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O CUIDADO COM AS OVELHAS

Resumo

O subsídio desta semana (Lição 07 – 2º Trimestre 2010 de 16/05/2010) da Revista “Lições bíblicas” de Jovens e Adultos, que está abordando o tem Jeremias – Esperança em tempos de crise (um estudo no livro do profeta Jeremias), traz o assunto do Pastoreio, com o título “O Cuidado Com as Ovelhas”. O texto áureo desta lição está registrado no livro de João 10.11 “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. O Pr Claudionor de Andrade tirou a seguinte verdade prática do texto base da aula (Jr 23. 1-4; João 10.1-5): “Se não cuidarmos das ovelhas de Cristo, de acordo com o que nos prescreve o Sumo Pastor, como haveremos de comparecer perante Ele?” Este subsídio tem como objetivo explorar profunda e exaustivamente este assunto; não sendo, de forma alguma, a última palavra em um assunto tão amplo. Espera-se contribuir assim com os objetivos listados na lição bíblica que é: “compreender que o pastor é um administrador do rebanho de Cristo; entender que Israel foi destruído porque lhe faltou verdadeiros profetas; e, conscientizar-se de que o líder precisa cuidar das ovelhas de Cristo, de acordo com o que prescreve o Sumo Pastor.”.1 Bons estudos!!!

Palavras-Chaves: Ovelhas, Dedicação, Cuidado, Pastoreio

Introdução

Quando o assunto é ovelhas tem-se, obrigatoriamente, do outro lado a figura do pastor. Falando no sentido pastoril, quase sempre o pastor apascenta as ovelhas de outra pessoa; Moisés apascentava as ovelhas do sogro; Davi apascentava as ovelhas do pai, e chegou a expor sua vida para salvar uma ovelha da boca do leão. O fato das ovelhas não serem suas não minorava o cuidado para com o rebanho. Olhando para o lado pastoral, o pastor é aquela pessoa que Deus vocacionou para cuidar do seu rebanho.

1 LIÇÕES BÍBLICAS. Jovens e Adultos. 2º Trimestre de 2010. CPAD, 2010. 50 p.



A vocação pastoral é dada por Deus

Há algum tempo tentou-se criar o sindicato dos pastores, o que foi indeferido pelo Ministro do Trabalho, dizendo que pastor é vocação e não profissão. Título e credencial não dão condição para alguém ser pastor. Quando Jesus, depois de ressuscitado, apareceu aos discípulos junto ao Mar da Galiléia após uma noite de pescaria infrutífera desses homens, perguntou-lhes sobre o resultado da lide noturna, teve a seguinte resposta: trabalhamos a noite toda e nada apanhamos. Jesus disse: “lançai a rede do lado direito”, o quê eles fizeram, e ficaram surpresos pela quantidade de peixes que apanharam. É possível que esses homens tivessem lançado a rede naquele lugar por várias vezes durante a noite. A expressão de Jesus “do lado direito” não significa exatamente lado destro, e sim, sob as ordens de Jesus.

João verificou que aquilo se tratava de um milagre, e deve ter concluído que milagre somente Jesus faz. Então disse a Pedro: “Simão, é o Senhor”; eles estavam a certa distância da praia e era madrugada, estava escuro; a pessoa que estava na praia certamente não foi identificada como Jesus. Quando Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se da túnica e se jogou na água para ir ter com Jesus a nado, pois tinha pressa de encontrar-se com o Mestre, e o barco estava pesado e lento, certamente. Pode acontecer que muitos trabalhos pastorais não têm progresso hoje, porque a rede não está sendo lançada do lado direito, ou seja, conforme os ensinos de Jesus.

Quando Pedro chegou junto a Jesus foi ouvindo a pergunta: “Pedro, tu me amas?”; e essa pergunta foi-lhe dirigida três vezes consecutivamente. Ao responder Pedro: “Senhor, tu sabes que eu te amo”, Jesus lhe diz: “apascenta as minhas ovelhas”. O Senhor estava dando a Pedro a incumbência de apascentar o rebanho que era de Jesus. Quero salientar o pronome possessivo “minhas” para entendermos o que Jesus estava dizendo a Pedro. É como se Cristo dissesse: “As ovelhas são minhas, Pedro, você vai apenas apascentá-las, você vai tomar conta daquilo que não é seu, você é servo. Você não pode maltratá-las porque elas são minhas”. Parece-nos que Pedro assimilou bem a lição; mais tarde vemo-lo escrevendo aos presbíteros, na sua primeira epístola, dizendo: “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós… não como tendo domínio sobre a herança de Deus” .

Notemos a expressão de Jesus: “Eu sou o bom Pastor”, que traz a conotação de que há o mau pastor. Davi se via como ovelha do Sumo Pastor, e expressou: “O Senhor é o meu Pastor, e nada me faltará”. O Senhor dava pastagem abundante, conduzia às águas tranqüilas, refrigerava a alma, e guiava pela vereda da justiça.

Israel, o Rebanho de Deus

Israel foi um povo escolhido por Iavé (Jeová), tanto no sentido étnico como no religioso. No sentido étnico, Deus escolheu uma nação (raça, etnia) específica para trabalhar com eles social e culturalmente. No sentido religioso Deus preparou esse povo para que através dele as nações conhecessem o nome e o poder desse Deus criador, e através desse povo o mundo viesse a conhecer o Descendente de Abraão (Jesus) implícito na promessa de Deus a esse patriarca: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” – o Salvador.



Deus escolheu o profeta Jeremias para trazer mensagens duras a Israel, motivo pelo qual Jeremias, a princípio, quis se esquivar da responsabilidade, dizendo ser uma criança e que não sabia falar. Na época, a maioridade para assumir um cargo público era trinta anos. Entende-se, portanto, que o profeta não tinha menos que trinta anos, e então não era uma criança; certamente estava temeroso em assumir tal incumbência.

Israel era o rebanho de Iavé e precisava de cuidados pastorais. Alguns líderes se colocaram como pastores de Israel, porém o que faziam era devorar e dispersar o povo. Deus usa o profeta para dizer: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto” (Jr 23.1).

Lendo o capítulo 23 de Jeremias, parece que não estamos tão distantes daquelas situações que levaram Deus a usar o profeta com mensagens fortes, até mesmo drásticas.

Nos versículos 3 e 4 do capítulo 23 temos uma mensagem escatológica; Deus faz uma promessa que será cumprida no Milênio, quando todos os judeus habitarão em sua própria pátria e terão abundância.

O pastor é proteção para a ovelha, é segurança. O pastor procura suprir as necessidades da ovelha. Assim se sentia Davi tendo o Senhor como seu Pastor, no Salmo 23. Alguns líderes em Israel atuavam como pastores na área religiosa e social, contra os quais o Senhor usa o profeta Jeremias com mensagens duras. Não devemos confundir pastor, que é vocacionado por Deus, com dirigente de igreja, com título de pastor. Moisés pode guiar o povo de Israel através do deserto em demanda de Canaã, porque por cerca de quarenta anos apascentou as ovelhas de Jetro, em Midiã; as ovelhas foram-lhe por instrução para comandar o povo de Deus. Isto nos deixa a lição de que é necessário adquirir experiência e maturidade na área eclesiástica. Eliseu não perdeu Elias de vista um instante sequer; aonde quer que Elias fosse, Eliseu estava junto, aprendendo, adquirindo experiência.

Jesus, ao falar aos discípulos, disse que o pastor é aquele que entra pela porta (Jo 10.2); o próprio Jesus é a porta. Ainda hoje, quem não é vocacionado por Ele não tem autoridade e nem habilidade para apascentar as ovelhas de Jesus, mesmo tendo sido presenteado com o cargo de pastor. Se entrar por outra parte é ladrão e salteador, ou seja, se não for vocacionado por Cristo não entrou pela porta, não tem autorização para liderar as ovelhas de Jesus, e vai causar detrimento à obra de Deus.

Na época, Jesus se referiu aos líderes religiosos de Israel que, não obstante a pretensão de serem líderes, não havia reconhecido Jesus como o Messias.

Os judeus eram tidos como um rebanho, porém havia outras ovelhas além dos judeus. Em João 10.16 Jesus diz: “ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco…”, uma referência aos gentios que estavam fora do aprisco de Jesus. Quando diz “deste aprisco”, é uma referência aos judeus que aceitaram a Cristo; “outras ovelhas” é alusão feita aos gentios que iriam aceitar a Jesus, formando um só rebanho e tendo um só pastor – Cristo (João 10.16).



Conclusão

Em João 10.4 Jesus diz: “E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas...”. Estávamos todos enclausurados em uma masmorra chamada religiosidade, onde o pecado nos dominava e nos cegava o entendimento. Jesus nos libertou, tirando-nos de lá, e vai adiante de nós fazendo-nos ouvir a sua vós. Enquanto tivermos Jesus na nossa frente como nosso guia, nunca erraremos o caminho, cuja direção é a vida eterna com Deus. Jesus disse que as suas ovelhas jamais seguirão a estranhos, porque conhecem a sua vós. Hoje em dia há até “pastores” confusos, trocando Jesus por religiões, cujas características principais são terrorismo, e compulsoriedade aos seus seguidores.

Referências

BÍBLIA. Português. A Bíblia Vida Nova. Almeida Revista e Atualizada. BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Almeida Revista e Corrigida.CPAD, 1995. CRABTREE. Asa Routh. Teologia do Velho Testamento, 4 ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1986. DAVIS. John D. Dicionário da Bíblia. Trad. Rev. J. R. Carvalho Braga. 7 ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1980. DICIONÁRIO. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. R. Laird Harris organizador. Trad. Márcio Loureiro Redondo, Luiz Alberto T Sayão, Carlos Osvaldo C. Pinto – São Paulo: Vida Nova, 1998. Jeremias e Lamentações. Série Cultura Bíblica. Trad. Hans Udo Fuchs. 1 ed. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1980.

São Bernardo do Campo, 30 de abril de 2010.

Daniel Perpétua da Silva2

2 Pastor, 2º Secretário da IEAD-MSBC. E-mail: [email protected]

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