o despertar – 8101 – 9.01.2002

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PORTE PAGO Rua Pedro Roxa, 27 a 31 3000-330 COIMBRA Tel. 239 822 216 - Fax 239 838 141 Email: [email protected] Director: Artur Almeida e Sousa FUNDADO EM 1917 BI-SEMANÁRIO REPUBLICANO INDEPENDENTE 1964-2000 36 anos de serviço FUNDA˙ˆO BISSAYA BARRETO MULHER Se vives uma situaçªo problemÆtica... Se Øs vítima de maus tratos... Se Øs adolescente e tens dœvidas... Se vives uma gravidez indesejada... ...Conta connosco, porque tu nªo estÆs só! Nós somos o S.O.S. Mulher, serviço anónimo e confidencial Procura-nos: Tel. 239 406 300 - 2.“ a 6.“ feira das 11 às 18 h. ou Apartado 596 3001 COIMBRA Codex VÁLVULA DE CUNHA ELÁSTICA Construção segundo Normas Europeias Ferro Fundido Dúctil GGG50 Pintura Époxica MARCO DE INCÊNDIO “CLASSIC” Estanquicidade a 500 mm abaixo da linha de solo Ensaiado por diversas corporações de bombeiros e organismos oficiais Fabricado segundo normas europeias Sede: Apartado 467 - Coselhas - Tel. 239 490 100 - Fax. 239 490 198 / 99 3001-906 Coimbra Filial: Apartado 4 R. de Aveiro 50 - Tel. 231 949 261 - Fax 231 949 292 3050-903 Pampilhosa Quarta feira 9 de Janeiro de 2002 Ano 84 N.º 8101 – 100$00 - 0,5 Novos e autarcas reeleitos prometem desenvolvimento PÆgina 7 Empresários contra suspensão da SIPIE PÆgina 4 Câmara da Figueira aumenta passivo PÆgina 7 Manifestação defende Fábrica da Cerveja PÆgina 4 Instituto da FBB comemora nove anos Hoje Machado assina protocolo Manuel Machado, presidente cessante da Câmara Municipal de Coimbra, assina hoje, pelas 12 horas, na sala de sessões da Câmara, um Protocolo de Cedência do Direito de Superfície de Terrenos Municipais para o Corpo Nacional de Escutas/Junta Regional de Coimbra, para os Agrupamentos nºs 893 (Fala) e 1199 (Santa Apolónia). Reunião do Senado Realiza-se hoje, pelas 15 horas, na Reitoria da Universidade de Coimbra, a reunião do Senado. Da ordem de trabalhos deste encontro constam a carta dos direitos e deveres dos estudantes, a medalha honorífica da Universidade e a cedência do direito de superfície no Pólo II. Minorias étnicas e religiosas Começa hoje, no Instituto de História Económica e Social, o curso sobre “Minorias étnicas e religiosas em Portugal. História e actualidade”. Amanhã O outro lado da co-incineração “A propósito da co-incineração” é o tema do próximo encontro das “Quintas In Vivo”, uma iniciativa que a Revista Mensal de Saúde “In Vivo”/Mar da Palavra - Edições está a promover no Hotel Astória, em Coimbra, todas as segundas quintas-feiras de cada mês. Este debate está marcado para as 18 horas de amanhã e vai ser moderado pelo jornalista José Manuel Portugal. Autarquia celebra contratos O presidente cessante da Câmara Municipal de Coimbra assina amanhã, pelas 12 horas, na sala de sessões da autarquia, contratos- programa para a construção de polidesportivos com algumas instituições do concelho, nomeadamente, com o Centro Cultural e Recreativo de Quimbres, Grupo Cultural e Desportivo de S. Martinho de Árvore, Associação Desportiva e Cultural de Andorinha, Centro Popular de Trabalhadores Sobral de Ceira e Esperança Atlético Clube. Jornalismo em debate “O repórter na guerra: a verdade possível” é o tema da conferência que vai ser proferida amanhã, pelas 15 horas, na sala 2 do Instituto Superior Miguel Torga, pela jornalista Alexandra Prado Coelho. Esta sessão é aberta aos alunos do Instituto e ao público em geral, mediante inscrição prévia. PÆgina 3

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Page 1: O Despertar – 8101 – 9.01.2002

PORTE PAGO

Rua Pedro Roxa, 27 a 313000-330 COIMBRA

Tel. 239 822 216 - Fax 239 838 141Email: [email protected]

Director: Artur Almeida e SousaFUNDADO EM 1917

BI-SEMANÁRIO REPUBLICANO INDEPENDENTE

1964-2000

36anosdeserviço

FUNDAÇÃO BISSAYA BARRETOMULHER

� Se vives uma situação problemática...� Se és vítima de maus tratos...� Se és adolescente e tens dúvidas...� Se vives uma gravidez indesejada.. .

...Conta connosco, porque tu não estás só!Nós somos o S.O.S. Mulher,serviço anónimo e confidencialProcura-nos:Tel. 239 406 300 - 2.ª a 6.ª feira das 11 às 18 h.

ouA p a r t a d o 5 9 6 � 3 0 0 1 C O I M B R A C o d e x

VÁLVULA DE CUNHA ELÁSTICA

Construção segundo Normas EuropeiasFerro Fundido Dúctil GGG50

Pintura Époxica

MARCO DE INCÊNDIO “CLASSIC”

Estanquicidade a 500 mm abaixo da linha de soloEnsaiado por diversas corporações de bombeirose organismos oficiaisFabricado segundo normas europeias

Sede: Apartado 467 - Coselhas - Tel. 239 490 100 - Fax. 239 490 198 / 993001-906 Coimbra

Filial: Apartado 4 – R. de Aveiro 50 - Tel. 231 949 261 - Fax 231 949 2923050-903 Pampilhosa

Quarta feira • 9 de Janeiro de 2002 • Ano 84 • N.º 8101 – 100$00 - 0,5

Novos e autarcas reeleitosprometem desenvolvimento

Página 7

Empresários contrasuspensão da SIPIE

Página 4

Câmara da Figueiraaumenta passivo

Página 7

Manifestação defendeFábrica da Cerveja

Página 4

Instituto da FBB comemora nove anos

Hoje

Machado assina protocoloManuel Machado, presidente cessante daCâmara Municipal de Coimbra, assinahoje, pelas 12 horas, na sala de sessões daCâmara, um Protocolo de Cedência doDireito de Superfície de TerrenosMunicipais para o Corpo Nacional deEscutas/Junta Regional de Coimbra, paraos Agrupamentos nºs 893 (Fala) e 1199(Santa Apolónia).

Reunião do SenadoRealiza-se hoje, pelas 15 horas, na Reitoriada Universidade de Coimbra, a reunião doSenado. Da ordem de trabalhos desteencontro constam a carta dos direitos edeveres dos estudantes, a medalhahonorífica da Universidade e a cedência dodireito de superfície no Pólo II.

Minorias étnicas e religiosasComeça hoje, no Instituto de HistóriaEconómica e Social, o curso sobre“Minorias étnicas e religiosas em Portugal.História e actualidade”.

Amanhã

O outro lado da co-incineração“A propósito da co-incineração” é o temado próximo encontro das “Quintas In Vivo”,uma iniciativa que a Revista Mensal deSaúde “In Vivo”/Mar da Palavra - Ediçõesestá a promover no Hotel Astória, emCoimbra, todas as segundas quintas-feirasde cada mês. Este debate está marcado paraas 18 horas de amanhã e vai ser moderadopelo jornalista José Manuel Portugal.

Autarquia celebra contratosO presidente cessante da Câmara Municipalde Coimbra assina amanhã, pelas 12 horas,na sala de sessões da autarquia, contratos-programa para a construção depolidesportivos com algumas instituições doconcelho, nomeadamente, com o CentroCultural e Recreativo de Quimbres, GrupoCultural e Desportivo de S. Martinho deÁrvore, Associação Desportiva e Culturalde Andorinha, Centro Popular deTrabalhadores Sobral de Ceira e EsperançaAtlético Clube.

Jornalismo em debate“O repórter na guerra: a verdade possível”é o tema da conferência que vai serproferida amanhã, pelas 15 horas, na sala 2do Instituto Superior Miguel Torga, pelajornalista Alexandra Prado Coelho. Estasessão é aberta aos alunos do Instituto e aopúblico em geral, mediante inscriçãoprévia.Página 3

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09/01/02

figuras da alta

Manuel Bontempo

opinião 2

lávio Rodrigues o príncipe da guitarra

AGÊNCIA FUNERÁRIA

ADELINO MARTINS, LDA.O ORGULHO DE BEM SERVIR DESDE 1940

FUNERAIS � FLORES � TRASLADAÇÕES

SERVIÇO PERMANENTETelefs. 239 824 825 - 239 820 406

R. Corpo de Deus, 118-120 3000 COIMBRA

BI-SEMANÁRIO(Sai às quartas e sextas feiras)

Número de Registo 100117

Redacção e Administração:Rua Pedro Roxa, 7-1.º

Fax 239 838 141Tels 239 822 216 - 239 825 173

Oficinas Gráficas:Rua Pedro Roxa, 27 a 31

Fax 239 838 141Tels 239 822 216 - 239 825 173

Composição, Montagem eImpressão nas Oficinas

Gráficas de “O Despertar”Tiragem média no mês de

Novembro 24.000 Exemplares

Denominação Social:ANTÓNIO DE SOUSA (HERDEIROS), LDA.

Contrib. N.º 502 137 258 - Capital Social: 1.500.000$00Gerência:

Artur Almeida e Sousa; Lúcia Maria Sousa Correiae José Carlos Antunes

A Capela de Mucelae o seu Padroeiro

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Rosa Campos

Fim

Continuação

A fé no Santo continua vivanas pessoas, sendo frequenteencontrar painéis de azulejos ouimagens pintados à mão em suamemória, tanto nas vivendas dacidade, como nas casas da aldeia.

Contava-me há dias umaamiga, que muitas vezes, ao sairde casa, encontra pessoasajoelhadas a rezar aos pés do Santopintado no painel de azulejos quedecora a fachada da sua casa.

Isto passa-se na Conchada,em plena cidade de Coimbra e nofinal do século XX! O fervor daspessoas é tal que fazem sinal àdona da casa para não interrompera oração. É frequente, também,encontrar moedas junto aoreferido painel.

A fé continua tão viva quebasta uma simples decoração

Nós achamos muito descuido ou má-fé não ser considerado FlávioRodrigues o maior guitarrista deCoimbra, quiçá, dos mais fulgurantesdo país, no seu espantoso idealismode criador de melodias, de se dar naarte de bem tocar guitarra, de ensinaroutros, na sua quase fantástica idolatriapor esses sons inconfundíveis, únicos,na própria consciência da suahumildade e da sua grandeza.

Não há partilha equitativa, porexemplo, entre o maior dos guitarristasconimbricenses, compositor, tododado às humanidades e “Zé Trego”,que tocou viola e nunca foi exímioguitarrista; sair desta premissa é criarfactos históricos absurdos, erróneos, epior ainda, certamente, criar má-fé.

De família de músicos, pai eirmãos, ele conservava uma tradição erecriava novos sons numa fidelidadeao espírito coimbrão, abnegado,ensinando gregos e troianos, novose velhos, estudantes e futricas, for-mando uma escola, na Velha Alta,onde os discípulos rendiam culto aomestre.

Flávio Rodrigues quase oni-ricamente foi na “guitarra” a forma maisdecisiva de moldar o seu ser na procurade imprimir a sua feição especial,diferente, no prazer perfeito de “tocar”,de “improvisar”, na vontade de elevara guitarra de Coimbra e naquele lirismotranscendente, na harmonia das suas

composições, na inspiração de raroselementos clan-gorantes de mexer nascordas, como um afago, numa entregadevotada, genial, como beijasse umanamorada sempre pressentida...

Flávio Rodrigues, essa figura daAlta, estava apossado de todos ossegredos da guitarra, e distingui-a daguitarra de Lisboa, ou assim chamada,transformando o Fado de Coimbra,numa realidade viva, ou uma arte,delimitada de todas as outras.

Flávio Rodrigues, que morreu noverão da vida, arrebatado pela guitarra,pelo seu génio, procurou, nas suaspartituras sempre a infiltração máximado Fado de Coimbra, das modas doMondego, no auscultar o cântico dasaves, dos choupos, o amanhecer e oentardecer, os segredos da Natureza, dereconhecer os segredos da alma namultiplicidade dos seus fenómenos edo homem que se engrandeceespiritualmente pela música.

Gostava de tocar para todos.Músico de várias facetas - foi homemsimples, compositor, improvisador, degrande técnica no desvendar a análiseestilística da guitarra de Coimbra,impondo o seu método que Portugalou Brojo, dois grandes guitarristas,aceitavam e seguiam, como esteclássico instrumento, tão grato aocoração de Coimbra, fosse nas mãos dopríncipe da guitarra a exuberância dumespaço tridimensional representativoele mesmo duma cultura popularcontemporânea.

Caprichos e invenções, técnicas a

improvisos, tudo isso e mais foi umnovo Romantismo neste grandeintérprete da guitarra de Coimbra.

A justiça dos homens por vezesesquece-se destas enormes figuraspopulares, e Flávio Rodrigues bemmerecia o seu nome numa rua, num sítiode Coimbra, a perpetuar o seu talento eo ensino que exercitou por toda a Alta,por toda a cidade.

Os seus pormenores técnicos ehistoriográficos de valia ainda estãopara ser divulgados.

Esta cidade tão madrasta para osseus filhos é, no entanto, fidalga paraos enteados.

Para quando uma homenagem aomaior guitarrista de Coimbra da linhade Carlos Paredes?

A Alta de gratas tradições foicenário de grandes vultos!

Flávio Rodrigues hoje e sempre,foi um génio reconhecido pelos seusdiscípulos, António Portugal, Ralha,Brojo, tantos outros.

A ambientação popular e inte-lectual, o convívio com as paredes daUniversidade, com estudantes, fizeramdele um requintado de espírito, comofactor de intensidade artística, que emtodos, a uma voz, foi considerado umafigura nacional, na difícil arte de tocarguitarra.

É indecoroso não reconhecerneste ilustre conimbricense, deprofissão barbeiro, o grande mestre daguitarra de Coimbra, dos maioresguitarristas portugueses.

O resto é história deformada!

SEGUNDO CARTÓRIO NOTARIALDE COIMBRA

Certifico para efeitos de publica-ção que por escritura de vinte deDezembro de dois mil e um, exarada afolhas vinte e nove, e seguintes, dolivro de notas para escrituras diversasnúmero SEISCENTOS E NOVENTA ESEIS - B, deste cartório a cargo do Notá-rio Joaquim Manuel Sales GuedesLeitão, os senhores:

JOAQUIM DOS SANTOS e suaesposa MARIA DA CONCEIÇÃOPOIARES, casados no regime dacomunhão geral, naturais, ele dafreguesia de São Paulo de Frades, elada freguesia de Eiras, concelho deCoimbra e residentes em Casais de Eiras,na dita freguesia de Eiras, contribuin-tes fiscais números 161.860.524 e177.862.459, respectivamente disseramque são donos e legítimos possuidores,com exclusão de outrém, de um prédiourbano, uma casa de habitação de doisandares e quintal, com a área cobertade cinquenta e cinco metros quadradose descoberta com três mil metrosquadrados, sita no lugar de Casais deEiras, freguesia de Eiras, concelho deCoimbra, a confrontar do norte com JoséSimões Estanqueiro, sul com FranciscoPereira da Silva e outro, nascente com arua e poente com José RodriguesPasseiro, inscrito na matriz sob o artigonúmero 8, dezassete vinte e cinco avosem nome de Angélica das Neves e oitovinte e cinco avos em nome do justi-ficante marido e com o valor patrimonialde 24.906$00, ao qual atribuem o valor

de quinhentos mil escudos.O mesmo veio à sua posse em mil

novecentos e setenta e cinco, porcompra feita a Angélica das Neves emarido Francisco Maria Lobo, residentesno dito lugar de Casal de Eiras, sem queno entanto ficassem a dispor de títuloformal que lhes permita obter o seuregisto na competente Conservatória.

Todavia, possuem-no como se vê,há mais de vinte anos e, tal posse,sempre foi exercida de forma pública,pacífica e sem interrupção, tal como secorrespondesse ao exercício do direitode propriedade, por isso, fazendo obrasde conservação e habitando o prédiourbano e colhendo os seus frutos naparte rústica, pagando as respectivascontribuições ao longo de todos essesanos.

Por tal motivo, perante a inexis-tência do título de aquisição, alegam osjustificantes ter adquirido o referidoimóvel por um outro modo de adquirir, ausucapião, insusceptível porém, decomprovar pelos meios extrajudiciaisnormais.

Conferida está conforme.Segundo Cartório Notarial de

Coimbra, 20 de Dezembro de dois mil eum.

O Ajudante:Assinatura Ilegível

“O Despertar”, N.º 8101, 02/01/09

alusiva ao Popular Santo, para que o local se transforme em altar deoração.

Nos coleccionadores de Arte, continuamos a ver bonitas imagensdo Santo Doutor da Igreja e, também eu, quando entro na casa da aldeiaem Mucela, que pertenceu aos meus avós paternos, posso ainda hojeadmirar o Santo António que há tantos anos ocupa um cantinho especial,em destaque, na sala principal da casa.

Assim, as imagens, painéis, as procissões e outros, vão sendopresenças vivas da fé que continua a engrandecer a imagem do Santodo século XII e que, também é, ainda do século XX.

Eça de QueirozArthur de Castro Borges

Não há nenhum escritor luso, mesmoos que nos visitaram, que tenha obtidomaior fama do que Eça.

Não se sabe se é porque é filho debrasileira, se é porque “Eça”. Aqui seconhece, apenas, como peça de caixãomortuário, não se sabe se é porque hádúvidas sobre onde nasceuverdadeiramente, mas, ao que parece,encantou, por seu estilo magnífico queJosé Hermano Saraiva, exaltou emtrabalho que apresentou na R.T.P..

Eça, no Brasil, é o maior dosescritores lusos, não valendo a críticados que dizem “escreve à francesa”.

Está ele em todas as antologiasde estudo secundário do País e, porocasião do Natal, o seu “SuaveMilagre”, é como um doce de côco.

No Rio antigo, Capital da Nação,está ele representado em belíssimacomposição marmórea, junto à entradado bairro de Copacabana:

“Sobre a nudez forte da ver-dade,

o manto diáfano da fantasia” e há portodos os estados que não possuam seusromances, como decoram-lhe trechosou patrocinam comentários sobre seustrabalhos.

Recentemente pelo seu cente-nário a TV-Globo patrocinou pro-grama sobre o Autor de “A Ilustre Casade Ramires” e muita cousa inte-ressante foi revelada pelos convida-dos que se atropelavam para figurarno programa.

Foi ele um artista da palavra enem mesmo a sua vida de “Carniére”,mudando de tempo a tempo o impediade escrever e escrevia muito. A talsorte que muita cousa sua só apareceu“post-mortem” inclusive o romance“Rua das Flores” que seu sobrinhofez publicar.

Como era formado em Direitopela Universidade de Coimbra, deve--lhe ter ajudado nos seus postosdiplomáticos em Cuba, Paris e Bristol.

Escritor que gostava de seus

colegas, teve uma grande amizadecom Ramalho Ortigão, que tantoescreveu sobre a Holanda, OliveiraMartins, o Historiador, Antero deQuental, o grande poeta ilhéu, GuerraJunqueiro, de grandes voos poéti-cos.

Ortigão foi seu companheiro nalavratura de “As Farpas” e também“Mistério da Estrada de Sintra”.

Eça instaurou em Portugal umanovidade literária que era o Realismoou Naturalismo, isto é, não se escreviamais na forma romântica, mas, apenasa dura realidade da vida.

Esta corrente literária nasceu emFrança, com Flaubert, autor de“Salambô” que prosseguiu com ofamoso Emile Zolá que se bateu como “J’Acuse” que tanta celeuma criou.

No Brasil, o mais famoso escritordesta Escola foi Aluizio de Azevedoque escreveu “O Mulato”, etc.

Mas Eça é um mundo e aindamuito durará.

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coimbra 3

Instituto Superior comemorou nove anos e recebeu visita do ministro da Educação

Fundação Bissaya Barreto quermanter aposta no ensino da saúdeO Instituto Superior BissayaBarreto comemorou, nodomingo, nove anos deexistência. Durante acerimónia, ViegasNascimento, presidente daFundação, aproveitou apresença do ministro daEducação, Júlio Pedrosa,para traçar o percurso doInstituto no campo do ensinoe para recordar alguns dosprojectos em curso.

A criação de um pólo ligado àsciências da saúde, que alie o ensino à

prática clínica, foi o tema central dodiscurso de Viegas Nascimento,presidente do Conselho de Admi-nistração da Fundação BissayaBarreto, durante a cerimónia decomemoração dos nove anos doInstituto Superior Bissaya Barreto(ISBB), em Bencanta.

Aproveitando a presença deJúlio Pedrosa, ministro da Educação,Viegas Nascimento recordou, uma vezmais, o projecto integrado deassistência e de ensino na área dasaúde, com formação pré-graduada emMedicina, Enfermagem e Tecnolo-gias da Saúde, que a Fundação querdesenvolver e que deve permitir ainstalação de uma unidade comdiversas valências ligadas ao ensinoda saúde.

Júlio Pedrosa ouviu com aten-ção a descrição do projecto, mas nãoadiantou qualquer conclusão porparte do Ministério que representa.Referiu apenas que este projecto vaiseguir os trâmites legais e vai seranalisado por uma comissão deavaliação. Apesar de não apresentarconclusões, o ministro da Educaçãodeixou, no entanto, a certeza de que aaprovação deste projecto é umadecisão que já não vai ser tomadapelo actual governo.

Durante a cerimónia, Viegas

Nascimento aproveitou ainda parareclamar maiores apoios para o ensinoprivado e proferiu algumas palavrassobre o papel das iniciativas privadasna busca da qualidade do ensino emPortugal.

O nono aniversário do InstitutoSuperior Bissaya Barreto ficoutambém marcado pelo lançamento dolivro de Helena Neves, sobre “Con-cepções e práticas da mediaçãosocial”, um trabalho que resulta de25 anos de actividade como docentena área de Serviço Social.

De destacar ainda a sessão sole-ne, na qual foi orador o professorMeliço Silvestre, e a cerimónia deentrega dos diplomas de curso aosnovos licenciados em Serviço Social eGestão e Administração Pública, umacto muito aplaudido pelos presentes.Fernandes Carvalho, presidente doConselho Directivo do ISBT, apro-veitou esta ocasião para tecer algumaspalavras de incentivo aos novos licen-ciados e para dar algumas indicaçõesúteis para quem se prepara para ingressarno mercado de trabalho.

A entrega dos diplomas aos novos licenciados em Serviço Social e Gestãoe Administração Pública foi um acto muito aplaudido pelos presentes

Aproveitando a presença do ministro da Educação, Viegas Nascimento recordou, uma vez mais, o projectointegrado de assistência e de ensino na área da saúde

Presidentes da Câmara,eleito e cessante, reúnemO presidente eleitoda Câmara Municipalde Coimbra, CarlosEncarnação, e o cessante,Manuel Machado,reuniram-se anteontem pelaprimeira vez, mantendo oprimeiro o propósito de fazeruma auditoria à autarquia.

No fim do encontro, que duroucerca de três horas, Carlos Encarnação(eleito pela coligação PSD/PP/PPM)afirmou aos jornalistas que se tratoude uma reunião para esclarecer“algumas situações” e disse que “aauditoria às obrigações da Câmara”

se destina a fazer um ponto dasituação, sendo “útil sempre que háuma transição”.

Segundo Manuel Machado (PS)foi uma “reunião normal para con-tacto entre os que cessam funções eos que as iniciam”.

O presidente cessante da Câmarade Coimbra afirmou que vai estarpresente na posse dos novos eleitos,marcada para o dia 15, mas escusou--se a afirmar se assume o cargo devereador e que autarcas socialistasvão ficar no executivo camarário.

Por seu turno, o novo presidenteda autarquia escusou-se a comentar ofacto de a posse ser das últimas aocorrer e de no período entre o diadas eleições e a cerimónia de 15 deJaneiro serem celebrados várioscontratos para obras pela Câmara.

Autarquia exige 500 mil eurosde obras à LusitaniagásA Câmara Municipal deCoimbra exigiu, na segundafeira, ser ressarcida pelaLusitaniagás por trabalhosde reparação de ruas jáefectuados pela autarquia,devendo ainda a empresaproceder a váriasrepavimentações, numaavaliação superior a 100 milcontos (500 mil euros).

Uma comissão constituída pelaCâmara Municipal para vistoriar asobras realizadas na cidade pelaLusitaniagás detectou deficiências

em dezenas de repavimentaçõesexecutadas pela empresa de distri-buição de gás.

Estas situações, segundo acomissão, implicam uma “inter-venção imediata” da empresa quecustará 54 mil contos.

Numa outra lista de ruas, foramrealizadas repavimentações em queforam gastos cerca de 53 mil contospela autarquia, exigindo esta serindemnizada pelos prejuízos.

Jorge Lemos, vereador cessanteresponsável pelo Departamento deObras Municipais, disse à a

gência Lusa que o resultado davistoria está “já desactualizado”,prevendo que os montantes em dívidasejam agora mais elevados.

O vereador adiantou que a

Lusitaniagás e a Câmara de Coimbradeverão “chegar a acordo” pararesolver estas questões, podendo aempresa “pagar directamente aoempreiteiro” nalguns casos, desobri-gando a autarquia.

“A Câmara deve ser ressarcida”,defendeu o presidente cessante daautarquia, Manuel Machado, aointervir na penúltima sessão doexecutivo de maioria socialista, quedia 15 será substituído pela equipaliderada por Carlos Encarnação (PSD/PP/PPM).

A comissão de avaliação doestado dos pavimentos sujeitos a obrasda Lusitaniagás encontrou tambémuma centena de ruas em que a empresagarantiu repavimentação em “boascondições”.

Lojas de Solidariedade em Coimbra até final de MarçoO Instituto de Solidariedade e Se-gurança Social (ISSS) abriu apenas 22das 50 lojas da solidariedade previstaspara 2001, depois de os cortesorçamentais já terem reduzido ametade os objectivos iniciais.

No início de 2001 a direcçãodo ISSS tinha fixado em 100 onúmero de lojas da solidariedade aabrir até ao final do ano, mas, devidoàs correcções e cortes orçamentaisefectuados, esta meta baixou parametade, como disse à Lusa Luís

Carito, vice-presidente do ISSS.Das 50 lojas então previstas - com

um investimento global de cerca decinco milhões de euros - apenas foraminauguradas 22.

Está entretanto agendada aabertura de mais 34 até ao final deMarço de 2002.

A nível nacional o ISSS prevê anecessidade de 315 a 320 lojas, umobjectivo que, segundo Luís Carito,“poderá ser atingido no final de 2004”.

“Até ao final de 2002 deverão

estar em funcionamento 100 lojas, umnúmero que poderá duplicar ao longode 2003. As restantes lojas podem abrirao longo de 2004”, precisou.

As Lojas da Solidariedade foramconcebidas para funcionar “numregime de proximidade com ocidadão” que passa a dispor de umúnico espaço para resolver “todos osassuntos que estejam relacionadoscom a Segurança Social”, comosubsídios de desemprego e doença,Rendimento Mínimo Garantido,

Acção Social, pensões e contribui-ções.

“A abertura das Lojas deSolidariedade e a conclusão (em 2002)das bases de dados de contribuintes ebeneficiários permitirão diminuir ostempos de resposta a dar a cada casoque seja apresentado, bem comorealizar permanentemente o cruzamen-to de informações sobre a situação decada contribuinte ou beneficiário”,afirmou Luís Carito à Lusa.

Actualmente estão a funcionar

Lojas da Solidariedade nos distritos deFaro (5), Beja (1), Portalegre (3), Lis-boa (3), Santarém (3), Bragança (2),Porto (2), Viana do Castelo (1) e VilaReal (2).

Até ao final de Março, Luís Caritodisse que abrirão mais quatro lojas emFaro, cinco em Beja, três em Évora, umaem Portalegre, duas em Lisboa, duasem Aveiro, duas em Castelo Branco, trêsem Coimbra, quatro na Guarda, três emViseu, três em Vila Real, uma em Leiriae uma no Porto.

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09/01/02

coimbra 4

Orquestra Silver Strings actua no distrito

Inatel promove concertosde música clássica russa

Coimbra, Mira, Cantanhedee Lousã foram os concelhosdo distrito de Coimbracontemplados com a actuaçãode um dos melhores gruposmusicais da Rússia,a Orquestra Silver Strings.

Nos últimos dias, de 4 a 7 deJaneiro, os 25 músicos que compõema Orquestra encantaram os portuguesescom as balalaikas e a sonoridadecaracterística da música tradicional eclássica russa, que marcaram todos osespectáculos.

A Orquestra Silver Strings foiapresentada na Delegação de Coimbrado Inatel, na quinta feira passada,depois do grupo de visitantes ter sidoacompanhado numa visita guiadapelos principais pontos turísticos dacidade. Ao final da tarde e antes dequalquer actuação, todos os elementos

Com uma estrutura muito jovem, a Orquestra Silver Strings integra muitos músicos que venceram váriascomposições musicais e festivais

Na tomada de posse da Câmara

Trabalhadores da Cervejamanifestam-se dia 15Os trabalhadores da Fábricade Cerveja de Coimbra, quese reuniram na semanapassada em plenário devidoao anunciado encerramentoda unidade fabril, queremmanter os postos de trabalhoe prometem umamanifestação para opróximo dia 15, data em queo novo executivo camaráriotoma posse.

Em análise no plenário esteveuma proposta de rescisão decontratos por mútuo acordo, mas oscerca de 120 trabalhadores daFábrica de Cerveja optaram por“defender os seus postos de trabalho”disse à agência Lusa José Rasteiro,da União de Sindicatos de Coimbra.

Decidida ficou uma manifes-tação, no próximo dia 15, frente àCâmara Municipal, quando da possedo novo executivo camarário,liderado por Carlos Encarnação(PSD), bem como “pedidos deaudiência com carácter de urgência”ao Governo Civil e AssociaçãoComercial e Industrial de Coimbra(ACIC).

“Iremos pedir às forças vivas dacidade que defendam uma dasúltimas unidades fabris de Coim-bra”, declarou José Rasteiro.

Também à Fundação BissayaBarreto, accionista da Centralcer,empresa à qual a Fábrica de Cervejaestá ligada, será feito um pedido deaudiência, pois os trabalhadores“pretendem saber qual a posição daFundação sobre este problema”,disse o sindicalista.

Com uma média de idades queronda 47 anos, os 120 trabalhado-res dizem-se “novos para reformadose velhos para iniciar outra activi-dade”.

Fábrica mantémrepresentação comercial

A Central de Cervejas (Centralcer) vaimanter a representação comercial emCoimbra, instalada na Fábrica daCerveja, encerrando a linha deenchimento a funcionar nas instala-ções, confirmou à agência Lusa fonteda empresa.

“Não vamos encerrar a repre-sentação em Coimbra, vamos encerrara linha de enchimento”, disse NunoPinto de Magalhães, assessor daadministração da Centralcer.

A representação comercialfuncionará na Fábrica de Cerveja “ounoutro local” de Coimbra, emboraNuno Pinto de Magalhães admita quea mudança de instalações doentreposto comercial da Centralcer“não é uma opção que a empresa estejaa ponderar agora”.

Segundo aquele responsável,mantém-se o serviço de “vendas,assistência técnica e acontecimentosespeciais”, encerrando a linha deenchimento actualmente em funcio-namento com líquido transportado apartir de Vialonga em camiõescisterna.

“Deixámos de fabricar cervejaem Coimbra em 1990 e a linha deenchimento só está apta para barris eembalagens retornáveis”, sublinhouNuno Pinto de Magalhães, justifi-

cando a decisão pela antiguidade doequipamento (datado de 1972) e aconjuntura do mercado cervejeiro.

“O mercado cervejeiro caiuquatro por cento em 2001 e aconcorrência é maior”, frisou, alu-dindo à entrada no mercado da Cintra(Santarém) e Tagus (Viseu), queconcorrem directamente com as“marcas regionais” (Topázio e Onix)produzidas pela Centralcer.

“Temos de reanalisar os custos,estamos numa época de recessãoeconómica”, sublinhou.

Em relação à situação dos cercade 120 trabalhadores da Fábrica deCerveja de Coimbra, Nuno Pinto deMagalhães disse que os 50 operáriosda área comercial manterão os seuspostos de trabalho, enquanto aos dalinha de enchimento foi proposta uma“via consensual, a rescisão por mútuoacordo”.

A Centralcer está, no entanto,aberta a transferir trabalhadores para aunidade de Vialonga, “caso algummanifeste a ideia” de aí trabalhar,afirmou o assessor da administraçãoda empresa, concluindo que essassituações, a verificarem-se, serãoanalisadas “caso a caso”.que compõem a orquestra - 25 músicos

graduados e estudantes das conserva-tórias e colégios de música de S.Petersburgo - participaram num lanche/convívio oferecido pelo Inatel etrocaram lembranças.

Joaquim Correia, animadorcultural, entregou aos visitantes, emnome da cidade de Coimbra, lem-branças simbólicas - um CD de músicainstrumental e um conjunto deimagens da Coimbra antiga - que, co-mo referiu, são “recordações deCoimbra na Rússia”.

O maestro e director artístico daOrquestra Silver Strings, AlexandreAfanasyev, proferiu algumas palavrasde agradecimento pela recepção eentregou também aos presentescalendários russos de 2002.

Depois desta recepção, a Or-questra actuou, na sexta feira à noite,no Teatro Académico de Gil Vicente;no sábado, na Igreja Matriz de Mira;no domingo, na Igreja Matriz de

Cantanhede; e na segunda, no Cine-Teatro da Lousã.

Esta foi a primeira visita que aOrquestra fez a Portugal em 2002,tendo feito, no entanto, nos últimosanos duas digressões a Portugal, emCoimbra, Leiria, Pombal, Loulé, Faro,Castro Marim, Olhão e Gaia, onderecebeu o prémio do Festival Interna-cional de Música de Gaia, em 2000.

Com uma estrutura muito jovem(idade média de 24 anos), a Orquestraintegra muitos músicos que venceramvárias composições musicais efestivais. O som específico deinstrumentos tradicionais e balalaikas,aliado ao profissionalismo e aointeresse criativo dos músicos, fazemcom que seja considerada uma dasmelhores orquestras de S. Petersburgo.A nível internacional, é uma orquestrade renome, cujo currículo conta comvárias actuações feitas na Escócia,Finlândia, França, Holanda, Bélgica,Alemanha e Portugal.

Conselho Empresarial do Centrocontesta suspensão do SIPIEO Conselho Empresarial do Centrocontestou, na sexta feira passada, asuspensão do Sistema de Incentivos aPequenas Iniciativas Empresariais(SIPIE), acusando o ministro daEconomia de ter tomado uma decisão“pouco séria”.

“Temos sérias dúvidas de que estasuspensão possa enquadrar-se nasdecisões de um Governo de gestão, nãonos parece uma decisão séria”, disse àLusa o presidente do Conselho Em-presarial do Centro - Câmara doComércio e Indústria do Centro (CEC),António Almeida Henriques.

O CEC agrupa 36 associaçõesempresariais e mais de 40 mil empresasdos distritos de Aveiro, Castelo Branco,Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu.

Uma carta foi quinta feira enviadaao ministro da Economia, Braga daCruz, dando conta da “preocupaçãocom a situação criada” pela suspensãodas candidaturas ao SIPIE.

Para o CEC, a suspensão daquelesistema de incentivos “é ainda mais

gravosa no Centro do país do que notodo nacional”, porque nesta região oseu peso é superior.

A tipologia das empresas daRegião Centro “adequa-se mais aoSIPIE do que a qualquer outro sistemade incentivos”, sustenta o CEC,alertando para as “largas centenas decandidaturas prontas para seremapresentadas”.

Os projectos já aprovados (1.490)para o Centro representam quase 40por cento do total nacional, corres-pondendo a um investimento total daordem dos 170 milhões de euros.

Daí que tenha sido “com espantoe indignação” que o CEC tomouconhecimento da suspensão dosistema de incentivos. “Está-se aimpedir a modernização de pequenosempresários (na maioria dos casos asua sobrevivência futura) e a defraudarlegítimas expectativas entretantogeradas”, considera o CEC.

Para o presidente do CEC, asuspensão colide com o objectivo

nacional de aumentar a produtividadedas empresas, que passa necessaria-mente pela sua modernização.

“Sistemas como o SIPIE sãobaratos para o Estado se tivermos emconta uma lógica de benefíciosindirectos, porque têm pelo menos avertente pedagógica de obrigar osempresários a pensar na modernizaçãodas empresas”, disse.

António Henriques afirma que jána altura da apresentação do SIPIEalertou o Governo para a “exiguidadedas verbas previstas” e critica o facto deo Executivo “não tirar partido das redesassociativas existentes”. “O Estadoacaba por criar estruturas paralelas emvez de recorrer às já montadas de redesassociativas de empresas, como é o casodo CEC”, precisou.

O presidente do CEC lamenta,por outro lado, que os governostenham a “tendência para fazer tábuarasa do que já existe”, referindo-se aoantigo Regime de Incentivos àsMédias Empresas (RIME).

JUÍZOS CÍVEISDE COIMBRA

2° JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO1.ª PUBLICAÇÃO

Processo: 50062/2000Despejo (Sumário)Autor: ADRIANO RODRIGUES LUCASDOS SANTOS e outrosRéu: FRANCISCO JOSÉ DOS REISCOELHO e outros...

Nos autos acima identificados,correm éditos de 30 dias, contados dadata da segunda e última publicação doanúncio, citando Réu: FRANCISCO JOSÉDOS REIS COELHO, solteiro, iden-tificação fiscal: 161979360, domicílio:Prolongamento da Rua Pedro Álva-res Cabral, n.º 15 - 4.º E em COIMBRAe a Ré: MARIA SUSANA GONÇALVESHENRI-QUES, solteira, com identifica-ção fiscal: 205904491, domicílio: Ruado Brasil, 89, r/c em Coimbra.

Com última residência conhecida namorada indicada para no prazo de 20 dias,decorrido que seja o dos éditos, contestar,querendo, a acção, com a cominação deque a falta de contestação importa aconfissão dos factos articulados pelosautores, podendo no mesmo prazo deduzirem reconvenção o seu direito a indem-nização e/ou benfeitorias, e que emsubstância o pedido consiste, em serdecretada a resolução do contrato dearren-damento e a despejar imediata-mente o local arrendado tudo como melhorconsta do duplicado da petição inicial quese encontra nesta Secretaria, à disposiçãodo citando.

Fica advertido de que é obrigatória aconstituição de mandatário judicial. (art.°235.° do CPC.)

CoimbraN/Referência: 256358

O Juiz de Direito,Nelson Nunes Fernandes

O Oficial de Justiça,Eulália Arzileiro Silva

“O Despertar”, N.º 8101, 02/01/09

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A ceia de “O Despertar”

Provavelmente não sairemosdo lugar comum mas, noprolongamento da festa dosReis Magos vivida nopassado fim de semana, seja-nos permitido que, uma vezno ano, sejamos nós, oscolaboradores deste Jornal aconstituir notícia em nota derodapé.

Como há longa data vemacontecendo, O Despertar persiste nasalutar vivência natalícia e familiarde quem se senta à mesa com hu-mildade, mas com o reconfortanteaconchego interior que deriva dosentimento do dever de informar eformar que em Coimbra e sua re-gião nos é reconhecido desde há 84anos.

Também pela razão de quesomos o mais antigo jornal que se

publica em Coimbra, estamos cientesdesse papel que historicamente noscabe na defesa dos valores universaissubjacentes aos ideais da república,democracia e regionalismo que nosaproxima das nossas gentes.

Mas este ano, à mesa de Natal,O Despertar teve ainda a grata satis-fação de poder continuar a contarcom a presença do seu director Arturde Almeida Sousa, que nos últimosmeses tem registado sensíveis me-lhoras no seu estado de saúde.

Para além do esmerado cardápiodo “Palácio”, foi sem falsa modéstia,que saboreámos um gesto simbólicoduma ceia de Natal que se repete nasensação do dever cumprido e nareflexão das dificuldades que sedeparam à Imprensa Regional.

Nessa envolvência estiveram,obviamente, todos os nossos assi-nantes, leitores, anunciantes eamigos, justamente porque é aí quereside a força anímica que nos impelerumo ao centenário.

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE VILA NOVA DE POIARES

JUSTIFICAÇÃOCertifico narrativamente que, por

escritura de hoje, exarada a folhas 116verso e seguintes, do livro de notas paraescrituras diversas numero 45-C, doCartório Notarial de Vila Nova de Poiares,a cargo da Licenciada Maria MargaridaMendes Macedo de Loureiro Cardoso,Notária do Concelho:

MARIA MADALENA SILVA e maridoJOSÉ FILIPE, casados no regime dacomunhão geral, ambos naturais dafreguesia de Torres do Mondego,concelho de Coimbra e nela residentesno lugar de Carvalhosas, Rua da Adega,declaram-se donos e legítimos pos-suidores com exclusão de outrém, dosseguintes prédios sitos na freguesia deTorres do Mondego, concelho de Coimbra:

UM: Casa de habitação de doisandares, com a área coberta de trinta eseis metros quadrados, a confrontar donorte com o proprietário, do nascente comManuel Matias, do sul com estrada e dopoente com Teresa da Conceição, viúva;inscrita na matriz predial urbana sob oartigo SEISCENTOS E SETENTA E SEIS,com o valor tributável de quatro mil equarenta escudos, a que atribuem o valorde CINQUENTA MIL ESCUDOS.

DOIS: Pinhal e mato, com a área dequatrocentos e setenta metros quadrados,no lugar de Tôca, a confrontar do norte enascente com Américo Simões, do sul comAntónio Vieira Neves e do poente comAntónio Vieira Pedro; inscrito na matrizpredial rústica sob o artigo TRÊS MILQUATROCENTOS E CINQUENTA E SETE,com o valor tributável de quinhentos enoventa e seis escudos, a que atribuem ovalor de DEZ MIL ESCUDOS.

TRÊS: Terra de semeadura e matocom pinheiros com a área de oitocentose setenta metros quadrados, no lugar deFoz de Aceima, a confrontar do norte como Rio Mondego, do nascente com AntónioCanas do Espírito Santo, do sul comcaminho e do poente com Arlindo VieiraCanas; na dita matriz rústica sob o artigoTRÊS MIL QUATROCENTOS E VINTE E UM,

com o valor tributável de sete mil edezanove escudos, a que atribuem ovalor de DEZ MIL ESCUDOS.

QUATRO: Terra de semeadura comseis oliveiras, uma laranjeira, videiras emlatada, pousio, pinhal e mato, com a áreade dois mil novecentos e setenta e cincometros quadrados, no lugar de Cochixola,a confrontar do norte com o Rio Mondego,do nascente com José de Sousa, do sulcom o viso e do poente com AníbalFortunato e outros; na falada matrizrústica sob o artigo TRÊS MILSETECENTOS E SETENTA E OITO, com ovalor tributável de onze mil quinhentos etrinta e dois escudos, a que atribuem ovalor de DEZ MIL ESCUDOS.

CINCO: Pinhal, mato e acácias, coma área de mil quatrocentos e vinte metrosquadrados, no lugar de Cochixola, aconfrontar do norte com AntónioFortunato Miguel, do nascente e sul comherdeiros de Manuel Fortunato e dopoente com António Simões; na indicadamatriz rústica sob o artigo TRÊS MILSETECENTOS E OITENTA E SETE, com ovalor tributável de mil oitocentos trinta eseis escudos, a que atribuem o valor deDEZ MIL ESCUDOS.

SEIS: Terra de semeadura com dezoliveiras, oito fruteiras e videiras emlatada, com a área de quinhentos e cincometros quadrados, no lugar de Chãos daAdega, a confrontar do norte comAugusto dos Santos, do nascente comArlindo Vieira Canas, do sul com casa dehabitação do próprio e do poente comAntónio Fortunato Miguel e outro; na faladamatriz rústica sob o artigo TRÊS MILOITOCENTOS E CINQUENTA E SETE, como valor tributável de três mil novecentos enoventa e três escudos, a que atribuemo valor de DEZ MIL ESCUDOS.

SETE: Terra com oliveiras, mato eacácias, com a área de mil quatrocentose trinta metros quadrados, no lugar deTortozendo de Baixo, com a área de milquatrocentos e trinta metros quadrados,a confrontar do norte com José Vieira

Novo, do nascente com barroca, do sulcom Bernardino Vieira Meco e do poentecom Maria Conceição Rodrigues Matias;na mencionada matriz sob o artigoQUATRO MIL CENTO E NOVENTA, com ovalor tributável de mil novecentos esessenta escudos, a que atribuem o valorde DEZ MIL ESCUDOS.

Que estes prédios não se en-contram descritos na Conservatória doRegisto Predial de Coimbra, estão inscritosnas respectivas matrizes, o urbano, emnome dela justificante, na proporção deum- terço, um- terço em nome de JoaquinaVieira e um- terço em nome de Teresa daConceição Vieira e os rústicos, em nomedele José Filipe, também conhecido porJosé Filipe Gomes e pertencem-lhes pordoações feitas por volta do ano de milnovecentos e quarenta, pelos pais delasendo ela ainda solteira, Bernardo VieiraNovo e Maria José da Silva, sendo dourbano, na referida proporção de um-terço, e os outros dois- terços, pelas re-feridas titulares inscritas, suas irmãs, porvolta do ano de mil novecentos e setenta,todos que foram residentes no indicado lugarde Carvalhosas, actualmente falecidos.

Que não dispõem daqueles títulos,tendo exercido essa posse de modocontínuo, pacífica e publicamente e deboa-fé, actuando em correspondênciacom o exercício de propriedade plena,pelo que eles justificantes se afirmam,com exclusão de outrém, titulares dodireito de propriedade plena sobre os ditosimóveis, invocando como causa deaquisição a usucapião.

Está conforme.Cartório Notarial de Vila Nova de

Poiares, ano de dois mil e um, mês deDezembro, dia vinte e sete.

A Notária,(Lic. Maria Margarida M. M. de

Loureiro Cardoso)

“O Despertar”, N.º 8101, 02/01/09

TSD queremDias Loureiroa liderar listaOs Trabalhadores Sociais-Demo-cratas de Coimbra vão propor àcomissão política distrital do Partidoque indique Manuel Dias Loureirocomo cabeça-de-lista pelo círculode Coimbra às próximas eleiçõeslegislativas. presidente da comissãopolítica distrital dos TrabalhadoresSociais-Democratas (TSD), JoséPereira Coelho, disse à agência Lusaque Dias Loureiro é, ao nível docírculo de Coimbra, “aquele queencerra maior possibilidade de êxitona saga que aí vem”.

Presidente da CoordenadoraEleitoral do Partido nas últimasautárquicas e actual presidente daMesa do Congresso, Dias Loureiroé retratado por José Pereira Coelhocomo “um homem que encerra asvirtudes das gentes das Beiras e deCoimbra”. Política e profissional-mente, cresceu em Coimbra e Coim-bra tem para como ele uma dívidade gratidão por solver”, declarou.

José Pereira Coelho destacaalguns dos cargos ocupados por DiasLoureiro, nomeadamente o desecretário-geral do PSD, ministro daAdministração Interna, e, agora,presidente da Assembleia Municipalde Aguiar da Beira.

Enquanto “homem (figura)público”, afirma o presidente dosTSD do distrito de Coimbra, DiasLoureiro “não poderá ser - nem é -insensível quando uma região cla-ma por ele, ou seja, não pode dizerque não” à indicação agora apre-sentada.

Ministério da Saúdeatribui medalhas de méritoJosé Cabeças, presidente da Admi-nistração Regional de Saúde doCentro (ARSC), Santana Maia,actual responsável do Centro deReabilitação da Região Centro,Almeida Ruas, ex-director doServiço de Endocrinologia dosHospitais da Universidade deCoimbra, e Júlio Reis, anteriorpresidente da ARSC, foram,recentemente, galardoados peloMinistério da Saúde, num gesto dereconhecimento pelos serviços que

têm vindo a desenvolver na área dasaúde.

Estas quatro figuras deCoimbra ligadas à saúde receberama Medalha de Serviços Distintos,uma condecoração que foi entreguetambém pelo ministro da Saúde,Campos Correia, a cerca de meiacentena de pessoas ligadas ao sectore que se destacaram, de acordo comos responsáveis do Ministério, pelaprestação de serviços relevantes naárea da saúde.

PCP lembra promessaseleitorais a EncarnaçãoO PCP de Coimbra apeloupara que o presidente eleitoda autarquia,o social-democrataCarlos Encarnação, ponhaem prática as medidasde defesa e renovaçãodo tecido industrialdefendidas durantea campanha.

Numa conferência de impren-sa, Domingos Oliveira, da Di-recção Regional de Coimbra doPartido Comunista, manifestoupreocupação pela evolução dasituação social em várias empresasda cidade e apelou para a inter-venção de Carlos Encarnação,lembrando que o presidente eleitopela coligação PSD/PP/PPM“criticou o alheamento” da maio-ria socialista (ainda em funções),durante a campanha.

Sociedade de Porcelanas,Central de Cervejas, Rodoviária dasBeiras e Jaime Dias são as empresascuja situação de crise está a gerar“instabilidade e insegurança para osrespectivos trabalhadores” e queserão brevemente visitadas pordeputados comunistas eleitos peloconcelho.

Na primeira fábrica 200trabalhadores lutam para receber osubsídio de Natal e o salário de

Dezembro e a segunda, com 120funcionários, tem o encerramentoprevisto para o fim do próximo mês.

Segundo o PCP, na Rodoviá-ria das Beiras e na transportadoraJaime Dias (esta em gestão con-trolada) verificam-se atrasos nopagamento dos salários.

A Direcção Regional do PCPexige ainda a intervenção das enti-dades locais e regionais em defesados postos de trabalho em risco e aadopção de medidas que sustenhama desagregação do tecido industrialde Coimbra.

Bombeiros chamadosa salvar cão no MondegoOs bombeiros Sapadoresde Coimbra foram chamados,no sábado passado, a prestarsocorrono rio Mondego, emCoimbra, a um cachorro,que conseguiu atingira margem antes de a equipade mergulhadores,entretanto mobilizada,chegar ao local.

O bombeiro-chefe de serviço,Firmino Ferreira, disse à agência Lusa

que o alerta foi dado pouco depoisdas 15 horas por dois adolescentescom idades próximas dos 15 anos eque se tratava de um cão vadio.

“Eles viram o cão na água afli-to, já cansado, e, com pena dele,chamaram os bombeiros”, afirmouaquele responsável.

De acordo com o mesmobombeiro, apesar de se tratar de umcachorro vadio, existia uma relaçãode afecto dos adolescentes com oanimal.

Para o local foi mobilizada umaequipa de dois mergulhadores edois bombeiros auxiliares, munidado material necessário ao socorro naágua.

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saúde 6

200 mil doses

Vacinas contra a meningitepodem ser destruídasMais de 200 mil doses devacinas contra a meningitecausada pelo meningococoC, avaliadas em cerca de oitomilhões de euros (perto de1,6 milhões de escudos),estão em vias de serdestruídas ou exportadas.

As vacinas, reunidas pela Asso-ciação Meningites - Unir, Renovar,Apoiar, Sentir (AMURAS) junto devários laboratórios, não obtiveramautorização da Direcção-Geral deSaúde (DGS) para ser distribuídas,conforme confirmou à agência Lusa oAlto Comissário da Saúde, PereiraMiguel.

O processo iniciou-se em No-vembro do ano passado, quando aAMURAS conseguiu perto de 350 mildoses de vacinas contra a meningitecausada pelo meningococo C. Oobjectivo desta iniciativa era poupar àsfamílias portuguesas cerca de trêsmilhões de contos, imunizando osbebés nascidos em 2000 e 2001: cercade 200 mil no total.

Cada dose desta vacina custa aoutente cerca de 40 euros (oito contos).

No entanto, com base numparecer jurídico desfavorável doInstituto Nacional da Farmácia e doMedicamento (Infarmed), a DGSanunciou, a 30 de Novembro de 2001,que não autorizava as AdministraçõesRegionais de Saúde a distribuir avacina, por entender que a suautilização generalizada deve antes seravaliada do ponto de vista dosbenefícios, riscos e custos. Intençãoque Pereira Miguel reiterou à Lusa.

Posição diferente foi a assumidapela Região Autónoma da Madeira,que aceitou a oferta de 75 mil doses davacina, segundo revelou à Lusa fonteda direcção da AMURAS.

Sobram, pois, perto de 200 mildoses da vacina, com prazos devalidade até Março e Maio deste ano.Passado este tempo, as vacinas terãode ser destruídas (incineradas) ou, seaté lá for definido pelos laboratórios,exportadas para outros países.

A vacina contra a meningitecausada pelo meningococo C não estáadoptada pelo Plano Nacional deVacinação.

Dados da DGS, actualizados a18 de Maio de 2001, indicavam que,em 2000, foram notificados 193 casosde meningite meningocócica, o querepresenta uma taxa de incidência de1,94 por 100 mil habitantes.

Asmáticos correm mais riscosde contrair cancro do pulmãoOs asmáticos correm mais riscos decontrair cancro do pulmão, confirmaum estudo realizado em mais de 90mil pessoas e divulgado na ediçãode Janeiro do Jornal Europeu dePneumologia (ERJ).

O estudo foi realizado peloCentro Internacional de Investigaçãosobre o Cancro (CIRC/IARC),agência da Organização Mundial deSaúde (OMS) sedeada em Lyon, emcola-boração com o InstitutoKarolinska de Estocolmo e aUniversidade de Uppsala (Suécia),com base em 92.986 pessoasidentificadas a partir dos registos desaúde nacionais suecos.

Estudos anteriores já sugeriam aexistência de uma ligação entre a asmae o cancro do pulmão.

No entanto, estes trabalhosbaseavam-se apenas na memória dosdoentes atingidos por cancro einterrogados sobre a sua históriaclínica passada.

O estudo do CIRC (realizadoentre 1965 e 1994) apresenta a van-tagem de ser prospectivo, baseando-se no acompanhamento médico daspessoas durante várias décadas.

“Durante um período de 30 anosprocurámos identificar as pessoas quetinham sido hospitalizadas na Suéciaàs quais tinha sido diagnosticadaasma”, explicou Paolo Boffetta,investigador do CIRC.

Os resultados do estudo indicamque os asmáticos são mais atingidospelo cancro do pulmão do que apopulação em geral: nos indivíduosanalisados foram detectados 713cancros, ou seja mais 58 por cento doque na população em geral.

O risco é ainda maior para asmulheres asmáticas, com um excessode risco de 78 por cento contra 51 porcento nos homens.

“Não sabemos ainda se é verda-deiramente a asma que está na origemdo aumento do risco”, sublinhouPaolo Boffetta.

O investigador não afasta apossibilidade de que um mecanismocomum esteja na origem tanto daasma como do cancro do pulmão,como, por exemplo, uma inflamaçãocrónica responsável pela produção deum excesso de radicais livres,substâncias susceptíveis de danificaro material genético e contribuir parao desenvolvimento do processocanceroso.

Segundo Boffetta, a existên-cia de um factor de susceptibili-dade comum à asma e ao cancro podeser uma explicação para os resulta-dos do estudo, ou mesmo a in-tervenção de um factor externo, comoo tabaco, que contribuiria para odesencadear ou a progressão de ambasas doenças.

De acordo com os autores, acontinuação do estudo junto dosdoentes mais jovens, nomeadamentefumadores, vai permitir esclarecer esteefeito da asma.

Covilhã inauguracuidados IntensivosUma Unidade de CuidadosIntensivos (UCI) entrou emfuncionamento, na semanapassada, no CentroHospitalar da Cova da Beira(CHCB), na Covilhã.

Destinado a situações deemergência, “com pacientes geral-mente ligados a ventiladores e outrossistemas de suporte de vida”, o novoserviço vai diminuir o número detransferências de doentes da regiãoem estado grave, até aqui obrigadosa deslocações em ambulância paraCoimbra, Viseu ou até Aveiro.

A UCI vai ser dirigida peloclínico Cunha Leal, que desem-penhava funções de chefia noserviço de Cirurgia Cardiotoráxicados Hospitais da Universidade deCoimbra (HUC).

“Estamos muito bem apetre-chados”, referiu aquele responsávelmédico à agência Lusa, satisfeito

com o equipamento que encontrouna Covilhã.

“Falta-nos, evidentemente,alguma rodagem e experiência”,disse, confessando ainda que gostariade ter no hospital, por exemplo, avalência de neurocirurgia, “para queo nível de cuidados da UCI sejamaior”.

Assim, haverá casos de trau-matismo craniano que continuarãoa necessitar de transferências paraoutros hospitais, mas os doentes “jáserão transferidos em melhorescondições”, depois de observados naUCI da Covilhã, assegura CunhaLeal.

A unidade vai funcionar 24horas por dia, suportada “por umaequipa de dois médicos em per-manência, apoiados por outros cincoem regime de tarefa” e uma outraequipa de 16 enfermeiros.

A UCI vem disponibilizar maiscinco camas no panorama de UCI aodispor do INEM para quaisquerurgências a nível nacional.

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disse:“E os que fizeram o bem sairãopara a ressurreição da vida;e os que fizeram o mal para aressurreição da condenação”.

Evang. S. João 5:29

CRISTO O SALVADOR“Mas, a todos quantos

O receberam, deu-lhes o poderde serem feitos filhos de Deus;

aos que creem no Seu Nome”.

Evang. S. João 1:12

Aceitai-O. O tempo está próximo.

CARTÓRIO NOTARIAL DE PENACOVAJUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publi-cação que por escritura de hoje, exaradaa folhas noventa e quatro do livro de notaspara escrituras diversas número duzentose oito - D, deste Cartório a cargo da NotáriaLic. Maria Alexandra Canotilho TeixeiraRibeiro, compareceram como outorgan-tes:

JOAQUIM PAIVA DE CASTRO VAZ(NF: 161.093.760, BI. 4251818 de 15/11/93 dos SIC de Coimbra), natural dafreguesia de Semide, concelho de Mirandado Corvo e mulher MARIA ELVIRA DOSSANTOS FERREIRA VAZ (NF:161.093.779, BI. 4016362 de 25/03/97 dosSIC de Coimbra), natural da freguesia dePoiares (Santo André), concelho de VilaNova de Poiares e residentes no lugar deVila Franca, Pinhal de Marrocos, Coimbra,casados na comunhão de adquiridos.

Que são donos e legítimos pos-suidores, com exclusão de outrém, doseguinte prédio sito em Quinta do Luzeiro,freguesia de Santo António dos Olivais,concelho de Coimbra, inscrito narespectiva matriz em nome do justificantemarido, ainda por descrever naConservatória do Registo Predial deCoimbra.

Rústico, composto de terra decultura, com área de mil quinhentos e trinta

e cinco metros quadrados, a confrontarde norte e nascente com Estrada Municipal,sul com Maria Eivira dos Santos Ferreira epoente com Escola Primária, inscrito namatriz sob o artigo 2.607, com o valorpatrimonial de oito mil e quinhentosescudos.

Que atribuem a este prédio o valorde CEM MIL ESCUDOS.

Que em meados de mil novecentose oitenta, ajustaram contrato verbal decompra e por isso não titulado, com Joãodos Santos e mulher Maria Zelina dosSantos, já falecidos, residentes que foramem Santo André, Vila Nova de Poiares,cujo objecto foi o prédio supra-iden-tificado.

Que possuem o referido prédio semqualquer interrupção, à vista de toda agente, sem qualquer oposição, cultivando--o, preparando e lavrando a terra,semeando-a, retirando dela os respectivosprodutos e frutos, pagando as contri-buições e impostos respeitantes, posseque assim exerceram como verdadeirosproprietários que sempre se julgaram, erame são do dito prédio, pelo que oadquir iram por usucapião, fundadanessa posse, que exerceram em seupróprio nome, de boa fé, de modopacífico, contínua e publicamente, porperíodo superior a vinte anos, estandoeles justificantes impossibilitados decomprovar pelos meios extrajudiciaisnormais a aquisição do seu direito sobreaquele prédio, atento o título de aquisição.

Cartório Notarial de Penacova, vintee seis de Dezembro do ano dois mil e um.

A Primeira Ajudante,Assinatura Ilegível

“O Despertar”, N.º 8101, 02/01/09

Ministro da Saúdequer reestruturartaxas moderadorasO Ministério da Saúde está a ponderara reestruturação das taxas modera-doras, intenção que a CGTP-INconsidera vir “a reboque” de uma outraproposta da central sindical sobrecomparticipação de medicamentos.

Segundo confirmou a Lusa juntode fonte do gabinete de Correia deCampos, a intenção do ministro éreestruturar o pagamento das taxasmoderadoras, baseando-o na declara-ção do IRS dos utentes.

A reestruturação das taxas mode-radoras que a tutela se prepara paraavançar mereceu da parte da Confe-deração Geral dos TrabalhadoresPortugueses um “pedido de esclare-cimento”, enviado sexta feira, por carta,a Correia de Campos.

Isto porque, segundo revelouMaria do Carmo Tavares, da comissãoexecutiva da CGTP-IN e responsávelpelas áreas sociais da central, qualqueralteração na forma de pagamento dastaxas moderadoras tem “uma grandedimensão social” e, inclusive, tem deser equacionada mediante a gestãocorrente em que o governo está.

Enfermeiros do Centro contestamalteração na escolha de directoresA Secção Regional do Centro da Or-dem dos Enfermeiros afirmou que, aconfirmar-se, é inconstitucional aaprovação em conselho de ministrosda nomeação dos enfermeiros-direc-tores sem uma prévia eleição pelospares.

Em declarações à agência Lusa,o presidente da Secção Re-gional doCentro da Ordem dos Enfermeiros,Amílcar Carvalho, considerou“muito estranho e preo-cupante osilêncio do ministro da Saúde sobrea questão”, face no-meadamente àstentativas, por telefone, de esclareci-mento por parte da organização querepresenta. “Se foi aprovado umdiploma para alteração do processo deeleição dos enfermeiros-directores (edirectores clínicos), estamos perante

matéria de inconstitucionalidade,porque os parceiros não foram ouvi-dos”, sustentou Amílcar Carvalho.

A Secção Regional do Centrosolicitou ao Conselho DirectivoNacional da Ordem dos Enfermeirosuma “tomada de posição urgente”tendo em vista esclarecer a situação, edefendeu que se o diploma foi de factoaprovado “não deve ser promulgado”pelo Presidente da República.

Amílcar Carvalho recusa qual-quer alteração ao actual processo deescolha dos enfermeiros directores(nomeados pela tutela tendo em contauma eleição prévia pelos pares) “semque fiquem garantidos critérios decompetência”.

Para este responsável – que jáexerceu o cargo de enfermeiro-director

– uma alteração ao actual sistema deveser feita “só depois de avaliadoseventuais prejuízos ou aspectosnegativos do processo eleitoral”.

O processo eleitoral tem, naopinião de Amílcar Carvalho, avantagem de três em três anos, dotrabalho desenvolvido pelos enfer-meiros-directores.

Já antes o Conselho Regional doCentro da Ordem dos Médicosconsiderava “pouco democrática”uma aprovação pelo conselho deministros da lei substitui o directorclínico eleito por uma nomeaçãopela tutela.

O presidente do Conselho Regio-nal do Centro, Reis Marques, defen-deu a não promulgação do diplomapelo Presidente da República.

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Novos órgãos camarários tomam posse em Cantanhede, Condeixa-a-Nova e Mira

Apostar no desenvolvimentoé promessa de todos os autarcasNo distrito de Coimbrasucedem-se as tomadas deposse dos executivos eleitos a16 de Dezembro. Cerca detrês semanas depois daseleições autárquicas, algunsdos autarcas (re)eleitosocupam já o cargo para oqual foram escolhidos pelapopulação. Em Cantanhede,Condeixa-a-Nova e Mira ospresidentes eleitos tomaramposse, na semana passada, eencontram-se já em plenoexercício das suas funções.

Numa altura bastante conturbadaem termos políticos, os novos órgãosautárquicos eleitos nas últimaseleições começam a ocupar os cargospara que foram eleitos. No distrito de

Coimbra, os novos executivostomaram já posse na maioria dosconcelhos, aguardando-se para breveas últimas mudanças.

Em Cantanhede, o salão nobredos Paços do Concelho foi pequenopara acolher todos aqueles quequiseram dar novamente as boasvindas ao presidente reeleito. Osocial-democrata Jorge Catarinotomou posse, na quinta feira passada,numa cerimónia que contou com apresença de vários populares erepresentantes de outras autarquias daregião.

Durante a cerimónia, JorgeCatarino agradeceu à população deCantanhede mais este “voto deconfiança” e mostrou-se disponívelpara desenvolver um trabalhoconjunto com todos, empenhando-se“num desafio renovado”.

Os próximos quatro anos devempermitir, segundo Jorge Catarino, aconsolidação do desenvolvimento doconcelho. A sua principal aposta para

esta mandato assenta, como referiu,em colocar Cantanhede “nos píncarosda qualidade de vida” e “na linha dafrente do desenvolvimento”.

Consciente de que a populaçãoestá agora mais exigente, o autarcaentende que tem condições paracorresponder às necessidades dosmunícipes, “com trabalho, capa-cidade de iniciativa, motivação econfiança”.

A consolidação do desen-volvimento industrial, a construçãodo Beira Atlântico Parque - ParqueTecnológico e Cultural de Canta-nhede, de eixos viários, de parquesdesportivos, de um auditório mul-tifunções e a ampliação da rede esaneamento são alguns dos projec-tos deste autarca para o próximomandato.

Para o concelho de Condeixa-a--Nova não estão previstas tambémgrandes mudanças e o novo mandatodeve pautar-se pela continuidade doprojecto já iniciado pelo presidentereeleito, o socialista Jorge Bento.

Reeleito para o terceiro mandatoconsecutivo, o presidente da CâmaraMunicipal de Condeixa-a-Novaencontra-se já em exercício plenodas suas funções. Classificando aseleições de Dezembro como “ummarco na história do municipalismoem Portugal”, Jorge Bento con-siderou, na semana passada, no seudiscurso de tomada de posse, que foimuito positiva a participação eenvolvimento dos cidadãos nestaseleições.

A “larga e tranquila” parti-cipação dos cidadãos no acto eleitorale a “disponibilidade de centenas decondeixenses para integrarem listasde todos os partidos concorrentes” aosdiversos órgãos autárquicos são, noseu entender, uma “clara afirmação decidadania”.

Sobre os resultados inesperadosdas eleições, que culminaram com ademissão do primeiro-ministro,António Guterres, Jorge Bentodefende que foram “indubitavelmenteum juízo sobre as governações, comuma expressiva afirmação de um juízosobre a governação nacional e comdeterminante implicação no cenáriopolítico da República”.

Em Mira, o social-democrata

Mário Maduro, que destronou osocialista João Reigota, tambémtomou posse, na semana passada, eencontra-se já em funções. Durante acerimónia de tomada de posse, quecontou com a presença de algumasdezenas de populares, o médico MárioMaduro apresentou o seu projecto eprometeu aplicar todas as suas forçasem prol do desenvolvimento doconcelho.

Fazer uma “política para todos”é um dos objectivos do novo pre-sidente, que promete também come-çar por traçar o “diagnóstico” doconcelho. A saúde da população, oseu bem estar, os seus problemas e oseu equilíbrio vão ser, de acordo como autarca, algumas das suas preo-cupações para os próximos quatroanos.

Mário Maduro quer desenvolver,durante o próximo mandato, “umprojecto integrado e sustentado” quetenha como preocupações centrais a“criação de riqueza, o melhorar dacompetitividade concelhia a todos osníveis e o redefinir da política social,com especial atenção para a saúde,terceira idade e habitação social”.

Empossados sábado 26 novosexecutivos camarários

Vinte e seis novos executivos ca-marários tomaram posse no sábado,dia 5, em 11 distritos do país, na

sequência das eleições autárquicas de16 de Dezembro.

O distrito do Porto foi onde serealizou um maior número de tomadasde posse, com cinco, seguido deAveiro com quatro e de Santarém comtrês.

Em Braga, Bragança, Coimbra,Guarda, Viana do Castelo e Viseuhouve duas, enquanto em Vila Real eLeiria apenas uma.

No Porto, tomaram posse osnovos executivos camarários deMatosinhos, Santo Tirso, Vila doConde, Póvoa do Varzim e Lousada.

Ainda no Norte, houve ceri-mónias semelhantes em Torre deMoncorvo (Bragança), Macedo deCavaleiros (Bragança), Alijó (VilaReal), Arcos de Valdevez (Viana doCastelo), Vila Nova de Cerveira(Viana do Castelo), Barcelos (Braga)e Fafe (Braga).

No Centro, tomaram posse osnovos presidentes e vereadores dasCâmaras Municipais de Ovar (Avei-ro), Santa Maria da Feira (Aveiro),Sever do Vouga (Aveiro), São João daMadeira (Aveiro), Mangualde (Viseu),Sernancelhe (Viseu), Celorico daBeira (Guarda), Gouveia (Guarda),Figueira da Foz (Coimbra), Monte-mor-o-Velho (Coimbra) e Batalha(Leiria).

Em Santarém, houve cerimóniasde posse nos concelhos de TorresNovas, Chamusca e Alcanena.

Jorge Catarino agradeceu mais este “voto de confiança” e mostrou-sedisponível para desenvolver um trabalho conjunto “num desafio renovado”

Passivo da Câmara da Figueira da Foz aumentou 52 por centoSantana Lopes, presidentecessante da CâmaraMunicipal da Figueira daFoz, anunciou no sábado,durante a cerimónia detomada de posse do novoexecutivo, que o passivo daautarquia subiu 52 por centodesde 1997.

“Encontrámos um passivo de1,726 milhões de contos e o quedeixamos é 52 por cento superior”,sublinhou o autarca, justificando, noentanto, os números por si avançados,pois, “contando com tudo, patrimó-nio adquirido, obras realizadas, ovalor final é inferior”, disse.

Outros dados adiantados peloedil cessante dizem respeito aonúmero de trabalhadores do quadro

da autarquia: 624 há quatro anoscontra os actuais 625, tendo o“pessoal especializado” passado de77 para 116.

A capacidade de endividamentodo município passou de 1,2 milhõesde contos para os actuais 9 milhões ea conta de gerência saltou de 4,7 para11 milhões de contos, ainda segundoos números avançados pelo pre-sidente cessante.

“Terminou um mandato dequatro anos que alguns diziam quetalvez durasse só seis meses”, frisouPedro Santana Lopes, erguendo oprograma que apresentou aoeleitorado em 97 para afirmar:“executámos aquilo a que noscomprometemos. Não está tudo feito,mas está mais de 95 por cento”.

Durante a cerimónia de tomadade posse do novo executivomunicipal da Figueira da Foz,encabeçado por Duarte Silva (PSD),

Santana Lopes agradeceu ainda aoutros presidentes de Câmara, “quemuito ajudaram um caloiro nestasandanças”, gracejou.

Na assistência marcaram presen-ça Jaime Soares (Poiares), IsabelDamasceno (Leiria) e Jorge Catarino(Cantanhede), acompanhados dosnovos autarcas de Montemor-o-Velhoe Coimbra, Luís Leal e Carlos Encar-nação.

Referindo-se aos figueirenses,“que sempre me trataram como umpríncipe nesta terra”, Santana Lopesdeixou a promessa de, “esteja nasfunções em que estiver, fazer tudoaquilo que possa pela figueira daFoz”.

As palavras seguintes foramdirigidas a Duarte Silva, o novopresidente eleito, considerandoSantana Lopes ser “um regalo, umconsolo e uma tranquilidade saberque quem me sucede é alguém de

quem eu tanto gosto, que tem tantasqualidades”, frisou.

Duarte Silva, presidente daAssembleia Municipal cessante, quepor via dessas funções presidiu àsessão, acabando por dar posse a sipróprio como Presidente da Câmara,não evitou um pequeno lapso,esquecendo-se de... prestar juramen-to.

Minutos depois lembrou-se,exclamando perante risos e sorrisosprovenientes da assistência, queenchia por completo o Salão Nobreda Câmara Municipal: “Não fiz ojuramento e foi esta gente nova, comoo Jaime Soares (o histórico presidenteda Câmara de Vila Nova de Poiares),que entra agora para esta vida,que me lembrou”, brincou DuarteSilva.

O novo presidente, que cessoufunções na presidência do Conselhode Administração dos Estaleiros

Navais de Viana do Castelo, devolveuelogios a Santana Lopes frisando que“Lisboa vai ser bem governada”.

“Parecemos o senhor Feliz e osenhor Contente” ironizou DuarteSilva, deixando como “bandeira domandato” a intenção de “continuar afazer da Figueira um concelho demodernidade, segurança e qualidadede vida, onde as pessoas se sintambem”.

“Vamos continuar o desenvolvi-mento lançado há quatro anos,aproveitar tudo o que foi semeado ecabe-nos a nós prosseguir com acolheita”, concluiu.

O PSD tem seis elementos nonovo executivo municipal da Figueirada Foz, face a três do PS, enquanto naAssembleia Municipal a relação deforças dá 14 deputados eleitos paraos social-democratas, 10 para ossocialistas, dois para a CDU e um parao PP.

Reeleito para o terceiro mandato consecutivo, Jorge Bento considerouque foi muito positiva a participação dos cidadãos nestas eleições

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Alto Douro

Vinha e vinho, uma construçãocultural colectiva ao longo de séculosPaula Lima *

A vinha e o vinho são asprincipais formas de culturado Alto Douro Vinhateiro,representando umapaisagem que durante anosfoi modelada pela mão dohomem e que vai serclassificada como patrimónioda humanidade.

O parecer final da UNESCO sobrea candidatura desta zona a patrimóniomundial vai ser conhecido na próximasemana e, segundo o coordenadorFernando Bianchi de Aguiar, “tudoindica que será favorável”.

Os vinhos do Douro, e em parti-cular o vinho do Porto, re-presentamuma construção cultural colectiva,num processo de evolução que seprolongou ao longo de vários séculos.

O Alto Douro encerra uma históriamilenar, com vestígios arqueológicosabundantes da intensa ocupaçãohumana desde tempos pré-históricos,nomeadamente pinturas e gravurasrupestres, por exemplo o Vale do Côa,antas e menires neolíticos, castros pré-romanos e estações romanas.

O território integra o vale do rioDouro que lá é considerado patrimóniomundial, nos seus extremos, nomea-damente o Porto e do lado oposto oParque Arqueológico do Côa.

Apesar da irregularidade docaudal do rio e das dificuldades denavegação, o vale do Douro constituiuum corredor de povos e culturas, queaqui se cruzaram durante milénios.

Foram muitos os escritores quese inspiraram nas águas do rio edescreveram os seus mistérios, desdeMiguel Torga, a Agustina Bessa Luís ea António Cabral.

“Não pode haver no mundo coisamais bela do que o vale do Pinhãoquando estas primeiras tintas doOutono o visitam. A gente olha de cima,e não está mais na terra. Debruça-sesobre um abismo de cor ao fim do qualdois rios se bebem com sede um dooutro...”, escrevia Miguel Torga, em1945 (Diário III).

Através da pena de AgustinaBessa Luís e da câmara de Manoel deOliveira, o Douro chegou também àstelas do cinema.

Manoel de Oliveira adaptou olivro “Vale Abraão”, escrito porAgustina Bessa Luís, num filme cujocenário foi a própria quinta do valeAbraão, no Peso da Régua, e queutilizou os habitantes da cidade comofigurantes.

Hoje com 70 anos, o escritorAntónio Cabral dedicou mais de 50anos a escrever sobre o Douro, emforma de poesia, romances ou ensaios,em obras de onde se destacam“Antologia dos Poemas Durienses”, ouo romance “Memória Delta” .

Segundo António Cabral, quenasceu em Castedo do Douro, con-celho de Alijó, foi o “modo de vidadas gentes durienses e a sua iden-tificação com a terra e a paisagemsoberba”, que serviu de inspiraçãopara as mais de 30 obras publicadasdurante a sua carreira.

“É uma terra com alma queprende as pessoas”, sublinhou.

A magia do rio, das escarpas e acor dos vinhedos ficará para sempreimortalizada pelas câmaras defotógrafos como Domingos Alvão ouJoão Paulo Sotto Maior.

Domingos Alvão (1869-1946)notabilizou-se através do levanta-mento fotográfico que fez, ao longode muitos anos, sobre o DouroVinhateiro para o Instituto do Vinhodo Porto, destacando-se do seutrabalho as fotografias dos rabelos

carregados de pipas de vinho.João Paulo Sotto Maior fotografa

há mais de 20 anos a região do AltoDouro, o qual considera mágico emtodas as estações do ano. “Até mesmono Inverno, quando as videiras estãodespidas, se ouve o barulho dastesouras a cortar as vides e se sente ocheiro a fumo”, diz.

Em Novembro, a paisagem doDouro “transforma-se numa combina-ção de cores que não se encontra emmais lado nenhum. Não é dourado, nãoé nenhuma das cores bem definidas eé, ao mesmo tempo, uma combinaçãode todas elas”, frisou.

O fotógrafo nasceu na freguesia

da Sé, no Porto, e desde muito novoesteve muito ligado ao rio Douro, quena sua opinião “perdeu encanto com achegada das barragens, transformando--se numa espécie de animal castrado”.

“O rio perdeu a força, a rustici-dade, a sua arquitectura própria,ficando redesenhado pela mão dohomem”, sustentou.

A zona da Ferradosa, São João daPesqueira, é para João Paulo SottoMaior lugar mais bonito da região doDouro, um lugar “onde o tempo pára eos relógios se esquecem de trabalhar”.Para melhor retratar o Douro, o rio e asvinhas, é necessário “embrenharmo--nos no coração das quintas, terraços e

mortórios”, diz.Toda a história do vinho, da

cultura e da paisagem culturalevolutiva viva que está na base daclassificação do Alto Douro Vinhateirocomo património mundial ficaráguardada no centro de interpretaçãoda região, no futuro Museu do Douro,a instalar na Régua.

Gaspar Martins Pereira,responsável pela instalação do Museudo Douro, disse à Lusa que o centro deinterpretação e os percursos museo-lógicos a instalar ao longo da regiãovão ser “peças fundamentais para umbom entendimento do Douro”.

*Agência Lusa

Escola de Sever do Vouga vai formarespecialistas em turismo-aventura

A. MARGALHO, LDA.SERRALHARIA CIVIL

CAIXILHARIA DE ALUMÍNIOS ANODIZADOS

TOVIM DE BAIXO

TELEF. 239 724 311 3000 COIMBRA

DRAOT pronta para legalizarconstruções em Vagos

A Universidade de Aveiro,associações empresariaise seis municípios da regiãovão lançar em Sever doVouga uma escolatecnológica onde seráministrada formação na áreado turismo-aventura,anunciou fonte daautarquia.

A nova escola, que deverá abrirem 2002 ou 2003, funcionará naantiga “fábrica das massas” daquelalocalidade, uma propriedademunicipal que sofrerá obras deadaptação avaliadas em 700 milcontos, explicou o presidente daCâmara de Sever do Vouga, ManuelSoares.

O autarca falava à Lusa antesde uma reunião na DirecçãoRegional de Economia do Centro,em Coimbra, onde foi discutir ofinanciamento do projecto atravésdo Programa Operacional daEconomia (POE).

A aprovação desse financia-

mento, pedido a 18 de Dezembro,“é imprescindível” para a concre-tização do projecto, sustentou oautarca.

Empenhados no lançamento daescola estão também os municípiosde Albergaria-a-Velha e Águeda(igualmente do distrito de Aveiro),bem como os de S. Pedro do Sul,Oliveira de Frades e Vouzela (distritode Viseu), que vão constituir para oefeito uma associação sem finslucrativos.

A Associação Industrial doDistrito de Aveiro e a Associação Em-presarial do Dão-Lafões completamas parcerias deste projecto, que

segundo Manuel Soares “respondeàs necessidades de formação sentidaspelo próprio tecido empresarial daregião”.

Além do curso de turismo-aven-tura, a escola tecnológica leccionaráinformática, administração, metalo--mecânica e construção civil, escla-receu Manuel Soares, que realçoutambém o contributo da Univer-sidade de Aveiro para este pro-jecto.

A universidade disponibilizouos serviços de uma empresa asso-ciada – a Grupunave - para elaboraro estudo de viabilidade económicae formalizar a candidatura ao POE.

A Direcção Regional doAmbiente do Centro(DRAOT-C) pode viabilizarnovas construções e legalizaras habitações já existentes emreservas agrícolas eecológicas do concelho deVagos, desde que “nãocolidam com os valoresambientais mais sensíveis”.

Em declarações à Lusa, o directorregional, Fernando Peixinho deCristo, disse que a DRAOT-C estádisponível para acolher as pretensõesda Câmara de Vagos no que respeita àlegalização de algumas habitações eocupação do solo em zonas classi-ficadas como Reserva Agrícola eReserva Ecológica Nacional.

As propostas da Câmara, aindaem fase de análise por parte daComissão Técnica de Acompanha-mento do PDM de Vagos e da DRAOT,dizem respeito à revisão do PDM e àalteração da delimitação das áreasclassificadas e envolvem a legaliza-ção de um bairro clandestino nafreguesia da Gafanha da Boa Hora edesenvolvimento urbanístico na

Estrada de Alta Tensão. “A classifica-ção da REN não é imutável”, justi-ficou Peixinho de Cristo, que entendeque “alguns traçados não são muitocorrectos”. “Não podemos continuara laborar no erro de ter zonas jáedificadas classificadas como REN”,acrescentou.

Os ministérios do Ambiente e daAgricultura têm actualmente em cursoum processo de revisão da cartografiae da legislação aplicável às áreasclassificadas.

Os habitantes da Gafanha da BoaHora já boicotaram por duas vezes oacto eleitoral para pressionar a Direc-ção Geral do Ambiente a legalizarcerca de uma centena de casasconstruídas clandestinamente emzonas protegidas da localidade.

As residências, que dispõem deenergia da rede pública, foramconstruídas à beira de uma estradaalcatroada e estão consideradas“ilegais” por se situarem em zona deREN e RAN, segundo o porta-voz daComissão de Defesa dos Direitos daFreguesia, Nelson Costa.

Os 1704 recenseados destafreguesia boicotaram pela primeiravez as eleições nas Presidenciais deJaneiro e repetiram o protesto nasAutárquicas de Dezembro.

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Jorge Sampaio quer renovaçãopara enfrentar dificuldades de 2002

Euro faltou em caixas multibanco em Coimbra

DECO recebe queixasrelacionadas com o euro

O presidente da República,Jorge Sampaio, exortou osportugueses a envolverem-seno “debate nacional” daspróximas legislativas parauma clarificação erenovação do sistemapolítico, num Ano Novo quese apresenta difícile exigente.

Na sua mensagem de Ano Novo,Jorge Sampaio frisou que o “grandesentido” das legislativas de 17 deMarço, será motivar “um debatenacional” vivo e rigoroso que per-mita a Portugal vencer “o desafio damodernidade”.

O facto de o país ter perdido “aestabilidade governativa” com ademissão do primeiro-ministro “põeà prova a capacidade (do país) derestabelecer grandes compromissoscolectivos”, disse o chefe de Estado,apelando para que as várias alter-nativas políticas façam um debateque “se afaste do acessório e se agarre

ao essencial”.Em cenário de “crise interna-

cional com incidência na economia”,Sampaio afirmou que Portugalprecisa de “atenção acrescida”,devido aos “problemas estruturais dacompetitividade e da capacidadeprodutiva” do país.

O debate político deve con-tribuir para se “ganhar iniciativareformadora que dignifique o Esta-do, reforçando a sua autoridade”,combatendo assim “o laxismo e odesleixo, substituindo-os por umacultura de exigência e dinamismo”,recomendou Sampaio.

“2002 será um ano de dificul-dades e de oportunidades”, disse ochefe de Estado, destacando aentrada em circulação do Euro,moeda partilhada “por 300 milhõesde europeus” como “projecto mo-bilizador colectivo” para o país, como qual “Portugal e os portuguesessuperar-se-ão a si próprios, ven-cerão atrasos, ultrapassarão obstácu-los”.

“Não duvido da nossa capa-cidade de enfrentar a situaçãopresente. Para vencermos as nossasdificuldades é necessário, porém, que

não as minimizemos”, avisou.Em relação a 2001, o presidente

lembrou, no plano nacional a tragé-dia de Entre-os-Rios e internacio-nalmente os atentados de 11 deSetembro e a crise que se seguiu, paraafirmar que as “questões decisivas”para Portugal passam pela “opera-cionalidade dos sistemas de segu-rança externa e interna do país” epela “diminuição das desigualdadesentre as regiões”.

Os valores da liberdade, dademocracia e da solidariedade “têmque ser permanentemente acautela-dos com uma exigência que aindahá bem pouco tempo talvez nãojulgássemos tão crucial”, sublinhou.

Sampaio voltou a destacarprioridades já apontadas por si em2001, como dar eficiência ao ServiçoNacional de Saúde, qualidade aoensino ou competitividade àeconomia e às indústrias.

Dirigindo-se primeiro a todosos portugueses residentes noterritório nacional e no estrangeiro,o Presidente da República nãoesqueceu na sua mensagem “todosaqueles que, vindos de outros países,vivem e trabalham” em Portugal.

O candidato a líderdo PS Paulo Penedosdefende na sua moçãoestratégica a divisãodo Parlamento em duascâmaras e criticaAntónio Guterres por se ter demitido devidoao mau resultadonas autárquicas.

Penedos considera “penalizadorpara o PS que o secretário-geral façauma leitura prévia da situação políticapós-eleitoral e decida um cenário deauto-afastamento que lança o país numnovo período de incerteza einstabilidade”.

O candidato a líder socialistaafirma que a experiência governativado PS nos últimos anos “degenerou” eque a discussão interna dentro dopartido “foi desaparecendo”.

Dos “jobs for the boys” à apro-vação sucessiva de orçamentos deEstado com o voto de Daniel Campeloe passando pela “oportunidadedesaproveitada” de lançar efectiva-mente a reforma fiscal, Paulo Penedosenumera várias razões pelas quais oPS foi “descapitalizado da opiniãopública a um ponto que se tornoupesado”.

Lançando-se em propostas parareformas em vários sectores, é nainstitucional que Paulo Penedos vaimais longe, manifestando-se contra oscírculos uninominais propostos peloPS nas últimas legislativas, afirmandoque “com a experiência Campelo, oPaís tem pouca disponibilidade” paraaceitá-los.

A reforma “que mais falta faz” é acriação na Assembleia da República

de “uma segunda câmara, com aredução do número de lugares naactual, de modo a que, no conjuntodas duas câmaras, não se inflacione arepresentação política do país”.

O PS que Paulo Penedos quer“tem de ser capaz de voltar a discutiros problemas do país”, e “regressar aodiscurso do poder”, contra “ounanimismo nos órgãos dirigentes” ea neutralização das estruturas dejuventude. “Dar voz aos militantes” éo mote das intenções de Penedos paraum partido menos aparelhista,defendendo que as eleições internaspara as secções de residência se façam“com base em programa próprio”.

A candidatura de Paulo Penedosnão apresenta para já um candidato aprimeiro-ministro, por recusar “a ideiada ligação rígida entre as duassituações”, mas propõe-se “remobilizara esperança” dentro do partido.

Paulo Penedos defende “umnovo discurso para a economia” econsistência nos programas, criticandoa instabilidade deste sector nosgovernos PS, que em seis anos tiveramseis titulares da pasta.

O candidato quer que o PScumpra as promessas feitas emreformas na área fiscal, justiça ousaúde, continuando ao mesmo tempoo que já foi feito na educação ou nasegurança social.

Na administração pública, umareforma “que não tem fim” precisa de“um modelo de articulação” entreadministração central e local.

Por enquanto, a administraçãoregional do Estado está “emperrada nafalência política da regionalização”,afirma Paulo Penedos, considerandoque não vale a pena “forçar um novoreferendo”, mas sim dar tempo aoscidadãos para avaliarem a necessidadede mudar ou não.

Os portugueses estão aaderir “muito bem” ao euro,diz a DECO, que recebeu noentanto queixas deconsumidores a denunciartaxistas que recusam recebereuros, caixas multibancocom a nova moeda esgotadae erros em pagamentos.

“A operação euro está a decorrermuito bem, acima das nossasexpectativas”, disse à Lusa o se-cretário-geral da associação para adefesa dos consumidores, JorgeMorgado, precisando que dos 167contactos de consumidores recebi-dos no segundo dia do ano “apenas11” foram sobre o euro.

Em Lisboa, dois taxistas re-cusaram esta manhã receber euros

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dos clientes, o que deu origem à aber-tura de processos de reclamação naDECO. Também na capital, algumasdelegações do Banco Totta e Açores(BTA) foram alvo de queixa dosconsumidores, por se recusarem afornecer a nova moeda a não clientes.

“Esta atitude da banca, além deser ilegal, é deontologicamenteincorrecta, uma vez que os bancosestão neste momento a prestar umserviço público (fomentando acirculação de notas e moedas emeuro) e devem entregar a nova moedaa qualquer consumidor que osolicite”, adiantou Jorge Morgado.

Um consumidor de Santarémqueixou-se à DECO que as FinançasPúblicas se recusaram a receber umcheque em escudos datado de 31 deDezembro do ano passado, umarecusa que o secretário-geral daDECO diz ser ilegal, uma vez que oescudo era a única moeda a circularnaquela data.

Também de Santarém chegaramalgumas queixas de consumidoresque foram presenteados por comer-ciantes e bancos com conversores deeuros para a moeda espanhola, e nãopara euros portugueses.

“Alguns consumidores não seaperceberam que se tratava decalculadoras espanholas e que aconversão estava programada paraeuros espanhóis e efectuaram paga-mentos de serviços no multibancoem excesso. O que têm a fazer éguardar as provas de pagamento,solicitar às empresas a devolução daquantia que lhes é devida, e se estadevolução não for efectuada pode-rão fazer queixa na DECO”, explicaJorge Morgado.

A falta de euros em caixasmultibanco, especialmente em Vianado Castelo e Coimbra, também deuorigem a algumas reclamações naassociação de defesa dos consu-midores.

Gasolina mais baratae electricidade mais caraOs portugueses pagam,desde o início do ano,menos pela gasolina,mas mais pela electricidadee pelas portagensde alguns lançosde auto-estrada e das Pontes25 de Abril e Vascoda Gama.

O preço da gasolina desceu 11escudos, para 172 escudos (0,86euros), reflectindo o novo sistemade cálculo dos preços doscombustíveis, que passam a serajustados mensalmente.

O gasóleo deverá manter-senos 130 escudos (0,65 euros) porlitro.

As tarifas de venda de energia

eléctrica vão subir 2,4% para oconsumo doméstico e entre 1,4 e2,4% para o consumo industrial.

Quanto às portagens, na Ponte25 de Abril, os veículos pagam agoraentre 141 escudos (70 cêntimos) e252 escudos (1,26 euros) a mais doque em 2001, enquanto o aumentona Ponte Vasco da Gama é maisbaixo: entre 10 (0,05 cêntimos) e44 escudos (0,22 euros).

A Auto-Estrada do Atlântico,que explora a rede de Auto-Estradasdo Oeste, A8 e A5, optou por sóalterar o tarifário de alguns lanços.

Assim, os automobilistas quecirculam entre Loures/CREL e oBombarral são os únicos que vãoter de pagar portagens mais carasentre 10 escudos (0,05 euros) e 75escudos (0,37 euros).

Inspecção às cadeias “está iminente”A realização de umainspecção da Provedoriade Justiça aos maisde 50 estabelecimentosprisionais portuguesesestá “iminente” e arrancaeste mês, emboranão exista aindauma data marcadapara o seu início.

Fonte ligada ao gabinete doProvedor de Justiça adiantou àagência Lusa que a inspecção àscadeias, que se dividem em centrais,

especiais, regionais e de apoio,deverá movimentar “meia dúzia” deequipas de elementos da Provedoria.

Trata-se de uma inspecçãoordinária que servirá para avaliar ocumprimento e a eficácia dasrecomendações feitas, em 1998, peloentão Provedor de Justiça, MenéresPimentel, com base no relatório dainspecção feita a 54 cadeiasportuguesas.

Actualmente, e ao contrário de1996/97, o maior problema dosistema prisional não reside nasobrelotação das prisões, mas nasegurança dos reclusos e no controlodas redes de tráfico de droga queoperam no interior das prisões.

Esta notícia surge um dia depoisde um recluso do EstabelecimentoPrisional de Vale de Judeus termorrido esfaqueado por outro preso,num acto que as autoridades compe-tentes atribuem ao tráfico de droga.

Penedos apresentou moção

Candidato a líder do PScritica Guterres

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09/01/02

trânsito 10

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MAMOGRAFIA:Segundas, Quartas e Sextas-feiras,das 8 às 12 horas

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museusCasa Museu B. Barreto — Das 15 às 17 horas (3.ª a6.ª), das 10 às 12 e das 15 às 17 horas (sábados edomingos). Fechado à segunda-feira e feriados.

Laboratório Minerológico e Geológico — Das 9,30às 12,30 e das 14 às 17 horas. Fechado aos sábados edomingos.

Académico — Colégio S. Jerónimo Telef. 239 827-396.

Arte Sacra — Pátio da Universidade.

Laboratório Antropológico — De segunda a sextadas 9,30 às 12,30 e das 14 às 17,30 horas.

Machado de Castro — Das 9,30 às 12,30 e das 14 às17,00 horas. Fechado à segunda-feira.

Militar — Das 10 às 12 e das 14 às 17 horas. Todos os dias.

Monográfico de Conímbriga — Ruínas abertas todosos dias das 9,30 às 13 horas e das 14 às 18 horas.

Nacional da Ciência e da Técnica — Das 9,30, às12,30 e das 14 às 17 horas. De segunda a sexta-feira.

Transportes Urbanos — Segunda a sexta das 9,00 às12,30 horas e das 14 às 17,30 horas.

BOMBEIROSBombeiros Sapadores………..……. 239 792 800Bombeiros Voluntários.………...…. 239 822 323

HOSPITAISEmergência Social ………………… 239 822 139Universidade.……….................…… 239 400 400Covões …..................…...……..…… 239 800 100Celas ……....…….....................…..... 239 404 030Pediátrico ………..…….................… 239 484 163Sobral Cid…….........…………...……239 404 422Maternidade Daniel de Matos….…239 403 060Instituto Maternal ……………………239 480 400Hospital Militar....... 239 403 080 - 239 405 058

SERVIÇOSTelefone SOS ……………….…….… 239 721 010Socorro e Emergência ……….…… 239 792 808Serviço de Electricidade …….…… 0800 246 246Linha SOS Estudante .............. 0808 200 204

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Viajar de automóvel é uma das principais causas de morte dos jovens

Lugares da frente mais perigososquando atrás ninguém põe cintoOitenta por centodas mortes de passageirosdos bancos da frente doscarros poderiam ser evitadasse os do banco de trástivessem apertado o cintode segurança.

Viajar de automóvel é dema-siadas vezes fatal, sendo mesmo umadas principais causas de morte entreos jovens, e o risco é maior para ospassageiros da frente quando os dobanco de trás não apertam o cinto,sublinha um estudo divulgado pelarevista britânica The Lancet.

De acordo com os resultadoscoligidos, os passageiros queseguem à frente têm cinco vezes maisprobabilidades de morrer se os dobanco de trás não usarem o cinto desegurança.

A utilização do cinto de se-gurança no banco de trás, impostapelo código da estrada português,nem sempre é cumprida, para alémde não ser obrigatória em todos ospaíses industrializados.

Que existe maior risco de mortepara os passageiros do banco de trásque não utilizam cinto de segurançaparece óbvio, no entanto, o estudo,realizado no Japão, sublinha que este“descuido” pode ter também uma

influência determinante na mortali-dade dos passageiros da frente.

O estudo, realizado por umaequipa de investigadores dirigida porMasao Ichikawa, da Universidade deTóquio, comparou o risco de mortee vários ferimentos nos passageirosda frente em acidentes de viação compassageiros do banco de trás que

utilizavam ou não cinto de seguran-ça.

Os investigadores debruçaram--se sobre os dados de cerca de100.000 acidentes, ocorridos aolongo de cinco anos, onde existiampelo menos dois passageiros na partede trás do carro.

Os resultados permitem afirmar

que se os passageiros que viajam àfrente utilizam o cinto de segurançatêm menos probabilidades de seremprojectados dos seus lugares duranteum acidente de viação.

No entanto, se os que viajam nobanco de trás não utilizam o cintode segurança a força do seu impactonas costas dos passageiros da frente

pode ser um factor determinante deferimento.

Nos choques frontais, ospassageiros do banco de trás que nãousam cinto de segurança podem serprojectados para a frente, batendonos da frente.

Noutras formas de acidente, ospassageiros do banco de trás podemser projectados em várias direcções,e o impacto do volante, do tablier,ou de outras superfícies interiorespoderá ser menor que o dospassageiros que viajam atrás.

Segundo Ichikawa, estadescoberta “fornece uma base paratornar obrigatória a utilização docinto de segurança atrás”.

“Para reduzir os ferimentos naestrada recomendamos que todos osocupantes do carro utilizem cintosde segurança, para se protegerem aeles próprios mas também os outros”,disse o investigador.

Quer seja por falta de cinto desegurança ou manobras perigosas, onúmero de mortos e feridos nasestradas portuguesas continua aaumentar.

Só durante o período dapassagem de ano, o número demortos aumentou 45 por centorelativamente ao ano anterior, deacordo com dados da brigada detrânsito da GNR.

Dezasseis pessoas morreram emacidentes rodoviários entre sextafeira (28 de Dezembro de 2001) e as24H00 de terça feira (1 de Janeiro de2002), mais cinco do que no períodohomólogo anterior.

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09/01/02

cartaz 11

COIMBRA• RDP Centro ............................................ 94.9• Universidade ........................................ 107.9• 90 FM ...................................................... 90• Província (Anadia) ................................. 100.8• Clube de Arganil ..................................... 88.5• Concelho Cantanhede ............................... 103• Regional Centro (Condeixa) ..................... 96.2• C. Foz Mondego (F. Foz) .......................... 99.1• Maiorca .................................................. 92.1• Clube da Lousã ....................................... 95.3• C. da Pampilhosa .................................... 92.6• Dueça (M. Corvo) ..................................... 94.5• Beira Litoral (Montemor) ......................... 101.7• Popular de Soure. .................................. 104.4• Santo André (Poiares) ............................ 100.5

rádios

Municipal – Aberta das 9 às 12,30 e das 14 às 17,30horas (2.ª a 6.ª feira). Encerra aos sábados edomingos.

Geral da Universidade – Das 9 às 22,45 horas 2.ªsábado das 9 às 12,45 horas. Fecha ao domingo.

Joanina – Das 9 às 12 e das 14 às 17 horas. Todosos dias.

Arquivo da Universidade – Das 9 às 12,30 e das 14às 18 horas (2.ª e 3.ª feira), das 9 às 12,30 e das 14às 17,30 horas (4.ª, 5.ª e 6.ª). Fecha ao sábado edomingo.

Casa-Museu Bissaya Barreto – Aberta das 15 às17 horas - 3.ª a 6.ª feiras. Encerra - sábados,domingos e feriados.

Centro de Documentação da A. R. S. – Aberta das 9às 13 e das 14 às 17 horas. Fecha aos sábados edomingos.Centro de Documentação 25 de Abril

bibliotecas

Dias 9 e 10 M/ 12 anosÀs 14,30 - 18 - 21,30

“O Senhor dos Anéis - A Irmandade do Anel”

cine-teatro Tel. 239 822 131

estúdio 1 Tel. 239 822131

estúdio 2 Tel. 239 822 131

Dias 9 e 10 M/ 6 ANOS

Às 12.30 - 15.30 - 18.30 - 21.30 - 00.30 Horas

“ HARRY POTTER E A PEDRAFILOSOFAL”

Dias 9 e 10 M/ 12 anos

Às 11.15 - 14.45 - 18.15 - 21.45 - 00.30 Horas

“O Senhor dos Anéis - A Irmandade do Anel”

cinemas castello lopesC.C.Girassolum Tel. 239 702 466

sala 1

Dias 9 e 10 M/ 6 anos

Às 13,45 - 16,30 - 19,15 - 22

“ HARRY POTTER E A PEDRA

cinemas castello lopesC.C.Girassolum Tel. 239 702 466

sala 2

Cinemas Millenium

Dias 9 e 10 M/ 12 ANOS6.ª a 2.ª: Às 14,30 -17 -19,30 - 22 - 00,15 Horas

“ O Fabuloso Destino de Amélie” 3.ª e 5.ª: 13.40 - 15.40 - 21.40 - 00.00

quinta feiraquarta feira

07.00 Hora Viva09.30 Praça da Alegria13.00 Jornal da Tarde13.50 Regiões14.10 Vidas de Sal15.45 A Senhora das Águas16.45 Emocões Fortes18.00 Pedra Sobre Pedra19.30 Quebra Cabeças19.55 Contra Informação20.00 Telejornal21.15 Lá Em Casa Tudo Bem21.50 Um Estranho em Casa22.50 Grande Informação23.30 Sessão Especial:

“Rituais Que Matam”01.30 24 Horas01.45 Serviço de Urgência02.45 Boas Noites:

“O Homem do Amanhã”

12.00 Espaço Infantil12.45 Caderno Diário13.00 Serviço Público14.00 Euronews17.00 Informação Gestual18.30 A Fé dos Homens19.00 Horizontes da Memória19.30 Clube da Europa20.00 Bem... Você Percebe?20.30 Terceiro Calhau a Conatr do Sol21.00 Os Hughleys21.30 Jornal 222.30 Acontece23.00 Rosswell00.00 Cinco Noites, Cinco Filmes:

“O Sabor da Cereja”02.00 Livres e Iguais

06.45 Portugal Radical07.00 Buéréré09.30 SIC 10 Horas13.00 Primeiro Jornal14.00 Às Duas Por Três16.15 Malhação17.30 A Padroeira18.30 New Wave19.00 As Filhas da Mãe20.00 Jornal da Noite21.00 Malucos do Riso21.30 Fúria de Viver22.30 O Clone23.30 Especial Informação00.30 Acção Total: “Atirar a Matar”02.45 Informação03.00 Dakar 200203.15 As Noites Longas da SIC: “Beckett”05.15 Portugal Radical

08.30 Espaço Infantil11.30 Chiquititas12.100 Nunca Digas Adeus13.00 TVI Jornal14.00 Crianças SOS15.15 Super Pai16.00 Batatoon18.00 Filha do Mar19.00 Anjo Selvagem20.00 Jornal Nacional21.15 Anjo Selvagem21.45 Filha do Mar22.45 Nunca Digas Adeus23.45 Filme: “Um Dia de Raiva”02.00 Ally McBeal03.00 Última Edição03.40 Diário Económico03.50 O rei do Bairro04.30 As Feiticeiras05.30 Colégio Brasil

07.00 Hora Viva09.30 Praça da Alegria13.00 Jornal da Tarde13.50 Regiões14.10 Vidas de Sal15.45 A Senhora das Águas16.45 Emocões Fortes18.00 Pedra Sobre Pedra19.30 Quebra Cabeças19.55 Contra Informação20.00 Telejornal21.15 Lá Em Casa Tudo Bem21.50 Um Estranho em Casa22.50 Sociedade Anónima23.30 Sessão Especial:

“Testemunha em Zona de Guerra”01.30 24 Horas01.45 Andrómeda02.45 Boas Noites: “Sem Alibi”

12.00 Espaço Infantil12.45 Caderno Diário13.00 Por Outro Lado14.00 Euronews17.00 Informação Gestual18.30 A Fé dos Homens19.00 Bombordo19.30 Nós e os Animais20.00 Bem... Você Percebe?20.30 Terceiro Calhau a Conatr do Sol21.00 Os Hughleys21.30 Jornal 222.30 Acontece23.00 Na terra da Abundância00.00 Cinco Noites Cinco Filmes:

“Onde é a Casa do Amigo”

06.45 Portugal Radical07.00 Buéréré09.30 SIC 10 Horas13.00 Primeiro Jornal14.00 Às Duas Por Três14.15 A Próxima Vítima16.15 Malhação17.30 A Padroeira17.30 New Wave19.00 As Filhas da Mãe20.00 Jornal da Noite21.00 Malucos do Riso21.30 Fúria de Viver22.30 O Clone23.30 Cine América:

“Desenterrar o Passado”02.45 Informação03.00 Dakar 200203.15 As Noites Longas da SIC: “Beckett”05.15 Portugal Radical

08.30 Espaço Infantil11.30 Chiquititas12.00 Nunca Digas Adeus13.00 TVI Jornal14.00 Crianças SOS15.00 Super Pai16.00 Batatoon18.00 Filha do Mar19.00 Anjo Selvagem20.00 Jornal Nacional21.15 Anjo Selvagem21.45 Filha do Mar22.45 Nunca Digas Adeus23.45 Filme a designar01.45 Causa Justa02.45 Última Edição03.20 Diário Económico03.35 O rei do Bairro04.15 As Feiticeiras05.10 Colégio Brasil

“Sou, Deus seja louvado, berlinense”, escreveu nassuas memórias a actriz alemã Marlene Dietrich, cujo100.º aniversário foi celebrado dia 27 de Dezembro.Foi no seu túmulo na capital alemã que o “anjoazul”, como ficou conhecida, recebeu naquele diaas honras oficiais do presidente alemão, JohannesRau, por ocasião dos 100 anos do seu nascimento.Falecida em 1992, aos 90 anos, no apartamentoparisiense onde viveu em auto-reclusão os últimos12 anos da sua vida, “a Dietrich” quis ser sepultadana sua terra natal. Depois de ter deixado Berlimrumo a Hollywood na sequência da sus revelaçãono filme “O Anjo Azul”, de Josef von Sternberg(1930), aquela que foi o símbolo sexual de umageração manteve, no entanto, uma relaçãoconflituosa com o país de origem, ao longo da suacarreira. O ministro da propaganda do III Reich,Joseph Goebbels, ordenou-lhe, em 1934, queretornasse “à pátria para retomar o seu papel históricode ícone da indústria cinematográfica alemã”. Emresposta, Marlene decidiu naturalizar-se norte-americana e acompanhou, na Segunda GuerraMundial, as tropas dos Estados Unidos na frenteeuropeia, para as quais cantou. Esta situação seriarecriada no filme “A sua melhor missão” (A foreignaffair), de Billy Wilder. Dirigindo-se na BBC (BritishBroadcasting Corporation) aos militares alemães,pouco antes da sua capitulação, afirmou: “Não sesacrifiquem! A guerra é uma mer…! Hitler é umidiota!”. Se o chefe de Estado alemão decidiuhomenagear “uma artista fora de série que lutoupela liberdade e democracia na época da ditaduranacional - socialista”, numerosos foram os alemãesque, muito depois de 1945, continuaram a considerá-la uma traidora. Na sua última visita à Alemanha,em 1960, multidões concentraram-se em frente dosteatros onde os seus fãs a esperavam, para empunharcartazes proclamando: “Go Home! (Vai para casa!)”.Filha de um oficial da polícia prussiana, MariaMadalena von Losch, aliás Marlene, escondia umcarácter severo, herdado da sua educação austera,por detrás das suas poses de “vamp” com voz roucae sensual. Estrela disputada, dirigida por realizadores

como Ernest Lubitsch,Fritz Lang, passando porOrson Welles e AlfredHitchcock, Marlene tinhao seu “lado obscuro”: erauma grande consumidorade álcool e medica-mentos. Segundo revelouà imprensa Norma Bos-quet, sua confidente eúnica pessoa que com elaconviveu diariamente,Marlene morreu de uma“sobredose de soníferos”.Esta norte-americana de 76anos, mulher do escritorAlain Bosquet, afirmouque a actriz foi vítima deuma hemor-ragia cerebraldois dias antes da suamorte, a 6 de Maio de 1992,no seu apartamento.“Ela não devia ter ficadono apartamento, devia ter

ido para um lar, mas nunca o quis”, acrescentou. Ascomemorações do seu nascimento, a 27 de Dezembrode 1901 em Berlim, começaram no passado dia 27.Além de uma exposição no museu do Filme até 7 deFevereiro, dois teatros, o Hebbel e o Renaissance,dedicam-lhe espectáculos e uma gala de “music-hall”homenageou-a no Friedrichstadtpalast, a réplicaberlinense do cabaré parisiense Moulin Rouge. Porseu lado, o museu homossexual de Berlim consagra-lhe uma exposição dedicada ao tema “Marlene e oterceiro sexo”. A televisão alemã começou igualmentea difundir documentários sobre a sua vida e algumasdas suas obras-primas, como “O Expresso de Xangai”(1932) na cadeia pública ARD. No cemitérioberlinense de Friedenau, no bairro de Schoeneberg,Marlene repousa ao lado da mãe. No seu túmulopode ler-se: “Estou aqui na fronteira da minha vida- Marlene 1901-1992”.

Berlim celebra centésimoaniversário de Marlene Dietrich

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última página

Utentes do ramal Pampilhosa/Figueiraprocuram apoio dos novos autarcaA Comissão de Utentesdo Ramal Pampilhosa/Figueira da Foz vaipedir apoios aos novosautarcas dos concelhosservidos por aqueletroço ferroviário, para“forçar a CP e oGoverno” a mantê-lo emodernizá-lo.

Os utentes aguardam atomada de posse de todos ospresidentes, para solicitaraudiências aos autarcas dosconcelhos de Montemor-o--Velho, Figueira da Foz,Coimbra e Cantanhede,liderados agora pelo PSD.

Euro passou testedo primeiro fim-de-semanaO fim-de-semana, conside-rado o teste crucial ao fun-cionamento do euro depoisdos contratempos dos pri-meiros dias, não pareceucausar problemas aos utiliza-dores da nova divisa, a ava-liar pela invasão dos hiper-mercados e das ruas comer-ciais em toda a Europa.

No entanto, a questãoacerca do desaparecimentode circulação das moedasnacionais continua a colocar-se, podendo ser antes dasdatas limite previstas, e quese situam entre 27 de Janeiroe 28 de Fevereiro, consoanteos países.

Mais de 50 por cento dospagamentos foram feitos emeuros no final de sexta feira

em toda a zona aderente ànova moeda e praticamentetodos os distribuidores denotas dos 12 países entre-gavam euros.

Segundo a comissão, ospagamentos em euros repre-

sentavam mais de 80 porcento na Holanda e Grécia,entre 50 e 65 por cento emPortugal, Alemanha, Finlân-dia, Áustria, Luxemburgo eIrlanda, e entre 25 e 50 porcento nos outros países,como França, Itália e Espa-nha.

A transição controladae calma estende-se a todosos países, com o primeirosábado de compras adecorrer sem problemastambém na Irlanda, Fin-lândia, apesar dos saldos deInverno já se terem inicia-do, ou Holanda, onde asagências bancárias tiveramas portas abertas algumashoras, ao contrário do queé habitual.

Combate ao frio “culpado”por 31 incêndios em ViseuFormas incorrectas de combatero frio que se fez sentir durante aquadra natalícia originarammais de três dezenas deincêndios em habitações dodistrito de Viseu, que foramcombatidos por 375 bombei-ros.

Fonte do Centro de Co-ordenação Operacional (CCO)disse à agencia Lusa que 31 dosincêndios verificados nodistrito de Viseu entre o Natal eo fim do ano se deveram “aosobreaquecimento das lareirasou falta de limpeza daschaminés e à sobrecarga doscircuitos eléctricos, provavel-mente com aquecedores”. Umdeles, em Lamego, terá tidoorigem num cobertor eléctrico.

O CCO de Lamego, res-

ponsável pela zona Norte dodistrito, registou sete incêndios- nos concelhos de Cinfães,Armamar, Penedono, Tarouca,Lamego e Resende - que envol-veram 121 bombeiros e 30viaturas.

Todos eles provocaramapenas danos materiais, tendoo de Armamar, ocorrido no dia26 de Dezembro, na localidadede Gojim, deixado desalojadosuma mulher e o seu neto decinco anos.

Na área de intervenção doCCO de Viseu ocorreram 24incêndios, que obrigaram àmobilização de 254 homens e60 viaturas.

Por coincidência, os trêsmais graves aconteceram noconcelho de Tondela, nomea-

damente em Mosteiro deFráguas e Lageosa do Dão, nodia de Natal, e em S. Miguel deOuteiro, no dia 29.

Segundo a fonte do CCO,o fogo de Lageosa do Dão foi oúnico que provocou danoshumanos, dois feridos leves,assim considerados porqueprecisaram receber assistênciamédica, uma vez que “ficaramaflitos e desmaiaram”.

Em Mosteiro de Fráguas,um idoso de 69 anos viucompletamente destruída a suacasa e, em S. Miguel de Outeiro,uma idosa deficiente motoraficou também desalojada.Ambas as habitações eram deconstrução antiga e os incên-dios deflagraram ao início damanhã.

Curso de Inverno começa hoje na Universidade de Coimbra

Minorias étnicas e religiosas entrea convivência e marginalizaçãoA convivência e amarginalizaçãomarcam a história dasminorias étnicas ereligiosas em Portugal,cujo passado e situaçãoactual vão ser debatidosnum curso de Invernoque começa hoje naUniversidade deCoimbra.

“Havia uma convivênciaem determinados estratos dapopulação, em que a vida seintercepta, mesmo que ahierarquia da Igreja proibisseessas práticas”, afirma aprofessora da licenciatura deHistória da Faculdade de Letrasde Coimbra, Maria AlegriaMarques, uma das oradoras nocurso, que decorre até sexta feirano auditório da Reitoria.

Reportando-se aos casosdos mouros e dos judeus, adocente lembra que o povo tinhauma “convivência normal” eque o comércio se fazia livre-mente.

“A própria Igreja recorria aestas minorias para a produçãode artefactos, embora a hierar-quia o proibisse”, observa.

A problemática das mi-norias étnicas e religiosas“percorre a história de Portugaldesde as suas origens e continuamuito actual”, e é esta di-versidade que o curso pretendeilustrar.

Em Portugal desde sempreviveram minorias étnicas ereligiosas ao lado da populaçãocristã, dominante, ou com elamisturadas.

“É o caso das comunidadesjudaica e muçulmana, às quaisse vieram juntar mais tardeafricanos, ciganos, protestantese outras comunidades religiosase, mais recentemente, diversos

grupos de imigrados oriundosde países de língua oficialportuguesa e do Leste europeu”,refere uma nota da organizaçãodo curso, o Instituto de HistóriaEconómica e Social da Facul-dade de Letras (FLUC).

Portadoras de uma história,cultura e identidade próprias,“todas elas contribuíram não sópara o enriquecimento e vita-lidade da sociedade portuguesanos mais diversos aspectos,mas também com as suasenergias e capacidades para odesenvolvimento económicodo nosso país”, sublinha aorganização.

Além do aprofundamentodo conhecimento acerca dascomunidades do passado, ocurso visa criar uma oportuni-dade de debate sobre as minoriasactualmente residentes emPortugal.

Claúdio Torres (CampoArqueológico de Mértola),Oliveira Marques (Universidade

Nova de Lisboa), EstherMucznik (Comunidade Israelitade Lisboa), Maria José FerroTavares (Universidade Aberta),Saul Gomes e Rui Cascão(FLUC) são alguns dos oradoresno curso.

Estão também previstasexposições sobre ComunidadesCiganas (organizada pelaAssociação Cigana de Coimbra),outra, inédita em Portugal,acerca da acção de três diplo-matas portugueses na II GuerraMundial (um deles Aristides deSousa Mendes) e ainda umaoutra dedicada à temática geraldo curso.

O curso “As MinoriasÉtnicas e Religiosas em Por-tugal. História e Actualidade” éaberto a todos os interessadosna temática, com destaque paraos estudiosos das áreas daHistória e Ciências Humanas eSociais, professores dos váriosgraus de ensino e estudantesuniversitários.

“Não queríamos meter apolítica nesta luta, mas co-mo as autarquias são todaslideradas pelo PSD e o Governo

é ainda PS esperamos que sejamais fácil ter o apoio dosautarcas”, disse à agência Lusao presidente da Comissão de

Utentes, José Vieira.Para os utentes, que re-

ceiam o encerramento daqueletroço, o ramal é “viável erentável”, contrariamente àsposições da CP e da REFER,que se queixam do reduzidonúmero de utilizadores.

Actualmente, são efectua-das apenas três viagens diáriasem cada sentido, a horários que,segundo a Comissão de Uten-tes, “não favorece quemtrabalha ou estuda em Coim-bra”.

“Se a linha estivesse elec-trificada, demorávamos 20minutos a chegar de Canta-nhede a Coimbra em vez demais de uma hora gastaactualmente”, sustentou JoséVieira.

FA L E C E U

Maria de Lourdes Torresdos Santos

Com 72 anos de idade e após doença prolongada, faleceuno passado dia 29 de Dezembro a nossa amiga de longa dataMaria de Lourdes Torres dos Santos.

Natural da freguesia de Santo António dos Olivais, ali viveudurante algumas décadas no lugar de S. Sebastião, onde aestimada Família Torres Santos se radicou.

Apesar de há muito se ter mudado para outra zona dacidade, os seus antigos vizinhos e amigos não a esqueceram, eforam muitos os que se associaram à última homenagem,acompanhando-a até ao cemitério da Conchada no último diado ano.

A seu marido Alfredo Marques de Oliveira, seus filhosCarlos Manuel Torres de Oliveira e Margarida Helena Torres deOliveira Lopes, e a seus irmãos João Inácio da Silva Santos eEdmundo Torres dos Santos, nossos assinantes, e restantefamília, o Jornal “O Despertar” e todos os que aqui trabalham,apresentam à família enlutada, os nossos sinceros pêsames.

Vinte suicídiosnas prisões em 2001As cadeias portuguesasregistaram20 suicídios duranteo ano 2001,um valor só igualadonos últimos cinco anospelos númerosde 1998, indicamdados oficiais a quea agência Lusateve acesso.

Segundo os mesmosdados, em 2001 houve o dobrodos suicídios dos registados em2000 (10) e mais sete do queem 1999 (13). Em 1997,totalizaram 12, para em 1998subirem para 20.

Em Novembro de 2001,o novo director-geral dosServiços Prisionais, JoãoFigueiredo, aprovou umacircular recomendando anecessidade de reforçar avigilância junto dos reclusosem risco de suicídio, tendo estaorientação como destinatá-rios os guardas prisionais,educadores e pessoal de saúde,que diariamente lidam com os

presos mais vulneráveis.A maior parte dos sui-

cídios verifica-se por enfor-camento e resulta de problemasligados à reclusão, violência,solidão, falta de dinheiro,isolamento, luto, doença físicaou psicológica, tristeza esentimentos de culpa e de fracaauto-estima.

O último suicídio nasprisões ocorreu domingo ànoite no estabelecimentoprisional do Linhó. Tratou-sede um recluso de 24 anos, queestava detido há dois anos e acumprir uma pena de 12 porhomicídio qualificado.

Relativamente aos homi-cídios, o número é menosdramático, com a Direcção--Geral dos Serviços Prisionais(DGSP) a apontar seis casosdesde 1996, dos quais dois em1999, três em 2001 e um já noinício de 2002.

Os dados sobre o númerototal de óbitos ocorridos nascadeias portuguesas indicamque no ano 2000 houve 81casos, contra 109 em 1999, 119em 1998, 167 em 1997, 146em 1996, 83 em 1995, 74 em1994 e 43 em 1993.