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Entrevista Ministro Guido Mantega O DESEMPENHO DA ECONOMIA BAIANA Novembro de 2011 Edição Especial Gestão Transparência é ação prioritária na Bahia Finanças Públicas Estado mantém equilíbrio fiscal e garante investimentos Combate à sonegação SEFAZ intensifica ações de fiscalização

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Page 1: O DESEMPENHO DA ECONOMIA BAIANA - … Ministro Guido Mantega O DESEMPENHO DA ECONOMIA BAIANA Novembro de 2011 Edição Especial Gestão Transparência é ação prioritária na Bahia

Entrevista Ministro Guido Mantega

O DESEMPENHO DA ECONOMIA BAIANA

Novembro de 2011Edição Especial

GestãoTransparência é ação

prioritária na Bahia

Finanças PúblicasEstado mantém equilíbrio fiscal e garante investimentos

Combate à sonegaçãoSEFAZ intensifica ações de fiscalização

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SEFAZ116 anos

Prover e administrar os re-cursos financeiros para

viabilizar as políticas públicas do Estado e orientar o cidadão quan-to à importância do pagamento dos tributos e do controle da aplicação dos recursos públicos

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missão de administrar as finanças da Bahia com uma concepção política diferente da que vinha trilhando

o Estado nas últimas décadas é um desafio cotidiano. Esta publicação surge da necessidade de apresentar à sociedade o trabalho realizado, sua importância e os resultados alcançados nessa jornada.

Não foi à toa que a economia baiana conquistou resultados positivos nestes últimos anos. É consequência de muito em-penho em cortar gastos e conseguir, com recursos escassos, os melhores resultados. Importante também foi a manuten-ção de investimentos estruturantes, fundamentais para haver crescimento econômico. Tudo isso estabelecendo uma rela-ção de respeito à sociedade, pautada pelo diálogo franco, em que predomina a justiça fiscal, com ações inovadoras como a implantação do Portal Transparência Bahia, fornecendo a todos o livre acesso às informações dos gastos públicos.

A confiança no governo cresce a cada dia, fruto da criação des-se novo ambiente de negócios. Canais de comunicação para esclarecer as questões dos contribuintes foram criados, com a realização de seminários, oficinas e demais encontros que, sem dúvida, foram e são fatores que sedimentam um ambiente

fértil para a geração de novos negócios. O retorno da negocia-ção dos precatórios e o pagamento de dívidas antigas são de-monstrações do empenho do governo em resolver pendências históricas através de saídas consensuais. A postura adotada pelo governo diante da crise econômica de escala global em 2008 e 2009 também mostrou-se acertada e no momento correto. Foi através de ações diretas de estímulo ao setor produtivo, como negociação e parcelamento de dívidas, aliadas à eficiência do planejamento estratégico em andamento que se conseguiu o não desaquecimento da economia do Es-tado, minimizando, desse modo, o efeito negativo da crise. O acompanhamento responsável e sério das finanças da Bahia e a preocupação constante com a manutenção do equilíbrio fiscal foram outros importantes focos do trabalho da SEFAZ.

Por outro lado, deu-se significativa atenção à qualificação dos servidores fazendários, com ações gerenciais firmes vi-sando o aperfeiçoamento profissional e a eficácia de méto-dos e processos. A conclusão do Programa de Desenvolvi-mento Gerencial – PDG este ano, coloca a Secretaria num patamar bem acima daquele que existia no início de 2007. São profissionais cada vez mais preparados, com suas poten-

EDITORIALA

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Carlos Martins Marques de SantanaSecretário da Fazenda do Estado da Bahia

cialidades sendo valorizadas. Durante esse período também foi feito o redesenho de processos da área tributária, em fase de implantação. O material produzido é de alto nível e, sem sombras de dúvidas, fornece para esta administração, elementos fundamentais para tomada de decisões estra-tégicas, que podem definir ações de curto, médio e lon-go prazo, relacionados a sistemas, processos, estrutura e pessoas, preparando a Secretaria para um salto de gestão, essencial para os enfrentamentos futuros, onde o fisco precisará unir competência, inovação, transparência e compromissos cada vez maiores com a sociedade.

Em outra vertente, pode-se dizer que a Bahia, enfim, entrou na era digital na área tributária. O Estado é re-ferência nacional na implantação do Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, programa federal, no qual o avanço baiano foi significativo. Por isso, hoje, todos os baianos podem comemorar o sucesso da implantação da Nota Fiscal Eletrônica, o que dá mais segurança às transações, diminui a sonegação, aumenta o controle da arrecadação, melhora o ambiente concorrencial, reduz o consumo de papel e retorna em mais investimentos em obras e serviços.

Ao iniciar o processo de adoção do Sistema Integrado de Planejamento e Finanças – Fiplan, dá-se mais um passo na modernização dos sistemas de gestão e controle orçamen-tário e financeiro do Estado. Esta iniciativa permitirá uma integração definitiva entre os órgãos públicos estaduais, ao passo que proporcionará o aumento da qualidade na gestão e maior transparência da administração pública.

Do alto dos seus 116 anos, a Secretaria da Fazenda do Es-tado da Bahia possui motivos para se orgulhar de sua ges-tão tributária. A arrecadação cresce gradativamente, com

pequena oscilação em consequência da crise no ano de 2008. Mas o salto de arrecadação de ICMS é ilustrativo: fechamos 2007 com um montante de R$ 8,36 bilhões e em 2010 alcançamos R$ 11,15 bilhões.

Através da Força-Tarefa, parceria com outros órgãos públicos, foram desvendados diversos esquemas criminosos de sonega-ção fiscal e realizadas muitas ações ao longo dos últimos qua-tro anos. O Programa de Educação Tributária seguiu trilhan-do caminho de sucesso, beneficiando muitas instituições por meio do Sua Nota é um Show de Solidariedade e mais ações de caráter educativo estão sendo desenvolvidas, especialmen-te com o Educação Fiscal nas Escolas. A intenção é colocar a educação tributária dentro do currículo escolar.

Outras iniciativas importantes sob a coordenação da SE-FAZ podem ser elencadas, como as eficientes negociações nas operações de crédito, que impactam em mais investi-mentos; a nova lei do fisco, que modernizou as carreiras dentro da SEFAZ; a eficiente ação da Auditoria Geral do Estado – AGE e as Parcerias Público-Privadas, que têm garantido importantes investimentos em áreas como a saúde; a mobilidade, o lazer e o desenvolvimento urbano.

Durante esse trajeto, um aspecto tranquilizador foi poder contar com a competente e qualificada equipe da Secre-taria da Fazenda, que sempre deu constantes demonstra-ções de profissionalismo e comprometimento com o nos-so Estado. Sabe-se que mudanças não acontecem da noite para o dia, mas é necessário planejar a rota a seguir e ter estratégias para enfrentar as turbulências do caminho. Por tudo isso, com base nos princípios da ética, da transparên-cia e da responsabilidade social a Bahia encontra-se, hoje, no caminho do crescimento econômico, com ampliação de investimentos e equilíbrio fiscal.

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BAHIA É PIONEIRANACIONAL

NA IMPLANTAÇÃO DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA

EXPEDIENTE

Revista da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia

Novembro de 2011

Endereço: 2ª Avenida, nº 260CEP 41745-003, CAB, Salvador

Bahia – Brasilwww.sefaz.ba.gov.br

0800 071 0071

[email protected]

...............................................................

Jaques WagnerGOVERNADOR

Otto AlencarVICE-GOVERNADOR

Carlos MartinsSECRETÁRIO DA FAZENDA

Carlos Alberto BatistaSUBSECRETÁRIO

Pedro DóreaCHEFE DE GABINETE

...............................................................

ASCOM-SEFAZ

JORNALISTA RESPONSÁVELClaudia Casali (DRT/BA 2136)

REPÓRTERESKau Rocha (DRT/BA 1955)

Leonardo Leão (DRT/BA 1838)

COLABORADORESFernanda Grisi (ASCOM SEFAZ)

Maria Paula Fonseca (ASCOM SEFAZ)

FOTOSArquivo SEFAZ

SECOMAgência Brasil

AST-COM DESENBAHIA

REVISÃOAna Lúcia Pereira

PROJETO GRÁFICO,ILUSTRAÇÕESEDITORAÇÃO,PRODUÇÃO

Editora Dendê

ENTREVISTAMinistro GUIDO MANTEGA

MOBILIDADEURBANAPARCERIA PÚBLICO-PRIVADA GARANTIRÁ A CONSTRUÇÃO DO METRÔ DE SALVADOR

14 .............................................. Planejamento e Inteligênciano Enfrentamento da Crise Mundial

16....................................................Aumento de Arrecadaçãotem Mantido Crescimento da Bahia

20 .............De Olho no Futuro Redesenho de ProcessosPrepara a SEFAZ para as Nova Tecnologias

21 ......................................... IPVA Medidas Visam Desonerare Facilitar a Vida dos Contribuintes

FINANÇAS&TRIBUTOS

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SUMÁRIO

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INVESTIR EMEQUIPAMENTOSÉ FUNDAMENTAL PARA BOMDESEMPENHO DOS SERVIDORES

QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃOE VALORIZAÇÃO DE PESSOAL

ESTADO INTENSIFICA COMBATE À SONEGAÇÃO

CONTROLEINTERNOEM BENEFÍCIODA POPULAÇÃO

24...... Educação Fiscal como Instrumento de Construção de uma Conciência Cidadã28 ............................................... Estado Mantém Equilíbrio Fiscal e Garante Investimentos30 ........................................Operações de Crédito Reforçam Programas Governamentais 34 .........................Setor Produtivo Baiano Recebeu Mais de R$ 1 Bilhão da Desenbahia36 ........... Governo do Estado Demonstra Respeito com o Pagamento de Precatórios42 ............................................................................... Transparência é Ação Prioritária na Bahia44 .......................................................................................Estado Moderniza Sistema de Gestão47 ....................................................CONSEF Referência de Autonomia e Qualidade Técnica 48 ................................................................. Sefaz Digital Cidadãos Mais Próximos da SEFAZ58 ..........................................................Integração que Gera Qualidade de Vida no Trabalho

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ENTREVISTA

GUIDOMANTEGA

Ministro da Fazenda8

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Bahia - Finanças & Tributos: O mundo atraves-sou recentemente uma das maiores crises econômi-cas já vistas, mas, no Brasil, a economia sofr eu bem menos e relativamente em pouco tempo o país já re-tomava o crescimento. O que fez com que o Brasil passasse pela crise dessa maneira?

Guido Mantega: A política econômica adota-da desde o começo do governo Lula e manti-da pela presidenta Dilma, com o aumento das transferências de renda e valorização do salá-rio mínimo, além do PAC 2007, possibilitou maior consumo das famílias e trajetória ascen-dente de investimentos, o que fortaleceu de forma substancial o mercado doméstico bra-

Desde 2003, com a gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Bra-sil vem traçando um novo caminho político, econômico, social e cultural, que

o colocou na rota do desenvolvimento com respeito à democracia e melhorias na distribuição de renda. Muito do bom desempenho do país, que hoje desponta como uma das novas grandes potências mundiais, deve-se à política econômica adotada por Lula e continuada pela presidente Dilma Roussef, inclusive com me-didas que mantiveram a estabilidade fi nanceira em meio à grave crise que atingiu o mundo globalizado ao fi nal de 2008.

Em todo este processo, a fi gura de Guido Mantega foi determinante para a articu-lação das ações implementadas, garantindo-lhe o papel de condutor da economia brasileira. Tendo sido ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e ministro da Fazenda durante o Governo Lula, com a posse da Presidenta Dilma no início de 2011, continuou à frente da Fazenda do Executivo nacional.

Com sua experiência nestes cargos, o economista e doutor em Sociologia tornou-se peça chave para se compreender o atual cenário econômico e social do Brasil, e um pouco de sua visão estratégica Mantega compartilhou com Bahia – Finanças & Tribu-tos em uma entrevista, cujos principais trechos podem ser conferidos a seguir.

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sileiro. Esse fato, aliado à solidez dos fundamentos macroeconômicos, por meio do controle da inflação, respon-sabilidade fiscal, acúmulo de reservas internacionais e eficaz supervisão bancária, permitiu que o governo, di-ferentemente de outras crises, pudes-se implementar, de forma imediata e eficiente, políticas anticíclicas para reverter os efeitos da instabilidade fi-nanceira mundial.

Nesse sentido, o governo realizou a desoneração tributária de diver-sos itens na economia, desde bens duráveis à construção civil, e im-pulsionamos investimentos pú-blicos, como forma de estimular o consumo, incentivar a produção industrial e a atividade econômica nacional. Estabelecemos, em 2008, o Grupo de Acompanhamento da Crise – GAC, para ouvirmos as pro-postas de representantes de vários setores e trocarmos informações sobre a crise e as medidas que es-tavam sendo tomadas. Dessa forma, com a imediata reação do gover-no, foi possível impulsionarmos a demanda agregada e lançarmos as bases para o vigoroso crescimento econômico que se viu em seguida.

B-F&T: Como o senhor avalia o cenário atual da economia brasileira e qual a pers-pectiva para os próximos anos?

GM: Vejo a economia brasileira prepara-da para continuar a progredir na direção

de um crescimento econômico susten-tável para os próximos anos, ao mesmo tempo em que consolida os avanços já conquistados. O governo tem adotado medidas para termos um crescimento equilibrado neste ano, como a reversão dos estímulos econômicos de 2009 e 2010; o fortalecimento fiscal, por meio do aumento do resultado primário; e maior eficiência dos gastos públicos.

Além disso, o nosso mercado de con-sumo interno, cheio de força e dina-mismo, mostra-se capaz, a cada dia, de garantir uma trajetória continuada e ascendente de desenvolvimento econô-mico, gerando empregos, renda e inclu-são social. Para se ter uma ideia, desde 2003, houve a incorporação de 29 mi-lhões de pessoas à classe média.

O Governo Federal tem dado especial ênfase em promover o investimento produtivo na economia e estimular a criação de novos postos de trabalho. Diversas obras e programas, como o Luz Para Todos, expandiram o investi-mento público desde 2003. Nesse sen-tido, o PAC 1 representou um marco, pois mobilizou mais de R$ 500 bilhões, entre 2007 e 2010, nas áreas de trans-porte, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos. E o PAC 2, iniciado neste ano, continuará a impulsionar e aumentar o nível do investimento em proporção ao produto interno bruto do país. O programa Minha Casa Minha Vida, com investimentos do governo de cerca de R$ 140 bilhões, possibilitará

O programa

Minha Casa

Minha Vida,

com inves-

timentos do

governo de

cerca de R$

140 bilhões,

possibilitará a

realização do

sonho da casa

própria para

famílias com

baixa renda.

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a realização do sonho da casa própria para famílias com baixa renda.

Tenho certeza de que o país continu-ará a se beneficiar do seu pujante e amplo mercado doméstico de consu-mo e o PIB irá se expandir em torno de 5% nos próximos anos. Os grandes eventos internacionais a serem sedia-dos no Brasil – a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 – também cria-rão inúmeras oportunidades de inves-timento e de empregos.

Enfim, vislumbro o Brasil em um ca-minho sustentado de expansão da clas-se média, aumento de produtividade e em direção à erradicação permanente da pobreza, que já caiu 52% nos últi-mos oito anos. O governo seguirá a política de manter a inflação sob con-trole, porém sem estagnar a economia, e, assim, poderemos propiciar melho-res condições de vida para toda a po-pulação brasileira e termos um país socialmente mais justo.

B-F&T: Como o Ministério da Fazenda enxerga essa questão da valorização do câmbio, considerada por muitos empresá-rios uma ameaça às exportações? O câm-bio preocupa o senhor?

GM: Estamos atentos e tomando medidas para evitar que países de-senvolvidos tentem exportar a crise para o Brasil e tirar vantagens desle-ais do nosso mercado interno. Não vamos permitir que problemas vin-

dos de fora, com origem em países com suas economias estagnadas, afe-tem a produção e o emprego nacio-nais. Adotaremos todas as iniciativas necessárias para continuar a nossa trajetória de crescimento sustentável e impedir que o excesso de liquidez mundial acabe afetando o Brasil de forma adversa.

Nesse sentido, desde outubro do ano passado, elevamos de 2% para 6% a alí-quota do IOF para aplicações de inves-tidores estrangeiros em operações de renda fixa. No início de julho deste ano, aumentamos a exigência de recolhimen-to compulsório para os investimentos estrangeiros no mercado futuro, deriva-tivos, de 0,38% para 6%.

E, no dia 27 de julho, anunciamos um “pedágio” de 1% de IOF por margem ex-

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cedente de instituições financeiras com posição vendida, a fim de evitarmos mo-vimentos especulativos no mercado de derivativos. Lançamos, ainda, o Plano Brasil Maior, que abrange 35 medidas para impulsionar a indústria e conter os efeitos nocivos da sobrevalorização do real. Essas iniciativas vão desde a desone-ração da folha de pagamento nos setores de confecções, calçados, móveis e software, até a restituição a produtores de bens manufaturados do valor equivalente a 3% das suas exportações.

Isso tudo com o fim de desestimular ações de especuladores que tentam valorizar o câmbio para ganhos de curto prazo, em detrimento dos exportadores, e estimular a produção nacional. Ao mesmo tempo, buscamos preservar os investimentos que venham ao Brasil em busca de oportuni-dades produtivas e de longo prazo. Vamos continuar a reforçar, se necessário, as nos-sas medidas de defesa comercial contra práticas injustas e predatórias de comér-cio internacional, bem como garantir que a guerra cambial em curso não ponha em perigo as conquistas já alcançadas da so-ciedade brasileira.

B-F&T: A Bahia vem desenvolvendo diversas ações conjuntas com outros es-tados para combater a sonegação fiscal, em especial em setores delicados como o de combustíveis. O senhor avalia que esse tipo de iniciativa é importante?

GM: Sem dúvida, é muito importante o trabalho conjunto no combate à sone-

gação fiscal. O intercâmbio de métodos e informações fiscais entre os estados pode contribuir para a identificação e tratamento dos focos de sonegação, ajudando assim a inibir essa prática no-civa à economia nacional. Na mesma linha, a cooperação entre as administra-ções tributárias dos níveis federal, esta-dual e municipal pode render muitos frutos positivos. O Confaz, por exem-plo, é um canal muito importante para o exercício dessa integração. A sone-gação fiscal é muito prejudicial para a economia do país, não só pelo seu im-pacto direto na arrecadação, mas pe-los estragos que causa ao ambiente de negócios ao promover a concorrência desleal: o sonegador oferece seu pro-duto ou serviço a preços mais compe-titivos e aniquila aquele concorrente que age conforme a lei, que gera em-pregos formais e que contribui para o crescimento do Brasil.

B-F&T: O Estado da Bahia é sexto do Brasil em arrecadação de ICMS. Na sua visão, como o governo deve continuar tra-balhando para que a Bahia mantenha e amplie o seu papel de indutor do desenvol-vimento, em especial na Região Nordeste?

GM: Os investimentos em infraestru-tura são um dos principais alicerces do processo de indução do desenvol-

Lançamos,

ainda, o Plano

Brasil Maior,

que abrange 35

medidas para

impulsionar

a indústria e

conter os efei-

tos nocivos da

sobrevaloriza-

ção do real

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vimento econômico da região. Os governos Federal e Estadual devem continuar trabalhando em sintonia para assegurar o fluxo de recursos necessários à modernização da in-fraestrutura nos diversos setores. A Bahia conta com projetos impor-tantes na área de transportes, como a construção da ferrovia Oeste-Les-te e do Porto Sul. O setor de ener-gia também está contemplado: um exemplo é o dos parques eólicos, que devem ampliar e diversificar a matriz energética do estado. A con-tinuidade desses investimentos é fundamental para a sustentabilida-de do crescimento econômico do estado e do país.

B-F&T: A respeito da Reforma Tribu-tária, assunto que vem sendo tratado há mais de 15 anos e está novamente em destaque, principalmente pela dis-cussão em torno da alíquota do ICMS que incide sobre as operações interesta-duais, como o Ministério da Fazenda vê essa questão? A opinião do Governo é de que o assunto deve ser tratado de forma mais ampla ou por partes?

Ao longo dos últimos anos, houve várias propostas de reforma tribu-tária com o objetivo de simplificar o sistema tributário nacional e eli-minar distorções que prejudicam o crescimento da economia brasileira e a competitividade das empresas. Por vários motivos, as propostas não avançaram. Com isso, criou-se um

sentimento de frustração pela inca-pacidade de se chegar a uma reforma que conciliasse os vários interesses e atendesse aos anseios nacionais.

Agora, o governo decidiu retomar os principais temas, mas o encaminha-mento deles ocorreu em etapas. Ini-cialmente, a proposta foi organizada em quatro eixos: redução, unificação e simplificação do ICMS; desone-ração e/ou mudança na base de tri-butação da folha de pagamento; am-pliação do limite de enquadramento e estímulo às exportações do empre-endedor individual e das micro e pe-quenas empresas; e mais rapidez na devolução de créditos por exportação e investimento (PIS/Cofins). De certa forma, essas medidas foram contem-pladas no Plano Brasil Maior e tam-bém no projeto de lei de ampliação do Supersimples, encaminhado ao Congresso Nacional.

No caso específico do ICMS, a guerra fiscal entre os estados para atrair in-vestimentos e gerar emprego e renda distorce a concorrência e atrapalha a competitividade das empresas. Entre-tanto, já há consenso da necessidade de se por um fim à guerra fiscal, que pode ser substancialmente reduzida com o deslocamento da tributação nas operações interestaduais da ori-gem para o destino. Atualmente, está em discussão proposta de redução do ICMS entre contribuintes para apro-ximadamente 4%.

No caso

específico do

ICMS, a guerra

fiscal entre os

estados para

atrair investi-

mentos e gerar

emprego e

renda distorce

a concorrência

e atrapalha a

competitividade

das empresas.

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PLANEJAMENTO E INTELIGÊNCIA NO ENFRENTAMENTO DA CRISE MUNDIAL

Bahia consegue driblar crise mundiale fortalece mercado interno

Uma postura desenvolvimentista e um diálogo constante com os agentes econômicos, sindicatos e associações

empresariais e dos trabalhadores marca a ação do governo es-tadual a partir de 2007, criando assim um ambiente fértil para a geração de novos negócios. Canais de comunicação foram abertos com a sociedade, através de encontros, seminários e oficinas para esclarecer e afastar dúvidas. Graças a esse novo cenário, alterações foram promovidas no Sintegra e na Ante-cipação Parcial, ainda em fins de 2007, simplificando a legisla-ção e reduzindo a carga tributária.

Com a expansão da crise financeira mundial para a econo-mia no final de 2008, o governo, por meio da SEFAZ, agiu rápido e contou com a força de suas políticas tributárias em andamento e a eficiência de seu planejamento estra-tégico. O setor produtivo foi estimulado através de diver-sas medidas, seja com maiores prazos para pagamento do imposto, seja através de parcelamento. Assim, o comércio varejista obteve prazos especiais para recolhimento de ICMS para operações de saídas de mercadorias em to-dos esses anos. A divisão de impostos em quatro parcelas também proporcionou mais capital de giro às empresas

participantes das campanhas de promoção de vendas, a exemplo da Liquida Salvador.

Em outra frente a SEFAZ atuou garantindo a liberação auto-mática de créditos fiscais acumulados para a indústria de calça-dos, limitado a 5% sobre o valor exportado até o limite de R$ 5 milhões/ano por setor. O Programa Desenvolve se tornou mais atrativo, ampliando os benefícios até o ano de 2020.

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Através da Desenbahia, foram abertas linhas de crédito especiais para as indústrias de alimento, bebida, têxtil, confecções e calça-dos, informática, eletrônica e de transformação de plástico. Mui-tas dessas fábricas empregam mão de obra de forma intensiva ou estão situadas em áreas sem tradição industrial, o que justifica a ação da SEFAZ como indutora do crescimento econômico.

Foram destinados R$ 110 milhões, com recursos provenientes em grande parte do Fundo de Desenvolvimento Social e Eco-nômico – Fundese, à oferta de capital de giro e investimento fixo para pequenas e médias empresas.

Outras iniciativas de destaque foram feitas junto às indústrias metalúrgicas e garantiram a manutenção dos postos de traba-lho nesse setor, que emprega cerca de 40 mil trabalhadores.

As indústrias de cerâmica foram dispensadas do ICMS relati-vo à substituição tributária incidente nas operações internas, garantindo, também, a manutenção de milhares de empregos diretos e indiretos.

Todas as iniciativas da SEFAZ de viabilizar melhores saídas para os contribuintes foram fundamentais para manter ati-va a economia, driblando a crise. Para o superintendente de Administração Tributária, Cláudio Meirelles, as políticas de transferência de renda em âmbito nacional, como o Bolsa Fa-mília, a recuperação do poder de compra do salário mínimo e a ampliação do crédito para gastos das famílias contribuíram para reduzir no Brasil os efeitos da crise que assolou o mundo. “Houve uma retomada considerável do poder de compra do salário mínimo nos últimos anos, só comparada à era Vargas”, argumenta Meirelles. Foi essa capacidade de compra do bra-sileiro que tornou pujante o mercado interno, minimizando, assim, os efeitos da famigerada crise.

Atualmente, notícias dos mercados da Europa e Estados Uni-dos trazem a preocupação de outra crise iminente. O secretá-rio da Fazenda, Carlos Martins, avalia que eventual retração nos mercados dos países do G-20 pode afetar as exportações

e a economia da Bahia. Para Martins, a precaução passa por conter gastos e selecionar investimentos. “É cada vez mais ne-cessário gastar bem para obter o melhor resultado com o mí-nimo de recurso. Por outro lado, é necessário também manter investimentos estruturantes, porque sem estes investimentos não há crescimento econômico”, avaliou.

Por isso, o governo publicou este ano o decreto nº 12.583 no qual limita as cotas financeiras ao orçamento aprovado. “Haven-do receita excedente, o valor será poupado, buscando ser pru-dente no enfrentamento à crise”, explica o secretário. Foram de-finidas regras para contenção de despesas: “as regras envolvem contenção de despesas com pessoal, limitação de contratações a cotas definidas pelo Conselho de Política de Recursos Huma-nos – COPE; suspensão de aumentos de cotas de Gratificação por Condições Especiais de Trabalho – CET e Regime de Tem-po Integral e Dedicação exclusiva – RTI”.

O secretário destaca também a importância de adoção de medi-das estratégicas para o embate. “Há ainda a possibilidade da redu-ção dos juros e dos depósitos compulsórios para manter a econo-mia em movimento. Assim como na última crise, é preciso focar no mercado interno para garantir os empregos e a renda”.

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No ano em que co-memora 116

anos, a Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia busca incorpo-rar novas estratégias às atividades da Administra-ção Tributária, redesenhando os macroprocessos, ou seja, anali-sando como a fiscalização, a arrecadação, a cobrança admi-nistrativa de débitos tributários, o atendimento e o apoio ao cidadão contribuinte é feito atualmente e de como poderiam ser aprimorados com racionalização dos procedimentos e o uso intensivo de tecnologia.

O ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Ser-viços) é o tributo de maior peso no orçamento do Estado da Bahia e se manteve crescente desde 2007, com exceção em 2009, por conta da crise global. Em 2010, o montante de R$ 11,15 bilhões arrecadados com o ICMS significou um cres-

cimento de 19,27% em relação a 2009. A Bahia

partiu de uma Receita Corrente Líquida de R$ 12,585 bilhões,

em 2007, e fechou 2010 com R$ 17,373 bi-

lhões. Destaca-se, além da re-tomada de crescimento do esta-

do pós-crise, a eficiência das medidas de recuperação do crédito tributário, que geraram mais de R$ 530 milhões para os cofres públicos.

Para esse resultado acontecer foi fundamental o empenho de toda a Secretaria no combate à sonegação, na manutenção do equilíbrio fiscal, na melhoria do atendimento aos con-tribuintes, na implantação de projetos de modernização, na qualificação de seus servidores e na consolidação de uma gestão transparente. Tudo isso gerou resultados fiscais posi-tivos e uma expectativa promissora para os próximos anos.

AUMENTO DE ARRECADAÇÃOTEM MANTIDOCRESCIMENTO

DA BAHIA

A SAT comemora o crescimento de sua maior fonte de arrecadação,

o ICMS, no período 2007–2010

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Diversas são as frentes de atuação da Administração Tributá-ria, as quais colocam a Bahia como protagonista no cenário nacional, tanto em arrecadação, ficando em sexto lugar no Brasil, quanto às inovações através do Sistema Público de Es-crituração Digital – SPED.

A adoção do novo Sistema Integrado de Planejamento e Finanças (Fiplan) – espelhado na experiência exitosa desenvolvida pelo estado do Mato Grosso – representa outro avanço da iniciativa de modernizar os sistemas de gestão e controle orçamentário e financeiro do Estado, o que vai permitir uma integração praticamente total entre os órgãos da administração pública estadual e aumentar a

qualidade da gestão e a transparência na administração pública, aliando agilidade e eficiência no trato dos re-cursos públicos.

Esse novo perfil de gestão aponta um horizonte mais segu-ro para a Bahia. O Estado, mesmo possuindo grande parte de seu território situado no semiárido – onde menores são as potencialidades econômicas e maiores as diferen-ças sociais, tem procurado superar essas dificuldades com investimentos em objetivos estratégicos que possibilitem o crescente aumento da arrecadação e a consequente dis-tribuição de produtos e serviços que permitam a melhoria da qualidade de vida de todos os baianos.

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É visível todo o esforço dedicado à modernização da ar-recadação com a implantação do SPED, a aquisição de

novos equipamentos e a realização de cursos de capacitação aos servidores. Além dessas iniciativas, a SEFAZ realizou uma série de ações de combate à sonegação. Qualificando as ações, muitas delas foram realizadas em parceria com outros órgãos como Ministério Público, Agência Nacional de Petró-leo, Gás Natural e Biocombustíveis, Polícia Rodoviária Fe-deral, Polícia Militar, Ibama e Secretaria do Meio Ambiente.

Muito mais do que o retorno imediato de dividendos aos cofres do Estado, as ações realizadas em várias frentes assu-mem um caráter pedagógico. “Acredito que as ações de com-bate à sonegação, como forças-tarefas, mexem no imaginário e, com a força da mídia, pautam toda a sociedade dando o exemplo”, argumenta Cláudio Meirelles, superintendente de Administração Tributária.

O setor de petróleo, combustíveis e derivados possui, na estrutura da SEFAZ, uma coordenação específica, a Co-pec (Coordenação de Fiscalização de Petróleo e Combus-tíveis). A coordenação foi criada em 2005, e vem intensi-ficando sua atuação ao longo do tempo. O consumo do álcool hidratado, por exemplo, cresceu 137% comparan-do-se o ano de 2005 com 2007, de onde se deduz que a fiscalização inibiu a sonegação no setor. O impacto é sig-

nificativo, já que os combustíveis representam cerca de 30% da arrecadação de ICMS no Estado.

O gerente de Ações Especiais da Copec, Francisco Brito, ex-plica que o álcool entra pelo sul da Bahia e é distribuído para todo o Estado a partir de Feira de Santana e Itabuna. Segun-do ele, uma das mais importantes operações realizadas nos últimos anos, a Na Trilha do Álcool, cobriu todos os 194 mu-nicípios da região sul, de Teixeira de Freitas, no extremo sul, ao noroeste do Estado, na divisa com o Piauí, e foi motivada pelo grande número de denúncias de sonegação do ICMS na distribuição do álcool hidratado.

Durante a primeira semana da operação Na Trilha do Álcool, fez o reconhecimento da região, a identificação de estradas vicinais e o monitoramento das atividades de distribuição. Posteriormente, a ação foi ostensiva, com a ajuda do mape-amento prévio feito com a utilização do helicóptero da Polí-cia Militar. A iniciativa inclui o trabalho realizado nos Postos Fiscais da SEFAZ e o acompanhamento nas usinas e distri-buidores, por exemplo. Além de significar combate à sone-gação, a operação detecta fraudes na qualidade do produto oferecido ao consumidor.

Durante o ano de 2010, foram efetuadas as operações Tan-que Cheio, Qualidade Total e Olho Vivo, que tinham como

ESTADO INTENSIFICA COMBATE À SONEGAÇÃO

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objetivo, respectivamente, verificar se as aquisições dos com-bustíveis estavam sendo feitas com Nota Fiscal Eletrônica; ava-liar a conformidade do álcool e da gasolina comercializados nas cidades de Ilhéus e Itabuna e checar a qualidade dos combustí-veis vendidos nos postos da capital baiana.

Outra importante operação foi a “Mimoso do Oeste”, realizada pela equipe do Trânsito de Mercadorias em 2008, 2010 e 2011. A primeira registrou 835 autuações, com quase R$ 3 milhões de cré-ditos recuperados, além de mais de R$ 11 milhões de recolhimen-to espontâneo, somente no agronegócio. Já no ano passado, foram lavrados 845 autos de infração e recuperados R$ 9,9 milhões aos cofres estaduais. A Mimoso do Oeste é a maior ação fiscal já pla-nejada para controlar o escoamento da safra de grãos e a entrada e saída de mercadorias na região Oeste do estado.

Rastros de Fogo foi o nome dado à ope-ração responsável por fiscalizar fraudes na comercialização de carvão vegetal. A operação abrangeu as regiões sudoes-te e oeste do estado e apesar de não ter constatado nenhum crime fiscal foi importante para detectar violações à defesa do meio ambiente e coagir qualquer tentativa de transgres-são às legislações fiscal e tributária.

A Força-Tarefa é uma iniciativa da SEFAZ articulada entre di-versos órgãos do governo com o intuito de investigar e combater crimes contra a ordem tributária. A rígida condução do trabalho é pautada na correta e sigilosa apuração dos fatos e a busca cons-tante de integração entre os setores governamentais. Destaca-se a participação fundamental nessa ação da Delegacia de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública (Dececap).

Algumas ações especiais foram executadas também durante 2009, como a “Plástico” e a “By Pass”. A primeira, realizada através do trabalho conjunto da força-tarefa composta pela SEFAZ, Secretaria de Segurança Pública – SSP e Ministé-rio Público – MP, cumpriu mandados de busca e apreensão nos estados da Bahia, Sergipe e Santa Catarina, com o fim de apreender documentos, mídias e demais elementos que comprovassem o esquema fraudulento de um grupo de em-presas que sonegou cerca de R$ 30 milhões de tributos no período de atuação na Bahia. Já a By Pass, executada em se-tembro também pela força-tarefa, foi de busca e apreensão em um supermercado na região de Monte Gordo, a 41 km de Salvador. O sistema fraudulento sonegou impostos no mon-tante de cerca de R$ 3 milhões.

A Operação IPVA, também realiza-da em 2008 pela SEFAZ em parceria com a SSP e com o Ministério Público, desarticulou o gru-po que sonegava o Imposto sobre Pro-priedade de Veículos Automotores e que pode ter causado um prejuízo de mais

de R$ 1 milhão aos cofres públicos entre os anos de 2004 e 2007. E para combater a prática de estelionato com os contribuintes que possuíam dívidas com a SEFAZ, a Se-cretaria, também em parceria com a SSP e MPE, realizou a Operação Camaleão, em setembro. A ação desarticulou um grupo que conseguiu obter R$ 3 milhões de forma ilícita.

Outra ação da SEFAZ que merece destaque esteve volta-da para as distribuidoras de medicamentos e contou com a lavratura de autos de infração no montante de R$ 10,3 milhões de ICMS a recuperar (Operação Farma).

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Iniciado em 2010, com a elaboração do projeto de mape-amento dos processos atuais (como é), cujo escopo de

controle das obrigações fiscais é feito com base em docu-mentos tradicionais – em papel – e de propriedade e guar-da dos contribuintes, e seguindo pela modelagem para um momento futuro (como será), calcado na nova realidade do SPED, o Redesenho de Processos da SAT foi concluído em outubro do mesmo ano.

Foram meses de muito estudo e trabalho para revisar os pro-cessos, levantar suas desconexões, traçar os processos em aderência com a nova realidade, principalmente com relação aos meios de informação que migraram para o mundo ele-trônico, analisar a estrutura e propor nova estrutura mais ra-cional. Tudo isto visando estabelecer uma forma mais eficaz na gestão da área tributária e trazendo um novo conceito de administração, mais eficiente, mais seguro e dotado de me-lhores mecanismos de gestão.

Além de estar atento à mudança dos meios de informação o Redesenho de Processo da SAT visa também um alinha-mento aos novos cenários do ponto de vista econômico, da mudança de uso de logística das empresas – que mudaram sua forma de operações – de outros aspectos tecnológicos e

mesmo de filosofia do que é Administração Tributária, com ênfase na arrecadação espontânea e na determinação do po-tencial tributário.

Os impactos principais que virão serão do ponto de vista da utilização massiva de informações proporcionada pela im-plantação do SPED, abarcando a Nota Fiscal Eletrônica, a Escrituração Fiscal Digital, a Escrituração Contábil Digital e os demais projetos do Sistema.

“Não podemos nos acomodar frente às mudanças de tama-nha magnitude; o mundo passa por profunda transformação, está se renovando, as novas tecnologias chegaram pra ficar e vão evoluir ainda mais e por isto devemos ficar atentos e nos preparar para o que ainda não conhecemos, para a necessida-de de modernização ainda maior que está por vir”, afirma o secretário Carlos Martins.

O trabalho da elaboração do Projeto de Redesenho que foi concluído já se encontra na fase de implantação. Um grupo de servidores foi formalmente constituído para tal e hoje o trabalho encontra-se sendo desenvolvido no seu planejamento e paralelamente em outras frentes mais específicas.

DE OLHO NO FUTURO: REDESENHO DE PROCESSOS PREPARA A SEFAZ PARA

AS NOVAS TECNOLOGIAS

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O IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automo-tores é a segunda fonte de arrecadação do estado. “O IPVA

segue para o caixa único do Estado e provê, portanto, diversas áre-as de atuação estatal, para além de estradas, pontes, ruas ou viadu-tos”, esclarece Aline Lessa, gerente de IPVA da Sefaz.

O Estado implantou uma medida que garante a restituição aos proprietários de veículos roubados ou com perda total com valor proporcional ao IPVA pago e não utilizado. A res-tituição ocorre no ano seguinte ao furto, roubo ou sinistro, desde que já tenha sido efetuado o pagamento do imposto. “O dono do veículo poderá solicitar a restituição à Sefaz, me-diante compensação com outros débitos de IPVA devidos pelo contribuinte ou em moeda corrente, quando não for possível a compensação”, explica Aline Lessa.

Outra boa notícia começou a vigorar em 2010: o IPVA me-nor do que R$ 50 terá isenção de pagamento. A medida foi publicada no Diário Oficial no dia 31 de dezembro de 2009 e beneficia cerca de 450 mil proprietários de veículos em todo o Estado. O superintendente da SAT, Cláudio Meirelles, explica que a isenção é automática, desde que os proprietários tenham pago a taxa de licenciamento referente ao ano anterior.

O superintendente explica ainda que essa é mais uma me-dida de redução da carga tributária, como foi a desoneração

do ICMS sobre a energia elétrica para famílias com menos capacidade contributiva e a redução no preço da geladeira nova, que segundo ele, reafirmam o propósito de uma Ad-ministração Tributária voltada à redução das desigualdades sociais na Bahia.

Mais de 65 mil contribuintes que possuem dívida em relação ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, poderão contar com mais um benefício. O valor da multa que incidia em 100% sobre o valor do imposto foi re-duzido em 40%, passando a ser de 60% do valor do IPVA.

Segundo a gerente de IPVA da SEFAZ, Aline Lessa, qual-quer pessoa tem direito ao benefício, desde que a falta de pagamento não tenha decorrido de fraude. “O objetivo da Secretaria da Fazenda com essa iniciativa é facilitar o paga-mento dos débitos formados, contraídos”, explica.

IPVA

Frota de veículosda Bahia crescenuma média de18 mil ao mês

MEDIDAS VISAMDESONERAR E

FACILITAR A VIDADOS CONTRIBUINTES

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SISTEMABUSINESS INTELLIGENCE

DE NOTAS FISCAISELETRÔNICAS

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O SPED – Sistema Público de Escrituração Digital faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do

Governo Federal e visa aumentar a eficiência na cobrança de tributos e ampliação do combate à sonegação. De acordo com o superintendente Cláudio Meirelles, o Brasil foi o país que deu a largada nesse tipo de sistema. O SPED divide-se em quatro subprojetos: Escrituração Contábil Digital, Es-crituração Fiscal Digital, Nota Fiscal Eletrônica e Conheci-mento de Transporte Eletrônico. O Sistema possibilita a uni-formização das ações do fisco e permite maior aproximação entre as empresas e as administrações tributárias.

Entre os estados brasileiros, a Bahia, por intermédio da SEFAZ, foi um dos primeiros a implantar a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), parte integrante do SPED. Desde 2008, a Bahia é responsável pela coordenação técnica e executiva do Sistema da Nota Fiscal Eletrônica no Brasil. Em julho de 2010 a Sefaz apresentou o Sistema de Inteli-gência de Negócios com Base em Notas Fiscais Eletrôni-cas (BI NF-e) desenvolvido em parceria com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial – ETCO. Esse sistema é informatizado e voltado para a fiscalização dos contri-buintes obrigados à emissão da Nota Fiscal Eletrônica.

Grande parte das empresas baianas já aderiu ao sistema de NF-e. O total de notas fiscais eletrônicas autorizadas ultrapassou a marca de 1,8 bilhão em dezembro de 2010. Por outro lado, a Escrituração Fiscal Digital – EFD deverá ser entregue, obriga-

toriamente, em formato digital para cerca de nove mil es-tabelecimentos, em substituição aos livros fiscais que eram impressos em papel.

A Gerdau, por exemplo, estima que deixou de imprimir 7.900.000 documentos, por conta do novo sistema digital. Sabendo-se que o número médio de papéis por árvore é 12 mil, a empresa informa, em nota da assessoria de comunica-ção, que foram poupadas 658 árvores. Boas ideias vêm para ficar e demonstram na prática sua enorme funcionalidade e respeito ao meio ambiente.

Outros dois projetos que fazem parte do SPED, o Conhe-cimento de Transporte Eletrônico – CT-e e a Escrituração Fiscal Digital – EFD também obtiveram avanços a partir de 2010. O primeiro começou a ser utilizado em abril pelas empresas cuja atividade econômica seja transporte de car-gas, em quaisquer dos modais situados na Bahia, mas ainda de forma voluntária. O segundo passou a ser obrigatório no início de 2011.

BAHIA É PIONEIRA NA IMPLANTAÇÃO DA NOTA

FISCAL ELETRÔNICA

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O Projeto Educação Fiscal nas Escolas – PEFE no Estado da Bahia é desenvolvido pela Secretaria da Fazenda em parce-ria com a Secretaria da Educação, Receita Federal do Brasil 5ª Região e com o Centro de Treinamento Regional da Esaf – Centresaf. Tem como objetivo contribuir para a forma-ção de jovens conscientes da importância dos tributos para o desenvolvimento social do Estado. As secretarias e órgãos participantes dessa parceria compõem o Grupo Estadual de Educação Fiscal, que é responsável pelo curso a distância para formação de tutores e disseminadores da educação fis-

cal de modo contínuo, concebido pela Escola de Admi-nistração Fazendária – Esaf, e que envolve professores das redes pública e privada de educação, servidores públicos e a sociedade civil como um todo, cabendo à Secretaria da Fazenda a coordenação regional.

Em novembro de 2009, na Conferência Estadual de Edu-cação, o PET-BA realizou um seminário apresentando o Programa Nacional de Educação Fiscal e o Programa de Educação Tributária do Estado da Bahia. Na oportunida-

Estimular a população a pedir a nota fiscal sempre que comprar produtos e serviços é uma das ações do Programa de Educação Tributária do Estado da Bahia – PET. Tendo como

objetivo central oferecer à sociedade contribuições permanentes para a formação da cidada-nia, o PET busca a conscientização do indivíduo sobre direitos e deveres relativos ao valor social dos recursos públicos advindos dos impostos e do controle social do Estado.

O programa sensibiliza as pessoas para essa tarefa simples: exigir sempre a nota fiscal. Além disso, procura explicar a importância dos tributos para a vida dos cidadãos. Quanto maior a participação do cidadão na exigência da emissão de notas fiscais, menor será a possibilidade de sonegação e, por consequência, maior será a arrecadação de impostos por parte do Estado, o que, por sua vez, retorna em investimentos sociais, obras e serviços para todos.

As ações de educação tributária conseguem gerar nas pessoas maior interesse pela adminis-tração pública e incentivam o acompanhamento, pela sociedade, dos investimentos de re-cursos públicos no Estado. O p rograma possui três linhas de atuação: Educação Fiscal nas Escolas, Sua Nota é um Show e Sua Nota é um Show de Solidariedade.

EDUCAÇÃO FISCAL COMOINSTRUMENTO DE CONSTRUÇÃODE UMA CONSCIÊNCIA CIDADÃ

Educação Fiscal nas Escolas

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de, foi lançada a proposta da Educação Fiscal tornar-se uma disciplina ministrada desde o ensino fundamental até o superior. Na plenária, a proposta foi alterada e vota-da, incluindo a Educação Fiscal para Cidadania na grade dos cursos de licenciatura.

Em 2010, o PET ofereceu cursos a distância para 121 ser-vidores públicos, que passaram a atuar como Dissemina-dores em Educação Fiscal, e a capacitação de 12 novos tutores. Hoje o Programa conta com um total de 2.124 disseminadores e 56 tutores.

Sua Nota é um Show de SolidariedadeO Projeto Sua Nota é um Show de Solidariedade é desen-volvido pela Secretaria da Fazenda em parceria com as Se-cretarias de Saúde e Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza. O maior objetivo é difundir a consciência sobre a função social dos impostos e estimular o acompanhamento da aplicação dos recursos públicos pela sociedade civil, ao mesmo tempo em que colabora com a sustentabilidade fi-nanceira de diversas instituições baianas.

Quando alguém deposita uma nota fiscal numa das urnas ex-postas em estabelecimentos comerciais, nem sempre tem a real noção do significado de tal ato. De acordo com a Coordenação do PET, mesmo a menor transferência de recursos públicos re-cebidos pelas instituições referentes aos prêmios devidos pela sua classificação na Campanha, que é de R$ 1 mil, pode ter uma importância fundamental para pequenas instituições. “Existiu um caso em que os mil reais se traduziram na construção da sede de um projeto social, com a ajuda de pessoas como um pedrei-ro, apoio de uma casa de material de construção e capacidade de planejamento”, explica Amadeu Henrique Guimarães da Rocha, integrante da equipe do PET-Ba.

Para as Obras Sociais Irmã Dulce – Osid, o Programa signi-fica mais ambulâncias, remédios e equipamentos que aten-dem principalmente à população carente. Para Mariana Pimentel, assessora de marketing da Osid, a campanha é uma grande “sacada”, envolve a sociedade, traz benefícios para inúmeras instituições e estimula a população a exerci-tar seu papel de cidadão.

Um papel como uma nota fiscal pode se transformar em algo descartável, no entanto, revela-se como um importan-te instrumento de manutenção da Osid. De acordo com Mariana Pimentel, os núcleos internos se dividem em equi-pes com o objetivo de arrecadar o maior número de do-cumentos fiscais. “Fazemos uma gincana interna, inclusive com premiações, e o esforço é recompensado no final com mais recursos para a manutenção do trabalho social que é desenvolvido”, conclui.

O Hospital Aristides Maltez é outra instituição que a cada ano contabiliza benefícios com a participação no Progra-ma. Através do Sua Nota É Um Show de Solidariedade já realizou a troca de toda a frota de veículos que serve ao hospital e a cada etapa reequipa-se com material hospitalar, a exemplo de camas para UTI, escadinhas, cadeiras de ro-das, material de nutrição e medicamentos. “Não teríamos condições de adquirir alguns destes equipamentos e reali-

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zar muitas destas ações apenas com recursos próprios”, sa-lienta Celeste Antônia, diretora administrativa do Hospital.

Na contagem das notas fiscais da última etapa que partici-pou – realizada entre maio e agosto deste ano – a instituição contabilizou mais de quatro milhões de cupons. O mutirão para angariar tantas notas fiscais envolve a participação de pacientes, parentes de pacientes, funcionários, comerciantes e empresários. O Hospital espalhou cerca de 600 urnas em estabelecimentos comerciais da capital e do interior. “Além da evidente colaboração com essas instituições, a campanha

tem outra função: despertar a solidariedade em cada cida-dão”, destaca Celeste Antônia.

Entre 2007 e 2011, foram distribuídos R$ R$ 39.863.630,60 em prêmios, que chegaram às mãos de 589 instituições de 190 municípios baianos. A avaliação da SEFAZ indica que algumas iniciativas ainda precisam ser agregadas ao projeto para torná--lo ainda mais efetivo. A intenção passa por ampliar a difusão da educação fiscal nas instituições participantes e sensibilizar mais interessados em participar do quadro de disseminadores de educação fiscal, curso oferecido pelo Governo do Estado.

Valorizar a música, a dança, o teatro, a literatura e o esporte e, ao mesmo tempo, estimular o consumidor a exigir a nota ou cupom fiscal para qualquer compra de produto ou serviço. A iniciativa envolve a parceria entre a Secretaria da Fazenda e a Secretaria da Cultura, através da Fundação Cultural e da Fun-

dação Pedro Calmon, nos eventos artísticos e culturais. No esporte, especificamente no futebol, a SEFAZ adquire junto à Federação Bahiana de Futebol, através de contrato, ingressos dos jogos para os campeonatos baianos da 1ª e 2ª divisão para a permuta por notas e cupons fiscais pela população.

Sua Nota é um Show

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ALGUNS NÚMEROS DO PROGRAMADE EDUCAÇÃO TRIBUTÁRIA – PET-BA,

DA SECRETARIA ESTADUAL DA FAZENDA

Na área de saúde, no ano de 2010, as instituições registraram um total de 46,1 milhões de notas e cupons fiscais arrecadados. A premiação do setor chegou a R$ 3,8 milhões, com destaque para:

Obras Sociais Irmã Dulce 14,6 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 1 milhão e 46 mil reais

Liga Baiana Contra o Câncer 12,4 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 898 mil reais

Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil

3,5 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 308 mil reais

Na área social, as entidades obtiveram no ano de 2010 uma premiação de R$ 4,9 milhões para 144,3 milhões de notas e cupons fiscais, com destaque para as seguintes instituições:

Pastoral da Criança 8,2 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 262 mil reais

Grupo de Apoio à Criança com Câncer

7,4 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 221 mil reais

Casa do Caminho – Pronto-Atendimento Espírita

3,9 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 134 mil reais

Os números de 2010 totalizaram 190,4 milhões de NF arrecadadas, para uma premiação de R$ 8,7 milhões.

Fonte: PET - Bahia

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A o analisar o desempenho fi scal do Estado da Bahia nos úl-timos quatro anos faz-se necessário levar em consideração

que a atual gestão, iniciada em 2007, enfrentou, já em 2008, uma grave crise fi nanceira, originada nos países desenvolvidos e com refl exos em todo o mundo. O ano seguinte transcorreu com franca redução da arrecadação e transferências constitucionais mas, apesar disso, as contas públicas mantiveram-se equilibra-das durante todo o período, com o Estado apresentando resul-tados positivos a partir da política fi scal adotada.

Entre 2006 e 2010, as despesas do Poder Executivo aumen-taram cerca de 54,66%, passando da ordem de R$ 14,450 bi-lhões para R$ 22,349 bilhões em 2010. No período, merecem destaque o incremento dos gastos com pessoal, impulsionado pela implantação do piso de um salário mínimo e pelos reajus-tes assegurados ao servidor público quando das negociações

realizadas em 2008 e concretizadas no início de 2009, e o au-mento dos recursos aplicados em saúde e educação.

Já em relação às receitas, o período registrou um incremen-to de 55,89 %, chegando a R$ 24,843 bilhões em 2010 con-tra R$ 15,935 bilhões em 2006.

Houve também uma redução do resultado primário, pas-sando de R$ 1,880 bilhão no primeiro ano para, aproxima-damente, R$ 745 milhões de 2010. Este resultado decorre da decisão de, garantindo o pagamento da dívida, aumentar o volume de recursos aplicados em investimentos.

Mesmo com este cenário, a relação entre a Dívida Consoli-dada Líquida (DCL) e a Receita Corrente Líquida (RCL) sempre esteve dentro do limite de endividamento estabele-

DCL (Dívida Consolidada Líquida) corresponde ao saldo da dívida consolidada deduzidas as disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais ativos financeiros. RCL (Re-ceita Corrente Líquida) é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes (de-duzidas as transferências constitucionais aos municípios, a contribuição dos segurados para o custeio de sistema de previdência e assistência social dos servidores, as receitas provenientes da compensação financeira entre os regimes de previdência social e o aporte ao FUNDEB).

o analisar o desempenho fi scal do Estado da Bahia nos úl-timos quatro anos faz-se necessário levar em consideração

realizadas em 2008 e concretizadas no início de 2009, e o au-mento dos recursos aplicados em saúde e educação.

ESTADOMANTÉMEQUILÍBRIOFISCAL E GARA NTEINVESTIMENTOS

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cido pela Resolução n° 40/01 do Senado Federal de a DCL não ultrapassar a razão de duas vezes o valor da RCL.

No período 2007-2010, a relação DCL/RCL na Bahia pas-sou da razão de 0,82 para 0,52. Este resultado satisfatório foi possível porque, graças aos mecanismos de controle e amortização das dívidas implementados pelo Estado, a DCL passou da ordem de R$ 10,371 bilhões para R$ 9,057 bi-lhões, ao passo que a RCL saltou de R$ 12,585 bilhões paraR$ 17,373 bilhões, num incremento de 38%.

Metas da LRF – Apesar do aumento dos gastos em alguns setores e a redução das receitas no último trimestre de 2008 e no exercício de 2009, o Estado da Bahia em nenhum mo-mento deixou de cumprir os limites impostos pela Lei Com-plementar n° 101, de maio de 2001, intitulada Lei de Res-ponsabilidade Fiscal – LRF.

Em relação aos gastos com saúde, a Emenda Constitucio-nal nº 29 determina 12% da Receita Líquida de Impostos e Transferências Constitucionais como o limite mínimo a ser aplicado. Neste período, o menor percentual foi registrado em 2007, quando foram gastos R$ 1,353 bilhão em saúde, cerca de 12,71% da Receita Líquida de Impostos.

Nos anos seguintes, o índice fi cou em 12,84% (2008), 13,89% (2009) e 13,77% (2010), quando o montante apli-cado atingiu R$ 1,932 bilhão.

No que tange aos gastos com educação, onde devem ser in-vestidos pelo menos 25% da Receita Líquida de Impostos e Transferências Constitucionais, segundo a Constituição Federal de 1988, os percentuais oscilaram em torno de 27% no período, com os investimentos passando de R$ 2,879 bi-lhões em 2007 para R$ 3,734 bilhões em 2010.

Pessoal – Já em relação às despesas com pessoal, a Lei de Respon-sabilidade Fiscal, em seu Artigo 19, estabelece o teto de 60% da Receita Corrente Líquida para ser gasto com despesas de pessoal.

Detalhando este limite, o Artigo 20 da LRF determina os percen-tuais de 48,6% para o Executivo, 6% para o Judiciário, 3,4% para o Legislativo e 2% para o Ministério Público do Estado.

Estes são os limites máximos, sendo que o Artigo 22 da LRF orienta a adoção de 95% destes índices como limite pruden-cial. Atingido este limite, o ente público deve tomar uma sé-rie de medidas para evitar que atinja o limite máximo. Caso atinja o limite máximo, há uma série de sanções e limitações previstas para que o gasto com pessoal volte a se enquadrar nos limites constitucionais.

Ao longo dos quatro anos, os gastos com o servidor público permaneceram bem abaixo do limite máximo, atingindo o limite prudencial apenas em 2009, ano do agravamento da crise fi nanceira internacional e consequente queda da arre-cadação. Em valores monetários, as despesas com pessoal contabilizaram cerca de R$ 6,6 bilhões em 2007 (52,45%), R$ 7,5 bilhões em 2008 (52,96%), R$ 8,4 bilhões em 2009 (57,19%) e R$ 9,1 bilhões em 2010 (52,54%).

Ajuste Fiscal – Desde 1998, o Governo do Estado mantém, com o Governo Federal, o Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal – PAF que visa à manutenção do equilíbrio fi s-cal e da estabilidade macroeconômica.

Com critérios, defi nições e metodologias de apuração, projeção e avaliação próprias, não seguindo os ditames da LRF, o PAF acom-panha a execução orçamentária do Estado considerando os recur-sos do Tesouro Estadual e estabelece as metas para a dívida públi-ca, o resultado primário, as despesas com pessoal, as receitas de arrecadação própria, outras despesas correntes e investimentos.

O cumprimento das metas e compromissos de cada exer-cício é avaliado no ano subseqüente, quando também são determinadas as metas para o triênio seguinte. No período 2007-2010 a Secretaria do Tesouro Nacional – STN, do Mi-nistério da Fazenda, certifi cou o cumprimento das metas e compromissos estabelecidos.

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Tal situação tem permitido ao Estado pleitear novos recursos mediante contratação de operações de crédito junto a agentes nacionais e internacionais para reforçar os recursos orçamen-tários, visando fi nanciar os programas estratégicos e os inves-timentos necessários ao desenvolvimento econômico e social.

Nesse processo, além de cumprir as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, o Executivo estadual tem observado o Inciso I do Artigo 7º da Resolução do Senado Federal n° 43, de dezembro de 2001, que determina 16% da Receita Corrente Líquida (RCL) como limite do montante global das operações de crédito.

Em 2007, os contratos firmados comprometeram 1,27% da RCL, passando a 0,94% em 2008, 6,73% em 2009 e 3,75% no ano passado, sendo que o aumento do comprometimento com as operações de crédito em 2009 deveu-se justamente por se tratar do ano de agravamento da crise internacional, quando a Bahia registrou uma grave crise na arrecadação, obrigando o Estado a contratar junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e ao Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social – BNDES para ga-rantir que os investimentos em andamento não sofres-sem paralisações.

OPERA ÇÕESDE CRÉDITOREFORÇAM PROGRA MASGOVERNAMENTAIS

Nos últimos quatro anos, a Bahia tem apresentado resultados positivos na sua política fi scal. No período, o governo estadual manteve o controle na relação entre as despesas e receitas, garantindo a redução da Dívida Con-solidada Líquida (DCL) e respeitando os limites legais para os indicadores de crescimento, de gastos e de montante global de endividamento, além de cumprir as metas do Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal – PAF.

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Valores – No que se refere a valores monetários, entre 2007 e 2010 o Estado recebeu recursos oriundos de operações de cré-dito junto a instituições nacionais e internacionais da ordem de R$ 1,93 bilhão. Deste montante, consolidaram-se como maio-res credores o BID, com R$ 814,28 milhões, e o BNDES, com R$ 639,28 milhões, seguidos pelo Banco Internacional para Re-construção e Desenvolvimento – BIRD (Banco Mundial), com R$ 233 milhões, e o Banco do Brasil – BB, com R$ 106 milhões.

Vale destacar que o BID se firmou como grande credor do Estado da Bahia em 2009, quando, integrando os esforços para combate aos efeitos da crise financeira internacional, o Governo contratou junto à instituição US$ 409 milhões, liberados no mesmo ano, no âmbito do Programa de Con-solidação do Equilíbrio Fiscal para o Desenvolvimento do Estado da Bahia – Proconfis.

Quanto ao BNDES, embora não tendo nenhum contrato de crédito no primeiro biênio da atual gestão, o banco brasilei-ro financiou R$ 939 milhões, dentro do programa de ajuda federal aos Estados devido à crise financeira de 2008/2009, nas linhas de financiamento Programa Emergencial de Fi-nanciamento – PEF e BNDES/ESTADOS.

Além desses financiamentos, o Governo do Estado firmou outras duas operações de crédito com o BNDES em 2010

nos valores de R$ 323,63 milhões, para as obras da Arena Fonte Nova, através do programa Procopa Arenas, e R$ 9,9 milhões para a modernização da Procuradoria Geral do Es-tado – PGE, por meio do Programa de Modernização das Administrações Estaduais – PMAE Gestão.

Também foram garantidos, nos últimos quatro anos, novos cré-ditos junto ao BIRD, nos valores de US$ 100 milhões para a ma-nutenção de rodovia e US$ 30 milhões para o combate à pobreza rural através do programa Produzir III, e duas operações com a Caixa Econômica Federal nos valores de R$ 541,8 milhões para intervenções em mobilidade urbana e R$ 53 milhões para inves-timento em saneamento e habitação por meio do Promoradia.

Investimentos anuais – Somando-se os recursos liberados a partir dos contratos firmados desde o primeiro ano da atual ges-tão e os repasses oriundos de contratações anteriores, a Bahia obteve financiamentos nacionais e internacionais da ordem de R$ 160,42 milhões em 2007, R$ 133,33 milhões em 2008, R$ 987,71 milhões em 2009 e R$ 652,24 milhões em 2010.

Estes recursos, que financiaram investimentos e ameniza-ram os efeitos da crise financeira mundial no Estado, foram aplicados principalmente nos setores de segurança pública, saúde, saneamento, habitação, urbanismo, transporte, agri-cultura, comércio e serviços.

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SETOR PRODUTIVO BAIANO RECEBEU MAIS DE R$ 1 BILHÃO DA DESENBAHIA

O setor produtivo baiano recebeu, entre 2007 e 2010, fi-nanciamentos no valor de R$ 1,032 bilhão, aprovados

pela Agência de Fomento do Estado da Bahia – Desenbahia. Deste total, R$ 760,7 milhões foram destinados ao segmento de Comércio e Serviços, R$ 114,8 milhões ao Setor Rural, R$ 121,4 milhões para a Indústria, e R$ 35,5 milhões para o Setor Público.

Em quatro anos, as operações de crédito alavancaram inves-timentos em torno de R$ 1,267 bilhão, resultando na manu-tenção ou geração de cerca de 122 mil postos de trabalho. A Agência tem por objetivo manter o foco nas políticas de apoio aos segmentos voltados à inclusão social e geração de renda e emprego, com prioridade para micro, pequenas e médias, e executar um programa de interiorização do cré-dito, visando a desconcentração das atividades econômicas. Assim, R$ 422,4 milhões foram direcionados para empresas localizadas fora da Região Metropolitana de Salvador, com apoio a mais de 52 mil negócios.

A Desenbahia também financia projetos de maior porte que apresentem grande alcance econômico e social, caráter de inovação e diversificação da matriz produtiva. Daí sua par-ticipação em projetos de Parceria Público-privada – PPP como a construção da Arena Fonte Nova,com recursos de R$ 373,6 milhões, Hospital do Subúrbio (R$ 31 milhões) , e as obras do complexo rodoviário da estrada BA-093 (R$ 45 milhões para o Consórcio Bahia Norte).

A Agência também obteve êxito na cobrança de dívidas ori-ginadas de operações mal-sucedidas de gestões anteriores, recuperando, em quatro anos, um total R$ 106 milhões, que foram reinjetados na economia.

O Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico do Esta-do da Bahia – Fundese, administrado pela Desenbahia, des-tacou-se como principal fonte de recursos da Agência, parti-cipando com R$ 778,5 milhões, o que representa 75,4% das aprovações totais. Seguem-se repasses do BNDES, recursos próprios e FNE.

A meta para 2011 é liberar financiamentos no montante de R$ 229,5 milhões, sendo R$ 124 milhões para o interior (dos quais R$ 64 milhões para a região do semiárido). Também está prevista a destinação de R$ 32 milhões para micro e pequenas empresas, R$ 32 milhões ao Protáxi e transporte escolar, e R$ 16 milhões para projetos de saneamento das prefeituras municipais.

CREDIBAHIA ULTRAPASSA EM 2010 MARCA DE R$ 100 MILHÕES

O Programa de Microcrédito do Estado da Bahia – Credi-Bahia – atingiu no final de 2010 – em seus oito anos de exis-tência – a marca histórica de R$ 108 milhões em empréstimos. Nos primeiros quatro anos (2002/2006) foram aplicados R$ 25,6 milhões, enquanto que nos quatro anos do atual go-verno (2007/2010) o valor quase triplicou, atingindo o total de R$ 82,4 milhões. O programa assinou mais de 70.267 con-tratos com microempresários e trabalhadores autônomos.

Somente em 2010, o CrediBahia financiou R$ 28,9 milhões, com média de R$ 1,5 mil por empréstimo, o melhor desem-penho desde sua criação. A meta para 2011 é liberar mais R$ 28 milhões, garantindo a expansão de pequenos negócios no interior da Bahia, já que o microcrédito é um instrumento comprovado de desenvolvimento econômico e social.

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Operado em parceria institucional entre a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – SETRE, Agência de Fomento do Estado da Bahia – Desenbahia, Sebrae/Bahia e prefeituras conveniadas, o CrediBahia está presente em mais de 150 cidades. Seus agentes de crédito monitoram as atividades produtivas e estimulam o empreendedorismo no Estado.

Os principais beneficiados são vendedores autônomos, fei-rantes e costureiras, que investem na compra de produtos e insumos necessários às suas atividades profissionais. O Cre-diBahia financia também a compra de equipamentos e má-quinas, além da reforma e ampliação das instalações físicas do pequeno empreendedor.

R$ 373 MILHÕES PARA A ARENA FONTE NOVA

A Desenbahia aprovou financiamento de R$ 373,6 milhões (R$ 50 milhões para a demolição e R$ 323,6 para constru-ção) para a Fonte Nova Negócios e Participações S.A. – FNP, controlada pelas construtoras OAS e Odebrecht, empresa vencedora da licitação para a construção do novo estádio da Fonte Nova, que será um dos principais palcos da Copa do Mundo de 2014 e terá capacidade de receber, com toda co-modidade, 50.273 espectadores. O investimento total é de R$ 591 milhões.

A Arena Fonte Nova vai revitalizar a região do Jardim Bahia-no, Joana Angélica, Brotas, Nazaré e todo o centro antigo da cidade. Outro aspecto importante é a geração de emprego – no ápice da obra, a expectativa de absorção é de até 1.500 trabalhadores da construção civil.

O financiamento é adicional ao destinado pelo BNB e o aporte das empresas acionistas, completando a equação fi-nanceira que viabilizará a Arena Fonte Nova. Os recursos são originários de financiamento entre o Estado da Bahia e o BNDES, através do Programa BNDES ProCopa Arenas.

Desde que a Fifa confirmou Salvador como uma das 12 cida-des-sede da Copa 2014, os estudos realizados pelo governo baiano concluíram que a melhor alternativa para a constru-ção do novo estádio seria uma Parceria Público-Privada –PPP, na modalidade concessão administrativa, com prazo de vigência de 35 anos.

Esse modelo estipula que o parceiro privado é o respon-sável pela construção e operação da Nova Fonte Nova, enquanto que a Administração Pública pagará a ele uma contra-prestação pecuniária.

OBRAS EM ANDAMENTO

As obras da Arena Fonte Nova seguem o cronograma traçado. À implosão do anel superior, em 29 de agosto de 2010, seguiu--se o processamento de todo o concreto dentro do próprio canteiro de obras, com aproveitamento de quase 100% do material, agora utilizado na terraplanagem, etapa prestes a ser concluída. A expectativa é de o estádio estar pronto para os jogos da Copa das Confederações, em junho de 2013.

A Arena Fonte Nova, palco da Copa 2014, será multiuso, com capacidade para receber 50 mil pessoas em assentos cobertos, 70 camarotes, restaurante panorâmico, museu do futebol, lojas, centro de negócios e mais de 1.900 vagas de estacionamento.

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A Constituição Federal de 1988 e o Código de Processo

Civil brasileiro determinam que toda pessoa física ou

jurídica que entre com ação judicial contra o poder público,

seja a União, Estados ou Municípios, e obtenham ganho de

causa após transitado em julgado, tenham suas dívidas integra-

das no rol dos precatórios, que devem ser pagos

pela Fazenda Pública. Entretanto, histori-

camente, muitas instâncias federati-

vas do país não se empenham na

quitação destas pendências ju-

rídicas e as dívidas acabam se

perpetuando, muitas vezes,

por décadas.

Na Bahia, esta realidade vem

mudando desde 2007, quan-

do, em uma atuação conjunta,

a Procuradoria Geral do Estado

– PGE e a Secretaria da Fazenda –

SEFAZ, por meio da Superintendên-

cia de Administração Financeira – SAF, o

Tribunal de Justiça da Bahia – TJ e o Tribunal

Regional do Trabalho – TRT, criaram um núcleo de concilia-

ção para negociar o pagamento dos precatórios, observando-se

as possibilidades financeiras do Estado e as necessidades dos

credores que tinham ações julgadas pelo Tribunal de Justiça da

Bahia e pelo Tribunal Regional do Trabalho e pelo Tribunal Re-

gional Federal – TRF.

O primeiro passo neste processo foi a revisão de todos os cálculos,

algo extremamente necessário diante do tempo das dívidas – algu-

mas já se arrastavam há mais de 20 anos – e das várias mudanças

monetárias, situação agravada com os altos índices inflacionários

que marcaram o Brasil em décadas anteriores, quando chegou-se

a registrar altas de 80% ao mês, como nos anos 1980.

Entre os anos de 2007 e 2009, esta

iniciativa do Governo do Esta-

do, consolidada pela portaria

PGE nº 91/2007, resultou

na negociação de aproxima-

damente R$ 444 milhões,

que, após os novos cálculos

e as negociações junto aos

advogados dos exequentes

das dívidas, proporcionou à

Fazenda estadual quitar parte

dos precatórios com o desem-

bolso de R$ 196 milhões, represen-

tando um deságio médio de 56%. Vale

ressaltar que neste período foram beneficia-

dos 2.753 credores.

Emenda – Contudo, em dezembro de 2009, com a promulga-

ção da Emenda Constitucional nº. 62, que alterou o artigo 100 da

Constituição Federal, que estabelece as regras para o pagamento

dos precatórios, as negociações foram temporariamente suspensas.

GOVERNO DO ESTADO DEMONSTRA RESPEITO

COM O PAGAMENTODE PRECATÓRIOS

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Diante das determinações da EC nº. 62, o Estado da Bahia

instituiu o Decreto nº. 11.995, de 5 de março de 2010, op-

tando por quitar a dívida em 15 anos, pagando no primeiro

ano (2010) o equivalente a 1/15 do estoque de precató-

rios, que representa cerca de R$ 1,3 bilhão, conforme de-

monstrativo encaminhado pelo Tribunal de Justiça com os

valores consolidados de todos os Tribunais.

Desta forma, em 2010, o pagamento de precatórios totali-

zou cerca de R$ 100 milhões, efetuados por meio de depó-

sito nas contas abertas pelo Tribunal de Justiça da Bahia,

responsável pela definição dos credores a terem suas dívi-

das quitadas.

Destaques – Entre os acordos firmados pelo núcleo de concilia-

ção merecem destaque as negociações estabelecidas para quitar

precatórios alimentícios junto ao Departamento de Infraestru-

tura de Transportes da Bahia – Derba, no valor de R$ 37,9 mi-

lhões, à Universidade Estadual de Santa Cruz – Uesc, no valor

de R$ 70,9 mil, e à Administração Direta, com um montante

superior a R$ 100 milhões. Todos estes acordos foram firmados

com o Tribunal de Justiça da Bahia.

Já com o Tribunal Regional do Trabalho, vale ressaltar as deci-

sões homologadas para pagamento de precatórios da Uesc, no

valor de R$ 235,8 mil, da Superintendência de Desenvolvimen-

to Industrial e Comercial – Sudic, no valor de R$ 4,6 milhões,

e, ainda, os acordos para quitar R$ 45,3 milhões de dívidas do

antigo Instituto de Pesos e Medidas da Bahia e R$ 115 mil para

equacionar precatórios dos servidores do Instituto de Radiodi-

fusão do Estado da Bahia – Irdeb.

A concretização desses acordos demonstra o empenho do go-

verno estadual em resolver suas pendências financeiras e judi-

ciais, resgatando a credibilidade dos negócios realizados pelo

Estado e proporcionando tranqüilidade e transparência na rela-

ção entre os poderes Executivo e Judiciário, rompendo a tradi-

ção de descaso perante as decisões judiciais na Bahia.

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Depois de doze anos de uma longa novela, finalmente,

Salvador vai entrar para o grupo das cidades que con-

tam com um sistema de transporte urbano moderno e eficien-

te. No começo de agosto o Governo do Estado se responsabi-

lizou por comandar a construção de parte do metrô da terceira

capital mais populosa do país, com cerca de cinco milhões de

habitantes (RMS). O equipamento ligará o Acesso Norte ao

município de Lauro de Freitas, o que representa 22 quilôme-

tros de extensão, além do alívio de boa parte da população da

cidade que usa o transporte público para se locomover.

O projeto de construção do metrô passou a ser prioridade

da secretaria-executiva do Programa de PPP do governo

baiano, comandada pela Secretaria da Fazenda, e já ga-

nhou o apoio de entidades ligadas ao setor, a exemplo, do

Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agrono-

mia da Bahia – Crea, da Associação dos Engenheiros Fer-

roviários da Leste Brasileiro, da Associação Brasileira dos

Engenheiros Civis, do Instituto dos Arquitetos do Brasil,

do Clube de Engenharia da Bahia e do Departamento de

Transportes da Ufba.

MOBILIDADE URBANAPARCERIA PÚBLICO-PRIVADA GARANTIRÁ A CONSTRUÇÃO DO METRÔ DE SALVADOR

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Para o secretário-executivo

do Programa de PPP do go-

verno baiano, Rogério Prin-

chak, a saída encontrada pelo

Governo do Estado para a

construção do equipamento

é a garantia de que, desta vez,

a obra será concluída rapida-

mente. “Todo o investimento

para a construção será de res-

ponsabilidade da iniciativa

privada. Somente com a con-

clusão da obra, a empresa res-

ponsável será ressarcida pelo

governo; logo, é de total in-

teresse da empresa concluir a

obra o mais rápido possível”,

explica Princhak.

O secretário-executivo do Programa de PPP da Bahia tem

bons motivos para fazer tal afirmação. A partir de 2009, a

Bahia passou a se destacar no que diz respeito à condução

dos projetos de Parceria Público-Privadas – PPP. As inter-

venções realizadas no Estado através deste novo modelo têm

uma característica em comum: prezam pela qualidade nos

serviços oferecidos à população.

A Bahia já tem algumas obras conduzidas através deste

novo modelo de parceria, entre elas, a ampliação do siste-

ma viário BA-093, localizado na Região Metropolitana de

Salvador – RMS; a construção e gestão do novo Hospital

do Subúrbio; e a construção da nova arena da Fonte Nova.

O que diferencia a administração desses projetos, entre outras

características, é a transversalidade. Além da coordenação da

SEFAZ, o processo de estruturação, implementação e gestão

tem a participação direta da Casa Civil, da Secretaria do Plane-

jamento – SEPLAN, da Procuradoria Geral do Estado – PGE

e, a depender do tipo do projeto, ainda conta com o envolvi-

mento de outras secretarias e órgãos estaduais.

“Sempre procuramos atuar em conjunto com as equipes

das secretarias responsáveis pelo projeto. Procuramos

também responder a determinadas questões fundamen-

tais, no que tange à contabilização das contrapartidas

das PPPs”, explica o secretário-executivo do Programa

de PPP e auditor fiscal da Secretaria da Fazenda, Rogério

Princhak.

Outro aspecto importante é o fato das parcerias serem fir-

madas com organismos multilaterais e órgãos do governo

federal. Como exemplo, tem-se o convênio celebrado entre

a SEFAZ, SEPLAN e o Ministério do Planejamento para

que, em conjunto com o BNDES, sejam realizados os estu-

dos de viabilidade da plataforma logística de Juazeiro, ou-

tro projeto de PPP em andamento no Estado.

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ENTENDA O QUE É PPP

Constituídos e geridos em parceria pela iniciativa pública

e empresas particulares, os projetos de PPP se diferenciam

por representarem a realização de uma iniciativa de interesse

geral e serem desenvolvidos sob a responsabilidade compar-

tilhada do poder público e iniciativa privada.

As PPPs surgem como uma forma diferenciada de contratação,

porque envolvem, além da construção, reforma ou melhora da

infraestrutura estatal, sua manutenção por um prazo longo.

No Brasil, a definição dada à Parceria Público-Privada cami-

nha na direção de um conceito jurídico, entendendo-a como

um contrato administrativo de concessão, nas modalidades

patrocinada ou administrativa. A concessão patrocinada de

serviços públicos ou de obras envolve a necessidade de com-

plementação à tarifa cobrada do usuário com uma contra-

prestação do parceiro público ao parceiro privado. Na con-

cessão administrativa, a própria Administração Pública é a

usuária do serviço prestado pelo parceiro privado. Nos con-

tratos de PPPs o prazo de vigência deve ser compatível com

a amortização dos investimentos, não podendo ser inferior a

cinco, nem superior a 35 anos.

PPP NA BAHIA

A Bahia conseguiu sair na frente dos demais estados do Nor-

deste no que diz respeito a este tipo de parceria ao resolver

dois problemas básicos. O primeiro, a elaboração dos es-

tudos de viabilidade, superado através de convênio com o

BNDES, Banco Mundial e BID. O outro desafio vencido

diz respeito ao sistema de garantia ao privado, soluciona-

do com a colaboração da Procuradoria Geral do Estado

– PGE, através de um sistema de fluxo de pagamentos, se-

parando 12% do montante repassado a título de Fundo de

Participação dos Estados – FPE.

A excelência na administração dos projetos de PPP trouxe à

Bahia representantes de outros estados, a exemplo do Mara-

nhão, que no início de agosto enviou à capital baiana alguns

de seus gestores que vieram conhecer o Hospital do Subúr-

bio e as obras de construção do sistema viário BA-093 e do

novo estádio da Fonte Nova.

Na Bahia, o Programa de Parcerias Público-Privadas, institu-

ído em 2004, traz grandes semelhanças com o adotado pelo

governo federal, mas distingue-se ao propor mecanismos

para não comprometer o equilíbrio fiscal do Estado. É que,

enquanto a lei federal estabelece um limite de até 1% da Re-

ceita Corrente Líquida – RCL da União para investimentos

em ações derivadas das PPPs, a lei estadual definiu como teto

máximo o percentual de 5% dos recursos estaduais.

Assim, o Estado expande sua capacidade nessa modalidade

de investimento já que, de acordo com as normas federais e

com as projeções de investimentos, o governo baiano atingi-

rá o teto máximo federal em 2013, chegando àquele ano a in-

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vestimentos iguais a 0,99% da RCL (projetada em R$ 20,261

bilhões). Com o percentual estabelecido pela lei baiana – de

5% da RCL – o governo ganha mais fôlego para mais investi-

mentos sem perder o controle dessas ações.

“O programa baiano cria um marco legal destinado a pro-

mover a atração de investimentos privados em projetos de

reconhecido interesse para provimento da necessidade do

Estado, com o compromisso de preservar o nível de rigor fis-

cal hoje praticado”, afirma Rogério Princhak.

PPP DE DESTAQUE NA BAHIA

Um hospital modelo e a nova arena esportiva que sediará os

jogos da Copa do Mundo em 2014. Estas obras, além da re-

cém iniciativa de construção da etapa do metrô que passará

pela Avenida Paralela, são as principais investidas do Gover-

no do Estado no modelo de Parcerias Público-Privadas. Co-

nheça um pouco mais dessas obras, abaixo:

Hospital do Subúrbio – Inaugurado em setembro de 2010, o

Hospital do Subúrbio é a primeira obra social do país oriunda

de uma Parceria Pública Privada – PPP. Gerido pelo consór-

cio Promédica-Dalkia, tem equipamentos de primeira linha

e sistema e estrutura completamente diferentes dos demais

hospitais públicos. O consórcio é o responsável pela gestão do

centro médico pelos próximos dez anos e terá que investir no

equipamento e manter a estrutura de atendimento.

O acordo entre o Governo do Estado e o consórcio prevê

aplicação de multas e até mesmo rompimento do contrato

em caso de descumprimento das cláusulas. Entre as me-

tas estão índices de mortalidade e infecções hospitalares,

bem como qualidade no atendimento, que será feito 100%

pelo SUS. A fiscalização da atuação da empresa responsá-

vel pelo hospital é de responsabilidade da Secretaria de

Saúde do Estado – SESAB.

Nova Fonte Nova – O contrato de Parceria Público-Pri-

vada – PPP entre o Governo do Estado e a concessio-

nária Nova Fonte Nova Negócios e Participações – res-

ponsável pela operação da nova arena – foi firmado em

janeiro de 2010.

Em maio, o projeto arquitetônico do estádio foi aprova-

do pela Fifa. A partir daí, o governo do estado deu conti-

nuidade ao processo que fará com que Salvador, uma das

sedes da Copa 2014, passe a ter um estádio moderno,

construído para oferecer as condições necessárias à rea-

lização dos jogos.

A obra prevê um investimento no valor de R$ 591 mi-

lhões. Deste montante, R$ 323 milhões são do Fundo de

Desenvolvimento Social e Econômico – Fundese/Agên-

cia de Fomento do Estado da Bahia – Desenbahia, pelo

BNDES, conforme acordo firmado em setembro de 2010

entre a SEFAZ e a Secretaria do Trabalho, Emprego, Ren-

da e Esporte – SETRE.

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TRA NSPARÊNCIAÉ AÇÃO PRIORITÁRIA NA BAHIAEm uma sociedade demo-

crática e federativa como a brasileira, os membros do poder público são, em sentido amplo, subordinados aos interesses da população, com cada gestor de-vendo atuar como servidor da sociedade como um todo. No caso do poder Executivo, esta responsabilidade é ainda maior, por ser o responsável pela gestão do dinheiro público, recursos arrecadados por meio dos tri-butos pagos pelos cidadãos para compor o caixa desta coletivida-de, que deve ser gerida da melhor forma possível em prol do bem- estar de todos.

Apesar disso, alguns gestores lidam com tais recursos como se não devessem prestar contas sociedade, o que implica, in-felizmente, em mau uso dos bens coletivos.

Ciente de que gerir o dinheiro público de forma transparente, com total disponibilização dos dados referentes às receitas e despesas, mais do que uma demanda da sociedade é uma ne-cessidade para se garantir a real democracia, o governo estadual mantém no site da Secretaria da Fazenda – SEFAZ na internet (www.sefaz.ba.gov.br) uma série de informações e relatórios sobre a gestão dos recursos públicos, inclusive os relacionados à Lei Complementar nº 101/2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Além disso, e principalmente, todos os gastos do Estado estão disponibilizados aos cidadãos no Portal Transpa-

rência Bahia, que também inte-gra o site da SEFAZ.

Lançado no dia 1º de agos-to de 2007, o Transparência Bahia, desde então, contabili-za uma média mensal de três mil acessos e representa um marco na história baiana, ain-da mais quando lembramos que, até quatro anos atrás, o acesso às contas do Executi-vo estadual era tema de seve-ras discussões entre as banca-das de oposição e de apoio ao

governo na Assembléia Legislativa da Bahia.

Com o portal, o governo não só atendeu a uma demanda dos parlamentares baianos como extrapolou a discussão prévia, inaugurando um novo momento na Bahia ao estabelecer o diálogo constante com a sociedade, disponibilizando os gas-tos públicos de forma clara e simples, não sendo necessário que o cidadão entenda de contabilidade ou de economia para ter acesso às informações.

Sendo constante fonte de matérias elaboradas pela imprensa, em seu permanente papel fi scalizador, o Transparência Bahia disponibiliza os dados da execução orçamentária e fi scal, com o detalhamento dos gastos por meio de quadros, tabelas e gráfi cos sobre Receitas e Despesas (Correntes e de Capi-tal), Gastos com Saúde e Educação, Fundo de Previdência e Plano de Saúde do Servidor (FUNPREV/ BAPREV e PLAN-

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SERV), além dos Limites da LRF. Tudo isto amparado por ele-mentos de interação e orientação ao internauta como Manual de Navegação, Glossário e um Fale Conosco por e-mail.

Atualizado diariamente, o portal possibilita ainda que prefei-turas e Organizações Não Governamentais – ONGs que as-sinaram convênios com o Governo possam emitir certidões de adimplência e, caso estejam inadimplentes, consultem suas situações e recebam orientações para sanar as pendências.

Inovações – Estruturado em módulos, inclusive o Senha Aber-ta, que permite ao usuário pesquisar os pagamentos efetuados pelo Estado da Bahia com o uso de filtros em relação ao órgão pagador, entidade recebedora, período de contratação e, até mesmo, o extrato do empenho de pagamento, o Portal Transpa-rência Bahia está em sua terceira fase de aperfeiçoamento.

O gestor do Transparência Bahia, Antônio Rocha, desta-ca que uma das metas é o maior detalhamento das compras, chegando-se ao valor unitário de cada item adquirido junto a um fornecedor ou cada serviço prestado por alguma empre-sa. “O cidadão poderá saber quanto o Estado pagou por um garrafão de água ou um toner de impressora, assim como o valor real de uma obra por exemplo, o que garantirá o melhor uso do dinheiro público e, também, servirá para que empre-sários que desejem se tornar fornecedores ou prestadores de serviços ao Estado sondem a concorrência, balizando suas propostas a partir dos preços praticados”.

Rocha salienta ainda que a expectativa é o aumento do número de acessos a partir das inovações que estão sendo incorporadas ao portal. “Estamos trabalhando uma nova cultura na Bahia e, para isso, contamos com o Programa de Educação Tributária – PET, que tem orientado os professo-res a incorporar temas relacionados à contabilidade pública em suas disciplinas”, afirma. O secretário da Fazenda, Carlos Martins, ressalta que “a transparência na gestão é um cami-nho sem volta. A sociedade não aceitará retrocessos por par-te de outros gestores”. Afinal, prestar contas à população não

é um ato de generosidade por parte do Governo e, sim, um direito fundamental à democracia.

REALIZAÇÕES 2007- 2010Buscando aprimorar a gestão financeira do Estado, oferecen-do informações de melhor qualidade e com mais agilidade para a tomada de decisão, foram implementadas no período de 2007 a 2010 as seguintes ações: g Conciliação eletrônica da arrecadação do ICMS (parcela

pertencente ao Estado)g Integração Sigat/Sicof concernente a transferência de IPVA

para Municípiosg Início de negociação com o BIRD para reestruturação da

dívidag Participação na captação de recursos para a realização da

Copa (Mobilidade Urbana e Contrato de Arena)g Transparência Bahiag Automação dos Relatórios da LRFg Sistema de Apropriação de Custo Público – ACP (emissão

de relatórios para gestão de custos)g Implantação do Cartão de Pagamento reduzindo o custo

dos adiantamentosg Pagamento eletrônico por meio de Leitura Óticag Descentralização da Declaração do Imposto de Renda Re-

tido na Fonte – DIRFg Implantação da Cédula de Créditog Sistema de Contabilidade do Funprevg Manual de Encerramento do Exercíciog Transferência das contas bancárias, movimentação finan-

ceira e centralização da arrecadação para o Banco do Brasilg Criação do Fundo Exclusivo do Governo do Estado da

Bahia para aplicaçãog Remuneração do Saldo da Conta de Distribuição do ICMS

aos Municípiosg Implantação da GER-DI em substituição a GERg Acordos de Precatóriosg Início da customização do Sistema Integrado de Planeja-

mento, Contabilidade e Finanças – Fiplan para atender à Nova Contabilidade Aplicada ao Setor Público – NCASP

g Desenvolvimento de sistema para gestão da Arrecadação das Receitas não Tributárias

g A SAF que a Gente Quer – projeto abrangendo relações in-terpessoais e planejamento de uma nova Superintendência de Administração Financeira

g Curso de Pós-graduação em Administração Financeira Go-vernamental

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ESTADOMODERNIZASISTEMA DE GESTÃO

NOVO SISTEMAINTEGRADO

Planejamento, Orçamento,Finanças e Contabilidade –

FIPLAN

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Aprimorar a aplicação do dinheiro público, garan-

tindo-se a plena integração entre o planejamento e

a execução orçamentária e financeira é um dos grandes

desafios da gestão pública. Diante disto, o Governo do

Estado identificou a necessidade de aperfeiçoar os seus

sistemas informatizados de gestão, visando assegurar a

eficiência e a eficácia dos seus programas, com redução

dos gastos e otimização dos esforços, o que resultou na

aquisição e customização do novo Sistema Integrado de

Planejamento, Orçamento, Finanças e Contabilidade do

Estado, denominado Fiplan.

Criado pelo Governo do Mato Grosso e disponibilizado

para o Estado da Bahia por meio de Convênio de Co-

operação Técnica, em 2009, o novo sistema permitirá

um melhor monitoramento e controle da execução fí-

sica e financeira das ações governamentais, integrando

em uma única plataforma os conteúdos e procedimentos

dos atuais Sistema de Planejamento e Execução Orça-

mentária – Siplan e Sistema de Informações Contábeis

e Financeiras – Sicof.

Como ressalta o titular da Superintendência de Admi-

nistração Financeira – SAF da SEFAZ, Olintho José de

Oliveira, os sistemas em uso foram implantados há mais

de 15 anos e, hoje, já não suprem as necessidades atuais e

muito menos têm condições de atender às demandas das

novas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao

Setor Público. Tais normas são uma determinação da Se-

cretaria do Tesouro Nacional – STN e visam a convergên-

cia aos padrões internacionais, com a incorporação das

dimensões patrimoniais nas demonstrações contábeis.

Operação – O superintendente destaca ainda que justa-

mente devido a esta mudança das normas, o Fiplan so-

mente entrará em operação em todas as estruturas do

Executivo Estadual em 2013. “Quando o governo adqui-

riu o novo sistema ainda não havia a definição pela nova

contabilidade, então tivemos que repensar o sistema

todo”, relembra, salientando que a operação do FIPLAN

começará em 2012 com a elaboração do orçamento anual

de 2013, concomitantemente com o SIPLAN e SICOF,

estando implantado em sua totalidade em janeiro de

2013. “A idéia é trabalharmos a Lei de Diretrizes Orça-

mentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA de

2013 em paralelo nos atuais e no novo sistema no próxi-

mo ano, para em 2013 completarmos toda a migração”,

explica Olintho.

Atualmente, o novo sistema está em processo de finali-

zação da customização, realizada por técnicos e gestores

da SEFAZ juntamente com a Secretaria de Planejamento

– SEPLAN e a Companhia de Processamento de Dados

do Estado da Bahia – Prodeb, a partir dos códigos fontes e

documentação repassados pelo Governo de Mato Grosso.

Em 2011 serão concluídos os módulos de planejamento,

orçamento e monitoração, e, em 2012, os módulos de fi-

nanças e contabilidade.

A SAF fechou também contrato de consultoria contábil

com o professor João Fortes, que irá estruturar o Novo

Plano de Contas e preparar os Grupos de Lançamentos

que serão incorporados ao sistema Fiplan, baseados nos

conceitos da nova Contabilidade para o Setor Público. O

novo modelo é uma exigência da Secretaria do Tesouro

Nacional – STN e deverá ser incorporado por todos os

estados e municípios brasileiros.

CONVÊNIOS E CONTRATOS

Além do Fiplan, a gestão estadual possui outra importante

ferramenta que visa criar condições para o maior controle

e melhor qualidade do gasto público: o Sistema de Infor-

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QUALIDADE DO GASTO PÚBLICO

Tendo como um dos objetivos a qualidade do gasto público, o Sistema de Apropriação de Custos Públicos – ACP vem sendo largamente disseminado no Estado através de treinamentos de 12 horas para mais de 300 servidores e mais de 20 secretarias. Também foram feitas várias apresentações do sistema, com desta-que para o Congresso Internacional de Custos realizado pela ESAF, em Brasília – DF, em 2010; III Fórum de Controle do Estado – TCE, em 2008, e Congresso sobre Gestão de Custos na Administração Pública, a convite do Superior Tribunal de Justiça, em 2007. Foi organizado ainda o seminário Sistema ACP e Pro-grama Compromisso Bahia, realizado conjuntamente pela SEFAZ e Secretaria de Administração – SAEB.

O ACP vem sendo aperfeiçoado através de implementações de novas versões – a exemplo da 4.3.0 (2007), 5.0.0 e 6.0.0 (2008) e 7.0.0 (2009) –, de recadastramento de Gestores Setoriais e de elaboração de Carti-lha para uso gerencial das informações de custo.

A partir de 2011 será iniciado um projeto para disseminação da cultura de gestão de custos no Estado. Este projeto pretende, no primeiro momento, criar um piloto como teste e a partir da experiência, implantar nas várias secretarias, dando prioridade àquelas com maior volume de gastos, a saber, Secretaria da Saúde, Secretaria da Educação e Secretaria da Segurança Pública.

mações Gerenciais de Convênios e Contratos – Sicon, que

tem como finalidade preservar o equilíbrio econômico e a

eficiência operacional dos diversos órgãos e entidades da

administração pública, inclusive das empresas públicas e

sociedades de economia mista dependentes.

Com o objetivo de disponibilizar às secretarias e aos seus

diversos outros órgãos, empresas, autarquias,fundações,

fundos e unidades, informações sobre a situação dos

convênios e contratos celebrados com órgãos munici-

pais e outras entidades públicas e privadas, o sistema

traz dados sobre adimplência, cumprimento de obriga-

ções financeiras e/ou tributárias e outras cláusulas con-

tratuais.

Segundo o gestor do Sicon, Antônio Silva Rocha, a SEFAZ

atende diariamente inúmeros gestores municipais, “orientan-

do-os quanto a sua situação no sistema e os encaminhando aos

diversos órgãos estaduais para regularização da sua situação”.

Rocha destaca ainda que, caso ocorram pendências no siste-

ma, os convênios vigentes não poderão ter continuidade, assim

como ficarão impossibilitados novos convênios.

Com o SICON passaram a ser observados e controlados,

dentre outros, os seguintes pontos: a existência de débi-

tos referentes a empresas estatais e a concessionárias de

serviços públicos, débitos referentes a tributos estaduais e

irregularidades na prestação de contas ou a não realização

da prestação de contas em tempo hábil.

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CONSEFREFERÊNCIA DE AUTONOMIA

E QUALIDADE TÉCNICA

O Conselho de Fazenda Estadual da Bahia – Consef Bahia realiza o julgamento de autos de infração referentes a tri-

butos não recolhidos pelos contribuintes e que se transformam em processos administrativos fiscais. Ao longo dos últimos qua-tro anos, o Consef tem buscado integrar-se aos diversos setores da SEFAZ por meio de encontros periódicos visando azeitar a engrenagem do estado e dar maior agilidade aos processos.

Apesar de o trabalho do Consef estar focado no julgamento de autos de infração, procura-se atuar não apenas como instância retificadora em cada lançamento de ofício. A ação do Conselho visa qualificar a ação dos Auditores Fiscais e Agentes de Tribu-tos. Tem-se avançado na difusão interna da forma correta de proceder às autuações trabalhando de forma preventiva para minimizar erros futuros.

“Fazemos uma espécie de controle de qualidade do trabalho da SEFAZ”, afirma Denise Andrade, que deixou no mês de setem-bro de 2011 a presidência do Consef e teve como substituto o auditor fiscal Rubens Bezerra Soares. De acordo com ela, uma das iniciativas importantes, já em andamento, é a implantação do software Motor de Busca, já usado por tribunais do poder ju-diciário, dentro do Consef. O programa vai facilitar a busca de jurisprudências administrativas e dar mais celeridade aos pro-cessos administrativos em julgamento. O Motor de Busca foi adquirido e está em fase final de implantação.

“As decisões deste Conselho subsidiam o Secretário da Fazenda, a Superintendência de Administração Tributária e a Diretoria de Tributação com informações capazes de levar a uma regulamen-tação dos procedimentos de fiscalização. Se o Conselho aponta

reiteradamente num determinado sentido, não adianta insistir em efetuar autuações em direção diversa”, observa Andrade.

Na gestão da presidente Denise, iniciada em 2007, houve a rea-tivação de mais uma Junta de Julgamento com vistas a agilizar a entrada de crédito quando a Fazenda Pública Estadual é vence-dora dos processos administrativos (bem como reduzir o prazo de tramitação processual). Outra iniciativa implantada por essa gestão tem agilizado os julgamentos de processos: matérias de mesmo teor e referentes às mesmas empresas são votadas em sessões temáticas, em bloco. O julgamento de matérias de modo intensivo facilita a presença dos contribuintes, que não precisam comparecer ao Conselho caso a caso (um em cada dia), e dão ce-leridade aos processos. Em 2010, foram julgados 3.069 processos, transitando pelo Conselho matérias que somadas chegaram a R$ 1,775 bilhão transitados pelo colegiado.

Outro elemento característico dessa administração é o intercâmbio constante com órgãos de julgamento administrativo tributário de outros estados. Destacam-se as visitas de servidores de Minas Ge-rais e Santa Catarina ao Conselho baiano que serviram para ampliar a troca de informações entre os estados. O resultado foi interessante para todos os estados que puderam acolher novos procedimentos e partilhar boas práticas oriundas das suas regiões. “Sem dúvida, o Consef da Bahia é uma referência para outros estados”, informa Val-tércio Serpa Júnior, auditor fiscal e assessor da Presidência.

“Não sofremos pressão política, o atual secretário faz questão de que trabalhemos com autonomia e cautela. Em suma, o Conse-lho tem uma atuação independente, com eficiência e respeitabi-lidade técnica”, conclui Denise Andrade.

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Os serviços oferecidos no estado precisam estar onde as pessoas estão, criando facilidades para o cidadão. Este

é o objetivo do Sefaz Digital, uma iniciativa de aproximação da SEFAZ com os contribuintes e a sociedade em geral.

Os contribuintes do Estado passaram a ter, a partir de 2008, mais uma facilidade para acessar os serviços da SEFAZ sem precisar deslocar-se até um dos municípios-sede das Ins-petorias Fazendárias. Graças à parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI tem-se ampliado a capacidade de atendimento on-line aos contribuintes atra-vés dos Centros Digitais de Cidadania – CDCs.

Os CDCs estão espalhados por todo o estado, abertos, gra-tuitamente, para qualquer cidadão. O Projeto, intitulado “Inspetoria Virtual” consiste em preparar os monitores dos CDCs para atuar como orientadores dos contribuintes no acesso aos serviços da SEFAZ na web.

Já foram treinados 861 monitores, de 387 CDCs em 202 muni-cípios, estando estes preparados para o atendimento ao público, com previsão de expansão até o final do ano de 2011. “Quere-mos, com o Sefaz Digital, possibilitar ao contribuinte, ao pro-dutor rural, ao cidadão comum e ao microempreendedor indi-vidual maior facilidade de acesso aos serviços da Secretaria via internet”, explica o secretário da Fazenda, Carlos Martins. Essa parceria revela-se inteligente porque lança mão de estruturas já existentes e agrega novos serviços com menor investimento.

Atendimentoao cidadão

Seguindo as diretrizes do Governo Wagner, de transparência das ações e modernização do serviço público, a cada ano a SEFAZ tem buscado aperfeiçoar as ações desenvolvidas que tem como objetivo promover a boa interlocução com o cidadão. Assim,

C I DA DÃO S M A I S P R ÓX I M O S DA S E FA Z

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nos últimos anos, os serviços de atendimento e esclarecimento ao cidadão têm recebido incrementos tecnológicos que tem facilitado o acesso do contribuinte às informações relativas ao fisco estadual.

As ferramentas facilitadoras do contato do cidadão com a SEFAZ vão desde o atendimento pessoal, através das unidades instaladas nos postos do Serviço de Atendimento ao Cidadão – SAC, até as ferramentas disponíveis para a consulta de informações específicas.

Nos últimos quatro anos, os serviços disponíveis no site da Secre-taria da Fazenda pularam de 103 para 113. Já os postos do SAC contam com 16 unidades da SEFAZ. Os postos beneficiados estão

localizados em Salvador, Santo Antônio de Jesus, Brumado, Irecê, Juazeiro, Senhor do Bonfim, Feira de Santana, Jacobina, Porto Se-guro, Camaçari, Lauro de Freitas e Barreiras.

O empenho em melhorar a linha de comunicação en-tre a SEFAZ e o cidadão rendeu à Secretaria da Fazenda, por quatro anos consecutivos (entre 2005 e 2009), o prê-mio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente, realizado pela revista Consumidor Moderno. A SEFAZ foi vencedora na categoria Serviço Público Estadual e teve como base de análise os serviços de call center e o email [email protected].

Serviços Sefaz ContatosSite Sefaz* www.sefaz.ba.gov.brE-mail Sefaz [email protected] center 0800 0710071

* Estão disponíveis no site 113 serviços, a exemplo da Declaração do Programa Desenvolve e do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e).

Os serviços oferecidos no estado precisam estar onde as pessoas estão, criandofacilidades para ocidadão. Este é oobjetivo doSefaz Digital.

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O Governo do Estado da Bahia possui em sua estrutura 26 secretarias, sendo que muitas delas são integradas

por outros órgãos e entidades, como autarquias, fundações e empresas públicas, o que contabiliza, no âmbito da admi-nistração estadual, um total de 90 organizações subdivididas em 16 fundos especiais e 403 unidades gestoras. Este é o uni-verso de atuação da Auditoria Geral do Estado – AGE, ente da Secretaria da Fazenda responsável pelo controle interno do Poder Executivo baiano.

Para desempenhar seu papel e atingir o objetivo de assegu-rar a efetiva aplicação dos recursos públicos em benefício da sociedade, a AGE, que ainda tem a atribuição de fi scalizar todos os convênios e repasses feitos a entidades não gover-namentais e governamentais, como prefeituras, realiza um minucioso planejamento. De acordo com auditora-geral

do Estado, Mírian Guerreiro de Freitas, este processo toma como base a metodologia de planejamento baseada em risco (risk assessment), que possibilita direcionar os trabalhos para as áreas consideradas prioritárias e relevantes, mediante aná-lise conjugada e comparativa dos fatores de risco.

“Para estabelecer os critérios a serem seguidos no planeja-mento, utilizamos algumas variáveis como a materialidade, ou seja, o montante de recursos envolvidos nos contratos, as áreas de risco, com a identifi cação dos órgãos e ações que historicamente já apresentaram problemas, o tempo decor-rido desde a última auditoria em um determinado órgão e, ainda, os órgãos responsáveis pelas ações prioritárias do go-verno”, explica Mírian, acrescentando que a atuação também ocorre a partir das demandas dos gestores e das denúncias que chegam à AGE.

CONTROLEINTERNO EMBENEFÍCIO DAPOPULAÇÃO

AGE

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Segundo a auditora-geral, além da programação cotidia-na, o órgão tem concentrado esforços no acompanha-mento das ações e projetos direcionados para a Copa do Mundo de Futebol e às Parcerias Público-Privadas – PPPs realizadas pelo governo estadual. No que tange à Copa 2014, estão sendo orientadas as ações propostas pelo Grupo de Transparência e Controle Interno institu-ído pelo Governo do Estado e coordenado pela própria AGE, visando ao acompanhamento e controle do uso dos recursos públicos.

Já em relação às parcerias, além da elaboração do Ma-nual de Controle e Fiscalização das PPPs, foi criado um núcleo específico para esta área, que, tem como ação prioritária monitorar a fiscalização exercida pelos ór-gãos responsáveis e o cumprimento pelos concessioná-rios das obrigações previstas. Neste quesito, merecem destaque as análises realizadas nas licitações e contra-tos da nova Arena Fonte Nova e Hospital do Subúrbio, além de concessões como o Sistema Viário da Rodovia BA–093 e dos Centros de Convenções de Salvador, Ilhéus e Porto Seguro. Nesse trabalho tem-se priorizado uma ação de orientação e auditoria.

PREVENÇÃO

Em seu monitoramento, a AGE está implementando a prática de controle concomitante e preventivo. “Em todo o mundo, o con-trole interno não é mais apenas posterior. Tem-se que realizar a análise e fiscalização durante todo o processo de contratação, desde a elaboração dos editais até a finalização e pagamento das obras ou serviços, para que os procedimentos sejam corrigidos antes mesmo que ocorra algum erro, alguma falha”, afirma Mí-rian, ressaltando que o Estado está passando por modificações efetivas neste setor. “Estamos implementando uma mudança de filosofia. Antes, deixava-se fazer e, depois, com a auditoria, ia-se lá e dizia: ‘vocês não verificaram este ou aquele ponto no con-trato’, mas o fato já havia ocorrido, a falha já estava consumada.

Agora, o acompanhamento tem como objetivo prevenir os er-ros”, afirma.

A auditora-geral destaca que esta nova “filosofia” resgata o papel dos gestores como protagonistas da fiscalização. “Os gestores têm que ter a consciência de que o controle primário é deles. Para isso, estamos orientando-os desde a elaboração dos editais. Se cada gestor melhorar seu controle, já vai impedir que vá-rios problemas aconteçam, evitando o efeito ‘ bola de neve’. Dessa forma, eliminamos, pelo menos, as falhas por falta de conhecimento, o que não ocorre pela má fé, pelo dolo”, diz.

Esta prática preventiva está sendo aplicada, inclusive, nos projetos de PPPs em relação à análise de editais e termos re-ferenciais para a elaboração de novas concessões.

ENCAMINHAMENTO

Buscando maior efetividade nos trabalhos de auditoria, após a conclusão dos trabalhos, relatórios são expedidos aos ór-gãos e/ou entidades auditadas e ao Tribunal de Contas do Estado para correção de procedimentos e/ou apuração de fatos e responsáveis.

Além disso, quando identificadas práticas ilícitas ou utilização de recursos públicos de forma fraudulenta os relatórios de audi-toria também são encaminhados à Procuradoria Geral do Esta-do e recomenda-se, após a devida apuração de responsabilida-de, envio ao Ministério Público Estadual, quando constatados indícios de improbidade administrativa e atos lesivos ao erário praticados por agentes públicos.

“A gente faz recomendações, apontamos o prejuízo causado, mensuramos o dano. Não cabe à AGE apontar se são atos de má fé. Indicamos o fato, sua causa e consequência”, explica Míriam de Freitas.

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REDE DE CONTROLE

Instituída na Bahia, em 2009, a Rede Nacional de Controle da Gestão Pública, da qual a AGE faz parte, tem como ob-jetivo aumentar a efetividade da fiscalização e do contro-le da gestão dos recursos públicos. Também cabe à Rede conferir maior celeridade e eficiência ao intercâmbio de in-formações e aos procedimentos e processos que envolvam a proteção do patrimônio público e a defesa da probidade administrativa.

Parceria entre órgãos e instituições que fiscalizam o uso de recursos públicos, a Rede é voltada à atuação estratégica e coordenada para coibir a prática da corrupção. Além de assumir o compromisso de cooperar nas ações de fiscaliza-ção dos recursos públicos, os órgãos compartilham infor-mações e documentos, inclusive por meio eletrônico, para alimentar bancos de dados e desencadear atividades de in-vestigação, próprias ou conjuntas.

Outra ação de relevância da AGE refere-se à elaboração de Orientações Técnicas, espécie de cartilhas voltadas para os

gestores estaduais. A primeira delas, já disponível no site da SEFAZ, é a Orientação sobre Obras e Serviços de Enge-nharia, e está em fase de finalização a publicação voltada para licitações.

DESAFIOS E METAS

O controle interno estadual tem como desafio para os próximos anos a implantação, na Bahia, do Observatório da Despesa Pública – ODP. Escolhido como um dos esta-dos para implantação do projeto piloto, ao lado de Santa Catarina, o observatório visa à transparência na utilização dos recursos, tornando-se uma espécie de “malha fina” dos processos inerentes às despesas, do empenho à execução da ordem bancária, com foco na prevenção e no controle interno.

O ODP é a unidade de produção de informações estratégi-cas para a Controladoria-Geral da União e tem como prin-cipal objetivo a antecipação de situações para encaminha-mento preventivo de soluções por meio do monitoramento

CONTROLE SOCIALCom o objetivo de promover a participação da sociedade civil no acompanhamento e controle da gestão pública e de fortalecer a interação entre sociedade e governo, a Au-ditoria Geral está coordenando a realização da 1ª Conferência Estadual sobre Trans-parência e Controle Social – 1ª Consocial. Esse evento, programado para o primeiro trimestre de 2012, inclui o incentivo à realização de conferências municipais e integra a etapa preparatória para o encaminhamento das propostas e eleição dos delegados que representarão a Bahia na Conferência Nacional, que ocorrerá entre os dias 18 e 20 de maio de 2012, coordenada pela Controladoria-Geral da União.

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OPERAÇÃO JALECO BRANCODeflagrada em novembro de 2007, a Operação Jaleco Branco, a cargo do Minis-tério Público Federal e da Polícia Federal, foi consequência das auditorias reali-zadas nos contratos com empresas de limpeza e vigilância que prestavam servi-ço ao Estado em que foram apuradas irregularidades na licitação e recebimentos indevidos, face ao descumprimento de obrigações contratuais, que totalizaram R$ 37,1 milhões, além das auditorias realizadas nos contratos firmados entre a Secretaria da Saúde e a Cooperativa Médica, com valor médio mensal de R$ 5,5 milhões, onde foram identificados registros de plantões fictícios, sobrepreço co-brado indevidamente em torno de 20% do valor contratado, alcançando cerca de R$ 1,1 milhão por mês.

e da construção de conhecimento que subsidiem a tomada de decisão dos gestores públicos com foco na gestão dos processos de controle interno.

O ODP é uma proposta inovadora, baseada em estatística avan-çada e em soluções sofisticadas de tecnologia da informação

que gera informações sistematizadas e com atualização perió-dica, por meio do monitoramento e da retroalimentação cons-tante advindas dos dados dos trabalhos realizados com base em seus alarmes, proporcionando à administração pública, acesso a informações analíticas consolidadas sobre a qualidade do gas-to público – com o uso de indicadores de risco.

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QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E

VALORIZAÇÃO DE PESSOAL

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O Programa de Desenvolvimento Gerencial surgiu com o objetivo de promover a capacitação e qualifi-

cação dos servidores da Fazenda com base nas mudanças provocadas pelas novas tecnologias e levando em consi-deração a gestão de pessoal.

Durante todo o ano de 2010 e por todo o primeiro se-mestre de 2011, a Universidade Corporativa do Serviço Público – UCS e a Fundação Dom Cabral, de Minas Ge-rais, desenvolveram um intenso trabalho de capacitação com 378 gestores da SEFAZ, desde a alta direção até os gestores intermediários.

Foram 160 horas de atividades, o que corresponde à carga horária de um curso de extensão. Durante esse período foram tratados temas estratégicos para a SEFAZ: gestão estratégica, de conhecimento, de pro-cessos, de performance, auto-conhecimento e lideran-ça e temas relacionados a inovação.

O PDG tornou-se o marco da atual gestão na área de ca-pacitação e representa, não só uma mudança na qualifi-cação profissional, mas uma mudança de desempenho, com base na gestão estraté-gica de pessoas. O objetivo era que a SEFAZ chegasse a uma forma própria de ge-renciamento, levando em conta diretrizes exigidas pelo mercado atual, que re-quer de um gestor, além do conhecimento específico da determinada área de atua-ção, experiências mais am-plas no trato com pessoas.Os gestores de equipes agora são multiplicadores de uma

mudança de atitude e de ponto de vista, com o objetivo de promover a melhoria na qualidade do atendimento ofereci-do pelos funcionários da secretaria. “O PDG permitiu aos gestores compreender os processos principais, as tecnolo-gias, como desenvolver uma gestão democrática, com uma visão mais transversal e que funcione bem para melhor atender ao público, já que a principal meta da administra-ção pública é o cidadão”, avalia Jorge Wilton, superinten-dente de Desenvolvimento da Gestão Fazendária.

Capacitação – A Secretaria da Fazenda realizou uma série de cursos internos, destinados aos servidores das diferentes áreas fazendárias e da área financeira do Estado da Bahia. Ao todo foram realizados duzentos eventos de capacitação, que tiveram a participação de cerca de cinco mil funcionários. Foram mais de quatro mil horas de trabalho voltadas para a valorização e o desenvolvimento dos servidores.

Entre estes cursos, um se destaca, o curso de Especialização em Administração Financeira Governamental, ministrado pela Universidade Federal da Bahia – Ufba. Através dele, a

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SEFAZ promoveu a melhoria dos padrões de qualidade da ges-tão financeira do Estado, garantindo a capacitação e o desenvol-vimento profissional dos servidores da área financeira, tanto da SEFAZ quanto de outras secretarias e órgãos do Estado.

UCS – Outro fator de extrema importância para que, finalmente a associação que o tripé qualificação profissional, valorização do servidor e melhor atendimento ao cidadão saia do papel e se tor-ne realidade na administração pública baiana, foi o novo direcio-namento dado às ações da Universidade Corporativa do Serviço Público – UCS.

Com o papel de criar condições para o desenvolvimento da car-reira do servidor da SEFAZ, a UCS se destacou, entre outras ati-vidades, no processo de condução do Programa de Desenvolvi-mento Gerencial – PDG, ação que busca promover a qualificação profissional entre os servidores da Fazenda com base na gestão estratégica de pessoas.

Vinculada à Superintendência de Desenvolvimento da Gestão Fazendária – SGF, a UCS promove ações de desenvolvimen-to e capacitação tanto através de cursos presenciais quanto

a distância, por teleconferências ou pela rede web, além de atividades em outros estados. Composta por seis gerências, a universidade corporativa ganhou destaque e importância na gestão do secretário Carlos Martins. A instituição foi mo-dernizada, recebeu novos equipamentos e passou a atuar com base num projeto pedagógico específico que desenvol-ve ações com vistas para a estruturação interna da SEFAZ. “Também foi inserida em nossas ações a cultura da avaliação. Passamos a fazer avaliações de reação, pedagógica, do instru-tor e avaliação do impacto da capacitação”, enfatiza Sandra Costa, que em agosto deixou a direção da UCS para integrar o grupo de trabalho para a implantação do redesenho da Su-perintendência de Administração Tributária – SAT. O novo diretor da Universidade Corporativa é o auditor fiscal Jeffer-son Martins Carvalho.

Entre os anos de 2007 e 2010 foram oferecidos 639 eventos que contribuíram para a capacitação de cerca de 21 mil servi-dores, totalizando mais de 12 mil horas/aula. Já no primeiro semestre de 2011, a UCS contabiliza uma centena de even-tos de capacitação. Todas as atividades realizadas têm como meta desenvolver as habilidades profissionais específicas dos

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servidores, por isso os cursos oferecidos circundam nas áreas da Administração, Economia e Finanças; Direito e Legisla-ção; Tecnologia da Informação; Controle, Auditoria e Fis-calização; e Conhecimentos Gerais, Habilidades e Atitudes.

“Gradualmente, desde a sua criação, a UCS SEFAZ tem se distanciado do modelo tradicional de ‘treinamento e de-senvolvimento’, onde o foco estava na transmissão de con-teúdo aos servidores, com impacto apenas incidental nos objetivos e metas da organização. Hoje, integrando trei-namento, desenvolvimento na carreira, administração do conhecimento, desenvolvimento organizacional, gerência dos processos de mudança e empregando diferentes téc-nicas que vão desde treinamentos presenciais na UCS ou nos locais de trabalho e treinamentos em ambiente virtual, contribuímos claramente para os resultados da SEFAZ”, ex-plica Jefferson Carvalho.

Além dos cursos técnicos, a UCS também possibilita a re-alização, pelos servidores, de cursos de pós-graduação que, para terem a chancela do Ministério da Educação, são reali-zados em parceria com outras instituições de ensino de nível superior da rede pública e privada, a exemplo da Ufba, Uneb e Unifacs, além de instituições de outros estados.

Com atuação cada vez mais dinâmica e participativa, sempre com o objetivo de contribuir para a implantação de proces-sos com a preocupação na gestão de pessoas, a UCS vive de superar desafios. Os próximos são dar continuidade ao PDG para que os gestores assumam seu papel de forma mais orien-tada, com capacidade para o uso das ferramentas disponí-veis, e assim se chegue ao objetivo final: o aperfeiçoamento do atendimento à sociedade.

Outro sério desafio é construir programas de moderniza-ção para as demais áreas, a exemplo da financeira – que vai exigir capacitação específica dos servidores da área, devido à adoção de um novo sistema de trabalho, o Fiplan – e da área de arrecadação, já que a Superintendência de Admi-nistração Tributária – SAT está passando por uma fase de redesenho de processos.

Mais especificamente, outro grande desafio da Universida-de Corporativa é encontrar formas, para além da Educação a Distância (EAD), de promover a capacitação dos fazendá-rios que atuam no interior do estado. “A capacitação de forma localizada é a nossa meta. Ao invés de trazermos o servidor para a capital, queremos encontrar formas de desenvolver núcleos da UCS no interior”, revela Sandra Costa.

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INTEGRAÇÃO QUE GERA

QUALIDADE DE VIDANO TRABALHO

Na busca por uma melhor qualida-de de vida dos seus funcionários, a SEFAZ, desde 2002, tem buscado incentivar as atividades realizadas pelo Núcleo de Desenvolvimento do Ser Humano – NDSH.

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Entrar no espaço onde funciona o Núcleo de Desenvolvimento do Ser

Humano é uma experiência bem diferente do que se imagina de uma

repartição pública. No lugar de computadores e pastas de processos, encon-

tram-se maca, cadeira de massagem e colchonetes para exercícios físicos. O

cantinho, que nos últimos anos triplicou de tamanho, é reservado para a me-

ditação e outras atividades semelhantes – a exemplo da ioga, de aulas de teatro

e canto, ginástica laboral, para a aplicação de fl orais, acupuntura e sessões de

reiki e massoterapia. Tudo que contribua para o bem-estar e maior integração

dos servidores da SEFAZ é bem-vindo.

Foi a partir da gestão do secretário Carlos Martins que o NDSH ganhou novo status a ponto de ser reclassifica-do no organograma da SEFAZ e, atualmente, se reporta à Superintendência de Desenvolvimento da Gestão Fa-zendária. A mudança permitiu a ampliação do número de integrantes da equipe, que hoje conta com 17 pes-soas, além dos quatro estagiários e de ter representação nas três diretorias de Administração Tributária – DAT Sul (em Vitória da Conquista), DAT Norte (Feira de Santana) e DAT Metro (na Região Metropolitana de Salvador), – além da sede, em Salvador.

Gerido de forma moderna, o setor da Sefaz que apoia e promove ações de qualidade de vida tem dado conta do recado graças à colaboração dos próprios servidores. São eles os monitores dos muitos serviços oferecidos pelo Núcleo. “Buscamos identificar nossos colaboradores no quadro da própria secretaria. Assim, facilitamos a inte-gração entre os servidores e colaboramos com o desen-volvimento dos diversos talentos aqui existentes”, desta-cou Tina Pamponet, coordenadora do NDSH.

O ser vidor Lucílio Bernardes, funcionário público há 29 anos, também é formado em jornalismo e já trabalhou em postos fiscais como agente de tributos, mas foi através do teatro que encontrou a forma mais agradável de colaborar com a SEFAZ. Ele é um dos integrantes do NDSH. “Acredito que a maior impor-tância do Núcleo é promover a qualidade de vida no trabalho e a integração entre os colegas”, disse Lu-cílio, que após passar dois anos estudando direção teatral em São Paulo, retornou a Salvador e, atual-mente, é responsável pelo grupo de teatro formado por colegas de secretaria.

Ações – Como a proposta de trabalho do Núcleo de De-senvolvimento do Ser Humano é promover o bem-estar dos funcionários da SEFAZ, por meio de ações preventivas e educativas para melhoria da saúde integral dos funcioná-rios, em alguns casos cabe ao NDSH a tarefa de encami-nhar o servidor para o serviço especializado. “Realizamos o acolhimento, o encaminhamento e o acompanhamento de cada caso”, ressalta a coordenadora Tina Pamponet.

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Outra ação de destaque do Núcleo é o Projeto Aposenta-dos e Aposentandos – PREPARE-SE SEFAZ, desenvolven-do oficinas para elaboração de Projeto de Vida, palestras sobre diversos temas de interesse, dentre eles direito previ-denciário, educação financeira, saúde e qualidade de vida.

O programa Integra SEFAZ também faz sucesso entre os funcionários. Através dele, o Núcleo promove mostra de talentos, apresentações teatrais, exposições fotográficas e de artesanato. Essas ações buscam promover a integração, através do exercício da criatividade.

Parcerias externas – O Núcleo de Desenvolvimento do Ser Humano também realiza atividades em parce-ria com outras instituições. Com a Fundação de He-matologia e Hemoterapia da Bahia – Hemoba, desenvolve frequentemente campanhas de do-ação de sangue entre os servidores da SEFAZ.

Outro forte parceiro é a Confederação Nacional dos Transportes que, através do Sest/Senat, de-senvolve ações de melhoria da qualidade de vida e responsabilidade social nas estradas baianas em colaboração com o Núcleo. Um deles é o Projeto Momento Saúde, voltado para os cerca de 600 ser-vidores dos postos fiscais, rodoviários e motoris-tas de caminhão. A ação inclui procedimentos mé-dicos, odontológicos, psicológicos e nutricionais.

Outro projeto desenvolvido com o Sest/Senat é o Programa Despoluir, que faz a medição de gases po-luentes liberados pelos caminhões e ônibus nas es-tradas. A ação, de caráter ambiental, também orien-ta os caminhoneiros e motoristas de ônibus para a melhor maneira de solucionar o problema. “Esta e outras ações do Núcleo buscam no seu conjunto a valorização do servidor e a melhoria do ambiente organizacional com responsabilidade social”, sinte-tiza Tina Pamponet.

“Esta e outras ações do Núcleo buscam no seu conjunto a valorização do servidor e a melho-ria do ambiente organi-zacional”

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Diante do minucioso trabalho desenvolvido para melhorar a qualificação profissional dos seus servidores, aliado à

aderência aos novos conceitos de gestão que vêm sendo adota-dos na atualidade, a Secretaria da Fazenda vem desenvolvendo ações de modernização tecnológica com vistas à substituição dos equipamentos obsoletos ou desgastados pelo tempo de uso.

Desse modo, foi necessária a substituição de parte dos equipa-mentos usados, tanto os utilizados nas atividades internas quan-to no trabalho desempenhado na fiscalização externa. Assim, em 2010, foi realizada a distribuição de cem novos veículos entre as

unidades da SEFAZ. A quantidade de automóveis definida para cada unidade levou em conta a necessidade de substituição dos carros danificados ou com mais de dez anos de uso.

As unidades móveis de fiscalização também receberam no-vas ferramentas. Foram distribuídos entre os servidores do fisco um total de 180 novos equipamentos, entre notebooks e modens. Além de oferecerem melhores condições de tra-balho, as aquisições dos equipamentos modernizaram a fis-calização no trânsito de mercadorias e aprimoraram o servi-ço de combate à sonegação fiscal.

INVESTIR EM EQUIPAMENTOSÉ FUNDAMENTAL PARA BOM

DESEMPENHO DOS SERVIDORES

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Apesar das mudanças para melhorar as condições de trabalho, os dirigentes da SEFAZ sabem que ainda fal-ta muito a fazer, pois as necessidades são ilimitadas e a capacidade orçamentária e financeira para execução das ações é limitada, já que depende da manutenção do equi-líbrio fiscal do Estado. A Fazenda Estadual, como outros órgãos públicos, tem ainda deficiências a serem trata-das, desde infraestrutura até questões culturais. “Mesmo diante desta realidade estamos atentos às necessidades e alertas para colaborar com a qualificação profissional

dos funcionários da nossa secretaria”, salienta Geraldo Trípodi, diretor-geral da SEFAZ.

Redução de gastos – Desligar o computador na hora do al-moço, apagar as luzes dos sanitários e das salas ao final do expediente, informar vazamentos de água em descargas ou torneiras. Ações simples que replicadas por centenas de servidores podem representar considerável economia aos cofres públicos. Um bom exemplo ocorrido na SEFAZ foi a adoção do processo de recarga de cartuchos para impresso-ras. “Após implantada essa iniciativa, em cerca de cinco anos reduziram-se os gastos com este insumo em, aproximada-mente, R$ 1,5 milhão”, revela o diretor-geral.

A mudança de atitude não é algo tão simples, já que en-volve hábitos culturais. É um trabalho de longo prazo, porém, o diretor geral da secretaria não desanima. Entre tantos desafios que tem pela frente, cita a intenção de implantar projetos semelhantes. “Primordialmente, seria fazer com que cada servidor estivesse motivado a contri-buir com ideias e sugestões para melhoria dos resultados da organização”, almeja Trípodi.

“Com essa iniciativa, a cada ano, reduzimos os gastos com material em R$ 1,5 milhão”

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