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O DESAFIO DE APRENDER A ENSINAR: PRÁTICAS DIDÁTICAS NA FORMAÇÃO INICIAL E NA INSERÇÃO PROFISSIONAL DOCENTE Luís Paulo Cruz Borges Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Colégio Pedro II Resumo Este artigo tem como objetivo relatar, a partir da percepção de alunas, qual seria o papel da Didática no Curso de Pedagogia de uma universidade pública no Estado do Rio de Janeiro em diálogo com as práticas docentes do pesquisador em início de carreira. A pesquisa pautou-se na abordagem qualitativa de cunho etnográfico, utilizando observação participante, entrevistas e a descrição densa. Objetivou-se investigar como ocorre a circularidade de saberes entre a escola e a universidade, através dos processos de formação de professoras que atuam na educação básica. No itinerário da pesquisa foram realizadas onze entrevistas com professoras que realizaram o Curso Normal, cursam ou cursaram Pedagogia em uma universidade pública estadual no Estado do Rio de Janeiro e possuem experiência no magistério. Também se observou uma sala de aula de uma escola da rede municipal de ensino de São Gonçalo/RJ durante seis meses. Foram observadas doze reuniões do projeto Residência Pedagógica com professores/as egressos/as da mesma universidade. As análises dos dados ocorreram pelo processo indutivo que privilegia o total e o peculiar pelo procedimento denominado bottom-up (MATTOS, 1992) e da triangulação de dados. Os pressupostos que conduziram essa investigação estão pautados nas concepções de Morin, Charlot, Candau e Lüdke. Questionou-se, na investigação, quais disciplinas/atividades da universidade as professoras consideravam fundamentais em suas práticas pedagógicas exercidas na escola, sendo a Didática uma das disciplinas mais indicadas. Os resultados evidenciaram problematizações acerca do papel da Didática no Curso de Pedagogia relacionado ao trabalho docente no cotidiano escolar com o mote do desafio de aprender a ensinar. Palavras-chave: Didática na formação do Pedagogo Docente, Etnografia escolar, Iniciação à Docência Introdução: as primeiras palavras Este artigo tem como objetivo discutir qual seria o papel do ensino de Didática como um aspecto contributivo para a formação inicial de professores. Para tal analisamos as percepções de alunas do Curso de Pedagogia de uma universidade pública estadual no Estado do Rio de Janeiro, através de uma investigação de cunho etnográfico, em diálogo com as experiências vividas em sala de aula do pesquisador como um professor iniciante. Na esteira das reflexões de Roldão (2007; 2005) e em diálogo com as investigações de Cruz (2010; 2009) compreende-se o ensino como uma especificidade Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola EdUECE- Livro 1 03048

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O DESAFIO DE APRENDER A ENSINAR: PRÁTICAS DIDÁTICAS NA

FORMAÇÃO INICIAL E NA INSERÇÃO PROFISSIONAL DOCENTE

Luís Paulo Cruz Borges

Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Colégio Pedro II

Resumo

Este artigo tem como objetivo relatar, a partir da percepção de alunas, qual seria o papel

da Didática no Curso de Pedagogia de uma universidade pública no Estado do Rio de

Janeiro em diálogo com as práticas docentes do pesquisador em início de carreira. A

pesquisa pautou-se na abordagem qualitativa de cunho etnográfico, utilizando

observação participante, entrevistas e a descrição densa. Objetivou-se investigar como

ocorre a circularidade de saberes entre a escola e a universidade, através dos processos

de formação de professoras que atuam na educação básica. No itinerário da pesquisa

foram realizadas onze entrevistas com professoras que realizaram o Curso Normal,

cursam ou cursaram Pedagogia em uma universidade pública estadual no Estado do Rio

de Janeiro e possuem experiência no magistério. Também se observou uma sala de aula

de uma escola da rede municipal de ensino de São Gonçalo/RJ durante seis meses.

Foram observadas doze reuniões do projeto Residência Pedagógica com professores/as

egressos/as da mesma universidade. As análises dos dados ocorreram pelo processo

indutivo que privilegia o total e o peculiar pelo procedimento denominado bottom-up

(MATTOS, 1992) e da triangulação de dados. Os pressupostos que conduziram essa

investigação estão pautados nas concepções de Morin, Charlot, Candau e Lüdke.

Questionou-se, na investigação, quais disciplinas/atividades da universidade as

professoras consideravam fundamentais em suas práticas pedagógicas exercidas na

escola, sendo a Didática uma das disciplinas mais indicadas. Os resultados

evidenciaram problematizações acerca do papel da Didática no Curso de Pedagogia

relacionado ao trabalho docente no cotidiano escolar com o mote do desafio de aprender

a ensinar.

Palavras-chave: Didática na formação do Pedagogo Docente, Etnografia escolar,

Iniciação à Docência

Introdução: as primeiras palavras

Este artigo tem como objetivo discutir qual seria o papel do ensino de Didática

como um aspecto contributivo para a formação inicial de professores. Para tal

analisamos as percepções de alunas do Curso de Pedagogia de uma universidade pública

estadual no Estado do Rio de Janeiro, através de uma investigação de cunho

etnográfico, em diálogo com as experiências vividas em sala de aula do pesquisador

como um professor iniciante.

Na esteira das reflexões de Roldão (2007; 2005) e em diálogo com as

investigações de Cruz (2010; 2009) compreende-se o ensino como uma especificidade

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

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do profissional professor, por isso mesmo, circunscrita a uma contexto histórico-social

em mudanças. Assim sendo, toma-se a concepção de Roldão (2007, p.94) sobre o

ensino nas sociedades atuais como a ação de “fazer aprender alguma coisa a alguém”.

Esta perspectiva traz à tona a ideia que ensinar exige uma dupla transitividade e uma

mediação, por isso, situa-se como uma especificidade de “fazer aprender alguma coisa

(currículo) a alguém (na dupla transitividade entre sujeitos)” (ROLDÃO, 2007, p. 95).

Dessa forma, o ensino pode ser entendido não mais como uma transmissão de um saber

único, mas pode assumir uma postura de mediação entre forma e contúdo. Nas palavras

de Cruz e André (2011, p.10), “o professor necessita mobilizar os vários saberes que

possui, transformando-o em ato de ensinar enquanto construção de um processo de

aprendizagem de outros e por outros”.

É nesse cenário que a Didática, entendida como a mediação de toda prática

educativa, e a formação inicial emergem como temáticas problematizadoras deste

artigo. Por isso mesmo, o diálogo com os estudos de Candau (1983) nos propõe pensar a

Didática em questão e os novos rumos da Didática, por meio da tensão posta na década

de 1980 entre o fundamental e o instrumental, mas que ainda hoje ecoa nas discussões

sobre o ensino, a aprendizagem, a escola e a formação docente.

É na relação entre a escola de educação básica e a universidade (BORGES;

FONTOURA, 2010) que vislumbram-se as tensões e contradições do desafio de

aprender a ensinar pela mediação da Didática. Dalberio & Dalbeiro (2010, p.10) nos

propõe que “a Didática envolve a reflexão sobre todos os aspectos relacionados ao

ensino”, e também da aprendizagem. Por isso mesmo, toma como núcleo estruturante o

processo de ensinar e aprender.

O binômio ensinar-aprender está imbricado nas relações propostas no campo da

Educação. Tais dimensões se coadunam compondo, também, as questões do próprio

campo da Didática. Ensinar como especificidade humana requer uma gama de

exigências, tais como pesquisa, reflexão crítica, respeito aos diversos saberes do

alunado, entre outras (FREIRE, 1996). Exigências estas postas, também, no cenário da

formação e do trabalho docente.

Ensinar, então, se torna um desafio. O desafio de ensinar tudo a todos, proposto

por Comênio em sua Didática Magna (NARODOWSKI, 2006), ainda perdura nos dias

atuais. Em especial, no que tange ao Curso de Pedagogia e na sua polivalência que

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

EdUECE- Livro 103049

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objetiva “tudo ensinar” aos diversos alunos e alunas do primeiro segmento do Ensino

Fundamental.

A partir dessa contextualização, do campo da Didática, que pressupomos situar

as questões relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem, a formação inicial e o

trabalho docente no cotidiano escolar, por meio da abordagem teórico-metodológica,

que se refere à circularidade de saberes e à etnografia.

Abordagem teórico-metodológica: os caminhos da pesquisa

Pesquisas qualitativas exigem um rigor científico em que sejam levados em

conta o ambiente natural como fonte de coleta de dados; o papel do pesquisador como

instrumento de pesquisa; os aspectos descritivos no relato dos dados; o destaque ao

processo das interações cotidianas; a perspectiva dos participantes e, por fim, uma

análise indutiva dos dados (LÜDKE; ANDRÉ, 1986).

São essas as relações, acimas descritas, que instigam o desenvolvimento da

ideia de circularidade de saberes exercida no cotidiano da pesquisa existente entre a

escola e a universidade. Para Lüdke (2005), “a ideia de circularidade indica bem essas

idas e vindas, essa circulação entre as duas fontes produtoras de saber (escola e

universidade), cada uma enriquecendo a seu modo a construção do conhecimento a seu

respeito” (p.14. grifo meu), cada uma se retroalimentando.

No pressuposto de uma ciência que ocorre de forma linear, do simples para o

complexo, do fácil para o difícil, do erro ao acerto, encontramos a própria concepção de

circularidade, que por sua definição semântica pressupõe movimento, oscilação,

dinamismo (LEITÃO, 2002). A circularidade está pautada no confronto entre saberes

situados em um determinado contexto histórico. Nesse sentido, a teoria da

complexidade exposta por Morin (1996) orienta essa empreitada. As relações entre os

diversos paradigmas que hoje permeiam nossas teorias-práticas e práticas-teorias são

um indicativo de saberes que dialogam, se contrapõem, entrechocam, se reafirmam ou

formam outros novos saberes.

A circularidade é mais uma vez reafirmada e não vista, aqui, como um

pressuposto inerte ou como uma ação que ocorre sem um fim. É parte de um processo

de vaivém que transforma e, pelo mesmo movimento, é transformado, por isso mesmo

ocorre com dinamicidade. A circularidade não acontece de forma sistêmica, nem é

fechada em si mesma, pois está aberta para as diversas possibilidades de saberes.

Pressupomos, dessa forma, que existe uma dialogicidade entre o objeto de estudo, as

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

EdUECE- Livro 103050

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participantes da pesquisa, as instituições pesquisadas, o pesquisador e toda a rede de

envolvidos na arte de fazer pesquisa em educação.

Sendo assim, tal pressuposto versa sobre uma circularidade de saberes, que,

permeando a escola e a universidade, vai retroalimentando cada uma ao seu modo e em

seu espaço-tempo. De tal maneira, vão se formando, em ambas as instituições, os

diversos sujeitos que atuarão na escola básica, assumindo, assim, as dimensões política-

social-cultural-educativa-cognitiva-humana-técnica que envolvem o ato de ensinar

outrem a aprender.

A circularidade é posta em destaque no sentido de compreender as

interdependências entre os diferentes saberes postos no contexto social que se dá através

de um diálogo. É no diálogo entre a escola de educação básica e a universidade, pela via

da formação docente, que construímos os saberes dos quais aqui falamos.

No itinerário da pesquisa foram realizadas onze entrevistas com professoras que

realizaram o Curso Normal, cursam ou cursaram Pedagogia em uma universidade

pública estadual no Estado do Rio de Janeiro (campus São Gonçalo e Maracanã) e

possuem experiência no magistério. Também observou-se uma sala de aula de uma

escola da rede municipal de ensino de São Gonçalo/RJ durante seis meses. As

observações foram realizadas como forma de compreensão dos processos formativos

que se davam entre a escola e a universidade, ou dito de outra forma, foram realizados

como forma de compreensão do trabalho docente que se dava no ambiente escolar.

Foram observadas doze reuniões do projeto Residência Pedagógica com professores/as

egressos/as da mesma universidade pública estadual no campus em São Gonçalo no ano

de 2011, que nos auxiliou, sobremaneira, no processo de análises dos dados. Por fim, o

diálogo da pesquisa se dá pelo exercício de análise do pesquisador em sua prática

inicial.

A análise foi indutiva, que se dá através da relação com o geral e particular,

fazendo com que, a partir do conteúdo em sua particularidade, partamos para a sua

totalidade, “do particular para geral e voltando-se ao particular” (MATTOS, 2008,

p.42). Sendo assim, utilizamos o processo bottom-up (MATTOS, 2008; 1992),

procedimento que pressupõe uma prática dialética de interação entre os participantes e o

pesquisador em uma ordem hierárquica inversa dos dados, ou seja, partimos das falas

das professoras, para os estudos teóricos e as políticas públicas.

O caráter etnográfico da pesquisa justifica-se pela compreensão da etnografia

como auxilio na compreensão das relações vividas no cotidiano da escola. Tal

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

EdUECE- Livro 103051

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abordagem emerge na antropologia e tem seu marco no final do século XIX e início do

século XX como uma forma de descrição das várias dimensões do modo de vida de

homens e mulheres nas sociedades. Partindo dessa ideia, pode-se perceber, através das

palavras de Erickson (1988, p. 1.083), que a “etnografia é uma abordagem naturalística

para os procedimentos de pesquisa social, através da observação direta de situações

concretas”. Ou seja, a pesquisa etnográfica é situada em um contexto social e cultural

específico, em que a obtenção dos dados se dá adquirida de forma descritiva por meio

do contato do pesquisador com a situação investigada.

Muito mais do que um conjunto de técnicas para coletar dados, a abordagem

etnográfica é um pressuposto teórico-metodológico no âmbito das pesquisas das

ciências sociais e humanas, que se preocupa mais com o processo do que com o produto

e está imersa nas questões culturais (DAUSTER, 2007).

A didática na perspectiva do aprender a ensinar

O desafio de aprender a ensinar posto na formação docente, em muito vem

sendo objeto de investigações de autores brasileiros (MARTINS; ROMANOWSKI,

2010; CUNHA, 2010; DALBEN, 2010) e internacionais (ROLDÃO, 2007;

ZEICHNER, 2009). Pensar a Didática no campo da formação de professores e

professoras, de certa maneira, é ajuizar sobre os desafios, limites e possibilidades desses

campos de conhecimento.

O ensino de Didática na formação docente é revelador de diferentes concepções

e tensões entre as relações instrumental e fundamental, além da dicotômica teoria e

prática na formação de professores. Nos anos de 1980 o Seminário: A Didática em

Questão, organizado por Vera Candau na PUC-Rio elencou e debateu questões nodais

sobre a Didática e o ensino de Didática indicando uma interligação entre as dimensões

humana, técnica, política e social (CRUZ, 2009).

É dentro desse contexto que vimos a emergência de uma Didática Fundamental

em contraponto à Didática Instrumental. Percebemos então, a mudança de uma Didática

“[...] centrada na transmissão dos instrumentais técnicos necessários à aplicação do

conhecimento científico fundado na qualidade dos produtos, eficiência e eficácia, para

uma Didática atenta à necessidade de favorecer a formação de educadores críticos e

conscientes do papel da educação na sociedade. Trata-se de afirmar a Didática como um

campo de conhecimento que busca compreender o processo de ensino em suas múltiplas

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

EdUECE- Livro 103052

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determinações e complexidades, para intervir nele e reorientá-lo na direção política e

social pretendida” (CRUZ, 2009, p.04).

Nesse sentido, acredita-se, aqui, em um processo de ensino “multidimensional,

situado em um contexto político-social que acontece numa cultura específica, trata com

pessoas concretas que têm posição de classe definida na organização social em que

vivem” (CANDAU, 1983, p.14).

Dessa forma, questionou-se, na investigação, quais disciplinas/atividades da

universidade as professoras consideravam fundamentais em suas práticas pedagógicas

exercidas na escola. De uma forma estrutural quantificável, as disciplinas consideradas

fundamentais foram:

01 (uma citação) - Linguagem, Lúdico, Prática de Ensino, Educação Especial,

Cultura e Educação, Currículo, Ensino Fundamental, História e Geografia,

Ciências, Artes, Grupo de Pesquisa

02 (duas citações) - Avaliação, Filosofia, Matemática, Estágio

03 (três citações) - Psicologia, Alfabetização, Português

04 (quatro citações) - Educação Infantil.

05 (cinco citações) - Didática.

Percebemos que a disciplina Didática aparece como a mais mencionada nas falas

das entrevistadas. Tal indicativo pode estar relacionado ao Curso Normal e ao papel que

esta disciplina tem nessa instância formativa, correlacionado com a perspectiva do

ensinar a ensinar e do aprender a ensinar. No cotidiano escolar o planejamento, os

processos de avaliação e o diálogo com os outros docentes se aprensentam como

dimensões que aprendemos nos cursos de Didática. As falas das professoras, com

nomes fictícios, Paula e Luana, corroboram tal constatação:

Paula: As disciplinas, de uma forma geral, de Educação Infantil, de Ensino

Fundamental, porque acaba conhecendo as pessoas que estudaram sobre essa

determinada faixa, os pensadores, os educadores, me deixa ver (...), Didática. É

importante e eu acho que a gente tem muito pouco na universidade. Eu acho porque no

Normal eu tive todos os anos e eu achei um semestre na Faculdade muito pouco, muito

pouco.

Luana: Didática, apesar de achar que na faculdade faltou muito. Só tivemos um

período de Didática. Muito pouco, mas achei importante.

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

EdUECE- Livro 103053

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No entanto, cunhamos tal análise na perspectiva da fala das próprias

entrevistadas, em que podemos evidenciar as seguintes disciplinas/atividades mais

destacadas, de acordo com cada perspectiva:

a) Professora Luana - Lúdico, Estágio, Didática, Psicologia e Linguagem.

b) Professora Paula - Psicologia, Educação Infantil, Ensino Fundamental,

Didática.

c) Professora Liliane - Psicologia, Português, Matemática, Filosofia.

d) Professora Ana - Ciências, Matemática, Português, Historia e Geografia,

Educação Infantil, Alfabetização e Didática.

e) Professora Beatriz - Português, Educação Infantil, Alfabetização.

f) Professora Raquel - Didática, Artes, Cultura e Educação, Alfabetização e

Educação Infantil.

g) Professora Sarah - Avaliação e Educação especial.

h) Professora Luiza - Filosofia, Didática e Currículo.

i) Professora Maria Eduarda - Estágios e o Grupo de Pesquisa.

j) Professora Cristiane - Avaliação.

k) Professora Sarah - Prática de Ensino.

De forma geral, as entrevistadas sinalizaram que as disciplinas cursadas na

universidade, que são fundamentais em suas práticas na escola, estão relacionadas ao

ato de ensinar e aos fundamentos da Educação, tais como as disciplinas de Filosofia,

Linguagem, Psicologia, Alfabetização e Cultura (Antropologia). Tais escolhas são

justificáveis pelo fato de fundamentarem ou mesmo auxiliarem a reflexão sobre o

exercício do magistério e sobre a relação professor-aluno.

Luana: Psicologia, pra você entender como é seu aluno, conhecer melhor sobre ele. E a

Linguagem pra aperfeiçoar os seus métodos pra aplicar em sala de aula. Pra ele

conseguir compreender os conhecimentos: Português, Alfabetização.

Ana: (...) A Psicologia e a Filosofia foram para aquilo que eu te falei, a questão da

relação do aluno com o professor.

Foi no espaço da Residência Pedagógica, campo de observação, que também

encontramos importantes esboços de falas e exemplos relacionados com o papel da

universidade e da Didática na formação docente. Elencamos as colocações da professora

Sarah como interlocutora preferencial, por observarmos suas aulas na Escola da Praça e

para fins de estruturação do trabalho de pesquisa dentro da abordagem etnográfica.

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

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Fala de Sarah na reunião da Residência Pedagógica: Saí do Curso Normal, fiz

concurso e fui trabalhar na escola pública. Tive muitas dificuldades para trabalhar

com os alunos, com a carência deles... Estava infeliz. Então, senti a necessidade de vir

para a universidade. A universidade me deu a perspectiva de realizar um trabalho mais

humano. Foi na universidade que vi a necessidade de conciliar o financeiro com o

profissional e com o prazer (Encontro VI – 25/09/10).

A fala da professora Sarah nos faz questionar o papel da universidade no

contexto formativo docente e, ainda, como é articulada essa formação. O diálogo com

os pares e a partilha de experiências são indicativos dessa questão. Por isso mesmo,

urge evidenciar o papel da Residência Pedagógica como espaço-tempo de articulação e

partilha de saberes.

É preciso, mais uma vez, pensar o papel da Didática no processo de aprender a

ensinar e ensinar a aprender, já que esta é entendida como a mediação de toda a prática

educativa. Em suas falas, as professoras evidenciavam a importância de se ter a

disciplina Didática em todo o período do Curso Normal, enfatizando que o mesmo não

ocorre na Faculdade de Educação. Contudo, na vivência do cotidiano da escola a

Didática e as práticas didáticas vão sendo postas por demandas diárias e o Curso de

Pedagogia em muito nos é contributivo para uma análise crítica e reflexiva do exercício

docente.

O papel da Didática no limiar da reflexão entre o Curso Normal e o Curso de

Pedagogia revela uma aproximação parental entre ambas as instâncias formativas

dos/das docentes do primeiro segmento do ensino fundamental (CRUZ, 2009). Dessa

forma, colocar a Didática em questão, articulando as dimensões técnica, política e

humana, como nos propõe Candau (1983), desde os meados da década de 1980, ainda é

um desafio aos cursos de formação docente. O que tem sido proposto como Didática

nos cursos de formação de professores? Esta é uma proposição que a investigação de

Cruz (2010) vem realizando e que em muito nos auxilia em novas problemáticas,

indicando outras perspectivas de estudos sobre esse campo de saber.

É nesse sentido, que o desafio de aprender a ensinar está, intimamente,

relacionado ao cotidiano escolar. Ao chegar à escola, já na condição de professor, foi

preciso pensar na inserção profissional como um desafio de fazer relacionar o aprendido

ao que seria vivido. Os debates, leituras e construções que permearam minha formação

na graduação e na pós-graduação geraram, assim, uma gama de relfexões para o meu

fazer pedagógico. A Didática se tornara fundamental por fazer aliar questões práticas e

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

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teóricas: planejamento, avaliação, escolha do material pedagógico, a clareza da minha

posição política em sala de aula, o relacionamento escola-família, gestão de pessoas

diante da administração escolar, enfim, foram fundamentais no meu dia a dia.

O desafio de ensinar a aprender se coadunou, de maneira clara, com a concepção

de Roldão (2007) de que é preciso “fazer aprender alguma coisa a alguém” e no

cotidiano da escola tal desafio foi perpassado pela mediação, pelo diálogo com os pares,

com uma estrutura pedagógica que possibilitasse a realização do fazer cotidiano e pela

compreensão da multidimensionlidade do ensino.

Considerações Finais

Ao questionarmos como se dá a circularidade de saberes entre a escola e a

universidade e qual a apropriação desses saberes por ambos os espaços-tempos, não

imaginávamos o que nos esperava ao longo da jornada. Chegamos a uma temática, o

desafio de aprender a ensinar, através da ação de (re)pensar o papel da Didática no

Curso de Pedagogia e na formação incial de docentes.

Neste ínterim, investigamos a relação de saberes estabelecida entre a escola e a

universidade, através dos processos de formação docente que ocorrem nas diversas

instâncias formativas, em nosso caso, o Curso Normal, o Curso de Pedagogia, o Projeto

da Residência Pedagógica e a vivência do cotidiano na escola. A circularidade não se

deu somente por uma questão física – ida do pesquisador à escola e da professora à

universidade – mas, sim, por uma troca de saberes e experiências, vivenciada pelo fazer

pesquisa em educação.

É necessário pensar em uma formação docente, que relacione as diversas

dimensões do ensino, que contextualize a prática pedagógica em um cenário histórico e

social, além de uma formação que ocorra levando-se em consideração as questões

socioafetivas e profissionais (CANDAU, 1983).

Como nos fala Charlot (2008), o professor é um profissional da contradição. Por

isso mesmo, podemos ponderar que o professor, nas sociedades contemporâneas, é

entendido como um trabalhador imerso em contradições, que são reveladas ou não.

Dessa forma, evidenciamos que o trabalho docente está posto em complexidade

(CHARLOT, 2008).

Os docentes, em nossa sociedade, vivem em uma encruzilhada de contradições

no que se refere às questões das desigualdades sociais, econômicas, políticas, culturais e

educacionais. Segundo Charlot (2008, p.19) “vão se multiplicando os discursos sobre a

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

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escola, mas também sobre os professores”, discursos esses que são impregnados de

ideologias, teorias, concepções de prática, enfim, de muitas ideias. No âmbito desta

pesquisa, foi possível apreender que o papel do professor a todo o tempo é colocado em

xeque em alguns discursos na escola e também nas políticas públicas de formação, tal

como vimos no município de São Gonçalo/RJ. No entanto, existem os movimentos

contrários a tais perspectivas, como é o caso da luta sindical, que busca situar a

docência como uma ação didática e política, cunhada de saberes-fazeres, dentro do

contexto escolar.

As contradições postas pela complexidade do mundo atual – no que se refere ao

pesquisar, ao formar, ao estudar, ensinar e aprender e mesmo compreender – afetam o

cotidiano da escola. Charlot (2008) nos fala em pontos específicos dessas ações, a saber:

o professor como herói e/ou como vítima, o professor como culpado do fracasso

escolar, o professor tradicional ou construtivista, o docente universalista ou o pluralista,

o professor autoritário e/ou licencioso... Essas dimensões são reverberadas em aflições e

constatações que as participantes deste estudo evidenciaram em suas falas e foram

percebidas na observação participante no cotidiano da escola e nos encontros da

Residência Pedagógica, estando a Didática nesse bojo.

Ao longo do itinerário dessa investigação, foi possível a emergência de um

diálogo com outros autores e reflexões de cunho teórico-metodológico. O estudo de

Freund (2009) nos ajuda a pensar que “sonhando com o ideal, pisando no real, fazendo

o possível”, vamos tecendo saberes na pesquisa em educação e no exercício profissional

do magistério, em nosso caso, a partir do ponto de vista da Didática. É necessário

pensar em novas abrangências para novas pesquisas, reconhecendo os limites deste

estudo.

Por fim, evidenciamos o papel da etnografia como abordagem que nos auxilia a

perceber as diferenças e a descontinuidade, possibilitando entender que existem outras

lógicas no cotidiano escolar e que o professor é sujeito na ação da pesquisa em

educação, especificamente no que condiz à questão da formação docente. O papel do

pesquisador ocorre ao aliar interesses, respeitando os sujeitos que permeiam a escola e

fazendo uma mediação da linguagem científica com a linguagem existente no âmbito

escolar, por assim dizer, uma mediação entre a pesquisa e o ensino. Sendo assim, ao

longo desta investigação, foi possível estabelecer um tratado colaborativo, em que as

teorias abordadas foram orientadas por questões humanas e éticas, relacionadas com a

Didática e seu papel na formação docente no Curso de Pedagogia.

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

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Referências

BORGES, Luís Paulo da Cruz; FONTOURA, Helena do Amaral. Trilhando Caminhos

na Formação Docente: o itinerário de pesquisa entre a escola e a universidade. ANAIS

XV ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, Belo

Horizonte, p.1-08, 2010.

CANDAU, Vera M. F. A didática em questão e a formação de educadores-exaltação à

negação: a busca da relevância. In: CANDAU, Vera M. F. (org). A didática em questão.

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