o doente oncológico em fase terminal
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O doente oncológico em fase terminal
Pessoa com uma doença evolutiva irreversível, cuja morte é uma consequência directa e para
breve.LEONE et al (2001)
Alívio da dor
Boa ventilaçãoA assistência a este
doente deve ser dada até ao último instante de
vida Compreensão
Doente terminal
Termo geral para vários crescimentos malignos em muitas partes do corpo.
O crescimento é sem propósito, parasitário, invasivo e desenvolve-se às custas de um
hospedeiro.DUNCAN (1995)
Cancro
Os cuidados prestados a um doente oncológico, que se encontra em fase terminal chamam-se
cuidados paliativos
“Recurso a preparados analgésicos apoiados por uma ajuda espiritual, religiosa, social e
psicológica”LEONE et al (2001)
Contribuem para o processo de humanização do acto de morrer, melhorando a qualidade de
vida do paciente em fase terminal
Sintomas mais frequentes:
Dor
Anorexia
Cansaço fácil
Obstipação
Astenia
Perda de peso
Naúseas
Depressão
Dispneia
Secura da boca
TosseOdor
“é uma experiência sensorial e emocional complexa desagradável associada a lesões tecidulares reais ou possíveis, ou expressada como se essas lesões existissem”
Centeno (1998;p.85), citando a Associação Internacional para o Estuda da Dor
DOR EM ONCOLOGIA
“é aquilo que o doente diz que é, ocorre quando ele diz que ocorre e magoa tanto como ele diz que magoa.”
McCaffery
Em 1967, C. Saunders, firmou um termo para definir a dor crónica de origem neoplásica:
Em oncologia a dor:
subjectiva;
deve ser entendida como uma sensação somatopsíquica que está modulada por uma multiplicidade de elementos distintos de indivíduo para indivíduo ;
é o sintoma mais frequente;
encontra-se em todas as fases da doença, especialmente nas etapas intermédias e avançadas;
a sua frequência depende:
estádio da doença
tipo de tumor
deve-se conhecer a causa da dor para a tratar;
as causa podem ser:
invasão directa dos diferentes estruturas que provocam a dor (ossos, S.N.C., S.N.P., vísceras, tecidos moles e vasos);
tratamentos aplicados;
cirurgia.
AGUDA - abordagem sintomática (cura com analgesia)
CRÓNICA - contínua e progressiva à medida que a doença evolui, frequentemente esta dor é incapacitante
DOR NO PACIENTE ONCOLÓGICO
DOR NOCICEPTIVA - dor somática e visceral
ex. metáteses ósseas;
cancro do pâncreas
Classificação Etiopatológica Da Dor Oncológica:
DOR NEUROGÉNICA/NEUROPÁTICA -dor central,
(estimulação directa do SNC ou SNP) encontra-se em todas as
fases da doença,
especialmente nas etapas
intermédias e avançadas;
ex. tumores cerebrais com HIC;
tumores pélvicos
DOR PSICOLÓGICA OU IDIOPÁTICA - dor psicossomática
ex. sintomas de conversão psiquíca
-Tipos de dor e qualidade;
-localização e irradiação;
-intensidade;
-factores que a aumentam ou atenuam;
-duração e intervalos;
-presença de outras dores ou outros factores que a influenciam
AVALIAÇÃO DA DOR
-dor óssea- severa repentina;
-dor visceral- dor surda, contínua, profunda e relacionada com zona tumural, que agrava à palpação;
-dor por compressão nervosa- tipo queimadura ou lacerante;
-dor cerebral- opressiva ou como zumbido, presente de manhã ou em momentos de tensão;
Tipos e qualidade de dor:
-dor cólica- intermitente que ocorre em períodos crescentes até ao máximo e volta em intervalos regulares;
-dor muscular ou articular- aparece tipicamente com a mobilização de um grupo muscular e localiza-se na zona afectada;
-dor neuropática- deve-se a infiltração tumural de um nervo
-em muitos casos o doente é capaz de localizar a dor;
-a dor visceral é mais imprecisa;
-pode irradiar-se em função das zonas implicadas.
Localização:
-indica se o sintoma está ou não a ser controlado e ajuda a estabelecer a terapêutica analgésica;
-instrumentos de avaliação:
escala categórica verbal
escala categórica numérica
escala analógica visual
Intensidade:
-início da dor;
-instalação espontânea ou lenta;
-prazo de dias ou semanas ou se surgiu através de um movimento e foi instantâneo e intenso;
-factores psicossociais, impacto emocional...
Duração da dor e outros factores que modificam a sua intensidade:
CLASSIFICAÇÃO DA DOR EM PACIENTES ONCOLÓGICOS SEGUNDO
Foley (1984):
Grupo I - paciente com dor aguda relacionada com cancro
Grupo II - pacientes com dor crónica relacionada com cancro Grupo IIa - associada à progressão da neoplasia
Grupo IIb - associada à terapêutica antineoplasica
Grupo III - pacientes com dor crónica preexistente
Grupo IV - pacientes terminais com dor de origem neoplásica
1. Acreditar no paciente;
2. Analgésicos são apenas parte de todo o tratamento;
3. A prescrição de analgésicos deve ser contínua;
4. As doses das drogas devem ser individualizadas;
5. Prefira a via oral de administração de drogas;
Regras clínico-terapêuticas:
6. A “Escala Terapêutica” da OMS;
7. Combinar analgésicos com diferentes pontos de actuação farmacológica;
8. Não permita que o seu paciente sinta dores;
9. Nem toda a dor e responsiva a analgesia;
10. Não esquecer as medidas adjuvantes.
1. Analgésicos não-opióides;
antiprostaglandínicos (salicilato, pirazolânico...)
não-opióide de acção central (acetaminofeno, vitaminol...)
2. Analgésicos opióides;
“fracos” - codeína, dextroproxifeno, tramadol
“fortes” - meperidina, buprenorfina, fentanil, morfina
Analgésicos Mais Comuns
3. Co-analgesia;
4. Psicotrópicos -neurolépticos, benzodiazepínicos, antidepressivos;
5. Corticosteróides;
6. Anticonvulsionantes;
-Tratamento farmacológico;
-Tratamento não farmacológico
TRATAMENTO DA DOR
Tratamento farmacológico
Princípios básicos:
- assegurar que na equipe exista capacidade, conhecimento, atitudes e comunicação adequadas;
- não esperar que o doente se queixe;
- diagnosticar com precisão a causa da dor;
- estabelecer uma estratégia terapêutica e objectivos realistas;
- explicar calmamente ao doente a causa da dor, o tratamento a estabelecer, fazendo-o participar nas decisões;
- monitorizar o controlo dos sintomas (escalas, registos), reavaliar repetidamente;
- trabalhar em equipe.
Objectivos:
- obter analgesia;
- minimizar os efeitos secundários;
- proporcionar conforto e melhorar a qualidade de vida
Tratamento de acordo com o tipo de dor
- Dor nociceptiva -> anti-inflamatórios, analgésicos de acção periférica e analgésicos de acção central;
- Dor visceral -> analgésicos de acção periférica, anti-espasmódicos e analgésicos de acção central e adjuvantes se necessário;
- Dor nervosa -> analgésicos de acção periférica, anticonvulsionantes (carbomazepina), antidepressivos tricíclicos e outros adjuvantes
Tratamento não farmacológico
Objectivos:
- diminuir a intensidade da dor;
- aumentar o nível de tolerância à dor;
- romper o círculo dor-mal-estar-dor;
- reforçar a auto-estima e a autonomia;
- permitir a participação da família;
- dotar o doente e família de mais recursos para controlar a situação dolorosa;
- reforçar a relação doente/cuidador.
Tratamento não farmacológico:
- Informação sobre a dor -> como profissionais de saúde devemos manter uma comunicação total com o paciente oncológico, fazendo ao doente o ensino sobre técnicas de autocontrole;
- Medidas ambientais organizativas -> medidas que visam aumentar a tolerância à dor, mediante o respeito pelo seu ritmo de actividades quotidianas e a consecução do máximo conforto, tais como:
->favorecer o descanso e relaxamento tanto durante o noite como nalguns momentos do dia para evitar fadiga;
-> adaptar a medicação às necessidades e desejos do doente;
-> adaptar a dieta à situação e necessidades do doente;
-> adaptação e flexibilidade dos horários de visitas, atendendo à particularidade de cada caso;
-> adaptação dos espaços físicos;
-> promoção da integridade e participação familiar;
-> promoção de distracções e actividades lúdicas;
-> as nossas atitudes como profissionais de saúde e a relação que estabelecemos com os pacientes também influenciam a experiência da dor e de outros sintomas.
- Medidas físicas -> para alívio da dor, favorecer a aproximação do cuidador ao doente e fornecer formas de comunicação através do relaxamento corporal, tais como:
- aplicação de calor e frio;
- aplicação de mentol;
- massagens suaves;
- mobilizações activas e passivas;
- estimulação nervosa eléctrica e transcutânea
- Medidas de relaxamento psicológico
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO DOENTE COM DOR ONCOLÓGICA:
1. Avaliação da dor do doente, verificando com ele a localização,a intensidade, as características, início e duração;
2. Administrar analgésicos prescritos a horas fixas;
3. Reduzir o estímulo doloroso sempre que possível;
4. Alterar a percepção da dor;
5. Adoptar medidas complementares para tratamento da dor;
6. Estabelecer uma comunicação adequada:
- com o doente demonstrando interesse por ele e pelas suas queixas;
- com a família, fornecendo-lhe a informação necessária;
- com a equipe, devendo a informação que fornece ao doente estar de concordância com a dos demais colegas, estabelecendo objectivos consensuais;
7. Monitorizar a resposta do doente à analgesia.
O cancro e a Nutrição/
Desnutrição
O Impacto do cancro na nutrição depende de:
Tipo de cancro;Localização;
Alterações do metabolismo;
Perda de Peso;
Anorexia;
A Terapia Nutricional tem como objectivos:
A desnutrição compromete a terapêutica e a qualidade de vida
Atingir e manter o peso desejável;
Diminuir sintomas decorrentes da doença e tratamento, através da adaptação dos alimentos ou métodos de alimentação;
Caquexia
Alterações metabólicas;
Anorexia;
Náuseas e Vómitos;
Secura da boca;
Perda de paladar e olfacto
Disfagia;
Ansiedade;
Alterações do Metabolismo
O metabolismo da glicose e lípidos sofre alterações:
Intolerância à glicose com resposta de insulina diminuída;
Predomínio do metabolismo Anaeróbio- Ciclo de CoriGliconeogenese Hepática Aumentada;
Aumento da Lipólise
Perda de Massa magra
Anorexia
Depressão;
Produção de neurotransmissores- suprimem o apetite;Estimulação de glicorreceptores por hiperglicémia e elevação do ácido lácteo- diminui o apetite
Alteração do paladar e olfacto;
Anorexia
Acções de Enfermagem:
Ter em conta as preferencias do doente;
Ingerir pequena quantidades de líquidos e nutrientes após longos períodos de jejum ou crise de vómitos;
Evitar atitudes autoritária por parte de familiares /profissionais;
Proporcionar exercício leve ou uma pequena caminhada antes da refeição;
Após uma crise vómitos explicar ao doente a possível existência de “aversão induzida”;
Anorexia
Acções de Enfermagem:
Proporcionar um ambiente calmo e agradável;
Misturar e esconder sabores desagradáveis;
Alterações na forma e ritmo da oferta das refeições, podem minorar os sintomas desagradáveis.
Diarreia
Infecção;
Terapêutica oncológica
Acções de Enfermagem:
Ingestão de alimentos obstipantes;
Proporcionar uma boa hidratação;
Ingestão de alimentos ricos em K+;
Obstipação
Terapêutica ( ex.: codeína)
Insuficiente ingestão de líquidos;
Imobilidade;Diminuição do peristaltismoAcções de Enfermagem:
Uso de laxantes, clisteres e enemas, se necessário;
Aumento da ingestão de líquidos;
Estimular a mobilização;
Ingestão de alimentos ricos em fibras ;
Náuseas e Vómitos
Quimioterapia;
Radioterapia;
Fármacos;
Ansiedade;
Irritação Gástrica;
Acções de Enfermagem:
Náuseas e Vómitos
Fazer o balanço hídrico;
Identificar as características e intensidade dos vómitos;
Identificar sinais de desidratação, fraqueza e prostração;
Descansar após as refeições;
Ingerir alimentos à temperatura ambiente;
Evitar alimentos com grande teor em gorduras;
Secura da Boca
Desidratação;Radioterapia local;
Terapêutica;
Acções de Enfermagem:
Limpeza e hidratação oral;
Ingestão de alimentos que estimulem a salivação ( sumos de frutas, batidos, rebuçados, pastilhas...)
Disfagia
Acções de Enfermagem:
Alt. Neurológicas;
Obstrução mecânica;
Infecções orais;
Proporcionar alimentos moles em doses pequenas e fraccionadas;
Proporcionar cuidados de higiene oral;
Terapia Nutricional Artificial
Nutrição Enteral;
Nutrição Parentral;
Quando o doente não se consegue alimentar
Nutrição Enteral:
A dieta deve ter em conta as necessidades do utente;
Acções de Enfermagem:Acções de Enfermagem:
Manutenção da sonda;Preparar e armazenar as soluções correctamente;Administrar de forma lenta e cuidadosa;
Estar atento aao surgimento de estase gástrica , distênção abdominal, dor, obstipação e diarreia;
Nutrição Parenteral:
Quando não é possível uma nutrição entérica;
Técnica asséptica
O cateter também pode ser utilizado para Radioterapia;
Instalação de um cateter central
Acções de Enfermagem:Acções de Enfermagem:
Nutrição Parenteral:
Vigiar sinais de infecção;
Cuidados relativamente à dieta a administrar;
O fim deste tipo de nutrição, é ditado pelo quadro clínico do doente.
Segundo Sotto-Mayor cuidados terminais são:
Cuidados dispensados ao doente quando já não é possível melhorar o prognóstico fatal da sua doença, ou da sua situação clínica, com os métodos terapêuticos acessíveis;
Cuidados de saúde quando a morte se aproxima.
Os doentes têm o direito a cuidados de saúde terminais humanizados, e a morrer com dignidade
Requisito:
Que sejam criados os meios necessários
Os cuidados ao doente oncológico em fase terminal, devem estar organizados em três fases:
Histórico de Enfermagem
Desenvolvimento de um plano de cuidados e/ou actividades
Avaliação da situação
Histórico de Enfermagem:
Deve incluir uma boa anamnese onde pesquisam dados relativos a:
Dados pessoais História Clínica
Capacidades funcionais e realização de actividades da vida diária
Estado nutricional
DorMedicação
Os registos precisos, claros e concisos são da máxima
importância pois permitem estabelecer futuras
comparações e fornecer informações importantes aos restantes membros da equipa
Planeamento:
Esta fase, inicia-se após a identificação dos problemas e necessidades tanto do paciente como da sua família
É necessário considerar os seguintes factores:
Ajudar o doente e família a identificarem problemas específicos
Ajudar o doente e família a identificarem os serviços ou recursos necessários
Estabelecer o estado económico do doente
Estabelecer critérios de avaliação do plano realizado
Obter o consenso do doente e família para obter os recursos necessários
Elaborar o plano de cuidados em conjunto com o paciente e família
Avaliação
Trata-se de verificar os resultados do plano de cuidados executado.
Mediante os critérios de avaliação estabelecidos na fase anterior pode acontecer esta ser
Positiva Negativa
Melhor qualidade de vida
Hospital
Grande desafio físico e emocional
Domicílio do doente
com familiares
com amigos
com pessoal de saúde
Programação da alta
É fundamental antecipar alguns problemas que poderão surgir
Família preparada para enfrentar esses problemas
IMPORTANTE:Dialógo entre: doente
família
pessoal de saúde
Questionar o doente:
Existe vontade em ir para casa?
Tal decisão desperta-lhe receios?(sobrecarga para a família; insegurança face a problemas clínicos intercorrentes,...)
Conflito de sentimentos:
Desejo de ter alta
Insegurança face ao apoio domiciliário
Pessoal de saúde hospitalar:
Esclarecer as duvidas
Transmitir confiança
Estabelecimento de um plano de controlo sintomático do doente no seu domicílio ( queixas actuais e previsíveis no futuro)
Prever a sua Exequibilidade:
• Existe capacidade física e emocional dos familiares para o acompanhar, tendo em conta que pode durar desde semanas a meses.
Questões face à exequibilidade do plano proposto
Existe espaço suficiente?
A família tem capacidade física?
Existe disponibilidade de um ou mais familiares para essas tarefas?
Existe condições de privacidade
Os familiares estão preparados psicologicamente?/ São capazes de dar apoio psicológico?
Existem estruturas de saúde na área de residência do doente?
É importante que o doente e a sua familia saibam que:
Não estão a esquivar-se ao seguimento do doente
Continuam disponíveis para apoiar o doente, seus familiares e os profissionais de saúde que vão seguir o doente
Médico/pessoal de saúde hospitalar
Médico de família e pessoal de enfermagem do C.S.
Os mais bem posicionados para a prestação de cuidados se saúde a estes doentes
Terapêutica Paliativa
Pessoal hospitalar Pessoal do C.S.
Desde o início da doença
O doente deve manter consultas no seu centro de Saúde
comunicação
Médico de família
Terapêutica paliativa
Conhecimentos
Prática
Diversidade
Complexidade dos problemas
O ideal seriam as equipes multidisciplinares para seguir o doente terminal no seu domicilio:
doente
• familiares• amigos
Médico de família Pessoal de enfermagem
• Fisioterapeuta•Terapeuta ocupacional• Psicólogo• Assistente social• Assistente espiritual• Nutricionista• Oncologista• Especialista na terapêutica da dor
No entanto não existem estas estruturas pelo que grande parte dos problemas são colmatados pelos técnicos de saúde dos C.S.
Ao planear-se a alta :
Apoiar familiares para obter material necessário (cama articulada, oxigenoterapia, aspiradores...)
Transporte no dia da alta
Necessidades do doente e o modo de as suprimir
Equipe médica + enfermagem + assistente social
Rever rotinas diárias
A família deve ser integrada na equipe de enfermagem para assistir o modo como se presta os cuidados ao doente:
Mobilizações, prevenção de escaras;
Cuidados de higiene...
Administração de medicamentos
O doente deve ter:
plano minucioso da medicação prescrita, da dieta e de outros cuidados propostos.
informação escrita detalhada do seu estado clínico
Lista de problemas actuais
médico responsável no hospital e a quem vai ser referenciado
Em casa:
O doente deve escolher o local e o modo como vai ficar acomodado
Se tiver naúseas e vómitos afastar-se da cozinha
Importante ficar perto da casa de banho
se o doente quiser ter papel activo na vida familiar poder-se-á colocar a cama na sala
Papel fundamental do médico de família e do enfermeiro de família no aconselhamento
Considerar cada sintoma como genuíno e valorizado como tal
Até prova em contrário, a queixa do doente tem causa física
Dar especial relevo ao diálogo equipe de saúde/doente
O doente está frequentemente polissintomático (sintomas moderados/ graves)
Em geral o doente toma mais que um fármaco pelo que se deve fazer um plano escrito minucioso da terapêutica instituida e da cronologia da sua aplicação
Fármaco Indicações
Dexametasona
Naproxeno
Opiáceos
Acetato de megestrol
Metoclopramida
Codeína
Clorpromazina
Anorexia, astenia, fadiga, depressão, dispneia,dor
Dor
Dor, dispneia, tosse, ansiedade
Anorexia, perda de peso
Naúseas, vómitos
Tosse irritativa, dor
Ansiedade, naúseas, dispneia
Efeitos secundários mais frequentesdiarreia
dispneia
tonturas
sonolência
alterações visuais
naúseas
desconforto abdominal
obstipação
cefaleiaseuforia
depressão respiratória
Em cada visita médica:
- Avaliação dos progressos alcançados- Fazer eventuais ajustes terapêuticos
Tendo sempre em atenção se o doente está a comprir e a aderir bem á terapêutica
Ainda em relação à terapêutica:
preferir a via oral antecipar os eventuais efeitos colaterais de modo a preveni-los
Ter em atenção:• idade;
• Estado proteíco;
• Função cardíaca, renal, hepática
• outros parâmetros que possam influenciar a eficácia da terapêutica
procedimentos invasivos só se outras medidas não resultarem deve-se sempre ponderar entre os beneficios e os efeitos indesejáveis
A comunicação entre técnicos de saúde e doente/família é muito importante, devendo-se estabelecer uma linguagem de equipe.
• determinar o grau de conhecimentos que o doente e família têm sobre a doença.
Evitar deturpação de factos
• Deve-se nomear um “porta voz”
Certificar-se que o indivíduo tem competências
No entanto toda a informação prestada deve ficar registada
Cuidados ao doente que está a morrer
Interromper qualquer terapêutica não necessária ao alívio sintomático
Evitar qualquer exame complementar
Instituir a terapêutica sintomática necessária “sem receios”
Em caso de eficácia, não interromper a terapêutica paliativa, mesmo em face de alterações do ritmo respiratório, sedação marcada ou hipotensão
Avisar os familiares do fim próximo do doente
(colorário de uma preparação anterior) = não esquecer o apoio posterior
Sinais de morte:
Paragem respiratória
Paragem cardíaca
Ausência de pulso, TA, reflexos
Rigor mortis
Arrefecimento do corpo
Amolecimento do globo ocular
Embaciamento da córnea
Midríase fixa
A finalidade destes cuidados é, para além de prestar uma última homenagem, continuar a respeitar a sua originalidade e personalidade.
Deve tentar respeitar-se a última vontade de quem partiu, conciliando-a com a dos familiares.
Cuidados post-mortem
De um modo prático, quando se detecta a morte do paciente, deve-se:
- colocá-lo em decúbito dorsal
- não utilizar substâncias desodorizantes
- fazer múmia
- identificar o cadáver
A situação pela qual o doente canceroso, em fase terminal, passa, representa um enorme desafio
para a Enfermagem.
Assim, alguns diagnósticos são passíveis de serem elaborados, embora não se resumam aos
apresentados:
Alteração da NHB de segurança, relacionada com a mudança do estado de saúde (ou risco de
morte/preocupações socio-económicas), manifestada por:
sentimentos de inadequação insónia
desespero comportamentos de auto - referência
medo
Alteração da NHB de abrigo, relacionada com a percepção da perda da vida e pessoas significativas manifestada por:
raiva tristeza
retraimento mudança dos padrões alimentares e de sono
Alteração da NHB de repouso, relacionada com dor, manifestada por:
insónia; desconforto;
queixas verbais; máscara de dor.
Segundo TABER (2000), é importante que “todos os membros da equipa trabalhem em colaboração uns com os outros e também com o paciente e sua família”
É da competência do membro de Enfermagem:
Psicologicamente :
Instruir o paciente e família sobre o processo de doença, seu progresso, tratamento e desfecho
Apoiar o paciente e sua família
Diminuir o grau de temor pela doença e sua impotência
Incentivar o paciente e família a verbalizar os seus temores
Fisicamente:
Manter o equilíbrio de líquidos e electrólitos
Manter o estado nutricional
Manter a eliminação
Manter uma higiene pessoal o mais cuidada possível
Assim, as filosofias de vida e as próprias experiências
afectam directamente o modo como um enfermeiro lida com
o seu doente
“É essencial que as enfermeiras que trabalhem com pacientes terminais estejam conscientes
dos seus próprios temores e sentimentos relacionados à morte e à agonia da morte”
TABER (2000)
Durante a relação enfermeiro/paciente, este último espera encontrar determinadas atitudes no
primeiro. São elas:
Compaixão – sentimento envolto de ternura, compreensão e desejo de ajudar
Integridade – que compreende honestidade, responsabilidade e confiabilidade
Mutualidade – é o saber compartilhar, estar aberto e sem preconceitos
Constância – é a persistência, confiança, disponibilidade e responsabilidade
Positivismo – é o apoiar, incentivar e restaurar a vitalidade e força interior do doente, levando sempre em consideração a realidade e gravidade da doença
Espiritualidade – é o respeito pela dimensão espiritual de cada doente
Escuta activa – é o saber ouvir (muito mais do que falar) aquilo que o doente tem a expressar
Relação horizontalizada – é saber trocar de lugar com o doente e imaginar o que ele sofre e sente nesse momento
É o acto de, invocando
compaixão, matar intencionalmente
uma pessoa Involuntária
Voluntária- Activa
- Passiva
Embora o termo eutanásia seja usado indiscriminadamente, há ainda o chamado
suicídio assistido
Eutanásia
Usa-se este termo, quando uma pessoa ajuda outra a acabar com a própria vida
Consiste em atrasar o mais possível o momento da morte usando todos os meios, ainda que não haja esperança alguma de cura. Não há intenção de debelar ou diminuir a doença, mas assiste-se à satisfação do pedido de familiares que não querem que o paciente morra ou com vista à experimentação médica.
Suicídio Assistido
Distanásia (intensificação terapêutica ou obstinação terapêutica)
“Cuando creé que estaba aprendiendo a vivir, no estaba sino aprendiendo a morrir.”
Leonardo da Vinci
Bibliografia
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“Interface da Medicina Legal e da Bioética” ; Selecção de textos do Professor Doutor J. Pinto da Costa; 2001