forma gradual, uniforme e em todos os sentidos; quantidade suficiente de material

deve ser comprimida dentro do molde; utilizar muflos parafusados; e o uso de gesso

pedra para suportar a compressão, impedindo que ocorra a dilatação do material e

movimentação dos dentes.

Skinner e Cooper (1943) experimentaram a contração de polimerização e a

expansão por absorção de água, pesquisando cinco marcas comerciais de resinas

acrílicas. O estudo foi realizado nas bases de resinas acrílicas em modelos

metálicos, representando esquematicamente a porção posterior da maxila

desdentada em função dos métodos de moldagem por compressão e por injeção, e

notou-se que a contração linear, durante a polimerização, é resultado da diferença

entre a contração térmica da resina e do modelo e que é acentuada a diferença entre

a contração linear nas resinas esfriadas rápida ou lentamente, uma vez que o

modelo metálico é melhor condutor de calor que o gesso. Os corpos de prova foram

mantidos em água durante três semanas, pois sua imersão por um tempo superior

seria desnecessária, já que as alterações posteriores não apresentaram interesse

prático. Ficou concluído que a expansão em água compensou a contração durante a

polimerização.

Schweitzer (1947) apresentou um trabalho destacando a importância da não

separação da prótese total polimerizada do modelo de trabalho, sendo o ideal

remontá-lo em articulador para analisar novamente a oclusão que poderia ter sofrido

mudanças devido a alterações que ocorrem na posição dos dentes artificiais durante

o processamento da resina acrílica da base da prótese.

17

Swenson (1948) propôs que realizar um novo ajuste oclusal após a

demuflagem da prótese total, esta prótese deve ser remontada em um articulador de

modo que o dentista possa fazer ajuntes decorrentes de movimentações dentárias

causadas por alterações dimensionais.

Steck (1948) com o objetivo de confeccionar uma prótese total de metacrilato

de metila com o mínimo de alteração e para compensar a contração de

polimerização (cerca de 0,37%), confeccionou próteses que apresentavam uma

expansão de 0,40%. Através de uma película de alginato, observando que após a

remoção do muflo a prótese tinha sofrido uma alteração dimensional de 0,02% e

após a imersão em água a 37ºC, por 30 dias, a alteração linear era também de

0,02%.

Harman (1949) relatou os efeitos da variação do tempo e da temperatura de

polimerização influem nas propriedades das resinas acrílicas. Dados do estudo

mostraram através de testes de resistência transversa, que os ciclos de

polimerização em banho de água aquecida de 2h e 30 min a 71ºC, não seriam o

bastante para polimerizar de maneira efetiva os corpos-de-prova de 3mm ou menos

de espessura. Baseado nesses fatos o autor concluiu que o grau de polimerização é

função da relação tempo X temperatura nas áreas internas da resina.

Caul e Schoonover, ainda em 1949, determinaram um método da proporção

da polimerização das resinas acrílicas e sua utilização na confecção de próteses

totais, apesar delas serem um excelente material, as resinas acrílicas apresentam

características indesejáveis como: descoloração, fraturas, a quantidade de absorção

de água, instabilidade dimensional, dificuldade de reparos e formação de bolhas.

Tais desvantagens na maioria não são relacionadas às propriedades das resinas

acrílicas, mas são problemas causados por um impróprio processo de polimerização

18

e que o processo de polimerização pode ser afetado por variações nas propriedades

físicas como tempo, temperatura, pressão e impurezas.

Skinner, neste mesmo ano, analisou as características físico-químicas das

resinas acrílicas, afirmando que as resinas alteram em contração de 0,3% a 0,5% em

sua dimensão linear após o processamento. Relatando ainda que a contração da

resina possa ocorrer devido ao aumento da temperatura durante a polimerização,

como também pela polimerização do monômero.

Saizar (1950) ressaltou a necessidade de utilizar um tipo de gesso mais

resistente durante o processamento das próteses totais, uma vez que a pouca

resistência à compressão do gesso Paris (comum) no momento do fechamento da

muflo, modificava a posição inicial da montagem dos dentes artificiais tornando maior

a dimensão vertical estabelecida inicialmente.

Steck (1950) publicou um artigo que relatava que após testes com o

metacrilato de metila para base de prótese total polimerizado a 70ºC durante 9h,

chegou-se, entre outras, às seguintes conclusões: a) que a forma dos dentes influirá

nas variações da dimensão vertical de oclusão; b) que a contração linear horizontal

quando somada a forma da prótese total tende a afastar a prótese do modelo na

região palatina mais próxima a linha do post-dam; c) que o controle da dimensão

vertical foi igualmente bom para as técnicas de compressão e de injeção; d) a

alteração da dimensão vertical pode variar de acordo com o tipo de gesso usado.

Aldrovandi (1950) com o objetivo de diminuir o aumento na dimensão vertical

causado pelo processamento das próteses, confeccionou escapes internos no gesso

de inclusão permitindo assim a deposição do acrílico que dilata após aquecimento.

Este procedimento evitaria a distorção do molde devido ao excesso de pressão no

fechamento do muflo. Além estudar as alterações dimensionais sofridas pelas

19

resinas acrílicas, após o processo de polimerização, decidiu investigar a influência

dos métodos de condensação, tempo e temperatura de polimerização das resinas

acrílicas no afastamento do arco palatino nas próteses totais superiores, chegando

às conclusões a seguir: a) que a instabilidade dimensional das resinas acrílicas

utilizadas como base na prótese total anula muito dos esforços que são despendidos

na obtenção de uma boa moldagem; b) que apesar de todas as tentativas feitas até

agora para eliminá-las, as alterações dimensionais desses materiais, dentre as quais

sobressai o afastamento do arco palatino nas próteses totais � ainda persistem

constituindo um grande obstáculo para a estabilidade dessas próteses; c) que a

condensação da resina acrílica pelo chamado método de compressão satisfaz

razoavelmente, parecendo oferecer vantagem sobre o processo injetor, pois diminui

a ocorrência de deformações internas induzidas nas resinas durante a sua

polimerização; d) aparentemente as alterações dimensionais apresentadas pelas

resinas acrílicas constituem manifestações das condições intrínsecas do próprio

material e não foi possível eliminá-las por meio dos tempos e temperaturas até agora

experimentados; e) os estudos devem ser encorajados e estimulados na intenção de

melhorar as propriedades físicas das resinas acrílicas que, além de se apresentarem

como elementos indispensáveis na prótese moderna, satisfazem plenamente os

requisitos estéticos, de resistência e facilidade de manipulação, que são desejáveis

em materiais indicados para base de próteses totais.

Skinner (1951) pesquisou a evolução das residas em seu uso odontológico, e

afirmou que se o fechamento final feito com excesso de material, este irá se prender

nas laterais do muflo, durante a polimerização, produzindo um excesso em formato

de lâmina e alterando sua dimensão vertical, pois esta lâmina se interpõe entre a

base e a muflo impedindo o perfeito acoplamento entre suas bordas metálicas.

20

Grunewald, Paffenbarger e Dickson (1952) ao avaliarem os efeitos de

algumas técnicas de condensação da resina acrílica relatam que qualquer técnica

usada para confeccionar prótese total em resina deveria satisfazer três exigências: a)

que a técnica deve produzir próteses que fiquem bem adaptadas nos tecidos orais;

b) estabilidade dimensional; c) possuir as melhores propriedades, física e química,

da resina empregada. Relataram ainda, as possíveis causas do aumento da

dimensão vertical após a polimerização: tensões induzidas na prótese durante a

polimerização e mais tarde liberadas com o uso; resultado de ganho e perda de

água; polimerização incorreta.

McCracken (1952) comparou propriedades físicas e práticas do uso das

resinas quimicamente ativadas com as resinas convencionais (polimerizadas pelo

calor). O autor dividiu o estudo em duas partes: a 1ª consiste na comparação da

dureza e resistência transversa das amostras de resinas ativadas quimicamente e

resinas polimerizadas pelo calor; a 2ª parte consiste na observação da temperatura

da polimerização e das alterações dimensionais ocorridas durante a ativação do

acrílico. Para a pesquisa, quatro marcas de resina acrílica foram testadas (Coldpac,

NuSet, Acrilat 88 e Duz-All). Avaliando os resultados, o autor chegou as seguintes

conclusões: a) que as amostras que foram submetidas aos testes indicaram que as

resinas ativadas quimicamente são menos polimerizadas que as resinas ativadas

pelo calor: b) que quando a resina ativada quimicamente é imersa em água fervente

por 15 min acontece uma melhora de suas propriedades físicas, sinalizando uma

polimerização mais completa: c) que as alterações dimensionais da porção posterior

da prótese total superior indicam menor contração de polimerização das resinas

ativadas quimicamente em relação às resinas ativadas termicamente: d) que

baseado nos princípios da polimerização do metacrilato de metila à baixa

21

temperatura a base da prótese total será de um material de uso mais preciso, pois,

estará livre de tensões internas.

Smith e Schoonover (1953) pesquisaram alterações dimensionais de uma

resina de lenta polimerização para base de prótese e observaram a contração de

polimerização e a expansão que ocorre resultante da absorção de água, comparando

com outros materiais restauradores, obtiveram as seguintes conclusões: a) que as

resinas encolhem 6% a 8% durante a polimerização e essa contração não acontece

uniformemente em todas as direções: b) que essa contração é de aproximadamente

cerca de quatro vezes maior que a do cimento de silicato: c) que se nenhuma tensão

está presente à resina se expande igualmente em todas as direções como resultado

da absorção de água, o que compensa parte dessa contração de polimerização.

Mowery, Burns, Dickson e Sweeney (1958) desenvolveram um estudo

utilizando 91 próteses totais processadas com resina autopolimerizável e 28 próteses

com resina termopolimerizável coma intenção de observar suas alterações

dimensionais durante o seu processamento e por um período de dois anos em uso.

Os autores concluíram que as magnitudes das mudanças dimensionais nos dois

tipos de resinas usualmente não excedem a 0,2mm e os pacientes não relataram

qualquer alteração nas próteses. Segundo os autores, a reação dos pacientes

estudados indica que tais alterações não afetam de modo significativo o ajuste das

próteses. As mensurações foram realizadas em pontos localizados nas fossas dos

últimos molares e na borda disto bucal da prótese superior.

Vieira (1958) avaliou as alterações que ocorrem na posição relativa dos

dentes artificiais durante a confecção de bases de próteses totais. Foi observado nos

dados avaliados, que a estocagem da prótese total em cera é uma das causas da

alteração na posição dos dentes, e que tais alterações possuem variantes com

22

relação à prótese superior e inferior. Os autores relatam ainda que houvesse

alteração na posição dos dentes durante a fase de acabamento e polimento das

próteses.

Woelfel e Paffenbarger (1959) pesquisaram as alterações dimensionais que

acontecem durante o processo de confecção das bases de próteses totais com

resina acrílica. Baseados neste estudo, os autores relatam que tais fatos ocorriam

devido às propriedades físico-químicas da resina e aos procedimentos de inclusão, e

afirmam que a alteração em quantidade linear da contração que ocorre de molar a

molar é de aproximadamente 0,3mm. Sendo a expansão pela absorção de água, de

valor aproximado em 0,2mm, o que em parte, anula a alteração por contração da

resina outra alteração dimensional relatada. Outro relato que os autores apresentam

é de que as resinas corretamente processadas não apresentam alterações

dimensionais significativas após os três primeiros meses.

Woelfel, Paffenbarger e Sweeney (1960) pesquisaram a precisão de ajuste de

12 materiais confeccionaram 186 próteses totais (73 clínicas e 113 laboratoriais)

usando diferentes recomendações para o processamento. As mensurações eram

determinadas comparando a posição do pino incisal do articulador Hanau, antes e

depois da polimerização das próteses, da seguinte maneira: a) medindo a distância

entre os molares das próteses em cera e após o polimento: b) examinando a

adaptação da prótese no modelo de gesso após a polimerização: c) através da

distância entre o molar e a borda bucal da prótese. As mudanças na dimensão

vertical observadas pelo aumento do pino incisal ficaram entre 0,3mm e 1,49mm.

Marcroft, Hurst e Tencate (1961) realizaram uma comparação entre a técnica

de inclusão convencional, onde se utiliza gesso comum (tipo II) e outra utilizando

muralha de silicone para moldagem. Os autores observaram que os melhores

23

resultados são obtidos pela técnica que utilizou muralha de silicone, principalmente

quando abordado a relação oclusal entre os dentes. Foram mencionados também

fatores como melhor reprodução de detalhes e maior facilidade no acabamento e

polimento.

Anthony e Peyton (1962) pesquisaram o assentamento e a precisão das

bordas das próteses utilizando diversos tipos de materiais processados por

diferentes técnicas (plásticos ativados quimicamente, porcelanas, plásticos epóxicos,

liga de cromo-cobalto, vulcanite, plásticos ativados termicamente e plásticos para

injeção), observaram que após um período de oito meses armazenados em água, as

próteses confeccionadas com resinas autopolimerizáveis apresentaram maior

precisão de ajuste. As termopolimerizáveis apresentaram uma mudança suave e dois

materiais plásticos especiais foram essencialmente estáveis. Não foi estabelecido o

significado clínico dessas discrepâncias nos ajuste das próteses avaliadas, porém

como um dos pré-requisitos para a retenção da prótese é que exista um espaço

mínimo entre a base e os tecidos orais e através desse estudo não foi possível

avaliar os demais fatores envolvidos nas alterações dimensionais da resina acrílica.

Foram estudadas por Woefel, Paffenbarger e Sweeney (1962) as mudanças

dimensionais em próteses totais tendo como referência as distâncias molar a molar e

borda a borda, foram observadas em 24 próteses totais superiores e inferiores (12

mais espessas e 12 mais finas), utilizando oito tipos de resinas acrílicas, um

poliestireno, um copolímero de vinil-acrílico, uma resina epóxi e uma borracha dura.

A experiência foi realizada armazenando as próteses em água a 23ºC e 37ºC, secas

em um umidificador e aquecidas em água por trinta 30 min com intervalos de 10ºC

de 50ºC a 100ºC. Os autores notaram que a secagem e reumidificação não causam

distorções permanentes significativas nas resinas e que as maiores distorções

24

ocorreram nas próteses mais finas.

Lerner e Pfeiffer (1964) apresentam uma alteração da técnica de inclusão de

próteses totais na muflo, sugerindo adaptar uma camada de cera sobre o gesso

desde a borda da prótese, porém sem cobrir a borda da muflo, antes de posicionar a

contra-muflo. Após esse passo deve-se completar a inclusão verificando contato de

metal com metal das partes da muflo. Essas próteses foram prensadas por

compressão e polimerizadas por 10h a 68°C. Depois deste período de tempo, houve

a demuflagem e a remontagem em articulador para uma nova avaliação. Foi

observado nos resultados que ocorreram variações com aumento da dimensão

vertical de oclusão em valores de 0,3mm; 0,4mm e 0,5mm quando comparados com

próteses confeccionadas pela técnica convencional.

Le Pêra (1968) propõe dois procedimentos com a finalidade de impedir ou

minimizar o aumento da dimensão vertical nos processamentos das próteses totais.

O primeiro seria o resfriamento do molde antes do acondicionamento da resina,

sendo o segundo a utilização de escapes internamente ao gesso de inclusão

permitindo que ocorra o alojamento do acrílico em sua dilatação durante a fase de

exotermia. Tais alterações observadas na dimensão vertical de oclusão ocorrem

devido a alguns fatores como a contração e expansão da resina acrílica durante a

polimerização, tipo e qualidade do gesso de revestimento e prensagem da resina em

fase não apropriada.

Tamaki ST, Cont, Marquezini e Tamaki T. (1968) desenvolvem um trabalho

de investigação sobre o aumento da dimensão vertical de oclusão em próteses totais

duplas na região dos incisivos, comparando a dimensão vertical de oclusão do plano

de orientação e a dimensão vertical de oclusão da prótese terminada. Esse estudo

foi baseado em 23 casos de próteses totais confeccionadas para pacientes e os

25

autores relatam ter encontrado um aumento da dimensão vertical de cerca de 1mm.

Villa (1969) desenvolveu outra pesquisa onde relata a importância do cuidado

na inclusão de próteses em muflo, e descreve a ocorrência de aumento da dimensão

vertical e possibilidade de movimentações dentárias no sentido anterior ao

fechamento incorreto da muflo. Esse estudo relata a necessidade de se conseguir o

contato entre metais no fechamento da muflo e da importância de se manter a muflo

em uma prensa. Para compor a metodologia, foi realizada primeiramente a

prensagem da base da prótese, fazendo-a voltar posteriormente a muflo com os

dentes artificiais posicionados sendo realizada uma nova prensagem. O autor relata

que desta forma, evita-se o aumento da dimensão vertical e que as pequenas

alterações poderão ser corrigidas no articulador.

Tucker e Freeman (1971) confeccionaram 50 próteses totais dupla, para

investigação das mudanças na dimensão vertical de oclusão que acontecem durante

o ciclo de polimerização da resina acrílica quando se utiliza o silicone ou o gesso

durante a inclusão da prótese total. Observaram que a dimensão vertical de oclusão

não tinha uma modificação significativa com o uso do gesso em relação o silicone,

encontrando um aumento médio de 1,2mm para o gesso e de 1,7mm para o silicone.

Baseado nesses fatos os autores chamam a atenção para o fato de que esses

resultados confirmam a necessidade da remontagem das próteses no articulador,

independentemente da técnica usada, para realização do ajuste oclusal.

Saizar (1972) observou alguns fatores importantes na estabilidade

dimensional das próteses, fatores como a compressão do gesso, expansão térmica

do acrílico, a contração da massa de resina e a contração da resina devido ao

resfriamento da muflo. Relatou também, que o coeficiente de expansão térmica do

acrílico, do metal da muflo (bronze) e do gesso é diferente, e que a diferença mais

26

significativa ocorre entre o coeficiente de expansão térmica da resina acrílica e do

metal da muflo, apresentando uma diferença cinco vezes maior para os valores na

resina do que para os valores observados no metal.

Carvalho (1972) afirma que os fatores que causam as alterações dimensionais

sofridas pela resina acrílica são: porosidade; a contração térmica de polimerização;

absorção e perda de água e distorção. Tais alterações comprometem a adaptação

da prótese à área basal da cavidade bucal diminuindo sua eficiência mastigatória.

Existem alguns cuidados para reduzir as alterações dimensionais sofridas pela resina

acrílica, são eles: a) que a resina deve ser colocada na muflo em sua fase plástica e

o mais homogênea possível: b) que deve ser condensada em muflo sem parafuso e

mantida sobre pressão numa prensa dotada de molas: c) é preferível um pequeno

aumento da dimensão vertical do que distorções grandes e incorrigíveis: d) antes de

se levarmos o conjunto a polimerização devemos esperar cerca de 2 às 3h, ou se

possível, durante toda uma noite, para que haja melhor difusão do monômero no

polímero: e) devendo ser polimerizada em dois estágios. Primeiro, durante

aproximadamente de 9h a 65ºC ou 70°C e, no segundo estágio, a 100°C durante 30

min: f) o esfriamento do conjunto muflo e prensa deve ser lento a partir da água em

ebulição: g) após a remoção do muflo, a prótese deverá permanecer constantemente

em um recipiente com água.

Segundo Wesley, Henderson, Frazer, et al. (1973) quando o profissional

instala as próteses no paciente observa que a relação de contato planejada para os

dentes posteriores das próteses totais, após a polimerização, não é a mesma relação

apresentada antes do processamento e que as discrepâncias oclusais ocorrem

devido às mudanças na posição dos dentes durante o processamento da prótese.

Com base nesses dados, os autores confeccionaram 50 próteses totais duplas para

27

avaliar as mudanças que ocorrem nos contatos dos dentes posteriores depois do

processamento da prótese. Para avaliar essas alterações, os contatos em relação

cêntrica foram marcados e fotografados antes e depois da polimerização, chegando

as seguintes conclusões: a) que são produzidas discrepâncias oclusais durante o

processamento e que tais discrepâncias devem ser corrigidas antes da instalação da

prótese no paciente: b) que os procedimentos cuidadosos durante o processamento

podem diminuir essas alterações dos contatos inicialmente planejados: c) que nos

entes posteriores essas alterações são mais evidentes.

Em 1974, Muench e Ueti, pesquisaram alterações dimensionais em próteses

totais fazendo-se um estudo que comparava as técnicas de inclusão convencional

com a muralha de gesso e a com a cobertura de silicone. Os corpos de prova foram

12 próteses construídas sobre modelos esquemáticos de um desdentado total (seis

eram representativos da arcada inferior e seis da superior). Após a observação dos

resultados obtidos e analisados, os autores concluíram que: a) que há algum fator,

além da contração de polimerização, que influencia nas modificações das posições

dos dentes em uma prótese total: b) que as duas técnicas de inclusão conduziram a

contrações semelhantes, principalmente após a separação da prótese total do

modelo e imersão em solução de cloreto de sódio a 0,9%: c) que o aumento da

dimensão vertical não foi significantemente diferente para as duas técnicas de

inclusão, embora tenha havido uma tendência de menor aumento com o uso de

silicone.

Moghadam e Scandrett (1974) ao se preocuparem com as alterações sofridas

pela resina acrílica na região posterior da prótese total superior, propuseram uma

técnica clínico-laboratorial para acrescentar resina acrílica nesta região,

proporcionando dessa forma um vedamento periférico posterior. Essa técnica

28

apresenta algumas vantagens, são elas: a) simplicidade e rapidez: b) a superfície

palatal polida da prótese continua intacta: c) não é observada nenhuma linha de

demarcação ou alteração de cor após o acabamento: d) exige o mínimo de

polimento: e) o grau de porosidade é reduzido.

Pellizzer (1975) analisou a variação da espessura das bases de próteses

totais e sua influência nas distorções, relatando que a espessura não se apresenta

como um fator significante nas distorções, apesar de ter ficado sugestivo a existência

de uma tendência para desajustes menores nos casos onde as bordas das próteses

apresentavam espessura de 3mm. Sobre os desajustes encontrados na adaptação

das bases das próteses aos respectivos modelos, foram observados valores

significantes nas várias posições ocorrendo uma tendência a maiores desajustes na

região posterior da base.

Para avaliar as alterações oclusais nos dentes artificiais e mudanças na

dimensão vertical Zakhari (1976) utilizou quatro diferentes técnicas de revestimento e

quatro grupos de 20 próteses totais. Através de uma matriz de gesso pedra, foi

analisada as alterações oclusais. A dimensão vertical foi medida através do pino

incisal antes e após o processamento e remontagem das próteses no articulador. A

diferença entre as duas leituras indicou mudanças verticais durante o

processamento, chegando-se assim as conclusões a seguir: a) a abertura vertical e

os movimentos dentários podem ser minimizados pelo uso da combinação de gesso

paris com cobertura oclusal de gesso pedra: b) procedimentos inadequados quanto

ao revestimento auxiliam o aparecimento das discrepâncias oclusais: c) a alteração

da dimensão vertical pela técnica de molde compressão pode possuir outras causas.

Gettleman, Nathanson e Myerson (1977) ao pesquisarem várias condições de

cura em que se reduzia o tempo de processamento e aumentasse as propriedades

29

físicas de quatro polímeros termopolimerizáveis, relataram que a cura de polímeros

em pressão oferece poucas vantagens devido à duração do tempo para produzir

uma melhor resistência dos materiais porosos. O método também apresentou

perigos inerentes ao uso de uma solução salina superaquecida, ou glicerina

aquecida. A autoclave é extremamente utilizada nos consultórios dentais para a

esterilização e as resinas são polimerizadas totalmente em trinta minutos, essas

foram as melhores propriedades achadas com este método.

Gee, Harkel e Davidson (1979) estabeleceram um procedimento para medir

as dimensões e alterações tridimensionais da prótese total superior, onde foram

confeccionados modelos e nestes marcados quatro pontos de referência assim

localizados: tuberosidade esquerda, tuberosidade direita, papila incisiva e a linha

média do palato. Esses quatro pontos eram perfurados no modelo com uma broca

cônica a um ângulo de 180º e estes orifícios eram então reproduzidos pela resina.

Utilizaram cinco resinas diferentes e foram processadas duas próteses para cada

tipo de resina. As medidas foram obtidas utilizando um microscópio com 0,0025mm

de precisão (Olympus STM, Japan), logo após a polimerização e durante dois meses

com as próteses armazenadas em diferentes condições, os autores relataram ser

este método satisfatório para medir as alterações em próteses totais superiores.

Em 1981, Ristau relembrou que antes da chegada da resina acrílica em 1937,

os materiais antes usados para base de prótese total (vulcanite, celulose e resinas

fenólicas) apresentavam muitos problemas. Observou que quando utilizava o

metacrilato de metila aconteciam alterações dimensionais maiores na região

posterior da prótese total superior e então sugeriu a confecção de orifícios feitos com

brocas metálicas na região posterior do modelo de gesso, com o objetivo de reduzir o

empenamento da borda posterior da prótese total superior durante o processamento

30

da resina.

O�Brien e Ryge (1981) realizaram estudos sobre a massa plástica de resina

durante a polimerização, afirmam que a mesma deve estar sob compressão para que

possa diminuir a influência da expansão térmica, compensar a contração de

polimerização, diminuir a evaporação do monômero e, como conseqüência obter a

redução da porosidade. Segundo os autores, um bom ciclo de polimerização pelo

calor proporciona um polímero com peso molecular elevado e sem porosidade

devido as seguintes fatores: a) Que o colapso do peróxido de benzoíla (iniciador) é

rápido acima de 60ºC. Quando se aquece lentamente a 60ºC produz-se uma

quantidade menor de radicais livres, o que colabora para obtenção de um polímero

de peso molecular maior: b) Que a reação de polimerização é extremamente

exotérmica, o metacrilato de metila sofre ebulição a 103ºC, a massa plástica deve

permanecer abaixo dessa temperatura para evitar porosidade: c) Que o aquecimento

a 100ºC, posteriormente à polimerização, reduz a quantidade de monômero residual.

Lechner e Lautenschlager (1984) observaram alterações no processamento

das próteses totais superiores baseados nas seguintes análises: a) a ausência ou

presença de sobre contorno: b) a espessura da resina acrílica na região de palato: c)

o duplo processo de polimerização (quando a base da prótese é polimerizada

primeiro e adicionando-se posteriormente os dentes, realizando nova polimerização).

Segundo os autores, nos resultados demonstram-se alterações dimensionais de

contração e distorção nas bases em apenas um ciclo de polimerização. Essa

contração apresenta variação de 0,25% a 0,87%, com uma média de 0,56%. Ao

observarem a espessura da resina, presença ou ausência de sobre contorno ou os

dois processos de polimerização relatam que contração não foi afetada.

Dukes, Fields, Olson e Scheets (1985) analisaram as alterações na dimensão

31

vertical em próteses totais processadas pelo método da compressão e pela técnica

da resina fluida e confeccionaram 30 próteses duplas para cada um dos métodos. A

mudança da dimensão vertical foi medida com um relógio micrométrico acoplado ao

pino incisal de um articulador Hanau, que é capaz de registrar desvios de até 0,001

polegadas. O pino incisal era calibrado em zero após o enceramento das próteses.

Todos os procedimentos foram realizados pelo mesmo técnico em prótese utilizando

para um grupo a resina Dentsply Maxum (resina de técnica fluida) e para o outro

grupo a resina Lucitone processada por 9h a 72,7˚C (163ºF). Depois da

polimerização, as próteses foram remontadas no articulador e registradas as

alterações. O maior aumento da dimensão vertical pelo método de compressão foi de

0,005 polegadas e na técnica da resina fluida o maior aumento foi de 0,033

polegadas. Baseado nesses fatos concluiu-se que após a polimerização, a técnica de

compressão do molde necessitou de menos ajuste do que a técnica de resina fluida.

Baseado nos relatos de Wolfaardt, Cleaton-Jones e Fatti (1986) observou-se

que as alterações dimensionais ocorridas na prótese total de resina acrílica

termopolimerizável têm uma relação significante estatisticamente com as variáveis

de processamento. Foram estudadas as seguintes variáveis: a proporção

polímero/monômero; o material de revestimento; isolante; ciclo de polimerização;

estocagem do molde; e pressão. Os autores concluíram que as alterações

dimensionais que ocorreram no muflo durante a polimerização não são uniformes e

variaram de acordo com a espessura da resina e a localização dentro do muflo.

Polyzois, Karkazis e Zissis (1987) realizaram uma pesquisa laboratorial com o

objetivo de examinar e comparar as alterações dimensionais lineares de três resinas

32

polimerizadas em tempo curto (cerca de 20 a 25 min a uma temperatura de 100ºC),

com resina convencional e resina de alto-impacto. As medidas foram realizadas após

a polimerização antes da demuflagem, depois da demuflagem e após de uma

semana imersa em água. Os autores observaram alterações menores que 1% em

todos os corpos de prova. Notou-se, também, que a contração inicial não era

recuperada totalmente. O menor desajuste na região médio palatina foi observado

nas próteses confeccionadas com tempo de polimerização menor e temperatura de

100ºC. Baseado nesses relatos os autores então concluíram que as diferenças não

são passíveis de serem consideradas significantes clinicamente.

De Clerck (1987) observou que a polimerização do polimetilmetacrilato é uma

reação aditiva que requer a ativação de um iniciador (peróxido de benzoíla), criando

primeiro um radical livre que começa a polimerização da reação. O autor propôs

uma hipótese que se o calor requer a quebra da molécula do peróxido de benzoíla

em radicais livres dentro da própria resina, a temperatura fora do muflo poderia se

manter fria. O calor da polimerização seria dispensado mais eficientemente e a

polimerização seria rápida com menores chances de porosidade. Tal técnica

eliminaria o tempo necessário para transferir o calor das microondas ou da água

quente, através de várias estruturas, como o muflo, revestimento e gesso pedra, para

a própria resina.

Craig, O`Brien e Powers (1988) apresentaram um estudo que relata além da

composição, propriedades e técnicas na utilização destes materiais, na proporção de

3/1 (3 partes de polímero para 1 parte de monômero) em volume. Foi dito pelos

autores que esta proporção apresenta vários propósitos, visto que a quantidade de

contração e o aumento da temperatura durante o processamento das resinas estão

diretamente relacionados à quantidade de monômero utilizado.

33

Truong e Thomasz (1988) pesquisaram as propriedades físicas das resinas

acrílicas curadas por dois métodos: o convencional de banho de água e por

microondas. As propriedades selecionadas foram: força transversal, dureza,

absorção de água e perda de massa por lixiviação de acordo com os métodos que

foram recomendados pela Australian Standars 1073-71: Acrylic Denture Resin e

Australian Standars 1626-1974: Acrylic teeth. Quatro bases de resinas acrílicas

diferentes foram usadas, são elas: Trevalon, Qc 20, Vertex RS e Ivocril. Todas as

resinas foram usadas no teste de porosidade, porém somente a Trevalon foi usada

para determinar a força transversal, dureza, absorção de água, perda de massa por

lixiviação e perda de solvente. Os corpos de prova foram confeccionados através do

banho convencional de polimerização ou o forno de microondas doméstico.

Chen, Lacefield e Castleberry (1988) analisaram o efeito da espessura da

prótese na estabilidade dimensional da resina acrílica durante o ciclo de

polimerização. Foram confeccionadas 48 próteses totais superiores em três

diferentes espessuras (1,5mm; 3mm e 5mm) e processadas em quatro ciclos de

polimerização diferentes. Os autores constataram que as próteses de maior

espessura apresentavam maiores desadaptações posteriores e a menor distância

molar-molar e o espaço surgido entre a prótese e o modelo na área posterior estava

em torno de 0,23mm e 0,58mm, o que dificilmente poderia ser corrigido clinicamente.

Concluíram, então, que as próteses deviam apresentar espessuras menores e mais

uniformes, principalmente na região posterior do palato e que o ciclo de

polimerização deveria ser curto com resfriamento natural.

Al Doori, Huggett, Bates e Brooks (1988) realizaram uma avaliação sobre a

porosidade, concluindo que embora a polimerização da resina ocorra em tempos

34

curtos e altas potências (3 minutos a 600W), ocorreram porosidade principalmente

em espécimes com espessura superior a 3mm. Devido a esse fato, os autores não

constataram vantagens em se utilizar o método em microondas em relação às

propriedades avaliadas, sendo que ainda encontraram níveis de monômero residual

acima do considerado aceitável (0,3%).

Jackson (1989), realizou o processamento de 20 próteses superiores sendo

10 pelo sistema de injeção-pressão da Ivoclar e 10 pelo método de compressão

convencional. Ambos os métodos foram comparados quanto à estabilidade

dimensional através de um modelo metálico onde se verificava a adaptação da base

depois do processo de cura. A partir dos resultados das medidas, nenhuma diferença

estatística foi encontrada entre os dois métodos. Pesquisou a precisão dimensional

dos materiais utilizados para bases de próteses totais e as alterações dos métodos

usados nos processamentos, e relataram que as alterações têm sido atribuídas a

fatores como: a) as propriedades inerentes às resinas: b) a produção do modelo

mestre: c) aos procedimentos de revestimentos (acondicionamento, fluidez ou resina

injetável): d) ao tamanho e forma das bases da prótese: e) ao ciclo de polimerização

(resfriamento e demuflagem): f) ao tratamento durante o acabamento e polimento.

Neste estudo, 10 próteses totais superiores foram processadas pela técnica de

pressão (recipiente que associa calor e ar comprimido) e 10 pela técnica

convencional de compressão, todas em um modelo padrão. Segundo os autores, foi

concluído que, baseado em medidas realizadas por um aparelho comparador, foi

relatado que não apresentavam qualquer diferença significativa na adaptação entre

as bases das próteses e os modelos de trabalho nos dois métodos.

Em 1989, Takamata e Setcos verificaram a fidelidade dimensional das resinas

para base de próteses entre vários tipos de polimerização. Para isso avaliou�se a

35

polimerização convencional de uma resina termopolimerizável, uma resina fluida,

uma resina para microondas e uma ativada por luz visível. Dois métodos foram

usados para medir a fidelidade dimensional, sendo eles: o peso do material de

impressão entre a base da prótese e o modelo padrão, e a medida do espaço do

bordo posterior em cinco locais e o volume estimado do espaço entre a base da

prótese e o modelo padrão. Baseado nisso, concluiu-se que todos os grupos

estudados mostraram mais visíveis no lado vestibular, o processo de banho de água

de 70°C por 30 min e 100°C por 30 min mostrou a pior adaptação, usando uma

resina termopolimerizável (Acrom MC). A resina polimerizável por luz visível

apresentou fidelidade intermediária (Triad), seguida pela Acupac 20

termopolimerizável por calor (100˚C durante 20 min) ou microondas (90W durante 13

min e 500W por 1 min 30s). A resina fluida ativada quimicamente (PERform) e as

resinas ativadas por microondas (Acrom MC) apresentaram melhor adaptação.

Takamata, Setcos, Phillips e Boone (1989) relataram que a moldagem

tradicional de compressão e o método de polimerização de banho de água para base

de resina das próteses têm sido muito usados. Pesquisas mostram que o stress

introduzido durante o processo provoca distorção na base da prótese. A

polimerização química, por microondas, ativação da luz e suas várias combinações

incluindo a polimerização sob pressão tem sido usadas como formas alternativas

para a confecção da prótese.

Alkhatib, Goodacre, Swartz, et al. (1990) compararam a resistência

transversa, dureza e porosidade de duas resinas especialmente formuladas para

microondas com uma resina convencional. A wattagem, a duração dos ciclos de

polimerização e a espessura das resinas foram variadas para poder se determinar

sua relação com a porosidade das resinas. A energia variou de alta-wattagem

36

(513W) com baixo ciclo de polimerização (4min 52s), baixa wattagem (75,9W) com

longo ciclo de polimerização (15min 26s). A espessura teve variação de 3; 6; 11,6 e

17,7mm. Foi observado nos resultados que para as quatro espessuras as amostras

da polimerização por banho de água e uma das resinas do método de microondas

(Acrom-MC) foram livres de porosidades, independente de sua espessura. Quando a

resina convencional foi polimerizada por microondas, foram notadas porosidades em

amostras com espessura maiores de 3mm. O mesmo foi observado quando a resina

foi polimerizada com líquido próprio para microondas usando alta wattagem em curto

ciclo de tempo. As porosidades não ocorreram até 9 mm de espessura quando se

utilizou baixa wattagem e ciclo longo de tempo. Não houve relatos de nenhuma

diferença significativa com relação à dureza ou resistência transversa entre os

materiais pesquisados.

Sykora e Sutow (1990) compararam as alterações dimensionais das resinas

utilizadas para base de dentadura pelo sistema de injeção-pressão SR-IVOCAP com

o sistema padrão de compressão. Esta comparação foi feita determinando-se

medidas da desadaptação da borda posterior palatina nas duas técnicas. Tais

alterações também foram medidas após imersão em água por uma hora, um dia e

uma semana. As medidas encontradas sobre a desadaptação das bases de resina

acrílica processada pelos dois métodos foram realizadas do seguinte modo: a)

imediatamente antes de processar; b) imediatamente após o processamento antes

de demuflar; c) após o acabamento e polimento; d) após imersão em água a 23°C

por 1 hora, 1 dia e uma semana. Baseado na análise dos resultados os autores

observaram algumas diferenças estatísticas entre as técnicas: I) a desadaptação

normalmente é menor no sistema de injeção; II) as alterações dimensionais

normalmente são maiores nas amostras com palato raso do que naquelas com

37

palato profundo; III) as alterações dimensionais, quando se utilizava o sistema de

injeção, eram diminuídas pela imersão em água, porém não foi percebida nenhuma

alteração no sistema de compressão. Os autores concluem então que o sistema de

injeção contínua apresenta menores alterações dimensionais quando comparados

com o sistema de compressão e que estas alterações podem sofrer influência da

imersão em água e da forma do palato.

Zissis, Huggett e Harrison. (1991) em uma analise da revisão de literatura

sobre métodos de mensuração utilizados para determinar a precisão dimensional de

bases de próteses totais em resina acrílica, notaram a existência de muitos e

diferentes métodos que são usados, com certo predomínio para utilização de

compasso calibrador ou de microscópios lineares. Baseado nos resultados desse

estudo os autores ressaltam que, futuramente, os métodos que poderão oferecer a

melhor precisão serão os sofisticados sistemas computadorizados de mensuração

por coordenadas, que possibilitam a obtenção de resultados bastante precisos do

posicionamento da base da prótese em relação aos modelos e suas alterações

dimensionais.

Em 1993, Corrêa relatou que um dos pontos críticos, em termos de

deformações, é a região posterior da prótese superior. Através de um modelo padrão

metálico de Níquel-Cromo, verificaram-se as alterações de adaptação da prótese

total superior na região posterior, post-dam, após a demuflagem, estavam na

dependência do tipo de resina acrílica empregada, do ciclo de polimerização, da

espessura do palato na região posterior, da abertura de dois orifícios na região

posterior do modelo de trabalho e de condições atípicas, 1 semana em soro

fisiológico a 37ºC e uma semana em ciclagem térmica para alterar as bases

morfologicamente. Essa avaliação foi feita em três fases: I) avaliação imediata:

38

protótipo e modelo analisados após a demuflagem: II) avaliação visual após uma

semana em soro fisiológico a 37ºC.: III) avaliação visual após a ciclagem térmica

(700 ciclos). Ao final dessas análises chegou-se a conclusão que: a) as resinas

acrílicas utilizadas não apresentaram alterações significativas nos resultados finais.

b) nos resultados finais não houve diferenças entre os três ciclos de polimerização.

c) a utilização da dupla espessura no palato reduziu a alteração dimensional em

relação à menor espessura. c.1) na espessura simples de resina, os dois orifícios no

modelo diminuíram a alteração, enquanto que na dupla espessura não houve

diferenças.

Jackson, Lang e Wangm (1993) analisaram três métodos de processamento

de base de próteses totais que são: a compressão do molde, o processamento com

resina fluida e a injeção com pressão. Os três métodos foram comparados a fim de

se observar sua relação com a precisão de processamento de bases com e sem

dentes. Na análise dos dados observou-se não houve diferenças significativas no

processamento das bases com e sem dentes, quando qualquer uma das técnicas foi

utilizada. Apesar disso foi observada uma pequena diferença em relação à precisão

da técnica. Sendo o método de compressão do molde o mais eficaz que os dois

demais, quando comparadas às medições dos pontos de referência na base dos

modelos, relatam os autores.

Yeung, Chow e Clark (1995) ao observar as vantagens da técnica de

confecção da prótese total com base de prova permanente de resina acrílica

termicamente ativada confeccionada antes da montagem dos dentes e registro das

relações maxilomandibulares, ou autores decidiram pesquisar as alterações de

temperatura e dimensionais das resinas acrílicas nas duas fases de processamento

das próteses. Ao utilizarem sensores térmicos de 0,25mm de diâmetro, incorporados

39

na resina acrílica para medir as variantes da temperatura, e um microscópio digital

de alta resolução, para determinar as alterações dimensionais, notaram que não foi

registrado nenhum aumento de temperatura associado com a natureza exotérmica

da reação de polimerização. A contração total linear da base após os dois ciclos de

polimerização foi menor que 1%, esse resultado é semelhante ao obtido pelo

processo que utiliza técnica com estágio único.

Kimpara (1995) analisou a alteração dimensional (percentual) e a porosidade

das resinas acrílicas para bases de próteses totais. Relacionado à alteração

dimensional, as variáveis foram: a) Iniciar a polimerização imediatamente após a

prensagem ou 24 horas após: b) condensar a resina nas fases pegajosa, plástica e

borrachóide: c) determinar as alterações depois da demuflagem em 2 e 8 semanas

após a imersão em água. Foram 40 medidas em diferentes locais entre os dentes.

No estudo da porosidade, foram empregadas as variáveis (1) e (2) e mais as

espessuras dos blocos polimerizados. Dentre os resultados obtidos, foi possível

realizar a conclusão de alguns tópicos, como: iniciar a polimerização imediatamente

após a prensagem ou 24 horas após não apresenta influência na magnitude da

contração, mas a polimerização imediata conduz com mais facilidade a formação de

porosidade; a fase borrachóide não induziu uma maior contração que a fase plástica,

quanto à porosidade, tende a diminuí-la; a imersão após semanas recupera parte da

contração de polimerização; a contração apresenta variação com o local entre os

dentes; a polimerização após 24 horas apresentou menos porosidade.

Kimpara e Muench (1996) pesquisaram a influência de variáveis de

processamento na alteração dimensional de próteses totais de resina acrílica. A

partir de um modelo metálico que simulava uma maxila desdentada para reproduzir

modelos de gesso pedra. Sobre um desses modelos foi confeccionada uma base de

40

prova de cera com espessura de cerca de 2mm e os dentes eram montados sobre os

roletes de cera. A base de cera foi selada junto ao modelo e no lado posterior

colocaram-se dois roletes de cera com o objetivo de formar canais de alimentação.

As medidas foram feitas com um perfilômetro com aumento de 50 vezes. As

variações pesquisadas foram: I) polimerizar imediatamente após a prensagem e 24h

após: II) prensar a resina nas fases borrachóide, plástica e pegajosa: III) determinar

as alterações, em relação à fase encerada, a demuflagem de 2 a 8 semanas após

imersão em água: IV) medidas feitas ao longo de vários locais entre os dentes.

Baseados nos resultados, os autores concluíram que: a) a polimerização que foi feita

imediatamente ou 24h após a prensagem não teve influencia na magnitude da

contração. b) a fase borrachóide, com relação à plástica, levou as contrações

semelhantes: c) a imersão após semanas recuperou parte da contração de

polimerização. d) a alteração dimensional, em porcentagem, variou de acordo com o

local de mensuração. e) proporcionalmente, a contração entre bordas opostas é

maior do que ao longo delas.

Garbelini (1996) realizou uma pesquisa sobre as alterações dimensionais

ocorridas com uma resina acrílica ativada termicamente (Clássico) após

polimerização por três diferentes técnicas, Tuckfield (90 minutos a 65°C, 30 minutos

até 100°C e 60 minutos a 100°C), de laboratório (50 minutos até 100°C e 70 minutos

à 100°C) e sobre pressão (associação de calor e ar comprimido em um refratário) e

mensuradas por dois métodos distintos (alteração dimensional linear e alteração

dimensional vertical). Para a mensuração da alteração dimensional linear, foram

utilizados 10 muflos padrão com 10 corpos de prova para cada uma das 3 técnicas

empregadas na polimerização, totalizando 30 corpos de prova. Para a mensuração

da alteração dimensional vertical de bases de próteses padronizadas, foi utilizado um

41

micrômetro comparador TESA com capacidade de 3mm e precisão de 0,001mm, que

foi acoplado ao pino incisal do articulador (Articulador Semi-Ajustável Dentatus)

durante o processo. Utilizou-se o mesmo tipo, marca e quantidade de resina acrílica

em ambos os métodos de mensuração. O autor relatou após os resultados que sua

conclusão foi: a) ambos os métodos de mensuração apresentaram alteração

dimensional do material utilizado na confecção da base da prótese: b) a alteração

dimensional linear mensurada nos corpos de prova mostrou que a técnica sob

pressão apresentou um a maior contração de polimerização, seguida pela de

laboratório e por último a de Tuckfield, sendo que a diferença entre os grupos foi

significante entre as técnicas de Tuckfield e de pressão em 1%: c) que as alterações

dimensionais verticais mensuradas pelo teste de Tukey-Kramer não apresentou

resultado significativo entre os grupos.

Craig (1997) ressaltou que durante a prensagem das próteses com resina nas

fases anteriores à plástica ocorre um melhor escoamento por apresentar menor

viscosidade. No entanto ocorre um aumento da porosidade causado por uma maior

concentração de monômero livre. Na prensagem realizada após a fase plástica, há

uma deficiência na reprodução dos detalhes, ocorre também à possibilidade de

aumento da dimensão vertical pela dificuldade de fechamento do muflo, além da

movimentação ou fratura dos dentes.

Foram propostas alternativas técnicas para diminuição dos problemas

originários das alterações dimensionais das resinas acrílicas utilizadas na confecção

das próteses totais por Gómez, Mori, Corrêa, Matson (1998). Para estudar essas

alterações dimensionais, foram fixadas 4 peças piramidais de base triangular com

encaixe tipo macho, rigorosamente paralelo entre si, na superfície oclusal do plano

de cera superior. Tais peças piramidais foram encaixadas aos componentes fêmeas

42

do conjunto metálico e, posteriormente, com gesso pedra tipo III, na placa de fixação

inferior, fixando-se às fêmeas com o pino incisal em contato com a mesa incisal.

No experimento foram analisados 30 corpos de prova após a polimerização da

resina o conjunto foi novamente posicionado na haste superior do articulador na

mesma posição que ocupava antes do processamento. Notaram que o pino incisal

tocava a mesa incisal e as pirâmides apresentavam a mesma posição de encaixe da

fase anterior ao processamento. Segundo os autores, o controle das alterações

dimensionais das resinas foram conseqüências dos seguintes fatores: a) o uso da

placa de polimerização �Getom�, que manteve a estabilidade da resina: b) a espera

de 15h do muflo na prensa hidráulica, que permitiu uma melhor reação entre

polímero/monômero: c) a polimerização controlada a baixa temperatura (60ºC por 3h

e posteriormente elevou-se à temperatura para 70ºC por 9h), pois quando ocorreu à

ebulição da água notaram-se alterações dimensionais nítidas que foram

responsáveis por desajustes entre as pirâmides e os encaixes metálicos (machos e

fêmeas) e pelo afastamento entre o pino e a mesa incisal.

Monteiro Netto (1998) relatou após consulta a literatura, que ainda restavam

muitas dúvidas sobre a influência dos métodos de polimerização nas propriedades

das resinas acrílicas para base de prótese total. A partir desse fato, o autor decidiu

estudar a influência dos métodos de polimerização na resistência flexural e no

conteúdo relativo do monômero residual em resinas acrílicas ativadas quimicamente

(RAAQ) e ativadas termicamente (RAAT), utilizando seis métodos de ativação: I)

RAAQ + 70ºC / 1,5h + 100ºC / 1h: II) RAAQ � ativada quimicamente apenas: III)

RAAT + 70ºC / 1,5h + 100ºC / 1,0h: IV) RAAT � microondas: V) RAAT � luz alógena:

VI) RAAT polimerização rápida por 20 min, decrescendo de 100ºC + 20 min a 100ºC.

Após a análise dos resultados foi concluído pelo autor que: a) a resistência flexural

43

da resina apenas quimicamente ativada (RAAQ) foi semelhante àquela do método

com polimerização de ativação térmica adicional (RAAQ + 1,5h / 70ºC + 1,0h /

100ºC): b) as resistências flexurais, da resina acrílica ativada termicamente, foram

semelhantes, quer a ativação fosse pelo método convencional, quer por microondas

ou por luz alógena (RAAT � 1,5h / 70ºC + 1,0h / 100ºC:RAAT � microondas: RAAT -

luz alógena): c) o método de polimerização rápido (RAAT � 20 min 100ºC) conduziu

a uma resistência flexural algumas vezes menor do que as dos demais métodos; d)

excluindo o método de polimerização rápido (RAAT � 20 min 100ºC), que manteve

um conteúdo de monômero residual relativamente alto, os demais apresentaram

valores semelhantes entre si:e) os métodos de polimerização por ativação com

microondas ou luz alógena apresentaram conteúdo relativo de monômero residual

semelhante ao apresentado por ativação térmica convencional (RAAT � 1,5h / 70ºC

+ 1,0h / 100ºC): f) foi encontrada correlação significante (5%) e inversa entre o

conteúdo relativo de monômero residual e a resistência flexural.

Jamani e Abuzar (1998) pesquisaram os efeitos da espessura das próteses na

movimentação dos dentes artificiais durante a fase de processamento das bases de

próteses totais. Foram utilizados 10 modelos duplicados de uma arcada superior de

um paciente, sendo que em cinco modelos, o enceramento do palato foi realizado

com 1,25mm de espessura e nos outro cinco modelos o enceramento apresentava o

dobro da espessura sendo 2,5mm. Para a verificação de movimentações

dentárias os dentes foram montados sobre a crista do rebordo, sendo que e em cada

dente foi instalado um pino vertical que serviria para essa verificação dos

movimentos. Cada uma das próteses foi radiografada através de um aparelho digital

(Eikomix Image Digitizer) em três tempos: imediatamente antes de ser processada,

após a demuflagem e após o acabamento e polimento. Sendo todas as próteses

44

processadas pelo método convencional (água quente) e pelo ciclo longo (9 horas a

74°C). Nos resultados observou-se um aumento considerável entre a distância de

molar a molar nas próteses com a base espessa, enquanto que nas próteses com

base fina, foi observada uma pequena diminuição nesta distância de molar a molar,

significativamente menor do que a distância observada na técnica anterior.

Anusavice (1998) ao descrever a relação entre velocidade de aquecimento e a

elevação da temperatura no interior da resina acrílica, relatou que o ciclo de

polimerização mais eficaz seria aquele que envolvia um processamento em água à

temperatura constante de 74°C durante 8 horas. Quanto maior a contração linear,

maior será a discrepância observada na adaptação da base. Dessa forma durante os

primeiros estágios do esfriamento da muflo, a resina permaneceria amolecida e a

pressão mantida pela muflo causaria a contração, em velocidade similar ao do gesso

circundante. Enquanto o esfriamento prosseguia, a resina amolecida atingia a

temperatura de transição intrínseca, passando de um estado amolecido para o de

rigidez vítrea, e contraindo-se numa velocidade diferente do gesso, sendo então uma

contração de natureza térmica. Essas tensões internas quando liberadas promoviam

alterações dimensionais.

Gonçalves (2000) afirmou que considerando que o tempo decorrido entre o

fim da fase de prensagem e o início da fase de polimerização das bases de

aparelhos protéticos totais, pode atuar como um possível agente controlador de

tensões internas, tidas como fator preponderante na alteração dimensional sofrida

elas bases acrílicas de prótese total, baseado nisso o autor resolveu estudar a

influência desse tempo através de uma análise comparativa de distâncias lineares,

estabelecidas pela fixação de pinos de referência sobre um corpo de prova com o

formato básico de uma prótese total superior. O tempo entre as fases de prensagem

45

e polimerização variou entre zero (polimerização imediata), 1h, 6h e 12h. Notou que

os grupos que tiveram sua polimerização iniciada com 6h e 12h após a prensagem

apresentaram menor oscilação e menor amplitude de variação entre os valores das

distâncias, diferentemente daqueles grupos que sofreram a polimerização imediata e

1h após a prensagem. A diferença entre os valores foi da ordem de centésimos de

milímetros e mostraram-se sem significância estatística e clínica.

Barnabé (2000) realizou um estudou sobre a influência de quatro técnicas de

processamento de próteses totais na alteração das posições dos dentes artificiais. O

relato apresentado avaliou a relação entre a movimentação dos dentes artificiais com

os procedimentos de inclusão, prensagem e polimerização das bases das próteses.

Utilizou-se 64 amostras, divididas em quatro grupos de 16, sendo 8 inferiores e 8

superiores, que receberam os seguintes tipos de inclusão, prensagem e

processamento: 1º grupo: Todas as amostras foram incluídas em muflos reforçadas

de fibra de vidro, com muralha de silicone, prensagem por uma hora e polimerização

em microondas; 2º grupo: Inclusão em muflos metálicas, com muralha de silicone,

prensagem por 12 horas e polimerização em água quente (ciclo de curta duração); 3º

grupo: Inclusão em muflos reforçadas de fibra de vidro adaptadas para injetora de

acrílico, com muralha de gesso pedra e polimerização em microondas, uma hora

após a injeção do molde: 4º grupo: Inclusão em muflos metálicas, com muralha de

silicone, prensagem por uma hora e polimerização em água quente (ciclo de curta

duração). Baseado nos resultados obtidos, o autor relata as seguintes conclusões:

a) todas as amostras sofreram contração após o processamento: b) a técnica com

menor movimentação dos dentes foi à técnica do 1º grupo, que apresentou diferença

estatisticamente significante com relação a demais: c) comparando os arcos

superiores e inferiores, independente da técnica e das medidas avaliadas, não se

46

notou diferença estatisticamente significante: d) o tempo de prensagem após a

inclusão e antes da polimerização das próteses interferiu na movimentação dos

dentes artificiais.

Carvalho, Compagnoni e Barbosa (2001) afirmaram que as alterações

dimensionais da resina acrílica durante sua polimerização são muito comuns, tendo

como uma das implicações clínicas o aumento da dimensão vertical de oclusão em

próteses totais. Esse trabalho teve como objetivo a avaliação da influência de

diferentes ciclos de polimerização convencional (água quente) sobre a dimensão

vertical de oclusão em próteses totais. Foram utilizados três ciclos para

polimerização de próteses totais superiores, sendo o ciclo de Phillips (74°C por 9

horas), Tuckfield (90 minutos a 65°C, 30 minutos até 100°C e 60 minutos a 100°C) e

o último estabelecido empiricamente (120 minutos a 100°C). Os dados mostram que

não existiu diferença estatisticamente significante entre os grupos avaliados e os

resultados evidenciaram um aumento médio da dimensão vertical de oclusão inferior

a 0,35mm após a polimerização nos três ciclos avaliados. Apesar disso, recomenda-

se à realização do ajuste oclusal para um correto restabelecimento da dimensão

vertical de oclusão antes que as próteses sejam terminadas e adaptadas ao

paciente.

Almeida (2001) apresentou o estudo da verificação da alteração dimensional

em prótese total de resina acrílica ativada termicamente após o acabamento e

polimento e submetida ao processo de termociclagem, comparando com as

alterações ocorridas através do armazenamento da resina em estufa a 37ºC e

exposta ao ar na temperatura ambiente. Foram usados 18 corpos de prova em forma

de prótese total superior e pontos de referência nos dentes e na borda da prótese

total, as medidas foram realizadas através do microscópio comparador digital

47

Mitutoyo, com precisão de milésimo de milímetro. A leitura da distância entre os

pontos de referência foi executada imediatamente após o polimento (leitura inicial) e

depois os corpos de prova foram distribuídos em três grupos: Grupo I (exposto ao ar

à temperatura ambiente: entre 17ºC e 19ºC):Grupo II (armazenado na estufa a 37ºC)

e Grupo III (submetido à termociclagem). A segunda leitura ocorreu após 24h, à

terceira após 48h e a última após 1 semana, para os três grupos. Para o Grupo III, a

segunda leitura ocorreu após 24h e 100 ciclos; a terceira leitura após 48h e 200

ciclos e a última leitura, 1 semana após a leitura inicial e 700 ciclos. As medidas

encontradas e analisadas estatisticamente mostraram que a alteração dimensional

da resina acrílica ativada termicamente foi pequena e não houve diferença

significante nas alterações dimensionais entre os corpos de prova de um mesmo

grupo. Porém, considera que mais estudos devam ser feitos para afirmar que as

alterações sofridas pelas resinas in vitro sejam significantes para as avaliações na

clínica, pois, a resiliência da mucosa, a ação dos músculos e a força da mastigação

podem também influenciar nas alterações dimensionais da resina acrílica ativada

termicamente.

Consani, Del Bel Cury e Garcia (2001a) realizaram a análise do efeito do tempo

pós-prensagem da resina acrílica na alteração dimensional de bases de próteses

totais. Foram confeccionados 20 corpos de prova constituídos por modelo de gesso /

base de cera para esse estudo, os quais posteriormente foram incluídos pela técnica

convencional (incluídas em gesso e polimerizadas em água quente) em muflos

metálicos. Utilizou-se a resina acrílica termopolimerizável Clássico que foi

proporcionada e manipulada de acordo com as instruções do fabricante. Depois da

prensagem final sob carga de 1250 Kgf, em prensa de bancada, a resina acrílica foi

submetida ao ciclo de polimerização em água aquecida a 74ºC por 9 horas, em

48

seguida foram executados os tempos de pós-prensagem imediato, 6, 12 e 24 horas.

As bases de resina foram fixadas no modelo com um adesivo instantâneo e o

conjunto seccionado lateralmente nas regiões correspondentes à distal dos caninos,

mesial dos primeiros molares e palatina posterior (entre palato duro e palato mole).

Através de um microscópio que comparou em cinco posições cada tipo de corte, foi

verificado o desajuste entre base e modelo. Esses resultados submetidos à análise

estatística e ao teste de Tukey (5%) mostraram que não houve diferença

estatisticamente significativa na comparação entre os tempos pós-prensagem

imediato e de 6 horas, assim como entre os tempos de 12 e 24 horas; no entanto

ocorreu uma diferença significativa entre os grupos com prensagem imediata/após 6

horas e os grupos com prensagem após 12 e 24 horas.

Consani, Del Bel Cury e Garcia, no mesmo ano (2001b) pesquisaram também o

efeito dos estágios da resina acrílica sobre a alteração dimensional de bases de

próteses totais polimerizadas pelo método convencional (água quente). Foi utilizada

a resina acrílica termopolimerizável Clássico, proporcionada e polimerizada de

acordo com as instruções do fabricante e foram confeccionadas 15 bases em cera e

distribuídas aleatoriamente em três grupos de cinco amostras, de acordo com os

estágios da resina acrílica (fibrilar, plástica e borrachóide). Essa resina foi prensada

em muflo metálica e submetida ao ciclo de polimerização a 74ºC por 9 horas. Depois

do resfriamento dos muflos em temperatura ambiente, as bases de resina foram

removidas, acabadas e fixadas nos modelos com um adesivo universal instantâneo

tipo super bonder. Esse conjunto base de resina/modelo de gesso foi seccionado

transversalmente em três cortes e a fenda entre base/modelo foi medida em cinco

pontos para cada secção. Os resultados submetidos à análise de variância e ao teste

de Tukey (5%) mostram que a fase plástica apresentou valores de adaptação

49

(0,210mm) com diferença estatística significante (p<0,05), quando comparada com a

fase fibrilar (0,231mm) e a fase borrachóide (0,224mm). Baseado nesses resultados

os autores concluíram que o uso da resina acrílica na fase plástica apresenta valores

mais baixos de distorção quando comparado com as fases fibrilar e borrachóide, e

que essas alterações das bases foram diferentes nas três secções analisadas, sendo

na região de posterior de palato valores maiores de alteração dimensional.

Gennari Filho (2003a) apresentou uma pesquisa com o intuito de investigar a

movimentação dentária decorrente do processamento de próteses total superiores,

avaliando a posição relativa dos dentes artificiais das próteses totais incluídas por

três diferentes métodos e submetidas à polimerização por banho de água quente.

Dezoito próteses totais superiores foram confeccionadas e divididas em três grupos

de seis próteses, distintas de acordo com o tipo de inclusão estabelecido, que

poderia ser com muralha de gesso pedra tipo III, com muralha de silicone ou com

muralha de gesso pedra especial ou tipo IV. Para a realização da padronização dos

pontos para realizar as mensurações, utilizou-se um guia de resina acrílica com

pontos pré-estabelecidos que permitisse demarcar sempre os mesmos pontos de

referência sobre as cúspides dos dentes. Para mensuração das medidas obtidas, foi

utilizado o software Auto Cad R14. Segundo os autores foram relatados os seguintes

resultados: a) que todos os grupos analisados apresentaram alterações em

diferentes graus; b) que a técnica de inclusão com muralha de gesso pedra especial

demonstrou ser a que apresentou os menores valores de alterações quando

comparada com as outras técnicas; c) que as medidas que compreendem os dentes,

incisivo central, segundo molar direito e segundo molar esquerdo apresentaram os

maiores valores de alterações.

Gennari Filho (2003b) utilizando estas mesmas metodologias para avaliar a

50

movimentação dentária decorrentes da inclusão de próteses totais superiores por

três métodos distintos, sendo agora submetidos à polimerização por energia de

microondas. Baseados nos resultados os autores relatam que demonstraram que

todos os grupos estudados sofreram alterações em diferentes magnitudes, mas

apesar disso apresentaram um mesmo padrão de alteração da posição dos dentes.

No grupo submetido à inclusão com gesso pedra tipo III apresentou-se maiores

valores de alterações, seguido do grupo com muralha de silicone e por fim do grupo

com muralha de gesso pedra tipo IV. Notou-se também que a região da prótese em

que a posição dos dentes foi mais afetada foi à região posterior, os autores

chegaram à conclusão de que a utilização da energia de microondas mostra-se

eficaz para a utilização de muralha de silicone ou gesso pedra tipo IV. Quando

realizaram a análise ao final de todos os trabalhos utilizados para esta revisão de

literatura, pode-se concluir que o assunto estudado é de grande amplitude e que

merece algumas preocupações específicas demonstradas por diversos autores.

Sendo a proposta principal da análise da movimentação de dentes artificiais em

decorrência do processamento de próteses totais, percebemos que alguns assuntos

intrigam mais e que são estudados com maior ênfase. Entre eles podemos citar os

tipos de métodos utilizados no processamento das próteses, o tipo de material

utilizado para a realização de muralhas envolvendo os dentes artificiais, as

alterações dimensionais ocorridas nas resinas acrílicas e o aumento da dimensão

vertical de oclusão decorrente da alteração na posição dos dentes artificiais. À

medida que apresentou maior alteração foi à distância entre os molares, com

diferenças estatisticamente significantes.

51

3 OBJETIVO

3.1 OBJETIVO GERAL

O presente estudo teve como objetivo geral analisar o efeito das condições de

prensagem e armazenamento na estabilidade dimensional da resina acrílica termo

polimerizável usada para bases de próteses totais.

3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

1 Desenvolver um modelo experimental que permita mensurar a contração de

polimerização da resina acrílica termo polimerizável.

2 Medir e comparar estatisticamente a contração de polimerização da resina

acrílica prensada na fase plástica e na fase fluida.

3 Medir e comparar estatisticamente a contração de polimerização da resina

acrílica armazenadas a seco e em ambiente úmido.

4 Determinar qual foi à condição experimental que produziu um melhor

controle da contração de polimerização.

52

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 OBTENÇÃO DO MODELO PADRÃO

Inicialmente foi obtido um modelo de gesso tipo IV de uma maxila edêntula

retirando-se todas as retenções naturais para a montagem de uma prótese total

superior que serviu como modelo padrão na obtenção dos corpos de prova, (Figuras:

1-a, b e c).

Figura 1a - modelo de gesso

edêntulo, vista frontal.

Figura 1b - modelo de gesso

edêntulo, vista lateral.

Figura 1c - modelo de gesso

edêntulo, vista do post-dam.

53

4.1.2 DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA DA PRÓTESE

A espessura da prótese é de relevante influência no nível das alterações

dimensionais, quanto mais espessa a prótese mais alterações dimensionais são

observadas, a tal ponto que pode inviabilizar qualquer tentativa clínica de corrigir o

problema (CHEN 1988).

A espessura do palato dos corpos de prova, principalmente na região de post-

dam, foi obtida por meio de avaliação preliminar, medindo-se 10 próteses totais de

pacientes que as utilizaram por períodos que variaram de 3 a 7 anos. A mensuração

foi feita em 3 pontos na linha que limita a região entre palato duro e palato mole,

denominada post-dam, sendo: tuberosidade direita e esquerda e no centro. O valor

médio encontrado foi de 2,82mm. A literatura pesquisada não apresentou dados

específicos sobre a espessura ideal da base de uma prótese superior.

54

4.1.3 CEROPLASTIA

O modelo total superior foi montado com dentes de estoque, ceroplastia

finalizada, incluído em muflo Nº 6 para prótese, de modo convencional para

prensagem do modelo que originou o gabarito dos corpos de prova. A retenção

oferecida pelos dentes de estoque foi aliviada com cera Nº 7 para não oferecer

resistência excessiva à sua remoção do muflo preenchido com silicone. O isolamento

do modelo de gesso foi feito com papel celofane de modo a evitar que a resina

prensada pudesse aderir ao gesso (Figuras 2,3,e 4) .

Figura 2 � ceroplastia para obtenção da

matriz de prensagem.

Figura 3 � molde após eliminação da

cera do muflo.

Figura 4 � molde de silicone para obtenção

dos modelos metálico

.

55

Após a obtenção do modelo padrão de prótese total em resina acrílica termo

polimerizável, foi realizada a confecção do modelo metálico com liga ZAMAG usada

na fundição.

Figura 5 � modelos metálicos, vistas posterior e anterior.

Os modelos metálicos fundidos foram polidos em um torno de acabamento

com rodas de pano e pasta para polimento de metais, em seguida posicionados de

forma centralizada na base dos muflos e presos ao fundo deste por meio de quatro

parafusos, garantindo estabilidade do posicionamento (Figura 6).

Um dique de cera utilidade foi construído em torno da borda da base de cada

um dos muflos para impedir o extravasamento do silicone de duplicação.

Separada a base do corpo do muflo e removida a prótese de acrílico que fora incluída

na etapa anterior, obteve-se um sistema de molde e contramolde que permitiu a

prensagem de 40 corpos de prova, 20 em cada modelo metálico, com precisão e

similaridade entre eles, denominadas de muflo A e muflo B que receberam as

prensagens nas fases plástica e fluida respectivamente (Figura 7).

56

Figura 6 � modelo metálico Figura 7 � molde e contramolde

4.1.4 CONDIÇÕES TESTADAS

A prensagem dos corpos de prova foi realizada com resina acrílica termo

polimerizável (figura 8), de acordo com as especificações do fabricante que também

estão citadas na literatura por Craig et. al. (1988), ou seja: a proporção ideal é de três

partes de polímero para uma de monômero, em volume. O fabricante da resina

acrílica fornece um copo dosador que foi usado para pesar o polímero e o monômero

em uma balança de precisão de 0,1g. Este procedimento facilitou a separação das

doses de resina para prensagem e proporcionou um aumento significativo na

proporção pó e líquido.

Figura 8 � resina acrílica termopolimerizável, pó e líquido

57

As condições testadas foram:

A- Resina na fase plástica (figura 9).

B- Resina na fase fluida (figura 10).

Figura 9 � resina em fase Figura 10 � resina em fase

plástica fluida

Foram utilizados 2 potes de vidro com tampa para resina acrílica previamente

identificados denominados A e B e uma espátula modelo N 24 para a manipulação.

Colocou-se uma medida de 7g de monômero em cada pote, A e B, em seguida foi

adicionado, lentamente, 16g de polímero em cada um de modo que estes saturassem

gradualmente o monômero. As misturas foram espatuladas e imediatamente

colocadas nos recipientes. O pote A foi tapado e o pote B teve seu conteúdo vasado

dentro do muflo B, que recebeu duas tiras de cera Nº 7 em cada uma de suas bordas,

junto ao pino guia, sendo sua base com modelo metálico posicionada sobre o corpo

do muflo. A função da tira de cera é impedir que o peso do conjunto composto pela

base do muflo e do modelo metálico exercer pressão sobre resina em estado fluido

prematuramente.

Após aguardar 6 minutos a resina do pote A foi removida com auxílio da

espátula N 24 e cuidadosamente inserida no muflo A. Os muflos A e B foram levados

a prensa de polimerização, GETON, e o conjunto foi posto na prensa hidráulica

58

(Figura 11 e 12), sendo gradualmente aplicada carga até o limite máximo de 1250Kg.

O conjunto de muflos e prensa de polimerização foram mantidos na prensa hidráulica

por 12h para que o monômero residual fosse eliminado totalmente, evitando bolhas e

porosidades que fatalmente induziriam as alterações dimensionais. Os parafusos da

prensa de polimerização foram apertados e os muflos levados ao banho de água

quente.

O processo de polimerização adotado foi elevação da temperatura do banho

em 3 etapas sendo da temperatura ambiente até 700C em 1h depois de 700C até

1000C em 30 minutos e permanecendo em ebulição por 30 minutos quando a fonte de

calor foi desligada e os muflos mantidos mergulhados no recipiente com água quente

até seu retorno a temperatura ambiente, em aproximadamente 12h. Esta técnica foi

descrita por Tucfeld em 1943 e vem sendo a mais praticada nos laboratórios de

prótese, pesquisados, bem como preconizada nas escolas de formação de TPDs.

Figura 11 � muflos na prensa de figura 12 � conjunto de muflos e

Polimerização GETON. prensa GETON na prensa

hidráulica.

59

Para padronização do processo de polimerização utilizou-se um recipiente de

alumínio cilíndrico medindo 35cm de diâmetro por 40cm de altura e um queimador

com chama de 2 intensidades onde colocando-se 17 litros de água no recipiente

estes precisavam de 1h para atingir 70C, passando para a maior intensidade a água

atingia a ebulição em 34 minutos. No fundo do recipiente de alumínio foi colocado um

bloco de material refratário medindo 7x10x15cm com objetivo de manter os muflos

afastados do fundo do recipiente onde o contato dos metais e a proximidade da

chama do queimador poderiam elevar a temperatura do muflo acima do

recomendado.

Com estes dados foram realizadas 20 polimerizações na técnica descrita

acima, cada uma com dois muflos, um com resina prensada na fase plástica, GRUPO

A, e outro com resina na fase fluida GRUPO B.

Após a obtenção dos 40 corpos de prova, estes foram divididos em 4 sub-

grupos para as medições e analises das deformações:

Subgrupo A: 10 corpos de prova de resina acrílica termo polimerizável

prensados na fase plástica e armazenados por 15 dias a seco em temperatura

ambiente (24º +/- 10 C).

Subgrupo A1: 10 corpos de prova de resina acrílica termo polimerizável

prensados na fase plástica e armazenados por 15 dias em água destilada a

temperatura ambiente (24º +/- 10 C).

.Subgrupo B: 10 corpos de prova de resina acrílica termo polimerizável

prensados na fase fluida e armazenados por 15 dias a seco em temperatura

ambiente (24º +/- 10 C).

60

Subgrupo B1: 10 corpos de prova de resina acrílica termo polimerizável

prensados na fase fluida e armazenados por 15 dias em água destilada a temperatura

ambiente (24º +/- 10 C).

4.1.5 MEDIÇÃO DAS DEFORMAÇÕES

Foram realizadas medições no afastamento da resina do modelo ocorridas em

três pontos regiões A, B e C, conforme desenho esquemático (figura 13).

Figura 13 � desenho esquemático dos pontos de medição,

vista postero-anterior.

Cada ponto foi medido 10 vezes através de um paquímetro digital com precisão de

0,01mm.

61

5 ANÁLISE ESTATÍSTICA.

A partir dos valores medidos obteve-se a Média, Desvio Padrão, Erro Padrão e

Análise de Variância (ANOVA) dos dados. (tabelas 1,2,3 e 4).

6 RESULTADOS

6.1 RESULTADO DA ANÁLISE COMPARATIVA DAS ALTERAÇÕES

DIMENSIONAIS OBSERVADAS

Após análise dos grupos A; A1; B; e B1, correspondente aos corpos de prova

prensados nas fases plástica e fluida e armazenados em meios seco e úmido,

observamos os dados expressos nas tabelas abaixo referente a média, desvio

padrão, erro padrão e análise de variância.

Tabela 1 - Média, Desvio Padrão e erro padrão das alterações observadas para

os corpos de prova prensados com resina na fase plástica.Medidas em

milímetros (n=10)

CONDIÇÕES E ARMAZENAGEM REFERENCIA*

RESINA PLÁSTICA Armazenagem: SECA A* B* C*

RESINA PLÁSTICA Armazenagem: ÚMIDA A* B* C*

MÉDIA

0,4470 0,4770 0,6690 0,2490 0,5420 0,7210

DESVIO PADRÃO

0,2817 0,1815 0,1408 0,1996 0,3268 0,2950

ERRO PADRÃO

0,08907 0,05741 0,04453 0,06311 0,1034 0,099330

*A,B,C � Pontos de referencia para medições

62

Tabela 2 - Média, Desvio Padrão e Erro padrão das alterações observadas para

os corpos de prova prensados com resina na fase fluida.Medidas em

milímetros (n=10)

CONDIÇÕES E ARMAZENAGEM REFERENCIA*

RESINA FLUIDA Armazenagem: SECA A * B* C*

RESINA FLUIDA Armazenagem: ÚMIDA A* B* C*

MÉDIA

0,1630 0,5010 0,3540 0,2560 0,7250 0,5150

DESVIO PADRÃO

0,09810 0,02469 0,4138 0,1330 0,2466 0,1737

ERRO PADRÃO

0,03102 0,07807 0,1308 0,04206 0,07798 0,05494

*A,B,C � Pontos de referencia para medições

Tabela 3 - Análise de variância comparativa entre as resinas e condições de

armazenamento (p=0.05)

Tratamento Soma dos

quadrados Graus de liberdade

Quadrado médio

Valor de p

Entre colunas 1,416 5 0,2831 Dentro colunas 3,365 54 0,06232 Total 4,781 59 --- 0,0016*

* p<0,05 = significante Tabela 4 - Media ,Desvio Padrão e Erro padrão das alterações observadas para os

corpos de prova prensados com resina na fase plástica e fluida

considerando a somatória das observações nos três pontos Medidas em milímetros

(n=30)

Condições e armazenagem

Plástica seca

Plástica úmida

Fluida seca

Fluida Úmida

Média

0,5310a 0,5040a 0,3393b 0,4987c

Desvio Padrão

0,2259 0,3342 0,3080 0,2679

Erro Padrão

0,04123 0,06102 0,05623 0,04892

Letras não semelhantes indicam diferenças estaticamente significantes (P<0.05 � Significante)

63

7 DISCUSSÃO

Com base no conteúdo exposto pela revisão de literatura, considerou-se que

as características do material utilizado na confecção das próteses totais sofrem

influências por determinados aspectos, tais como: o tipo de resina e modo de

processamento, onde entendemos que propriedades como a resistência flexural do

material, pode ser determinante para a longevidade dos aparelhos protéticos, bem

como a liberação de monômero residual que demonstra poder influir e alterar as

propriedades físicas da resina acrílica, podendo agir como fator agressivo à cavidade

oral. Há ainda a necessidade de mais estudos que abordem estes dados frente às

diversas opções de resinas acrílicas para uso odontológico, no que tange, sobretudo

ao modo de prensagem e polimerização, aprimorando os resultados encontrados.

Esta pesquisa objetivou avaliar as alterações dimensionais da resina acrílica

termo polimerizável utilizada para base de próteses totais superiores. Para isso,

comparações referentes às deformações foram observadas durante a prensagem em

duas técnicas distintas, uma em estado plástico e outra em estado fluido.

Não existe nenhum estudo que especifique a espessura ideal da base da

prótese total. Alguns autores afirmam que a espessura da base da prótese influencia

diretamente nas deformações observadas. Estudos afirmam que quanto maior a

espessura, maior a deformação (WOLFAARDT, CLEATON-JONIS E FATTI, 1986;

CHEN, LACEFIELD E CASTLEBERRY, 1988; CORRÊA, 1993; JAMANI E ABUZAR,

1998).

Em seu estudo de 1975, Pellizzer não encontrou correlação significativa entre

as espessuras dos palatos das próteses, mas isto não tem se mostrado uma

realidade na prática clínica.

64

Nesta pesquisa adoto-se como base a média simples aferida na avaliação de

10 próteses totais substituídas de pacientes para determinar a espessura dos corpos

de prova, que foi de 2,84mm. Acompanhando o uso destas próteses totais nos

pacientes de nossa clínica ao longo dos anos temos percebido que o comportamento

das próteses se dá de forma previsível, porém em alguns casos após 2 ou 3

semanas de uso o paciente se queixa de instabilidade. Ao examinarmos o problema

constatamos um afastamento do palato na parte posterior da prótese na extensão da

linha de post-dam conseqüentemente deslocando os molares para fora de oclusão e

permitindo a penetração do fluxo de ar oriundo da orofaringe facilitam o movimento

da prótese durante a fala e a mastigação (SKINNER E COOPER, 1943; GENNARI

FILHO, 2003).

Vários fatores podem produzir alterações dimensionais nas próteses, como

técnica de prensagem, polimerização, proporção polímero-monômero e outros, mas

as tensões geradas pelos processos de confecção são a maior responsável pela

liberação das tensões impostas, em sua maioria liberadas pela absorção de umidade

após sua instalação no meio bucal (SWEENEY 1939).

Adotou-se neste trabalho o método de polimerização denominado técnica de

Tuckfield modificada porque esta vem sendo a mais utilizada em laboratórios de

prótese e preconizado nos cursos de técnicos de prótese dentária. Outras técnicas

de polimerização têm se mostrado mais eficientes, porém devido a dificuldade de se

controlar a temperatura e o longo tempo que leva o processo, esta técnica não é

adotada pela maioria dos técnicos (GARBELINI, 1996; CARVALHO, 2001).

Assim como descrito por KERN (1941), outro fato observado com clareza

durante a análise dos corpos de prova foi a deformação de modo aleatória da resina

acrílica produzindo alterações dimensionais não uniformes na base das próteses

65

totais. Deformações e afastamentos verificados entre o corpo de prova e a linha mais

posterior do modelo metálico, post-dam, não se apresentam de modo linear, sendo

observado em um mesmo corpo de prova variações significantes.

A colocação da resina acrílica no muflo para prensagem se mostrou fator

importante na imposição de tensões, que, após a demuflagem, são vistas

imediatamente a olho nu, fenômeno descrito anteriormente na literatura

(GRUNEWALD, PAFFENBARGER E DICKSON 1952; VILLA 1969; CARVALHO

1972; O`BRIEN E RYGE 1981).

Analisando os dados obtidos, observamos que a resina acrílica prensada em

fase plástica e armazenada a seco, apresentou uma desadaptação menor que a

mesma resina armazenada em meio úmido, resultados estes que estão de acordo

com estudos prévios (KERN 1941; SKINNER E COOPER 1943; SMITH E

SCHOONOVER 1953). Já a resina na fase fluida apresentou resultados similares,

porém com maior diferença entre seca e úmida.

Estudando a análise estatística observou-se que o desvio padrão é alto

quando comparamos as medidas feitas nos pontos A, B e C com N=10, por ponto, e

o erro padrão é menor nos mesmos pontos, porém ainda significante. As tabelas 2 e

3 demonstram com clareza que a deformação da resina acrílica não obedece a um

padrão uniforme e que a contração provoca a diminuição da distância entre a face

palatina dos molares comprometendo a oclusão da prótese total com seu

antagonista, provavelmente devido à liberação das tensões geradas durante o

processamento da resina acrílica (KERN, 1941; VIEIRA, 958; WOELFEL E

PAFFEEMBARGER, 1959).

Usou-se uma técnica de inclusão em silicone sem o uso do gesso para facilitar

a remoção do corpo de prova. Esta técnica tem sido utilizada em larga escala pelos

66

laboratórios com sucesso, pois além de facilitar a demuflagem e o acabamento das

próteses preserva a riqueza dos detalhes da ceroplastia. Os técnicos usam uma

camada de silicone para revestir a cera e os dentes e completam o muflo com gesso

tipo II. Neste experimento não usamos gesso completando todo o muflo com silicone

de alta densidade. O uso de muralhas de silicone começou a ser estudada 1961 por

Marcroft, seguindo-se outros estudos por Tucker e Freeman em 1971; Muench e Ueti

em 1974.

A observação clínica tem mostrado que a adaptação de próteses prensadas

com resina na fase fluida é mais estável e apresenta menores alterações

dimensionais porque as tensões impostas pelo processo de prensagem e

polimerização são menores. Alguns autores afirmam que a resina prensada na fase

plástica sofre menores deformações (DUKES, 1985), porém, neste experimento

encontraram-se resultados opostos. Craig em 1997, estudou a prensagem da resina

acrílica em fase anterior à plástica permite melhor escoamento. Neste estudo tomou-

se o cuidado de vazar a resina acrílica na fase fluida, permitindo seu escoamento

para copiar os detalhes da ceroplastia e envolvendo os dentes sem risco de deslocá-

los, aguardando a passagem da resina para fase plástica já acomodada no muflo,

isto permite que a resina passe da fase fluida para plástica recebendo menos

tensões durante o processo de prensagem e polimerização. A resina acrílica quando

passa ao estado plástico torna-se um corpo em estado sólido com forma própria que

levado a prensa recebe uma carga para ser moldado no formato da prótese, este

procedimento impõe tensões que mais tarde, quando em uso, serão liberadas

produzindo maior nível de deformações (JACKSON, LANG E WANGM, 1993 ).

A metodologia da presente pesquisa foi elaborada visando reproduzir as

condições de trabalho em um laboratório tradicional de prótese dental, para tanto

67

foram associadas metodologias encontradas na literatura com algumas

desenvolvidas para este estudo, de modo que o experimento se realizasse o mais

próximo possível da confecção de próteses dentárias em laboratórios convencionais.

Inicialmente foram obtidos dois modelos metálicos para evitar alterações do

padrão de referência e conseqüentemente falsa leitura nos resultados, conforme

descrito na literatura (SKINNER E COOPER, 1943; KIMPARA MUENCH, 1996).

Silicone de alta densidade foi usado no preenchimento dos muflos para

facilitar a demuflagem e acabamento. Esta técnica foi adaptada para não se

empregar o gesso, (MARCROFT et al, 1961; TUCKER E FREEMAN, 1971;

MUENCH E UETI, 1974).

A resina acrílica termo polimerizável usada foi da maca Clássico tipo rosa

médio sem veias, por ser a mais consumida, segundo dados colhidos junto às lojas

do ramo na cidade do Rio de Janeiro RJ., e sendo manipulada de acordo com as

instruções do fabricante, ou seja: 3 partes de polímero para 1 de monômero, em

proporções volumetricamente, também citado por Craig et al et, 1988.

A prensagem foi feita em duas fases distintas de cura da resina, 20 corpos de

prova na fase plástica e 20 na fase fluida para que estes fossem comparados

posteriormente. Experimentos parecidos foram realizados por outros autores, porém,

envolvendo outras avaliações e obtiveram resultados semelhantes (CARVALHO,

1972; DUKES et al , 1985; KIMPARA, 1995; CRAIG, 1997).

Outro fator considerado foi o tempo de espera pós prensagem. Vários autores

propõem que a resina acrílica depois de prensada deve ser mantida sobre carga por

um tempo que permita sua estabilização e eliminação do monômero residual. As

citações da literatura falam em polimerização imediata após a prensagem e em

esperas que variam até 24h. Os resultados mostram que a espera pós prensagem

68

tem efeito positivo no controle das deformações, por isto, optou-se por uma espera

de 12h antes de iniciar-se a polimerização, tempo suficiente, além de facilitar a rotina

nos laboratórios que deixam as próteses na prensa durante a noite. Este

procedimento é de suma importância no controle das alterações dimensionais por

permitir a liberação do monômero residual (CARVALHO, 1972; KIMPARA, 1995;

KIMPARA E MUENCH, 1996; GÓMES et al, 1998; GONÇALVES, 2000; CONSANI,

2001).

A elevação da temperatura durante o banho de água quente também é fator

importante no controle das alterações dimensionais. Utilizou-se a técnica de

Tuckfield modificada que se mostrou satisfatória para polimerizar adequadamente a

resina acrílica. Esta técnica permite a polimerização em 2h sem que as deformações

se apresentem em níveis que possam comprometer o trabalho.

69

8 CONCLUSÃO .

De acordo com a metodologia utilizada e com os resultados obtidos, podemos

concluir que:

1. O modelo experimental desenvolvido mostrou-se capaz de produzir resultados

passiveis de serem estatisticamente comparados.

2. A prensagem na fase fluida foi capaz de controlar de modo significantemente mais

eficaz a contração de polimerização da resina.

3. A armazenagem dos corpos de prova a seco foi capaz controlar de modo

significantemente mais eficaz a contração de polimerização da resina.

4. A combinação entre a prensagem na fase fluida com o armazenamento a seco

revelou-se como sendo a condição mais eficaz no controle da contração de

polimerização da resina.

70

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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10 ANEXOS

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