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O DESEMPENHO EM SUSTENTABILIDADE DO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DOS RELATÓRIOS GRI DOS QUATRO MAIORES BANCOS LISTADOS NO ISE/ BM&F BOVESPA RESUMO A sustentabilidade empresarial tem sido assunto recorrente no meio empresarial e acadêmico devido a grande preocupação dos stakeholders com a influência que as organizações exercem no meio ambiente e sociedade. Assim, a divulgação de informações não financeiras seguindo as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) informa aos stakeholders acerca dos resultados advindos das ações sustentáveis. Por conta disso, o presente estudo tem como questão problema: Quais as práticas de sustentabilidade são adotadas pelos bancos participantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&F Bovespa, e disponíveis nos relatórios do tipo GRI?. Para responder tal questionamento, foi feito um levantamento bibliográfico sobre o assunto e posterior análise documental dos relatórios de sustentabilidade dos bancos em questão (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander), publicados no período de 2012 a 2015. Assim, atingiu-se o objetivo geral do estudo, que é o de comparar as práticas de sustentabilidade adotadas pelos quatro maiores bancos brasileiros participantes do ISE e disponíveis nos relatórios do tipo GRI. Para uma análise mais centrada no setor, foram utilizadas como base as práticas de sustentabilidade no setor bancário de Lins e Wajnberg (2007) e, como resultado, verificou-se que o Banco do Brasil e o Itaú foram os bancos que mais adotaram as práticas de sustentabilidade, sendo que o Banco do Brasil apresentou materialidade em todas as práticas adotadas. Palavras-chaves: Sustentabilidade, GRI, ISE/ BM&F Bovespa, Bancos, Brasil. 1 INTRODUÇÃO Com a ascensão do capitalismo e a crescente exploração dos recursos naturais, surge então, a necessidade de reflexão sobre uma proposta de desenvolvimento econômico, porém com uma boa relação do homem com a natureza e sociedade. Essas premissas receberam maior atenção a partir da metade do século XX, através das conferências mundiais da Organização das Nações Unidas em Estocolmo (1972), Rio de Janeiro (1992 e 2012), Quioto (1997) e Johanesburgo (2002), e da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, como “Nosso Futuro Comum”, também conhecido por Comissão de Brundtland (WCED, 1987; NOBRE e RIBEIRO, 2013). No âmbito internacional, tem-se o GRI (Global Reporting Initiative), criado em 1997, que é uma organização baseada no desenvolvimento sustentável e que criou uma importante estrutura para a elaboração de um relatório de resultados das organizações focando o tripé da sustentabilidade as dimensões econômica, social e ambiental. Esse padrão é utilizado pela maior parte das empresas para a divulgação de seus relatórios de sustentabilidade (TINOCO, 2010). No Brasil, em 1998 foi criado por um grupo de empresários e executivos, o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, que promove a gestão empresarial de forma socialmente responsável (ETHOS, 2016). Em 2005, a BM&FBOVESPA criou o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), que permite analisar as empresas listadas na BM&FBOVESPA sob o prisma da eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa, e que teve uma grande adesão do setor bancário, sendo ele o segundo maior setor em participação no ISE (MARTINS et al., 2014; ISE, 2016c).

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O DESEMPENHO EM SUSTENTABILIDADE DO SETOR BANCÁRIO

BRASILEIRO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DOS RELATÓRIOS GRI DOS

QUATRO MAIORES BANCOS LISTADOS NO ISE/ BM&F BOVESPA

RESUMO

A sustentabilidade empresarial tem sido assunto recorrente no meio empresarial e acadêmico

devido a grande preocupação dos stakeholders com a influência que as organizações exercem

no meio ambiente e sociedade. Assim, a divulgação de informações não financeiras seguindo

as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) informa aos stakeholders acerca dos

resultados advindos das ações sustentáveis. Por conta disso, o presente estudo tem como

questão problema: Quais as práticas de sustentabilidade são adotadas pelos bancos

participantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&F Bovespa, e

disponíveis nos relatórios do tipo GRI?. Para responder tal questionamento, foi feito um

levantamento bibliográfico sobre o assunto e posterior análise documental dos relatórios de

sustentabilidade dos bancos em questão (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e

Santander), publicados no período de 2012 a 2015. Assim, atingiu-se o objetivo geral do

estudo, que é o de comparar as práticas de sustentabilidade adotadas pelos quatro maiores

bancos brasileiros participantes do ISE e disponíveis nos relatórios do tipo GRI. Para uma

análise mais centrada no setor, foram utilizadas como base as práticas de sustentabilidade no

setor bancário de Lins e Wajnberg (2007) e, como resultado, verificou-se que o Banco do

Brasil e o Itaú foram os bancos que mais adotaram as práticas de sustentabilidade, sendo que

o Banco do Brasil apresentou materialidade em todas as práticas adotadas.

Palavras-chaves: Sustentabilidade, GRI, ISE/ BM&F Bovespa, Bancos, Brasil.

1 – INTRODUÇÃO

Com a ascensão do capitalismo e a crescente exploração dos recursos naturais, surge

então, a necessidade de reflexão sobre uma proposta de desenvolvimento econômico, porém

com uma boa relação do homem com a natureza e sociedade. Essas premissas receberam

maior atenção a partir da metade do século XX, através das conferências mundiais da

Organização das Nações Unidas em Estocolmo (1972), Rio de Janeiro (1992 e 2012), Quioto

(1997) e Johanesburgo (2002), e da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente

da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, como “Nosso Futuro

Comum”, também conhecido por Comissão de Brundtland (WCED, 1987; NOBRE e

RIBEIRO, 2013).

No âmbito internacional, tem-se o GRI (Global Reporting Initiative), criado em 1997,

que é uma organização baseada no desenvolvimento sustentável e que criou uma importante

estrutura para a elaboração de um relatório de resultados das organizações focando o tripé da

sustentabilidade – as dimensões econômica, social e ambiental. Esse padrão é utilizado pela

maior parte das empresas para a divulgação de seus relatórios de sustentabilidade (TINOCO,

2010). No Brasil, em 1998 foi criado por um grupo de empresários e executivos, o Instituto

Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, que promove a gestão empresarial de forma

socialmente responsável (ETHOS, 2016).

Em 2005, a BM&FBOVESPA criou o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial),

que permite analisar as empresas listadas na BM&FBOVESPA sob o prisma da eficiência

econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa, e que teve uma

grande adesão do setor bancário, sendo ele o segundo maior setor em participação no ISE

(MARTINS et al., 2014; ISE, 2016c).

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Analisando o caso dos bancos, os riscos ambientais podem ser diretos, indiretos e de

reputação. Os diretos podem ser relacionados com a poluição causada pelos mesmos. Os

indiretos estão relacionados às práticas de empréstimos e financiamentos concedidos a

empresas, pois o banco pode estar financiando uma ação que vai trazer prejuízos ao meio

ambiente mesmo sem estar diretamente ligado àquela ação. O risco de reputação está

relacionado tanto com os impactos diretos quanto com os impactos indiretos, exercidos em

cima da sociedade e do meio ambiente (MATTAROZZI; TRUNKL, 2008).

Dessa forma, a pesquisa se propõe a responder a seguinte questão problema: Quais as

práticas de sustentabilidade são adotadas pelos bancos participantes do ISE e disponíveis nos

relatórios do tipo GRI?. Para melhor responder essa questão, o estudo tem como objetivo

geral comparar as práticas de sustentabilidade adotadas pelos quatro maiores bancos

brasileiros participantes do ISE e disponíveis nos relatórios do tipo GRI, entre o período de

2012 a 2015.

O estudo será realizado com os quatro maiores bancos do Brasil segundo o

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE, 2015). Além

disso, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander seguem as diretrizes GRI e

participam da carteira ISE.

O artigo está estruturado em cinco partes. Após a introdução, apresenta-se o

referencial teórico que disserta acerca da sustentabilidade no setor bancário e as exigências

do GRI e ISE, e, em seguida, mostra-se os procedimentos metodológicos utilizados para a

pesquisa. Na quarta parte, é evidenciado os dados coletados, com destaque para a comparação

das práticas de sustentabilidade adotadas pelos bancos no período analisado. Por último,

apresentam-se as considerações finais.

2 – REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 – Sustentabilidade

Assumindo e respeitando os limites dos recursos do planeta, pode-se conceituar o

desenvolvimento sustentável como sendo o consumo responsável da geração atual,

garantindo a satisfação das necessidades de gerações futuras (PNUMA, 2004). Segundo Faria

e Nogueira (2011), o desenvolvimento sustentável é resultado do equilíbrio entre as

dimensões econômica, social e ambiental, onde nenhuma poderá sobrepor-se à outra, pois são

igualmente importantes (ETHOS, 2007). Na verdade, esse é um conceito criado pelo

britânico John Elkington, que formulou o Triple Bottom Line (TBL), também conhecido

como Tripé da Sustentabilidade, onde afirma que além dos fatores financeiros, as

organizações também têm como responsabilidade, fatores ambientais e sociais (SHERMAN,

2012).

A sustentabilidade empresarial (SE) é o caminho para se alcançar o desenvolvimento

sustentável, além de manter a riqueza (financeira, recursos naturais, qualidade de vida) da

população (SILVA, 2010). É encarada como um investimento ou estratégia que engloba boas

práticas de gestão que satisfazem as necessidades atuais dos stakeholders sem prejudicar os

recursos ambientais que poderão suprir gerações futuras (ANDRADE et al., 2013).

Para evidenciar as ações referentes ao desenvolvimento sustentável, as organizações

têm como ferramenta os relatórios de sustentabilidade, que consolidam informações positivas

ou negativas, que, de acordo com Magness (2010) e Iatridis (2013), auxiliam os stakeholders

nas tomadas de decisões. Segundo Veríssimo (2010), os relatórios identificam, mensuram e

prestam contas aos stakeholders a respeito do desempenho das atividades que visam o

desenvolvimento sustentável.

Devido a constatação de que os investimentos ambientais promovem a melhora no

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desempenho empresarial, os stakeholders pressionam a divulgação das informações

socioambientais (BRAGA et al., 2011). Assim Verrecchia (2001) sustenta a teoria da

divulgação voluntária (TDV) que, a medida que os stakeholders internos percebem vantagens

econômicas e/ou institucionais na divulgação, mais dados não financeiros são

disponibilizados. Para Góis et al. (2015), as empresas adotam um nível de divulgação mais

elevado por acreditar que os custos da divulgação sejam menores que os benefícios gerados

pelos mesmos.

2.2. - Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

O ISE foi criado no Brasil em 2005, oriundo de uma tendência de mercado e

consequentemente dos investidores, de aplicarem seus recursos em empresas consideradas

economicamente, ambientalmente e socialmente sustentáveis. A BM&FBOVESPA, em

conjunto com outras instituições, criaram o ISE com o objetivo de ser uma carteira composta

de ações de empresas que se comprometem a desenvolver ações de sustentabilidade

empresarial, fazendo o papel de incentivador de boas práticas no mercado brasileiro (ISE,

2016a).

Na avaliação do desempenho do índice e na escolha das empresas participantes, a

BM&FBOVESPA conta com a parceira com o Centro de Estudos em Sustentabilidade

(GVces), EAESP/FGV. Eles desenvolveram um questionário que tem 7 dimensões principais:

natureza do produto, geral, governança corporativa, mudanças climáticas, ambiental,

econômico-financeira e social. Além do envio do questionário preenchido, as empresas

devem enviar os documentos que comprovem as respostas assinaladas (ISE, 2016a; ISE,

2016b). Com base nos resultados, o Conselho Deliberativo do ISE (CISE) decide quais serão

as 40 empresas que irão compor a carteira do ISE. A carteira tem validade de um ano, sendo

revista todo mês de janeiro (ISE, 2016b).

Para exemplificar melhor, o Quadro 1 mostra as possíveis formas de participação no

ISE dependendo do nível de cada empresa. As empresas se dividem em três categorias:

Elegível, Treineira e Simulado. Para estar na categoria Elegível, a empresa deve estar entre as

200 ações mais líquidas listadas na BM&FBOVESPA, realizar o processo completo de

respostas e apresentar as evidências. A categoria Treineira exige também estar entre as 200

ações mais líquidas listadas na BM&FBOVESPA, porém a empresa responde o questionário

sem a exigência de apresentação de evidências. Na categoria Simulado, todas as empresas

listadas na BM&FBOVESPA podem participar, porém a resposta do questionário não habilita

integrar a carteira do ISE (ISE, 2016b).

Quadro 1 - Tipos de participação no ISE

Atributos Elegível Treineira Simulado

Possibilidade de integrar a carteira Sim Não Não

Oportunidade de reunião com Equipe

ISE Sim Não Não

Questionário a ser respondido Do ano em curso Do ano em curso Do ano anterior

Dimensões do questionário Todas Todas Opcional

Relatório qualitativo (análise dos

documentos corporativos) Sim Não Não

Relatório quantitativo (desempenho

da empresa, desempenho máximo,

desempenho médio da carteira e

médio das participantes)

Sim Sim Sim

Recebimento do relatório quantitativo No fim do ciclo No fim do ciclo Imediato

Flexibilidade de prazos Não Não Sim

Quem pode participar Emissoras das 200 Emissoras das 200 Todas empresas

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ações mais líquidas ações mais líquidas listadas

Fonte: ISE (2016b).

Analisando a carteira do ISE (2016c), percebe-se que o setor que mais esteve presente

foi o de energia, sendo seguido pelo setor bancário, e por último, o varejo, como mostra a

Figura 1.

Figura 1 - Empresas participantes do ISE por setor

Fonte: ISE (2016c).

2.3. – Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) é uma organização não-governamental sem fins

lucrativos, fundada em 1997, em Boston, EUA, tendo como público alvo os investidores. A

princípio a GRI era um projeto dentro da CERES (Coalition for Environmentally Responsible

Economy), uma instituição americana sem fins lucrativos, que defende a liderança da

sustentabilidade com objetivo de construir uma economia global saudável. O projeto ganhou

uma plataforma mundial com a sua parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente (PNUMA), considerado principal autoridade global em meio ambiente (GRI,

2016).

A GRI tem sua sede localizada em Amsterdam, Holanda, e possui secretarias

regionais, também conhecidos como pontos focais, são eles: África, China, América Latina,

Sul, América do Norte, Sudeste da Ásia e Oceania. O primeiro ponto focal foi lançado no

Brasil, em 2007, e situa-se em São Paulo. Hoje são cerca de 8.451 empresas e organizações

pertencentes ao perfil e mais de 24.000 relatórios publicados nos modelos GRI (GRI, 2016).

O principal objetivo da GRI é disseminar e desenvolver diretrizes para a elaboração

de relatórios de sustentabilidade, para com isso busca integrar a divulgação dos resultados de

relatórios não econômico-financeiros, tais como resultados sociais, ambientais e de

governança corporativa, aos relatórios financeiros, mantendo o mesmo rigor quantitativo e

analítico (GRI, 2016).

Atualmente utiliza-se a quarta versão das diretrizes, G4, lançada em 2013. O relatório

de sustentabilidade é divido em categorias: ambiental, econômica e social. As informações

dessas categorias devem guiar-se por 10 princípios. No Quadro 2 tem-se a definição de cada

princípio de acordo com a forma que deve ser utilizado no relatório de sustentabilidade (GRI,

2015a).

Quadro 2 - Os princípios do GRI-G4 Princípios Conteúdo

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Materialidade Relatar informações relevantes que reproduzem os impactos, ambientais, econômicos e

sociais de significância da organização ou com grande influência nas avaliações e decisões

dos stakeholders. Inclusão de

Stakeholders A organização deverá identificar seus stakeholders e as medidas necessárias para

corresponder a suas expectativas. Contexto da

Sustentabilidade Descrição do desempenho organizacional em relação a sustentabilidade.

Completude Retrato das dimensões de limite, tempo e escopo. Referindo-se a prática de coleta de

informações e a verificação dos dados obtidos. Equilíbrio O relatório deverá apresentar aspectos positivos e negativos para que haja uma avaliação

equilibrada do seu desempenho. Comparabilidade As informações deverão permitir aos stakeholders analisar as mudanças no desempenho

organizacional ao passar do tempo e ser suscetível a análises com outras organizações. Exatidão As informações apresentadas devem ser precisas e detalhadas, para que seja possível a

avaliação do desempenho pelos stakeholders Tempestividade A publicação do relatório deverá ser feita a tempo para que as decisões tomadas pelos

stakeholders sejam no tempo certo. Clareza O relatório deverá apresentar fácil entendimento e ter acessibilidade das informações aos

stakeholders. Confiabilidade Os stakeholders deverão se sentir seguros da veracidade do relatório.

Fonte: GRI (2015a)

O G4, em comparação a versão anterior, G3, apresenta como principal diferença o

princípio da materialidade. Desta forma, o conteúdo do relatório torna-se mais relevante, com

documentos focados, estratégicos, credíveis e com mais facilidade de consulta para os

stakeholders e a própria organização (PWC, 2016).

As categorias podem ser divididas em subcategorias. Por exemplo, a categoria social,

subdivide-se nas subcategorias: Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente, Direitos Humanos,

Sociedade Responsabilidade pelo Produto. E as subcategorias, por sua vez, são compostas

por diferentes aspectos. Por exemplo, o tópico “Emprego” é um aspecto da subcategoria

“Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente”. A lista detalhada sobre as categorias,

subcategorias e aspectos encontram-se no Quadro 3.

Quadro 3 - Categorias, subcategorias e aspectos das diretrizes Categoria Subcategoria Aspectos

Econômica - ● Desempenho econômico, presença no mercado, impactos econômicos

indiretos e práticas de compra.

Ambiental -

● Materiais, energia, água, biodiversidade, emissões, efluentes e

resíduos, produtos e serviços, conformidade, transportes, geral,

avaliação ambiental de fornecedores e mecanismos de queixas e

reclamações relacionadas a impactos ambientais.

Social

Práticas

Trabalhistas e

Trabalho Decente

● Emprego, relações entre trabalhadores e empregadores, saúde e

segurança no trabalho, treinamento e educação, diversidade e

igualdade de oportunidades, igualdade de remuneração entre mulheres

e homens, avaliação de fornecedores em práticas trabalhistas e

mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a práticas

trabalhistas.

Direitos Humanos

● Investimentos, não discriminação, liberdade de associação e

negociação, coletiva, trabalho infantil, trabalho forçado ou análogo ao

escravo, práticas de segurança, direitos indígenas, avaliação, avaliação

de fornecedores em direitos humanos e mecanismos de queixas e

reclamações relacionadas a direitos humanos

Sociedade ● Comunidades locais, combate à corrupção, políticas públicas,

concorrência desleal, conformidade, avaliação de fornecedores em

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impactos na sociedade e mecanismos de queixas e reclamações

relacionadas a impactos na sociedade,

Responsabilidade

pelo Produto

● Saúde e segurança do cliente, rotulagem de produtos e serviços,

comunicações de marketing, privacidade do cliente e conformidade.

Fonte: GRI (2015a)

O tipo de relatório pode ser alterado de acordo com a quantidade dos indicadores.

Segundo as diretrizes, há duas opções de elaboração de um relatório. São elas: Essencial ou

Abrangente. Ambas as opções podem ser utilizadas por qualquer tipo de organização. Esses

dois tipos designam o conteúdo a ser incluso para o relatório ser “de acordo” com as

diretrizes do GRI (GRI, 2015a).

Na opção essencial, encontram-se os elementos básicos para a preparação de um

relatório de sustentabilidade. Nessa opção contém uma visão completa sobre os impactos de

seu desempenho ambiental, econômico, social e de governança. A opção Abrangente, por sua

vez, tem início na opção essencial e tem acréscimo de informações sobre análise estratégica,

ética, integridade organizacional e governança (GRI, 2015a). Para cada aspecto a organização

deverá realizar relatos particulares e desenvolver indicadores, como ilustrado na figura 2.

Figura 2 - Identificação das divisões do relatório de sustentabilidade segundo as Diretrizes,

G4, do GRI.

Fonte: GRI (2015a)

Em 2010 foram registrados mais de 160 relatórios brasileiros na lista de Relatórios da

GRI. Para integrar essa lista é necessário que os relatórios sejam baseados na estrutura GRI,

explicada acima. (GRI, 2016).

2.4 – Sustentabilidade no Setor Bancário

Segundo Mattarozzi et al. (2008), a evolução no setor bancário na sustentabilidade

deve-se a uma pressão dos órgãos ambientais, pois mesmo que a atividade bancária não tenha

grande impacto ambiental, ela financia os maiores agentes de impacto socioambiental.

Um exemplo disso veio em junho de 2003, quando os dez grandes bancos mundiais

criaram os Princípios do Equador, que são um conjunto de critérios socioambientais de

adoção voluntária por instituições financeiras, em nível mundial, e referenciados nos Padrões

de Desempenho sobre Sustentabilidade Socioambiental da International Finance

Corporation (IFC) e nas Diretrizes de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Banco

Mundial, que devem ser utilizados na análise de produtos financeiros de grande porte, quando

estes forem utilizados para dar apoio a um novo projeto de investimento (INFANTE et al.,

2010).

Nesse sentido, existem diversas práticas sustentáveis que podem ser aplicadas ao setor

bancário, entre elas: a concessão de crédito consciente, gestão de resíduos e relação com

fornecedores. Essas práticas, portanto, podem ser divididas em dois tipos: práticas de gestão,

que não estão relacionadas diretamente a geração de receita do banco, e as práticas de

finanças sustentáveis, que já são relacionadas à atividade fim do banco (LINS e

WAJNBERG, 2007). O quadro 4 mostra as ações de sustentabilidade mais comuns no setor

bancário.

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Quadro 4 - Práticas de sustentabilidade no setor bancário Gestão Finanças sustentáveis

Programas de ecoeficiência Avaliação de riscos socioambientais em

financiamentos Critério socioambientais na seleção de fornecedores e

prestadores de serviço Crédito responsável

Divulgação de desempenho socioambiental Microcrédito Diversidade na força de trabalho Fundos socialmente responsáveis

Mudanças climáticas Financiamentos socioambientais Segurança da informação Mercado de carbono

Lavagem de dinheiro Seguros ambientais

Fonte: Lins e Wajnberg (2007)

3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente pesquisa é classificada, quanto ao seu objetivo, como sendo uma pesquisa

exploratória e descritiva, pois além de levantar dados, buscar encontrar um padrão entre eles,

uma comparação. No caso deste estudo, o método utilizado para a coleta dos dados foi a

pesquisa bibliográfica e documental. Assim sendo, realizou-se uma análise documental dos

relatórios de sustentabilidade de 4 dos 5 maiores bancos brasileiros, que foram obtidos na

página na internet de cada empresa no dia 13 de março de 2017, a fim de identificar e

comparar as práticas de sustentabilidade adotadas no período de 2012 a 2015. Para o

tratamento dos dados coletados, foi utilizado o software Excel®.

O princípio utilizado para a análise foi o da materialidade, ou seja, há a divulgação de

informações relevantes que reproduzem os impactos, sociais, econômicos e ambientais de

importância da organização e/ou com grande impacto nas avaliações e divulgações dos

stakeholders.

Dentre os cinco maiores bancos, os selecionados para o presente estudo foram o

Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil. A escolha justifica-se por esses

bancos apresentarem relatórios anuais em conformidade às diretrizes GRI, além de estarem

na carteira do ISE.

O Bradesco, que divulga seu relatório em conformidade com o GRI desde 2006,

também inseriu informações que seguem estrutura de relato integrado preconizada pelo

International Integrated Reporting Council (IIRC, ou Conselho Internacional para Relato

Integrado). Nesta mesma perspectiva, o Itaú segue as diretrizes do GRI desde 2004, além de

respeitar as normas da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca). Já o

Santander segue as diretrizes do GRI desde 2009, e tem seu modelo de relatório baseado,

também, no relato integrado do IIRC, da norma AA1000SES (AA1000SES Stakeholders

Engagement) e da Abrasca. Por último, o Banco do Brasil que segue as normas GRI desde

2006, também segue os critérios propostos pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e

Econômicas (Ibase) e pela Abrasca.

Assim, utilizando a ferramenta Excel®, os dados dos relatórios de sustentabilidade

dos bancos estudados nos anos de 2012 a 2015 foram categorizados seguindo as práticas de

sustentabilidade no setor bancário de Lins e Wajnberg (2007). Os dados foram organizados

para facilitar a análise da evolução das práticas ao longo dos anos em cada banco, resultando

nas constatações de quais bancos mais se destacam em cada prática.

Dessa maneira, o quadro 5 apresenta o alinhamento entre as categorias do GRI

(2015a) e as práticas de sustentabilidade do setor bancário do Lins e Wajnberg (2007).

Algumas práticas - como é o caso dos critérios socioambientais na seleção de fornecedores e

prestadores de serviço - se encaixam em mais de uma categoria do GRI.

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Quadro 5 - Alinhamento das práticas de sustentabilidade do setor bancário com as categorias

do GRI

Categoria Subcategoria Práticas Sustentáveis do Setor Bancário

Econômica -

● Divulgação de desempenho socioambiental ● Avaliação de riscos socioambientais em financiamentos ● Fundos socialmente responsáveis

Ambiental -

● Programas de ecoeficiência ● Critérios socioambientais na seleção de fornecedores e prestadores

de serviço ● Mudanças climáticas e Mercado de carbono

Social

Práticas

Trabalhistas e

Trabalho

Decente

● Critérios socioambientais na seleção de fornecedores e prestadores

de serviço ● Diversidade na força de trabalho

Direitos

Humanos

● Critérios socioambientais na seleção de fornecedores e prestadores

de serviço ● Crédito responsável ● Financiamentos sustentáveis ● Microcrédito

Sociedade ● Critérios socioambientais na seleção de fornecedores e prestadores

de serviço ● Lavagem de dinheiro

Responsabilidade

pelo Produto

● Seguros ambientais ● Segurança da informação

Fonte: Elaborado a partir de GRI (2015a) e Lins e Wajnberg (2007).

4 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 - Divulgação de Desempenho Socioambiental

De acordo com Lins e Wajnberg (2007), a transparência de uma organização em

relação à sua performance socioambiental mostra seu comprometimento com o

desenvolvimento sustentável. O Banco do Brasil, Bradesco e Itaú respondem ao índice Dow

Jones de Sustentabilidade, todos os bancos fazem parte da carteira ISE e seguem as diretrizes

GRI. Além disso, o Banco do Brasil divulgou durante os quatro anos o Balanço Social Ibase

+ NBCT 15 (Norma Brasileira de Contabilidade, que estabelece procedimentos para

evidenciação de informações de natureza social e ambiental), e o Bradesco só em 2012.

Portanto, em ordem decrescente de priorização da prática de divulgação de

desempenho no relatório de sustentabilidade estão o Banco do Brasil, igualmente Bradesco e

Itaú, e por último Santander.

4.2 - Avaliação de Riscos Socioambientais em Financiamentos

De acordo com Lins e Wajnberg (2007) o impacto do setor financeiro no meio

ambiente consiste nas atividades de financiamento, por exemplo, a concessão de crédito para

empresas com alto impacto no meio ambiente. Ademais, a avaliação de riscos

socioambientais em concessão de crédito consiste em reduzir o risco de crédito e a

inadimplência.

Desta forma, integrar riscos socioambientais em análise de crédito, faz com que o

banco tenha uma gestão mais eficiente em sua carteira e obtenha melhor desempenho nas

suas atividades de financiamento. Outro ponto importante ressaltado por Lins e Wajnberg

(2007) é que com a avaliação de riscos socioambientais em financiamentos, o banco restringe

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ações não sustentáveis, permitindo a implementação de projetos que contribuam para o

desenvolvimento sustentável.

O Santander possui uma área especializada para a análise de projetos de grandes

portes e financiamentos para cliente Pessoa Jurídica, que foi criada em 2002, com o nome

Risco Socioambiental. O Bradesco apresentou, em 2013, a comissão de Riscos

Socioambientais, no qual tem a função de identificar e propor ao comitê de sustentabilidade,

as melhores de práticas, processos e procedimentos relacionados a gestão de risco

socioambiental e a exposição da organização nesses riscos. O Plano de Sustentabilidade, do

Banco do Brasil, como mostra o relatório de 2014, tem o objetivo de identificar riscos

socioambientais e definir subgrupos de altos riscos. O Itaú possui, desde 2012, comitê e

política relacionada ao risco socioambiental. Suas práticas para identificação e avaliação

desses riscos e oportunidade de monitoramento, tornaram-se referência e foram transmitidas

para outras entidades parceiras como a International Finance Corporation (IFC).

A avaliação de riscos socioambientais em financiamentos além de possibilitar ao

banco uma gestão mais eficiente e sustentável, reduz os riscos para a organização. Todos os

bancos analisados apresentaram materialidade nas informações divulgadas, possuem histórico

que confirmam a atuação neste contexto aderindo a prática. Desta forma não é possível eleger

os melhores bancos nesta prática.

4.3- Fundos Socialmente Responsáveis

Lins e Wajnberg (2007) conceitua fundos socialmente responsáveis como carteiras de

ações compostas somente por títulos de empresas geridas de acordo com as práticas de

governança corporativa e sustentabilidade. Infelizmente esse assunto não é comumente

abordado nos relatórios de sustentabilidade dos bancos analisados.

4.4 - Programa de Ecoeficiência

Lins e Wajnberg (2007) afirma que a ecoeficiência é a conciliação do uso sustentável

de recursos finitos com eficiência produtiva e redução de custos. Nos relatórios de

sustentabilidade, os bancos analisados mostraram sua eficiência através do nível de consumo

de energia e água, do recondicionamento de cartuchos/ toner e racionalização de impressão,

da coleta seletiva, inauguração de agências verdes e da certificação ISO 14001.

Ao decorrer dos quatro anos analisados, pode-se perceber que os bancos tiveram

crescente queda no consumo de energia e água, exceto aumento em momentos distintos entre

os bancos, sendo justificado nos relatórios. No tocante as impressões e utilização de papéis,

os bancos apresentaram significativa redução, apenas o Bradesco não apresentou dados a

respeito da racionalização do uso de papéis.

Sobre a coleta seletiva, os bancos apresentaram grandes quantidades de resíduos

encaminhados para reciclagem, principalmente resíduos eletrônicos. No entanto, o Bradesco

só apresentou os dados em 2014 e o Santander em 2013 e 2014.

Em 2012 o Banco do Brasil inaugurou duas agências ecoeficientes (agências verdes),

em São Paulo (SP) e Messejana (CE), tendo sido projetadas para reduzir impactos ambientais

desde a construção até a manutenção do imóvel. Todavia, todos os bancos apresentaram

certificação ISO 14001, mostrando que há um sistema de gestão ambiental implementado

nestas organizações.

Portanto, pode-se perceber que nas práticas de ecoeficiência, o Banco do Brasil

apresenta-se como melhor, seguido do Itaú, Santander e Bradesco.

4.5 - Critérios Socioambientais na Seleção do Fornecedor

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É fundamental a incorporação de aspectos sociais e ambientais na seleção de

fornecedores para o setor bancário (LINS e WAJNBERG, 2007). No estudo em questão,

todos os bancos exigem que os fornecedores assinem o termo de responsabilidade

socioambiental e combate à corrupção.

Na compra de mobiliário, os bancos exigem a certificação FSC (Conselho de Manejo

Florestal - promove o uso racional da floresta) e Cerflor (Programa Brasileiro de Certificação

Florestal, gerenciado pelo Inmetro, que auxilia empresas a identificar e promover

mercadorias advindas de florestas manejadas de forma sustentável), e na compra de

computadores, a certificação RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances - restrição

de certas substâncias perigosas sejam usadas em processos de fabricação de produtos) e

WEEE (Waste Eletrical and Eletronic Equipament - normas que regulam a eliminação deste

tipo de resíduos), exceto o Santander que não abordou o assunto em seu relatório. Para o

serviço de limpeza, Banco do Brasil e Itaú exigem que os profissionais façam a separação de

materiais recicláveis para a coleta seletiva nas dependências dos bancos. Os vigilantes devem

ter uma formação chamada CFV (Curso de Formação de Vigilantes), e para a locação de

veículos, os mesmos devem ser nacionais e flex-fuel.

O Bradesco possui a ferramenta RFI (Request for Information), que examina dados

cadastrais, comerciais, técnicas, econômico-financeiras e socioambientais dos possíveis

fornecedores. Após contratado, o fornecedor é monitorado pelo Programa de Avaliação e

Monitoramento Socioambiental de Fornecedores. O Santander possui o IQP (Índice de

Qualificação de Fornecedores), um sistema de pontuação elaborado em análises de

documentos, visitas técnicas e relatórios, para serviços de risco para o negócio, como

segurança, logística e call center.

Todos os bancos apresentaram pelo menos em um ano diversos eventos com

fornecedores, que é uma oportunidade de engajá-los na causa socioambiental. Em se tratando

de engajamento, o Bradesco possui o Programa Relacionamento com Fornecedores

Estratégicos, que é um programa que visa o diálogo na cadeia de suprimentos, e o Programa

de Engajamento de Fornecedores, que conta com visitas técnicas e elaboração de planos de

melhoria de aspectos relacionados à responsabilidade social. O Banco do Brasil, por sua vez,

criou em 2015, a Divisão de Fornecedores, que tem como um dos focos a sustentabilidade

dos negócios.

Assim, nesta prática, destacam-se em ordem decrescente, Bradesco, Banco do Brasil,

Itaú e Santander.

4.6 - Mudanças Climáticas e Mercado do Carbono

Com o cenário alarmante do aumento da temperatura global, a temática das mudanças

climáticas é de fundamental importância nas empresas, pois elas devem se resguardar de

desastres ambientais, bem como reduzir os impactos de seus processos internos no meio

ambiente (LINS e WAJNBERG, 2007).

O Bradesco, Santander e Itaú atuam na comercialização de créditos de carbono das

empresas que reduziram suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) através de projetos

para esse fim. Inclusive, em 2014, o Santander, através do Programa Reduza e Compense

CO2, uma plataforma online, estimulou a sociedade a reduzir suas emissões, calculando e

compensando com a compra de créditos de carbono.

Para registro de sua própria emissão de GEE, todos os quatro bancos em questão

fazem parte do GHG Protocol, que é um programa para registro e publicação de inventários

de emissões de GEE.

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O Banco do Brasil adotou a Agenda 21, que é um plano de ação que concilia métodos

de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Também compõe a Câmara

Temática de Mudanças do Clima (CTClima), iniciativa do Conselho Empresarial Brasileiro

para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que tem como objetivo auxiliar as empresas

na adoção de estratégias de aproveitamento de oportunidades e minimização de riscos e que

as oriente para um mundo com restrições às emissões de GEE.

Durante os quatro anos estudados, o Banco do Brasil neutralizou toneladas de carbono

em eventos patrocinados em todo o Brasil.

O Banco do Brasil em 2013 e 2014, e o Bradesco e Itaú em 2015 trabalharam em

parceria com o CEBDS em um Programa para a Gestão de Carbono na Cadeia de Valor, que,

através de eventos capacita fornecedores para gestão, mensuração e elaboração de inventário

de emissões de GEE.

Através de práticas transparentes e seu grau de eficiência nas emissões de GEE, o

Bradesco (todos os anos), Itaú (2012) e Santander (2012) foram listados no Índice de

Carbono Eficiente, uma iniciativa conjunta do BM&FBOVESPA e BNDES.

Todos os bancos participam do Carbon Disclosure Project (CDP) através do

preenchimento do questionário de disclosure sobre governança climática. O CDP é uma

organização não governamental sem fins lucrativos que possui uma base de dados sobre a

gestão empresarial quanto ao risco e oportunidades das alterações climáticas.

Logo, pode-se constatar que o Banco do Brasil é o banco que mais adota a prática de

mudanças climáticas, ficando os três bancos restantes em igual atuação.

4.7 - Diversidade na Força de Trabalho

Segundo Lins e Wajnberg (2007), a diversidade na força de trabalho, além do

cumprimento de metas legais, visa a conscientização de empresas no contexto de

discriminação social.

O Banco do Brasil apresenta programas, eventos e cursos sobre a diversidade desde o

relatório de 2012. Entre os programas nota-se parcerias como, por exemplo, Programa

FEBRABAN de Valorização da Diversidade, que é divulgado a partir de 2013.

O Bradesco confirma sua responsabilidade com o tema por aderir a compromissos

como o Pacto Global. A partir de 2012, o banco promove o Programa de Capacitação

Profissional e Inclusão de Pessoas com Deficiência do Setor Bancário, da FEBRABAN, e

diversos outros cursos e programas.

No Itaú, além da promoção de programas que apoiam a diversidade, o banco promove

a capacitação dos funcionários para lidar com pessoas com algum tipo de deficiência, e claro

também a capacitação, para atuar na organização, de pessoas com deficiência.

O Santander desenvolveu em 2012 cursos e treinamentos para gestores e funcionários

sobre temas que abordam a diversidade: diversidade de gênero, racial, sexual, etária e pessoas

com deficiência. Aplicada a sua política de recursos humanos, o banco busca promover a

inclusão social de minorias excluídas pela sociedade, oferecendo, desta forma, capacitação a

elas. A composição do quadro de funcionários é um item que vem sido divulgado nos

relatórios de sustentabilidade.

Ao mencionar a temática da discriminação, o Bradesco apresenta que houve, durante

o período analisado, um total de 240 casos de discriminação, sendo que dentre eles foram

analisados 225 casos. Nos relatórios do Itaú, de 2012 a 2016, o banco afirma que não há

sequer um caso dado como procedente sobre discriminação. O Banco do Brasil e o Santander

não disponibilizam estas informações, porém em 2015 o Santander afirma que 100% dos

casos de discriminação foram solucionados. Os canais para denúncia são internet e telefone.

Os programas PRONON (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica) e o

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PRONAS (Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência),

ambos programas do Ministério da Saúde, tem como objetivo incentivar empresas e pessoas

físicas a doarem para associações, entidades e fundações privadas sem fins lucrativos,

atuantes no campo da oncologia e da pessoa com deficiência, com o benefício de deduções

fiscais de Imposto de Renda. A participação e incentivo aos programas aparecem nos

relatórios do Banco do Brasil (a partir de 2015), Bradesco (a partir de 2013) e Itaú (a partir de

2013). Os Bancos doaram os valores de R$ 4 milhões em 2015 (Banco do Brasil); R$ 84505

milhões (Bradesco) entre os anos de 2013 a 2015; e R$ 150 milhões (Itaú Unibanco) de 2013

a 2015 Neste Ponto todos os bancos apresentaram materialidade e aderiram à prática, não

sendo possível identificar uma ordem referente aos melhores.

4.8 - Crédito Responsável

Segundo Lins e Wajnberg (2007), crédito responsável são as práticas de

financiamento e empréstimo que tem como objetivo melhorar a situação financeira do cliente.

Essa prática também reflete um conflito de interesses, pois os bancos trabalham com metas,

que acabam por incentivar os funcionários a deixar de lado o pensamento de crédito

responsável e focar somente no resultado financeiro para o banco.

Por ser uma questão ainda delicada, a análise deste quesito nos relatórios de

sustentabilidade dos bancos, resultou em sua maioria em práticas de educação financeira.

Entre as mais utilizadas pelos bancos analisados estão: palestras sobre educação financeira,

curso de planejamento financeiro pessoal, jogos on-line e sites com informações relevantes.

Um diferencial entre os bancos foi a conquista do Banco do Brasil e do Santander do

Selo ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira), promovido pelo Comitê Nacional

de Educação Financeira (Conef), que premia as melhores práticas de educação financeira.

Conclui-se que, no quesito de crédito responsável, o Banco do Brasil se destaca como

único banco que criou e manteve durante os quatro anos analisados um programa de redução

de taxas, conhecido como BOMPRATODOS, que são um conjunto de medidas abrangendo

assessoria financeira e redução de taxas de juros das principais linhas de crédito voltadas

sobretudo para pessoas físicas (aposentados e funcionários públicos) e micro e pequenas

empresas (MPE).

4.9 - Financiamentos Sustentáveis

Segundo Lins e Wajnberg (2007), financiamentos sustentáveis são linhas de

financiamento específicas para projetos de natureza sustentável, oferecendo um diferencial

como taxas mais atraentes, prazos maiores e descontos. Como exemplo de financiamento

sustentável pode-se citar projetos de redução de resíduos sólidos ou emissão de efluentes,

troca de combustível líquido por gás natural, financiamentos para aquisição de veículos por

pessoas com deficiências e financiamentos para recuperação florestal por pequenos

produtores rurais.

Nos relatórios de sustentabilidade analisados, somente o Banco do Brasil divulga os

valores investidos em financiamentos sustentáveis. Dentre eles, pode-se citar o

Financiamento Rural Sustentável, como o Pronaf, que se destina ao apoio financeiro das

atividades agropecuárias e não agropecuárias exploradas mediante emprego direto da força de

trabalho da família produtora rural. O Programa de Financiamento Estudantil, conhecido

como FIES, é uma linha de crédito estudantil para financiamento de graduação no ensino

superior para estudantes de baixa renda. Em média são direcionados R$ 2 bilhões por ano

para esses tipos de projetos.

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4.10 - Microcrédito

Lins e Wajnberg (2007) descreve o microcrédito como uma modalidade de crédito

voltada aos pequenos negócios. Por meio de uma metodologia diferenciada, o crédito é

concedido a um grupo de indivíduos e tem como principal objetivo a criação de atividades

geradoras de renda. A garantia de pagamento do empréstimo é dada pelo próprio grupo,

fazendo com que cada um se autofiscalize e ajude no desenvolvimento de suas atividades,

aumentando, por consequência, a probabilidade de pagamento da dívida.

No Brasil, em 2005, foi promulgada a Lei nº 11.110 para a concessão de microcrédito,

e dentre as regras está o direcionamento de 2% dos depósitos a vista para essa modalidade de

crédito. No Quadro 6 são detalhados os valores (em R$ milhões) disponibilizados em

microcrédito, no período de 2012 a 2015, pelos quatro bancos analisados.

Quadro 6 - Microcrédito Ano 2012 2013 2014 2015

Banco do Brasil 763 1500 1371 663

Santander 236,5 266 534 567

Itaú N.D. N.D. 41,7 27,3

Bradesco N.D. N.D. N.D. N.D.

Fonte: Relatórios de Sustentabilidade 2012 -2015 dos bancos Itaú, Santander, Bradesco e

Banco do Brasil. (2017)

Legenda: N.D. - não divulgado.

Pode-se concluir, pelos dados levantados, que o Banco do Brasil tem um desempenho

superior em relação aos demais bancos analisados, com um média de R$ 1 bilhão investidos

em microcrédito, contra uma média de R$ 400 milhões do Santander. O Itaú começou a

divulgar esse indicador em 2014, porém com valores bem abaixo dos praticados pelos outros

bancos, enquanto o Bradesco não divulgou esse número nos anos analisados.

4.11 - Lavagem de Dinheiro

Para Lins e Wajnberg (2007), a lavagem de dinheiro relaciona-se com privacidade de

informações e padrões éticos de atuação. A prevenção contra a lavagem de dinheiro é uma

obrigação legal prevista na Lei 9.613/98.

Desta forma, todos os Bancos analisados possuem uma política de lavagem de

dinheiro e medidas para a prevenção de atividades ilícitas. O Banco do Brasil, desde o

relatório de 2012, apresenta uma série de recursos educativos para seus colaboradores,

referente a lavagem de dinheiro, esses recursos abrangem workshops, cursos e seminários,

certificações etc. Os outros bancos também apresentam, de forma resumida, recursos para a

prevenção de lavagem de dinheiro. Os canais de denúncia contra a lavagem de dinheiro são

apresentados no relatório de todos os bancos estudados e essas informações também podem

ser encontradas nos canais de comunicação dessas organizações, como site, ouvidoria, e

SAC. Esses canais podem ser utilizados por todos.

4.12 - Seguros Ambientais

Produto oferecido pelos bancos, os seguros ambientais têm papel compensatório em

caso de acidente ambiental. A empresa assegurada aponta as áreas de risco no momento da

contratação e a seguradora monitora seu comportamento durante o contrato para que não se

engaje em atividades que poderiam causar danos ambientais (LINS e WAJNBERG, 2007).

Neste enquadramento, apenas o Banco do Brasil oferece o produto BB Seguro

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Floresta ABC, que indeniza os riscos previstos para florestas financiadas pelo Programa ABC

(Programa Agricultura de Baixo Carbono), uma linha de crédito criada pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que disponibilizou em 2010 o valor de R$ 2

bilhões para financiar práticas adequadas, tecnologias adaptadas e sistemas produtivos

eficientes que contribuam para a redução das emissões de GEE. Logo, o Banco do Brasil é o

único banco a adotar essa prática, de acordo com os relatórios de sustentabilidade.

4.13 - Segurança de Informação

Para Lins e Wajnberg (2007), assim como a virtualização crescente do dinheiro e o

aumento da tecnologia utilizada no setor bancário trazem benefícios fundamentais para as

instituições e clientes, elas também representam uma ameaça para a privacidade e segurança

do cliente. A divulgação dessas informações para terceiros pode resultar em consequências

indesejadas, podendo resultar em roubos e sequestros.

Para impedir que haja vazamento de informações, todos os bancos estudados

apresentam uma política de segurança da informação. Desta forma, apresentam cursos e

treinamentos para a prevenção de situações onde há quebra da segurança da informação,

assim como investimento em tecnologia para aprimoramento de equipamentos e recursos dos

bancos.

A ISO 27.001 é uma norma internacional para a gestão da segurança da informação.

Nos relatórios estudados, apenas os bancos Itaú e Bradesco apresentam a ISO 27.001 entre

suas certificações.

5 – CONCLUSÕES

Este trabalho procurou responder a seguinte questão de pesquisa: Quais as práticas de

sustentabilidade são adotadas pelos bancos participantes do ISE e disponíveis nos relatórios

do tipo GRI? Assim, foi necessária a análise documental dos relatórios de sustentabilidade

dos bancos para, conforme a classificação de Lins e Wajnberg (2007) e os dados disponíveis,

chegar às práticas adotadas.

No quadro 7 foram consolidadas as informações levantadas para comparação do

desempenho dos bancos em relação a cada prática. As respostas foram divididas em três

possibilidades: A/M - adota a prática e oferece materialidade, A - adota a prática, mas não

oferece materialidade, e N/A - não adota a prática.

Quadro 7 - Evolução das práticas de sustentabilidade dos quatro bancos analisados

Práticas Sustentáveis BB Itaú Santande

r Bradesco

Crédito Responsável A/M N/A N/A N/A

Financiamentos Sustentáveis A/M N/A N/A N/A

Microcrédito A/M A A/M N/A

Avaliação de Riscos Socioambientais em Financiamentos A/M A/M A/M A/M

Seguros Ambientais A/M A N/A N/A

Fundos Socialmente Responsáveis N/A N/A N/A N/A

Lavagem de Dinheiro A/M A/M A/M A/M

Segurança de Informação A A/M A A/M

Diversidade na Força de Trabalho A/M A/M A/M A/M

Programa de Ecoeficiência A/M A/M A/M A/M

Critérios Socioambientais na

Seleção do Fornecedor A/M A/M A/M A/M

Mudanças Climáticas A/M A/M A/M A/M

Mercado do Carbono N/A A/M A A/M

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Divulgação de Desempenho Socioambiental A/M A/M A/M A/M

Fonte: Adaptado de Lins e Wajnberg (2007)

Legenda: A/M - Adota a prática e oferece materialidade para isso A - Adota a prática mas não oferece materialidade para isso

N/A - Não adota a prática

Pode-se observar que o Banco do Brasil apresentou 11 A/M, 1 A, e 2 N/A; o Itaú 9

A/M, 2 A, e 3 N/A; o Bradesco 9 A/M e 5 N/A; e o Santander 8 A/M, 2 A, e 4 N/A.

Assim, conclui-se que o Banco do Brasil é o banco que mais “adota as práticas de

sustentabilidade e oferece materialidade no relatório”, apresentando apenas dois casos onde

“não adota a prática”, sendo que no quesito “Fundos Socialmente Responsáveis” nenhum

banco adota a prática. O Santander é o banco que menos “adota as práticas e oferece

materialidade”, mas em relação a “não adota as práticas”, o Bradesco se destacou. O Itaú se

equiparou ao Bradesco na quantidade de “práticas adotadas com materialidade”, entretanto

apresenta duas “práticas que adota, mas não oferece materialidade”. Em “não adota a

prática”, o Itaú teve um resultado superior ao Banco do Brasil, e apresentou menos “não

adota as práticas” que o Santander e o Bradesco.

Pode-se afirmar, também, que nenhum banco se sobrepõe ao outro no pilar

econômico. No pilar ambiental, Itaú e Bradesco se igualam como sendo os bancos que

adotam todas as práticas, além de apresentarem materialidade. Já no pilar social, o Banco do

Brasil é o banco que mais se destaca, adotando todas as práticas, só não apresentando

materialidade na prática Segurança da Informação.

Com base na análise das informações apresentadas nos relatórios de sustentabilidade,

pode-se perceber que o Banco do Brasil é o banco mais sustentável, por ser o que mais

adotou as práticas, apresentando materialidade para isso. No entanto, a principal limitação do

trabalho está relacionada ao fato de que a análise das práticas é feita apenas a partir das

informações disponíveis nos relatórios de sustentabilidade das organizações, não sabendo

efetivamente se tudo o que o banco faz nessa seara está documentada no relatório. Ademais,

não foi verificado a veracidade das informações disponibilizadas, restando aos autores confiar

no controle realizado pelas auditorias contratadas e pelo próprio GRI. Também por mais que

se exista as diretrizes do GRI (G4), pode-se verificar que não há uma padronização quanto ao

nível de detalhamento das categorias, subcategorias e aspectos do relatório. Dessa forma,

alguns bancos detalharam de forma mais completa as práticas estudadas, enquanto outros

muito pouco. Esse detalhamento também varia muito de ano para ano.

Como sugestão de trabalhos futuros, recomenda-se que esse mesmo estudo seja feito

com organizações de outros setores da economia, participantes do ISE, e também que seja

feito um estudo in loco, com entrevistas junto aos gestores, para melhor entendimento das

práticas de sustentabilidade adotadas.

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