o desenvolvimento da comunicação no inicio da vida:...

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ISSNUl].]B9X Resumi Temas em Psicologia da SBp·2DOO. VolS n' 3. 225·240 o desenvolvimento da comunicação no inicio da vida: estabelecimento. extensão e abreviação' Maria C. n. P. Lyra2 e F.mmanllclle C. ChavesJ Universidade Federal de Pernamhuco Este trabalho apresenta mna proposta de análise e compreem;ào do pnxe,so de desenvolvimento da comunicação mãe-bebê. Dois pressupostos b!isicos fundamentam esta proposta. Um primeiro implica na inclusão do tempo como constimtivo da dinâmica da comunicação. concebida como wn prOCC>80 de mudança do qual emergem novos nivei> de organização. Ooutro, assume que o desenvolvimento humano5c em um eontexto socioeultural, cuja participação se conçretiza atTavés da história de construção deste dcsenvolvimento. A partir do esmdo de múltipl os casos, investigados longitudinalmente atrav,:s de regi'lm, semanais em vídeo das interações mãe·bebê durante os oito primeiros meses de vida do hehê. são pmposlO' conceitos: estabelecimento. exlemão e obrcviação, Estes conceitos descrevem as forma., dialógicas ou interacionais assomidas pela nesta faixa ctária. Discute-s.c que o desenvolvimento da dinámica da comunicação se caractlTÍza por mn constante jogo cntre aspectos dctenninados c indeterminados de um sistellla que nO"", comunicativos como significados panilhados Palmas·chm: dc,cnvolvilllcnto. c<lrllonicação mãe-bebê. diálogo. Abslrnl Thedeveloprnentofcommunicationintheeal1ylife: eSlablishment,extensionandahbreviation papcr a proposal for analysis and understanding of the mothcr-infalll eommunication devdopmen!. Two assumplions 1"0n11 lhe proposal basis. Fiest. inclusion ofthe time as ao cssential pan ofthc a proccss or chaflgc whcn flew of organilation Second, "fhom3n de'.,[0plllent in th" social_cultural context, through the history ofthe comnllHlication development construction. Ba.,ed on multiplc case srudies, 10ngitudinaJly investigmed through weekly videotapeol mother-iruant interdctions during the fiest eight Illonths ofthe infant's tife. three concepts are prop",ed: estahlishment, and ahhrev;ation. The<e conccpts dcscribe thc dialogical or interactional formats assum",d by communication ror this age range. Finally, lhe characteristic commullicati"n dynamics is di,cu"ed a, a con,tant interplay hetween deterministic alld ;ndetem,inistic aspccts ofthc system that constructs IlCW comnll1nicative elemellts as shared meallings le, words: devclopment. mother_infant communiC3tioo. dialogue L Trabalho aprcscntadano vn Simpósio :-Iacional d",PcsqllÍSae IntercâmhioCientífico-ANI'J>EJ', Gr3111aOO-RS,maiode 1998 2_Doutorado em PSIcologia ÁrC3: Psicologia do 1)c8ellvo]v;mento. 3. Aluna de meslrado do Programa de Pós-graduaçao em Psicologia Cognitiva da UrpE. F.ndercço pard Ct"lltru de Filosofia e CirncÍ35 Humanas da UFl'E, Av_ Acadêmiço t Iélio Ramos, s/n- 8" andar, Cidade Universitária- 50.670-901 - Recife-I'E, lei: (81) 3222-\ 750 (residência) - (81) 3271 -8272/3271-0599 (trabalho), Fax: (81) 3271-1843, e-mail: mclyrn@clogica,com.br A]Xlio finance iro CNl'q e FACFI'F.

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ISSNUl].]B9X

Resumi

Temas em Psicologia da SBp·2DOO. VolS n' 3. 225·240

o desenvolvimento da comunicação no inicio da vida: estabelecimento. extensão e abreviação' Maria C. n. P. Lyra2 e F.mmanllclle C. ChavesJ

Universidade Federal de Pernamhuco

Este trabalho apresenta mna proposta de análise e compreem;ào do pnxe,so de desenvolvimento da comunicação mãe-bebê. Dois pressupostos b!isicos fundamentam esta proposta. Um primeiro implica na inclusão do tempo como constimtivo da dinâmica da comunicação. concebida como wn prOCC>80 de mudança do qual emergem novos nivei> de organização. Ooutro, assume que o desenvolvimento humano5c dá em um eontexto socioeultural, cuja participação se conçretiza atTavés da história de construção deste dcsenvolvimento. A partir do esmdo de múltip los casos, investigados longitudinalmente atrav,:s de regi'lm, semanais em vídeo das interações mãe·bebê durante os oito primeiros meses de vida do hehê. são pmposlO' tr~s conceitos: estabelecimento. exlemão e obrcviação, Estes conceitos descrevem as forma., dialógicas ou interacionais assomidas pela comllnicaç~o nesta faixa ctária. Discute-s.c que o desenvolvimento da dinámica da comunicação se caractlTÍza por mn constante jogo cntre aspectos dctenninados c indeterminados de um sistellla que con~tr{'i nO"", clemento_~ comunicativos como significados panilhados

Palmas·chm: dc,cnvolvilllcnto. c<lrllonicação mãe-bebê. diálogo.

Abslrnl

Thedeveloprnentofcommunicationintheeal1ylife: eSlablishment,extensionandahbreviation

Thi~ papcr prescnt~ a proposal for analysis and understanding of the mothcr-infalll eommunication devdopmen!. Two assumplions 1"0n11 lhe proposal basis. Fiest. inclusion ofthe time as ao cssential pan ofthc çommuni~ation olynami~, c"ncciv~d a.~ a proccss or chaflgc whcn flew l~vds of Ih~ organilation ~mng~ Second, int~gration "fhom3n de'.,[0plllent in th" social_cultural context, actuali~ed through the history ofthe comnllHlication development construction. Ba.,ed on multiplc case srudies, 10ngitudinaJly investigmed through weekly videotapeol mother-iruant interdctions during the fiest eight Illonths ofthe infant's tife. three concepts are prop",ed: estahlishment, ~xt~nsion and ahhrev;ation. The<e conccpts dcscribe thc dialogical or interactional formats assum",d by communication ror this age range . Finally, lhe characteristic commullicati"n dynamics is di,cu"ed a, a con,tant interplay hetween deterministic alld ;ndetem,inistic aspccts ofthc system that constructs IlCW comnll1nicative elemellts as shared meallings

le, words: devclopment. mother_infant communiC3tioo. dialogue

L Trabalho aprcscntadano vn Simpósio :-Iacional d",PcsqllÍSae IntercâmhioCientífico-ANI'J>EJ', Gr3111aOO-RS,maiode 1998

2_ Doutorado em PSIcologia ÁrC3: Psicologia do 1)c8ellvo]v;mento.

3. Aluna de meslrado do Programa de Pós-graduaçao em Psicologia Cognitiva da UrpE.

F.ndercço pard =~ia: Ct"lltru de Filosofia e CirncÍ35 Humanas da UFl'E, Av_ Acadêmiço t Iélio Ramos, s/n- 8" andar,

Cidade Universitária- 50.670-901 - Recife-I'E, lei: (81) 3222- \ 750 (residência) - (81) 3271 -8272/3271-0599 (trabalho),

Fax: (81) 3271-1843, e-mail: mclyrn@clogica ,com.br

A]Xlio finance iro CNl'q e FACFI'F.

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!li 11. C. I.'. lJll 11. tQnes

Oestudododesenvolvimentodacomunicação mudanças desenvolvimentais de todos os sistemas no início da vida, particularmente da comunicação vivos. Este aspecto tem sido abordado por vários teó-

mãe-bebê, tem sido objeto de imimeros trabalhos, ricos em relação ao estudo de diferentes dimensões sobretudo a partir da década de 70 (ver, como do desenvolvimento. Por exemplo, Laszlo (1972) e

exemplo representativo, o livro editado por Schaffer, Weiss (1969) di~cutem este tema aplicado à biologia, 1977). A análise minuciosa das interações mãe-bebê Boulding (1956), em relação à psicologia social e

tomou-se objeto de interesse de pesquisadores de SameroIT (1982), em relação à psicologia do desen-tendêndas teóricas e abordagens diversas, incluindo volvimento. Fogel (1990, 1993) destaca dois aspectOS a área clínica (Stern, 1977), aquela que investiga básicos reladonados ao estudo do desenvolvimento

aspectos pré-verbais da aquisição da linguagem como processo de mudança: (a) os sistemas vivos, (Bruner, 1983) e os estudos das pré-adaptações do atuando em um contexto, se apresentam como siste-bebê às trocas sociais (Lewis e Rosenblum, 1974). mas de relações que se auto-organizam e (b) estes

Todavia, apesar deste crescente interesse, a sistemas, ao longo do tempo, criam regularidades investigação do processo através do qual a eormmicação que compõem padrões de organização identifical'eis

m~e-bebê emerge e se desenvolve tem-se apresentado que diferem de organizações de nature7..a randômica como um desafio. Este desafio está intimamente Conclui-se, desta forma, que está nos processos de relacionado, a nosso ver, à fonna de conceituar a troca entre 05 elementos de um dado sistema de rela-

dinâmica da comunicação e a possibilidade de discernir, ções o poder de criar novos niveis ou fonnas de orga-no jogo de adaptações e construções mútuas, um ni7..açãoqueearacterizamofenômenododesenvolvi-processo aberto a possibilidades parcialmente mentoentendidocomoprocessodemudança.Conse-

dcterminadas do qual emergem novos níveis de qüentemente, a análise e a descrição da dinâmica das organização (Lyra e Winegar, 1997). trocas interativas são concebidas como objeto de

Nestc trabalho propomos conceber o desen- estudo de todos os sistemas vivos, incluindo o desen-volvimento da comunicação como um processo de volvimento humano

mlldança nas relações que se estabeleçem entre o A partir dos anos 70, duas áreas de investiga-

organismo e o meio ambiente, possibilitando a emer- ção do desenvolvimento do bebê no inicio da vida gência de novos níveis de organização das trocas contribuíram para a compreensão do desenvolvi-comunicativas. Estes novos níveis de organização mcntodacomunicaçãocomoprocessodemudança.

apontam paracaracteristicas dinãmicas que sãoespe- Uma breve revisão do campo de estudos que cificasdocontextonoqualestedesenvolvimentotem aborda a aquisiçãn da linguagem demonstra que o lugar. A perspectiva aqui adotada concebe que este estudo do desenvolvimento da comunicação anterior

contexto é especificamente social. O processo de à linguagem falada atraiu grande intercsse durante os mudança que ocorre no contexto das trocas sociais anos 70 (Batcs, 1979; Bruncr. 1983; Bullowa, 1979; possibilita a construçllo de significados partilhados, Carter, 1975; Dore, 1975; Ilalliday, 1975; Ilowie, a partir do diálogo construído ao longo do tempo 1981; Ochs e Schieffelin, 1979; Snow e Ferguson, (Bakhtin, 1988; Marková, 1990). 1977). Este interesse se deve, basicamente, à inade-

Desenyolvimento da comunicação como processo de mudança: micmanlilise das trocas comunicativas e o diálogo como unidade deamilise

Um requisito fundamental da conceituação de qualquer fenômeno do desenvolvimento, como processo de mudança, está na inclusiloda dimensão

tempo como inerente e necessária à compreensão das

quação dos modclos nativistaS para a compreensão da aquisição da linguagem, modelos estes respal­dados, sobretudo, nos trabalhos dç Chomsky.Junta­

mente com o interesse nas fases iniciais do desenvol­vimento da comunicação, cresceu o interesse, respei­

to e reconhecimento pelo papel desempenhado pelas metodologias que utilizam amostras pequenas de sujeitos estudadas longitudinalmente de forma inten­

siva (Fogel, 1990). Estes estudos de casos, caracte­ri7.3dos pela investigação microanalílica das trocas

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entre os parceiros, visavam identificarpadrõc:s carac­terísticos das trocas comunicativas no inicio da vida

que pudessem ser relacionados a aspectos da lingua­gem adulta. No entamo, muito dos estudos desta época estavam orientados para o papel do adulto

(geralmente a mãe) como facilitando, dirigindo ou guiando o desenvolvimento da comunicação do bebê através das trocas interacionais (De Lemos, 1986).

Paralelamente, a partir dos anos 70 e 80, a

investigação das capactdades do bebê, particularmente daquelas capacidades que sugerem pré-adaptações às

trocas sociais, passou a rcj1ll:SCntar wna tônica crcsccntc da ]jteratUI"ll acerca do desenvolvimento no início da vida (Aslin, 1987; Borstcin e Krinsky, 1985; De Caspcr e Fifcr, 1980; Fantz, 1961, 1964; Field, Cohen, Garcia e

Greenberg, 1984; KeS5t--n, 1966; MacFarlane, 1977; Slatcr, Cooper, Rose e Morison, 1989). Esta literntur.l dá

suporte a uma mudança de perspectiva acerca do bebê, agora considerado como contribuindo de forma consistente para o desenvolvimento das trocas sociais

com o parceiro adulto. O papel ativo do bebê, no sentido de alterar o processo de comunicação e promover o s<:u

desenvolvimento, passou a ser constantemente reoonhecido(Adamson, 1995; Bertenthal, 1996; Bnmer

1983; Kaye, 1982; Fogcl, 1993; Lock, 1978, 1980; Schalfer, 1984; Trevarthcn, 1977, 1979; Stem., 1985). Este recoohecimento do papel ativo do bebê tem levado a

pesquisas que asswnem a interação como unidade de

análise. Todavia, a consideração da interação como

unidade de análise não nos oferece a garantia de uma visão unificada acerca de como a interação e a

comunicação são entendidas e conceituadas nem como se dá o processo de desenvolvimento da comunicação. Segundo Fogel (1993), pelo menos duas concepções distintas acerca do processo de comunicação podem ser apontadas. Em uma primeira concepção, o processo interativo entre os parceiros comunicativos é entendido como a sorna das ações de cada parceiro compondo um conjunto de dados discretos considerados separadamcnte

como unidades distintas. Uma outra concepção propõe a interdependência e mutualidade das ações dos parceiros, envolvidos no processo interativo, como aspecto fundamenta1 do processo de comunicação. A comunicação passa a ser entendida

1ll

como processo continuo (Fogel, 1993; Lyra e

Rossetti-Ferreira, 1995) em oposição a uma concepção baseada na "soma de unidades distintas" que seria a característica de um proce.\"'w discreto

(Fogel, 1993). Nesta ultima direção, i.e., aquela que assume a comunicação como um processo continuo de trocas entre os parceiros, a interação c a

comunicação passam a ser concebidas como um

sistema de co-regulações - Oll diálogo - que apresenta características de auto-organização, criando novos níveis de organização a partir da

história destas co-regulações (Fogel e Lyra, 1997; Lyrd e Rossetti-Ferreira, 1995; Lyra e Winegar, 1997). A partir desta perspectiva, a unidade de

análise passa a ser o processo interdependente das trocas entre os parceiros através do tempo, entendido

como diálogo (ver, particularmente, Fogel, 1990, 1993,1995,1997; Fogcl e Lyra, 1997; Lyra, 1988, 1999; Lyra, Pantoja. Cabral. Souza, e Mootinho

1995; Lyra e Rossetti-Ferreira, 1987, 1989, 1995; Lyra e Souza, no prelo; Lyra e Winegar, 1997).

É importante ressaltar que a consideração da

participação tanto do bebê como do parceiro adulto na construção da interação e comunicação tem recebido o

respaldo de diversos pesquisadores desde o final dos anos 70 (por exemplo, Bomstein e Tamis-LeMonda, 199{); Cohn e Tronick, 1987; Feldman, Greenbawn,

Mayes e Erlich, 1997; Papousek e Papousek 1984; Tronick, Ais e Brazelton 1980; Trevarthen 1977 e

Van Wulffien Palthee Hopkins, 1984). Todavia, wna análisc mais aprofundada dos trabalhos acima referidos nos sugere que os mesmos ainda concebem e

analisam a interação e a comunicaç;lo como unidades discretas que se combinam, embora poSS3JJl adotar uma terminologia que sugere uma análise do processo contínuo de trocas e sua natureza criativa. Exemplo nesta direção pode ser cncontrado no trabalho de Ribas e Seidl de Moura (1999). As 3utoras, adotando esta última perspectiva, utilizam termos como "bidirecionalidade", "reciprocidadc" e "adaptação mutua'" entre os parceiros, muito embora os mecanismos processuais através dos quais as

"'transformações evolutivas" e a "gênese do processo de desenvolvimento das primeiras interações mãe-bebê" (p. 276) sejam abordados como resultado de wna soma ou combinação de elcmcntos discretos.

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UI M."B.',If\JIL"Qms

Oqueestamosaquiressaltandoéquenãosetrata A investigação do processo de desenvolvi-de julgar O valor de quaisquer que sejam as posições mento humano inserido no contexto social exige do adotadas acerca do desenvolvimento da intcraçilo elou pesquisador a resposta a uma série dedifkeisquestõcs da comunicação, mas a necessidade de situar que se pode sumariar da seguinte fonna: claramente os pR'SSupostos teórieo-metodológicos que fundamentam _ e diferenciam _ a abordagem e Deve-se considerar ;} dinâmica das trocas contribuição presente neste trabalho. sociais como Irocasde narureza específica no

Tcndo assumido as implicaçõcs teóricas e que se refere às relações organismo-am-

metodológicas da perspectiva que tem como foco o biente? diálogo, tal como foi anteriormente definido, b. Ou, a dinâmica das trocas sociais deve ser procura-se, a seguir, conceituar a espeóficidade das considerada como similar às trocas dc natureza trocas sociais uma vez que elas caracterizam o fisica que relacionam o organismo e o meio?

contexto no qual o desenvolvimento deste sistema c. Que características de conhecimento são

tem lugar. criadas a panir do caráter dialógicodas trocas

o contellodo desenvolvimenlo humano: a especificidade das IfOcas sociais

sociais?

d. Como essas caracteristicas diferem daquelas criadas através das trocas com o ambiente não social?

A participação do outro social no desen- Astaracterís,jca$~in.imjcasquesãoespecirlCndaslroCi$$ociai$: volvimento humano é impossível de ser negada ou a aalureli.O signi~cad. que emergi excluida. A cultura cstá presente em todo o ambiente O tipo de ajustamento múruo que os parceiros que cerca o recém-nascido. Os significados, valores e precisam estabelecer para que ocorra uma troca crenças culturais peneiram ou participam nas dial6giearequerespecificidadcsdinâmicasinerentcsaos cstruturasdacasa,mobilias,roupas,atitudcsepadrõcs padrões de interdependência e mutualidade de ações dirigidos ao bebê. É praticamente impossível caracteristicos das trocas sociais. Estes padrões diferem imaginar um ambiente não social ou depurado de daqueles estabelecidos com o mundo físico. Faz-se caracteristicassociais. Acrescente-se a este aspecto o necessário abordar esta especificidade para que se possa estado de dependc'ncia no qual nasce o ser humano, o compreender o significado c o papel desempenhado

que faz a presença das trocas sociais tão pervasiva pelas trocas sociais no desenvolvimento hurnano. quanto a presença dos instrumentos e utensilios A dinâmica característica do diálogo com o culturais. ConseqOentemente, uma análise situada ou outro social requer que ambos os parceiros estejam contextual do processo dc desenvolvimento humano mudando, simultaneamente, como conscqUência de deve incluir a dinâmica das trocas sociais como uma co-regulação mútua (Bakhtin, 1988; Fogel, condição necessária li compreensão deste desen- 1993,1997; Lyra, 1988; Lyra c cols., 1995; Lyra e volvimento. Rossetti-Ferreira, 1987, 1989, 1995; Markova,

A universalidade das relações sociais e o caráter 1990). O aspectocontinuamcntc mutante do parceiro fundamental para a subsistência da espécie, assim se interconccta à própria ação do sujeito que, como facilitador, que desempenha o outro social no progressivamente, também. se modifica (Fogel, sentido de destacar para o bebê e para a criança os 1993, 1997). Estudos, a panir dos anos 70, sugerem aspectos fisicos e sociais do ambiente que são quc dcsde muito cedo na vida, as crianças podem rele\'antesparaodesenvolvimentonãoésuficientepara distinguir algumas características dinâmicas do explicar a especificidade das trocas sociais como ambiente como pertencentes às trocas sociais, caracterizando padrões distintos daqueles que enquanto distintas daquelas com o mundo fisico descrevemastrocasestabelecidascomomundofisico. (Brazelton, Koslowski e Main, 1974; Legerstee,

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C..licl~ I' ilicit u nu m

1997; Richards, 1974). Desde bebê o ser humano e DescrevemosestasrOll11asassumidasaolongodotempo capaz de distinguir as trocas sociai~ como divcrsas pelas trocas dialógicas a partir dos conccitos de daquelas nilo soci~is e parece perturbado se são estabelecimento, extensiio c abreviaçãD. Considerando mudados padrõcs rítmicos característicos às trocas as interações "face-a-face", o conceito de esta-de turnos (Murray e Trevanhcn, 1985) belecimenlo correspollde ao período inicial das trocas

A natureza criativa deste processo de w- diádicas, caracterizado pela tentativa dos parceiros de regulação significa que não é possívcl predizer nem a estabelecer o olhar como primeiro clemento comu-dinãmiea das ações dos parceiros nem o result.ado que nicativo. Uma vez que o contato de olhar é facilmente

emcrge das construções dialógicas. I'odc-se conceber estabelecidoemantidopelos parceiros intcracionais,este

que a interdependência das trocas que caracteti7.am o se torna fundo a partir do qual ootros elementos - como, diálogo possibilita a amplificação do poder criativo das por exemplo, sorrisos, vocali7.ações, movimentos trocas do organismo com o meio. Eslll ampliiicaçlio se posturais etc - podem ser amplamcnte negocüOOs pela dá porque o sujeito que emerge da co-regulação diade. &te penudo que sucede o estahelecimemo e que

dialógica incorpora wn novo nível de inccrteza quc e se caractcriz.a por uma ampla negociação de novos inerente às construções que resultam das trOC3S sociais elementos comunicativos é denominado eXTensão. O

Este novo nivcl de inceneza, e conseqücnte imprc- período dc abreviação das trocas diádicas, por sua vcz, vi5ibilidade das construções quc cmergem do diálogo, é earacterlZ1-se por sua curta duração c por resultar de uma

div<!I'SO e superíor àqucle que emerge das trocas com o ,eleção, por partc dos parceiros, de alguns elementos mundo lisico. Ele resulta da ineo!pOraç.1o das ações do anterionnente negociados. Um dos aspectos principais parceiro di~lógico como possibilidades que se ilicstrocasabreviadasestál\3possibilidadedosparcc:iro; misturam às possibilidades do próprio sujeito e as diádieos estabelecerem trocas mais rápidas sem que a transfonnam. O significado que emerge do diálogo é, comprL"t.-nsão a respeito destas trocas seja prejudicada

assim, concebido como um processo de possibi1idadc.~ Istoc jXlssive1 wna vez que os elementos comunicativos de nature7.a inter-individual e intra-individual. Como envolvidos neste tipo de troca carregam os significados

inter-individual, o significado e uma construção construídos ao longo dos periodos anteriores. panilhada pelos parceiros dialógicos. Como construç('\o Assim, propõe-se que as fonna~ assumidas pelas

intra-individual,osignificadoésemprcumaeonstrução trocas dialógicas funcionam como uma descrição parcialmcntc partilhada, justamentc porque é Malógica do nível de org3ll izaçilo do processo de eternamente um proc<:sso de co-regulação dialógiea, comunicação que diz tanto do próprio processo de portanto de mudança ou tmnsfOnnação. oomunicaç~o como dos sujeitos nelas cnvolvidos. Um

dos valores heurísticos que guarda a captação do desenvolvimcnto da comunicação como fazendo

Proposta de análise e compreensio do processo de desenvolvimento da comunicação mãe·bebê duruta os ~rimeiros meses de vida do bebê: estabelecimento, extensão e abreviaçio

Procurando investigar o processo de descn­volvimento da comunicação no início da vida, a partir de wna posição dinâmica ou dialógica e relaciona!, este trabalho tem como objetivo discemircomo novos níveis

de org3nização do processo de comunic3<;ilo -

compreendidos (;O!llO novas fonnas comunicativas -

emergem e constrocm significados partilhados.

cmcrgir difCrentc.~ lonnas esta na possibilidade dI:: identificar aspcçtos generali7..áveis deste fenômeno,

respeitando, ao mesmo tempo, a criatividade e unicidade de cada construçi'lo comunicativa particular (porqi.le resulta de histórias e.~pedticas construídas pelos parceiros que dialogam ao longo dOlempo). Estes

ru.pectos generalizáveis - conccbidos como fomlas

3.'iSWllidas pelas trocas comunicativas ao longo do

tempo - podem ser aplicados à análise de diferentes

tipos de trocas comunic3tivas sociais (por exemplo, interaçõcs entre crianças de diferentes idades, entre adultos em diferentes contextos das trocas sociais, IlII

como, na escola ou no trabalho).

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!li

MetodolDgia

A metodologia adotada envolveu o estudo de

múltiplos casos, investigados longitudinalmente a

partirderegistrosernvidoodasintcraç3esmãe-bebê

lI.ll.nIfJILlCllrm

Todas as díades penenciam à classe socioeeonômica média c os bebês foram considerados saudáveis a

partir de exames pediátricos

durante os oito primeiros meses de vida do bebe. A análise dos dados Asswne-se que a investigação do desenvolvimento da comunicaçãorequeraadoçãodeumametodologiaque A análise efetuada obedece às seguintes

possibilite analisar em profundidade a natllll:za das etapas·

transfonnaçõcs que ocorrem ao longo do tempo Concebe-se que é,apenas, através do estudo de casos 1. PtriadDd!tDatatDilicialCIIIIDSlegistras que se podeabarcara unicidade das trarlsformaçõesque Nesta fase o observador apenas assiste a

advém da história particular de cada diade, neçessária à exibição dos vídeos visando criar intimidade com os compreensllo do renômeno da comunicação. Por outro dados no sentido de captar a maneira como as trocas

lado, propõe-se que está na conceituação do renômeno entre os parceirossetransronnam 30 longo do tempo.

estudado - que resulta de uma posição teórica acerca da natureza das relações envolvidas neste renômeno 2. Transcriçiiu intlgrais dn intmçhs "Iace·a·lace" e

(Valsiner, 1997), a possibilidade de identificação de ".h·objeta·bebi" possí\'eis aspectos generalizáveis que podem, por sua Trata-se de uma microanãlise das interações vez, guiar as investigações subseqUcntes. No presente diãdicas. É um registro que procura acompanhar as caso, estes aspectos generalizáveis rererem-se aos transfonnações das trocas diãdicas ao nível do tempo conceitos de estabelecimenTo, extensoo e abre\.'iaçoo real das suas ocorrências. Estas transcrições são que descrevem as ronnas dialógicas - portanto gurndaspeloconceitodedinâmicadia/óKicaderecorte processuais-assumidasaolongodotempopclastrocas desenvolvido por Lyra (1988, particularmente, Lyra,

1998). Trata-se de uma estratégia de anãlis.e na qual alguns elementos do fluxo de atividades dos parceiros

se tomam figura em relação a um fundo de atividades

Aamostraeacoletadedados

Foram efetuados registros semanais em vídeo das internçõcs m!le-bebê na casa da diade{três díades

brasileiras-40minutoscadaregistro)eemsituação

não destacadas. Enquanto figuras, as atividades dos

parceiros se tomam centrais comoelcmentos das trocas interncionais. Nesta condição eles se tomam o roco de

anãlis.e das trocas interacionais ao longo do tempo.

de laboratório (cinco diades brasileiras e 13 diades 3. An~lisllongiludinal das legislIDs norte_americanas4 _ 20 minutos cada registro). Os Toda 3 transcrição, ent1lo, é classificada a partir registros analisados correspondem aos oito primeiros dos conceitos de estabelecimento. extensão e meses de vida do bebê. As interações registradas e abrel'iaçiJo - jã descritos amcriomlente neste artigo -analisadas referem-se àquelas que naturalmente (Lyra, 1988; Lyra e Rossetti-Ferreira, 1995). Estes ocorrem como brincadeiras livres nesta faixa elãria conceitos descrevem padrões de organização da (Foge!, 1993; Lyra 1988, Schaffer, 1984). SlIo elas as comunicação enquanto se manifestam como formas interações ou trocas que ocorrem "face-a-face·· e assumidas pelo diãlogo ao longo do tempo. Foi aquelas mediadas pelo objeto - "mãe-objeto-bebê". utilizado um sistema de classificação que engloba todo

4, Em colaboraç30 com o Pror. Alan Fogel, Universidade de Utah, Estados Unidos da América.

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o registro, de modo que os momentos impossíveis de

classificar silo também registrndos. Assim, csta análise

visa detectar padrões dcscnvolvimcntais ou niveis de

organização das trocas a partir dos eonceitos de

eslllbelecimenlo.extcm·üoeabreviaçiio.

Resultados: anâlisee discussão

Os resultados aqui analisadosdizcm rcspeitoà

descrição dos conceitos de estabelecimento, txlensiioe_abreviaçiio nas interaçõcs"face-a-face". A presente aná lise se fundamenta em uma

perspect iva teórica e metodológica que procura integrar tanto a natureza dinâmica ou processual do fenômeno do desenvolvimento da comunicação

como a sua inserção sociocultural. Este último aspecto é, aqui entendido, como integrando o

desenvolvimento da comunicação através da história das construções comunicativas especificas de cada

diade. Os exemplos, provenientes das diferentes

diadcs estudadas - que se referem aos primeiros oito

meses de vida do bebê - têm, portanto, a função de

ilustrara natureza dos conceitos de esrabefecimentfl, CXltmsiio e ubreviuçiio

A Hdinimin de estabeletimento" das at ividade panilhadas:estabelecimento

Toda comunicação se inicia por uma "dinâmica de estabelecimento" 00 sentido dc estabelecer ek"lllt.'Iltos

comunicativos - ou atividades - que se tomam

partilhados pelos parceiros. Trocas interaciooais $110, estão, desenvolvidas no sentido de construir ao menos um elemento partilhado pela diade. Esta lxmdiÇl10 inicial necessâriaà comunicaç:1oésimilar à idéiademolduraou quadro (frame) e à necessidade de descnvolver, inieialmente, um quadro consensual (consensual frame) entre os parceiros. proposta por Fogel (1993). Todavia, quando consideramos como se dá a história do desenvolvimentodadinâmicadaslrOÇasinteraciooais.a tarcfa de eslabefecimentocOIll;istenasaçõcs de re<:orte c/ou destaque de alguns aspectos das açOes dos

parceiros, a partir das possibilidades exisll'Iltcs em um

'" dado contexto e momento específico, que caracterizam o início do processo de comunicação. O quadro

COI1SC11Sual ou o significado partilhado silo produtos destc proccsso dinâmico. O termo "eslabelecmlenlo" parece capturar melhor a natureza dinâmica deste momento iniciaL Todos os aspectos do quadro inicial de referência da comunicação se tomam consensuais

atravésdcummovirncnto de ajuste mútuo dos parceiros,

através de sucessivas c/ou concomitantes ações de recorte c/ou destaque e posterior estabelecimento. A

característica dominante da dinâmica do primeiro momento do processo de comunicação é, assim, o cstabelecimento de JX:los menos um elemento das trocas

comlUlicativas que se toma partilhado pelos parceiros. Isto constitui a "dinámica de estabelecimento". A caracteristica que cooceitua csta dinâmica é aquela que

faz recortar c/ou destacar alguns aspectos das trocas

intcraeiooais- que se tomam figuras ~ ao mesmo tempo

em que desloca outrns possibilidades de trocas para um

fundo nlo recortado c/ou destacado. Em ttnnos teóricos e metodológicos é im­

portante reconhecer que estt momento inicial de estabelecimento do processo de comunicação é um

momento arbitrário. Uma concepção processual ou dinâmica do desenvolvimento da comunicação requer que se asswna que a ql.l3lquer momento os parceiros

estllose modificando como resultado do diálogo. Desta fonna. se toma praticamente impossível definir onde estáo primeiro momento da interação considerada para análise e investigação. Conseqüentemente, o primeiro momento doprocesso decomunicaçlio é uma abstração teórica. Todavia, é metodologicamente possível considerar o desenvolvimento de organizações,

quadros ou tipos específicos de comunicaçlio. Podc-se procurar detectar ao menos uma condição necessária para o desenvolvimento de um tipo específico de comunicação. Por exemplo, no inicio da vida, se o foco de análise escolhido se refere àstrocas"face-a-face",o contatodeolharentreosparceiros(considerandobebês nonnais) se constitui na condição mínima necessária para este tipo de comunicação. De forma análoga, nas troças que incluem o objeto, a condição mínima nccessiria para cste tipo de comunicação requer que se investigue o momento inicial no qual o objeto começa a panicipar das interações entre os parceiros. Uma contribuição, ponanto, da anál ise voltada para a

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m M,C,U.LrlllE.tlliNn

natureza processual da oonllUlicação é a possibilidade que, quando mantido por um curto periodo de tempo, decomeçaraabordarqucstõcsrelativasaosprimórdios exibe a possibilidade de ser reconhecido como wna da comunicação através da investigação do seu atividade partilliada inicial. Esta dinâmica focali:m um

c:stabelecimento inicial componentc básico do tiJXl de troca intc:racional. No

1II$trlçh~llst.1hIICillltlll.

b:1."I.l.ldl~"lbl_i:fill-.J~iSlslIIllstlllinDl

1. O I,U .,ti . 11;111 41 ab Ii JO!~illllJlill. 10 C .. lutl ~sicI I ,amlll 'MIl Ilr c'll~eril_1I call ,ri-Cllli\ttsllCtuiriu 1,luibiliuR H ilicill .. 10111111

CI'lIIie1t~lllul'I,lrtl lfll)

2. OlebllellllllicITGhldl"alltldta,lltttalll.

l Aaalsq.II ' .IU,lltsIIIIIS.I~lldl-DLl.llí.~í 111

mi!!DIi.t!i.t!iltlAel!!!"e.llhindl,m'rDstI.,lllf' IIlmll l 1111 Inçn,"lin .lllt,lrillli "liln, ,1I ,mililili .Ibr I Im '0 In., .• im'l: ·~jê I lIIi .. • 11U1!!-(A.ilttlltlISllIbdecet_,o.eit'lleMntaúc .. lIIIicaçil nIrIelil,lebl-lcHlitDntll!lI.EIiIlUNI,osiçiDllaielil IlirInuIil1Iínproanaedacaptar'l&ar'obeblplll lli).

4. BblbtIOYilutISllc.abeçllldireçlo do"stl'llIáll IltlbIIICrcll1i11'lllllI. (Ds"Jtlilllfllil,lml.mil.lmlitojIDlhl!).

S Ali,w:"Cldftmi'.I.Ii.!!-(AUllISlmalillçDrlI,rlClH'ldllanllr'llIIar'IItII,DltIA ,.rlll.).

i. Dhlttli~ll'i!lliIH"'If,.fI .. "utll,mN,"I' "roIllII

(Dltl,,.IICtllller'Clllall'.lllirJlr,OltltllpoIIIYIII flf~hjgil",".jlcl ... ,lltlllell,etllIl

A "dinâmica de estabclecimento" pode

utilizar outras possibilidades present~s nas trocas intcracionais além daquelas aqui ilustradas, O bebê

pode estar no berço em posição supina e a mãe pode mudar sua própria posição em relação ao bebê procurnndo estabelecer o contato de olhar. A mãe pode deslocar o corpo do bebê ou beija-lo de maneira quea face do bebê se voltc para ela. A mãe pode falar, fazer ruídos com a boca, movimentos com a face ou ficar quieta no scntido dc manter o contato dc olhar. Ainda, estas tentativas da mãe podem resultar em algumas trocas com o bebê, como, por exemplo,

algumas vocalizaçÕt:s do bebe que podem anteceder o estabelecimento do contato de olhar.

Não importa que possibilidad<:s são utilizadas

pela diadc, o aspccto ccntral da "dinâmica dc c:stabelc:cimc:nto" é o de criar um primeiro elemc:nto,

caso das trocas "face~a·face", este componente básico,

inicial, aparece como o contato de olhar. Todavia, pode-se supor que outros COlTIJXlnentes das açócs que

compõem as trocas intt:racionais possam assumir este mesmo papel. Por exemplo, trocas vocais c mcsmo

táteis podem desempenhar wna função similar no caso de dcfieiência visual por parte do bebê (ou da mãe).

Ainda mais, é importante reconhecer que outros aspectos da interação, antcriores ao contato de olhar, cstão incluídos no dialogo. Elcs incluem ajustcs aos

rinnos biológicos, nuances de posturas e expressões e aspectos relacionados aos c:stados emocionais. Estes outros componentes são também estabelecidos ou e!:o1Jío

cm proccsso de estabelecimcnto como atividadcs partilhadal; pelos parceiros. No entanto, nas trocas "facc-a·facc", estcs aspeetos parecem desempenhar a

função de um fundo em relação ao qual o contato de olhar fimciona como figura. Assim, ° cont3lO de olhar é

aqui considcrndo como o foco primário da "dinâmica de estabelecimento" das trocas "face-a·face", em se tratando de bebês da faixa etária abordada neste trabalho.

Considerando a dinâmica caracterlstica das trocas

sociais, os aspectos detcnninados e indc:terminados deste primeiro momento dai; trocas "face-a-face" podem ser analisados a partir de três oonceituaçôc:s que Vc:t5aJll

sobre o jogo de possibilidades presente na naturem da dinãmica inler"acional. São des:

a. o âmbito inicial de possibilidades das ações dos parceiros;

b. o âmhito de possihilidadcs presente na "=Iha" das ações dos parceiros e;

c. ('I âmbito de possibilidades das futuras ações dos parceiros que se abre c fcdla como fU;ultado das "escolhas" efetuadas pelos parceiros ao ICX1go do

tempo

O âmbito inicial de possibilidadcs dai; ações dos parceiros é dctenninado pelo momcnto histórico

biológico c cultural dos parcciros. Excmplos ncsta direção incluem os seguintes aspectos: o estado maturacional do behê, porexcmplo, ocontrole postural

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C-~ ••• ilIcMNriN

do bebê e o foco visual de atenção; o ambiente fisico c cultural, por exemplo, se o bebê fica em um berço ou

em uma rede; o ambiente cultural da mãe, sua história pessoal, particularmente, crenças e valores, por

exemplo, o grau de insistência de manter o bebê acordado e ativo ou deixá-lo quieto etc.

O âmbito de possibilidades presente na "esculha" das açõcs dos parceiros, está presente no processo de recorte elou destaque de que específica ação do parceiro é "escolhida". Esta ação de recorte elou destaque envolve uma seleção única, cm dado

momento e contexto particular que emerge de forma co-regulada na própria troca dia lógica. Porque depende deste movimento de co.regulação, jamais

pode ser completamente pré-determinada por um dos parceiros (mesmo se tratando da mãe). Por exemplo, a mãe pode recortar elou destacar o olhar do bebê modif1cando a posição do bebê ou a sua postura em relação ao mesmo. Esta "escolha" depende de ambos

os parceiros para que se concretize. Por exemplo, a mãe pode ··preferir" modificar a posição do bebê mas este pode choramingar, o que modifica a "cscolha"

inicial da mãe. Como conseqüência desta dinãmica carac­

terística presente no estabelecimento do processo de cumunicação, incluindo o âmbito inicial dc possi.

bilidades das ações dos parceiros e o âmbito de possi­bilidades presente na "escolha" das ações dos parcei­ros, o âmbito de possibilidades das futuras ações dos

parceiros resultante da "dinâmica do estabelecimen­to" abre novas possibilidades justarnenle ao fechar

outras possibilidades. Por exemplo, o estabele· cimentu do contato de olhar deternlina a necessidade desta troca como condição para as trocas de sorrisos, mas, também abre novas possibilidades incluindo difcrcntcs cadências e/ou freqüências de sorrisos conectados com vocalizações, movimentos faciais o,.

hplorando as possibilidades do sistema: extensão

Após o estabelecimento de um primeiro demento da comunicação como atividade partilhada

(por exemplo, o contato de olhar), este elemento possibilita um período mais longo de trocas inte-

!li

racionais que Ulili7.mJ1 a manutenção deste clemento,

concebido comu um fundo partilhado em relação ao

qual a exploração de novas possibilidades de trocas se desenvolvem como figuras. Estas novas figuras

podem se desenvolver, entao, como novas atividades

partilhadas pela diade (parcciros). Esta nova qualidade da dinâmica interacional apresenta o caráter

de extensão de possibilidadcs do sistema de comunicação. Ela parece requerer uma extensãu na

duração das trocas interacionais. Porexemplo, nocaso das trocas "face-a-face" aqui focalizadas, as mais

frcqücntes possibilidades de trocas são sorrisus,

vocalizações, movimentos faciais. Todavia, dife­

rentes ritmos ou cadências, diferentes maneiras de

recorte elou destaque, a inclusão de toques no corpo ou face do bebê podem ser introduzidos e trabalhados

pela diade.

Após estabelecido o contato de olhar, pode-se observar que o âmbito inicial dc possibilidades das

atividades dos parceiros fica determinado, sobretudu, pcla manutcnção deste elemento partilhado dc

comunicação - o contato de oUtar. Assim, tanto os

limites que advcm das características biológicas,

cultuT3is c dos momentos históricos discutidos

anterionnente continuam a operar, também, agora Entretanto, agora, es!Cs limites funcionam através da

possibilidade de, mantendo o contato dc olhar,

desenvolver novas trocas entre os parceiros. Por

cxemplo, os momcntos de contato de olhar podem se

tomar rotinas após as refcições ou banho do bebê q"e possibilitam a construção de sorrisos, vocali7.ações e

movimentos como novas atividades partilhadas pela diade. A história particular da d!ade começa a incluir

tanto os limites biológicos como culturais porque

estes limites começam a estar incluidos na própria história partilhada das co·regulações dia lógicas

presentes nas construções partilhadas. Todavia, a escolha especifica feita a eada

momento pelos parceiros permanece indeterminada. O exemplo acima indica muitas possibilidades que

podem ser incluídas no momento de extensão. Por

cxcmplo, o contato de olhar pode ser mantido através de trocas de sorrisos, sorrisos mais vocalizaçõcs, cadências temporais que dão lugar ao bebê, movimentos do bebê elc.

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Ainda mais, dl:vido à história do desenvolvi- anteriormente e que, progressivamente, tomaram-se mentoquecaracterizacadadíade,oâmbitodepossibi- partilhados pela díade. Este novo periado das trocas lidades das ações futuras dos parceiros passa a ser oomllllicativas é chamado de abreviação da fonna da determinado através do "fechamento" de possibilida- interação. O principal aspecto acerca da abreviação é des que estavam indeterminadas em um momento an- que o gr~u de incerteza e indctcnninação está agora terior. Estas possibilidades estavam em aberto antes relacionado n10 apenas à específica ação de cadH de se transformarem em atividades trabalhadas e tor- pareeiro ql.le vai ser recortada dou destacada, mas, nadas partilhadas pela diade. No momento em que também, ã imprevisibilidade das ações partilhadas mna atividade partilhada é construida, as alternativas abrcviadas. Por exemplo, uma troca "face-a-face" não incluidas nesta construção deixam de existir como abreviada pode ocorrer apenas através de um nipido possibilidades. Ao mesmo tempo, este fechamento de contato de olhar ou incluir um sorriso dou uma troca

possibilidades também abre ou cria novas possibilida- vocal. Exatamente o que vai ocorrer em cada troca des ao se constituir em um novo nível de organização abreviada é impossível precisar de antemão. da comunicação na diade, anteriormente inexistente. A abreviação transfonna o fator imprevisível Este novo nivel de organização reintroduz novos ou indeterminado em processo inter-subjetivo e graus de incerteza ou indeterminação em relação ao intra-subjetivo. Isto se dá ao adquirir um grau de momento subseqüente das trocas diádicas. indeterminação que, simultaneamente. pertence à

Este simultâneo abrir e fechar de possibilidades comunicação externa ou inter-subjetiva - enquanto pode ser ilustrado através de dois padrões encontrados possibilidades de recorte e/ou destaque dos aspectos em relação às trocas "face-a-face". Por exemplo, das açõcs do parceiro _ e, também, a cada parceiro pode-se encontrara extensão das trocas "face-a-face" enquanto possibilidades de "escolba" de sua própria através, basicamente, de trocas vocais, características ação (ou ações). Em relação a este último aspecto, em uma diade. Em outrn diHde, estas trocas ocorrem, por exemplo, mesmo que um dos parceiros tenha basicamente, através de trocas de sorriso, incluindo negociado anteriormente, como sua ação específica, pequenas intenupçôes do contato de olhar e beijos e açõcs como vocalizaçõcs, sorrisos ou movimentos toques no rosto do bebê. Mesmo correspondendo a corporais, não é possível predizer qual (ou quais) momentos de extensão das !rocas interacionais, a destes elementos ele irá "cscolher" para compor uma qualidade das trocas panilhadas que emergem nas troca abreviada especifica. Nesta mesma direção, até díadesdifere-porexemplo.aprimeirapodeenfatizar que uma troca abreviada ocorra, não é possivel elaborações vocais enquanto a segunda pode enfatizar determinar se a ação (ou ações) qUI: um dus parceiros diferentes cadências de troca de tumos utilizando vai recortar dou destacar da ação do outro é um movimentos e sorrisos. Este aspecto ilustra a unici- surrisu ou um ajuste postural, mesmo que estas açõcs dade no desenvolvimento de cada história comu- já tenham sido recortadas elou destacadas em nicallva. momentos anteriores. O período de abreviação exibe,

portanto, um novo nivel de organização da comunicação que inclui esta dupla indctcnninação ­

ConbecimentomútuD e processo de possibilidadn:abraviação

Seguindo-se a um periodo de trocas mais prolongadas, pode-se observar um movimento voltado para reduzir a duração das trocas interacionais. Neste sentido, os parceiros passam a compor as trocas comunicativas a partir da seleção de alguns dentre os inúmeros elementos comunicativos negociados

tanto em relação iI. ação especifica de cada parceiro como no que diz respeito às possibilidades de recorte e/ou destaque dos aspectos das ações do outro parceLro.

Este novo nível de organização que a abreviação possibilita garante aos parceiros interacionais (mãe e bebê) uma "segurança" sobre o conheçimento da trocas comunicativasporclescstabelecidas.lstopermitequea diade oriente suas trocas no sentido de explorar novas

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§ O bU. tAl ,.."IÚII"'" '1I1K1. _~UIIIIIÚ' I_tim I relilllllllillitiIU 'mrilll.

I. Dlrutl •• mtl UpiÇl. 11.,0. , HIIIIU JIO IlÚl nalilll .000.eetl 11 1111 Irllll I plfail (O e.ltlt"1 Ilirl tIIIl,llI:l" ÍII.IliIL1."tl"U~I"1 trtt.1IJpidl 1''IIIcluilçiu - I, 'nlllmilrll).

EsUlÍ!II HilttrIIHJIlIIII!II'III .... HlrIÍllciJllUlIrilçJoltllln,éti"lj.,.. o hlrlM I eahÇol iIIll. Iid.lplSl. 1'11111 Á IÚl AiIH.dillll:"lI,jO!"

I. O 1,llnlll'llIll'aIlIllÚ""I.piÁ,III.IdI',ISlI IIIUl'ÁIU'.E...-u.IIUllrtltliIIllI'11111 rlllÚlltllTl .. ~u.ell,.~ • .... IIfriIII.maI~lçtuI'.Mluillrr;tifII.

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ações nun<:a antes recortadas elou destacadas. Este é um

movimento natural que utilil:a as abreviações oomo um

fWldo partilhado em relação ao qual o processo de COTnWlicaçllo evolui e se modifica para compor outros

novos níveis de organizaç~o. Por exemplo, as trocas

abreviadas "face-a-face" podem começar a fazer parte

de novas trocas comWlicativas quc se constituem como

jogos de cobrir e descobrir a face do bebê elou da mãe

ou de chamar o nome do bebê e este se jogar para o

braço do parceiro que chamou o seu nome ou, ainda,

como parte das trocas com o objeto. Desta fonna, a

dinâmica da abreviação impulsiona o desenvolvimento

do processo de comWlicaç~o através desta exploração

dc novas possibilidades de cOll1unicação.

CONCLUSÃO

Neste artigo procurou-se investigar o desen­

volvimentoda comunieaçãomãc·lx:bê no início da

vida, focalizando as trocas que ocom:m durante as

interações "facc-a·facc". A partir dos conceitos de

estabelecimento, extensão e abreviação foi possível

compreender que a dinâmica do diálogo que caracteriza a comunicação mãe-bebê, contigum-sc

como um processo de construção de significados

partilhados. A análise deste processo permite sugerir

que a partir das negociaÇÕ(:S mútuas entre os parceiros

interacionais, as trocas comWlicativas atingem novos

níveisde organização, ao longo do tempo. Es1es novos

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níveis emergem da história das trocas entre a mãe e o conslruidosa partir domesmomecanismoquc permite a

bebê que, concebidas como diãlogo, caracterizam-se abertura para a m:gociação de possibilidades ainda

pela interdependência e mutualidade das ações dos indctcnninadas, considerando o desenvolvimento da

parteiros. comunicação na faixa etária investigada.

Os três níveis de organizaçilo, que descrevem as Este trabalho sugere que, o nível de inceneza e

trocas çomunicativas, aqui apresentados - os conçdtos indetenninaçilo que integra o processo da comuni-

de estabeledmento, extensão e abreviação e:dbem wn cação no inicio da vida é inerente ao processo de

caminho de construção de significados panilhados pela desenvolvimento das trocas comunicativas, dizendo

díadequesccarnctcriza por wn mecanismodeabcrtura e da natureza criat iva destas trocas.

feehamento de possibilidades nas opções para o

desenvolvimento. Nesta direção, no período de

estabelecimento os parceiros orientam suas trocas no sentido de estabelecer, pelo menos, wn elemento (ação)

eomopanilhado pela diade. Isto, por sua vez, "fecha" a

possibilidade de que outras ações, neste momento

espa.:ifioo, sejam negociadas como foco da interação.

Todavia, ao passo quc este primeiro elemento sc tOTna

partilhado ele "abre" a possibilidade denegociação, pela

díade, de outros elementos comunicativos - tal como

sorrisos e vocalizações. No período que sucede o

estabelecimento (extensão), a ampla negociação, reoorte eloo destaque de outras açõts pelos parceiros possibi lita

que o conhecimento sobrt elas também se tome

panilhado. Mais wna vez, o coohecimento partilhado pela díade sobre as ações negociadas no período da

extensão "fecha" a possibilidade de "escolha" dos

parcc~ - tanto em relação às suas próprias ações

como às do outro - ao mesmo tempo que permite uma

"abertura" no sentido de explorar nOllaspossibilidades

de organização do processo comunicativo, como, por

exemplo, as trocas abreviadas. No periodo de

abreviação, toda 8 história construída pela diade

funciona como fechamento de possibilidades - por exemplo, as díades que negociaram mais marcadamente

as trocas de vocalização cenamente terão trocas

abreviadas que incluem, com mais freqilência,

vocalizações que aquelas dia&:s que deram mais ênfase,

por exemplo, ao sorriso. Todavia, a abenura de

possibilidades se faz através da "segurança" que a díade

constrói acerca do conhecimento mútuo. Nesta direção, a

inclusão das trocas abreviadas "face-a-face" nas

brincadeiras com objeto ou em jogos de cobrir e

descobrira face do bebc são exemplos da abertura de

possibilidades que a abn:viaçãopropicia. Pode-se,assirn,

concluir que os aspectos passiveis de detenninaçlio slio

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