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VERTICALIZAÇ.-\.O COJ\;10 PRINCIPAL ESTRATÉGIA
DE CRESCI~IENTO NAS CADEIAS DE PRODIIÇAo E
DISTRIBl'IÇ.\.O DE FRANGOS DE CORTE
Um estudo exploratório de empresas produtoras
no estado de Pernambuco
Banca Examinadora
Prot" Orientadora: Prof'. Maria Cecilia Coutinho de Arruda
Prof. --.--., .
Prof. .
I .~~_ Fundação Getulio Varga~Escola de Administração
" FG V de Empresas de SAo PauloI .. Biblioteca '
1199601134( - -------- - -----
FUNDAÇAo GETllLIO VARGASESCOLA DE .-\DMI:\'ISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE sxo PAULO
MARNIX CARLOS DE VOCHT
VERTICALlZ.-\ÇÃO COMO PRINCIPAL ESTRATEGIA DE CRESCIMENTO
NAS C\DEI!\S DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
Um estudo exploratório de empresas produtoras no estado de Pernambuco
Dissertação apresentada ao Cursode Pós-Graduação da FGV /EAESPArea de Concentração:Mercadologiacomo requisito para obtenção detítulo de mestre em Administração.
OrientadoraProf" Maria Cecilia C de Arruda
SÃO PAULO1996
Verticalização como principal estratégiaVOCHT. Marnix Carlos de.decrescimento nas cadeias de produção e distribuicào de franeos de corte: umestudo exploratório de empresas produtoras no estado de Pernambuco. SãoPaulo. EAESP/FG\'. 1996. 200 p.. Dissertação de Mestrado apresentada aoCurso de Pós-Graduação da EAESP/FGV. Área de Concentração:Mercadologia.
Resumo: Trata dos vanos níveis de operações verticalizadas adotados pelasempresas produtoras de frangos de corte. Analisa as vantagens da implantaçãode mais um nível avançado de verticalização: o abatedouro de aves, e ospossíveis canais de distribuição para frangos vivos e abatidos.
Palavras-chave: Verticalização - Frangos - Canais de Distribuição - Mercados-Abatedouros - Grãos - Pernambuco.
íNDICE
Pá{!ina
Introdução
I. Tema
2. Justificativa
3. Objetivos
4. Pressuposto básico
5. Descrição dos capítulos
2
5
5
6
I - Conceitos Preliminares e Revisão Bibliográfica
I. I. Definições operacionais
1.2. Conceito de estratégia mercadológica
1.3. Estratégias de Crescimento
1.4. Canais de distribuição
7
8
9
10
29
2 - As Cadeias de Produção e Distribuição
de Frangos de Corte 40
2.1. Definições operacionais 41
2.2. Cadeia biológica de frangos de corte 43
2.2.1. Granja avozeira: produção de matrizes 44
2.2.2. Granja de matrizes: produção de ovos férteis 45
2.2.3. lncubatório: processamento de ovos em pintos de 1 dia 49
1.1.4. Granja de engorda: preparação para o repovoamento
de pintos de 1 dia e recebimento de pintos de 1 dia 51
2.3. Cadeia de nutrição de frangos de corte 55
1.3.1. Plantio de milho 55
..,..•I PI . d ._.-'._. anuo e sOJa 60
1.3.3. Unidade de fabricação de ração: processamento de
milho. soja e outros componentes: e a nutrição de
frangos de corte 68
1.3.4. Granja de engorda: alimentação dos pintos desde
1 dia de idade ate alcançar a faixa de peso de mercado 75
1.4. Cadeia de distribuição de frangos de corte vivos 86
1.4.1. Granja de engorda: a comercialização dos frangos
de corte vivos 87
1.4.2. O atacado de frangos de corte vivos 93
1.4.3. O varejo de frangos de corte vivos: recebimento
de frangos de corte vivos e venda de frangos de
corte vivos e abatidos na hora 98
1.4.4. Abatedouro: recepção de frangos de corte vivos e
seu processamento 104
1.5. Cadeia de distribuição de frangos de corte abatidos 114
1.5.1. Frigorífico: venda de frangos de corte abatidos
resfriados e congelados 115
2.5. I. I. Oportunidades e tendências para os frigoríficos 115
2.5.1.2. A distribuição de aves abatidas no mercado interno 117
2.5.1.3. A distribuição de aves abatidas no mercado externo 123
3 - Pesquisa Junto às Empresas Produtoras 142
3.1. Metodologia da pesquisa 143
3.2. Pesquisa de campo junto aos produtores 145
3.2. I. Objetivo da pesquisa de campo 145
3.2.2. Metodologia da pesquisa junto aos produtores 145
3.2.3. Análise e conclusões da pesquisa de campo 148
3.2.4. Análise horizontal 168
3.2.5. Síntese de Informações 177
4 - Considerações finais 183
4.1. Definições operacionais 184
4.2. Perspectivas para a avicultura de corte no Brasil 184
4.3. Perspectivas para a verticalização das empresas 193
4.4. Recomendações 200
4.5. Limitações do estudo 20 I
4.6. Sugestões para estudos ulteriores 201
5 - Bibliografia 203
• j ~. ' ,~
6 - Anexo (Questionário) 222
1
INTRODUÇÃO
2
1. TEMA
Verticalização como principal estratégia de crescimento nas cadeias de
produção e distribuição de frangos de corte: um estudo exploratório de
empresas produtoras no Estado de Pemambuco.
2. JUSTIFICATIVA
A consolidação crescente da avicultura de corte brasileira é mais um
dos trunfos que diversos organismos políticos desejam manipular para obter
resultados em proveito próprio.
Evita-se por exemplo falar que o Brasil possui uma péssima taxa de
desfrute bovino, o que eqüivale ao payback da produção de gado. A
produtividade leiteira do país revela-se deficiente. sendo bastante inferior à
dos outros membros do Mercosul.
Pouco se comenta sobre as dificuldades financeiras dos criadores de
suínos. No que se refere à piscicultura, o país possui uma enorme extensão de
litoral e alguns dos maiores rios do mundo em extensão e volume d' água, mas
a população faminta simplesmente não come peixes. Este é mais caro do que a
came de frango e bovina.
O Brasil já foi grande produtor e exportador de algodão, e hoje é um
dos maiores importadores do produto. Da mesma forma as fábricas de
3
chocolate brasileiras provavelmente realizarão, se já não o fazem, importações
de cacau da África.
Ao que parece, em 1996, o Brasil também vat importar café da
Colômbia. As importações de coco seco, em um país tropical, são uma
realidade. O Brasil é considerado o maior produtor de frutas do mundo, mas
uma grande parcela da produção é perdida entre o campo e a cidade, por falta
de tratamento pós-colheita.
A cana de açúcar e o frango de corte são uma das poucas exceções de
competitividade brasileira atualmente.
A avicultura brasileira, e mundial, para continuar realizando os índices
atuais de crescimento, deve ser acompanhada de um enorme esforço mundial
na produção de grãos. Os estoques globais de arroz, trigo, milho e soja estão
em níveis baixíssimos. A demanda avícola irá pressionar ainda mais a
produção dos dois últimos. milho e soja.
A alimentação da população brasileira, e mundial. é tratada como uma
conseqüência natural do desenvolvimento econômico, e não como um objetivo
a ser alcançado.
O crescimento vegetativo da população mundial ultrapassa os 2%
anuais. A renda per capita dos países subdesenvolvidos oscila entre 3 e 5% ao
ano. O aumento conseqüente na demanda de alimentos é, portanto, de 4 a 6%
ao ano, considerando uma elasticidade-renda de 0,6. Não existe uma dezena de
4
países que tenham realizado crescimento agrícola de pelo menos 5% ao ano,
nas últimas décadas I .
Sempre que o Brasil atinge um novo recorde de produção de carne de
frango há uma efusiva comemoração sobre essa atividade promissora e um
mínimo de análise sobre o que esse fato representa. Na esperança de que a
avicultura brasileira de corte não possua o destino comum das culturas de
algodão e cacau no Brasil. todas duas culturas "promissoras" em seus tempos
áureos. iniciar-se-á este trabalho.
A falta de estudos acadêmicos na área de administração sobre um dos
poucos setores que se destacam no agribusiness brasileiro e que faturou mais
de US$ 5,0 bilhões em 1995, computado somente o valor da produção de
frangos de corte, é uma realidade.
Talvez mais crítico do que essa constatação, seja o fato de não existir
uma base teórica que permita a divisão estruturada das atividades do setor. A
falta dessa estruturação coloca atividades como alojamento de matrizes de
corte, produção de grãos, o mercado de produtores de frangos vivos, e a
exportação de cortes de frango para o Japão, por exemplo, juntos, mesclados
dentro de um artigo, o que dificulta análises específicas.
Um estudo exploratório sobre as atividades avícolas de corte justifica-
se, portanto, não somente pela falta de estudos sobre um tema
economicamente importante. mas também pela possibilidade de formular uma"
IProdução esbarra na tecnologia. Agroanalysis. Janeiro 1996. p.04
5
classificação das atividades que regem o setor e, em decorrência, analisar
melhor as relações entre os produtores e os diversos mercados envolvidos na
produção e distribuição de frangos de corte.
3. OBJETIVOS
Este estudo tem como objetivos:
- definir possíveis mveis de verticalização. nas cadeias de produção e
distribuição de frangos de corte, para as empresas produtoras de frangos de
corte;
- verificar as vantagens possíveis na adoção de mais um nível de verticalização
avançado na cadeia de distribuição de frangos de corte, a operação de
abatedouros, para as empresas do setor.
4. PRESSUPOSTO BÁSICO
A adoção de maior nível de operações verticalizadas pelas empresas
produtoras de frangos de corte, principalmente através da constituição de
abatedouros. oferece maiores vantagens competitivas às empresas do setor.
6
5. DESCRIÇÃO DOS CAPÍTULOS
o capítulo um faz uma breve descrição sobre as estratégias de
crescimento a serem adotadas pelas empresas, principalmente a integração
vertical. Também e realizado um estudo sumário sobre os canais de
distribuição.
o capítulo dois aborda as cadeias de produção e distribuição de frangos
de corte. A cadeia de produção de frangos de corte foi dividida em cadeia
biológica e cadeia de nutrição de frangos de corte: e a cadeia de distribuição
de frangos de corte foi dividida em cadela de distribuição de frangos de corte
vivos e de frangos de corte abatidos.
o capítulo três refere-se a uma pesqi.isa realizada com empresas
produtoras de frangos de corte no estado de Pernambuco. uma região não-
produtora de grãos. Nela se aborda os níveis atuais de verticalização de cada
empresa, bem como a importância atribuída a mais um nível avançado de
verticalização, a operação de abatedouros. Também foram pesquisados os
canais utilizados na distribuição e a segmentação geográfica dos compradores.
No capítulo final são abordadas as perspectivas para o setor avícola de1,
corte no Brasil, com análise das tendências das diversas atividades avícolas a
longo, médio e curto prazos.
7
CAPÍTULO 1
CONCEITOS PRELIMINARES E
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
8
Este capuu,o aborda as possíveis estratégias de crescimento passíveis de
adoção pelas empresas: crescimento nos atuais mercados com os produtos
existentes: aumentar o número de produtos para os mercados atuais: aumentar
os mercados para os produtos atuais; e a integração vertical, bem como a
alternativa a esta última: a quasi-integração.
A estratégia de diversificação não foi abordada. em função do objeto do
presente trabalho estar centrado nas atividades avícolas de corte.
O estudo dos canais de distribuição faz uma breve descrição sobre a
política de formação estrutural de canais, a seleção de canais e a sua
interrelação com o composto mercadológico da empresa. e as funções básicas
dos intermediários. Como parte do público alvo deste trabalho é o
empresariado avícola de corte, abriu-se um espaço para a demonstração da
importância da centralização de trocas e da figura do intermediário.
1.1. DEFINIÇÕES OPERACIONAIS
Para fins deste estudo consideramos os termos mercadologia e
markcting como similares.
O termo verticalização neste trabalho abrange a integração vertical e a
quasi-integração, Quando uma organização possuir, sob uma única
propriedade. dois ou mais estágios de produção. ela opera em sistema de
integração vertical; caso ela atue em suas operações de forma verticalizada
9
sem ter a propriedade da outra empresa, ela é operadora de um sistema de
quast-trüegracão.
Neste estudo serào utilizados os termos canal de marketing, canal de
comércio e canal de distribuição como similares".
1.2. CONCEITO DE ESTRATÉGIA MERCADOLÓGICA
A estratégia mercadológica consiste em encontrar os objetivos de
marketing que melhor se adaptem aos objetivos da empresa. Os objetivos
mercadológicos devem combinar todos os elementos do composto de
marketing e configurá-los em diversos arranjos de acordo com as mudanças no
ambiente empresarial.
A estratégia mercadológica que uma empresa adota ao longo do
tempo deve ter o máximo de flexibilidade para adaptar-se ás rápidas mudanças
tecnológicas vivenciadas nos últimos anos.
Dois dos maiores desafios experimentados nesta década sào:
(1) selecionar os ativos potencialmente úteis para a empresa:
(2) encontrar fontes externas que antes de solucionar as
dificuldades da empresa, agreguem valor ao serviço prestado.
CKotlcr. Philip .. -ulministracão de Morketing: análise. planejamento. tmplementação e controle.Tradução: Ailton Bonfim Brandão. ~' edição. S:10 Paulo: Atlas. 1')')4. p. ~:'.t.
10
Estes dois fatores acima são interrelacionados e complementares.
A estratégia de marketing implica na elaboração de orçamentos anuais,
ainda que simplificados. sendo elaborados tantos orçamentos quantos forem o
número de anos previstos para a rnaximização dos objetivos propostos pela
empresa.
Um dos objetivos empresariais básicos é a sobrevivência. Em mercados
de alta taxa de crescimento é natural que a sobrevivência implique na adoção
de estratégias de crescimento.
1.3. ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO
A tendência normal de uma empresa é buscar o crescimento. Quando há
crescimento a empresa absorve mais trabalhadores, ocupa mais máquinas.
realiza mais vendas. agrega mais valor aos produtos e serviços. proporciona
mais lucros e aumenta os seus recursos.
o crescimento eleva a coesão da equipe e determina um ritmo mais
acelerado de resolução de problemas. Não bastasse isto. o aumento da escala
. de operações é uma das condições de viabilidade em determinados mercados.
Ao optar por uma estratégia de crescimento a empresa deve verificar de
que produtos dispõe e em que mercados opera. Há quatro possibilidades
básicas de atuação:
11
(1) crescer nos atuais mercados com o portfôlio de produtos
disponível:
(2) aumentar o portfolio de produtos para o mercado atual:
(3) aumentar o tamanho do mercado para o portfôlio de produtos
disponível:
(4) integrar verticalmente.
1.3.1. CRESCIMENTO NOS ATUAIS MERCADOS COM O
PORTFÔL/O DE PRODUTOS DISPONÍVEL
o fato de uma empresa ter diversos anos de atuação num ramo de
atividades lhe traz uma experiência enorme com o seu produto e uma
familiaridade com o mercado por ela atingido. A curva de experiência é uma
grande aliada da firma.
O crescimento pode ser obtido de duas formas: elevando a taxa de uso
do produto entre os consumidores atuais e elevando a participação de mercado.
A primeira sempre que possível é mais desejável, pois evita as vicissitudes
decorrentes da captura de vendas dos concorrentes.
A taxa de uso do produto corresponde ao numero de unidades
consumidas em determinado período. É útil fazer uma análise da taxa de uso
em função da relação produto/usuário. Podemos estratificar dois grupos:
grandes usuários e pequenos usuários. As questões-chave são: que fatores os
12
levam aos níveis atuais de consumo: e sob que condições ficariam aptos e
dispostos a elevar suas respectivas taxas de uso
Segundo Aaker', há duas fonnas de crescimento nos mercados atuais da
empresa sem alterar o seu portfálio de produtos: elevando a taxa de uso do
produto e aumentando a participação de mercado.
A taxa de uso do produto pode ser elevada através de:
(a) descoberta de novas modalidades de consumo para os
usuários do produ/o: um produto muitas vezes é associado a uma
característica particular de uso, podendo entretanto ser usado para
outros fins. Algumas ferramentas estào à disposição da empresa
para que ela encontre novos usos para os seus produtos: a
pesquisa de mercado é uma delas; e procurar novos usos dados
aos produtos dos concorrentes. outra opção possível.
(b) aumentar a freqüência de uso: os caminhos mais procurados
para aumentar a freqüência de uso de um produto consistem em:
tornar mais conveniente o uso do produto no seu local de
consumo; estimular através de propagandas e promoções a
lembrança do uso do produto: reestimular uma posição de
'Aakcr. David A..Strategic Xlarket Management, -lth, cdition. Ncw York: John Wilev & Sons. Ine ..1995. p. 239.
l3
consumo cada vez mars freqüente do produto incitando uma
regularidade no uso; e reduzir ou eliminar barreiras de uso, ainda
que com alguma eventual mudança no produto.
(c) aumentar a quantidade usada em cada aplicação: o aumento
da quantidade usada em cada ocasião de consumo pode ser obtido
pelos mesmos meios do aumento da freqüência. Também pode se
procurar alterar o padrão de consumo através de maiores volumes
nas embalagens: e ceder benefícios ou vantagens financeiras aos
usuários na compra de um maior número de unidades.
o aumento na participação de mercado pode ser alcançado através de
alterações no composto mercadológico. Isto implicará provavelmente em
maiores custos e no risco de acirrar o grau de concorrência direta. O aumento
na participação de mercado só deve ser procurado quando conduzir a uma
vantagem competitiva sustentável. Muitas vezes a empresa consegue uma
parcela maior do mercado às custas de perda de rentabilidade, por exemplo, o
que não é interessante.
14
1.3.2. AUMENTO DO PORTFÓLIO DE PRODUTOS PARA O
MERCADO ATUAL
Há quatro linhas básicas de ação para desenvolver produtos em um
mercado já conhecido:
(a) introduzir um novo ciclo de vida ao produto: a introdução de
um novo ciclo de vida é importante para revitalizar um produto
que está se tomando obsoleto ou quando existe a possibilidade de
uma nova tecnologia ser aplicada ao produto.
(b) adicionar elementos extra ao produto: a adição de novas
características ao produto procura passar ao consumidor a idéia
de um plus. ou seja, algo a mais ofertado no produto. A vantagem
para a empresa reside no fato de ela aproveitar suas atuais
estruturas de produção, administração e marketing. As
desvantagens estão na alocação inevitável de recursos destinados
à nova característica e por ser uma oportunidade de crescimento
que inevitavelmente atrairá a concorrência.
(c) expandir a linha de produtos: a expansão da linha de
produtos e viável na medida em que a empresa pode utilizar
eficientemente seus ativos e habilidades nos novos produtos;
quando ela tem os recursos necessários para proceder à pesquisa
e desenvolvimento do produto: quando as estruturas de produção
e marketing estão aptas ao aumento da linha de produtos; quando
os consumidores se beneficiam de uma linha de produtos ampla;
e quando a extensão da linha de produtos é compatível com a
marca da empresa.
(d) utilizar lima marca conhecida para introduzir novos
produtos: lima marca possui um valor intrínseco, de difícil
mensuração. Fora ó produto ou a linha de produtos associada à
marca, a empresa pode incorporar outra categoria de produtos,
realizando uma extensão de sua marca. Com isso ela procura
adquirir sinergias. A chave para o sucesso, como nos itens
anteriores. é conseguir eficiência operacional. Um ponto que deve
ser analisado criteriosamente é se a associação de imagem da
marca com a nova categoria de produtos será bem aceita pelo
consumidor.
15
16
1.3.3. AUMENTO DO MERCADO PARA O PORTFÓLIO DE
PRODUTOS DISPONíVEL
Apresenta-se como uma opção atrativa. pois aproveita a tecnologia e o
conhecimento do portfolio atual da empresa, muitas vezes mantendo as
operações na mesma fábrica, através de canais de distribuição conhecidos. Os
investimentos realizados para o aumento de escala de operações podem
conduzir à redução de custos unitários de produção e distribuição, o que
configuraria uma vantagem competitiva sustentável.
Há duas opções para expandir o mercado do leque de produtos da
empresa:
(a) aumentar a área de alcance geográfico dos produtos:
significa expandir a atuação da empresa no âmbito estadual,
regional, nacional e internacional.
(h) aumentar as Fendas nos segmentos potenciais: consiste em
localizar o maior número possível de segmentos imagináveis e
identificar em quais destes é possível incorporar maior aceitação
pelo consumidor.
17
1.3.4. INTEGRAÇÃO VERTICAL
Integração vertical é a comhinação. sob uma única posse. de
dois 011 mais estágios de produção ou distribuição (ou ambos)
que são usualmente separados . .J
A integração vertical é o conjunto tecnologicamente diferenciado de
produção, distribuição, vendas e/ou outros processos econômicos, dentro dos
limites de uma única empresa. Como tal, representa uma decisão, que ela
toma, de fazer uso de transações internas ou administrativas. ao invés de
transações no mercado. visando a atingir propósitos econôrnicos.?
A determinação do nível ótimo de integração vertical da firma depende
do setor em que ela está inserida, e do seu posicionamento estratégico no setor.
Uma lista dos possíveis beneficios da empresa integrada verticalmente foi
obtida de informações fornecidas por executivos e de artigos publicados sobre
(1) margens de lucro adicionais;
(2) despesas de marketing reduzidas;
·'Suzzcll. Robert D. Is vertical integration profitablc? IIarvard Business Review. Jan. - Fcb. 1983. p.92-102.'Richers. Rairnar: Ferreira. Janc. "Competitive Strategy' de .II. Porter: um resumo. São Paulo:RR&CA. 1995. p. 65.IiColc. Robert. Vertical Integration In Marketing in Mallen. Bruce (org.). lhe Marketing Channel: aConccptual Viewpoint . Ncw York: John Wilcy & Sons. 1967. p. 156.
18
(3) estabilidade de operações;
(4) certeza de materiais e de fornecimentos;
(5) melhor controle da distribuição do produto:
(6) realização de ambições pessoais;
(7) controle de qualidade dos produtos;
(8) revisão imediata das políticas de produção e distribuição:
(9) melhor controle de estoque;
(10) possibilidade de utilizar marcas e tirar proveitos das
vantagens decorrentes:
( 11) oportunidade para aumentar fluxo de informações:
( 12) maior poder de compra;
(13) possibilidade de manter pessoal melhor treinado.
Além dos treze itens identificados por Cole, pode-se acrescentar outros
quatro beneficios estratégicos da integração vertical estudados por Porter:
(14) economias de operações casadas, juntando-se eficientemente
operações tecnologicamente diferentes;
( 15) Capacidade de diferenciação da empresa em relação aos
concorrentes pode ser aumentada;
( 16) as barreiras de entrada e mobilidade tornam-se elevadas;
Richcrs. "( 'ompctttive ... p. 6(,-7
19
(17) mesmo que não haja benefícios, a integração vertical pode
ser necessária como defesa contra impedimentos impostos por
fornecedores.
Segundo Aaker", a integração vertical pode ser vantajosa nos seguintes
casos, arrolados a seguir como benefícios:
(18) quando não existe fornecedor para o produto:
(19) quando não existe pontos de varejo para o produto; O
(20) quando o comprador ou vendedor detém o nome da marca:
(21) quando o comprador ou vendedor possui uma participação
muito grande no fluxo de negócios;
(22) quando o comprador ou vendedor tem um forte poder sobre a
tecnologia utilizada:
(23) quando o comprador ou vendedor tem um grande
conhecimento das operações da empresa a ponto de tomar-se
essencial para o seu funcionamento.
Uma lista dos possíveis custos da integração vertical pôde ser elaborada
por Cole'>, a partir de informações obtidas junto a executivos e artigos
especializados. Ela incluía os seguintes itens:
"Aakcr. Strategic ... p. 25].
20
(1) limitações administrativas;
(2) inflexibilidade de operações;
(3) incapacidade de algumas firmas marginais operarem
rentavelmente em condições de integração vertical:
(4) restrições sobre a variedade de produtos;
(5) disparidade entre estágios de operação;
(6) dificuldade de tentar novos campos de ação:
(7) posse de crescentes estoques:
(8) opinião pública e ação governamental:
(9) disparidade aumentada em margens e "líderes":
(lO) falta de especialização.
Segundo Porter'" alguns dos principais custos estratégicos da integração
vertical podem ser acrescidos à lista de Cole:
(11) custos de ultrapassar barreiras de mobilidade;
(12) aumento da alavancagem operacional;
( 13) flexibilidade para troca de sócios se reduz;
(14) barreiras de saída ficam mais elevadas;
9Colc. I ética/ ... p. 157."Richcrs. "Competitive .. p. 67-S.
(15) necessidades de investimento de capital;
(16) impedimento de acesso a fornecedor ou pesquisa e know-how
de cliente;
(17) manutenção do equilíbrio entre os extremos da integração é
muito importante para evitar o surgimento de problemas;
(18) perda de incentivos externos;
( 19) necessidades diferenciadas de pessoal de gerência.
Aaker ' coloca alguns dos possíveis custos da integração vertical:
(20) não há garantias de que os custos associados das duas
atividades não excederão os custos de transação entre duas
firmas;
(21) é improvável que as duas operações trabalhem nas
respectivas capacidades ótimas. o que elevará os custos da que
estiver com capacidade em excesso;
(22) sem a disciplina da concorrência de preços externos, pode
haver desincentivos para o controle de custos, pois o fluxo de
transação já está garantido;
(23) usualmente um preço de transferência simulando um preço
de mercado é utilizado intra-organização, sendo este preço de
II Aakcr. Strategic ... p, 255-(,.
21
22
transferência sujeito a informações falsas . ou pressões
organizacionais, o que tomaria uma unidade mais lucrativa e a
outra mais deficitária do que na realidade o são;
(24) a administração de negócios diferentes;
(25) dependência aumentada do ramo de atuação:
(26) flexibilidade ambiental reduzida.
Foram abordados os principais beneficios e custos da integração
vertical de forma generica, mas é importante distinguir que características
influenciam mais a integração vertical para a frente e a integração vertical para
trás 12. As características estratégicas específicas na integração para a frente
são:
- melhoria na capacidade de diferenciar o produto;
- acesso aos canais de distribuição: melhor acesso à informação de mercado:
- obtenção de preços mais elevados pode ocorrer com a venda a diferentes
clientes de um produto que seja essencialmente o mesmo.
Na integração vertical para trás é possível distinguir':':
IZRichcrs. "Competitive ... p. 68-'.1.IIRichcrs ... ( 'ompetitive .. p. 6'.1.
23
- direitos de propriedade de conhecimento poderão ser retidos com a empresa
se ela fabricar partes essenciais, não tendo que dividi-los com seus
fornecedores:
- diferenciação pode ser conseguida através de controle sobre matérias-primas
básicas.
É muito comum os executivos exagerarem as possibilidades efetivas da
integração vertical na melhoria da condução dos negócios da empresa.
Segundo Porter. algumas das crenças mais comuns SãOI4:
- uma forte posição de mercado em um estágio pode automaticamente ser
transferida a outro:
- é sempre mais barato fazer as coisas internamente;
- é sempre lógico integrar verticalmente estando num negócio competitivo;
- a integração vertical pode salvar um negócio estrategicamente doente;
- a experiência da unidade pioneira qualifica automaticamente o pessoal da
gerência a dirigir uma unidade anterior ou posterior na cadeia vertical.
Através de algumas análises baseadas em informações do programa de
pesquisa PIMS tProfit lmpact ofMarket Strategtesí; contendo dados de I. 742
unidades de negócios. Robert D. Buzzell, Harvard Business School,
1.1Richcrs. "Competiuve ... p. 70.
24
selecionou 1.649 unidades de negócios nas áreas de manufatura e
processamento. Eles se referem a produtos de consumo, componentes e
produtos industriais, matérias-primas e produtos semi-acabados. As
informações dizem respeito a períodos de quatro anos consecutivos durante a
década de 70. Somente os blocos dos quatro anos mais recentes foram
utilizados.
É importante explicitar o termo unidade de negócios. Cada unidade de
negócios é uma subdivisão da empresa. geralmente uma divisão de produtos
ou uma linha de produtos que se distingue dos outros setores da companhia,
pelos compradores que ela atende, pelos competidores que enfrenta e pelos
recursos que emprega 15.
I 'Buzzcll. 15 vertical ... p. ')~
25
Figura 1 - Integração vertical e rentabilidade
Integração Lucro líquido Investimento Lucro líquido Número devertical medida como como como unidades de
pelo valor percentagem de percentagem de percentagem de negóciosadicionado vendas vendas investimento analisados no
como PIMSpercentagem de
vendasAbaixo de 40% 8% 38% 26% 267
40-50% 8 45 22 34150-60% 9 54 20 38960-70% 10 56 22 338
Acima de 70% 12 65 24 314Fonte: Adaptado de Buzzell. Robert D. ls vertical integration profitable?
Harvard Business Review. Jan. - Feb. 1983. p. 97
A figura I determina o impacto na rentabilidade em função do grau de
integração vertical. Verifica-se que ocorreu um aumento no lucro líquido como
percentual de vendas, decorrente da maior integração vertical; entretanto não
ocorreu um acréscimo do lucro líquido como percentual do investimento
real izado IÓ.
IA Aakcr .. Strategic ... p. 257.
26
Figura 2 - Gráfico do Lucro Líquido como Percentagemde Investimento em Sistema de Integração vertical
40
35
30
252015
10
5
O+-----~------~----~------~----~
-+- Lucro líquido comopercentagem deinvestimento
< 40 40-50 50-60 60-70 >70
A figura 2 coloca em gráfico o que foi exposto no parágrafo anterior.
Ela revela o curioso conceito de que os negócios mais lucrativos estão nos
extremos do spectrum da integração vertical. Por isso os fabricantes devem se
precaver em adotar verticalizações parciais. A empresa que prefere comprar a
fabricar, tende a minimizar investimentos, buscar preços baixos, e ter o
máximo de flexibilidade. A firma com grande participação de ativos integrados
irá maximizar os benefícios da integração vertical'".
Análises de outros autores confirmaram os dados da figura 1 para
produtores de bens de consumo e bens industriais, mas mostraram que para
fabricantes de matérias-primas e de produtos semi-acabados, o retomo sobre o
investimento declinou consistentemente à medida que o valor agregado como
percentagem de vendas subiu".
l-Idem.I"Buzzcll. Is vertical ... p. %.
27
Quando a empresa pode intensificar a integração vertical sem ter que se
submeter a investimentos de capital proporcionalmente maiores, as
perspectivas são melhores.
As empresas maiores têm melhores possibilidades de utilizar a
integração vertical do que seus concorrentes menores, porque podem operar
melhor em escalas eficientes a cada estágio da atividade")
Um outro item que merece atenção. pois diz respeito ao passado recente
do Brasil. é que entre as empresas que trabalharam com inflação nos seus
custos de materiais o retomo sobre o investimento que elas alcançaram foi
maior quando o nível de integração vertical era baixo. e menor quando o grau
de integração vertical era alto"'.
Quanto à política de inovação de produto, em mercados maduros e em
crescimento, as maiores taxas de introdução de produtos novos apareceram nas
empresas mais integradas verticalmente. Isto talvez se explique pelo fato de a
própria necessidade de inovação ter levado a empresa a uma estratégia de
integração vertical. visto se tratar de um produto bastante explorado, e do
crescimento do mercado.
"Tdcm.2<Jldcm. p. 'JX.
28
1.3.5. QU4SI-INTEGRAÇAO
Antes de finalizar o tópico, convém localizar as diversas possibilidades
alternativas à integração vertical, englobadas sob a designaçào de quasi-
integração:
- contratos de longo prazo entre empresas independentes;
- contratos de curto prazo:
-joint vcntures:
- investimento com minoria acionária;
- propriedade de ativos;
- acordos exclusivos;
- empréstimos:
- créditos de compras;
- alianças estratégicas:
- p & O cooperativo:
- licenças de tecnologias:
- instalações logísticas especializadas; e
- franchising'" .
:1Aakcr. Strateg:« ... p. 256 c Richcrs. "( 'ompetitive .. p. 6')-70.
29
Quando se cogita em integrar verticalmente as operações de uma
empresa, pode-se delinear um roteiro com três linhas de pensamento, nesta
ordem:
( I) analisar alternativas possíveis à integração vertical;
(2) selecionar opções de integração vertical com seus diversos
níveis possíveis de investimentos em função de escalas eficientes
de operação:
(3) evitar posições intermediárias na figura 1.
1.4. CANAIS DE DISTRIBUiÇÃO
Os canais de marketing são:
... todos os fluxos que se estendem do produtor ao usuário. Estes
incluem os fluxos de posse física, propriedade. promoção.
"negociação, financiamento, risco. pedido. e pagamento:',
Segundo Breyer. um canal de comércio é formado quando ocorrem
relações comerctats que (ornam possível a passagem de título e/ou posse
22Mallen. lhe Marketing Channel.: p. 124 (Referência a Ronald S. Vaile: E.T. Grether: Reavis CoxoNcwYork: RonaldPress. 1<)52. p.121. IH).
30
(geralmente os dois) de hem do produtor ao último consumidor, sendo
transacionadas pelos estabelecimentos de comércio que compõem o sistema",
Para Kotler, os canais de marketing podem ser vis/os como um
conjunto de organizações independentes envolvidas no processo de tornar o
produ/o ou serviço disponível para uso ou consumo": Esse processo engloba
várias funções-chave: informações; promoção; negociação: pedido;
financiamento; risco; posse física; pagamento e propriedade.".
Um nível de canal é determinado pelo trabalho realizado por cada
intermediário para mover o produto do fabricante ao usuário final. Todos que
realizam ao menos uma etapa do processo, inclusive o fabricante e o usuário,
constituem níveis de canal. Com o aumento do número de níveis do canal
aumenta a dificuldade do produtor de obter informações sobre os usuários
finais. O processo de seleção de canais é uma das decisões mais difíceis em
marketing. O produtor deve escolher quantos níveis vai interpor entre ele e o
consumidor final, em que níveis ele vai assumir as funções de marketing e em
que níveis vai selecionar organizações independentes para representá-lo. Por
isso a análise mercadológica dos canais deve começar identificando os' custos
relacionados à criação de utilidade de posse, de lugar e de ternpo".
23 Brcycr. Ralph. Some Obscrvations On "Structural" Formation And Thc Growth or MarketingChanncls in.Mallcn, The Marketing Channel ... p. 22.:4Kotlcr .. +dministracão de Marketing ... p. 454.2sldem. p. 455.:r,Aldcrson. \Vroc. Factors Govcrning Thc Dcvclopment or Markcting Channcls in Mallcn. FileMarkcting i 'hannet. p. 1,7.
31
A utilidade de posse está intrinsecamente ligada à figura do
intermediário. Consideremos cinco produtores (A, B, C O e E), produzindo
cada um somente um artigo, realizando trocas entre si. Para ganhar eficiência,
cada um deles. ao se relacionar com o outro, já realiza a duplicação do
transporte, ou seja, o produtor "A" segue com seu produto e retoma com o do
produtor "8", reduzindo o número de trocas total do sistema. Serão
necessárias dez operações para todos intercambiarem seus produtos: quatro
operações. de A para B. C O e E; três operações. de 8 para C O e E: duas
operações. de C para O e E: e uma operação. de O para E. A fórmula para
expresssar o número "T" de transações em um mercado descentralizado é:
T=n(n-l)/2
onde "n' é o número de produtores, com a produção de somente um artigo
cada.
Concebe-se agora a figura de um intermediário que detenha a posse das
mercadorias. Admita-se que ele possui um estoque com margem de segurança
para não deixar faltar produtos. Desta forma o produtor .,A", ao entregar sua
produção ao intermediário, já leva de volta os produtos de "B", "C", "O" e
"E"; da mesma forma o produtor "8" ao entregar suas unidades, já retoma com
os produtos de "A", "C", "O" e "E"; o mesmo acontecendo com os produtores
"O" e "E". Serão necessárias. neste caso. somente cinco operações para
intercambiar todos os produtos. O número de transações "T" é igual ao
número de produtores "n",
32
Imagine-se um mercado com somente 100 produtores (n = 100), um
número absolutamente pequeno. Em um mercado de trocas descentralizado
haverá 4950 transações [T = n (n - 1) / 21, enquanto em um mercado
centralizado com um intermediário ocorrerào somente 100 transações (T = n],
Neste exemplo básico verifica-se que fabricantes com uma produção
especializada, utilizando um intermediário com distribuição exclusiva, podem
obter vantagens competitivas. A economia moderna, entretanto, é bem mais
complexa e o mercado envolve muitos fatores intervenientes.
A utilidade de lugar e de tempo está relacionada à distância existente
entre o comprador e o vendedor. Para que haja qualquer negociação, um deles
deve realizar despesas de comunicação. transporte e hospedagem, para
contatar o outro. Por essas dificuldades, o número de intermediários tende a
crescer com a maror distância geográfica. Deve-se inclusive aprofundar o
conceito de distància: não somente a amplitude geográfica, mas a qualidade
dos meios de transporte, a qualidade da comunicação. a incidência de impostos
e a facilidade de créditos. Neste sentido a fixação de uma marca para os
produtos da empresa pode diminuir a distância representada por uma série de
especificações do produto.
O produtor deve confrontar o custo de realizar as funções-chave, ele
próprio versus as utilidades de posse, lugar e tempo que poderiam ser ganhas
com o uso de intermediários. Quanto mais funções o fabricante executar,
maiores os seus custos. Se ele decidir utilizar intermediários, a margem de
33
lucro acrescentada pelos mesmos deve ser menor do que a econonua de
operações da empresa, para um mesmo nível de eficiência'".
Os principais intermediários atuantes em um canal de comércio são os
atacadistas e varejistas. Segundo a American Marketing Association, ()
atacadista é uma unidade de negócio que compra e revende mercadorias para
varejistas e outros distribuidores e/ou para consumidores industriais,
institucionais, mas que não vendem a consumidores finais'". No Brasil é
freqüente os atacadistas também realizarem vendas para consumidores finais.
Varejista. segundo a American Marketing Association, é uma unidade
de negócio que compra mercadorias de fabricantes. atacadistas e outros
distribuidores e vende diretamente a consumidores finais e, eventualmente, a
'd. 29outros consumi ores .
A política de formação estrutural de canais de distribuição decorre
principalmente dos recursos financeiros da empresa. Qualquer alteração na
constituição dos membros do canal resulta:
( 1) no investimento de quantias substanciais para executar as
novas atividades; ou
(2) na possível perda financeira resultante da liquidação de ativos
e de operações.
:~Kollcr .. ulministração de Marketing' ... p. 455:RCobra. Marcos .. uiministração de Marketing . São Paulo: Atlas. 1990. p . .t9.t.:~Cobra .. ldminislraçiio de Xlarketmg ... p. 504.
34
Pelos motivos acima, geralmente há pouca flexibilidade em relação a
alterações nos membros do canal''".
Cada vez que um intermediário novo entra na estrutura de distribuição,
um ou mais canais são fonnados. Da mesma forma cada produto novo
introduzido cria um novo canal e cada produto retirado de circulação desfaz
outro canal. Cada estrutura de distribuição possui tantos canais quantos forem
os produtos por ela distribuídos. A justificativa para tal linha de raciocínio
fundamenta-se nas seguintes constatações:
- cada produto, ainda que existam produtos similares pertencentes a uma
mesma linha, possui diferentes características mercadológicas;
- cada produto é vendido individualmente para os consumidores;
- cada produto é identificado individualmente por marcas ou logomarcas.
Todos os dias com a introdução de novos produtos e novos membros na
estrutura de distribuição. o número de canais se multiplica a uma taxa muito
maior do que a do número de empresas ou produtos.
Uma das maneiras de se avaliar o crescimento do canal individual é
mensurar o número de unidades fisicas distribuídas por ele em um período de
"Brcvcr in.Mallcn, The Marketing ( 'hannel. .. p. 23.
35
tempo. Medidas baseadas em critérios financeiros não são muito adequadas,
pois o sistema de preços está sujeito a variações ao longo do ternpo" .
A formação de um grupo de canais OCOITequando há distribuição de
produtos em posse de um membro de um canal individual (por exemplo: um
atacadista) para um membro de outro canal individual (por exemplo: um
varejista ou mesmo um atacadista de menor porte). O interesse maior de um
fabricante está no estabelecimento da rede de canais de distribuição dos seus
produtos. de maneira a explorar ao máximo os mercados potenciais e assegurar
a rnaxirnização de lucros no longo prazo. O problema é que sempre ocorrem
inovações de produtos e alterações geográficas nos padrões de demanda de
quase todos os produtos. entre outras mudanças. Com isso a composição de
canais do grupo deve ser alterada constantemente.
Muitas vezes o produtor na ânsia de fazer uma distribuição ampla, não
assume a condição de capitão de canal, fazendo uso indiscriminado de todos
os canais possíveis. Agindo assim a configuração do grupo de canais
apresentar-se-á altamente instável, sujeita a condições de mercado e táticas de
concorrentes. Nos mercados de commodities agrícolas e animais é muito
freqüente a ocorrência de distribuição intensiva instável.
No caso de produtores com marcas bem posicionadas e promovidas a
formação do grupo de canais é geralmente um processo bem pensado e
3\ Idem. p. 2 ..L
36
cuidadosamente planejado, onde a ênfase está na escolha dos membros dos
canais, e tende a se utilizar de distribuição exclusiva ou seletiva.
Para se realizar uma avaliação do crescimento do grupo de canais não é
muito interessante mensurar as unidades físicas, como é feito no canal
individuaL pois é comum a comercialização de diferentes produtos em cada
canal. Uma solução seria a mensuração de crescimento através da análise de
subgrupos de canais, baseada no tipo de canal. natureza do produto e area
geográfica'".
A política de seleção de canais está diretamente relacionada ao
composto de marketing da organização":
(l) produto: a distribuição depende dos atributos do produto,
como seu valor intrínseco, sua diversidade de usos, a necessidade
de ajustes aos consumidores, volume e perecibilidade.
Em geral produtos de baixo valor unitário usam
distribuição indireta. No caso de Commodities perecíveis, estas
devem seguir no canal o mais rápido possíveL quando não se
dispuser de intermediário que possa colocar o produto
rapidamente no ponto de venda, a empresa deverá usar a
distribuição direta.
'2Idem. p. 25.']Mallcn, lhe Marketing Channel. . p. Im.
Quanto maior o número de produtos similares, vendidos
no mesmo ponto de venda, menor as despesas fixas de venda caso
a empresa adote a distribuição direta.
A embalagem deve se adequar ao sistema de distribuição
da empresa.
A seleção do canal depende do ciclo de vida do produto:
muitas vezes um produto para ser introduzido e aceito no
mercado necessita distribuição direta para lojas de varejo
especializadas. podendo-se depois maximizar a sua distribuição.
(2) preço: as margens podem ser controladas através de descontos
e de controle de preços de revenda. Muitos fatores afetam as
margens dos intermediários como: grau de concorrência, custo
operacional, mark-up, poder de barganha e poder de controlar o
preço de revenda.
Os métodos de controle de preços incluem distribuição
direta em todos os níveis, vendas em consignação. escolher
intermediários sem ou com pouco poder, preços de revenda
estampados no produto quando possível e conceder somente
pequenos descontos.
37
Em suma, o número de canais, o poder dos intermediários
e o grau de distribuição direta interagem profundamente com a
formação de preços ao consumidor.
(3) promoção: a promoção e a seleção de canais são
interrelacionadas. Quanto mais utilizada a distribuição direta e a
venda pessoal, menor o esforço de promoções de vendas e
propaganda. com uma pequena parcela destas duas últimas
dirigida aos atacadistas.
Inversamente, o uso da distribuição indireta pressupõe
menos venda pessoal, e mais propaganda e promoções de vendas,
com aumento da fatia promocional destinada aos atacadistas.
(4) distribuição fisica: o composto de distribuição engloba a
distribuição física e a seleção do canal de distribuição.
O intermediário pode ser um agente que atenda os
varejistas, enquanto a empresa garante os níveis de estoque. ou
um atacadista que se responsabilize pelas duas tarefas.
O desenvolvimento tecnológico na área de transportes e de
manuseio de materiais possibilita a uma empresa aprofundar seus
mercados, o que pode alterar as participações relativas da
distribuição direta e indireta no composto de distribuição.
38
39
A localização das fábricas e dos depósitos próximos dos
mercados pode viabilizar uma maior participação da distribuição
direta.
CAPÍTULO 2
AS CADEIAS DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
DE FRANGOS DE CORTE
40
41
As cadeias de produção e distribuição de frangos de corte apresentam-
se como interdependentes, porém com características próprias. Serão assim
analisadas individualmente.
A cadeia de produção. para fins deste trabalho. será dividida em duas
cadeias: a biológica, em que temos a seleção genética e o ciclo de evolução de
frangos de corte; e a de nutrição, em que a se estuda a ração dos frangos de
corte e os seus principais componentes, o milho e a soja.
A cadeia de distribuição também será dividida. para fins deste estudo,
em duas cadeias: a de frangos vivos, em que se analisa a distribuição das aves
das granjas de engorda até as unidades de recepção do produto vivo, o que
inclui os abatedouros; e a de frangos abatidos, em que se estuda a distribuição
das aves dos abatedouros até as unidades de recepção do produto abatido.
2.1. DEFINIÇÕES OPERACIONAIS
Para fins deste trabalho o termo cadeia é utilizado para definir uma
estrutura composta de vários níveis, onde cada nível representa uma etapa de
processamento ou transferência de produtos, realizada pelo produtor ou por
uma fonte quasi-integrada. em direção ao consumidor final.
42
A expressão produtor de frangos ou simplesmente produtor representa
a empresa que realiza a maioria ou a totalidade dos investimentos na atividade
de produção das aves.
O termo criador de frangos ou simplesmente criador representa o
proprietário da granja, que exerce a atividade de confinamento ou engorda das
aves. Se o criador é autônomo, ou seja, se ele desempenha a maioria ou a
totalidade dos investimentos por sua conta e risco, ele também recebe o título
de produtor.
O sistema mais difundido de criação de frangos no Brasil é a integração
avícola ou simplesmente integração, em que o criador atua como uma fonte
de terceirização para o produtor, na etapa de engorda das aves. Para evitar
possíveis confusões com o termo integração vertical, neste trabalho será usado
a expressão parceria avícola ou simplesmente parceria em substituição à
integração avícola.
Os termos abatedouro e frigorifico são utilizados como sinônimos.
Normalmente dá-se preferência a utilizar o termo abatedouro quando se
descreve os aspectos relacionados ao processamento de frangos. e o uso do
termo frigoriftco está mais relacionado com a comercialização de frangos
resfriados e congelados.
A expressão aba/ido na hora serve para designar o frango abatido
artesanalmente em lojas varejistas de frangos vivos, situadas geralmente na
periferia de grandes e médias cidades, e em pequenas cidades do interior.
43
Salvo algum engano a expressão abatido na hora sempre aparecerá em itálico
para facilitar a compreensão do leitor.
2.2. CADEIA BIOLÓGICA DE FRANGOS DE CORTE
Escolheu-se a cadeia biológica de frangos de corte para abrir este
trabalho. no intuito de familiarizar o leitor leigo em avicultura de corte com as
atividades do setor.
A cadeia biológica de frangos de corte possui quatro participantes: a
granja avozeira. a granja de matrizes. o incubatório e a granja de engorda de
pintos.
o termo biologico é aplicado a esta cadeia em função dela lidar com os
diversos estágios de formação de seres vivos - os frangos de corte. A escolha
da linhagem genética das galinhas matrizes. que é transmitida
hereditariamente aos ovos fertilizados, e destes aos pintos, proporcionará aos
futuros frangos de corte um padrão estabelecido de produção em termos
qualitativos e quantitativos.
Dentro do conceito de cadeia biológica de frangos de corte, enfatiza-se
a importância econômica no processo biológico de evolução matriz - ovo -
pinto - frango de corte.
44
f Incubatório I f Granja de IEngorda
2.2.1. Granja Avozeira: produção de matrizes
As granjas avozeiras estabelecidas no Brasil obtêm seu plantei através
de importação das galinhas avós. A tecnologia genética para desenvolver as
avozeiras é um segredo industrial de empresas geneticistas estrangeiras.
Através de cruzamentos entre as avós importadas, via licença de
tecnologia, as granjas avozeiras obtêm as linhagens genéticas de matrizes
direcionadas para a produção de frangos de corte: Hubbard, Arbor Acres,
Ross, Avian Farms ou Shaver, Cobb, Hybro e Isa Vedette.
o número de linhagens tem diminuído constantemente ao longo das
últimas décadas. Isto é creditado" à redução nas margens de lucro e ao
conseqüente aumento de investimentos de capital e de tecnologia ocorrido nas
granjas de engorda nos últimos dois decênios, no Brasil. Com o aumento do
"Llnhagcns e tecnologia garantem produtividade aos frangos dc corte .. 1ves & Ovos /1 Revista da.'vIa de rn a Avicultura. Setembro 1994. p. 16-7 (Comentários de José Roberto Soltura. veterinário ediretor-técnico da Associação Paulista de Avicultura - APA)
45
capital investido e a perda de rentabilidade, os criadores de frangos de corte
não querem arriscar em linhagens menos produtivas.
o licenciamento de tecnologia das linhagens de corte é feito às
empresas brasileiras, que constituem um oligopólio no mercado de matrizes:
Granja Rezende - Hubbard, Sadia - Arbor Acres, Agroceres - Ross, Isa
Avícola - Isa Vedette. Esta última, Isa Vedette, é a única exceção em relação
ao licenciamento de tecnologia: a ISA Avícola que a produz é filial da ISA,
empresa francesa do grupo Rhône Poulenc35.
Algumas dessas empresas, em função do seu porte, apresentam alto
grau de integração vertical, possuindo granjas de matrizes, incubatórios e
granjas de engorda. Graças à introdução da parceria avícola no Brasil pelo
frigorífico Sadia". este último participante da cadeia foi maciçamente
terceirizado, possibilitando uma extraordinária expansão fisica do sistema.
Alguns grandes produtores industriais da região Sul e líderes de
mercado no Brasil possuem granjas avozeiras, como a Sadia e a Perdigão.
2.2.2. Granja de Matrizes: produção de ovos férteis
Analistas do setor avícola acreditam que as matrizes de corte que
tendem a predominar serão aquelas cujas linhagens atendam a mercados
J5Idcm.1(,Antunes. Renan. Vigilantes de frango. I 'eja, 051l2fl)O. p.17
46
específicos: linhagens especializadas em velocidade de crescimento para o
mercado de frangos inteiros ou carcaças; e linhagens de maior produção de
carne de peito para o mercado de cortes"'7.
o criador de matrizes. ao optar por uma das 1inhagens , entra em
contato com a granja avozeira e adquire as aves. Após o transporte das
mesmas, o matrizeiro as cria por um período de seis meses até que se inicie o
processo de produção de ovos, o qual dura 45 semanas. A matriz, de acordo
com o padrão preestabelecido pela sua linhagem. deve produzir uma média de
170 ovos totais férteis. aptos a serem incubados".
o mercado de ovos férteis é transacionado de acordo com o tamanho
das unidades. Os ovos maiores geram pintos maiores. e estes por sua vez
geram crescimento mais acelerado de frangos de corte. Por este motivo os ovos
maiores são mais bem remunerados.
A relação entre a granja de matrizes e o incubatório pode ser:
(1) a granja de matrizes e o incubatório são integrados verticalmente,
ou seja, são unidades de negócios da mesma empresa;
(2) a granja de matrizes e o incubatório são quasi-integrados, ou seja,
possuem alguma relação contratual que presume maior coesão de
operações do que se fossem participantes autônomos;
.11Linhagens ... p. 171HControlede Qualidade. Integração Outubro 1990. p. O]. (Publicação da MAFISA AvíCOLA.Recife)
47
(3) a granja de matrizes e o incubatório são participantes autônomos
na cadeia.
A granja de matrizes e o incubatário são integrados verticalmente na cadeia
biológica de frangos de corte
Um incubatório autônomo não pressupõe a propriedade de uma granja
de matrizes, mas seria muito arriscado para um produtor possuir uma granja de
matrizes sem um incubatório atrelado a ela.
Todos os dias sem exceção são coletados os ovos férteis das matrizes.
Embora haja um mercado de incubatórios que compre estes ovos. o nível de
perdas poderia ser muito grande numa operação autônoma. A solução mais
sensata para o matrizeiro é operar integrado verticalmente, com as capacidades
mais aproximadas possíveis.
O criador de matrizes pode destinar parte da produção de ovos para o
incubatório próprio e parte para clientes. O tamanho dos ovos que ele fornecer
ao comprador, que normalmente prefere pagar um pouco mais por ovos
maiores, define a sua remuneração.
48
A granja de matrizes e o incubatório são quasi-integrados na cadeia
biológica de frangos de corte
Quando há dúvidas em relação ao desenvolvimento futuro das
atividades, é comum o matrizeiro realizar o arrendamento das instalações
fisicas de um incubatório desativado.
A cadeia biológica possui uma boa adaptabilidade no que se refere à
mudança de um participante para outra posição na cadeia. Há casos, por
exemplo, em que uma granja de matrizes teve suas instalações adaptadas para
galpões de engorda. Para não transferir a posse ou desativar o incubatório que
lhe era integrado, ele contratou uma parceria avícola com uma empresa
produtora de frangos de corte, dona das matrizes, em que os pintos destinados
à sua nova estrutura de engorda fossem exclusivamente incubados nas suas
instalações e não no incubatório do parceiro produtor como acontece de praxe
na parceria avícola.
A granja de matrizes e o incubatório são participantes autônomos na cadeia
biológica de frangos de corte
É uma modalidade adotada por alguns incubatórios, pois evita o enorme
investimento e o risco de contaminação presentes em uma granja de matrizes,
além do comprometimento com a escolha de uma linhagem.
A granja de matrizes que erra na escolha de linhagens pode ter sérias
dificuldades na colocação dos ovos no mercado.
49
2.2.3. Incubatório: processamento de ovos em pintos de 1 dia
o transporte dos ovos férteis ao incubatório é realizado por caminhões
do tipo baú, preparados especialmente para evitar quebras e trincamentos nos
ovos. A incubação se dá num período de 21 dias.
De cada 170 ovos férteis, aptos para a incubação, recebidos pelo
incubatório, espera-se uma produção de 140 pintos. A eclosão se dá em
chocadeiras elétricas.
A relação entre o incubatório e a granja de engorda pode ser:
(1) as duas são integradas verticalmente;
(2) as duas são quasi-integradas;
(3) as duas são participantes autônomas na cadeia.
o incubatório e a granja de engorda são integrados verticalmente na cadeia
biológica de frangos de corte
Com o advento da parceria avícola, os incubatórios reduziram muito os
investimentos na aquisição de granjas. Entretanto, mesmo se a estratégia não
for orientada para a integração vertical, é de extrema utilidade o incubatório
dispor de alguma(s) granja(s) própria(s) com galpões livres, haja visto ser
muito freqüente que as granjas do sistema de parceria tenham atrasos na
preparação para o recebimento dos pintos.
50
o incubatório e a granja de engorda são quasi-integrados na cadeia
biológica de frangos de corte
É o caso do arrendamento e da parceria avícola. No arrendamento, o
dono da granja cede suas instalações por um valor fixo mensal, ou um tipo de
remuneração por lote, que pode ser fixa, ou adotar algum critério variável. O
arrendatário que assume as operações da granja acumula as funções de
produtor e criador.
No que se refere aos pintos, especificamente, pode haver conflitos entre
o incubador - criador. no que diz respeito à qualidade do produto e prazo de
entrega.
Como o criador. no sistema de parceria, recebe sua remuneração em
função da produtividade do lote, fica muito sensível quanto à qualidade dos
pintos que lhe são enviados.
O criador também se preocupa com o prazo. pOIS a mão-de-obra
constitui seu principal custo, sendo suas despesas praticamente constantes,
esteja a granja alojada ou não.
o incubatório e a granja de engorda são participantes autônomos na cadeia
biológica de frangos de corte
É o caso do criador por sua própria conta e risco. pertencente ao que em
São Paulo se chama mercado paralelo"; em que o criador não está vinculado
19Dc Ccsarc, Claudia Facchini. O setor avícola se divide. Gazela Mercantit. 01/02/96, p. B - IG
51
às parcenas avícolas. A possibilidade de surgir conflitos é maior,
especialmente no que tange à qualidade do produto, preço, prazo de entrega e
serviço pós-venda.
Quando o conflito é identificado, entretanto, toma-se mais fácil a sua
resolução, em função da tendência de ambos em querer preservar a relação
comercial.
2.2.4. Granja de Engorda: preparação para o repovoamento de pintos de 1
dia e recebimento de pintos de 1 dia
A granja de engorda desempenha suas atividades de forma cíclica. O
processo ideal consiste em alojar todos os pintos de uma só vez, em um único
dia. Procedendo assim, terá a seu favor o fato de o lote de aves desenvolver-se
em todos os galpões de forma homogênea, evitando contaminações oriundas
de aves mais velhas para aves mais jovens dentro da granja.
O fluxo de trabalho no lote único de engorda também fica facilitado,
pois há um ganho de escala nas quatro tarefas básicas desempenhadas pela
granja de engorda:
( I) recebimento de pintos de um dia;
(2) conversão dos pintos de um dia via alimentação e cuidados
em frangos de corte aptos a seguirem ao mercado:
52
(3) expedição dos frangos de corte para os canais de distribuição;
(4) preparação para o repovoamento de pintos de um dia.
Na cadeia biológica de frangos de corte, a participação da granja de
engorda fica restrita, na seguinte ordem, às tarefas de preparação para o
repovoamento de pintos de um dia, e recebimento de pintos de um dia.
a) a preparação para o repovoamento de pintos de um dia. Deve ser
considerada como o início de todo o ciclo de engorda. Esta etapa consiste em:
I) retirar o subproduto esterco, deixado no aviário pelo último
lote de aves vendidas, do piso dos galpões;
2) lavar, limpar, e desinfetar com microbicidas os galpões e
equipamentos;
3) deixar em repouso para ação dos microbicidas os itens citados;
4) a nova montagem dos equipamentos para recepção de outro
lote de pintos de um dia.
Cada dia de atraso na preparação para o repovoamento implica em um
dia a mais de custos para o criador e no atraso de um dia no ciclo que se inicia .•
Se a data para o alojamento já tiver sido confirmada, haverá redução no prazo
de repou~o ou de vazio sanitário, o que pode vir a prejudicar o futuro'
desenvolvimento das aves.
53
A remoção do esterco ou estrume deve ser feita imediatamente após a
saída das aves do lote anterior. A procura pelo esterco sofre variações ao longo
do ano, em função das épocas de sua aplicação nas culturas agrícolas e das
condições dos pastos utilizados para a alimentação de bovinos. O esterco ou
cama-de-galinha possui alto teor de proteína bruta, o que tem viabilizado o
desenvolvimento crescente do seu uso nos últimos anos, como suplemento
protéico para bovinos e até para suínos.
Em épocas de pouca demanda, é comum o criador constituir estoques,
longe das instalações avícolas, para uso próprio ou vendas futuras. Em
Pernambuco, no ano de 19954°, o preço do esterco na granja - preço F.O.S.,
flutuou entre R$ 20,00 e R$ 60,00 por tonelada.
Removido todo o estrume do aviário, procede-se à lavagem geral do
galpão e dos equipamentos. Segue-se a desinfecção, quando se prepara uma
mistura com fungicidas à base de cobre, creolina e formal, que é pulverizada
no aviário e nos equipamentos. O próximo passo é a pintura do aviário com
uma solução de água e cal virgem, deixando-se o galpão em repouso.
A importância do vazio sanitário ou repouso sanitário, que dura em
tomo de duas semanas, é que ele maximiza a atuação dos microbicidas. Pode-
se assim evitar grandes prejuízos decorrentes de uma possível contaminação
no material que vai servir de forração de piso para os pintos que vão chegar.
"Observações do próprio autor. em função de suas atividades profissionais.
54
Três dias antes da chegada dos pintos, forra-se o piso do aviário com
um material de boa absorção de umidade, preferencialmente maravalha ou pó-
de-serragem. Também são utilizados vários outros materiais. de acordo com a
disponibilidade, a saber: bagaço-de-cana, palha-de-arroz, palha-de-capim, e
pó-de-coco.
Na seqüência, montam-se os equipamentos de alimentação, os
dispositivos para a água e a fonte de aquecimento, a gás ou com lâmpadas, e
aguarda-se o envio dos pintos provenientes do incubatório.
b) o recebimento dos pintos de um dia. Consiste em descarregar as
caixas plásticas ou de papel do caminhão especializado tipo baú, colocá-Ias no
interior do galpão, e contar os pintos um a um. Cada caixa possui cerca de 100
pintos, com ligeiras variações para mais ou para menos. No aviário são
preenchidos vários círculos, com 500 pintos, contados, em cada um deles.
Terminada a conferência é aberta uma ficha contendo os dados da granja, do
galpão e o número total de pintos. A quantidade de pintos conferidos
normalmente está muito próxima da quantidade enviada e anotada pelo
incubatório.
Esta etapa encerra a cadeia biológica de frangos de corte e dá início à
cadeia de nutrição dos frangos de corte na granja.
55
2.3. CADEIA DE NUTRIÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
I Plantio de Milho I ~Unidade de Fabricação de Ração I ---i~~G~ra~n!l.!ja!..!d~e~E~n~gO~r~daulI Plantio de Soja I
2.3.1. Plantio de Milho
o milho é classificado como uma planta da família das gramíneas.
Cultura milenar, cultivada em escala mundial, presente em todos os
continentes. serve de hábito alimentar para diversos povos, notadamente os do
continente africano e da América do Sul.
Atualmente ele é largamente utilizado na alimentação de bovinos em
confinamento e na formulação de rações animais, notadamente para aves -
animais de extrema aptidão na conversão de grãos em carne. O milho
apresenta uma participação aproximada de 70% do peso total da ração pronta -
produto acabado - consumida pelos frangos de corte. Em decorrência disto,
mesmo apresentando baixo custo relativo em relação aos outros componentes
da ração, é a matéria-prima mais crítica da cadeia de nutrição de frangos de
corte.
O alto custo de operação dos portos brasileiros constitui um grave
entrave para os produtores. Enquanto no exterior paga-se em média US$ 3.~O
por tonelada, os importadores no Brasil pagam uma média de US$ 11.00 por
56
tonelada". O custo da mão-de-obra é maior que em outros países: a estiva é
muito onerosa e o custo da conferência se toma proibitivo, ambos fatores
decorrentes do forte corporativismo sindical no setor.
Com raras exceções, o calado dos portos brasileiros é baixo, o que
dificulta a atracação de navios de grande porte, ou seja, os graneleiros com
capacidade de até 40.000 toneladas. Estas embarcações possuem um custo de
frete unitário comparativamente menor do que as atuais embarcações que
fazem o transporte do milho, em tomo de 15.000 toneladas'j.
Os poucos atracadouros no Brasil que possuem calados mais profundos
ainda padecem da falta de infra-estrutura portuária do país. Um exemplo típico
é o porto de Suape, em Pernambuco, com capacidade potencial de atracar os
navios de grande porte acima citados. As obras do terminal graneleiro
atualmente estão paralisadas por falta de recursos. A iniciativa privada já
investiu cerca de R$ 16 milhões, sendo necessários apenas R$ 4 milhões para
concluir os trabalhos':'.
No caso da região Nordeste em particular, a política governamental de
abastecimento também é problemática. Em determinadas épocas, o Governo 44
libera estoques da Conab - Companhia Nacional de Abastecimento, sendo
41Andrade. Jaqueline. Avicultores de PE têm custo 30% mais alto. Diário de Pernambuco. 7/1/96.p.C-8 (informação fornecida pelo Sr. Edgar Navais. presidente da Associação Avícola dePernambuco)42Idem.43Quadros, Maria José. Escassez de milho no Nordeste. Gazeta Mercantil. Finanças e Mercados -Agribusiness. 02/1/96. p. 8-1644Ao longo da dissertação, sempre que se mencionar Governo. refere-se ao Governo federal. e não aoEstadual.
57
mais comum a importação direta do produto pelos produtores. Neste último
caso, o transporte é feito por navios, e o produto normalmente procede da
Argentina, Estados Unidos e Canadá. Geralmente há financiamento por parte
dos exportadores, com a adoção de juros internacionais, o que muitas vezes é
preferível a comprar o produto nas condições de negociação dentro do Brasil.
o milho oriundo das demais regiões do país também sofre com a
precariedade da infra-estrutura de transportes no Brasil. A navegação de
cabotagem, marítima ou fluvial, enfrenta os mesmos problemas da navegação
oceânica. O custo de transporte de porto para porto é imprevisível, em função
de diferentes tarifas para as operações de estiva, conferência e armazenagem,
No caso específico de Pernambuco, o Porto de Petrolina, no Rio São
Francisco, praticamente não é utilizado para o transporte de grãos. A Falta de
condições físicas ou de um sistema eficaz de logística adaptadas a este porto
fluvial não favorece a atividade de cabotagem no Estado.
O Brasil possui uma expressiva extensão de malha ferroviária: cerca de
30.000 km em 198645. A maioria dos traçados segue ortogonalmente no
sentido litoral-costa. O transporte de grandes massas homogêneas, como a de
cereais em grão, através de extensas distâncias é vantajoso quando efetuado
por trens, devido à uniformização de operações. No caso de Pernambuco, a
conclusão de 300 km de ferrovia, da cidade de Salgueiro até a cidade de
45Novaes. Antonio Galvão N.: Alvarenga. Antonio Carlos. Logística Aplicada: Suprimento eDistribuição Física. São Paulo: Pioneira. 1994. p. 104
58
Petrolina, tomaria possível a ligação intennodal da Ferrovia Transnordestina à
Hidrovia do Rio São Francisco. Com a complementação do trecho de
Salgueiro, PE, até Missão Velha, CE, Recife e Fortaleza, dois fortes pólos
avícolas do Nordeste, estariam automaticamente conectados a corredores de
escoamentos de grãos na Bacia do Rio São Francisco".
A malha rodoviária pavimentada no Brasil é de aproximadamente
123.000 km. Acresce-se a esse número a extensão das estradas não-
pavimentadas, que corresponde a cerca de 1,3 milhão de quilômetros":
Os desafios para o abastecimento de milho entretanto não são referentes
unicamente ao setor de transportes, mas à própria capacidade de plantio do
grão em nível global. Segundo o Secretário da Agricultura dos Estados Unidos
Dan Glickman'", pode haver um grande aumento no abate mundial de animais,
a curto prazo, em função da limitada oferta de milho. Os estoques do cereal
nos Estados Unidos atingiram o volume mais baixo dos últimos 20 anos, em
conseqüência de tal fato o governo deste país liberou o cultivo de terras, em
caráter emergencial, de áreas reservadas para programas ambientais.
A China em 1995 importou muitos alimentos e matérias-primas. A
Argentina, que responde como maior fornecedor de milho para a região
Nordeste, já revela preferências pelo mercado chinês49.
"Navais, Edgar in Quadros. Maria José. Escassez de milho no Nordeste. Gazeta Mercantil. Finançase Mercados - Agribusiness. 02/1/96. p. B-1647Novaes. A.G.N. Logística ... p. 10448Estoque de milho é o menor em 20 anos. Gazeta Mercantil. 30/1/96, p. B -16490 ano da reviravolta para os agricultores. (Jazera Mercantil. 30/1/96. p. B -16
59
Para Edward Schuh'", o limite de produtividade de cereais está
estagnado, em função da falta de verbas para pesquisas, a nível mundial. Há
trinta anos não surge nenhum desenvolvimento novo em termos de genética de
cereais. Mesmo que "os institutos de pesquisa fossem imediatamente
reestruturados e dinamizados em todo o mundo, levaríamos 10 a 15 anos para
obter avanços expressivos em novas tecnologias. Enquanto isso, a demanda
mundial de alimentos continuará crescendo ,,51.
o sorgo como produto substituto do milho
o uso do sorgo, um cereal originário da África, poderia ser uma
alternativa de substituição parcial ou total ao milho no preparo de rações
animais. O sorgo, com 95% do valor nutricional do milho, apresenta-se
altamente tolerante a períodos de seca52.
No semi-árido nordestino, região de insolação muito elevada - 2.800
horas/ano, as precipitações médias situam-se na faixa de 400-600 mm anuais,
distribuídas desigualmente ao longo do ano e evaporação ao redor de 2000
mmlano, o que para culturas tradicionais resulta em baixos índices de
produtividade. O sorgo para ser cultivado necessita de 300-400 mm de
precipitação anual, enquanto o milho exige no mínimo 700 mm de precipitação
anual.
sOprodução esbarra na tecnologia. Agroanalysis. Janeiro 1996. p. 03 (Entrevista com o Prof. EdwardSchuh. Reitor do Hubert Humphrcy Institutc ofPublic Affairs da Universidade de Minnesota, USA)51Idem. p. 0452Andrade. Avicultores ... p. C-8
60
Segundo o Secretário de Agricultura do Estado de Pernambuco, José
Geraldo Eugênio de França'", " a instabilidade do clima do Estado não
favorece a expansão da safra de milho. Espera-se em cada dez anos, dois de
boa produtividade. A média do Nordeste por cada hectare fica em torno de 700
quilos. Na região Sul é superior a cinco mil ". A Secretaria de Agricultura
encontra-se empenhada na criação de um projeto piloto de plantio do sorgo em
uma área de 30 hectares na região do semi-árido.
2.3.2. Plantio de Soja
A soja é uma planta das famílias das leguminosas. No Brasil, ela é vista
exclusivamente como produto de exportação. Entretanto os subprodutos do seu
beneficiamento, o farelo de soja e o óleo de soja, são largamente utilizados na
fabricação de rações animais e na culinária, respectivamente. 54
o farelo de soja contribui com cerca de 15% da composição da ração de
frangos de corte.
o óleo de soja é o óleo vegetal mais consumido no mundo. O óleo de
dendê, oriundo de planta do mesmo nome muito cultivada na Ásia e pouco
cultivada no Brasil, deve ultrapassar o óleo de soja na escala de consumo
53Idem.54Nonino. Carlos Alberto. Soja no Brasil também é um bom negócio. O Estado de Sôo Pau/o.17/0l/96. p.G-6
61
global nos próximos anos. A razão de tal fato é o dendê pOSSUIrmaior
produção de óleo por unidade de área, cerca de dez vezes mais, do que a soja.
Graças a constantes ganhos de produtividade e a expansão das
atividades agrícolas nos cerrados, o país passou de 1%, em 1975, para 20%,
em 1995, da produção mundial da leguminosa. A soja, devido às condições
climáticas do Brasil, principalmente por apresentar o menor risco de geadas,
talvez seja o único produto brasileiro em condições de competir no mercado
~sexterno' .
o maior concorrente brasileiro é também o maior produtor mundial, os
Estados Unidos da América, apresentam índices de produtividade superiores
aos do Brasil. De acordo com o ex-Secretário de Agricultura do Estado de São
Paulo Geraldo Diniz Junqueira, caso o país aumente a produção total de soja
os Estados Unidos irão optar por cambiar a soja pelo milho, devido às suas
vantagens competitivas imbatíveis nesta última cultura.".
Custo da Soja - Preço F.O.B. no Porto de Embarque (US$/tonelada)
Estados Unidos Brasil
Custo de Produção 181,42 244,29
Custo de Transporte 15,00 90,00
Custo Total 196,42 334,29
Fonte: Adaptado de Gazela Mercantil, 03/01/96. p. B-14
SSIdem.56Idem.
62
No quadro acima, os Estados Unidos da América, maior produtor
mundial de soja, apresentam custos de produção inferiores aos do Brasil. O
agricultor norte-americano gasta, em média, US$ 501.46 por hectare para
produzir 2.764 kg de soja. Da mesma forma, a alta participação das hidrovias
(61%) no composto de distribuição da soja nos EUA reduz bastante os custos
de transporte, em tomo de US$ 15 por tonelada.
Modalidades de Transporte de Soja (%)
Estados Unidos Brasil
Hidrovia 61 5
Ferrovia 23 28
Rodovia 16 67
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/01/96. p. B-14
No Brasil, os agricultores despendem em média US$ 546.72 para
cultivar um hectare de soja, com produção média de 2.238 kg. Com o
desenvolvimento de novas áreas no celeiro agrícola dos cerrados central, no
Centro-Oeste, e setentrional, no Norte e Nordeste brasileiro, pode-se estimar
63
um incremento de 50 milhões de toneladas, podendo levar a produção
brasileira anual de soja a atingir mais de 75 milhões de toneladas".
Na atual configuração brasileira, a participação maciça das rodovias na
estrutura de distribuição da soja aumenta enormemente os custos de transporte.
Isto faz com que a soja oriunda das áreas de produção mais distantes apresente
custos de até US$ 90 por tonelada, até o porto de Paranaguá ou de Santos.
Entrementes, nos EU A, o transporte até o porto de embarque da exportação
alcança em média US$ 15 por tonelada.
A criação do corredor Centro-Norte até o Porto Ponta da Madeira, em
São Luís do Maranhão, provável futuro maior escoadouro da soja produzida
no Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país "; e do corredor Noroeste, pelos
rios Madeira e Amazonas, a partir de Porto Velho, poderá baixar o frete
interno dos atuais US$ 90 para até US$ 25 por tonelada. "Como o custo de
produção, dentro da fazenda, tem caído gradativamente e com a redução do
frete, a soja brasileira terá maior poder de competição no mercado'f". Assim, a
redução efetiva dos custos de produção e de transporte constituirá uma
vantagem competitiva sustentável para o complexo soja brasileiro.
No que se refere à exportação de soja propriamente dita, a tarifa em
alguns portos brasileiros não anima muito os produtores. É o caso do Porto de
Paranaguá, onde a tarifa é três vezes superior à norte-americana e à argentina,
57Ucio. Antonio in Oricolli. Sílvio. A viabilidade do cerrado central. Gazeta Mercantil. 03/0 1/96.p.B-14580ricolli. Sílvio. A viabilidade do cerrado central. Gazeta Mercantil. 03/Ol/96. p.B-1459Idem.
64
e 125% maior que a do Porto da Ponta da Madeira'", de acordo com estudo
elaborado pela economista Gilda Bozza Borges, do Departamento Técnico e
Econômico da Faep - Federação da Agricultura do Estado do Paraná.
As indústrias processadoras de soja já estão iniciando ou ampliando os
seus investimentos em direção ao Brasil setentrional. A Ceval Alimentos,
maior empresa alimentícia de capital nacional, responsável pela metade do
esmagamento nacional de soja, maior processadora e industrializadora de soja
da América Latina, e uma das quatro grandes do mundo, decidiu aumentar em
50% a capacidade de esmagamento da sua unidade em Mimoso, município
próximo a Barreiras, no oeste da Bahia. Esta unidade responde pelo
abastecimento na região Nordeste. Concomitantemente, também em Mimoso,
a empresa irá instalar mais uma unidade integrada verticalmente: um
frigorífico de aves e suínos?'.
Serão feitos também investimentos em uma unidade esmagadora de soja
no município de Balsas, no Maranhão, onde a Ceval possui uma unidade de
armazenamento de soja'".
o próximo passo na estratégia de integração vertical da empresa será a
construção de uma unidade refinadora de óleo de soja no Ceará, possivelmente
em Fortaleza".
IiOOricolli. Sílvio. Paraná assume liderança na soja. Gazeta Mercantil. 25/01/96. p.B-14ólKassai. Lucia. Com US$ 2.5 bilhões. Ceval cresce 17,3%. Gazeta Mercantil. 25/01/96. p.B-14 &Branco. Alex. A Cevallevanta US$ 175 milhões. Gazeta Mercantil. 10/01/96. p. B-1462Idem.R3Idem.
65
A explicação para o destino dos investimentos é do Sr. Antonio Carlos
Silva, diretor de Relações com o Mercado da Ceval: " Os investimentos serão
destinados à região Nordeste, por se tratar de um mercado com acelerado
crescimento da demanda por alimentos"?'.
Segundos dados preliminares da Conab, as vendas ao exterior do
complexo soja devem aumentar em 10% em 1996, alcançando US$ 4,2
bilhõ 651 oes ,
Os cálculos da Abiove - Associação Brasileira das Indústrias de Óleos
vegetais para 1996 prevêem queda nas exportações de grãos de soja em torno
Na area de subprodutos entretanto os mercados apresentam-se em
crescimento. O óleo de soja apresentou um crescimento em volume de 11,5%,
em relação a safra passada?".
Os registros de vendas externas do farelo de soja para a safra 1995/96
apontaram um volume 80% maior que o de igual período do ano passado, A
procura interna também encontra-se em alta, com elevação de 78% no mesmo
período, criando um mercado interno de maior expressividade. Tal intensidade
de procura em parte é refletida pelo aumento global na produção mundial de
64Branco. Alex. A Ccval Ievanta US$ 175 milhões. Gazeta Mercantil. 10/01/96. p. B-14650e Ccsare. Claudia Facchini. Vendas de farelo de soja decolam. Gazeta .•.•1ercantil. 08/01/96. p. B-1866Idem.1i7Idem.
66
frangos de corte, que no caso brasileiro vem crescendo a uma taxa de 10% ao
an068.
o farelo de soja, como substituto parcial do milho na formulação de
rações animais, encontra-se em geral com preços mais atraentes.
Milho e soja: produtos substitutos e complementares
É importante realizar um pequeno estudo comparativo entre o produto
milho e o produto soja. A análise recai sobre fatores biológicos, operacionais,
financeiros e de distribuição física do produto.
Do ponto de vista biológico, as gramíneas, entre as quais se encontra o
milho, apresentam geralmente sérias deficiências de absorção de Nitrogênio.
Este elemento químico, junto com o Fósforo e o Potássio, constituem os três
macroelementos essenciais de todos os vegetais, ou seja, eles devem estar
presentes em grandes quantidades na planta para que se obtenha níveis
razoáveis de produtividade agrícola.
A família das leguminosas, onde se classifica a soja, pOSSUI
propriedades de fixar na camada agrícola do solo uma bactéria denominada
Rhyzobium. A presença desta bactéria no solo permite que ele, ao ser
posteriormente cultivado com milho , aumente a absorção de nitrogênio por
parte desta gramínea, elevando a produção da mesma.
67
Do ponto de vista operacional. o cultivo do milho e da soja são
geralmente feitos em areas extensas. nas regiões conhecidas como celeiros
agrícolas. e com alto grau de mecanização. Muitos agricultores costumam
plantar as duas culturas como forma de diminuir o risco agrícola e/ou
econômico.
Do ponto de vista financeiro'", o milho em Mato Grosso do Sul, na
safra 94/95, alcançou uma produtividade média de 3.930 Kg/ha, enquanto a
soja apresentou 2.189 Kg/ha, no mesmo Estado. Em uma observação da
evolução da relação de preços milho/soja dos últimos dez anos. no estado do
Paraná 70 encontrou-se uma média anual de 1,81 sacas de milho para comprar
uma saca de soja. Aplicando-se este índice de 1.81 sobre a produtividade da
soja, 2. 189 Kg/ha. ter-se-á um resultado equivalente a 3.962 Kg/ha de milho,
ou seja uma receita bruta um pouco maior para o agricultor que optou pela
soja, não configurando uma diferença significativa de faturamento entre ambas
culturas.
Do ponto de vista da distribuição física. nota-se uma sinergia muito
forte entre o milho e a soja. A produção das duas culturas em fazendas
localizadas nas mesmas áreas aumenta a escala de volume das operações de
transporte. A distribuição no mercado interno de farelo de soja e milho utiliza
o mesmo pool de distribuição.
'~Violeta. Myrian. Produtividade da soja deve cair no MS. Folha de 5;.Paulo. 2:\/0 1/% p. G-:1(fontedo quadro: Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária MS e IBGEl.=o Estado de ,\'. Paulo. 03/01/%. p.G-'+ (fonte do quadro: Agromarken.
68
Pode-se observar do exposto acima que o composto de produtos
milho/soja revela-se como substituto e complementar ao mesmo tempo.
2.3.3. Unidade de Fabricação de Ração: processamento de milho, soja e
outros componentes; e a nutrição de frangos de corte
o item ração de frangos de corte representa aproximadamente 70% dos
custos de produção de frangos de corte. A importância financeira deste insumo
é fundamental na minimizaçào de custos, motivo pelo qual os produtores lhe
destinam uma atenção especial.
2.3.3.1. Distribuição espacial das unidades
Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. o desenvolvimento da parceria
avícola para frangos de corte foi mais precoce devido à presença de fortes
grupos agropecuários. A instalação de abatedouros industriais por parte desses
grupos. com o processamento de frangos provenientes da parceria avícola com
as granjas de engorda, induziu também a interiorização das unidades de
fabricação de ração para peI10 das granjas parceiras e das áreas produtoras de
grãos.
A produção de ração proxrma as áreas produtoras de milho e soja
representa uma importante vantagem competitiva para o fabricante de ração.
69
No Brasil. a maioria das unidades de processamento encontra-se com maior
força nas áreas de celeiros agrícolas, como no caso da região Sul. do estado de
São Paulo. e da região Centro-Oeste. onde a produção de ração. e de frangos,
ainda é incipiente.
Na região Nordeste do Brasil, devido à ausência de empresas
patrocinadoras do sistema de parceria avícola, quase todas as granjas de
engorda eram participantes autônomas na cadeia de nutrição de frangos de
corte. As granjas, por esse motivo, localizavam-se não muito distantes dos
centros consumidores e forneciam frangos de corte vivos aos atacadistas e
varejistas desses centros. As fábricas de ração, quase todas autônomas àquela
época. década de 70, instalaram-se nas áreas produtoras de aves.
2.3.3.2. Ração: a importância da nutrição nos frangos de corte
A criação de frangos de corte apresenta-se como a atividade zootécnica
que mais evoluiu em termos de rendimento animal. haja visto que:
I) possui o mais rápido ciclo de crescimento entre os animais
domésticos. Por volta de 1950, um frango pesava 1.8 Kg após 70
dias de criação: em 1994, um frango necessitava de apenas 42
dias para alcançar um peso de I,9Kg;
70
2) o frango é o animal doméstico que apresenta a melhor taxa de
conversão alimentar: uma faixa de I, 98 a I. 85 Kg de ração
consumida para produzir IKg de carne viva:
3) os plantéis revelam boa viabilidade econômica, com urna faixa
de mortalidade entre 3 a 5%.71
EVOLUÇÃO DA AVICULTURA NO SÉCULO XXEVOLUÇÃO DO FRANGO DE CORTE NOS ÚLTIMOS ANOSAno Peso Frango Conversão Idade
(g) Alimentar (Dias)1930 1.500 3,50 1051940 1.550 3,00 981950 1.800 2,50 701960 1.600 2,25 561970 1.800 2,00 491980 1.700 2,00 491984 1.860 1,98 451989 1.940 1,96 45
• 1,78 412001 ( ) 2.240( ) Previsão
Fonte: .1I'ex e (}mx. Julho. 11)1)2. pg. I)
A razão da evolução acima deve-se à melhoria:
a) nas linhagens genéticas, e
b) na nutrição animal. no manejo e na sanidade do plante!".
'I .Linhagens ... p. 17':Idern.
71
No que se refere às linhagens genéticas, o assunto foi abordado na
cadeia biológica de frangos de corte: o manejo e a sanidade do plantei são
abordados em todas as cadeias. sempre relacionados ao item granja de
engorda; e a nutrição será estudada agora.
A nutrição de frangos de corte tem como objetivo "produzir frangos em
menor tempo, de melhor qualidade e a um custo mais baixo,,73. Ela começa no
aspecto fisico de obtenção de enormes volumes de matérias-primas,
principalmente milho e soja, e depois passa à etapa de arranjo dos
componentes para obter a melhor relação qualidade/preço na fabricação da
ração.
o milho corresponde a aproximadamente 70% do peso da ração, o
farelo de soja participa com 15% do peso, a farinha de carne e o farelo de trigo
possuem composição variável no rol de matérias-primas básicas.
Outras matérias-primas alternativas são pesquisadas em segredo pelas
fábricas de ração. entre elas o sorgo, a aveia. a algaroba. farelos de arroz,
algodão. cacau, amendoim. babaçu e girassol.
Fora as matérias-primas, os demais componentes da ração sào o fosfato
bi-cálcico e outros minerais. o calcário, os aminoácidos. as vitaminas, os
promotores de crescimento e os anticoccidianos. Eles são agrupados em
-'Alta tecnologia a serviço da alimentação das aves. Aves & ()\'()s. Agosto 1')')0. p.l-l (Comentáriode Júlio Flávio Neves:
72
função da composição química das matérias-primas. da linhagem genética das
aves e da idade dos animais.
Os aminoácidos são responsáveis pela constituição do tecido e pela
estrutura de crescimento. Como as linhagens de frangos de corte
desenvolveram um crescimento cada vez mais acelerado, o atual período de
engorda, 36 a 49 dias, não é suficiente para que o metabolismo das aves
permita a transformação da proteína até chegar à cadeia de aminoácidos 74. A
solução viável é acrescentar aminoácidos sintéticos à ração.
O milho possui vários tipos de aminoácidos. sendo a metionina o de
maior participação e importância. Cada variedade de milho apresenta
quantidades diferentes de metionina. entretanto nenhuma delas é suficiente
para a necessidade das linhagens genéticas melhoradas. sendo necessário a
adição de metionina sintética.
A metionina é um aminoácido sintetizado por poucas firmas produtoras.
Na América do Sul existe uma única fábrica. localizada no pólo petroquímico
de Carnaçari. Salvador. Bahia. A Rhône-Poulenc, proprietária da unidade,
possui as demais fábricas situadas estrategicamente em países chaves: duas
unidades produtoras na França, uma nos Estados' Unidos e uma na Espanha.
Ela responde pela maior capacidade mundial instalada em metionina de
, 75síntese .
-·'Idem. p. 16.-'Pó ou líquido') Aves (t: Ovos. Setembro 1<)<)4. p. 2
73
A unidade do Brasil, em 1990. destinou 93% da sua produção de 9 mil
toneladas anuais de metionina DL à avicultura. A empresa faz também
formulações para seus clientes: fábricas de ração e de premix.
O premix é um sub-componente da ração. que reúne um pacote de
aminoácidos, rmnerais. vitaminas, promotores de crescimento e
anticoccidianos que, juntos ou isolados, podem ser misturados na unidade de
fabricação de ração às matérias-primas de menor custo e de maior
disponibilidade.
O farelo de soja possui em quantidade suficiente um outro aminoácido
básico: a lisina. Em função do preço da soja entretanto às vezes é mais
rentável trabalhar com a lisina sintética importada. Segundos técnicos do setor,
o maior uso de aminoácidos sintéticos reduziria o preço das rações. com
ganhos de eficiência e digestibilidade para os frangos de corte".
As vitaminas aumentam a resistência dos frangos, reduzindo a
incidência de doenças. o que acarreta ganhos de produtividade. Sem as
vitaminas. seguramente o índice de mortalidade das aves iria aumentar.
As unidades de processamento de ração iniciam o planejamento da
produção em três etapas:
1~) a análise da composição quirmca das matérias-primas. que
consiste em determinar o teor de proteína. energia. fibra, gordura,
aminoácidos. vitaminas e minerais:
-r,Alta tecnologia ... p.16 (Comentário de Renato Jose Borcnstcin)
74
2ª) os dados obtidos são colocados em um programa de
computador que os cruza com os requerimentos nutricionais dos
frangos. de acordo com o padrão da linhagem. da idade das aves,
do custo e da disponibilidade das matérias-primas:
3a) a partir daí verifica-se a quantidade dos demais componentes
necessários e tem-se pronta a formulação da ração a ser enviada
às granjas de engorda.
2.3.3.3. Transporte de ração
o transporte de ração da unidade de processamento para a granja de
engorda pode ser feito através de duas modalidades de veículos de transporte:
a) os caminhões não-especializados que transportam a carga em
sacos de ráfia ou bolsas de papel; e
b) os veículos graneleiros especializados. com uma carrocena
metálica fechada. que recebem a ração a granel diretamente dos
silos das fábricas, e possuem um braço mecànico que despeja o
produto em silos receptores na granja.
o transporte da ração em bolsas de papel ou sacos de ráfia acarreta os
seguintes custos operacionais extraordinários. em relação ao transporte a
granel, para as fábricas de ração: aquisição das embalagens. enchimento dos
75
sacos. costura dos sacos. embarque da ração nos veículos, desembarque da
ração nas granjas, perdas de embalagens rasgadas e de conteúdos derramados.
A bolsa de papel apresenta geralmente um custo unitário de aquisição
menor do que o saco de ráfia. O custo de uma bolsa de papel impressa pode
custar até 0,50 R$/unidade, para um preço de venda de um saco de ração em
tomo de 13 R$/saco de 40Kg, preços CIF na granja, em Pernambuco.
O manuseio das bolsas de papel, entretanto, é mais problemático que o
dos sacos de ráfia. Elas freqüentemente se rompem no carregamento do
veículo na fábrica. ou na recepção e no manuseio na granja, acarretando
perdas de ração.
2.3.4. Granja de Engorda: alimentação dos pintos desde 1 dia de idade até
alcançar a faixa de peso de mercado
A unidade de engorda tem duas preocupações básicas. no que diz
respeito ao produto ração: qualidade e custo.
A qualidade é fundamental porque uma ração de formulação inferior e
matérias-primas não-selecionadas seguramente acarretará prejuízos, seja
porque será consumida ração em excesso. seja porque os frangos não
alcançarão a faixa de peso de mercado no período normal de engorda.
76
o período de engorda tem sido decrescente ao longo dos anos,
conforme analisado no item 2.3.3.2. em função da evolução nas cadeias
biológica e de nutrição de frangos de corte. Em 1995 concebia-se um intervalo
entre 36 e 49 dias de criação para se obter frangos com uma faixa de peso de
mercado, entre 1,6 e 2,5Kg. Para se enquadrar neste perfil de produção, o
criador deve contar com uma linhagem superior, uma boa sanidade do plantei
e um manejo correto das aves desde I dia de idade até o momento da retirada
das aves.
Como a ração apresenta uma participação muito grande nos custos de
produção do frango de corte, a pressão para evitar desperdícios no seu
manuseio é muito grande.
2.3.4.1. O processo de alimentação dos frangos nas granjas de engorda
Existem dois sistemas básicos de distribuição interna de ração para as
aves nas granjas de engorda: o manual e o automatizado.
Sistema manual de distributção interna de ração
a) o criador não dispõe de silos, recebendo a ração da unidade de
processamento já ensacada. Os operários transferem os sacos de ração para o
interior dos aviários e transpõem o seu conteúdo para comedores. que são
dispositivos de alimentação das aves. em formas de tubos com um prato na
77
base. Periodicamente, cinco a seis vezes por dia. os operários giram os pratos e
a ração estocada nos tubos cai por gravidade nos pratos. A capacidade
individual de um comedor do modelo tubular é de 20Kg, suficiente para um a
três dias de consumo. Antes de secar os tubos, os operários devem repor a
ração nos mesmos.
b) o criador dispõe de silos para recepção da ração a granel e deve
realizar um serviço manual de ensacamento por gravidade da ração junto ao
silo. Para isso, ele dispõe de um jogo de sacos de ráfia, suficientes para um ou
dois dias de abastecimento de comedores de frangos em idade adulta,
reutilizáveis ao longo do lote. Os sacos são enchidos, um de cada vez, e
procede-se ao abastecimento e reposição dos comedores como exposto na letra
(a).
O jogo de sacos de ráfia é reutilizável somente ao longo do lote atual
de criação, não podendo ser reaproveitado em lotes posteriores por razões
sanitárias.
A justificativa para utilização de silos com distribuição manual de ração
fundamenta-se:
I) na economia global proporcionada pelo transporte graneleiro,
conforme analisado no item Transporte de ração;
2) na quantidade reduzida de sacos de ráfia em relação ao total de
bolsas de papel ou sacos de ráfia recebidos pelo sistema descrito
em (a); e
78
3) no possível menor desperdício de ração em encher os sacos do
que o ocorrido quando o caminhão é descarregado. conforme
sistema exposto em (a).
As desvantagens para a granja de engorda residem em:
1) o tempo despendido para o enchimento dos sacos ser
possivelmente maior do que o tempo necessário para descarregar
os sacos do caminhão, de acordo com o sistema explanado em
(a);
2) obter uma quantidade reduzida de sacos de ráfia ao final do
lote em relação ao total de bolsas de papel ou sacos de ráfia
recebidos conforme sistema relatado em (a).
o criador obtém uma receita unitária em tomo de O, 10 R$/unidade pela
bolsa de papel, em Pernambuco, no mercado secundário, ou seja o mercado
pós-uso na granja. Essas bolsas geralmente são destinadas a pequenas
mercearias ou supermercados, para servir como embalagem de transporte. Os
sacos de ráfia são um pouco mais valorizados no mercado secundário.
Em ambos os casos, (a) e (b), a não-colocação de operários no período
noturno pode implicar num consumo reduzido de ração pelas aves. Isto ocorre
porque os comedores tubulares, quando não são girados durante a noite,
restringem a comida das aves, até a manhã seguinte, à quantidade de ração
79
disposta no prato quando do último giro do dia anterior. .-\ movimentação
física de operários no interior dos galpões também desperta os frangos
incitando-os a comer.
Os processos de transferência da ração dos sacos para os comedores
tubulares e de giro dos pratos provoca a queda excessiva de ração no piso dos
aviários, constituindo desperdícios.
Sistema automático de distrtbuição interna de ração
c) o criador dispõe de silos para recepção da ração a granel e de um
sistema motriz que transfere a ração dos silos para os comedores. Ele pode:
I) utilizar um sistema de canos de distribuição específicos
no interior do aviário que conduz a ração aos diversos
pratos de alimentação distribuídos ao longo do
encanamento:
2) utilizar um sistema de esteira rolante que se desloca no
interior de calhas. sendo estas últimas dispostas no interior
do galpão em um circuito fechado. '\este caso. os
comedores ou pontos de alimentação das aves consistem na
própria extensão das calhas.
Em ambos os casos. (1) e (]), a distribuição de ração no interior dos
aviários é automatizada. sendo programada através de um temporizador ou
80
timer, o que assegura fornecimentos constantes dia e noite. com otimização do
tempo de freqüência de distribuição. Isto evita inconstâncias no ciclo de
alimentação dos frangos. o que melhora a taxa de conversão alimentar.
O uso de sistemas automatizados de distribuição interna de ração tende
a proporcionar melhor rendimento animal. menor desperdício de ração e
economias de pessoal.
O ganho de utilidade de tempo e de forma na ração transportada a
granel, e distribuída automaticamente nas granjas. enfrenta uma barreira: o
custo de aquisição dos equipamentos.
Esta barreira tornar-se-á tão mais frágil quanto maior for o número e o
porte das granjas de engorda, em função da diluição dos custos fixos de
aquisição dos veículos graneleiros.
O aumento no custo e a dificuldade de formação técnica da mão-de-
obra no meio rural conduzem cada vez mais à automação das granjas.
A relação entre li unidade de fabricação de ração e li granja de engorda
A relação entre estas duas unidades pode ser:
(1) as duas são integradas verticalmente:
(2) as duas são quast-integradas:
(3) as duas são participantes autônomas na cadeia.
A unidade de fabricação de ração e a granja de engorda são integradas
verticalmente na cadeia de nutrição de frangos de corte
O produtor que dispõe de granjas de engorda e unidades de
processamento de ração é o que dispõe da melhor possibilidade de utilizar
veículos graneleiros e distribuir automaticamente a ração nos aviários.
O fato acima justifica-se por:
a) o porte financeiro maior do produtor que tem condições de
comprar um veículo graneleiro lhe dá mais condições para que
suas granjas sejam adaptadas de sistemas manuais para sistemas
automáticos de distribuição interna de ração:
b) com o transporte especializado ele terá condições de fazer um
maior número de viagens por unidade de tempo do que os
veículos não-especializados. pois há economias de tempo e
pessoal nas tarefas de embarque e desembarque da carga. o que
lhe permite expandir o sistema de distribuição física para um
número maior de granjas:
c) o período da noite o produtor preferencialmente reserva para
transportar ração às granjas próprias, pois ocupa-se somente um
funcionário. o motorista. no veículo e um funcionário na granja
para abrir o cadeado do silo:
81
82
d) durante o dia ele preferencialmente reserva para unidades de
engorda onde ele pode desempenhar a função de parceiro
produtor. sem criar atritos de horário com o parceiro criador.
Uma situação peculiar acontece quando a unidade de processamento de
ração encontra-se localizada no mesmo espaço físico da granja. É uma
situação que pode ser frequentemente encontrada em granjas não-vinculadas a
uma parceria avícola. O transporte da unidade de ração para a granja
comumente é feita em sacos de ráfia.
Existe também a possibilidade, para granjas de altíssima capacidade de
lotação de frangos. de distribuir a ração diretamente do silo da unidade de
processamento para os aviários através de dutos específicos, repetindo em
ambiente externo a operação feita no interior dos aviários no sistema de
distribuição automatizado com canos. conforme analisado acima (item
2.3.4.l.c.I). Esta última opção não é muito aconselhada devido a maior
flexibilidade do transporte em veículos. o que facilita o aumento ou a
diminuição no plantei de aves em função de alterações na quantidade de
granjas.
83
A unidade de fabricação de ração e a granja de engorda são quasr-
integradas na cadeia de nutrição de frango ..,,"de corte
Nas parcerias avícolas. a unidade de fabricação de ração e a granja de
engorda ocupam espaços físicos distintos. Como a fábrica de ração trabalha
com múltiplas granjas. a granja de engorda poderia transmitir alguma
contaminação à unidade de ração agregada. e esta disseminá-la para outras
granjas do sistema.
No caso das parcerias. as granjas de engorda recebem exclusivamente a
ração pronta da(s) unidade(s) de fabricação do parceiro produtor. Muitas vezes
o parceiro produtor financia ou empresta silos ao parceiro criador para que o
transporte seja feito nos caminhões graneleiros.
Um conflito muito freqüente entre os membros criador - produtor é o
que diz respeito à propriedade dos sacos de ráfia usados como embalagem da
ração. no caso de distribuição manual de ração nas granjas. Muitas vezes o
parceiro produtor prefere utilizar sacos de ráfia do que bolsas de papel. e
retomá-los do criador procedendo à lavagem e desinfecção dos mesmos para
uma outra reutilização. o que seria mais econômico.
Há criadores que não aceitam a prática acima. pois afirmam que:
I) quando a embalagem de transporte utilizada é bolsas de papel,
o parceiro criador fica com a posse das mesmas:
84
2) as granjas de engorda autônomas ao comprar a ração ficam
com a posse da embalagem. seja esta bolsa de papel ou saco de
ráfia:
3) a receita do parceiro criador obtida com a venda dos sacos de
ráfia seria significativa em relação a remuneração obtida pelo
mesmo com a criação dos frangos para o parceiro produtor.
Estimativas de cálculo realizadas para (3) apontam uma relação em
torno de 7%, de acordo com os cálculos mostrados abaixo.
Considerando uma criação inicial de 10.000 aves. com mortalidade de
5% ao longo do lote. com peso final de cada ave vendida de 2.254Kg e com
peso médio do lote na idade de abate de 2,142Kg, aos 49 dias de idade,
obteve-se uma conversão alimentar de 2,02Kg de ração para 1.0Kg de ave".
Então:
9500 aves vendidas x 2.254Kglave x 2.02 Kg raçào/Kg de ave =
= 43.254,26Kg de ração.
Como os sacos de ração em questão são de 40Kg. ter-se-á:
n'' sacos = 43.254,26Kg./40.
Portanto.
n~ sacos = 1.081 sacos.
Apuração do custo do quilo de frango vivo na granja em USS oficial media mensal - Julho/lJ-l. ,I \'es& ()\'Os ,·1Revista da .t/oderna Avicuitura. Setembro 1994. Tabelas da Avicultura, p. ()lJ
85
A receita obtida com a venda de sacos. considerando o preço de um
saco O.IORS no mercado secundário é de:
1.081 x O,10RS = 108.00 RS.
A receita obtida com a criação de aves é de/8:
0.16RS/cabeça x 9.500 aves = 1.520,00 RS .
Receita sacos / Receita aves = 108,00RS/1.520,00RS = 7,11%.
o parceiro produtor, no entanto, paga bem mais de 0,1 ORS por um saco
de ráfia novo (em tomo de 0.50RS, conforme item 2.3.3.3). A solução mais
econômica a ser aplicada, a depender do entendimento particular do produtor
sobre a questão. e do tipo de poder exercido na cadeia. talvez consistisse em o
produtor remunerar o criador pelo preço da bolsa no mercado secundário:
0.10RS/unidade. no caso. A desvantagem poderia estar em o criador sentir-se
induzido a evitar desperdícios de ração.
O parceiro criador. no entanto. tem interesse em evitar desperdícios de
ração e conseguir uma boa conversão alimentar. pois a sua remuneração é
variável de acordo com os resultados obtidos no lote.
-:'Oliveira. Darcio, Sua excelência. o frango. Isto e.:> 1/01/%. p. 22
86
A unidade de fabricação de ração e a granja de engorda são participantes
autônomas na cadeia de nutrição de frangos de corte
A granja de engorda pode adquirir a ração pronta ou um sub-
componente da ração para adicionar à(s) matéria(s)-prima(s) na propriedade. A
ração pronta, por possuir um maior nível de serviços agregados. resulta
relativamente mais onerosa do que a obtenção de sub-componentes e matérias-
primas isoladas.
A aquisição de milho. porém, dificulta a operação das unidades de
ração nas granjas, particularmente as autônomas: não só há pouca oferta como
a qualidade do milho brasileiro em geral é inferior. fruto da tendência
generalizada em não se utilizar sementes selecionadas para o plantio.
Como as fábricas de ração. pelo seu porte e especialização. tem mais
condições de adquirir e realizar um controle de qualidade mais eficiente nos
componentes. especialmente o milho, algumas granjas de menor porte
preferem comprar a ração pronta.
2.4. CADEIA DE DISTRIBUIÇÃO DE FRANGOS DE CORTE VIVOS
Atacado
Abatedouro
87
2.4.1. Granja de Engorda: a comercialização dos frangos de corte vivos
2.4.1.1. Considerações econômicas sobre a idade de venda das aves
A faixa de peso de mercado, descrita anteriormente na cadeia de
nutrição de frangos de corte (item 2.3.4.), consiste em uma faixa de equilíbrio
entre o custo de produção do frango de corte e o que o mercado consumidor
deseja. Assim o mercado. em 1995, dificilmente compraria um frango vivo
com menos do que 1.6Kg, mas se quisesse um frango maior do que L5Kg
normalmente deveria pagar um valor maior por quilo.
O custo de produção do quilo de frango de corte vivo apresenta uma
elevação considerável em função do aumento do período de engorda. Analistas
do setor consideravam como regra geral. em 1995. que frangos vendidos com
mais de 49 dias de idade tornavam-se antieconómicos.
A idade de engorda elevada toma-se antieconómica por vários motivos:
a) a taxa de conversão de ração em carne de frango decresce com
o aumento da idade. o que implica em maiores gastos com ração:
b) a taxa de mortalidade aumenta com um maior período de
engorda. e essas aves, por serem mais velhas. também sào mais
pesadas. o que acarreta maior nível de perdas:
c) o ciclo de produção toma-se mais lento o que reduz o volume
de capital de giro.
88
Cálculo dos CIISTOs extraordinários de ração nofrango de idade avançada:
um exemplo ilustrativo
a) suponha que aos 49 dias tem-se conversão alimentar (CA.) = 2,0.
Então:
I frango de 2,5Kg = 5Kg de ração.
Entretanto:
b) aos 38 dias tem-se CA. = 1,9.
Então:
I frango de 2.0Kg = 3.8Kg de ração.
Logo, para se obter 10Kg de frango em a. foram necessários20 Kg de
ração. enquanto os mesmos 10Kg de frango em h consumiram 19K9 de ração,
uma economia de 5~'Óna ração. Este item. ração. corresponde a cerca de 70%
dos custos. donde: 0.05 x 0.7 = 3.5% de economia nos custos totais advindos
somente da economia de ração.
2.4.1.2 A comercialização dos frangos de corte vivos
o primeiro comentário importante a ser feito é sobre o componente
elasticidade de preço do frango com relação a demanda. Considera-se. na
89
cadeia de distribuição de frangos de corte \'IVOS. que a procura aumenta
consideravelmente quando há redução dos preços.
O segundo comentário. feito com freqüência pelos produtores. é o de
que muitas vezes eles diminuem os preços. em função do excesso de aves de
idade avançada nas granjas. mas os preços ao consumidor não acompanham a
redução. Normalmente os atacadistas apenas repassam o preço, acrescentando
uma margem bruta média de 0,10 aO, 15R$ por quilo. Tais constatações fazem
crer que certas unidades varejistas não são muito ágeis no que se refere a
rebaixar os preços.
O terceiro comentário é sobre a informalidade do mercado de frangos
de corte vivos, no sentido de que não existem muitas exigências fiscais para a
compra. transporte e venda das aves. A falta de regulamentação do setor
provavelmente contribuiu muito para a expansão das atividades. Entretanto
abriu-se o caminho para aventureiros desprovidos do menor senso ético.
O critério de honestidade. é fundamental pois a mensuração das
transações está baseada na apuração dos quilos de frango obtidos na leitura da
balança. Em se tratando de aves vivas pode haver perdas de peso. conhecidas
no setor como quebras de peso. o que dificulta o controle efetivo.
Para lotes destinados exclusivamente a depósitos. a pesagem pode ser
feita em balança rodoviária próxima à granja. O embarque das aves na granja,
neste caso, normalmente é feito diretamente nas caixas - plásticas,
padronizadas. com espaços abertos para a ventilação.
90
Cada grade plástica de transporte pode acondicionar um máximo de até
dez frangos. A quantidade alojada vai depender do volume corporal das aves -
para frangos de 2,5Kg médios recomenda-se trabalhar no máximo com oito
aves por grade. Para transporte em distâncias maiores e em horários quentes do
dia é recomendável diminuir a lotação.
Normalmente o lote é transportado da granja diretamente para mais de
um varejista. A cultura comercial destes em geral não aceita um peso médio
global. A prática adotada então é a pesagem individual na granja das caixas de
transporte .
No interior do aviano. os frangos são colocados em sacos de ráfia,
numa quantidade por saco igual a que será acondicionada na grade de
transporte. Geralmente na porta de saída do aviário posiciona-se a balança.
Após a pesagem individual de cada saco. O carregador leva o mesmo ao
veículo estacionado ao lado do galpão. O saco é entregue a dois. três ou mais
funcionários, que em cima do caminhão transplantam as aves de cada saco de
ráfia para cada grade plástica.
A remuneração do parceiro criador
Após a retirada dos frangos. o parceiro criador espera um período de
sete a quatorze dias para receber a remuneração da empresa produtora. Neste
período é calculado o total da ração consumida. o peso total das vendas de
frangos. a conversão alimentar. a quantidade de frangos vendidos. o peso
91
médio do frango vendido. a idade média de retirada das aves e a viabilidade
econômica.
A viabilidade econorruca é a relação entre o numero de frangos
vendidos e o número de pintos alojados. Tal relação flutua em torno de 5%.
De posse dos dados acima, é calculado o fator de produção. um índice
que mede a produtividade do lote e cujo resultado serve como base de cálculo
para o pagamento dos produtores aos criadores.
A fórmula para o fator de produção pode ser expressa como:
F.P. = (peso médio do lotei idade média de retirada das aves) x
(viabilidade econômica! conversão alimentar) x 100.
Um exemplo ilustrativo
Considere-se um lote de frangos com os seguintes resultados: peso
médio - 2.5Kg, idade média de retirada - 50 dias. viabilidade econômica -
95%. e conversão alimentar - 2.0. Então:
F.P. = (2.5KgI 50 dias) x ( 0.9512.0) x 100 = 237.5.
o fator de produção médio oscila em tomo de 230, podendo alcançar
até a casa dos 270, para excelentes resultados.
A remuneração média dos parceiros criadores está em tomo de 0.16R$
por cabeça de frango. para um fator de produção em tomo de 240. Resultados
de 270 podem receber até 0,20RSI cabeça, ou mais. Os resultados inferiores no
92
fator de produção são menos remunerados. Há um limite para o nível inferior
de resultados aceitável pelas empresas produtoras .. Abaixo desse limite mínimo
a empresa pode não pagar ou até mesmo exigir uma indenização do criador
pelos prejuízos. Tal fato se justifica por haver casos de desonestidade por parte
de criadores que desviam a ração das aves.
Como o item ração é o que apresenta maiores diferenças regionais no
custo de produção de frangos, e esse item é bancado pelo produtor, a
remuneração unitária aos criadores é mais ou menos homogênea em todo o
país. Existem no entanto diferenças na quantidade de frangos alojados por
metro quadrado, conhecido no setor como densidade de aves alojadas. em
função de temperaturas regionais diferentes. No caso da região Nordeste aloja-
se um máximo de 10 frangos por metro quadrado. enquanto no Sul aloja-se até
16 aves no mesmo espaço.
A remuneração no caso de arrendamento da granja de engorda
Existem diversas modalidades de remuneração no arrendamento de
granjas de engorda. O pagamento é estipulado com base na capacidade de
alojamento de aves da granja. O valor computado pode ser fixo. normalmente
mensal. ou variável.
No caso de remuneração variável. duas formas de pagamento se
destacam:
, . .:
a) O arrendatário pode pagar um valor monetário correspondente
a um número determinado de quilos. para um certo número de
aves. A desvantagem nesse método é o preço de venda do quilo
do frango variar ao longo do ano, normalmente com patamares
superiores no segundo semestre.
b) No caso de parcerias avícolas, o arrendatário-criador pode
pagar um percentual estabelecido em cima da remuneração obtida
do produtor. Esta última é comprovada através da exibição do
recibo expedido pela empresa produtora. Trata-se de um caso
particular de quarteirização, com a vantagem de o pagamento não
oscilar muito ao longo do ano, em função da maioria das
empresas produtoras pagarem aos criadores valores fixados em
função da produtividade. e não de preços de mercado.
2.4.2. O Atacado de Frangos de Corte Vivos
A relação entre a granja de engorda e o atacado de frangos de corte
vivos pode ser:
( I) os dois são integrados verticalmente:
(2) os dois são quasi-integrados:
(3) os dois são participantes autônomos na cadeia.
93
94
A granja de engorda e () atacado são integrados verticalmente
Ocorre quando o produtor é proprietário de um ou mais pontos de
atacado. Estes pontos geralmente são localizados às margens das vias de
acesso para as cidades. na periferia das mesmas.
Os motivos básicos que levam um produtor a montar um ponto de
atacado sào:
1) evitar e/ou diminuir a dependência de atacadistas fortes:
2) possuir um ponto estrategicamente localizado em relação ao
mercado varejista:
3) quando o produtor opera mais de uma granja, há vantagens
sanitárias. administrativas e de distribuição aumentadas em
possuir um escoadouro de produção centralizado:
4) quando o produtor tem a(s) granja(s) localizada(s) distante(s)
do mercado varejista. o ponto de distribuição pode viabilizar uma
logística de entregas a varejistas: e
5) aumentar a margem de lucro.
A granja de engorda e () atacado são quasi-integrados
Muitas vezes o produtor tem necessidade de operar uma unidade de
atacado, mas não dispõe dos meios financeiros ou administrativos para realizar
tal empreendimento.
95
Se o produtor não dispuser de meios financeiros, dificilmente
conseguirá efetuar algum tipo de contrato em que o intermediário se disponha
a ser um atacadista exclusivo. em troca do fornecimento assegurado. Uma das
principais características do atacado de frangos vivos é a guerra de preços
entre produtores e atacadistas, associada a períodos freqüentes de excesso de
oferta de aves.
O aspecto do controle efetivo dos pesos de vendas é um dos principais
entraves para os produtores quasi-integrarem uma unidade de atacado. A
opção normalmente recai sobre a integração vertical. Os que assim o fazem,
freqüentemente passam a administrar suas antigas atividades no novo negócio
ou deslocam algum membro da família para exercer as novas tarefas.
Uma alternativa de quasi-integração para o produtor que possui os
meios financeiros. mas não os administrativos. é ceder as instalações físicas de
depósito e/ou veículos ao intermediário. em troca do fornecimento dos
frangos. Essa modalidade também existe na relação autônoma produtor -
unidade varejista. conforme será visto mais adiante.
A granja de engorda e () atacado .•.•tão autônomo s
A função de produção de frangos de corte é especializada, não existindo
muito espaço para uma diferenciação do produto vivo. Como as quantidades' ,
produzidas sào geralmente grandes, e a distribuição disseminada através de
96
vendas para numerosos pontos de varejo, tem-se a presença de numerosos
atacadistas.
Estes intermediários. também conhecidos como atravessadores no
segmento de frangos de corte vivos. respondem pela quase totalidade da
distribuição. Todos possuem meios de transporte próprios para as viagens da
granja ás unidades de varejo.
Um aspecto que ainda se revela muito ineficiente no transporte das aves
vivas é o congestionamento de caminhões na granja aguardando o embarque
dos animais. O problema reside na imprevisibilidade do horário de chegada
dos atacadistas. Há momentos em que não há nenhum embarque. e momentos
nos quais o produtor é obrigado a colocar duas ou mais turmas de
trabalhadores para agilizar o carrego.
Uma das soluções tem sido a utilização de caminhões do produtor ou
fretados pelo mesmo. Assim. é possível prever o tempo necessário entre
VIagens. e escalar o tamanho da frota e a necessidade de pessoal para o
embarque.
O transporte a cargo do produtor é muito utilizado nas viagens longas,
como o embarque de frangos vivos de Pernambuco para o Rio Grande do \ ,
Norte. A desvantagem desta modalidade para o atacadista implica na utilização
obrigatória de depósitos de aves vivas.
'I
\\
97
o uso intensivo de depósitos tem como conseqüências:
a) a necessidade de otimização de ventilação e segurança nos
galpões, o que aumenta os custos; e
b) a perda de peso das aves e o aumento da mortalidade
decorrentes do stress da viagem aliado ao manuseio de
desembarque, alojamento no galpão e reembarque das aves vivas
nas caixas.
Muitas vezes o produtor oferece ao atacadista a possibilidade de
realizar a entrega nos seus pontos de varejo - do atacadista - sem custo
adicional. Mas procedendo assim o atacadista pode expor demasiadamente a
sua carteira de clientes.
Por mais das vezes o atacadista opta por fazer a distribuição
diretamente aos varejistas. utilizando o galpão de armazenamento para estoque
de segurança e alguma sobra de aves das entregas.
Há muito espaço para cooperação e para conflitos na relação autônoma
produtor - atacadista. sendo talvez a relação mais crítica do canal de
distribuição.
Os conflitos freqüentemente ocorrem na negociação de preços e de peso
do frango de corte. O atacadista quer obter do produtor o menor preço por
quilo. para maximizar seus lucros. e o maior peso por ave. para satisfazer ao
98
varejista: e o produtor deseja exatamente o oposto. pOIScom a elevação da
idade do frango os custos de produção são proporcionalmente maiores.
2.4.3. O Varejo de Frangos de Corte Vivos: recebimento de frangos de
corte vivos e venda de frangos de corte vivos e abatidos na hora
É interessante tecer-se um comentário sobre as lojas de varejo que ·
recebem os frangos de corte vivos. Estas lojas recebem as aves vivas. mas as
vendem tanto vivas como abatidas, através de um abate artesanal no próprio.
ponto de venda. A participação dos frangos abatidos artesanalmente beira à 'I
quase totalidade das unidades vendidas, em relação à venda de frangos vivos,
nas unidades varejistas.
Este atividade está longe de se constituir em um abate ecologicamente
correto. As penas e outros restos das aves são jogados no lixo ou a céu aberto.
Em ocasiões esporádicas a Vigilância Sanitária faz visitas a esses
estabelecimentos. Mas não se pode dizer que até a presente data o mercado de
frangos vivos tenha sido diminuído em função de fiscalizações sanitárias nos I
pontos de varejo.
Por haver um pequeno intervalo entre o abate e a venda ao consumidor,
os frangos são chamados de abatidos na hora. O processo de abate começa de
madrugada e às vezes se estende durante o dia todo. se houver bastante
procura. O varejista pode optar por deslocar um funcionário ou ele mesmo
99
realizar a tarefa. \lo entanto é muito comum a utilização de peladeiras, moças
ou senhoras que trabalham cerca de duas horas todas as manhãs. cedo. Essas
peladeiras. devido à sua especialização. deixam o frango abatido na hora
bastante limpo - sem marcas de penas. e com um bom aspecto visual.
Pelas condições inerentes ao seu funcionamento. o varejo de frangos
VIVOS não é mais encontrado em bairros sofisticados. mas se encontra
amplamente disseminado na periferia das grandes cidades e nas cidades" I\/
i\,menores. Talvez a falta de um maior número de supermercados e mercearias
com balcões frigorificos. que ofertassem frangos de corte abatidos resfriados
oriundos de frigoríficos industriais. explique o quase monopólio do frango
abatido na hora nessas áreas.
o fato é que, em visitas a essas zonas e aos estabelecimentos varejistas
ali instalados. pode-se perceber a aceitação popular do frango abatido na hora
e o intenso movimento de fregueses à procura da ave.
A relação entre a granja de engorda e o varejo de frangos de corte vivos
pode ser:
( 1) os dois são integrados verticalmente:
(2) os dois são quasi-tntegrados:
(3) os dois são participantes autônomos na cadeia.
100
A granja de engorda e () varejo são integrados verticalmente
As lojas de varejo integradas verticalmente as granjas de engorda
geralmente nâo dispõem de grande variedade de produtos. A. quase totalidade
de suas vendas reside no produto frango de corte: vivo ou abatido na hora. É
muito comum também a venda de ovos nesse estabelecimentos. conhecidos
como varejões.
Os motivos básicos que levam um produtor a montar um ponto de
varejo sào:
1) possuir um escoadouro da produção:
2) evitar e/ou diminuir a dependência de varejistas fortes:
3) possuir um ponto de varejo localizado distante
geograficamente de seus clientes, para implementar uma política
de vendas própria. sem criar conflitos no seu canal:
4) possuir um ponto de varejo localizado no meio geográfico do
canal para forçar a redução de preços e o conseqüente aumento de
vendas: e
5) aumentar a margem de lucro.
A granja de engorda e () varejo são quasi-integrados
Nesta modalidade normalmente o frango desempenha a participação
mais importante nas vendas. mas é comum existir um outro produto ou linha
de produtos que divide as vendas da loja. É o caso dos açougues - venda de ~j
t.
101
outras carnes: e das merceanas - venda de frutas. verduras e alimentos
embalados.
Uma alternativa de quasi-integraçào para o produtor que pOSSUI os
meios financeiros, mas não os administrativos. é ceder as instalações físicas do
ponto de vendas para um intermediário varejista. em troca do fornecimento dos
frangos. Há modalidades que incluem a cessão de balança e freezer. A
dificuldade maior para implantação de um sistema destes reside no nível de
comprometimento entre as partes. principalmente do varejista. É bastante
comum o varejista comprar frangos a outro produtor ou atacadista. desonrando
o acordo inicial.
Uma solução plausível seria a implantação de lojas de franchising que
poderiam vender os frangos abatidos na hora e/ou abatidos industrialmente. A
empresa produtora. caso possua abatedouro industrial. poderia determinar, de
acordo com o nível de sofisticação dos bairros. quais lojas venderiam somente
o produto abatido industrialmente. e que lojas poderiam vender
concomitantemente o produto abatido na hora e o abatido industrialmente.
A granja de engorda e () varejo ...•tão autônomos
Nesta modalidade existe muita diversidade entre as lojas e os itens de
vendas. ocorrendo desde lojas especializadas em frangos. carnes e ovos. até
minimercados com bastante variedade.
rr ,"':~,~'.r• I~
j~'-.;
102
A maioria das unidades de varejo que comercializam o frango vivo e
abatido na hora são familiares e de pequeno porte. Existe também algumas
lojas de porte maior, normalmente situadas perto de feiras-livres e pontos
movimentados.
Os varejistas fazem muita questão no item tamanho do frango. Os
consumidores, em geral. preferem frangos de maior peso, o que revela-se
antieconômico para o produtor (ver item 2.4. LI.).
Os varejistas geralmente não gostam de manter estoques elevados de
frangos vivos nas suas lojas em função das despesas com ração. otimização de
ventilação. e segurança, nos galpões. Ocorre também perda de peso e
mortalidade das aves em decorrência de stress.
Há pontos que realizam vendas de 100 até 3.000 aves por semana. A
freqüência de vendas. para os varejistas. pode ser de 2 a 7 entregas semanais.
sendo mais comum em torno de três recebimentos por semana. O prazo de
pagamento dado ao varejista varia entre 3 e 14 dias. A margem do varejista é
bastante variável entre as diversas lojas. em função de diferentes níveis de
preços de venda.
A remuneração da empresa produtora
Nas vendas para outros Estados. existe obrigatoriedade de emissão de
• d "
nota fiscal. Apos a venda dos frangos. a empresa produtora pode ter um prazo ~
de até quatorze dias para receber o pagamento dos atacadistas ou varejistas.
103
No comércio varejista. em geral. não há nenhum tipo de compromisso
de pagamento assinado. Esse é um dos motivos porque muitas vezes as
empresas produtoras preferem operar com atacadistas do que varejistas.
No caso da empresa possuir lojas de "arejo integradas ou quasi-
integradas. o prazo de recebimento é quase nulo em função da autornaticidade
das vendas.
A remuneração das empresas produtoras de frangos VIVOS está
diretamente relacionada ao preço do quilo de frango vivo. à idade de venda das
aves. e à eficiência operacional na granja de engorda. Esta última é medida
através do/à/o r de produção (ver a remuneração do parceiro criador. no item
2.4.1.2. ), que engloba entre outros fatores a conversão alimentar.
Um exemplo ilustrativo: desperdício de ração
Considere-se que uma empresa produtora de frangos aumentou a sua
taxa de conversão alimentar média de 2.0 para 2.1 Kg ração! Kg ave. Então
para uma produção de 500.000 frangos/mês. com 2.5Kg quilos vivos médios. e
preço de 1.00RS/Kg, ter-se-á:
Receita de vendas = 500.000 x 2.5Kg x 1.00RS/Kg = 1.250.000RS
Para um custo de ração de 0,30 RS/Kg, ter-se-á:
Situação 1) C. A. : 2.0.
Despesas com ração = 1.250.000Kg x 2.0 x 0.30RS/Kg = 750.000RS
104
Situação 2) c.x. 2.1.
Despesas com ração = l.250.000Kg x 2.1 x O.30R$/Kg = 787.500R$
No caso de se aceitar uma margem de lucro líquido para o setor de 10%
do faturamento, ou seja 125.OOOR$, provavelmente superestimada. a diferença
entre a situação 1 e 2, 37.500R$, representa cerca de 33% do lucro líquido
mensal.
Os pequenos produtores (ornam-se criadores
o elevado custo de produção e a dificuldade de comercialização dos
frangos vivos são dois fatores que contribuem muito para a perda de
rentabilidade do pequeno produtor-criador e a conseqüente retirada de muitos
deles para a atividade exclusiva de criador em uma parceria avícola.
2.4.4. Abatedouro: recepção de frangos de corte vivos e seu processamento
Uma das embalagens de venda dos frangos em partes é uma bandeja
com filme transparente. o qual expõe defeitos tais como coágulos,
descoloração. cortes no músculo e queimaduras. Devido a tal fato. muitas
falhas nas operações do abatedouro ficam expostas aos consumidores.
A tendência de participação cada vez maior de frangos em partes no
composto de vendas do abatedouro obriga a uma responsabilidade dobrada das -," . .•
\. /\-c, ,
105
equipes de apanha de ares nas granjas de engorda. 110 embarque dos frangos
no veículo e no transporte para o abatedouro.
o uso de equipes treinadas que realizem as tarefas de forma ágil, mas
com atenção bastante para não machucar ou quebrar os membros dos frangos,
é fundamental.
o veículo. ao chegar no abatedouro, segue diretamente para a balança
rodoviária, onde é registrado o horário de chegada. os dados do caminhão e a
granja de origem das aves. O controle do horário na unidade de abate é
fundamental para a conferencia com o horário de saída da granja, anotado pelo
responsável da expedição.
Após a realização da pesagem. o frango segue para as operações de
abate propriamente ditas. São elas 79:
1) recepção defrangos vivos
O veículo dirige-se a uma área coberta. bem ventilada. instalada com
aspersores que proporcionam um banho de uma a duas horas para resfriar a
temperatura corporal das aves e facilitar o procedimento de sangria. Em
seguida. os frangos são retirados das caixas e pendurados, no interior do
abatedouro, em ganchos. nas nórias de transporte. Nessa etapa. devem ser\..•...
tomados cuidados para não injuriar coxas e asas,
\'.
-·jAbatedouro de aves é o maior do Nordeste. Integração. Agosto I<)89.p. ()<) (Publicação da MafisaAvicola)
106
Através de voltagem elétrica. as aves são insensibilizadas. O excesso de
voltagem pode causar deslocamentos súbitos das aves com retenção parcial de
sangue. quebramento de clavículas ou pontos vermelhos nas asas.
2) sangria, escaldagem e depenagem
A sangria bem executada exige um período de tempo mínimo, pois a má
execução desta operação pode acarretar em um frango de pele com coloração
avermelhada. O risco do excesso de sangue também pode causar problemas
ambientais. através da contaminação da água de escaldamento ou água de
Chiller.
O controle da temperatura e do tempo é fundamental na escaldagem. A
temperatura alta em período prolongado pode queimar a pele e provocar seu
rompimento na etapa de depenagem.
A utilização de dedos de borracha com pressão ajustada na etapa de
depenagem diminui a incidência de cortes e quebra de partes.
3) evisceração
Atualmente a tendência é de automatização do sistema de evisceração, o
que permite uma elevação de até 2% no grau de aproveitamento da carne. A
automatização da recepção de aves vivas e da evisceração pode reduzir em até
15% o custo do quilo produzido'".
"Leonora. Andréa. O abate ecologicamente correto. Gazeta Xlcrcantil . OSlO 1/96. p. B -20
107
-i) resfriamento
o objetivo do resfriamento é a diminuição de 40')C para menos de 100e
na temperatura da carcaça. Procura-se assim evitar a multiplicação de
micróbios patogênicos e deterioradores.
5) gotejamento e embalagem
o gotejamento consiste em suspender as carcaças pelas asas, coxas ou
pescoço e deixar a água aderida no resfriamento escorrer. Uma carcaça de
qualidade superior deve possuir abaixo de 8% do seu peso em água".
6) cortes e desossa
Os operadores no sistema manual de cortes realizam o trinchamento
sempre no mesmo local. o que aumenta o nível de perdas. No sistema
mecànico o frango é cortado em função do seu peso e sempre nas juntas. o que
reduz perdas e melhora a apresentação visual do produto.
Quanto á desossa, estimava-se em 1992 que cerca de 70% dos peitos de
aves nos EUA. a carne de maior preferência do consumidor americano, eram
desossados. o que faz crer que o Brasil poderá aumentar essa modalidade'".
,1 Na trilha dos embutidos .. 1I"el" ,\. Ovos. Setembro 1992. p. l-l':[dem.
108
o processo de abate aumenta em média 40~/ó o custo de produção do
quilo de frango abatido em relação ao custo do quilo de frango vivo. Após o
processamento ainda OCOITeuma perda média de 15% no peso da ave ".
() grupo controlador de múltiplas empresas produtoras de frangos e a
especialização nas cadeias de produção e distribuição de frangos de corte
o fato de um grupo controlador possuir múltiplas empresas no setor
avícola de corte permite especializações no alocamento dos recursos. em
função de vantagens comparativas específicas para cada operação e região. tais
como:
1) menor número de unidades de criação de matrizes atendendo
a um maior número de incubatorios longínquos. Situação
bastante frequente em função do mercado existente para ovos
férteis. entre médias e grandes empresas produtoras. Estas últimas
em geral possuem incubatórios:
2) menor número de incubatorios atendendo a um maior número
de granjas de engorda longínquas. Situação pouco frequente. É
"Andrade. Jaqueline. Empresa lidera ranking estadual. In Avicultores de PE têm custo ~OfX) maisalto. Diário de Pernambuco. ()7/0 IN6. p.C -8 (informação fornecida pelo Sr. José Edson Cavalcanti.gerente industrial do frigorífico Pena Branca em Paulista. PE)
mais comum o repasse de ovos férteis do que o de pintos de um
dia, entre médias e grandes empresas produtoras:
3) menor número de abatedouros atendendo a um maior número
de granjas de engorda longínquas. Situação pouco frequente. Os
frangos vivos são vitimas de problemas de stress em viagens
longas, ocorrendo perdas econômicas;
4) menor numero de abatedouros atendendo a mercados
geográficos consumidores longínquos. Situação bastante
frequente no caso de frangos congelados. A Sadia, Perdigão,
Seara e Chapecó. que possuem menores custos de produção em
função de produzirem frangos em centros de produção de grãos,
colocam o produto congelado a preços mais acessíveis em regiões
não-produtoras de grãos. do que as empresas locais. No caso de
frangos resfriados ° período máximo de validade do produto, 10
dias, favorece a atuação das empresas produtoras locais
109
110
A evolução da produção e consumo de frangos 110 Brasil
Os cálculos e as estimativas de produção de frangos de corte
normalmente são feitos com base no alojamento de galinhas matrizes no país.
O alojamento de matrizes permite saber:
1) a estimativa de produção de pintos de corte:
2) de posse da estimativa de pintos de corte a serem alojados nas
granjas de engorda. adota-se:
a) um padrão de mortalidade; e
b) um padrão de peso médio para os frangos a serem
produzidos:
3) de posse dos dados calculados em 2a) e 2h) pode-se estimar o
total da produção de quilos vivos em um determinado período:
111
Em 1970 a produção brasileira de frango de corte foi de 217.000
toneladas. Vinte e cinco anos depois, em 1995. obteve-se cerca de 4.000.000
de toneladas. o que representou um crescimento da produção de mais de
1.700%84.
Produção Nacional de Frangos(em milhões de toneladas)
O~--~--~--~--~--~--~--~--~--~--~1985 xc, S7 88 S9 90 91 n 93 94 95'
Em 1970 o consumo de frango no Brasil estava em tomo de 2.3 quilos
per capild~5e o preço do quilo de frango vendido ao consumidor foi de US$
4.50. Em 1995. o consumo ficou em 23.3 quilos por habitante'f'e o preço
flutuou em torno de US$ I.OOR7.
"Baldan. A arte ... p.77"OI' . S I" ) ). tvcira. ua e.\ce el1Cla... p. _(SÓOe Cesare. Claudia Facchini. O frango de Pequim entra em cena. Gazeta vtercanul. 19/() I/l)(,. p.8-14'·Bueno. Márcio. Avicultura: matéria dc reforma .. /gro{//l(Ihsis. Dezembro 19l)5. p. 2 (Entrevistacom o Sr. Cláudio Martins. Diretor-Executivo da Abcf - Associação Brasileira dos Produtores eExportadores de Frango).
112
Consumo Anual de Frango Per Capita no Brasil (Em Kg)
1985 R6 87 ~8 R9 90 91 92 93 <)4 95
Fonte Adaptado de: Globo Rural. FC:\"c:1e1tQ 19Q6. p. ~8
Maiores Consumidores Per Capita (em Kg)
Países 1988 1990 1993
Estados Unidos 29 31 36Cingapura 32 33 31Hong Kong 22 27 29Arábia Saudita 30 27 28Israel 25 26 26Fonte: lsto E, 31 OI 96.p.21
Em 1995, a ave no Brasil apresentou-se com um preço cerca de 58% do
preço do acém . carne bovina de segunda'". configurando-se na carne de
menor preço no Brasil.
'XBaldan. A arte ... p.78
113
Comparação de preços entre o frango e o acérn
100
O+-----.----...----"""'T""---.------.------/1999 90 91 92 93 94 95
EiIPreço do Frango 11Preço do Acém
Fonte' Adaprad •.." de Globo Rural, Fevereiro de 1\}l)6. p. :Rlndices dos preços rnedros. em dólar por Quilo
Em 1996 o frango deverá aumentar de preço, em função de elevações
nos preços de milho, farelo de soja, energia elétrica e tributos, mas deverá
continuar em níveis inferiores aos da carne bovina até o final do século,
seguindo tendências internacionais'".
Para 1996, de acordo com o alojamento de matrizes, o Brasil terá
capacidade de produzir 4.300.000 toneladas. Entretanto. deverào ser
produzidos entre 4.200.000 e 4.250.000 toneladas?'.
A maioria dos dados e informações publicados sobre o mercado
consumidor de frangos de corte diz respeito ao consumo de frangos abatidos
resfriados e congelados. O mercado consumidor de frangos abatidos na hora e
frangos vivos dificilmente é abordado. Tal fato decorre de:
"Campo. Sueli e Centeno. Ayrton. Excesso de oferta derruba preço do frango. () Estado de SãoPaulo 2]/0 1/96. p. 8) (Informação do Sr. Heitor Muller. presidente da lT8A - União Brasileira deAvicultorcsi)f)DeCesare. O frango de Pequim ... p. 8 -l-l (Informação do Sr. José Carlos Godoy. secretárioexecutivo da Apinco -Associação Brasileira dos Produtores de Pinto de Cone I.
I) os frigoríficos constituírem um pequeno universo, com porte
econômico considerável:
2) os frigoríficos representarem uma atividade formal, com
registros em órgãos de fiscalização fazendária e inspeção
sanitária;
3) os pontos de varejo que realizam a venda de aves abatidas
resfriadas e congeladas serem empresas legalmente constituídas,
ao contrário de muitas unidades varejistas que lidam com frangos
vivos e abatidos na hora, submersas na economia informal.
2.5. CADEIA DE DISTRIBUIÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
ABATIDOS
I Frigorifico I
114
115
2.5.1. Frigorífico: venda de frangos de corte abatidos resfriados e
congelados
2.5.1.1. Oportunidades e tendências para os frigoríficos
Os abatedouros ou frigorificos devem ser vistos como oportunidades
para as empresas produtoras de aves saírem do mercado de commodities, ao
procurar prever a demanda de mercado por produtos especializados.
Concomitantemente deve-se posicionar a marca com base no crescimento do
volume de produtos de maior valor agregado.
O aumento do portfolio de produtos e uma realidade na produção e
processamento de frangos. No produto frango inteiro tem-se os galetos e os
f· ~ I I)J" i d f d..rangoes. como o c iestcr . !~o setor e rango corta o em partes tem-se:
peito. coxas. sobrecoxas e asas. Essas partes podem ser processadas com osso
ou já desossadas. como filé de peito e filé de coxa.
Há também os cortes especiais, com mais de 170 itens. como coxa -
com ou sem pele. sobrecoxa - com ou sem osso, passarinho e tulipa'".
I
\/';Os 10 anos do chester. AI'es & ()ms. Setembro 19<J2. p.17 (Trata-se da pnmcira linhagem defrango genuinamente brasileira. desenvolvida pela empresa Perdigão. Chester em inglês corrcspondeú palavra "peitudo")':Saldan. João Carlos. A arte da multiplicação do frango. Gtobo Rural. Fevereiro 19% p -;'9 (Formasemelhante à da flor do mesmo nome. consiste na clavícula da ave. dobrada ao avesso. E um sucessode vendas no Japão)
116
A inclusão de temperos adicionados à ração na etapa de alimentação
das aves. nas granjas de engorda. que impregnariam toda a carne dos frangos,
já está sendo testada. ~o que se refere à adição de temperos no próprio
abatedouro. recentemente a empresa Perdigão lançou uma linha de recheados
práticos - peito de frango com diferentes recheios. Depois da boa aceitação no
mercado externo. ela colocou no Brasil peito de frango recheado com
espinafre e com brócolis". A empresa pretende lançar duas novas opções
dentro desta mesma linha por mês até abril de 1996.
Em 1995 a divisão de carnes da Ceval Alimentos. marca Seara. dobrou
o volume de vendas de frango Classy, temperados. em relação a 1994')4
A embalagem de venda para as partes pode ser bandejas, caixas ou
sacos plásticos. O tamanho das embalagens é outro aspecto a ser considerado.
As tarefas de fazer compras e cozinhar demandam tempo. Atualmente a maior
participação feminina nos postos de trabalho aumentou a procura por
alimentos de rápida preparaçào e pelas refeições congeladas.
A Sadia. em 1995. criou um padrão visual novo para bandejas de frango
congelado, colocou no mercado partes temperadas em bandejas e uma linha de
partes embaladas individualmente para tomar mais prática sua utilização pela
dona de casa".
'J.lIdem,"Coelho. Edilson &: Ncumann. Denise. Indústria de alimentos dj salto na produção. () Estado de .)'.Paulo. 08/Ol/96. p. B-:>"Tglecia. Cristina. Indústrias de alimentos investiram em produtividade .. i innentos & Tecnologia.p.25
117
A diferenciação de marcas através de tipos de produtos exclusivos é
possível na cadeia de frangos de corte devido à formação de linhagens
genéticas exclusivas. como o chester. que representa barreiras de entrada aos
concorrentes. Os chesters são vendidos inteiros, em partes. ou em subprodutos
industrializados.
2.5.1.2. A distribuição de aves abatidas no mercado interno
À. partir de pesquisa realizada pela PR - Parente & Rojo Consultores de
Marketing, e apresentada em um seminário de marketing promovido pela APA
- Associação Paulista de Avicultura, e com o apoio da .-\PAS - Associação
Paulista de Supermercados, em outubro de 1993, foi possível pela primeira vez
traçar um perfil do mercado brasileiro para frangos de corte. Neste trabalho
foram abordados assuntos como: o consumo per capita: a queda de preços do
produto e o papel dos supermercados. avícolas. açougues e restaurantes: o
perfil do consumidor: e os atributos do produto no momento da compra".
Através de dados da pesquisa acima citada. detectou-se que. 110
composto de distribuição de frangos abatidos, as lojas de auto-serviço possuem
uma participação estimada entre 35 e 40%, com tendência ascendente, embora
esta participação esteja em níveis abaixo da normalmente verificada para
"o frango de corte em busca de novos índices de consumo .. h'cs & ()m.\'.i .'?CI'ISla da Xladerna.1vicultura. Setembro 1994 p.ux
118
produtos industrializados comercializados tradicionalmente em
')"7supermercados, cerca de 80% "
Em contraposição às lojas de auto-serviço, o conjunto de avícolas,
açougues. feiras e sacolões. mercados municipais e granjas. todos do estado de
São Paulo, participou com 60 a 65% das vendas de aves .. -\ participação de
cada unidade varejista foi:
a) avícolas: cerca de 20 a 25%;
b) açougues: cerca de 20 a 25%;
c) feiras e sacolões: cerca de 15%;
d) mercados municipais e granjas: cerca de 5%'JR.
As avícolas revelaram-se mais participantes no interior de São Paulo,
talvez em função da possível menor presença de supermercados.
As lojas de auto-serviço correspondem a 84% do faturamento de vendas
varejistas de alimentos com uma participação de 15% na quantidade de
unidades de varejo. A seção de Carnes e Aves dos supermercados responde
. ')9por algo em tomo de 12% das vendas desses estabelecimentos .
No que se refere à seção de Carnes e Aves em particular. o frango
preenche 21% do espaço de exposição e colabora com cerca de 33% das
vendas. Em relação à àrea total de exposição das lojas. o frango representa
0,6%. enquanto responde por ~,7% do faturamento. o que para o Prof.
" A grande sacada do frango .. 1\'f:'S & ()\,().I'. Setembro 1993. p.()X)~Idem. p. nó)9Idem. p. OI)
119
Francisco Rojo "revela. sem dúvida. mequivoca relação de eficiência do
Participação de Frangos em Relaçãoa seção de Cames e i\ves das lojas
[J% na Área deExposição
JJ[J % nas Vendas
o 10 20 30 40
Participação de Frangos em Relaçãoao total das loj as
[J% na Arca deExposição
3.7
Segundo os gerentes dos supermercados pesquisados. todos do estado
de São Paulo. os frangos são usados em promoções de preços pelos seguintes
motivos:
a) possuem rápido giro:
b) atraem para dentro da loja os consumidores:
c) o setor de frigoríficos oferece opções competitivas, tomando
possível repassar aos consumidores ofertas promocionais.
i "Tdem. p. 12
120
No que tange à remuneração do setor supermercadista com o produto
frango, foram feitas as seguintes observações:
a) há um bom prazo entre o giro de estoque e o pagamento aos
frigoríficos:
b) os frangos inteiros resfriados. os mais util izados nas
promoções, possuem margem baixa;
c) os produtos de maior remuneração e menor competição de
preços são 05 frangos em partes.
No que diz respeito à preferência do consumidor, os frangos resfriados
foram responsáveis por 90% do faturamento dos supermercados, ficando os
congelados com os 10% restantes. Segundo o Prof. Juracy Parente "os frangos
congelados são usados sobretudo para estoque de segurança nas 10jas,·II)I. com
tendência entre alguns supermercadistas grandes de aumentar o volume de
frangos desta modalidade.
Os frangos inteiros participaram com 75% do total das vendas,
enquanto os frangos em partes contribuíram com os 25% restantes. com
tendência de crescimento no composto de vendas.
121
A pesquisa de comportamento do consumidor revelou fatos
interessantes. Aproximadamente 45% das compras sào realizadas por impulso.
As consumidoras dào preferência a frangos:
a) de cor clara - 43%:
b) amarelo - 30%: e
c) rosado - 27%.
o tamanho das aves e a data de validade são observados. A presença de
manchas e odores estranhos desqualifica as aves. Os itens tamanho e odor
apresentaram-se mais relevantes que o item limpeza. para as compradoras.
A freqüência média de consumo foi de quatro dias e a quantidade
consumida revelou-se maior nas classes A e B, entre as donas de casa mais
jovens'l'" No ano de 1995, as classes C e O respondiam por 45% do consumo
d f I(He rango ..
Foram citados como fatores positivos do frango:
a) carne de menor preço e maior rentabilidade no preparo:
b) carne branca. mais digestiva e sem colesterol: e
c) facilidade no preparo e opções de partes e receitas diversas.
"':0 frango de corte ... pOR,r;
JOlivcira. Sua excelência ... p. 20
122
Os aspectos negativos citados foram a embalagem e os conservantes
qumucos.
No que se refere às embalagens de venda. os gerentes de supermercados
dão as seguintes sugestões:
a) maior beleza plástica e presença de cores:
b) maior resistência, para não abrir e soltar sangue;
c) melhor serviço de transporte para evitar amassos; e
d) a colocação de informações sobre o produto.
Como sugestão para ampliar as vendas. os gerentes sugenram a
publicação e distribuição de receitas de frangos. Em função das características
atribuladas da vida moderna. seria interessante colocar receitas simples e
práticas.
No tocante às embalagens de transporte. a caixa de papelão é a mais
aceita pelas lojas maiores. em razão de não terem retorno e facilitarem o
transporte e a armazenagem. As desvantagens dessa modalidade de transporte
consistem na absorção de umidade proveniente da água do frango e na
dificuldade de armazenagem. pois o empilhamento pode deformar o frango.
As caixas plásticas transmitem uma idéia de menor custo para os
pequenos varejistas. As dificuldades operacionais residem em:
a) manuseio pouco prático:
b) pouca disponibilidade de espaço para guardar as caixas vazias:
c) necessidade da operação de devolução.
123
2.5.1.3. A distribuição de aves abatidas no mercado externo
2.5.1.3.1. Os maiores países exportadores de frangos e a influência da
União Européia e do Nafta
o Brasil possui os custos mais baixos de produção de frangos dentre 11
países selecionados, segundo estudo publicado pelo lntemational Finance
Corporation, IFC, do Banco Mundial, em setembro de 1995. Os principais
fatores que reduzem a competitividade do produto brasileiro no exterior são:
a) os altos custos dos portos brasileiros:
b) a exportação de impostos; e
c) a valorização do real frente ao dólar.
Custo de produção de frangos em países selecionados
Argentira Brasil China Frarça Hungria I lolanla I'cru Polônia T~rilfnldia1994 1993 1994 1993 1994 1993 1994 1993 1994
~usto da ave vivaUSé/Kg peso vivo)· Custo do pinto de um dia· Custo da ração· Pagamento ao criador· Medicamentos veterinários· Administração· Produtor· Transporte da a \'C
Custo da ave viva nobatedouro~ustoda Carne na indústriaUSé/kg limpo)· CondenaçõesO Recuperação dos DejetosI. Custo Líquido da Carnea Indústria.ustos da IndústriaUSé/kg limpo)2. Mão-de-Obra3. Embalagem4. Instalações5. Custos Administrativos6. Custos Fixos7. Mão-de-Obraxtra-crnpresa8. Total não desagregado 22.01). Total outros custos 22.0.usto operacional total I3I.4onte: International Financiai Corporation
(World Bank):.tgroanatvsis Dezembro 191)5. p. ()~
14.6 'iA 10.0 1-1.3 12.7-16.7 -'5.9 -12.9 57.1 55.6IH 5." 5.S 19.2 20.33.3 0.1 2.D 1.3 0.89.2 (U)
S7.5 50.7 (jO.7 01,9 S9,31.5 1.0 1.8
87.5 52.2 (j 1.7 '>3.6 S9.3
109.4 ú8.9 SI.4 123.6 117.9
109.-1 (lX.9 SI.-I 123.6 117.9
16.2, ,.'.J1.7
2.0 S.62.8
11.4.~.2
10.1
II.S11.8
'13.2
-'50.,5.0
158.6Io.sX5.4 1-15.5
16Jl Il.~ 15.355.2 ~6.() (,5.625.S 5.0 15.2
1.5 (I.SI
1.0(}S.4 105.0 98.0
129.9 13U 129.4
129.9 131.-' 129.-1
'}.S-1.-'
7.11.6
1-'.0
lú3.-I
zi.o21.0
152.-' 152.2
'l.S51.5('.31.7
69.32.0
71.-'
')4.2
')4.2
12.4
106."
124
TUIqUia
1994
12.0-17.72 \.4
1.5
82.71.0
S3,7
110.5
110.5
S.2
-1.1
..1.1
16.1126.6
No àmbito externo. a formação de blocos econorrucos mundiais tem
dificultado as exportações brasileiras de frangos. O Nafta - North Arnerican
Free Trade Agreernent, e a UE - União Européia. possuem mecarusmos
protecionistas para membros internos produtores. notadamente os Estados
Unidos e a França. É também comum a colocação de barreiras sanitárias para
impedir a entrada do produto brasileiro nesses blocos.
EUA1994
S.336,88.8\.11.1
56,12,8
58,8
77,4
\,0..2.276.2
7.9-1.0
15.4
4,62,62.93.3
13,4
3.21.0
R.3
28.9105.0
125
As políticas individuais adotadas por estes dois paises acima. de
subsidiar elevadamente as exportações, contribuem ainda mais para reduzir a
competitividade do frango brasileiro no exterior'?'.
o Nafta e os Estados Unidos
o Nafta constitui o bloco de maior produção. maior consumo e maior
exportação de aves. No que se refere às importações, o único país que as
realiza é o México. Em 1994, as projeções para o Nafta indicavam uma
produção de 14.832.000 toneladas. um consume de 14.067.000 toneladas e
exportações para fora do bloco de 765.000 toneladas. O total das importações
mexicanas, todas provindas dos Estados Unidos pois o mercado não é aberto a
terceiros. serão de 199.000 toneladas I 05.
Em 1995. no primeiro semestre, o volume de exportações americanas
aumentou cerca de 36% em relação a igual período de 1994106.
Em 1996 acredita-se que os Estados Unidos elevem em 7% suas
exportações. colocando mais I 16 mil toneladas no mercado. em relação a
A evolução das exportações americanas começou em 1984. Os Estados
Unidos àquela época ocupavam o terceiro lugar entre os exportadores. com
11I4Bucno. Avicultura.... p. OI1"'Blocos mundiais pilotam o comercio de US$ l-l trilhões, Aves & Ovos.' Rcrvista da Xloderna. tvtcultura. Janeiro 1!J9-l. p.lO .;I>(,B A· 1 O'ueno. \"ICU tura .... p. ..•;r'-De Cesare. Claudia Facchini. Ave francesa bate a brasileira. Gazeta Mercanul. 12/0 1!!)6. p. B-14
126
185.000 toneladas. o que representava 16,6% do volume mundial exportado.
Teve início então um programa de subsídios - o l:EP. Export Enhancement
Program - que patrocinava a diferença de preços entre o mercado externo, em
geral mais barato, e o mercado interno, normalmente mais caro. O produtor
recebia a diferença através de certificados de commodittes. De posse do
certificado, ele retira o valor equivalente em produtos do governo, optando
geralmente pelo milho.
A justificativa para a adoção do programa consistia na concorrência
desleal da França, principalmente. e de outros países que subsidiavam a
exportação de frangos. O desenvolvimento das exportações foi
. 'fi . 108slgm icanvo e em 1995 os Estados Unidos embarcaram 1.700.000
toneladas!", cerca de 40% do volume mundial exportado I 10. Este número
constituiu um volume maior neste ano do que França. Hong Kong e Brasil
juntos 111, respectivamente segundo. terceiro e quarto maiores exportadores.
A estratégia de penetração dos Estados Unidos nos mercados externos é
diferente da brasileira. Dentro dos EUA a maior demanda é pela parte mais
. .nobre. o peito; e as demais partes. coxas e sobrecoxas. ou seja carnes mais
escuras, são enviadas para o mercado exterior.
:1l~8ueno. Avicultura .... pp. 02 -:1!Il
QDe Cesare. Ave francesa ... p. 8-1 .•! "Bueno. Avicultura .... p. 02! ; 1 De Cesare. Ave francesa ... p. 8-1 .•
127
Os amencanos procuram. em geral. mercados menos sofisticados,
oferecendo preços bastante competitivos. Em [995 os principais mercados-
alvo foram Hong Kong e Rússial12
Mesmo no caso do Japão. um mercado mais exigente, a Federação de
Exportadores de Carne dos Estados Unidos utiliza a estratégia de visar
exclusivamente aos clientes - importadores, atacadistas e cadeias de
supermercados - e não aos consumidores finais 113 .
.4 União Européia e a França
A União Européia responde pela segunda maior produção. segundo
maior consumo e segunda maior exportação de aves. O bloco constitui-se no
maior importador mundial. com grande comércio intra-bloco. Em 1994, as
projeções para a UE indicavam uma produção de 7.654.000 toneladas e um
consumo de 7.235.000 toneladas 114.
Segundo estas projeções. em [994. a UE exportaria para fora do bloco
626.000 toneladas. Dentro do bloco o volume exportado seria de 1.047.000
toneladas. O total das exportações seria de 1.673.000 toneladas I 15
No que se refere às importações, a UE importaria de fora do bloco. ou
seja de todos os outros países inclusive o Brasil. uma cota máxima de 207.000
112Sucno. Avicultura ... p. 0.+! 11Idcl11.11~B1ocosmundiais .. p.20!1'Idcm.
128
toneladas. As importações intra-bloco seriam de 1.047.000 toneladas. O total
das i ~ -c. "'5 I d I' lias importaçoes perrana I..: 4.000 tone a as ' ,
A União Européia, no ano de 1995, em função de um acordo firmado na
esfera do Gatt, dividiu uma cota de importação anual de 15.500 toneladas de
peito de frango, livre de taxas por um período de cinco anos, e que era tida
como exclusiva para o Brasil, entre mais dois países. A partilha das 15.500
toneladas ocorreu da seguinte forma: Brasil, 46%: Tailândia, que nem sequer
era signatária do acordo em questão, 33%: e China, que não faz parte do Gatt,
A parcela das vendas perdidas nesse acordo corresponde a cerca de US$
60 milhões por ano. Considerando o prazo de cinco anos, ter-se-á uma perda
de faturamento aproximado de US$ 300 milhõesi'".
Neste caso particular o Itamarati aceitou as ponderações da Abef -
Associação Brasileira de Exportadores de Frangos. e prepara os procedimentos
rotineiros para enviar o caso à Organização Mundial do Comércio I 11).
O mercado europeu de peito de frango é muito importante. pois ele
torna viável todo o composto de exportação de partes. Os outros mercados
externos do Brasil para partes de frangos, notadamente o asiático, não tem o
hábito de consumir carne branca. o que desvaloriza este produto para níveis de
preço abaixo dos da carne escura, ou bloqueia a sua venda. Quando a União
::"Idem ..~. Bueno, Avicultura .... p. 04:,xldem.·'~Idem.
129
Européia não compra o peito de frango ao Brasil. este perde nos preços ou
inviabiliza o processo de exportação de partes 1::0.
Os franceses e americanos estão cientes deste problema. mas se o Brasil
reduzir sua participação no composto de partes. eles ganham novos mercados
para receber subsídios. A França tem uma restituição financeira. que é
determinada periodicamente pela União Européia. A justificativa alegada é a
de que é preciso tomar o custo de produção européia compatível com o custo
do mercado intemacional" e os Estados Unidos por causa do EEP, programa
em que os valores subsidiados podem chegar a até L'SS 600 por tonelada
exportada, para um preço de venda médio no mercado externo de US$ 1.200 a
tonelada 122.
Ainda em 1995. a União Européia elevou a alíquota do imposto de
importação incidente sobre o frango brasileiro de 60% para 80%, com o aval
da OMe - Organização Mundial de Comércio. o que inviabiliza qualquer
ão d .c. d B '1123contestação e tantas por parte oras! .
Em 1995 a França exportou cerca de 500.000 toneladas. constituindo-se
no segundo maior exportador mundial em termos de volume e faturamento.
Em relação a 1994, a França teve um acréscimo de 20.000 toneladas nas suas
, 124exportaçoes .
12"Martins. Cláudio. Protecionismo exacerbado: exportações brasileiras de frango para a ComunidadeEconômica Européia foram taxadas em US$ 620 por tonelada .. lI·es e Ovos. Junho 1992. p. n.121Bueno. Avicultura ... p. 03122Idem.12JDeCesare. Ave francesa .. p. B-I-lI 24Idcm.
130
o Mercosul e o Brasil
o Mercosul poderia vir a representar um mercado importador de 60.000
toneladas de frangos por ano para o Brasil. principalmente em função da
demanda argentina. Este país em 1994 consumiu cerca de 50.000 toneladas do
produto brasileiro, principalmente na modalidade de frangos inteiros.
Há um esforço evidente de substituição das importações de frangos por
parte do governo argentino. o que se reflete na elevação recente da produção
local de frangos. Este fato. aliado à valorização da moeda brasileira junto à
argentina. em decorrência do Plano Real. fez com que o nível de exportações
do Brasil em 1995 ficasse em tomo de 13.000 toneladasi".
No que diz respeito à produção de frangos no Brasil. há vários anos
esse país vem assegurando a posição de segundo maior produtor mundial,
tendo alternado com a França, até 1994, a condição de segundo maior
exportador. O primeiro produtor mundial e primeiro exportador. conforme
visto acima, são os Estados Unidos.
Em 1975 o Brasil iniciou suas exportações de frango. Nesse ano, o
volume físico embarcado foi de cerca de 3 mil toneladas 1::!6 Em 1984, o Brasil
já havia ultrapassado o volume de 280.000 toneladas anuais de frangos
exportados, quando teve InICIO a política de subsídios norte-americanos. O
'\ ..
!:~De Cesarc. Ave francesa ... p. 8-14 (Estimativa de cálculo para esta disscrtaaçào)1260 avanço da avicultura brasileira .. 1ves & Ovos. Dezembro I \J1}2. p.16
131
país reagiu então com a diversificação da pauta de exportações do produto,
partindo para a venda de cortes de frango, produtos de valor agregado maior,
cujos níveis médios de preços são de 1,5 vez o preço do frango inteiro. Cada
vez mais, o país desenvolve esses produtos. para atender aos novos
consumidores, que procuram produtos de rápido preparo .. -\ tendência para o
futuro é o frango em cortes ser mais consumido do que o frango inteiro 127.
o reflexo dessa atitude pode ser verificado na alteração do composto de
frangos exportados pelo Brasil ao longo dos últimos anos. Em 1985 a
participação de frangos em partes correspondia a 13% do volume exportado 128;
em 1993, a 34%: em 1994, a 42%129; de janeiro a agosto de 1995. as partes
corresponderam a 47% contra 53% de inteiros'".
Em 1994 as exportações de frangos brasileiros alcançaram cerca de
480.000 toneladas. com receitas F.O.S. em tomo de US$ 600 milhões 131.
Em 1995 as exportações brasileiras caíram 13% em relação ao ano
anterior. totalizando aproximadamente 430 mil toneladas. ou seja. I 1,5% do
volume mundial exportado. O país ocupou a quarta posição. atrás
respectivamente dos ECA. França e Hong Kong.
1:~Sueno. Avicultura ... p. 03I:sNa trilha dos embutidos. Aves & Ovos, Setembro 1992. p. l-l;:9Sueno. Avicultura. p. 03I.l<'Saldan. A arte ... p.79:lISueno. Avicultura ... p. OI
í'i
l32
Em termos de faturamento. no ano de 1995 o Brasil exportou
aproximadamente US$ 620 milhões de dólares, passando para o terceiro lugar
mundiaL atrás dos EUA e da França':".
Exportações Brasileiras de Carne de Frango (Em Toneladas)
700000
600000500000400000 321.754300000:00000100000
o1991
480.000416.952 430.000
.170.937
1992 1993 1994 1995
11
Receita de Exportações Brasileiras de Carne de Frango (Em US$ milhÕer),,
700
1i00
~OO
40()1()O200IDO
O
(iOO.OO )
r-- r--
433.04 463.59.;93.44 ,.-- -
(20 DO
1991 1992 1993 1994 1')95
'3:De Ccsare. Ave francesa ... p. B-I4
133
Hong Kong
Hong Kong é um país importador e reexportador de frangos. Em 1995
ele foi o terceiro maior exportador em volume. embarcando 450.000 toneladas,
uma elevação de 58% em relação a 1994 . Suas exportações referem-se a
partes menos nobres, como asa ou pé de frango, que possuem preços baixos e
são de larga aceitação popular na Ásia.
Para 1996 a taxa de crescimento das exportações não deve se igualar à
de 1995. Mesmo assim, espera-se um alto crescimento de vendas, cerca de
16~'Ó.atingindo aproximadamente 525.000 toneladas J.\3
China Continental
A China. em função da sua abertura econômica. está se transformando
em um grande produtor mundial de frangos. Grandes empresas mundiais da
cadeia de produção de frangos de corte. na área de linhagens genéticas e
equipamentos. se instalaram na China Continental. O mercado mundial de
grãos encontra-se com excesso de demanda. em função do crescimento da
avicultura chinesa.
Um estudo da OMS - Organização Mundial de Saúde informa que na
China o consumo de frango per capita é de três quilos por ano. quando o
134
menor nível protéico recomendado é alcançado com o consumo de treze quilos
de frango per capita por ano':".
Em conseqüência destes fatos. a produção chinesa deverá crescere
possivelmente ocupar espaços do mercado interno. Para 1996, espera-se uma
produção de 4.000.000 de toneladas de frangos na China Continental. Em
1997, ou no máximo em 1998, a continuar o ritmo de crescimento chinês, a
produção chinesa deverá suplantar a brasileira. A produção chinesa cresceu
90% nos últimos cinco anos, contra 72% da brasileira no mesmo período 135.
Em 1995 a China exportou cerca de 350.000 toneladas. e para 1996
espera-se um embarque de 480.000 toneladas. ultrapassando provavelmente o
volume de exportações brasileiras. A China Continental também realiza
importações de frango, notadamente de Hong Kong.
Em 1997, com a reanexação de Hong Kong, a China Continental pode
ultrapassar o volume de 1.000.000 toneladas exportadas por ano. Tal fato
talvez nào aconteça em decorrência da eliminação da parcela de exportações
de Hong Kong para a China 13(,.
"10 ano da reviravolta para os agricultores. (jazera Mercantil. 30/01/96. p. 8-1 Ú
:.1'Idem.i.16Idem
135
2.5.1.3.2. Os mercados externos brasileiros
Os mercados extemos brasileiros podem ser analisados em mercados
para frangos inteiros e em mercados para frangos em partes.
Frangos inteiros
As exportações de frangos inteiros ainda têm a maior participação no
composto de exportações em volume do frango brasileiro. Todavia a venda de
frangos inteiros apresentou uma grande retração em 1995.
Oriente Médio
Um dos motivos do Brasil ter conquistado os mercados do Oriente
Médio. consumidores tradicionais de frangos inteiros brasileiros. foi a
capacidade de adaptação dos frigoríficos brasileiros em realizar o abate e o
corte das aves em consonância com os preceitos e rituais islâmicos.
A Árabia Saudita importou um volume cerca de 15% menor do que em
1994. No entender da Abef este gradiente de exportações. aproximadamente
22.000 toneladas, provavelmente foi conquistado pela França 137.
Para se ter uma idéia da importância desses mercados para a exportação
de frangos inteiros. ver-se-á a participação dos principais compradores em
1995: a Arábia Saudita foi o maior cliente do Brasil. com cerca de 60% do
11-. De Cesare. Ave francesa ... p. B-l-l
136
volume exportado. vindo em segundo lugar o Kuwait. com aproximados 9%.
Os Emirados Árabes com cerca de 4%, ocuparam a quarta posição, e o Catar a
. . d o 1,8qumta, com aproxima os 3 Yo - .
América do Sul
A Argentina, com uma participação de cerca de 5% do volume de
importações ocupou o terceiro lugar entre os países importadores de frangos
inteiros do Brasil no ano de 1995.
As perspectivas para o Brasil na América do Sul não sào boas. ao
menos entre os países do Mercosul. pelos motivos anteriormente expostos.
i "Baldan. A arte ... p.79
1995
199 19.tl9%
O
Frangos Inteiros(Total - 143.883 Toneladas)
2.8 ~.6 5A
DCatar
li Emirados Árabes
DArgcntina
DKuwalt
• Arábia Saudita
DOutros
60.4
Frangos Inteiros--(Total - 110.495 Toneladas)
3.08!J'o22% 5.21%DOma11Emirados ..\raocsD AngolaDKuwait• Arábia SauditaDOutrosOPRSSDCuoa• Bahrein
137
138
Frangos em partes
Asia
Os países asiáticos são os maiores consumidores de partes de frango
brasileiras, respondendo por mais de 65% do volume exportado.
O Japão é o maior importador de frango do mundo e o segundo maior
comprador de frango do Brasil, posicionando-se atrás apenas da Árabia
Saudita. Em 1995 o mercado japonês adquiriu aproximadamente 95.000
toneladas de partes de frango brasileiras, um crescimento de 37% sobre 1994.
Somente o Japão responde por cerca de 46% das exportações brasileiras de
frangos em partes.
Vários frigoríficos já se dispuseram a entrar no mercado japonês, e
outros estão adaptando suas linhas de cortes para fazê-lo. A Mafisa Avícola,
de Pernambuco, atualmente desativada. foi uma das precursoras e o primeiro
frigorífico do Nordeste a realizar cOltes especiais para o Japão, num volume
mensal de 600 toneladas .. -\ avícola Felipe, do Paraná. proprietária da marca
Mister Frango, exportará 150 toneladas mensais de cortes especiais, a saber:
, • -ÓrÓ» 1'9pe, asa e coxa, para o pais asianco . .
O Brasil. em 1995. já se encontrava produzindo mais de 20 cortes
diferentes de frango para o mercado japonês. Esse mercado é particularmente
1190ricolli. Sílvio. Frigonfico do Paraná exporta cortes de frango para o Japão. Gazeta Mercanul.17/01/96. p. B -16
139
interessante para os produtores e exportadores brasileiros. porque não enfrenta
a concorrência direta dos Estados Unidos. Este último. na sua política habitual
de exportar as sobras de carnes escuras, restringe sua participação a coxas e
sobrecoxas 140.
Hong Kong, concorrente do Brasil nas exportações, é também o
segundo mercado em importação na Ásia e o segundo mercado comprador de
partes de frango brasileiras. Em 1995 o país importou 38.700 toneladas de
cortes do Brasil. um crescimento de aproximadamente 45% em relação a 1994.
Hong Kong participa com cerca de 21~i'Ódas exportações brasileiras de frangos
em partesl41.
Europa
A Europa responde por mais de 10% do consumo de partes de frango
brasileiras.
A Espanha e o terceiro mercado comprador de partes de frango
brasileiras. Em 1995 o país importou em tomo de 10.000 toneladas de cortes.
o crescimento em relação a 1994 foi de cerca de 37%. Os espanhóis
respondem por aproximadamente 5% das exportações brasileiras de frangos
em partes.
i~(·Bueno.Avicultura ... p. O.•i·IIDe Cesare. Ave francesa ... p. B-I"
140
A participação das exportações brasileiras nos demais países da Europa
em 1995 foi decrescente. Os embarques para a Alemanha e Itália diminuíram,
resultando em reduções de volumes exportados de respectivamente 70 e
46%142, para participações respectivas de cerca de 4.0 e 2.5% do volume total
de partes de frango brasileiras exportadas em 1995.
Frangos em Partes(Total - 130.023 Toneladas)
199
2.6 3.9 5.2
5
IJ Espanha IJHong Kong
IJ Italia IlIAlcmanha
• Japão IJOutros
-16.3
Frangos em Partes(Total - 43.082 Toneladas)
199O
12.11~o
OAJemanha
.It:ilia
o Ilhas Canárias
!JOutros
Olapão
I!lIHollg Kong
DSuiça
40.68%
Leste Europeu: uma possibilidade
A Rússia é um mercado em expansão, mas de difícil possibilidade
comercial para o Brasil em função da concorrência amencana. Os Estados
Unidos exportàm as sobras de carne escura. a tonelada de pernas por exemplo,
por cerca de USS 800 para o mercado IUSSO, um preço impraticável para os
exportadores brasileiros.
A possibilidade de penetração do frango brasileiro no Leste Europeu
depende de acordos governamentais, tais como operações do tipo barter 143. A
globalização do sistema financeiro entretanto, diminuiu a participação de
operações de troca de mercadorias, nas duas últimas décadas.
i4.1Bueno.Avicultura ... p. 04 tBarter. neste caso. significa permuta internacional)
141
CAPÍTULO 3
PESQLISA JUNTO ÀS EMPRESAS PRODLTORAS
142
143
Neste capítulo foram pesquisados: os níveis de verticalização adotados
por empresas produtoras de frangos de corte no estado de Pernambuco, a
importância atribuída à operação de abatedouros de aves, os principais canais
de distribuição de frangos vivos e abatidos utilizados pelas empresas. e a
participação dos Estados da Federação compradores de aves das empresas
pernambucanas. A importância desta participação. tanto em frangos vivos e
abatidos, é a de visualizar novos horizontes para a penetração de: frangos
vivos; frangos abatidos inteiros; e frangos abatidos em partes, que possuem
maior valor agregado.
3.1. METODOLOGIA DA PESQUISA
No que se refere aos abatedouros foi realizada uma questão, com a
atribuição de importância por parte das empresas produtoras, aos diversos
produtos passíveis de processamento e a correlação destes com mercados
segmentados geograficamente. Tratando-se de um estudo exploratório. não
constitui o intuito desta pesquisa definir hipóteses. e nem mesmo atribuir-lhes
um tratamento estatístico que venha a comprovar a sua validade. Sabe-se que,
embora muito se comente sobre o assunto, poucas análises acadêmicas na área
de Administração dizem respeito. direta ou indiretamente. ao processo de
verticalização de atividades avícolas de corte. Não existe, ainda. uma estrutura
metodológica rigidamente estabelecida, uma vez que o restrito volume de
144
material disponível na área de Administração. relativo ao tema, não apresenta
um conjunto de proposições ou idéias com suficiente ordenação a ponto de
servir de base para pesquisas posteriores. Esse estudo visa, justamente. a
estabelecer alguns destes fundamentos sobre os quais se possa. no futuro,
alicerçar novos trabalhos, formular hipóteses. verificar procedimentos ou
servir de subsídios para a tomada de decisões estratégicas nas empresas do
setor.
Formulou-se um pressuposto básico que pudesse nortear toda a
monografia, procurando explorá-lo da forma mais extensiva possível.
O objeto do estudo concentrou-se, assim. nos seguintes aspectos:
a) identificar os níveis possíveis de Verticalização das atividades
avícolas de corte;
b) avaliar a opinião dos produtores de frangos sobre os possíveis
beneficios de aumentar o grau de Verticalização através da
instalação de abatedouro de aves:
c) analisar a viabilidade dos abatedouros no que diz respeito à
distribuição de aves abatidas no mercado interno e externo.
Para tanto, realizou-se a revisão da bibliografia existente disponível
sobre o assunto e o levantamento através de uma pesquisa primária sobre os
diversos níveis de verticalização adotados pelas empresas avícolas no estado
de Pernambuco.
145
3.2. PESQUISA DE CAMPO JUNTO AOS PRODUTORES
3.2.1. Objetivo da Pesquisa de Campo
o objetivo da pesquisa de campo efetuada foi verificar a perspectiva
individual de algumas empresas com diferentes níveis de verticalização, em
relação a gestão de atividades avícolas determinadas.
A coleta de dados foi realizada junto a dirigentes de empresas sediadas
em Pernambuco. Para tanto, foi utilizado c formulário anexo, como
questionário a ser preenchido por cada dirigente, conforme metodologia
descrita a seguir.
3.2.2. Metodologia da Pesquisa junto aos Produtores
As empresas foram selecionadas por julgamento, com base no critério
de abranger exclusivamente todas as empresas constituídas juridicamente no
setor avícola de corte, no estado de Pernambuco.
O fato de se escolher exclusivamente pessoas jurídicas fundamenta-se
em que um dos níveis avançados de verticalização das empresas do setor, a
operação de abatedouros. requer a formalização das atividades. No mercado de
aves vivas. isto não é mandatário.
146
Na pesquisa junto aos produtores de frangos. foi utilizado um
questionário estruturado não disfarçado, procurando centrar as questões em
tópicos como:
a) identificação dos tipos de atividades desempenhadas pelas
empresas;
b) grau de motivação para o desempenho das atividades;
c) existência e longevidade de abatedouros;
d) intenção ou disposição para construir novos abatedouros:
e) grau de motivação em relação a operação de um abatedouro:
f) verificação dos tipos de produtos e dos mercados geográficos
atingidos ou a serem atingidos pelos abatedouros:
g) a participação de frangos vivos e abatidos no composto de
vendas fisicas das empresas produtoras;
h) localização das unidades geográficas compradoras de frangos
vivos e abatidos:
i) verificação dos canais utilizados na distribuição de frangos
vivos e abatidos;
j) classificação de uso dos tipos de embalagens de transporte de
aves abatidas no mercado interno e externo:
Caberia falar. outrossim. do elevado grau de respostas encontrado
(66,7%). Dos doze questionários enviados por fax. oito foram respondidos,
147
três não foram recebidos. apesar de nova solicitação por fax. e uma empresa
manifestou suas escusas por não participar da pesquisa. Todas as respostas
foram enviadas no mês de janeiro de 1996. Verifica-se relevante o fato de que
foi possível cobrir 100% dos abatedouros industriais em funcionamento ou que
chegaram a funcionar. no estado de Pernambuco.
Pode-se considerar muito satisfatório o nível de colaboração dos
empresários pernambucanos do setor avícola de corte. Constatou-se um
empresariado avícola muito participativo, refletido no excelente número de
respostas ao questionário. e profundamente interessado em receber os
resultados da pesquisa. ainda que esta possua um cunho acadêmico.
Posição dos Questionários
Questionários N O/o,,
Respondidos 8 66,7
I
Escusas por não poder ! 1 8,3
responder
Não respondidos 3 25,0
Enviados 12 100,0
148
3.2.3. Análise e conclusões da pesquisa de campo
Uma vez encerrada a etapa de coleta e tratamento dos dados referentes
às atividades avícolas, seguem a análise e as conclusões da pesquisa efetuada
em campo. Serão analisadas a seguir as empresas produtoras de frangos em
Pernambuco e os seus respectivos níveis de verticalização.
A avicultura, de corte e de postura, ocupa 1.800 granjas e oferece
emprego a cerca de 155.000 pessoas no estado de Pernambuco. No ano de
1995 o faturamento dos produtores de aves e ovos no Estado foi de R$ 452
milhões, correspondentes a 3,6% do PIS estadual 144
Em 1995 a produção de frangos de corte em Pernambuco foi de
aproximadamente 253.000 toneladas, um aumento de cerca de 10% sobre
1994. Para 1996 espera-se uma taxa de crescimento similar, o que resultaria
em uma produção em tomo de 278.000 toneladas'Y.
De acordo com o presidente da Associação Avícola do Estado de
Pernambuco!"; o mercado atacadista responde por 80% das vendas de frango
vivo e os 20% restantes são destinados aos abatedouros frigoríficos.
No que se refere à origem das empresas produtoras de frangos de
Pernambuco, a maior parte delas é composta por empresas locais e algumas
144 Andrade, Jaqueline. Setor tem crescimento de 10% in Diário de Pernambuco. 07/01/96, pp. C - 8145 Idem.146 Idem (conforme depoimento do Sr. Edgar Navais)
149
pertencem a grupos empresariais oriundos do Sul do país, com atuação em
diversos estados.
1) Grupo abatedouro
As quatro empresas produtoras que formam o universo de abatedouros
que realizaram ou realizam operações de abate industrial no estado de
Pernambuco estiveram presentes nos questionários respondidos. A esse grupo
convencionou-se chamar grupo abatedouro. O critério utilizado para tal
designação foi o da experiência efetiva de operação. Esse grupo consistia das
seguintes empresas produtoras, com os seguintes níveis de verticalização das
atividades:
Empresa A: Pena Branca S/A Moagem e Avicultura, detentora da marca de
frangos Pena Branca, com abatedouro localizado no município de Paulista, PE,
arredores da cidade do Recife. O início das operações da unidade de abate
ocorreu em 1975.
Atividades verticalizadas: 4
plantio de milho - NÃO
plantio de soja - NÃO
unidade de fabricação de ração - SIM
criação de matrizes - NÃO
incubatório - SIM
150
granjas de engorda - SIM
abatedouro industrial - SIM
unidades de varejo para frangos vivos e/ou abatidos - NÃO
Modalidade(s) de criação de frangos:
engorda em granjas próprias - NÃO
engorda em granjas arrendadas - NÃO
parceria avícola - SIM
A empresa A é constituída por diversos ativos localizados nos estados
de Pernambuco e da Paraíba, com sede administrativa na cidade de Olinda,
arredores de Recife. O gmpo controlador da empresa A também possui outras
empresas atuantes no setor avícola com unidades de abate industrial de frangos
em outros Estados, na seguinte ordem de proximidade geográfica com
Pernambuco: Maranhão, Pará, São Paulo - duas unidades, e Rio Grande do
Sul.
A empresa A possui quatro ativídades verticalizadas, a saber: preparo
de ração para frangos de corte, incubação de pintos, engorda de frangos e
abate industrial de aves.
A empresa A atribui valores mais altos à terceirização do transporte
para milho e/ou soja (4), ao preparo de ração (5), e à terceirização do
transporte para componentes ou ração pronta destinada às granjas (4).
151
A criação de matrizes (2), a venda de ovos férteis (2) e a venda de
pintos de um dia (2) não mereceram destaque. A empresa no entanto atribui
valor alto à incubação de pintos (5).
A empresa A trabalha somente com granjas de engorda em sistema de
parceria avícola (5), preferindo vender as aves vivas com transporte a cargo do
comprador (5). A empresa possui uma posição intermediária no que se refere a
depósito(s) para estocagem e/ou distribuição de aves vivas (3) e uma
pontuação mais alta para rede de lojas com a logomarca da empresa para
comercialização de aves vivas (4).
O abatedouro de aves (4), a terceirização do transporte para aves
abatidas (4) e a rede de lojas com a logomarca da empresa para
comercialização de aves abatidas (4) mereceram destaque, enquanto o meio de
transporte próprio para aves abatidas (2) e depósito(s) para estocagem e/ou
distribuição de aves abatidas (3) não foram considerados muito importantes.
Principais conclusões sobre a empresa A
A empresa A, note-se, atribui uma nítida importância à terceirização do
transporte em todos os níveis, pelo transporte de aves vivas a cargo do
comprador, pela engorda de frangos em granjas no sistema de parceria avícola:
e pela distribuição de aves vivas e abatidas através de unidades varejistas com;
maior esforço de marketing.
..;
152
Observações adicionais sobre a empresa A
A empresa A comercializou 13.600 toneladas de frangos em 1995, um
aumento de cerca de 5% sobre o ano anterior. Para 1996 a empresa espera uma
taxa de crescimento de 15%, configurando uma produção de mais de 15.000
toneladas de frangos. A empresa lidera as vendas de frango resfriado em
Pernambuco, com 45% de participação de mercado 147.
o grupo controlador da empresa A responde por mais de 60% do
consumo de frango resfriado nas regiões Norte e Nordeste. Como possui
abatedouros múltiplos, o grupo controlador da empresa A pode escolher entre
os diversos tipos de frangos, inteiros e partes, resfriados e congelados, e
segmentar os mercados específicos de atuação de cada unidade de abate.
Empresa B: Varig Agropecuária S/A, detentora da marca de frangos Seletto,
com abatedouro localizado no município de Igarassú, PE, arredores da cidade• I .
do Recife. O início das operações da unidade de abate ocorreu em 1995.
Atividades verticalizadas: 5
plantio de milho - NÃO
plantio de soja - NÃO
unidade de fabricação de ração - SIM
criação de matrizes - SIM
incubatório - SIM
147 Andrade, Jacqueline. Empresa lidera ... p. C-8
153
granjas de engorda - SIM
abatedouro industrial - SIM
unidades de varejo para frangos vivos e/ou abatidos - NÃO
Modalidade(s) de criação de frangos:
engorda em granjas próprias - SIM
engorda em granjas arrendadas - NÃO
parceria avícola - SIM
A empresa B é constituída por diversos ativos localizados nos estados
de Pernambuco e da Paraíba, com sede administrativa na cidade de Recife. O
grupo controlador da empresa B também possui outra empresa que se dedica
ao setor avícola no estado do Maranhão, desprovida de incubatório e de
abatedouro. A empresa B se encarrega de fornecer pintos de um dia para a
empresa controlada pelo grupo no Maranhão.
A empresa B possui cinco atividades verticalizadas, a saber: preparo de
ração para frangos de corte, criação de matrizes, incubação de pintos, engorda
de frangos e abate industrial de aves.
A empresa B atribui valores mais altos à terceirização do transporte
para milho e/ou soja (4), e ao preparo de ração (5). O meio de transporte
próprio para componentes ou ração pronta destinada às granjas (3) e a
terceirização do transporte para componentes ou ração pronta destinada às
granjas (3) receberam pontuações intermediárias.
154
A criação de matrizes (4), a incubação de pintos (4) e a venda de pintos!I
de um dia (4) mereceram destaque. A empresa no entanto atribui pou1a
importância à venda de ovos férteis (2).
A empresa B trabalha com granjas de engorda em sistema de parceriaI
avícola (4) e com granjas de engorda próprias (4), preferindo vender as aves
vivas com transporte a cargo do comprador (4). Ela atribui pouca importância
no que se refere a depósito(s) para estocagem e/ou distribuição de aves vivas
(1) e para rede de lojas com a logomarca da empresa para comercialização de
aves vivas (1).
o abatedouro de aves (5), a terceirização do transporte para aves
abatidas (5) e a rede de lojas com a logomarca da empresa para
comercialização de aves abatidas (4) mereceram destaque, enquanto o meio de
transporte próprio para aves abatidas (1) e depósito(s) para estocagem e/ou
distribuição de aves abatidas(3) não foram considerados muito importantes.
Principais conclusões sobre a empresa B
A empresa B, note-se, atribui uma nítida importância à terceirização do
transporte para milho e/ou soja e aves abatidas. Possui preferência pelo
transporte de aves vivas a cargo do comprador, pela engorda de frangos em
granjas próprias e no sistema de parceria avícola, e pela distribuição de aves
abatidas através de unidades varejistas com maior esforço de marketing.
155
Empresa Ç: Laroche Agropecuária, detentora da marca de frangos Avicil,
com abatedouro localizado no município de Paulista, PE, arredores da cidade
do Recife. O início das operações de abate ocorreu em 1995.
Atividades verticalizadas: 4
plantio de milho - NÃO
plantio de soja - NÃO
unidade de fabricação de ração - SIM
criação de matrizes - NÃO
incubatório - NÃO
granjas de engorda - SIM
abatedouro industrial - SIM
unidades de varejo para frangos vivos e/ou abatidos - SIM
Modalidade(s) de criação de frangos:
engorda em granjas próprias - SIM
engorda em granjas arrendadas - SIM
parceria avícola - NÃO
A empresa C possui quatro atividades verticalizadas, a saber: preparo
de ração para frangos de corte, engorda de frangos, abate industrial de aves e
unidades de varejo para frangos vivos e abatidos.
156
A empresa C atribuiu valores mais altos à terceirização do transporte
para milho e/ou soja (5), ao preparo de ração (5), e à terceirização do
transporte para componentes ou ração pronta destinada às granjas (5).
A incubação de pintos (5) mostrou-se importante para a empresa.
A empresa C trabalha com granjas de engorda próprias (5) e granjas
arrendadas (4), preferindo vender as aves vivas com meio de transporte próprio
(4). Ela atribui bastante importância no que se refere a depósito(s) para
estocagem e/ou distribuição de aves vivas (5) e uma pontuação favorável para
rede de lojas com a logomarca da empresa para comercialização de aves vivas
(4).
o abatedouro de aves (4), o meio de transporte próprio para aves
abatidas (4), e a rede de lojas com a logomarca da empresa para
comercialização de aves abatidas (4) mereceram destaque, enquanto o( s)
depósito(s) para estocagem e/ou distribuição de aves abatidas (3) obteve
importância mediana.
Principais conclusões sobre a empresa C
A empresa C, note-se, possui uma nítida preferência pelo mero de
transporte próprio para aves vivas e abatidas, pela engorda de frangos em
granjas próprias e em granjas arrendadas, e pela distribuição de aves vivas e
abatidas através de unidades varejistas com maior esforço de marketing.
157
Empresa D: Avie Alimentos Selecionados S/A , detentora da marca de
frangos Mafisa, com abatedouro localizado no município de Belo Jardim, PE,
distante cerca de 180km de Recife. O início das operações de abate ocorreu
em 1994 e o término das mesmas em 1995. A empresa manifestou desejo de
retomar ao mercado no prazo de um ano.
Atividades verticalizadas: 6
plantio de milho - NÃO
plantio de soja - NÃO
unidade de fabricação de ração - SIM
criação de matrizes - SIM
incubatório - SIM
granjas de engorda - SIM
abatedouro industrial- SIM
unidades de varejo para frangos vivos e/ou abatidos - SIM
Modalidade(s) de criação de frangos:
engorda em granjas próprias - NÃO
engorda em granjas arrendadas - NÃO
parceria avícola - SIM
A empresa D possuía seis atividades verticalizadas na época do
encerramento de suas atividades, a saber: preparo de ração para frangos de
corte, criação de matrizes, incubação de pintos, engorda de frangos,abate
158
industrial de aves e unidades de varejo para frangos vivos e abatidos - lojas
franqueadas.
A empresa D atribuía valores mais altos ao meio de transporte próprio
para milho e/ou soja (4), ao preparo de ração (5), e à terceirização do
transporte para componentes ou ração pronta destinada às granjas (5).
A criação de matrizes (5) e a incubação de pintos (5) mereceram
destaque. A empresa no entanto atribuía valor baixo à venda de ovos férteis (2)
e à venda de pintos de um dia (2).
A empresa D trabalhava somente com granjas de engorda em sistema de
parceria avícola (5), preferindo vender as aves vivas com transporte
terceirizado (5). Ela atribuía uma importância mediana no que se refere a
depósito(s) para estocagem e/ou distribuição de aves vivas (3), e uma
pontuação mais alta para rede de lojas com a logomarca da empresa para
comercialização de aves vivas (5).
O abatedouro de aves (5), a terceirização do transporte para aves
abatidas (5) e a rede de lojas com a logomarca da empresa para
comercialização de aves abatidas (5) mereceram destaque, enquanto o meio de
transporte próprio para aves abatidas (4) e depósito(s) para estocagem e/ou
distribuição de aves abatidas( 4) também foram considerados muito
importantes.
159
Principais conclusões sobre a empresa D
A empresa D, note-se, possuía uma nítida preferência pela terceirização
do transporte em todos os níveis, menos no transporte de milho e/ou soja.
Também nutria preferências pela engorda de frangos em granjas no sistema de
parceria avícola e pela distribuição de aves vivas e abatidas através de
unidades varejistas com maior esforço de marketing.
2) Grupo não-abatedouro
Um total de quatro empresas produtoras que estão em fase de
construção ou possuem projeto de construção de abatedouro industrial também
estiveram presentes nos questionários respondidos. A esse grupo
convencionou-se chamar grupo não-abatedouro. Esse grupo consistia das
seguintes empresas produtoras, com os seguintes níveis de verticalização das
atividades:
Empresa E: Belasa, com abatedouro em construção no município de Belo
Jardim, PE, distante cerca de 180km de Recife. O início das operações de
abate está previsto para ocorrer em treze meses.
Atividades verticalizadas: 4
plantio de milho - NÃO
plantio de soja - NÃO
unidade de fabricação de ração - SIM
160
criação de matrizes - SIM
incubatório - SIM
granjas de engorda - SIM
unidades de varejo para frangos vivos e/ou abatidos - NÃO
Modalidadets) de criação de frangos:
engorda em granjas próprias - SIM
engorda em granjas arrendadas - SIM
parceria avícola - SIM
A empresa E possui quatro atividades verticalizadas, a saber: preparo
de ração para frangos de corte, criação de matrizes, incubação de pintos e
engorda de frangos.
A empresa E atribui valores mais altos à terceirização do transporte
para milho e/ou soja (4), ao preparo de ração (5), e à terceirização do
transporte para componentes ou ração pronta destinada às granjas (3).
A criação de matrizes (5), a venda de ovos férteis (5), a incubação de
pintos (5) e a venda de pintos de um dia (5) demonstram a importância desse
segmento para a empresa.
A empresa E trabalha com todas as três modalidades de granjas de
engorda, atribuindo maior importância ao sistema de parceria avícola (4),
preferindo vender as aves vívas com transporte terceirizado (5) ou a cargo do
comprador (5). Ela atribui pouca importância no que se refere a depósito(s)
161
para estocagem e/ou distribuição de aves vivas (1) e uma pontuação pouco
favorável para rede de lojas com a logomarca da empresa para comercialização
de aves vivas (2).
O abatedouro de aves (5), o mero de transporte próprio para aves
abatidas (3) e depósito( s) para estocagem e/ou distribuição de aves abatidas( 4)
mereceram destaque, enquanto a terceirização do transporte para aves abatidas
(2) e a rede de lojas com a logomarca da empresa para comercialização de
aves abatidas (3) tiveram menor importância.
Principais conclusões sobre a empresa E
A empresa E, note-se, possui uma nítida preferência pela terceirização
do transporte em todos os níveis, menos no transporte de aves abatidas. Nutre
preferências também pela engorda de frangos em granjas no sistema de
parceria avícola.
Empresa F: Agropecuária Serrote Redondo Ltda., com abatedouro em
construção no município de Afogados da Ingazeira, PE, distante cerca de
400Km de Recife. O início das operações de abate está previsto para ocorrer
no prazo de um ano.
Atividades verticalizadas: 5
plantio de milho - NÃO
plantio de soja - NÃO
162
unidade de fabricação de ração - SIM
criação de matrizes - SIM
incubatório - SIM
granjas de engorda - SIM
unidades de varejo para frangos vivos ou abatidos - SIM
Modalidade(s) de criação de frangos:
engorda em granjas próprias - SIM
engorda em granjas arrendadas - SIM
parceria avícola - SIM
A empresa F possui cinco atividades verticalizadas, a saber: preparo de
ração para frangos de corte, criação de matrizes, incubação de pintos, engorda
de frangos e unidades de varejo para frangos vivos e abatidos.
A empresa F atribui valores mais altos ao meio de transporte próprio
para milho e/ou soja (5) e ao preparo de ração (5). As modalidades de
transporte para componentes ou ração pronta destinada às granjas também
merecem destaque: o meio de transporte próprio (5) e a terceirização do
transporte (5).
A criação de matrizes (5), a venda de ovos férteis (5), a incubação de
pintos (5) e a venda de pintos de um dia (5) demonstram a importância desse
segmento para a empresa.
163
A empresa F trabalha com todas as três modalidades de granjas de
engorda, atribuindo maior importância às granjas de engorda em sistema de
parceria avícola (5) e às granjas de engorda próprias (5), preferindo vender as
aves vivas com meio de transporte próprio (5) ou a cargo do comprador (5).
Ela atribui importância mediana no que se refere a depósito(s) para estocagem
e/ou distribuição de aves vivas (3) e uma pontuação muito favorável para rede
de lojas com a logomarca da empresa para comercialização de aves vivas (5).
O abatedouro de aves (5), o meio de transporte próprio para aves
abatidas (5), o(s) depósito(s) para estocagem e/ou distribuição de aves abatidas
(5) e a rede de lojas com a logomarca da empresa para comercialização de
aves abatidas (5) mereceram destaque. A terceirização do transporte para aves
abatidas (4) também foi considerada importante.
Principais conclusões sobre a empresa F
A empresa F, note-se, possui uma nítida preferência pelo meio de
transporte próprio em todos os níveis, pela engorda de frangos em granjas
próprias e no sistema de parceria avícola. Também nutre preferências pela
distribuição de aves vivas e abatidas através de unidades varejistas com maior
esforço de marketing.
Empresa G: Pavane Agroindustrial Ltda., com projeto para abatedouro a ser
localizado possivelmente no município de Vitória de Santo Antão, PE,
164
arredores da cidade do Recife. O início das operações de abate está previsto
para ocorrer em prazo de dois anos.
Atividades verticalizadas: 4
plantio de milho - NÃO
plantio de soja - NÃO
unidade de fabricação de ração - SIM
criação de matrizes - NÃO
incubatório - SIM
granjas de engorda - SIM
unidades de varejo para frangos vivos ou abatidos - SIM
Modalidade(s) de criação defrangos:
engorda em granjas próprias - SIM
engorda em granjas arrendadas - SIM
parceria avícola - SIM
A empresa G possui quatro atividades verticalizadas, a saber: preparo
de ração para frangos de corte, incubação de pintos, engorda de frangos e
unidades de varejo para frangos vivos.
A empresa G atribui valores mais altos ao preparo de ração (5) e a
terceirização do transporte para componentes ou ração pronta destinada às
granjas (5).
165
A criação de matrizes (4), a venda de ovos férteis (4), a incubação de
pintos (4) e a venda de pintos de um dia (4) demonstram a importância desse
segmento para a empresa.
A empresa G trabalha com todas as três modalidades de granjas de
engorda, atribuindo maior importância ao sistema de parceria avícola (5),
preferindo vender as aves vivas com transporte a cargo do comprador (4). Ela
atribui pouca importância no que se refere a depósito(s) para estocagem e/ou
distribuição de aves vivas (1) e uma pontuação muito favorável para rede de
lojas com a logomarca da empresa para comercialização de aves vivas (5).
O abatedouro de aves (5) e a rede de lojas com a logomarca da empresa
para comercialização de aves abatidas (5) merecem destaque. O(s) depósito(s)
para estocagem e/ou distribuição de aves abatidas (3) recebem um grau de
importância mediano. As modalidades de transporte para aves abatidas
recebem pontuações baixas: O meio de transporte próprio (1) e a terceirização
do transporte (1).
Principais conclusões sobre a empresa G
A empresa G, note-se, possui preferência pela terceirização do
transporte para componentes ou ração pronta destinada às granjas e pelo
transporte de aves vivas a cargo do comprador. Atribui maior importância à
engorda de frangos em granjas no sistema de parceria avícola e pela \/,
166
distribuição de aves vivas e abatidas através de unidades varejistas com maior
esforço de marketing.
Empresa H: Avícola Brilhante Ltda., com projeto para abatedouro sem
localização definida. O início das operações de abate está previsto para ocorrer
em prazo de dois anos.
Atividades verticallzadas: 6
plantio de milho - SIM
plantio de soja - NÃO
unidade de fabricação de ração - SIM
criação de matrizes - SIM
incubatório - SIM
granjas de engorda - SIM
unidades de varejo para frangos vivos ou abatidos - SIM
Modalidade(s) de criação de frangos:
engorda em granjas próprias - SIM
engorda em granjas arrendadas - SIM
parceria avícola - SIM
A empresa H possui seis atividades verticalizadas, a saber: plantio de
milho, preparo de ração para frangos de corte, criação de matrizes, incubação
de pintos, engorda de frangos e unidades de varejo para frangos vivos.
167
A empresa H atribui valores altos às modalidades de transporte para
matérias primas: o meio de transporte próprio para milho e/ou soja (4) e a
terceirização do transporte para milho e/ou soja (4). O preparo de ração (5) e
as modalidades de transporte para componentes ou ração pronta destinada às
granjas: o meio de transporte próprio (4) e a terceirização do transporte (4),
também foram valorizados.
A criação de matrizes (4), a venda de ovos férteis (4), a incubação de
pintos (4) e a venda de pintos de um dia (4) demonstra a importância desse
segmento para a empresa.
A empresa H trabalha com todas as três modalidades de granjas de
engorda, atribuindo maior importância às granjas de engorda em sistema de
parceria avícola (4) e às granjas arrendadas (4), preferindo vender as aves
vivas com meio de transporte próprio (4). Ela atribui bastante importância no
que se refere a depósito(s) para estocagem e/ou distribuição de aves vivas (4) e
uma pontuação muito favorável para rede de lojas com a logomarca da
empresa para comercialização de aves vivas (5).
O abatedouro de aves (4), o meio de transporte próprio para aves
abatidas (4), o(s) depósito(s) para estocagem e/ou distribuição de aves abatidas
(5) e a rede de lojas com a logomarca da empresa para comercialização de
aves abatidas (5) mereceram destaque. A terceirização do transporte para aves
abatidas (3) obteve importância mediana.
168
Principais conclusões sobre a empresa H
A empresa H, note-se, possui uma nítida preferência pelo meto de
transporte próprio para aves vivas e abatidas, e pela engorda de frangos no
sistema de parceria avícola e em granjas arrendadas. A empresa também nutre
preferências pela distribuição de aves vivas e abatidas através de unidades
varejistas com maior esforço de marketing.
\ '
3.2.4. Análise Horizontal
1)Milho
A quantidade de milho requerida por uma empresa produtora é muito
grande. Para se ter uma idéia um produtor que possua uma capacidade alojada
de 1.000.000 de aves, com faixa de peso de venda em tomo de 2,5Kg por
frango, realizando uma conversão alimentar média de 2,0, irá consumir em
tomo de 5.000 toneladas de ração para alimentar este planteI. Considerando
uma média de 70% de milho na composição da ração, ter-se-á 3.500 toneladas
de milho gastas na elaboração da ração.
No período de um ano tem-se uma média de cmco criadas, o que
implica em um consumo de 17.500 toneladas de milho anuais. Para realizar tal
produção um produtor deveria semear 5.000 hectares, considerando-se uma
produção média de 3.500 toneladas por hectare/ano.
169
A falta de sinergia nas operações de plantio de milho e produção de
frangos, no estado de Pernambuco, aliados ao enorme comprometimento
fmanceiro para realizar a produção do cereal praticamente inviabilizam a
integração vertical destas atividades para os produtores pernambucanos.
Entre as empresas pesquisadas somente uma dedica-se ao plantio de
milho. A possibilidade de produção de grãos em regiões irrigadas do semi-
árido nordestino próximas ao rio São Francisco é uma realidade. Todavia o
agricultor nestas áreas confronta-se com a opção entre o plantio de culturas
tradicionais ou a formação de pomares. Esta última atividade, a fruticultura
irrigada, tem-se mostrado mais procurada nos últimos tempos, em função de
sua maior rentabilidade.
Os sistemas de irrigação possuem um custo bastante elevado o que
dificulta a obtenção de viabilidade econômica. Certos equipamentos no
entanto apresentam-se com dificuldades para a irrigação de fruteiras, em
decorrência da configuração fisica do pomar ou do porte elevado atingido
pelas plantas. Um destes equipamentos é o pivô central, um conjunto
composto por um eixo fixo no meio da área a ser irrigada e uma série de torres
modulares desmontáveis que permitem flexibilização da área molhada. Usado i,.
para extensas áreas, possue um inconveniente que é a altura máxima das torres
entre 2,5 e 3,0 metros, apresentando-se entretanto perfeitamente adaptado para
culturas como o milho.
170
2) Soja
A soja, a despeito de suas enormes possibilidades para o Brasil, não
oferece muitas condições agronômicas para o estado de Pernambuco em
particular. Talvez por este motivo, fora o aspecto da falta de sinergia também
encontrado no milho, não se obteve entre as empresas pesquisadas nenhuma
que se dedicasse ao plantio desta leguminosa.
Por se tratar de uma cultura em grande expansão territorial no Brasill,
sena interessante observar as novas áreas de cultivo e verificar qual(is)
modalidade(s) de distribuição poderiam ser utilizadas a um menor custo. A
atuação governamental pode ser decisiva neste aspecto.
3) Ração
o item preparo de ração para frangos de corte apresentou númer6
máximo de respostas, com todos os oito pesquisados respondendo. Também
mostrou maior nível de concordância , com todos pesquisados atribuindo a
mesma nota. Este item obteve ainda maior nota individual, todos designaram
(5), e o maior somatório, 40 pontos.
A importância da fabricação de ração, em diferentes níveis de
agregação de componentes e matérias primas, reflete-se no fato dela ser o
componente principal dos custos de produção de frangos de corte.
Outro tópico que despertou atenção na análise foi o transporte de ração
pronta das unidades de processamento até as granjas. Enquanto o item meio de';/"
, ,.
I171
transporte próprio para componentes ou ração pronta destinada às granjas
obteve um somatório de 20 pontos, o item terceirização do transporte para
componentes ou ração pronta destinada às granjas obteve 34 pontos, em oito
respostas, configurando-se no quarto item em importância.
Há de se considerar que o peso de ração transportado corresponde em
termos médios ao dobro do peso de transporte dos frangos vivos. A expansão
de contratos de parcena avícola e/ou arrendamentos aumenta
consideravelmente o volume de cargas das empresas produtoras, e até mesmo
o volume global de frete de ração. É muito comum as granjas autônomas, de
criadores individuais, trabalharem com capacidade ociosa.
A importância dada à terceirização do transporte de ração pelas
empresas produtoras pressupõe também uma presença pouco intensa de silos
receptores nas granjas de engorda. Este fato, em função da elevada relação
custo-beneficio deste equipamento, pode refletir possíveis ineficiências
interativas entre as fábricas de ração e as granjas de engorda na cadeia
verticalizada de produção. É um tema a ser analisado mais profundamente.
4) Matrizes
Das oito empresas produtoras, cinco se apresentaram realizando criação
de matrizes. O item criação de matrizes apresentou-se com sete respostas,
tendo sido atribuídas três notas (5), três notas (4)e uma nota (2)., "
r.,. I
172
No que se refere ao item venda de ovos férteis encontrou-se uma
discrepância entre o grupo abatedouro, com três notas (2), e o grupo não-
abatedouro com duas notas (5) e duas notas (4).~'I~r~JI \. \I ,
I
5) Incubatórioi~..
Das oito empresas produtoras apenas uma não realiza incubação de ',,\~ .. ~
pintos. O item incubação de pintos apresentou-se com cinco notas (5) e\ três;, I, \ ' (,
notas (4), somando 37 pontos, em oito respostas, configurando-se no segundo L ,). I "\1
maior item em grau de importância. II\ 1
No que se refere ao item venda de pintos de um dia encontro h-se tl 1(',\
também uma discrepância entre o grupo abatedouro, com uma nota (4) e duas!, \ )
notas (2), e o grupo não-abatedouro com duas notas (5) e duas notas (\4)1,~{
respostas idênticas em número e origem às que este grupo deu no item venda
de ovos férteis.
Todas as oito empresas produtoras possuem granjas verticalizadas. O
6) Granjas de engorda
Ii \
grupo abatedouro tem duas empresas produtoras que atuam somente na \~~,
modalidade de criação parceria avícola, e as outras duas empresas atuantes " J<::
nas modalidades: 1) granja própria e parceria avícola; e 2) granja própria e
granja arrendada.
. .
173
o grupo não-abatedouro tem suas quatro empresas operando, sem
exceções, nas três modalidades de criação de frangos.
A modalidade de criação de frangos que recebeu maior importância, o
item engorda de frango (5) de corte em granjats) integrada(s) ou parceria(s)
avícola(s), apareceu com quatro notas (5) e três notas (4), somando 32 pontos,I
(
em sete respostas, configurando-se no quinto maior item em grau de
importância.
o item engorda de frango (5) de corte em granjats) prápriats) com duas
notas (5), duas notas (4), uma nota (3), duas notas (2) e uma nota (1), somando
26 pontos, em oito respostas, configurou-se na segunda modalidade de criação
de frangos em importância.
o item engorda de frango(s) de corte em granjats) arrendadats) com
três notas (4), quatro notas (2) e uma nota (1), somando 21 pontos, em oito
respostas, configurou-se na terceira modalidade de criação de frangos em
importância.
o item compra de frangos de corte em granjas de terceiros não
despertou muita importância entre os pesquisados. O grupo abatedouro obteve
uma nota (4), uma nota (3), uma nota (2) e uma nota (1). O grupo não-
abatedouro obteve exatamente os mesmos resultados do outro grupo. A soma
total correspondeu a 20 pontos, em oito respostas.
No que diz respeito à importância atribuída às modalidades de
transporte de frangos vivos, a preferência recaiu sobre o item venda de aves
174
vivas na granja com transporte a cargo do comprador, com um total de 27
pontos em sete respostas.
o segundo lugar na preferência foi o item terceirização do transporte
para aves vivas da granja ao comprador, com um total de 25 pontos em sete
respostas.
A terceira modalidade escolhida, o item meio de transporte próprio
para aves vivas da granja ao comprador, obteve 24 pontos em oito respostas.
7) Unidades de varejo para aves vivas
o item depôsitots) para estocagem e/ou distribuição de aves vivas
obteve 21 pontos em oito respostas, com bastante variação entre as respostas.
Existe uma correlação entre este tópico e o item compra de frangos de corte
em granjas de terceiros, haja visto que os depósitos são geralmente utilizados
pelas empresas cuja quantidade de aves vendidas excede a quantidade
produzida.
o item rede de lojas com a logomarca da empresa para
comercialização de aves vivas, com quatro notas (5), duas notas (4), uma nota
"'.1(2) e uma nota (1), somando 31 pontos em oito respostas, configurou-se no
sexto item em importância atribuída.
175
8) Abatedouro
o item abatedouro de aves obteve no grupo abatedouro duas notas (5)
e duas notas (4). No grupo não-abatedouro os resultados indicaram três notasI' r')
(5) e uma nota (4). A soma total foi de 37 pontos em oito respostas, tendo este;
item dividido o segundo lugar em importância, junto com o item incubação de
pintos.j
"I! j
No que diz respeito a importância atribuída às modalidades de
transporte de frangos abatidos, todas duas somaram exatamente o mesmo
número de pontos, 24, mas o número de respostas variou. No item meio de
transporte próprio para aves abatidas foram obtidas oito respostas, enquanto
no item terceirização do transporte para aves abatidas houve sete respostas, o
que revelaria maior importância para este item.
o mais interessante no que se refere às modalidades de transporte foi a
inversão de pontuações entre os dois grupos em relação às duas modalidades.
Enquanto os participantes do grupo abatedouro preferiram estabelecer maiores
pontuações individuais ao item terceirização do transporte para aves abatidas
do que ao item meio de transporte próprio para aves abatidas , os participantes
do grupo não-abatedouro reduziram ou igualaram suas pontuações individuais
ao abordarem o item terceirização do transporte para aves abatidas.
176
9) Unidades de varejo para aves abatidas
O item depôsitots) para estocagem e/ou distribuição de aves abatidas
obteve no grupo abatedouro uma nota (4) e três notas (3), enquanto no grupo
não-abatedouro os resultados indicaram duas notas (5), uma nota (4) e uma
nota (3). A soma total foi de 30 pontos em oito respostas, tendo este item
ocupado o sétimo lugar em importância atribuída.
O item rede de lojas com a logomarca da empresa para
comercialização de aves abatidas, com quatro notas (5), três notas (4) e uma
nota (3), somando 35 pontos em oito respostas, configurou-se no terceiro item
em importância atribuída.
177
3.2.5. Síntese de Informações
Parte I
1 - Atividades em que a empresa atua:
Grupo: Abatedouro Não-AbatedouroA B C D E F G H
Plantio de milho SimPlantio de sojaPreparo de ração para frangos de corte Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim SimCriação de matrizes Sim Sim Sim Sim SimIncubação de pintos Sim Sim Sim Sim Sim Sim SimEngorda de frangos Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim SimAbate industrial de frangos de corte Sim Sim Sim SimVenda a varejo de frangos vivos e/ou abatidos Sim Sim Sim Sim Sim
178
2 - Importância que a empresa dá a cada uma das atividades listadas:
A B C O E F G H L Ordem• Preparo de ração para frangos de corte 5 5 5 5 5 5 5 5 40 1• Incubação de pintos 5 4 5 5 5 5 4 4 37 2• Abatedouro de aves 4 5 4 5 5 5 5 4 37 2• Rede de lojas com a logomarca da empresa 4 4 4 5 3 5 5 5 35 3
para comercialização de aves abatidas• Terceirização do transporte para componentes 4 3 5 5 3 5 5 4 34 4
ou ração pronta destinada às granjas• Engorda de frangos de corte em granja(s) 5 4 5 4 5 5 4 32 5
integrada( s)• Rede de lojas com a logomarca da empresa 4 4 5 2 5 5 5 31 6
para comercialização de aves vivas• Depósito(s) para estocagem e/ou distribuição 3 3 3 4 4 5 3 5 30 7
de aves abatidas• Terceirização do transporte para milho e/ou 4 4 5 3 4 4 4 29 8
soja• Criação de matrizes 2 4 5 5 5 4 4 29 8• Venda de aves vivas na granja com transporte 5 4 3 5 5 4 I 27 9
a cargo do comprador• Venda de pintos de um dia 2 4 2 5 5 4 4 26 10• Engorda de frangos de corte em granja(s) 2 4 5 2 5 4 3 26 10
própria(s)• Terceirização do transporte para aves vivas da 4 3 5 5 4 3 25 11
granja ao comprador• Venda de ovos férteis 2 2 2 5 5 4 4 24 12• Meio de transporte próprio para aves vivas da 2 3 4 2 2 5 2 4 24 12
granja ao comprador• Meio de transporte próprio para aves abatidas 2 1 4 4 3 5 I 4 24 12• Terceirização do transporte para aves abatidas 4 5 5 2 4 1 3 24 12• Engorda de frangos de corte em granja(s) 2 4 2 2 4 2 4 21 13
arrendada(s)• Depósito(s) para estocagem e/ou distribuição 3 5 3 3 4 21 13
de aves vivas• Meio de transporte próprio para componentes 2 3 2 2 5 2 4 20 14
ou ração pronta destinada às granjas• Compra de frangos de corte em granjas de 3 4 2 4 2 3 20 14
terceiros• Meio de transporte próprio para milho e/ou 2 2 4 5 4 19 15
soja• Plantio de milho 5 2 2 3 4 18 16• Plantio de soja 5 2 2 I 3 I 2 16 17• Venda de componente ou ração pronta para 2 2 2 5 2 15 18
terceiros
179
Parte 11
1 - Mercado para frangos de corte vivos
Modalidade de VendaVenda de aves vivas
Grupo: Abatedouro Não-Abatedouro(Em %) A B C O E F G H
43 34 60 O 100 100 100 100
Grupo: Abatedouro Não-Abatedouro(Em %) A B C D E F G H
100 100 100 100 100 100 100
Grupo: Abatedouro Não-Abatedouro(Em %) A B C O E F G H
50 5 310 62010
RegiãoNordeste
EstadosAlagoasBahiaCearáMaranhãoParaíbaPernambucoPiauíRio Grande do NorteSergipe
20100 80 100
25 10 5 2020 30 80 71
105 10 10
Modalidades de DistribuiçãoVenda a atacadista(s). (Clientessemanal acima de 1500 aves)Venda a varejista(s). (Clientes de compra 10semanal até 1500 aves)Venda através de ponto(s) de comercializaçãopróprio(s). (Avícolas, açougues, varejões)
Grupo: Abatedouro(Em %) A B C D
de compra 90 100
Não-AbatedouroE F G H
100 70 70 18
70 20 20 16
30 10 10 66
2 - Mercado para frangos de corte abatidos
Modalidade de VendaVenda de aves abatidas
Grupo: Abatedouro(Em %) A B C D
57 66 40 100
2.1 - Mercado interno para frangos de corte abatidos
Destinação das Aves AbatidasMercado interno
Grupo: Abatedouro(Em %) A B C D
100 100 100 70
RegiãoNordeste
Grupo: Abatedouro(Em %) A B C D
100 100 100 100
180
Grupo: AbatedouroEstados (Em %) A B C DAlagoas 15 10 20Bahia 5Ceará 10MaranhãoParaíba 5 5 10Pernambuco 80 70 100 50PiauíRio Grande do Norte 10Sergipe 10
Grupo: AbatedouroModalidades de Distribuição (Em %) A B C DAtacadistas . 15 5 5Distribuidores 30 5Vendas diretas para supermercados 55 95 70 80Vendas diretas para mercearias 30 10
Grupo: AbatedouroTipos de Frangos (Em %) A B C DResfriados 90 35 90 70Congelados 10 65 10 30
Grupo: AbatedouroTipos de Frangos (Em %) A B C DInteiros 50 40 50 25Partes 50 60 50 75
Grupo: AbatedouroA B C DI" 1~ 1º 2"
2º
Classificação de Embalagens pelo UsoCaixa plásticaCaixa de papelãoSaco de ráfia
2.2 - Mercado externo para frangos de corte abatidos
Destinação das Aves AbatidasMercado externo
Grupo: Abatedouro(Em %) A B C D
O O O 30
PaísJapão
Grupo: Abatedouro(Em %) A B C D
100
Modalidades de DistribuiçãoEmpresa importadora
Grupo: Abatedouro(Em %) A B C D
100
181
Grupo: AbatedouroTipos de Frangos (Em %) A B C DCongelados 100
Grupo: AbatedouroTipos de Frangos (Em %) A B C DPartes 100
Grupo: AbatedouroClassificação de embalagens pelo uso A B C DCaixa de papelão Iº
Parte 111
1 - Importância das motivações listadas para que a empresa montasse (monte) umabatedouro:
Grupo: Abatedouro Não-Abatedouro
A B C D E F G H L Ordem• Ter acesso ao mercado de aves abatidas em 5 3 5 5 5 5 4 5 37 1
partes• Ter acesso ao mercado de aves abatidas 4 4 5 5 5 5 5 4 37 1
resfriadas• Ter acesso ao mercado de aves abatidas em 5 5 5 5 5 4 5 34 2
cortes especializados• Ter acesso a mercados geográficos brasileiros 5 4 5 5 5 3 4 31 3
para aves resfriadas onde normalmente nãohaveria vantagens de penetração no mercado deaves abatidas congeladas
• Diminuir risco(s) 3 4 4 4 5 5 5 30 4• Ter acesso a cliente(s) importante(s) 4 3 5 4 5 5 4 30 4
• Ter acesso ao mercado de aves abatidas 4 5 5 5 5 3 29 5inteiras
• Distribuir aves abatidas para supermercados de 5 4 3 4 5 5 3 29 5porte médio
• Ter acesso a mercados geográficos brasileiros 5 3 2 5 5 4 4 28 6para aves abatidas em partes ondenormalmente não haveria vantagens depenetração no mercado de aves abatidasinteiras
• Ter acesso a mercados geográficos brasileiros 5 4 2 5 3 4 5 28 6para aves abatidas em cortes especializadosonde normalmente não haveria vantagens depenetração no mercado de aves abatidas empartes
• Distribuir aves abatidas para grandes cadeias 3 5 5 4 5 5 I 28 6de supermercados
182
• Ter acesso a mercados geográficos brasileiros 4 3 5 5 4 23 7para aves abatidas inteiras onde normalmentenão haveriavantagens de penetração no mercado de avesvrvas
• Distribuir aves abatidas para pequenos 3 2 3 5 5 4 - 22 8varejistas
• Ter acesso a mercados geográficos de outros 5 5 5 3 21 9países para aves abatidas em cortesespecializados
• Reduzir perda(s) 3 4 4 4 5 20 10
• Antecipar diminuição do mercado de aves 2 3 4 5 5 20 10vivas devido a um possível acirramento defiscalização sanitária nos pontos de venda querealizam o abate de aves vivasTer acesso a mercados geográficos de outros 5 3 5
.., 19 11• .)
países para aves abatidas em partes• Ter acesso a mercados geográficos de outros 5 3 5 17 12
países para aves abatidas inteiras• Bloquear concorrentes 3 I 3 4 3 16 13• Ter acesso ao mercado de aves abatidas 2 4 4 13 14
congeladas
183
CONSIDERAÇÕES FINAIS
184
Neste capítulo final aborda-se as perspectivas para as empresas
produtoras, e a possibilidade delas operarem em diversos níveis de
verticalização. A localização das empresas produtoras de frangos em regiões
produtoras de grãos ou regiões não-produtoras de grãos, mostra-se
fundamental para a estratégia mercadológica a ser adotada pelas empresas.
4.1. Definições Operacionais
o termo áreas sofisticadas (de consumo de frangos), representa as
diversas localidades que, por quaisquer dos motivos verificados ao longo deste
trabalho, consomem maior quantidade de frangos resfriados do que frangos
abatidos na hora.
o termo áreas não-sofisticadas (de consumo de frangos), representa as
diversas localidades que consomem maior quantidade de frangos abatidos na
hora do que frangos resfriados.
4.2. Perspectivas para a Avicultura de Corte no Brasil
A avicultura de corte, a curto prazo, tende a acentuar ainda mais a
especialização das linhagens genéticas, com posicionamento de duas linhas
chaves de produção de frangos:
,. I
185
a) as linhagens de maior velocidade de crescimento, que refletem um
maior rendimento de carcaça, direcionadas para a futura comercialização de
frangos inteiros;
b) as linhagens de maior produção de partes, que possuem um maior
rendimento de partes nobres como peito e coxa, destinadas à futura
comercialização de frangos em partes;
o frango de corte nesse século se caracterizou por ser o animal
doméstico de maior evolução de índices zootécnicos, pelos seguintes motivos:
a) Redução na idade de abate do frango, de mais de 100 dias em
1930 para previstos 40 dias em 2001;
b) Aumento no peso do frango no abate, de 1,5Kg em 1930 para
previstos 2,30Kg em 2001;
c) Redução da conversão alimentar do frango, de 3,50 Kg de
ração/Kg de ave em 1930 para previstos 1,78 Kg de ração/Kg de
ave em 2001.
A redução da conversão alimentar é especialmente importante para os
produtores de frangos de regiões não-produtoras de grãos. O menor volume de
ração consumido por unidade de frango implica na menor participação do item
transporte de grãos nos custos unitários de produção de frangos. Somente o
.- -
186
item ração corresponde, em média, a 70% dos custos de produção de frangos
de corte.
Todavia continua mais econômico realizar as atividades de engorda e
abate de frangos em regiões produtoras de grãos. O custo de transporte por
tonelada dos grãos corresponde em média a US$ 50, quando o valor médio do
produto é de US$ 230 por tonelada. O custo de transporte por tonelada dos
frangos congelados, em caminhões frigoríficos, corresponde em média a US$
100, em relação a um valor médio do produto de US$ 1,500 por tonelada.
O Brasil é muito prejudicado nas suas importações de milho pelos altos
custos de operações portuárias. O sorgo granífero, de produção adaptada à
regiões semi-áridas, é uma das possíveis opções de substituição, parcial ou
total, ao milho no Nordeste do Brasil.
Atualmente verifica-se a expansão do cultivo da soja para o Brasil
Setentrional, induzindo a formação de novos pólos avícolas, como o de
Mimoso, no Oeste da Bahia. Os custos de produção da soja brasileira são
próximos aos custos americanos, e segundo a opinião de alguns produtores e
técnicos do setor, a tendência a curto e médio prazos, é de a soja tomar-se
talvez o único cereal brasileiro em condições de competir no mercado externo.
Nas regiões não-produtoras de grãos, em função do acréscimo de custos
referentes ao transporte de grãos, o custo de produção de frangos toma-se
inevitavelmente maior. O produtor nessas localidades, via de regra, não
conseguirá enfrentar a concorrência dos frangos advindos das regiões
187
produtoras de grãos. Os frangos abatidos oriundos dessas últimas regiões,
entretanto, penetram basicamente na modalidade congelados, em função da
sua menor perecibilidade.
A produção local de frangos, em regiões não produtoras de grãos,
possui boa penetração de mercado para os frangos abatidos na modalidade
resfriados, cujo prazo máximo de perecibilidade é de 10 dias. Esse prazo
dificulta a penetração de frangos resfriados oriundos de longínquas regiões
produtoras de grãos.
A cadeia de distribuição de frangos vivos, da granja de engorda até as
unidades varejistas, acarreta em um processamento de frangos vivos em
abatidos na hora. Os varejistas dessa cadeia desempenham assim uma
atividade particular: o abate artesanal das aves. Tal performance pode
acarretar em risco de acirramento de fiscalização sanitária nos pontos de
varejo e/ou aumento de custos operacionais de mão-de-obra.
O Comportamento do Consumidor no mercado de frango abatido na
hora não possui registro de estudos acadêmicos ou de pesquisas de mercado
por parte de produtores, atacadistas e varejistas de frangos vivos,
individualmente ou em associações. A realização de pesquisas de mercado que
confrontem a preferência de consumo do frango abatido na hora versus o
frango resfriado, com base nos níveis de preços ao consumidor para os dois
produtos, é fundamental para as três classes - produtores, atacadistas e
varejistas - da cadeia de distribuição de frangos vivos.
188
No que se refere aos varejistas da cadeia de distribuição de frangos
vivos, o conhecimento das preferências dos consumidores para cada tipo de
produto - frango abatido na hora e frango resfriado - em função dos
respectivos níveis de preços, permitiria ao lojista calcular as margens líquidas
para os dois tipos de produto e adaptar a participação de cada um no composto
de produtos vendidos.
No que diz respeito aos atacadistas de frangos vivos, as pesquisas de
mercado acima descritas podem lhes orientar sobre a tendência de
crescimento, estagnação ou declínio do mercado de frangos vivos. Em certas
regiões os atacadistas respondem por cerca de 80% do comércio de aves vivas.
No que tange aos produtores de frangos, as pesquisas de mercado
acima referidas, permitiriam identificar o tamanho do mercado de frangos
vivos e do mercado de frangos abatidos. Tal diagnóstico é fundamental para a
decisão de operar só no mercado de aves vivas, só no mercado de aves
abatidas ou em ambos os mercados simultaneamente. Conseqüentemente um
dos principais fatores de decisão para a instalação, nível de operação e uso de
capacidade instalada de abatedouros seria a análise comparativa entre os
mercados consumidores de frangos abatidos na hora e de frangos resfriados.
Os fatores que influem na delimitação de mercados para os abatedouros
são:
1) os custos de produção local de frangos vivos;
2) o porte econômico e o nível de verticalização da empresa. O
maior risco de inadequação de capacidade instalada entre as
diversas atividades pode ser diminuído com a operação do
abatedouro;
3) os mercados atuais e potenciais para: frangos congelados,
frangos resfriados e frangos vivos:
a) viabilidade de penetração nos mercados internos e
externos de frangos congelados inteiros e em partes.
Opção preferencial para abatedouros situados em
regiões produtoras de grãos. Existe porém a
possibilidade de os abatedouros situados em regiões
não-produtoras de grãos, também realizarem
exportações de cortes especiais;
b) viabilidade de penetração no mercado de frangos
resfriados inteiros e em partes. Opção preferencial
para abatedouros de localização relativamente
próxima aos mercados consumidores. Neste caso é
de grande importância a mensuração da parcela
passível de conquista do mercado de frangos inteiros
189
abatidos na hora. É bastante plausível que o
mercado para frangos resfriados em partes, devido à
variedade de itens e à especialização do
processamento, ocupe espaços antes preenchidos
pelas partes de frangos do tipo abatidos na hora;
4) o abatedouro como uma oportunidade para a empresa não se
restringir ao mercado de commodities. Ele pode processar tipos
de produtos diferenciados, com consolidação de uma marca e
possibilidade de posicionamento superior para os produtos da
empresa;
5) o número de unidades de varejo atual e potencial para a
comercialização de frangos resfriados e congelados, e a sua
participação global na venda de aves. A disponibilidade de
equipamentos apropriados para preservação das aves nessas lojas
é um dos itens relevantes a serem pesquisados. Esses dados são
muito variáveis entre as regiões do Brasil, o que indica a
necessidade de estudos espaciais localizados. De acordo com
pesquisas realizadas junto ao varejo no estado de São Paulo, em
1991, pelos Profs. Juracy Parente e Francisco Rojo, e junto aos
190
\•.... '
'I.
abatedouros no estado de Pernambuco, em 1995, para a presente
dissertação, tem-se que:
a) no estado de São Paulo: os frangos resfriados são
muito utilizados nas promoções dos supermercados.
Esses produtos atraem clientes para dentro das lojas,
embora ofereçam baixas margens de remuneração
para os supermercadistas. A participação dos frangos
resfriados nessas lojas corresponde a cerca de 90%
das unidades vendidas. Esse percentual foi
semelhante aos dados obtidos dos abatedouros em
Pernambuco;
b) no estado de São Paulo: os frangos congelados
são mais utilizados como estoques de segurança das
unidades de varejo que possuem balcões frigoríficos,
notadamente supermercados. A participação dos
frangos congelados nessas lojas corresponde a cerca
de 10% das unidades vendidas. Esse percentual foi
semelhante aos dados obtidos dos abatedouros em
Pernambuco;
191
192
c) no estado de São Paulo, encontrou-se wna
participação nas vendas das lojas de 75% para
frangos inteiros e 25% para frangos em partes. No
estado de Pernambuco, encontrou-se uma
participação nas vendas dos abatedouros em tomo de
50% para frangos inteiros e cerca de 50% para
frangos em partes. Tal fato pode ser creditado ao
constante aumento da participação de frangos em
partes em relação a frangos inteiros, ocorrido ao
longo dos últimos anos. Essa tendência de
crescimento das partes de frango deve continuar no
curto e médio prazos.
Mercado externo
As perspectivas de exportações de frangos para o Brasil são positivas,
devido às condições naturais favoráveis à criação no país.
Os entraves internos às exportações podem ser classificados como: de
maior dificuldade de resolução e de menor dificuldade de resolução. No
primeiro tópico pode-se citar os altos custos portuários. No segundo tópico
tem-se a taxação da cadeia de produção dirigida para o mercado externo e a
valorização do câmbio.
193
No plano externo os principais obstáculos que o Brasil enfrenta são: os
subsídios dados às exportações do setor pelos Estados Unidos e França, e as
barreiras à entrada do produto brasileiro na União Européia e no Nafta.
O limite de volume de exportações subsidiadas pela União Européia,
segundo acordos internacionais, deverá ser reduzido à 290.000 toneladas no
ano 2.000. O valor dos subsídios, neste bloco econômico, deve se estabilizar
em um teto máximo de US$ 390 por tonelada, ainda em 1996. Se no futuro o
mercado livre prevalecer em detrimento do protecionismo, O Brasil, devido às
suas características produtivas econômicas, pode se tornar um grande
exportador de frangos.
A estagnação dos volumes de frangos exportados nos últimos anos
concorreu para uma maior oferta do produto no mercado interno. O aumento
do volume de exportações brasileiras é fundamental para reduzir o excesso de
oferta no mercado interno e, consequentemente, evitar o encerramento
localizado de atividades de empresas produtoras.
4.3. Perspectivas para a Verticalização das Empresas
A verticalização das atividades de produção e distribuição de frangos de
corte em uma empresa produtora, deve levar em consideração, principalmente,
a localização geográfica e o porte da empresa produtora.
194 .
No que se refere à localização geográfica pode-se definir as empresas
produtoras de frangos, como pertencentes às seguintes regiões:
1) regiões produtoras de grãos; e
2) regiões não-produtoras de grãos.
1) empresas produtoras localizadas em regiões produtoras de grãos
A operação de empresas de processamento de óleos vegetais no Brasil,
especificamente óleo de soja, fez surgir empresas verticalizadas na cadeia de
nutrição de frangos de corte, notadamente nas atividades de fabricação de
ração e de engorda de aves. Tal fato ocorreu devido ao aproveitamento do
farelo de soja, um dos subprodutos da soja, junto com o óleo, na composição
de ração para frangos de corte. A partir daí a própria necessidade de
adequação de escala operacional, orientou as empresas produtoras de frangos
de corte verticalizadas na cadeia de nutrição, à desempenharem também
atividades verticalizadas na cadeia biológica defrangos de corte.
De maneira similar, a existência de empresas produtoras de frangos
verticalizadas na cadeia biológica de frangos de corte, orientou a performance
vertical dessas empresas na cadeia de nutrição de frangos de corte,
notadamente nas atividades: de engorda de aves, de fabricação de ração, e de
produção de farelo e óleo de soja.
",
195
A verticalização nas cadeias biológica e de nutrição de frangos de
corte, devido ao grande volume de operações, tende a ser tanto mais benéfica
quanto maior a quantidade de aves, ou seja o maior porte da empresa.
A expansão física na cadeia de produção de frangos de corte
enfrentava porém um grande empecilho: a engorda dos frangos. A atividade de
criação de frangos é muito meticulosa, o que dificulta a administração\/
empresarial das granjas de engorda. É uma atividade que se presta mais em j
propriedades familiares. Além disso, o investimento financeiro em instalações
e equipamentos retardaria o ritmo de crescimento. A solução encontrada foi a
importação do modelo americano de integração ou parceria avícola, que
permitiu a enorme expansão física na produção brasileira de frangos verificada
nos últimos anos.
o mercado de frangos vivos, refletido na venda de frangos abatidos na
hora em áreas não-sofisticadas do mercado interno, é dominado por
atacadistas que negociam o produto de maneira informal. As características
peculiares desse mercado de commodities vivas dificultam a atuação de
empresas de grande e médio porte, principalmente, e até mesmo as de pequeno
porte.
A verticalização na cadeia de distribuição de frangos de corte vivos,
devido ao controle efetivo do peso, tende a ser tanto mais problemática quanto
maior a quantidade de aves, ou seja o maior porte da empresa.
196
A constituição de abatedouros ou frigoríficos pelas empresas produtoras
de frangos, em regiões produtoras de grãos, é uma alternativa plausível devido
a uma grande possibilidade de diversificação dos seus produtos. O menor
custo de produção de frangos nessas regiões, permite maior possibilidade de
penetração de produtos específicos em mercados segmentados
geograficamente, a saber:
a) frangos congelados em regiões longínquas, não-produtoras de
grãos, como a região Nordeste do Brasil e alguns mercados
externos;
b) frangos resfriados em áreas sofisticadas do mercado interno. A
delimitação da área de atendimento do frigorífico é decorrente da
necessidade de manutenção das qualidades organolépticas do
produto resfriado, em função do prazo de perecibilidade do
mesmo.
Do exposto acuna vê-se que as empresas produtoras de frangos,
localizadas nas regiões produtoras de grãos, possuem muitas opções na cadeia
de distribuição de frangos de corte abatidos. A proximidade dessas regiões em
relação aos grandes centros consumidores no Sudeste e Sul do Brasil,
197 .
contribuiu para o aumento contínuo na escala de produção e distribuição das
empresas produtoras.
A verticalização na cadeia de distribuição de frangos de corte abatidos,
devido ao grande volume de operações, tende a ser tanto mais benéfica quanto
maior a quantidade de aves, ou seja o maior porte da empresa.
2) empresas produtoras localizadas em regiões não-produtoras de grãos
A redução do mercado de criadores-produtores autônomos, fez com que
as empresas processadoras de ração ampliassem o nível de verticalização, na
cadeia de nutrição de frangos de corte, através da atividade de engorda de
aves. Tal fato se justificou devido ao aproveitamento da capacidade produtiva
das fábricas de ração. A partir daí a própria necessidade de adequação de
escala operacional, orientou as empresas produtoras de frangos de corte
verticalizadas na cadeia de nutrição, à desempenharem também atividades
verticalizadas na cadeia biológica de frangos de corte.
De maneira similar, a existência de empresas produtoras de frangos
verticalizadas na cadeia biológica de frangos de corte, orientou a performance
vertical dessas empresas na cadeia de nutrição de frangos de corte,
notadamente na atividade de engorda de aves. A dependência de milho e de
farelo de soja, de outras regiões produtoras de grãos, é um fator limitante das
198 .
empresas que operam na cadeia de nutrição de frangos de corte, em regiões
não-produtoras de grãos.
A verticalização na cadeia biológica de frangos de corte, com base em
respostas de empresas produtoras de regiões não-produtoras de grãos, é
importante para qualquer nível de verticalização da empresa. No que se refere
à criação de matrizes especificamente, algumas empresas produtoras preferem
trazer ovos férteis de outras regiões.
A verticalização na cadeia de nutrição de frangos de corte, com base
em respostas de empresas produtoras de regiões não-produtoras de grãos,
inclui basicamente a fabricação de ração, independente do nível de
verticalização da empresa.
A expansão fisica na cadeia de produção de frangos de corte, com base
em respostas de empresas produtoras de regiões não-produtoras de grãos,
acontece através da parceria avícola e do arrendamento de granjas de
engorda.
O mercado de venda de frangos, em regiões não-produtoras de grãos, à
época da pesquisa, revelava-se ocupado basicamente pela venda de frangos
vivos. A comercialização de frangos abatidos na hora é intensa, sendo
realizada por uma grande número de pequenos varejistas. Nesse mercado
algumas questões se revelam desconhecidas: o conhecimento do
comportamento do mercado consumidor de áreas não-sofisticadas em relação
ao frango resfriado, e o conhecimento do nível de aceitação deste produto por
199
parte dos varejistas ali instalados. A decisão de implantar unidades de varejo
para frangos abatidos industrialmente e/ou abatidos na hora está condicionada
às respostas das duas questões acima.
A verticalização na cadeia de distribuição de frangos de corte vivos,
depende do conhecimento das preferências do mercado consumidor e do
controle efetivo do peso, sendo adotada por empresas produtoras de diferentes
portes, com diferentes níveis de verticalização, em regiões não-produtoras de
grãos.
A constituição de abatedouros ou frigoríficos pelas empresas produtoras
de frangos, em regiões não-produtoras de grãos, é uma alternativa a ser
analisada cuidadosamente. Mesmo com um pequeno número de abatedouros
em funcionamento nessas regiões, essas unidades respondem somente por algo
em tomo de 50 a 60% da produção das respectivas empresas produtoras. Tais
participações podem indicar um perigoso processo de saturação do mercado de
frangos resfriados local. O estudo da influência dos canais de distribuição
sobre o mercado consumidor de frangos resfriados, notadamente no que se
refere ao varejo, é fundamental para uma melhor compreensão do processo
acima.
Constata-se pelas análises relatadas, que as empresas produtoras de
frangos, localizadas nas regiões não-produtoras de grãos, possuem opções
reduzidas de produtos, basicamente frangos resfriados; e de canais de
200 .
distribuição, basicamente supermercados, na cadeia de distribuição de frangos
de corte abatidos, em relação às empresas das regiões produtoras de grãos.
A verticalização na cadeia de distribuição defrangos de corte abatidos,
em regiões não-produtoras de grãos, devido ao reduzido número de produtos e
de canais de distribuição, pode sugerir a implantação de mais um nível
vertical: a implantação de unidades de varejo para frangos abatidos, e até
mesmo frangos abatidos na hora, concomitantemente. A possibilidade de
utilização de franquias parece ser bastante plausível. Essa alternativa pode ser
adotada pelas empresas, independente do porte financeiro destas.
4.4. Recomendações
o estudo das atividades avícolas poderá ser mais aprofundado com a
utilização de estudos departamentalizados, tais como a cadeia biológica, de
nutrição, de distribuição de frangos vivos e de distribuição de frangos
abatidos.
A recente constituição da Associação Paulista de Produtores de Frangos
Vivos parece dar mostras de que as quatro terminologias acima podem bem
representar as diversas atividades do setor avícola de corte.
201
4.5. Limitações do Estudo
As empresas produtoras de frangos de corte podem assumir vários
níveis de verticalização nas suas operações. A abrangência desse estudo
exploratório não permitiu esmiuçar esses vários níveis na profundidade em que
eles podem ser analisados individualmente.
A falta de dados quantitativos, não coletados na pesquisa, reflete a
preocupação de não intimidar as empresas respondentes e melhorar o perfil
quantitativo da amostra. Enfatizou-se, assim, a participação percentual ao
invés de números de produção e distribuição. A escassez desses dados pode vir
a configurar uma limitação deste estudo.
4.6. Sugestões para Estudos Ulteriores
As cadeias de distribuição de frangos vivos e de frangos abatidos possui
muitas possibilidades inexploradas, notadamente na área de Administração e
particularmente na de Mercadologia. As pesquisas sobre o comportamento do
consumidor em relação ao frango resfriado versus o frango abatido na hora
mostram bem a falta de estudos sobre o tema." .
202
A cadeia de nutrição de frangos de corte pode ser melhor explorada em
várias áreas: Administração da Produção, Economia Agrícola, Agronomia,
Zootecnia e Veterinária.
A cadeia biológica de frangos de corte apresenta muitas oportunidades
de desenvolvimento de estudos, principalmente nas áreas de Veterinária e
Zootecnia.
203 .
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ANEXO
QUESTIONARIO DA PESQUISA
A VERTIC AUZA, Ao DAS ATIVIDADES AVÍCOLAS DE CORTE COMOFORMA DE SOBRCVIVÊNCIA E OCUPAÇÃO DE ESPAÇOS
MERC ADOLOGICOS PARA AS EMPRESAS DO SETOR
CRITÉRIOS GERAIS
Este questionário visa obter informações sobre a verticalização das atividades avícolas decorte e a distribuição de frangos vivos e abatidos. Seu objetivo é conseguir uma melhorconceituação teórica sobre tópicos como: (1) a tendência do mercado de aves vivas; (2)a tendência do mercado de aves abatidas; (3) aspectos relacionados a distribuição deaves abatidas no mercado interno e externo.
Por favor responda a todas as perguntas. Compreendemos que para alguns casos asquantidades exatas podem não lhe parecer disponíveis. Para estes casos, serão suficientessuas estimativas aproximadas. Se desejar fazer um comentário sobre qualquer dasperguntas ou respostas. por favor utilize o espaço nas margens ou anexe uma folha.
NOME DE sux El\fPRESA:
NOME DOENTREVISTADO:
CARGO out OCUP A:
1. A 'ma empresa possui abatcdourof s) de aves:(Preencha todas as opções que forem pertinentes)
o Em funcionamento
O Em construção
D Em projeto
D Desativado(s)
D Não
D2. Caso a sua empresa possua abatedouroís) em funcionamento, indicar o(s) ano(s) deinício de operação e a( s) suaí s) respectivaí s) localizaçãoí ões):
19 - l.ocalidade
19 Localidade
19 - Localidade
19 - Localidade
19 - Localidade
3. Caso a sua empresa possua abatedourof s) em construção, indicar o número de anospara 0(5) provávelíis) iniciots) de operação e a(s) sua(s) respectiva(s) localização(ões):
N" de anos:
N" de anos:
N" de anos:
- Localidade ------------------- Localidade ------------------ Localidade -----------------
4. Caso a sua empresa possua projeto(s) de construção de abatedouro(s), indicar onúmero de anos para o(s) prováveltis) início(s) de operação e a(s) sua(s) respectiva(s)localizaçãofões):
N'1de anos:
Nº de anos:
Nº de anos:
- Localidade -------------------------------- Localidade -------------------------------- Localidade --------------------
5. Caso a sua empresa possua abatedourots) desativadoís), preencher os anos de início etérmino de operação e a(s) sua(s) respectiva(s) localização(ões). Caso tenha planos dereativá-loís), indicar o número de anos para o(s) provável(is) início(s) de operação:
Ano de início de Ano de término Localidade Nº de anos para umaoperação de operação possível reabertura
19 19 ano(s)
19 19 ano(s)
19 19 ano(s)
6. Por favor, indique a importância das motivações listadas para que sua empresamontasse (monte) um abatedouro:
Nada ExtremamenteImQortante ImQortante
• Diminuir risco(s) 2 3 4 5
• Reduzir perda(s) 2 3 4 5
• Antecipar diminuição do mercado de aves vivas devido 2 3 4 5a um possível acirramento de fiscalização sanitária nospontos de venda que realizam o abate de aves vivas
• Ter acesso ao mercado de aves abatidas inteiras 2 " 4 5..)
• Ter acesso ao mercado de aves abatidas em partes 2 3 4 5
• Ter acesso ao mercado de aves abatidas em cortes 2 3 4 5especializados
• Ter acesso ao mercado de aves abatidas congeladas 2 3 4 5
• Ter acesso ao mercado de aves abatidas resfriadas 2 3 4 5
• Ter acesso a mercados geográficos brasileiros para aves 2 3 4 5abatidas inteiras onde normalmente não haveriavantagens de penetração no mercado de aves vivas
• Ter acesso a mercados geográficos brasileiros para aves 2 3 4 5abatidas em partes onde normalmente não haveriavantagens de penetração no mercado de aves abatidasinteiras
• Ter acesso a mercados geográficos brasileiros para aves 2 3 4 5abatidas em cortes especializados onde normalmentenão haveria vantagens de penetração no mercado deaves abatidas em partes
D Plantio de soja
D Criação de matrizes
D Engorda de frangos em granja(s)própria(s)
Engorda de frangos em gr:lJ1ja(s) de terceiro(s). Especifique:
D Integração
DArrendamento
DOutra(s) rnodalidadeís):
• Ter acesso a mercados geográficos brasileiros para avesabatidas resfriadas onde normalmente não haveriavantagens de penetração no mercado de aves abatidascongeladas
• Ter acesso a mercados geográficos de outros paísespara aves abatidas inteiras
• Ter acesso a mercados geográficos de outros paísespara aves abatidas em partes
• Ter acesso a mercados geográficos de outros paísespara aves abatidas em cortes especializados
• Distribuir aves abatidas para pequenos varejistas
• Distribuir aves abatidas para supermercados de portemédio
• Distribuir aves abatidas para grandes cadeias desupermercados
• Ter acesso a clientet s) importante(s)
• Bloquear concorrentes
7. Que atividades a sua empresa desempenha:(Preencha todas as opções que forem pertinentes)
DDDD
Plantio de milho
Preparo de ração para frangos de corte
Incubação de pintos
NadaImportante
I 2
ExtremamenteImportante
345
2 3 4 5
2 3 4 5
2 3 4 5
2 3 4 52 3 4 5
2 3 4 5
2 3 4 5
2 3 4 5
8. Por favor, indique a importância que a sua empresa dá a cada uma das atividadeslistadas:
• Plantio de milho
• Plantio de soja
• Meio de transporte próprio para milho e/ou soja
• Terceirização do transporte para milho e/ou soja
Nada ExtremamenteIrTJpo..rt~nt~ Importante
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
2 3 4 5
2 3 4 5
Nada ExtremamenteImQortante ImQortante
• Preparo de ração para frangos de corte 1 2 3 4 5
• Venda de componente ou ração pronta para terceiros 1 2 3 4 5
• Meio de transporte próprio para componentes ou ração 1 2 3 4 5pronta destinada às granjas
• T erceirização do transporte para componentes ou ração 2 3 4 5pronta destinada às granjas
• Criação de matrizes 2 3 4 5
• Venda de 0VOS férteis 1 2 3 4 5
• Incubação de pintos 1 2 3 4 5
• \' enda de pintos de um dia 2 3 4 5
• Eng-orda de frangos de corte em granja(s) própria(s) 2 3 4 5
• Engorda de frangos de corte em granja( s) integrada( s) 2 3 4 5
• Engorda de frangos de corte em granja(s) arrendada(s) 2 3 4 5
• Compra de frangos de corte em granjas de terceiros 2 3 4 5
• Meio de transporte próprio para aves vivas da granja ao 2 3 4 5
comprador
• Venda de aves vivas na granja com transporte a cargo 2 3 4 5do comprador
• Terceirização do transporte para aves vivas da granja ao 1 2 3 4 5
comprador
• Depósitof s) para esrocagern e/ou distribuição de aves 2 3 4 5
vivas
• Rede de lojas com a logomarca da empresa para 1 2 3 4 5
comercialização de aves vivas
• Abatedouro de aves 2 3 4 5
• Meio de transporte próprio para aves ahatidas 1 2 3 4 5
• Terceirização do transporte para aves abatidas 1 2 3 4 5
• Depósitots) para estocagern e/ou distribuição de aves 2 3 4 5
abatidas
• Rede de lojas com a logornarca da empresa para 2 3 4 5comercialização de aves abatidas
9. Que modalidade de vendas a sua empresa pratica e qual a participação de cada umadelas no total de aves comercializadas (Obs.: os dois percentuais devem somar 100%):
OI Venda de aves vivas % Venda de aves abatidas10
CASO S(!A El\IPRES.\ OPERE SOMENTE COM AVES ABATIDAS, PASSEP:\R.\ A Q{TEST.\O N° t3
10. Que regiões geográficas do Brasil são abrangidas por sua empresa e qual aparticipação de cada uma delas no total de aves vivas comercializadas (Obs.: ospercentuais devem somar 1000ó):
% Centro-Oeste
% Nordeste
% Norte
% Sudeste
% Sul
11. Caso a Região Nordeste faça parte da área de comercialização de aves vivas da suaempresa. qual a participação de cada estado em relação ao total de aves vivas destinadasa região (Obs.: os percentuais devem somar 100%):
% Maranhão % Piauí
~·ó Alagoas % Rio Grande do NorteOI Paraíba/0o' Bahia,0 % Sergipe% Pernambuco°0 Ceará
12. Que modalidades de distribuição são utilizadas por sua empresa e qual a participaçãode cada uma delas no total de aves vivas comercializadas (Obs.: os percentuais devemsomar 100°'Ó):
% Venda a atacadistaí s). (Clientes de compra semanal acima de 1500 aves)
% Venda a varejistaf s) (Clientes de compra semanal até 1500 aves)
% Venda através de ponto( s) de comercialização próprio( s). (Avícolas,açougues, varejões)
% Outras modalidades Especifique: _
C'.\SO A Sll.\ EMPRES.\ OPFRE SOMENTE COM AVES VIVAS, FAVORN:\O RFSPONDER NF.NIIl!!\1.\ DAS PERGUNTAS SEGVINTES
13. Qual a destinação das aves abatidas por sua empresa e qual a participação de cadamercado em relação ao total de quilos de aves abatidas (Obs.: os dois percentuais devemsomar 100%):
~ o Mercado interno % Mercado externo
CASO .\ Sll.\ FMPRFS.\ OPERE SOMENTE COM AVES ABATIDAS PARA Ol\1FRC.\DO EXTERNO. PASSE PARA A QUESTAo N° 20
NO orr: SE REFERE A \'END,\ DE FRANGOS DE CORTE ABATIDOS PARA O_.__ .- •...._ ... _-~_._--_ ... -_ ... ------ -----------------------_. -- -
MIRC~\D-ºJ~.I[RN.O
14. Que regioes geográficas do Brasil são abrangidas por sua empresa e qual aparticipação de cada uma delas no total de quilos de aves abatidas destinados aomercado interno (Obs: os percentuais devem somar 1OO~'Ó):
% Centro-Oeste % Norte % Sul
% Nordeste % Sudeste
15 Caso a região Nordeste faça parte da área de comercialização de aves abatidas da suaempresa, qual a participação de cada estado em relação ao total de quilos de avesabatid'rs destinados a regiãn(Ohs· 0S percentuais devem somar 100%):
~ó Alagoas % Maranhão % Piauí
(% Ceará
% Paraíba
% Pernambuco
% Rio Grande do Norte
% Sergipe~ó Bahia
)6. Que modalidades de distribuição são utilizadas por sua empresa e qual a participaçãode cada uma delas no total de quilos de aves abatidas destinados ao mercado interno(Obs.: 0'> percentuais devem somar) 00%):
% Atacadistas
% Distribuidores
% Vendas diretas para supermercados
~.ó Vendas diretas para mercearias
% Outras modalidades Especifique:
17 Que tipos de frangos são processados por sua empresa e qual a participação de cadaum deles no total de quilos de aves abatidas destinados ao mercado interno (Obs.: osdois percentuais devem somar 100%):
~ ó Resfriados % Congelados
18. Que tipos de frangos são processados por sua empresa e qual a participação de cadaum deles no total de quilos de aves abatidas destinados ao mercado interno (Obs.: osdois percentuais devem somar 1()()O~):
% Inteiros % Partes
19. Que embalagem sua empresa utiliza no transporte de aves abatidas destinadas aomercado interno:(Numerar em ordem decrescente de acordo com o grau de uso)
Caixa de papelão
Outras. Especifique:
Caixa plástica
CASO A SUA EMPRESA N.\O OPERE COM EXPORTAÇÃO DE AVESABA TIDAS. FA\'OR Ni\O RESPONDER NENHUMA DAS PERGUNTASSEGUINTES
NO_Ql.~:,5E_RrJTRLA~rE~J),-'LDE ..FRANGOS DE CORTE ABATIDOS PARAEXPORTACÃO
20. Indique que porcentagem de suas exportações totais tem como destino cada uma dasseguintes regiões (Obs.: os percentuais devem somar 100%):
% África/Oriente Médio
% América do Sul
% Ásia/Austrália
% EUA e Canadá
% Europa
% México e América Central
21. Por favor, indique que modalidades de distribuição são utilizadas por sua empresa equal a participação de cada uma delas no total de quilos de aves abatidas dirigidos para oexterior (Obs.: os percentuais devem somar 100%):
%
%
%
%
%
22 Que tipos de frangos são processados por sua empresa e qual a participação de cadaum deles no total de quilos de aves abatidas dirigidos para o exterior (Obs.: os doispercentuais devem somar 100%):
~ ó Resfriados % Congelados
21 Que tipos de frangos são processados por sua empresa e qual a participação de cadaum deles no total de quilos de aves abatidas dirigidos para o exterior (Obs.: os doispercentuais devem somar 100%):
OI,o Inteiros
Partes%
24 Que embalagem de transporte sua empresa utiliza nas exportações de frangos:(Numerar em ordem decrescente de acordo com o grau de uso)
Caixa de papelão
Outras Especifique:
FIM DO QUESTIONARIO
A sua empresa autoriza o mestrando a publicar os dados acima respondidos em suadissertação de Mestrado (circulação restrita a bibliotecas universitárias)
Sim Não
Caso a sua empresa não ache conveniente a publicação de sua razão social, os dadospoderiam ser usados com o emprego de um nome fictício.
Sim Não
Em Termos. Explique:
I\1UITO OnRIGADO POR snu TEMPO E COOPF.RAÇÃO
CASO DESEJE RECEI3ER UMA CÓPIA DOS RESULTADOS DESTE ESTUDO,POR GENTILEZA PREENCHA O ESPAÇO A SEGUTR COM SEU ENDEREÇO. OUANEXE SEU CARTÃO DE VISITAS AO QUESTIONARIO RESPONDIDO.
NOME:
CARGO:
ENDEREÇO